MEU LIVRO DE VISITAS
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Marcus Valerio XR

Quarta Mensagem de
FRANK DE SOUZA MANGABEIRA
framan7@uol.com.br


Ainda em resposta a FRANK - XR 2

Meu texto original está em VERDE e os comentários de Frank em
AMARELO.

OBS: Esta mensagem me foi remetida ainda em Fevereiro de 2002, mas somente agora me disponibilizei a abordá-la. Ele se direciona mais diretamente à minha Segunda Réplica do que a Mensagem anterior, mas devido a sua postagem posterior, ficará posicionada como Quarta Mensagem, e devido a sua extensão, também receberá tratamento segmentado nas mesmas 3 temáticas que dividiram o texto anterior.

Quero agradecer mais uma vez a Frank de Souza Mangabeira por sua colaboração, e parabenizá-lo por sua disposição em defender seu ponto de vista.


Eu também poderia dizer que achei seus comentários fanáticos e fundamentalistas. Mas prefiro não fazer essas afirmações sem demonstrar o porquê.

Cada um acha o que quer. Só não pode ferir as regras de argumentação. Se bem que os vocábulos fanático e fundamentalista estejam mais associados a uma defesa descontrolada de pontos de vista religiosos, eles podem muito bem ser aplicados ao comportamento de um indivíduo estritamento apegado às suas opiniões, conforme define um bom dicionário:

Fanático . [Do lat. fanaticu.] Adj. 1. Que se considera inspirado por uma divindade, pelo espírito divino; iluminado. 2. Que tem zelo religioso cego, excessivo; intolerante: Portou-se como um católico fanático. 3. Que adere cegamente a uma doutrina, a um partido; que é partidário exaltado; faccioso. 4. Que tem dedicação, admiração ou amor exaltado a alguém ou algo; entusiasmado, apaixonado.

Não é fundamentalista quem defende uma posição, mas quem mantém uma atitude doentia de defesa, mesmo quando o que advoga é a verdade. Certos céticos encaixam-se bem neste perfil, melhor do que muitos religiosos.

Quanto a demonstrar minhas colocações como fanáticas e fundamentalistas, isto é irrelevante. Admito que sou fundamentalista quando creio nas verdades fundamentais do cristianismo, tais como a criação especial por Deus, o nascimento virginal de Cristo, Sua morte expiatória e ressurreição, o juízo final, o pecado etc. Como não vivo nadando nas vagas incertas do relativismo filosófico, pode achar que sou fantático, unidirecional, limitado etc. O relativismo, o agnosticismo e o ceticismo, que reduzem a verdade à incerteza, não podem alegar qualquer garantia de serem corretos. Seus próprios dogmas impõem que estejamos incertos sobre quase tudo que é significativo, o que incluiria estas próprias proposições. Se você não crê em nada, pode ser coerente e ainda crer que não crê em nada? Nas palavras de Pascal, "não é certo que tudo seja incerto". (Pascal. 1996. Pensées. Krailsheimer AJ, tradutor. Londres e Nova York: Peguin Books, página 214.)

Qualquer um que tenha navegado em meu site deveria perceber que EU NÃO SOU ATEU! Creio que isto está claro. Na verdade sou mesmo AGNÓSTICO e de fato me inclino para o DEÍSMO. Mas também tenho uma forte característica PANTEÍSTA.

Calma, rapaz! Eu naveguei em seu site e percebi claramente que VOCÊ NÃO É ATEU. Isto está tão claro como o sol na sua glória meridiana. Eu notei sim seu agosticismo, deísmo, panteísmo. Você se afeiçoa a muitos -ismos, exceto ao cristianismo. É um verdadeiro ecumenismo, sincretismo.

Quando a minha afirmação sobre a possibilidade de intervenção sobre humana na Bíblia, confesso que ultimamente tenho mudado minha opinião. Quanto mais a leio, quanto mais mensagens de apologistas bíblicos recebo, quanto mais textos fundamentalistas e criacionistas examino, mais e mais concluo que a Bíblia nada tem de sobre humano. é uma obra religiosa a ultrapassada em todos os níveis, de uma cultura que acreditava numa terra plana e sem a menor noção do que seriam as estrelas, com códigos e leis antigas, autoritárias, machistas, escravistas e cruéis. O Novo Testamento é bem melhor, principalmente o Evangelho, o ponto alto, mas nem mesmo isso tem me impressionado mais.

Engraçado... o inverso também pode ser verdadeiro: Quanto mais eu leio a defesa nervosa dos céticos em anular a Bíblia como revelação de Deus, quanto mais interpretações desconexas de textos bíblicos os incrédulos me enviam, quanto mais artigos de "eruditos" eu recebo em forma de links ou fragmentos de textos, quanto mais opiniões arraigadas de ateus ou agnósticos (estes vivem numa eterna dúvida) eu analiso, mais eu percebo o quanto a Bíblia é digna de ser a Palavra de Deus. Neste sentido, bem válidas são as palavras desta escritora cristã: "Ao mesmo tempo em que Deus deu ampla prova para a fé, nunca removeu toda desculpa para a descrença. Todos os que buscam ganchos em que pendurar suas dúvidas, encontrá-los-ão. E todos os que se recusam a aceitar a Palavra de Deus e lhe obedecer antes que toda objeção tenha sido removida, e não haja lugar para a dúvida, jamais virão à luz. Duvidar está se tornando moda. Há uma classe numerosa pela qual a Palavra de Deus é olhada com desconfiança, pela mesma razão por que foi o seu Autor: porque ela reprova e condena o pecado. Os que estão indispostos a obedecer-lhe aos preceitos, esforçam-se por subverter a sua autoridade. Lêem a Escritura, ou ouvem os seus ensinos como são apresentados do púlpito, meramente para encontrar defeito, nela ou no sermão. Não poucos se tornam incrédulos a fim de justificar-se ou desculpar-se da negligência do dever. Outros adotam princípios céticos por orgulho ou indolência. ...Visam conseguir fama de uma sabedoria superior criticando a Bíblia. Há nela muita coisa que a mente finita, não iluminada pela sabedoria divina, é impotente para compreender; e assim encontram ensejo para criticar. Muitos há que parecem entender ser virtude achar-se do lado da descrença, do ceticismo e da incredulidade. Mas, sob aparência de sinceridade, ver-se-á que tais pessoas são movidas pela confiança própria e orgulho.. Muitos se deleitam em encontrar nas Escrituras alguma coisa que confunda o espírito dos outros. Alguns a princípio criticam e sofismam, por simples amor à controvérsia

"Para muitos as pesquisas científicas se tornaram uma desgraça. Mesmo as maiores inteligências, se não forem guiados pela Palavra de Deus em suas pesquisas, desencaminhar-se-ão em suas tentativas de investigar as relações entre a Ciência e a Revelação. O saber humano tanto das coisas materiais como das espirituais é parcial e imperfeito; portanto, muitos são incapazes de harmonizar com as declarações das Escrituras suas opiniões (grifo meu) sobre a Ciência. Muitos aceitam meras teorias e especulações como fatos científicos e julgam que a Palavra de Deus deve ser provada pelos ensinos da "falsamente chamada ciência." I Timóteo 6:20. O Criador e suas obras estão além de sua compreensão; por não poderem explicar isso pelas leis naturais, a história bíblica é considerada indigna de confiança." - Extraído de O Grande Conflito, o livro que lhe recomendei como leitura.

Em relação a ser a Bíblia "uma obra religiosa a ultrapassada em todos os níveis, de uma cultura que acreditava numa terra plana e sem a menor noção do que seriam as estrelas, com códigos e leis antigas, autoritárias, machistas, escravistas e cruéis", isto é somente sua visão dela e dos que mantêm uma atitude de rejeição. Nada sustentável. Na verdade, a Bíblia inteira deveria ser dada ao povo tal qual é. Melhor seria não ter nenhuma instrução bíblica do que receber os ensinos das Escrituras tão grosseiramente desvirtuados.

Sobre o Antigo Testamento e sua aparente negação de um Deus de amor, é necessário entender o caráter moral do Criador e sua repulsa pelo pecado. Até Deus tem limites diante da rebelião daqueles que recebem grande luz, mas desafiam-No. Será que Deus mata pessoas? No sentido de assassinar? é lógico que não. Ele proíbe tal ato no sexto mandamento (êxodo 20:13). E no sentido de uma execução judicial? Sim. Mas mesmo em tal caso, "o Juiz de toda a Terra" (Gênesis 18:25) sofre profundamente. "Dize-lhes: Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão haveis de morrer...?" - Ezequiel 33:11. O Deus do Velho Testamento é o mesmo do Novo Testamento. Como então compreender Seus atos de severa justiça com os ensinos de Cristo sobre perdão e amor?

Algumas pessoas sinceras argumentam que a execução de pecadores impenitentes por parte de Deus é contrária à Sua natureza de amor. Esse tipo de argumento pretende exaltar o caráter amorável de Deus, mas, na realidade, o deprecia. O amor de Deus é santo, não indulgente ou sentimental. O salmista diz: "Justiça e juízo são o fundamento do Teu trono; graça e verdade Te precedem" - Salmo 89:14. Amor e justiça são os dois lados da mesma moeda e precisam ser colocados no devido equilíbrio. Que tipo de segurança teríamos no governo civil se o governo não pudesse punir os infratores da lei? Ou se o governo deixasse que os criminosos destruíssem a si mesmos? Deus não é menos justo e ordeiro do que o ser humano!

Deus mandava exterminar certos povos, como os cananeus, filisteus, amalequitas, etc. Não eram criaturas humanas? Não há aí contradição com o mandamento: "Não matarás"? Devemos partir da seguinte premissa: a SOBERANIA de Deus e Seus planos. Deus é soberano. Não há outro poder acima de Deus. Ao organizar Seu povo escolhido, Sua nação santa, Deus estava montando uma representação de Si mesmo na Terra, através de Seu povo eleito. Era o regime teocrático, em que Deus governava Seu povo.

Israel devia representar a Pessoa de Jeová, o caráter de Deus. Diante deste fato, qualquer hostilidade a Israel era, sem dúvida, uma hostilidade ao próprio Deus. Toda tentativa de destruir Israel, era tentativa de destruir Deus e Seu plano. Qualquer força que se levantasse para destruir esse plano devia necessariamente ser aniquilada.

O braço israelita que se erguia para abater um cananeu, era meramente um veículo, pois acionando-o estava o próprio Deus para vingar Sua soberania. Se os israelitas fracassassem, o próprio Deus teria fracassado em levar o povo a Canaã. Assim, dentro da absoluta e eterna soberania de Deus, podemos compreender essas guerras, mesmo que nos causem impacto. Citemos o exemplo do povo de Jericó. A destruição total do povo de Jericó não era senão um cumprimento das ordens previamente dadas a Moisés, concernentes aos habitantes de Canaã: "Quando ... o Senhor Deus tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás". Para muitos estas ordens parecem contrárias ao espírito de amor e misericórdia estipulado em outras partes da Bíblia; mas eram na verdade os ditames da sabedoria e bondade infinitas. Deus estava para estabelecer Israel em Canaã, desenvolver entre eles uma nação e governo que fossem uma manifestação de Seu reino na Terra. Não somente deveriam ser os herdeiros da verdadeira religião, mas deveriam disseminar seus princípios por todo o mundo. Os cananeus haviam-se entregado ao mais detestável e aviltante paganismo; e era necessário que a terra fosse limpa daquilo que de maneira tão certa impediria o cumprimento dos preciosos propósitos de Deus. Aos habitantes de Canaã havia sido concedida ampla oportunidade para o arrependimento. Semelhantes aos homens antediluvianos, os cananeus apenas viviam para blasfemar do Céu e contaminar a Terra. E tanto o amor como a justiça exigiam a imediata execução destes rebeldes a Deus e adversários do homem.

Observe-se a declaração de Raabe, habitante de Jericó, que denota o conhecimento que os habitantes da ameaçada cidade tinham sobre a maneira em que Deus dirigia Israel (Josué 2:9 a 11). A abertura do Mar Vermelho e as vitórias que Israel já havia logrado eram conhecidas dos habitantes de Jericó, e muitos havia que participavam da convicção de Raabe, embora se recusassem a obedecer à mesma. Raabe humlhou-se e acatou o plano de Deus, pelo que foi poupada, com sua família (ver Josué 6:22, 24).

Só se acusa a Deus de matar, quando se lêem os relatos de guerras no Velho Testamento. No entanto, poucos se lembram de que a morte é a sorte de todo o habitante na Terra, como o salário do pecado. No dia do juízo, quantos milhões receberão morte eterna.

Conquanto a destruição dos ímpios seja mencionada como "o estranho ato de Deus" (ver Isaías 28:21), a verdadeira justiça requer punição e execução apropriadas. "Deus recompensará cada um segundo as suas obras' - Romanos 2:6. Tormento infindável não é justiça; por isso não advogamos a teoria do tormento eterno num inferno eternamente a arder. Mas a justiça requer castigo adequado pelos pecados e crimes que o impenitente tiver cometido. Amor e justiça são dois aspectos do caráter divino. é o santo amor que finalmente torna o Universo seguro.

Unicamente Deus, a Fonte de vida, tem o direito e autoridade de privar um ser vivente de sua vida. Aos que escolheram permanecer rebeldes e impenitentes, Ele terá de punir de acordo com seus atos e privá-los da própria vida. Mas ainda que Deus diga que fará justiça sobre o mundo, Seus desejo maior é que todos vivam. Ele mesmo proclamou através de Cristo: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância" - São João 10:10. E o Velho Testamento, muitas vezes mencionado como carregado de atos cruéis e desumanos proclama o conceito equilibrado do caráter de Deus nestas palavras: "Jeová, o Senhor Deus misericordioso e piedoso, TARDIO EM IRAS E GRANDE EM BENEFICÊNCIA E VERDADE; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade; que ao CULPADO não tem por inocente... - êxodo 34:6 e 7.

Podemos ter certeza de que Deus é sábio em Suas decisões, mesmo nas mais dramáticas aos nossos olhos. Podemos crer que Ele é amor e justiça e que Sua intenção é salvar. Paulo, apóstolo dos gentios, tornou claros os motivos divinos em relação à raça humana ao declarar: "Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo lugar, que se arrependam; porquanto tem determinado um dia em que COM JUSTIçA há de julgar o mundo por meio do Varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-O dos mortos". - Atos dos apóstolos 17:30 e 31.

O próprio mandamento "ama o teu próximo como a ti mesmo", encontrado no Novo Testamento, foi dado no princípio ao povo de Israel e está registrado no Pentateuco. Seu problema, meu caro, é que você não sabe relacionar as passagens bíblicas. Por isso, você encontra tanta contradição. Claro, você não vai concordar comigo.

Não se esqueça do proverbial pensamento: "O mesmo sol que derrete a cera endurece o barro". Pra um bom entendedor...

AAhh!!! Será que terei que reescrever aquele texto? Eu afirmo isso inúmeras vezes! Deixe-me transcrever alguns trechos:

Precisará reescrever sim.

(...)Essas pessoas crêem que a evidência de falhas na Bíblia com relação a assuntos científicos seria um golpe duro na fé Cristã,(...) Nem sequer consideram a possibilidade de que no contexto temporal no qual a Bíblia foi escrita seria talvez impraticável,(...) revelar conceitos físicos impossíveis de serem compreendidos pelos povos antigos,(...)

Falhas na Bíblia? Hehehehe!!! Eu chamaria de interpretações obtusas dos céticos, deturpações do texto bíblico. A fé cristã permanece, mas a ciência "roda e vira" e muda suas interpretações. Pessoas... pessoas... Os incautos, ignorantes, talvez. Como sempre, vagas generalizações. Acho que a frustração dos céticos é não ter achado nas Bíblia um tratado científico. Por isso desprezam os simples princípios científicos ali exarados. Imagine falar de relatividade, buracos negros, física quântica naquela época. Entretanto a própria Bíblia antecipa o desenvolvimento da ciência moderna, ao descrever nossa época: "E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para a outra, e a ciência se multiplicará (grifo meu). Daniel 12:4. No mesmo livro, no segundo capítulo, você recebe algumas aulas de História Geral resumida. Ali está o desenvolvimento e queda dos impérios mundiais preditos antes de seu surgimento. Ainda querem argumentar que a Bíblia não tem credibilidade.

(...)Qualquer tentativa de se adaptar a Gênese Bíblica ao pensamento científico coloca a escritura num plano tão simbólico, hermético e abstrato, que é impossível de ser entendido por alguém sem conhecimentos avançados de hermenêutica, física, simbologia e psicologia, afastando o Livro sagrado do entendimento da maioria das pessoas e tornando sua compreensão possível apenas na contemporaneidade,(...)

Belas palavras. Soam tão elegantes, mas tão abstratas. Impossível adaptar Gênesis a uma falsa ciência. Na expressão popular, "me poupe". Certamente haverá confronto. A compreensão da Bíblia não depende de sabedoria humana nenhuma, mas de relações com Deus. As palavras de Cristo são fantásticas neste contexto: "Graças Te dou, ó Pai, Senhor do céu e da Terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos." - Mateus 11:25. Não podendo conhecer todos os mistérios de Deus, o incrédulo e o infiel rejeitam a Palavra de Deus. é correto examinar com profundidade os ensinos da Bíblia e investigar "as profundezas de Deus" (I aos Coríntios 2:10) até onde nos são reveladas nas Escrituras. Enquanto "as coisas encobertas são para o Senhor nosso Deus", "as reveladas são para nós" (Deuteronômio 29:29). O objetivo do Maligno, entretanto, é perverter a capacidade investigadora das pessoas. Um certo orgulho é misturado ao estudo da verdade bíblica, de maneira que o homem fica impaciente e sente-se vencido quando não pode explicar, como gostaria, todas as partes da Escritura. Na tentação de Cristo no deserto, o próprio diabo citou as Escrituras fora de contexto (ver Mateus 4:6), a fim de levar Cristo a pecar. Jesus, no entanto, colocou o texto no seu devido contexto e citou também as Escrituras na sua defesa contra Satanás. A Bíblia não foi escrita unicamente para os entendidos. Ao contrário, destina-se ao povo comum. As grandes verdades indispensáveis para a salvação, nela se acham reveladas com a clareza da luz meridiana; e ninguém errará nem perderá o caminho a não ser os que seguirem seu próprio juízo em vez da vontade de Deus, claramente revelada.

(...)Sendo assim, adentrando o próprio campo de abordagem usado por tais defensores da inerrância Bíblica, procedo minha refutação da alguns dos mais famosos argumentos em prol da sapiência científica atemporal do Livro Sagrado.(...)

Nossa! "Sapiência científica atemporal do Livro Sagrado". Vocês, filósofos...

(...) acredito que a Bíblia não necessita dessas tentativas vãs que tentam lhe atribuir exatidão científica.(...)

Também acredito. Perda de tempo, da mesma maneira que é trabalho infrutífero tentar achar nela contradições com a ciência moderna. Gera um oco intelectualismo.

(...)A falta de criatividade dos defensores da cientificidade da Bíblia e tão grande que eles sequer tentam construir argumentos que poderiam eliminar a discussão, sem prejuízo significativo tanto para o livro sagrado, para as religiões que nele se baseiam e para a Ciência.(...)

Meu caro, a Bíblia não precisa de advogado humano. "Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra do nosso Deus subsiste eternamente". Isaías 40:8. Ela, por sua natureza de verdade, sustenta-se a si própria. Se dependesse do homem a sua preservação, há muito ela teria desaparecido. Em Gênesis, o autor apenas apresenta Deus como o Criador, sem a menor preocupação de explicar isso. Ele assume como um fato.

Será suficiente? Quantas vezes terei que dizer? NÃO SOU EU QUE QUERO DEMONSTRAR A ANTICIENTIFICIDADE DA BÍBLIA!!! O que faço é demonstrar que as tentativas de mostrá-la como cientificamente inerrante é que são impróprias. Na verdade faço aquilo que os antigos pais da Igreja, incluindo Santo Agostinho, já diziam, para não tentar examinar a Bíblia sob ótica científica, pois isso ridicularizaria o Cristianismo perante os pagãos cultos!

Calma!! Não precisa gritar.Eu entendi, eu entendi. Mas dá tudo no mesmo: "NÃO SOU EU QUE QUERO DEMONSTRAR A ANTICIENTIFICIDADE DA BÍBLIA!!! O que faço é demonstrar que as tentativas de mostrá-la como cientificamente inerrante é que são impróprias". Raciocínio circular.

Concordo em parte com Agostinho. Realmente a Bíblia não é pra ser lida com ótica de cientista, mas nada impede. Quanto a pagãos cultos, tenho minhas ressalvas. Os gregos (com raríssimas exceções de pensadores. Coitado de Sócrates!), que se gabavam de sua filosofia, dobravam-se perante imagens e eram politeístas. Acreditavam em coisas absurdas. Paulo até tentou corrigi-los (Ver atos 17). Imortalidade da alma? Platão, tão elogiado e lido nas Universidades modernas, acreditava neste mito, combatido pela ciência. Pelo menos a Bíblia não prega a doutrina de uma alma imortal. E não me venha com textos fora de contexto utilizados pelos espíritas pra provar o contrário. Conheço muito bem o argumento espiritualista, pois já fui simpatizante da doutrina. Portanto, amigo, pagãos "cultos" só se for em outro sentido.

Os antigos gregos (quarto e terceiro séculos a. C.) tinham uma mistura de temas filosóficos, alguns dos quais favoráveis à ciência moderna. Mas a abordagem naturalista não era forte entre eles. Aristóteles cria muito em Deus como uma força guiadora, e Sócrates não era o "infiel" como muitas vezes retratado; ele se opunha um pouco ao naturalismo da escola iônica.

Os supostos pagãos cultos rejeitaram o cristianismo porque ele ameaçava sua cultura pagã. Ainda assim, no discurso de Paulo no Areópago, "aderiram alguns homens a ele, e creram, entre os quais estava Dionísio, o areopagita, e uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros". Atos 17:34. Possivelmente o destaque dado a estes dois nomes deve-se ao fato de serem pessoas influentes e cultas. Não esqueça também que muitos gregos creram na mensagem cristã. O rei Agripa vacilou quando ouviu o discurso de Paulo no palácio real (ver Atos 26). No Areópago Paulo confrontou ciência com ciência, filosofia com filosofia, literatura com literatura, mostrando que estava familiarizado com a cultura pagã de seu tempo: "De sorte que discutia na sinagoga com os judeus e os gregos devotos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam. Alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele. Uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos. Diziam isso porque Paulo lhes anunciava a Jesus e a ressurreição (conceito totalmente estranho a uma cultura imortalista)." Atos 17:17 e 18. Depois de sua apologia no tribunal grego, o apóstolo ponderou: "Os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria, mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura pra os gregos. A minha palavra, e a minha pregação não consistiram em palavras de persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus." I aos Coríntios 1:22 e 23; 2: 4 e 5. Por isso o cristianismo cresceu e precisa experimentar nos dias atuais um reavivamento semelhante ao dos tempos apostólicos.

Segundo Jefrey Burton Russel, no seu livro Inventando a Terra Plana, páginas 48 e 49 "Agostinho em sua obra 'Sobre o Significado Literal de Gênesis', observa que a Bíblia não contém uma descrição clara da forma física das dimensões da Terra ou do Universo. Coerentemente, ele adverte os cristãos para não serem levados a reunir trechos isolados das Escrituras e insensatamente usá-los contra os filósofos pagãos. Os insensatos (destaque meu) que atribuem os seus próprios pontos de vista à Bíblia tão somente farão com que os pagãos se refiram com desdém aos cristãos e às suas Escrituras. Como a Bíblia não nos fala sobre o formato da Terra, isso é irrelevante para a nossa salvação, e torna-se ociosa a sua discussão. Não obstante, isso não deixa de ser um assunto para pesquisa no campo da natureza. (...) Para ele (Agostinho), o ponto fundamental é que as Escrituras podem ser lidas de várias maneiras, e afirmações expressas em termos físicos freqüentemente podem ser tomadas no sentido alegórico ou moral." Isto pra mim, basta. E a advertência de Agostinho serve também para os céticos que isolam passagens bíblicas a fim de provar a anticientificidade da Bíblia.

Admito que o Título do texto é Provocativo, mas você mesmo Frank, percebe isso alguns parágrafos adiante!

Diria que o título, além de provocativo, é tendencioso.

E por acaso os apologistas bíblicos que fazem essas alegações de inerrância bíblica levam isso em consideração?!?!

Tenho lido muitos artigos de eruditos cristãos e não vejo nenhum problema. Não vi nenhum tentanto provar a física quântica ou a relatividade, usando textos bíblicos. Sua análise é sobre a coerência interna do texto bíblico, sobre as estruturas lingüísticas e a forma de apresentação do texto, bem como sobre questões que envolvem a historicidade da Bíblia e sua inspiração. Acho que você vê coisas que não existem.

Eu nem queria entrar no mérito da questão. Mas você acha que é qualquer luz que pode sustentar as plantas? E afinal, onde está esta tal luz que precedeu o Sol e as Estrelas?

Vai querer discutir a espécie de luz que emanou de Deus no primeiro dia da criação? Vou lhe apresentar uns modelos para os problemas que evolucionistas levantam quanto à luz no quarto dia. Antes, porém, uma retrospectiva histórica.

Quando o famoso caso Scopes ("o julgamento do macaco") teve lugar em 1925, dois homens sugeriram como principais oponentes: William Jennings Bryan, candidato à presidência dos Estados Unidos por três vezes, que defendia a criação; e Clarence Darrow, famoso advogado de Chicago, que defendia a evolução. O eminente apologista da criação George McCready Price, que na ocasião estava na Inglaterra, foi convidado por Bryan a ir ao julgamento. Embora declinando do convite, ele sugeriu a Bryan que não se deixasse envolver em argumentação científica.

Um dos mais pungentes episódios do julgamento deu-se quando Darrow perguntou a Bryan sobre o relato bíblico da criação. Como poderia haver uma tarde e uma manhã nos primeiros quatro dias da criação antes da existência do Sol, que não foi criado até o quarto dia? Bryan respondeu à objeção sugerindo que os dias da criação podem ter sido períodos longos. Seu argumento não resolveu a peculiaridade de haver tardes e manhãs sem um Sol.

Parece, pelo menos à primeira vista, bastante incoerente ter uma tarde e uma manhã antes da criação do Sol no quarto dia, segundo a seqüência registrada no Gênesis. Contudo, Gênesis sugere que a luz também foi criada no primeiro dia.

Vários modelos da semana da criação têm sido propostos. Eles diferem, sobretudo, com respeito a quando as várias partes do Universo foram criadas e qual foi a fonte de luz durante os três primeiros dias da semana da criação. Veja o resumo dos três modelos principais:

DEUS FEZ TUDO DURANTE A SEMANA DA CRIAçãO

A matéria da Terra é criada no primeiro dia. A vida é criada no terceiro, quinto e sexto dias. O Sol, a Lua e o restante do Universo são criados no quarto dia. A luz para os primeiros três dias é proporcionada de modo limitado por Deus, tornando-se o Sol a fonte posterior. O Universo inteiro tem somente poucos milhares de anos de idade. Este modelo não conta com minha adesão nem com a de muitos criacionistas.

O SISTEMA SOLAR FOI CRIADO DURANTE A SEMANA DA CRIAÇÃO; O RESTO DO UNIVERSO É MUITO ANTIGO

As estrelas e galáxias foram criadas por Deus muitos milhões de anos atrás, mas o sistema solar tem somente uns poucos milhares de anos. A matéria da Terra foi criada no primeiro dia; a vida foi criada no terceiro, quinto e sexto dias. O Sol, a Lua e os planetas foram criados no quarto dia. A luz, entre o primeiro e o terceiro dia, foi concedida de um modo especial por Deus e, posteriormente, proporcionada pelo Sol. Alguns modificam este modelo propondo que o Sol foi criado no primeiro dia, para proporcionar alguma luz, mas não se tornou distintamente visível até o quarto dia, como é proposto para o próximo modelo.

A VIDA NA TERRA FOI CRIADA RECENTEMENTE DURANTE A SEMANA DA CRIAÇÃO; TODO O RESTANTE DO UNIVERSO, INCLUSIVE O SISTEMA SOLAR, FOI CRIADO MUITO TEMPO ATRáS

Este modelo conta com minha adesão. Há muito tempo o Universo foi criado, inclusive o sistema solar e uma Terra escura e vazia. A Terra foi preparada para a vida, e a vida foi criada nela uns poucos milhares de anos atrás, durante a semana da criação. A luz durante a semana da criação procedia do Sol, que já existia. O erguimento parcial de uma densa nuvem no primeiro dia da semana da criação iluminou a Terra, porém o Sol, a Lua e as estrelas, embora presentes, não eram visíveis a partir da Terra. A luz era semelhante à de um dia muito nublado. Uma retirada completa da cobertura de nuvens, no quarto dia, fez com que o Sol, a Lua e as estrelas, preexistentes, se tornassem plenamente visíveis da superfície da Terra. Daí, sua presença ser registrada para esse dia.

As informações deixadas em Gênesis sobre a criação não entram em detalhes científicos; no entanto nos passam informações preciosas. é interessante notar que a luz do Sol ao surgir no quarto dia não é mais novidade, pois havia luz na Terra desde o primeiro dia, quando "chamou Deus à luz Dia, e às trevas Noite". A luz antecedeu a criação das substâncias orgânicas.

Outro ponto importante são as palavras usadas no primeiro capítulo da Bíblia. A palavra hebraica bara (criar) é usada para descrever alguns atos criativos de Deus, enquanto asha (fazer) é usada para o aparecimento do Sol e da Lua no quarto dia. Essa distinção reforça a idéia de que o Sol e a Lua, assim como as estrelas, existiam antes da semana da criação. Essa interpretação se encaixa com a declaração de que "houve tarde e manhã" nos primeiros dias da semana da criação, e atende melhor à pergunta feita a Bryan no tribunal que tratou do Exame do Macaco.

Outro ponto a considerar é o seguinte: Na afirmação de Gênesis 1:16 "E fez também as estrelas, a palavra "fez" foi intercalada pelos tradutores, não constando no texto hebraico. Com isso Moisés (creio eu ser ele o melhor candidato à autoria de Gênesis) deixou claro que Deus criou as estrelas, sem necessariamente implicar que o tivesse feio no quarto dia, apressando-se assim a acrescentar "as estrelas também". Embora os detalhes da fonte de luz nos três primeiros dias não sejam fornecidos, não estaria além da capacidade de um Deus, que pode criar um universo de estrelas, proporcionar luz entre o primeiro e terceiro dia. Se fosse uma fonte localizada e se a Terra já estivesse girando, haveria a tarde e a manhã do modo convencional. Também tem-se sugerido que o próprio Deus poderia ser a fonte de luz, uma vez que Ele é descrito em outra parte da Bíblia como uma luz fulgurante (Salmo 104:2; Ezequiel 1:27 e 28; Daniel 7:9 e 10; I Timóteo 6:16), e como a fonte de luz da Nova Jerusalém, onde não há necessidade do Sol (Apocalipse21:23; 22:5).

Uma das perguntas freqüentemente levantadas a respeito da semana da criação diz respeito à extensão de tempo requerida para que a luz venha de estrelas distantes. Numa noite clara, mesmo sem um telescópio, podemos ver a nebulosa fracamente iluminada de Andrômeda, cuja luz leva cerca de 2 milhões de anos para viajar até nossos olhos. Se as estrelas foram criadas no quarto dia, uns poucos milhares de anos atrás, como já podemos ver a luz das estrelas, algumas das quais estão tão distantes que sua luz leva bilhões de anos para que nos alcance? Propor que as estrelas foram criadas bem antes da semana da criação é uma forma de resolver o problema. Outra sugestão é que Deus poderia ter criado as estrelas recentemente, completas com o seu padrão de luz radiante já alcançando a Terra, de modo que o homem pudesse vê-las e desfrutá-las desde o princípio.

A sugestão de Bryan, que é a interpretação popular de que os dias da criação foram períodos de tempo extensos, não está contida no texto bíblico em si. Para cada um dos seis dias da criação, o escritor declara sem titubear que houve uma tarde e uma manhã.

Assim, Marcus, não vejo nenhum problema quanto à questão da luz na criação.

Por acaso, li este livro do historiador Jefrey Burton Russel dias antes de receber esta mensagem. O ganhei de presente de um amigo que também é Adventista. Quem sabe você o conheça. Por sinal uma rapaz muito inteligente, e que não perde seu tempo com questões desse tipo. De fato é uma obra excelente, mas não creio que ele ajude muito nessa discussão, aliás é nele mesmo que percebi que o que tenho feito já era uma preocupação dos pais da Igreja e dos melhores teólogos, como citei acima, que nunca recomendaram tentar extrair inerrância científica da Bíblia. Além do que descobri que certos versículos como Isaías 40:22 que hoje são usados para afirmar que a Bíblia diz que a Terra é esferóide, antigamente eram usados para defender exatamente o contrário!

Que bom que você leu o livro. Gostaria de saber quem é este amigo seu adventista. Possivelmente não o conheça.

Por acaso, "perder tempo com questões desse tipo" significa aceitar calado certas afirmações, sem refutação? Você perdeu um bom tempo tentando defender em seus textos que a Bíblia prega uma Terra plana. Tenho a leve intuição de que o livro o fez ponderar melhor... Pra mim, a obra é esclarecedora.

Mais uma vez... Vá aos links:
Como ter certeza de que a Bíblia fala a verdade?
Fonte única de Sabedoria Superior

Li os textos. Neles não se faz nenhum estudo hermenêutico profundo, mas uma defesa geral sobre a questão de a Bíblia ser a Palavra de Deus e não ser inimiga nem da ciência nem da História. Os defensores da Bíblia querem apenas despertar nos cristãos a confiabilidade na Palavra. Os detratores das Escrituras costumeiramente fazem o mesmo, a exemplo seu, tentando desmerecer o crédito da Bíblia com afirmações generalizadas. Com certeza, os links acima não devem ser referências eruditas para quem deseja se aprofundar no assunto; contudo, não são de todo dispensáveis, pois podem nos remeter ao estudo mais acurado e imparcial. Debater sobre a Bíblia é um assunto por demais exaustivo e nunca completo. Tal estudo exige nossa mais profunda dedicação e esforço mental.

E veja se eles fazem algum estudo hermenêutico rigoroso. Se eles não fazem, e usam os versículos sem qualquer cuidado, por que eu teria que fazê-lo para refutá-los?

Os links acima, na minha opinião, só precisam se aprofundar mais na pesquisa, mas as informações gerais, pra mim, são perfeitamente válidas, excetuando-se a linguagem mais ou menos afetiva, o que não deve conter um estudo erudito.

WELL... Aqui já entramos no seu agridoce sonho Criacionista, e não creio ser oportuno discutir isso aqui. Há o DARWIN MAGAZINE que examina muito bem a maioria destas questões. Aliás fico com a impressão que você nem leu meus textos direito.

Mandei alguns e-mails para o site. Conheço bem a página: uma apologia à evolução, bem parecido em sua argumentação com o site da STR, quase uma cópia. Tenho impressos todos os artigos de Darwin Magazine numa apostila que criei bem como os seus textos, Marcus, e os de outros sites céticos. Elaborei uma apostila intitulada Contestações e Críticas Selecionadas dos Oponentes do Criacionismo. à medida que surge novo material, eu o adiciono. A impressão que você tem de que não li seus textos direitos deve derivar da minha discordância em relação a eles. Somente.

Bem. Mas para não deixar barato, vamos fazer uma simplificação direto ao ponto, uma síntese de tudo, e sinceramente, te desafio a discordar.

Resumindo tudo: EVOLUCIONISMO está para EVOLUÇÃO, assim como CRIACIONISMO está para CRIAÇÃO. Certo?

Certo.

EVOLUÇÃO é TRANSFORMAÇÃO, MUDANÇA. LENTA. GRADUAL. Ok?

Podemos compreender assim.

CRIAÇÃO é... um SURGIMENTO REPENTINO, do NADA, ou uma Transformação RADICAL, como um Ser Humano surgir do Barro. Tudo bem?

No sentido criacionista das origens, tudo bem.

Agora, sem rodeios por favor. Sem evasivas. O que existe na Natureza? O que podemos observar no dia a dia?

Observamos Transformações em tudo, vamos mudança em toda parte, vemos evolução no crescimento de nossos cabelos, na leitura de um livro, na construção de uma casa.

Onde vemos Criação?! Onde se vê coisas surgindo do nada?!

CIÊNCIA trabalha com fatos observáveis na natureza. Com coisas que podemos examinar e medir. Portanto...

Como pode haver uma Ciência sobre "Criação"? Algo que não ocorre na natureza, mesmo que, quem sabe, tenha um dia ocorrido?

é claro que já sei qual será sua resposta, irá me dizer que também não se observa Evolução, ou pelo menos a tal Macro-Evolução, na Natureza. Mas mesmo que isso fosse verdade, em que se baseiam as teorias evolucionistas? Em dados observáveis, não?

A Teoria da Criação nunca advogou que os seres e as coisas são imutáveis. Sua comparação é falha. O próprio cristianismo ensina a "evolução" da vida cristã (ver Provérbios 4:18; II Pedro 1:5 a 8) Que se entende realmente por "evolução"? Se se quer expressar com esta palavra a idéia de uma variação, de uma mudança do mundo, das idéias e dos seres, então certamente a evolução é um fato. Se se quer dar àave; palavra um significado mais concreto e aplicá-la ao campo dos seres vivos exclusivamente, também neste caso a evolução é um fato: os seres vivos não são blocos graníticos, as espécies não são imutáveis. Mas este não é o sentido que se dá normalmente à palavra "evolução". O sentido é de transformismo. Pensa-se que a vida, surgida na Terra por acaso há centenas de milhões de anos, se manifestou inicialmente através de uma forma rudimentar. De acordo com a fórmula poética de Teilhard de Chardin, "a Terra ,então, fervilhava de vida".

A palavra evolução provém do latim, e significa desenvolvimento, desenrolamento ou desdobramento. Vale dizer, supõe-se que não se cria nada de novo, mas que se faz aparecer o que já estava presente, embora oculto.

O termo evolução apresenta muitos significados. Alguns o equiparam com as pequenas mudanças em tamanho ou cor etc., que freqüentemente se observam nas coisas vivas. Contudo, tanto criacionistas quanto evolucionistas reconhecem isso como variabilidade biológica normal. O sentido mais geral do termo evolução refere-se ao progresso das formas simples de vida em direção às mais complexas. O conceito é geralmente ampliado para incluir a origem da vida e o desenvolvimento do Universo. é uma abordagem mecanicista para as questões das origens.

Tudo ao nosso redor muda e se transforma: as paisagens, as pessoas. Já nos dizia o filósofo grego Heráclito: "Tudo flui (panta rei), nada persiste, nem permanece o mesmo". Ele compara as coisas com a corrente de um rio - que não se pode entrar duas vezes na mesma corrente. O garoto cresce, se faz adulto, se reproduz e morre. A face da Terra se vê em permanente e contínua transformação: evoluciona. Nada há de errado. Deus fez o mundo para o progresso. A questão não é se as coisas mudam, mas se as origens da realidade devem-se a um começo transformista ou criacionista. "Assim, os céus e a Terra e todo o seu exército foram acabados". (Gênesis 2:1); "O Filho é o resplendor da Sua glória e a expressa imagem da Sua pessoa, sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder". (Hebreus 1:3). No que diz respeito à Terra, declaram as Escrituras ter-se completado a obra da criação. As suas obras estavam "acabadas desde a fundação do mundo." (Hebreus 4:3). O poder de Deus, porém, ainda se exerce na manutenção das coisas de Sua criação.. Não é porque o mecanismo uma vez posto em movimento continue a agir por sua própria energia inerente que o pulso bate, e uma respiração se segue a outra. Cada respiração, cada pulsar do coração, é uma evidência do cuidado dAquele em quem vivemos, nos movemos e temos existência (Atos 17:25 e 28). Desde o menor inseto até ao homem, toda criatura vivente depende diariamente de Sua providência. (Salmo 104:27 a 30).

As teorias evolucionistas pegam os dados observáveis e os encaixam dentro de sua moldura filosófica das origens. Apenas isso. Não vejo as transformações no mundo uma prova contra a idéia da Criação.

Alguns evolucionistas estão reconhecendo que, no fundo, o que podem afirmar é que os organismos mudam pela influência do meio, sem atrever-se a determinar a extensão e a profundidade de tais mudanças. E isto parece ser a única coisa que sensatamente se pode garantir. Porque "quando um nome pode significar tudo, na verdade já não significa nada. ... Quando um mesmo termo designa tudo, incluindo o seu oposto, nenhuma discussão científica séria é possível".

Analogia é semelhança: ela nos pode levar a uma conclusão pela indução, mas indução parcial e imperfeita., "na qual o espírito passa de um ou de alguns fatos singulares (ou de uma enunciação universal) não a uma conclusão universal, mas a uma outra enunciação singular ou particular, que ele infere em virtude de uma semelhança". O raciocínio por analogia é uma indução parcial e imperfeita que se baseia em semelhanças. Neste caso que você citou, numa falsa semelhança. Portanto, um sofisma, uma observação inexata. Utilizar as mudanças nas circunstâncias da vida não é bom exemplo científico para se querer respaldar a evolução biológica.

Você concorda que existem mutações? Que existe o DNA e que ele pode ser alterado? Que existem processos de Seleção Natural? Que as espécies se distribuem de forma distinta através do globo? Que os animais da América do Sul são diferentes dos da Austrália? E etc.

Concordo, mas discordo que as mutações e a Seleção Natural sejam suficientemente sustentáteis para se provar a evolução. Os biólogos evolucionistas ainda empregam o conceito de mutação, embora progressos explosivos na genética moderna ameacem a utilidade de tal termo geral.

MUTAÇÕES

Os organismos vivos revelam impressionante habilidade de adaptação mediante mudanças genéticas. As moscas se tornam resistentes a inseticidas como o DDT, e nosso freqüente uso de antibióticos tem criado "supergermes" resistentes à maioria das drogas. A impressionante persistência dos organismos vivos sob várias condições adversas nos oferece indícios de que devem existir sistemas para, no mínimo, uma adaptação limitada. Por outro lado, milhares de experiências de laboratório com bactérias, plantas e animais dão testemunho do fato de que há limites para as mudanças que podem ser toleradas por uma espécie. Parece haver uma íntima coesão de sistemas interativos que aceitarão somente alteração limitada que não cause desastre. Após décadas ou séculos de experiências, as moscas-das-frutas retêm seu plano orgânico básico, e as ovelhas produtoras de lã continuam sendo basicamente ovelhas. Os tipos aberrantes tendem a ser inferiores, geralmente não sobrevivem na natureza, e, se tiverem oportunidade, a reprodução volta a ser conforme os tipos originais. Este fenômeno é às vezes chamado de inércia genética (homeostase genética).

Os cientistas têm questionado, por longo tempo, a utilidade das mutações como mecanismo evolutivo. As mutações favoráveis são bastante raras e a maioria das mutações são recessivas; ou seja, não se manifestarão, a menos que estejam presentes em ambos os pais. Além disso, embora as mutações que produzem mudanças menores possam sobreviver, as que causam modificação significativa são especialmente prejudiciais e com pouca probalilidade de resistirem. Douglas Erwin e James Valentine, dois evolucionistas da Universidade da Califórnia, campus de Santa Bárbara, comentam: "Mutações viáveis com grandes efeitos morfológicos ou fisiológicos são extremamente raras e geralmente estéreis; a chance de que dois indivíduos idênticos com mutações raras apareçam em suficiente quantidade para produzir descendência parece muito pequena para ser considerada como um evento evolutivo significativo." ("'Hopeful monsters', transposons, and Metazoan radiation". Proceedings of the National Academy of Sciences 81:5.482 e 5.483). Esses autores sugerem que alterações no processo de desenvolvimento dos organismos são meios de produzir mudanças evolutivas relevantes, mas as demonstrações experimentais disso são apenas sugestivas.

Muitas mutações não prejudiciais seriam requeridas para produzir as características de uma única estrutura útil. O problema é como fazer com que esses eventos extremamente raros ocorram simultaneamente num organismo a fim de produzir uma estrutura funcional que possa ter algum valor de sobrevivência. O evolucionista E. J. Ambrose esboçou o problema: "A freqüência com que uma simples mutação não prejudicial ocorra é de cerca de 1 em 1.000. A probabilidade de duas mutações favoráveis ocorram é de 1 em 10 (elevado à terceira potência) X 10 (elevado à terceira potência), 1 em um milhão. Estudos da Drosophila (mosca-das-frutas) têm revelado que vastos números de genes estão envolvidos na formação de elementos estruturais separados. Pode haver 30-40 genes envolvidos na simples estrutura de uma asa. é muito improvável que menos do que cinco genes possam estar envolvidos mesmo na formação da nova estrutura mais simples, anteriormente desconhecida no organismo. A probabilidade agora se torna uma em um trilhão. Já sabemos que as mutações em células vivas aparecem de um vez em dez milhões a uma vez em cem bilhões. é evidente que a probalilidade de cinco mutações favoráveis ocorrerem dentro de um único ciclo vital de um organismo é efetivamente igual a zero". - The Nature and Origin of the Biological World. Chichester: Ellis Horwood, Ltda.; Nova York e Toronto: Halsted Press, John Wiley & Sons, pág. 120.

O notável zoólogo francês Pierre P. Grassé, que sugere outro mecanismo evolutivo, expressa algumas das mesmas preocupações e declara: "Não importa quão numerosas possam ser, as mutações não produzem qualquer tipo de evolução". - Evolution of Living Organisms: Evidence for a New Theory of Transformation. Carlson BM, Castro R, tradutores. Nova York, San Francisco e Londres: Academic Press, pág. 88. Tradução de : L'évolution du Vivant.

Os criacionistas freqüentemente são acusados pelos evolucionistas de acreditar que as espécies não mudam, o que é uma convicção persistente e errada. os criacionistas reconhecem que existe ampla evidência para pequenas variações na natureza, como abundantemente demonstrado no cruzamento de cães, nas observações de campo de muitos organismos, e em experimentos laboratoriais. O Criador pode ter planejado que as espécies produzissem uma variedade de cores, etc., e de adaptações limitadas. Os criacionistas não crêem que a ciência apresentou qualquer evidência significativa que indique que a natureza mude muito além desse nível. Por outro lado, os evolucionistas propõem que o processo de pequenas variações produziu todos os organismos da Terra, que variam de uma orquídea a um leão-marinho.

Uma pergunta freqüente é: "Em que categoria da classificação biológia (espécies, gêneros, famílias) tais mudanças limitadas não mais podem ser demonstradas?" Num contexto criacionista, pode-se dizer que, em geral, o nível de gênero ou família provavelmente represente um tipo original criado. G. A. Kerkut, da Universidade de Southhampton, na Inglaterra, propôs os termos "teoria especial da evolução" e "teoria geral da evolução" para lidar, num contexto evolutivo, com a questão de avaliar quanta mudança tem havido. Ele nos diz que "não está claro se as mudanças que produzem especiação são da mesma natureza das que produzem o desenvolvimento de novos filos. A resposta será encontrada por meio de trabalhos experimentais futuros e não por afirmações dogmáticas de que a Teoria Geral da evolução deve estar correta porque não há nada mais que ocupe o seu lugar satisfatoriamente". - Implications of Evolution. Oxford e Londres: Pergamon Press, pág. 157.

Para resumir, pesquisas recentes têm revelado literalmente dezenas de milhares de mutações diferentes afetando o genoma humano, com uma probabilidade de muitas outras ainda serem caracterizadas. Essas têm sido associadas a milhares de doenças que afetam todos os órgãos e tecidos do corpo. As descrições médicas de muitas formas de doenças hereditárias têm um tema em comum: 80 a 90% dos casos têm afetado indivíduos na árvore genealógica, porém os demais casos são esporádicos - o resultado de um número sempre crescente de novas mutações. Em toda essa pesquisa, nem ao menos uma única mutação que aumentasse a eficiência de uma proteína humana codificada geneticamente foi encontrada.

Em vez de "relojoeiro cego", as mutações comportam-se como um "atirador cego", um destruidor que dispara aleatoriamente suas "balas" mortais em direção aos tão bem projetados modelos de mecanismos moleculares viventes. Algumas vezes eles matam. Assim, o "relojoeiro cego" é uma ilusão. Pior que isso, ele é intelectualmente e moralmente equivalente a um ídolo - uma invenção da imaginação, a quem falsamente se atribuíram poderes super-humanos.

Os criacionistas concordariam com a teoria especial da evolução, mas não com a geral. As diminutas mudanças propostas por Darwin ou as maiores advogadas por Vries parecem inadequadas para produzir as grandes mudanças necessárias para a teoria geral da evolução. A evolução defronta seu desafio mais sério em níveis dos grupos maiores (ordens, classes, divisões, filos e reinos).

DNA

Ao estudar o DNA, os biólogos moleculares estão descobrindo uma vasta gama de funções especializadas que copiam, cortam, dividem, corrigem, translocam e invertem o DNA. A velha idéia de um padrão simples de DNA ditando o desenvolvimento e função dos organismos está sendo substituída por um conceito "fluido" de DNA com capacidade de programação. J. A. Shapiro, da Universidade de Chicago, reflete as idéias mais recentes quando declara: "Precisamos pensar nos genomas (DNA) como sistemas processadores de informação". - Genomes as smart systems. Genetica 84:3-4. E ainda ressalta "que muitas (talvez a grande maioria) das alterações no DNA não se devem a eventos químicos ou a erros de duplicação casuais. Antes, resultam da ação de sistemas bioquímicos altamente sofisticados que podem ser tidos como funções de reprogramação do genoma (DNA)". Em biologia molecular abusca pela verdade apenas começou.

SELEÇÃO NATURAL

Darwin acreditava que variações ocorrem nos organismos vivos, e que uma superprodução de descendentes resulta em escassez e competição. Somente os mais aptos das novas variedades sobreviverão, e, por sua vez, produzirão descendentes semelhantemente mais aptos. Desse modo, os mais aptos, que são considerados mais avançados, sobrevivem ao processo chamado de seleção natural. Darwin usou esse mecanismo para explicar o desenvolvimento evolutivo, a despeito da tendência oposta na natureza.

O historiador de biologia Charles Singer declara que "os argumentos de Darwin são freqüentemente falaciosos". Entre os mais sérios pontos de crítica está a falta de valor de sobrevivência de pequenas mudanças que não são úteis, a menos que possam funcionar num todo complexo que ainda não evoluiu. Por exemplo, ao evoluir um novo músculo num peixe, que utilidade teria esse músculo até que tivesse um nervo conector para que pudesse contrair-se? E qual seria a utilidade desse nervo até que o cérebro tivesse evoluído um sistema para controlar apropriadamente a atividade desse músculo? Além disso, os animais com partes sem utilidade potencial poderiam realmente estar em desvantagem. Tais estágios incompletos ou desajeitados provavelmente não seriam capazes de sobreviver e seriam eliminados pela competição postulada pelo modelo. A seleção natural pode servir na natureza para eliminar tipos aberrantes, mas não para produzir novas estruturas complexas que não teriam valor de sobrevivência até que todas as partes necessárias tivessem evoluído, para formar um sistema funcional.

A doutora Márcia Oliveira de Paula comenta: "Segundo a teoria da evolução, a mudança começa com o material genético fornecido por mutações casuais e recombinação. A seleção natural é o processo chave que age sobre a casualidade da mutação e seleciona as características apropriadas para melhorar a adaptação dos organismos. A maioria das mutações é deletéria, mas a seleção natural é efetiva em eliminar as mutações mais destrutivas e preservar as benéficas. Consequentemente o efeito resultante é para cima, melhorando a adaptação ao ambiente, e consequentemente levando à produção de novos genes, novas adaptações e mesmo novos sistemas de órgãos.

"Um exemplo de seleção que ocorre em condições naturais é o do melanismo industrial. Um dos exemplos clássicos envolvendo mudanças causadas por seleção natural é o que se refere ao aumento de formas melânicas em populações de mariposas. Na mariposa Biston betularia, até a primeira metade do século XIX, a única forma conhecida era branco acinzentada, salpicada de pontos pretos. Exemplares escuros eram encontrados muito raramente. Em Manchester, Inglaterra, a primeira referência de um exemplar escuro data de 1848. Entretanto, em 1895, aproximadamente 98% dos exemplares coletados eram escuros. O que aconteceu para ocasionar essa mudança? Com a industrialização crescente de várias regiões inglesas, a fuligem produzida pelas fábricas enegreceu lentamente muros e troncos de árvores. Num ambiente sem fuligem, as mariposas claras confundem-se melhor com os troncos das árvores, que são cobertos por liquens. Ao contrário, as de cor escura são enxergadas pelos pássaros, predadas mais facilmente e têm menores chances de transmitirem seus genes a seus descendentes. Quando, porém, o ambiente fica enegrecido pela fuligem, a situação se inverte: as mariposas escuras se escondem melhor dos predadores, sobrevivem e se reproduzem com maior freqüência do que as claras. A cor escura, neste caso, acaba por predominar na população. Hoje já se sabe que a cor da mariposa é hereditária e depende de um par de genes, sendo a variedade escura condicionada por um gene dominante.

"As observações da seleção natural, ao invés de mostrarem que ela é capaz de produzir mudança genética ilimitada, revelam os seus limites potenciais para mudança. No caso das mariposas descrito anteriormente houve apenas uma alteração na freqüência do gene para cor.

"Outra observação da seleção natural mostra o seu potencial limitado para mudanças. Os famosos tentilhões de Darwin, localizados nas Ilhas Galápagos, são classificados em treze espécies colocadas em dois gêneros, e são sempre usados como exemplo de seleção natural e irradiação adaptativa. Estes tentilhões, em lugar de apresentar fortes argumentos a favor de um mecanismo para grandes mudanças, são uma ilustração de mudança limitada. Apesar de os tentilhões serem diferentes entre si com relação aos seu bicos e plumagens, eles são muito semelhantes internamente, e realmente não são muito diferentes um do outro. As várias espécies de tentilhões foram capazes de se estabelecer graças à sua habilidade de encontrar e preencher um nicho ecológico vazio.

"O criacionismo sugere que a mutação e seleção natural não são capazes de produzir um aumento na complexidade originando novos genes e órgãos. Elas só são capazes de mudar os animais dentro das restrições de seu potencial genético original. A seleção natural age também como um freio, para eliminar muitos dos indivíduos que foram enfraquecidos pelas mutações e assim diminuir as forças destrutivas que se originam da mutação.

"Essa interpretação da seleção natural feita pelo criacionismo não é realmente uma idéia nova ou radical, e não vai contra os dados disponíveis. Muitos cientistas não criacionistas se questionam se a seleção natural pode realmente fazer algumas das coisas que a teoria da evolução afirma que ela faz. Eles não sugerem que os animais foram criados, mas que o processo tradicional da mutação de ponto e seleção natural não é o processo que gera mudança evolutiva significativa. O criacionismo reconhece que a seleção natural é uma força significativa, mas sugere que ela não é capaz de gerar novas estruturas significativas, e que não há outro mecanismo evolutivo que possa fazer isso.

"Mesmo que a mutação ou a recombinação realmente pudessem produzir algo verdadeiramente novo, para que sobre isso a seleção natural agisse, essa novidade quase certamente seria rapidamente eliminada. Uma nova característica estrutural ou orgânica que conferisse uma vantagem verdadeira na luta pela existência - por exemplo, uma asa para um animal anteriormente terrestre, ou um olho para um animal até então sem olhos - seria inútil ou até mesmo prejudicial, enquanto não estivesse plenamente desenvolvido. Não haveria razão para que a seleção natural favorecesse uma asa incipiente ou um olho incipiente ou qualquer outra característica incipiente. Indivíduos com órgãos incipientes sem utilidade estariam em desvantagem, e poderiam ser eliminados pela seleção natural. Não obstante, de alguma forma, se o modelo evolucionista é válido, as asas "evoluíram" em quatro ocasiões diferentes ( em insetos, répteis voadores, aves e morcegos) e olhos "evoluíram" independentemente pelo menos três vezes. Salisbury comentou este fato notável como se segue: "A minha última dúvida refere-se à chamada evolução paralela... Até algo tão complexo como o olho apareceu várias vezes, por exemplo, nas lulas, nos invertebrados e nos artrópodes. Já é suficientemente difícil prestar esclarecimento acerca da origem de tais coisa uma vez, mas o pensamento de produzi-los várias vezes, de acordo com a teoria da evolução, faz com que a minha cabeça gire." Além disso, um órgão não precisa apenas estar completo: ele precisa trabalhar em harmonia com outros órgãos. Que vantagem haveria se um olho pudesse ver um inimigo se aproximando mas se não houvesse conexões nervosas para produzir uma resposta?"

O conceito de "sobrevivência do mais apto" em si mesmo tem sido também severamente criticado, em certas ocasiões possivelmente de modo injusto. O darwinismo propunha que os organismos sobrevivem mediante o processo evolutivo porque têm mudado gradualmente, tornando-se mais bem adaptados; e a maneira pela qual se determina que eles estão mais bem adaptados é que sobrevivem. Em certo sentido, tem-se por certo que o sistema funciona. A sobrevivência do mais apto não demonstra a evolução, como às vezes se dá a entender. Ela não pode facilmente ser testada. Isso, entretanto, não é o mesmo que dizer que seja falsa. Obviamente, o mais apto sobreviveria caso evoluísse ou fosse criado. A despeito dessas falhas, a idéia básica de Darwin recebe um grande apoio de muitos evolucionistas.

BIOGEOGRAFIA

Como os animais puderam encontrar seu caminho a partir da arca até a América do Sul ou a Austrália?

Não sabemos, mas parece provável que os animais foram dirigidos de forma sobrenatural para ir para a arca, e de novo para se dispersar a partir da arca. Isto pode ter sido obtido pela implantação de um impulso instintivo para migrar. Alguns podem objetar sobre a invocação de atividade sobrenatural, mas esta é inerente em toda a história do dilúvio. Atividades sobrenaturais não implicam necessariamente em violação de leis naturais.

Com a premissa de que a reunião dos animais na arca envolvesse uma direção especial, alguns criacionistas acreditam que não é incoerente presumir o mesmo para o retorno deles ao seu território nativo, embora a Bíblia não faça menção de seu retorno. Sugere-se, às vezes, que instintos de localização como agora observados em pássaros, peixes e animais migratórios podem ter facilitado o retorno deles à sua região de origem. O problema do retorno não se aplica à maioria dos outros continentes do mundo onde a coerência entre tipos fósseis e viventes não é especialmente singular.

Dentre as questões apresentadas aos criacionistas, uma das mais frequentes tem que ver com o fato de que os marsupiais (animais providos de bolsa) se encontram quase que exclusivamente na Austrália. Quando se examina os marsupiais da Austrália, fica-se impressionado com as semelhanças estruturais entre eles e os mamíferos placentários que ocupam habitats similares em outras partes do mundo. A Austrália tem marsupiais carnívoros, toupeiras marsupiais e outras formas que ocupam nichos ecológicos semelhantes aos de seus equivalentes placentários.

O criacionista precisa perguntar: Se todos esses marsupiais saíram da arca e emigraram para a Austrália, como as pequenas formas semelhantes aos camundongos conseguiram chegar à Austrália antes dos grandes placentários que agora habitam em regiões contíguas, na Península Malaia - como, por exemplo, veados, elefantes, gatos grandes e diversos primatas? presentemente, não há nenhuma explicação criacionista convincente para a atual distribuição dos marsupiais. Olhando apenas para este problema, talvez tivéssemos de admitir que o sistema evolucionista é mais bem sucedido. Por outro lado, o registro fóssil dos marsupiais não confirma a origem evolucionista. Se considerarmos o quadro total, o conceito criacionista ainda leva vantagem.

Mesmo que você não creia na Evolução, não há como não admitir que ela se baseia em dados da natureza. Dados que podem ser medidos e examinados.

A Evolução pressupõe que os dados da natureza favoreçam pontos de vista transformistas. "Inferências erroneamente tiradas de fatos observados na Natureza têm ... dado lugar a supostas divergências entre a ciência e a revelação. ... Tem-se pensado que a geologia contradiga a interpretação literal do relatório mosaico da criação. Pretende-se que milhões de anos fossem necessários para que a Terra evolvesse do caos. ... Tal conclusão é absolutamente infundada. O relato bíblico está em harmonia consigo mesmo e com o ensino da Natureza". - Educação, páginas 128 e 129.

Agora... Onde estão as evidências da Criação? Onde algo surge do nada? Ou um ser complexo surge do barro? Ou a fêmea de um Mamífero divide-se do macho? Onde se vê a criação do Céu e da Terra?

"Assim, os céus e a Terra e todo o seu exército foram acabados." (Gênesis 2:1). O próprio fato de o homem não poder gerar a vida, corrobora a idéia de que só Deus pode criar do nada. A queda da Teoria da Abiogênese é um fato clássico quanto a isso. Como lhe afirmei no e-mail anterior, o ato da criação em si, como um evento miraculoso, é muito difícil de ser avaliado cientificamente, embora as conseqüências da criação como observadas nas complexidades da natureza não o sejam. O dilúvio do Gênesis é bem mais analisável nas camadas geológicas, mas neste ponto ainda estamos tratando com a ciência histórica. Significa isso que a criação é um conceito irracional? Não. Os dados concretos da biologia molecular e os aspectos das rochas que indicam rápida deposição substanciam a racionalidade da criação. Não obstante, algo do significado da evidência da criação não repousa sobre a observação direta, mas na falha de alternativas como a da evolução em prover um mecanismo plausível. Podemos não nos contentar tanto com a evidência indireta como seria o caso com a observação direta, mas às vezes isso é tudo quanto temos, e devemos fazer o melhor com todas as informações disponíveis.

Você já ouviu falar do eco do Big-Bang? Que é o que forneceu a data de cerca de 15 bilhões de anos para o Universo. Onde está o eco do Faça-se a luz?

Já. O modelo do Big Bang parece estar de acordo com o dogma judaico-cristão de um começo do universo, mas tende a ir de encontro a outras religiões que acreditavam que o universo era eterno. O Big Ban não passa, no entanto, de uma hipótese, a mais aceita no meio científico, para explicar a origem do universo. Mart de Groot, astrônomo, doutor em Ciências Naturais pela Universidade de Utrecht e associado de pesquisas no Observatório de Armagh no Norte da Irlanda, comenta a respeito do Big Bang:

"Embora outras teorias sobre a história inicial do universo tenham surgido através dos anos, o mundo científico em geral aceitou a teoria do Big Bang depois da descoberta de evidência importante em 1965. Em suas fases iniciais, supõe-se que o Big Bang tenha consistido de um gás muito quente e muito denso de partículas elementares no início, e de hidrogênio e hélio mais tarde. Neste gás, a luz emitida por uma partícula não podia ir longe antes de esbarrar com outra partícula, quando sua direção e frequência seriam alteradas. Assim, se tivesse sido possível ver o universo primitivo de fora, poder-se-iam ver somente as camadas exteriores; o universo não era transparente.

"Como resultado da expansão contínua do universo, por fim sua densidade teria diminuído o bastante para permitir que a radiação emitida por uma partícula pudesse atravessar quase todo 0 universo sem encontrar outra partícula. Naquele momento o universo se tornou transparente. O universo teria então uns 300 mil anos. Esta é uma idade bastante reduzida; 300 mil anos de um total de cerca de 15 bilhões é equivalente a duas horas na vida de uma pessoa de 50 anos. Já na década de 1940, Gamow, Alpher e outros tinham previsto essa situação e tinham calculado que a radiação emitida naquela época poderia atingir-nos hoje sem modificação e, assim, informar-nos sobre a condição do universo de então.

"Em 1965, dois engenheiros trabalhando para a companhia de telefones Bell fizeram uma descoberta inesperada. Acharam um barulho estranho que atingia sua antena de rádio e, depois de analisá-lo, concluíram que vinha de uma fonte de radiação que era uniforme por todo o céu e tinha uma temperatura de apenas 3 Kelvin. Foi logo reconhecido que essa era a radiação emitida no momento em que o universo se tornou transparente. Esta descoberta deu um apoio muito forte à teoria do Big Bang e convenceu muitos cosmologistas de sua validade.

"Esta radiação de 3 K, ou radiação cósmica em microonda (CMB), parecia ter a mesma intensidade em todas as direções. Significava que ela se originava em lugares com a mesma temperatura e densidade. Isso era um problema. Num meio tão uniforme, como podiam ser formadas as estruturas presentes no universo - estrelas, galáxias, superaglomerados de galáxias? Esta estrutura representa a ausência de homogeneidade que devia existir em uma data primitiva porque, sendo um meio completamente homogêneo, é impossível introduzir nele elementos heterogêneos sem se referir a uma influência exterior.

"Visto que estas primeiras conclusões foram todas tiradas com base em observações feitas da Terra, com todas as incertezas introduzidas pela passagem de radiação através da atmosfera da Terra, planos foram feitos para que um satélite pudesse fazer observações do espaço e obter maior precisão. Assim, o satélite explorador do fundo cósmico (COBE) foi lançado em 1990. Em 1992 seus resultados tinham sido analisados e pequenas diferenças de temperatura foram descobertas quando olhando em direções diferentes. Estas pequenas flutuações de temperatura e densidade pareciam suficientes para explicar a formação de galáxias e outras estruturas. Como resultado, em suas linhas gerais, a teoria do Big Bang foi aceita pela maioria dos cosmologistas e, com o auxílio da mídia, por muita gente mais. é duvidoso que o modelo do Big Bang tivesse sido recebido com tanto interesse se tivesse sido apenas um modelo para a origem do universo físico, inanimado.

"Tentando explicar a origem da matéria que se encontra em seres vivos, a teoria do Big Bang ficou envolvida com a teoria da evolução biológica naturalista. Assim, durante os três primeiros minutos, quando o universo era muito quente e denso, crê-se que somente os mais simples elementos químicos - sobretudo hidrogênio e hélio - foram formados. Quando isso foi realizado, a temperatura tinha diminuído tanto que a formação de núcleos de elementos químicos - nucleossíntese - não mais era possível. Portanto, a questão sobre a origem dos elementos químicos importantes para a vida - como oxigênio, nitrogênio, carbono, cálcio e muitos outros - que também são achados m Terra, torna-se uma das mais interessan tes na cosmologia moderna.

"Depois dos primeiros 300 mil anos: - de acordo com a teoria do Big Bang - quando o universo se tornou transparente, forças gravitacionais ainda fizeram sentir sua influência. Sob esta influência, pequenas heterogeneidade começaram a crescer, atraindo a matéria próxima. Finalmente isso levou à formação de grandes nuvens compostas principalmente de hidrogênio e hélio Essas se contraíram ainda mais, e como resultado a temperatura em seus núcleos subiu. Quando a temperatura central nesses objetos atingiu 10 milhões K, iniciaram-se processos nucleares. O hidrogênio começou a ser transformado em hélio com a produção de muita energia que se tornou visível como radiação, e estrelas "nasceram". Assim, as estrelas brilham por causa das reações nucleares no seu centro. Embora as estrelas sejam enormes, a quantidade de combustível nuclear - hidrogênio que elas contêm não é ilimitada. Depois de consumida grande parte do hidrogênio, o núcleo da estrela entra em colapso, e a temperatura aumenta para cerca de 25 milhões K. A essa temperatura, o hélio que até aqui tinha estado inerte, passa a ser usado como combustível para a etapa seguinte de nucleossíntese, que converte hélio em carbono.

"Este processo se repete várias vezes, cada ciclo levando menos tempo que o precedente, até que elementos químicos, incluindo o ferro, sejam formados. O que acontece a seguir depende agora da massa da estrela. Se uma estrela tem massa suficiente, explode como uma supernova, produzindo muitos elementos mais pesados que o ferro em bem pouco tempo. Na explosão, a quantidade maior da matéria da estrela volta para o espaço, onde pode formar grandes nuvens das quais uma outra geração de estrelas pode ser formada. Por fim, e muito provavelmente em mais de um lugar, formam-se planetas compostos de massa sólida, incluindo mesmo a Terra. Neste ponto, imagina-se que os processos da evolução naturalística assumam o controle para gerar a vida e desenvolvê-la em seres vivos inteligentes. Quanto ao Big Bang, paramos aqui.

"Há muito no modelo do Big Bang com o qual os cristãos podem concordar. O universo primitivo era dominado por radiação e luz, lembrando-nos do que ocorreu no primeiro dia da semana da criação. Adão foi formado de material existente na terra, isto é, do pó da terra. O sol, a lua e as estrelas foram feitos quando muitas outras coisas já existiam: o quarto dia vem depois do "princípio". Infelizmente para o Big Bang, há também muitas discrepâncias com Gênesis 1: Os primeiros 300 mil anos, quando o universo se encheu de luz, realmente não podem ser comparados com o primeiro dia de Gênesis; a vida não é criada, mas surge a partir da matéria inanimada; muito mais do que seis dias são necessários para se completar o processo, etc.

"Problemas científicos. Primeiro, a causa do deslocamento para o vermelho não é necessariamente o afastamento das galáxias. Há outros fenômenos que podem causar um deslocamento para o vermelho. Entre estes, o assim-chamado "deslocamento gravitacional para o vermelho" implica em massas incrivelmente grandes para as galáxias mais distantes; e o assim-chamado "efeito Doppler transversal" exigiria uma revolução muito rápida ao redor de um centro.

"Segundo, na teoria do Big Bang, as partículas elementares como elétrons, prótons, neutrinos, nêutrons e outras, foram produzidas nos primeiros momentos do universo. De acordo com a melhor informação, bem apoiada por experiências de laboratório, tais partículas elementares são formadas em pares: com cada partícula aparece uma antipartícula, feita de antimatéria: pósitrons com elétrons, antiprótons com prótons, etc. Quando uma partícula encontra sua antipartícula, as duas desaparecem num fulgor de energia. No universo muito denso, justamente depois que partículas e antipartículas foram formadas, teria sido inevitável que toda partícula tivesse encontrado sua antipartícula. Como resultado, o universo estaria cheio de radiação e destituído de matéria, exceto partículas como os nêutrons, que não têm antipartículas. Todavia, há muita matéria normal no universo. Ou devia haver alguma assimetria na produção de partículas elementares - com mais partículas normais do que "antis", ou então cerca da metade do universo devia consistir de antimatéria, cuidadosamente isolada da matéria normal. Mas não há indicação disso.

"Problemas filosóficos. Primeiro, embora a condição do universo durante os primeiros 300 mil anos de sua existência não esteja aberta para observação direta, podemos notar sua condição naquela época a partir do CMB e, assumindo que a expansão ocorreu também antes daquele tempo, extrapolar em direção a épocas anteriores. Regredindo no tempo deste modo, encontramos um universo cada vez mais denso e quente, onde temos de aplicar princípios de física cada vez menos compreendidos a fim de esclarecer o que estaria acontecendo. Inevitavelmente, chegamos a um ponto no tempo antes do qual o universo era tão denso e quente que mesmo nosso conhecimento mais avançado de física teórica não mais pode lidar com essas condições extremas. Chegamos a esse ponto quando estamos a apenas 10-43 segundos do ponto zero, o começo do tempo e do espaço.

"A condição incompreensível do universo durante esta primeira fração de segundo é chamada uma singularidade. Alguém poderia pensar que uma fração de segundo tão pequena pudesse ser olvidada e que teríamos condições de anunciar triunfalmente que chegamos ao começo do tempo. Mas o problema é que num intervalo de 10-43 segundos o universo já devia conter muita matéria e que, como resultado, não chegamos muito mais perto de compreender de onde veio tudo isso. Alguns dizem que esta matéria "primordial" é o resultado de uma fase prévia do universo, quando ele sofreu colapso depois de ter-se expandido inicialmente. Assim, pode-se inv.ocar um universo que atravessa ciclos repetidos de expansão e contração, com nosso universo simplesmente sendo a versão atual. Este assim-chamado "universo oscilante" não responde realmente à pergunta sobre sua origem. Dizer que sempre houve um universo ou o priva de todo propósito, ou o identifica com o eterno Deus da Bíblia. Nenhuma dessas alternativas é aceitável para o cristão. Outros, sendo mais honestos, lembram que é possível criar matéria a partir de energia. A questão óbvia permanece, naturalmente: de onde veio essa energia? Em minha opinião, um Deus todo-poderoso é a única resposta real.

"Segundo, o desenvolvimento da teoria do Big Bang durante os últimos 70 anos tem sido cheio de pressuposições, as quais - segundo as regras de raciocínio puramente científico - não deviam fazer parte do processo científico. Entre elas, as seguintes devem ser mencionadas: (1) A expansão do universo é baseada numa filosofia tendenciosa. Em sua interpretação do deslocamento para o vermelho, Hubble adotou a validade da Teoria Geral da Relatividade (não má escolha) e do Princípio Cosmológico - o universo parece o mesmo de qualquer ponto de observação. Embora pareça ser uma hipótese razoável - de fato a única que pode ser feita de modo útil - sua validade em qualquer escala conhecida não é, e talvez nunca seja, confirmada. (2) A teoria do Big Bang é baseada na pressuposição de que a ciência pode explicar tudo, que pode responder a todas as perguntas. Esta é uma pressuposição incapaz de ser provada, e aqueles que crêem em Deus sabem que não pode ser correta. A ciência não tem boas explicações sobre a origem do amor e do ódio, da alegria e tristeza, verdade, beleza, consciência e muitas outras características humanas. (3) Várias teorias alternativas têm sido rejeitadas, muitas vezes sem uma investigação adequada de suas propostas. Teorias assim-chamadas não-científicas, isto é, teorias que contêm elementos de filosofia ou religião, são rejeitadas sem a devida consideração. Assumindo esta atitude, a cosmologia condenou-se a si mesma porque ela também incorporou certas pressuposições filosóficas, não científicas. E, pior, a cosmologia fechou os olhos àquilo que bem poderia ser uma parte essencial da realidade e do universo".

Como você vê ainda há muita controvérsia a respeito da teoria. Sobre a hipótese do Big Bang temos apenas ecos, não o som original...

Sinceramente Frank, sem respotas superficiais ou evasivas. Poderia até ser que houvesse algo errado no Evolucionismo. Mas ele se baseia em dados empíricos! E o Criacionismo? Onde estão os dados empíricos da Criação?

Já expus meu ponto de vista quanto a esta afirmação sua.

Pode procurar. Mas vai ser difícil. Por um pequeno detalhe. Não existem pesquisas de campo Criacionistas! Pode me mostrar uma experiência criacionista?

O que você quer dizer com "não existem pesquisas de campo criacionistas"? Cuidado com esta declaração. Pode ser bem infundada. Procure conhecer personalidades criacionistas e seus trabalhos, como Ariel Roth, Elaine Kennedy, Arthur Chadwick, Nahor Sousa etc, antes de declarar coisas precipitadamente.

Acho que já está bom. Mas por fim, recomendo o link: Quem são os Cientistas da Criação?

Já o tinha lido, bem antes de sua recomendação; antes mesmo de dialogar com você. Veja de fato quem são alguns cientistas da criação, em suas respectivas especialidades. Consulte o tão criticado site www.icr.org/creationscientists.html, pelos evolucionistas, e note as credenciais de cada um deles. é apenas uma amostragem. Existem outros, de outras sociedades criacionistas, que levam a ciência a sério.

Pra início de conversa o Criacionismo não tem sido digno de uma preocupação especial como você sugere. Eu mesmo me impressiono quando vejo que conhecidos meus, biólogos, professores da Universidade, e vários cientistas que tenho tido ocasional contato, nem sequer estão a par da existência da tal "Ciência" da Criação. Sequer se vê o assunto na mídia! Ninguém de fora do Círculo religioso ou do grupo de pessoas que como eu se dedicam a questão, sequer sabe da existência dos Criacionistas e seus feitos.

Mesmo? O desconhecimento não seria por ignorância? Conheci um doutor na área de ciências que nem ao menos estava a par da existência do livro A Caixa Preta de Darwin. Sugeri-lhe a leitura, o que prontamente aceitou, tomando nota.

São apenas alguns, como eu, que se preocupam com isso, por considerarem o Criacionismo uma ameaça para a educação básica e para a liberdade de pensamento e religião. Como você mesmo pode ver na minha página, há pouquíssimos sites de ciência que se preocupam com essa questão apesar da enxurrada, contei mais de 40 na última vez, de sites Criacionistas só em Português.

Já vi muitas páginas, inclusive evolucionistas, que gastam um bom espaço para denegrir o criacionismo.

Gasto minhas energias nisso primeiro por considerar importante. Eu mesmo conheço exemplos de pessoas que realmente acreditaram nas mentiras dos criacionistas, e acabaram se tornando religiosas por causa disso. E depois porque, sinceramente, acredite ou não, eu acho isso muito divertido. Juro! Gosto mais de ficar em casa discutindo tais assuntos pela Web do que sair para farrear a noite. Aliás eu não saio para farrear. Não gosto muito de boates, não bebo, não fumo, nunca usei drogas. Minha diversão é muito mais intelectual. Frequento palestras, rodas de debates e adoro polêmicas sobre vários assuntos.

Se o Criacionismo não é preocupação da elite científica secularizada ou da mídia, o que você me diz do empenho de Richard Dawkins, eminente zoólogo de Oxford, em escrever dois livros tentando demonstrar a validade da evolução? "O Relojoeiro Cego" e "A Escalada do Monte Improvável" são uma defesa da teoria da evolução. Em uma edição, a revista Galileu (você deve ter tido conhecimento), ainda que de forma tendenciosa e superficial, preocupou-se em abordar a questão criacionista. Um criacionista jornalista, Michelson Borges e a doutora Márcia Oliveira de Paula foram convidados por Galileu para falar sobre criacionismo e evolução. Veja se a revista não tratou de temas que, de forma leve ou não, enfocaram o criacionismo. Pelo menos duas edições demonstraram preocupação.

Edição 121 Agosto 2001

Edição 115 Fevereiro 2001

Na Universidade Federal de Viçosa foi promovido um Ciclo de Palestras sobre Criacionismo. Com certeza, nos Estados Unidos e na Europa, o assunto evolução X criação é bem mais discutido do que no Brasil. é sem fundamento sua afirmação de que o criacionismo não é objeto de preocupação da ciência naturalista. O criacionismo não precisa utilizar armas políticas e religiosas para influenciar as pessoas. Acredito na singeleza da verdade, que ela mantém-se por si mesma, sem o uso de expedientes objetáveis.

Em relação ao seu estilo de vida, é o mesmo louvável; mas divirta-se um pouquinho também. Precisamos desenvolver harmoniosamente nossas faculdades físicas, mentais e espirituais. Da mesma forma que você, e por adotar um estilo de vida cristão, não fanático ou excêntrico, abstenho-me de certas práticas muito comuns no mundo. Prefiro assim, a fim de que meu corpo permaneça saudável e minha mente lúcida. Pratico atividades alternativas, mas altamente sociáveis. Não "curto" ascetismo ou misantropia.

Quanto a frase de Montaigne, estou pasmo! Não seria o contrário?! O Evolucionismo está TOTALMENTE estabelecido no meio Científico! Não existe Biologia não evolucuionista! A batalha está decidida, a tal Guerra Santa dos Fundamentalistas religiosos já foi vencida pela Ciência e pelo Evolucionismo! é o Criacionismo que por não pode mais vencer e portanto se limita a injuriar.

A batalha em favor da evolução já foi vencida? Se bem que a ciência acadêmica esteja estruturada sobre o modelo evolucionista, este não está tão bem fundamentado assim, conforme as bases da ciência. Se o modelo ainda vigora, deve-se a outros fatores, não científicos.

Sou eu que reconheço que o Criacionismo é um inimigo mais substancial do que o meio acadêmico e científico está disposto a reconhecer!

O meio acadêmico, além de você, tem seus receios quanto à influência criacionista.

Espero que minha resposta ao seu comentário inicial sirva de tréplica para isso. Ainda assim adoraria um análise pormenorizada dos textos.

Não serviu de tréplica. Você cita várias declarações de anticientificidade bíblica "dentro de um certo contexto": o seu próprio. Quanto à análise do seu texto, não é necessário fazer uma refutação pormenorizada para poder notar seus erros. Na Bíblia Deus não está preocupado em demostrar algo científico e verdadeiro, mas usa certas metáforas para demostrar o sentido daquilo que ele desejava que o mensageiro entendesse. São linguagens totalmente simbólicas que carregam dentro de si um outro significado fora do contexto científico. O que se nota é que você força e forja uma interpretação. Mas ainda assim, terei a boa disposição para analisar seus argumentos de forma detalhada. Espero que meu exíguo tempo me permita a tal.

Não teria sido Supressão Racional?

ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ!!!!! A fastidiosa apelação ou o velho argumento da irracionalidade. Conceitos de razão...

ATÉ QUE ENFIM!!! É ISSO!!!

E muitos céticos falam coisas piores. Se juntasse ambos, fanáticos religiosos e céticos pseudosábios, que monstruosidade dariam ao formato do mundo.

Como filósofo não posso negar o componente de fé e crença em toda a realidade a nossa volta. É o que abordo em meu texto sobre SOLIPSISMO

Bom você reconhecer que a fé tem sua validade.

Mas não é da forma como você quer interpretar. Se é necessária alguma medida de crença para aceitar a Evolução, para aceitar a Criação e negar todos os dados da Ciência e necessário Fé MUITISSíSSIMO MAIOR!!! é "FéDemais"!

Para você, que mantém uma posição radical e fechada, acreditar na Criação é absurdo. A Criação não nega os dados da Ciência, e sim a arrogância "científica" dos pressupostos evolucionistas. Alguns pensadores refletem contrariamente ao seu ponto de vista. O filósofo Huston Smith, referindo-se à evolução, expressa sua preocupação: "Nossa avaliação pessoal é que em nenhuma outra teoria científica a mente moderna deposita tanta confiança sobre uma evidência proporcional tão pequena; essa evidência é muito escassa em relação ao montante que seria necessário para estabelecer a teoria se não houvesse vontade de crer". - Forgotten Truth: The Primordial Tradition, pág. 132. E o físico Wolfgang Smith também expressa preocupação com a qualidade dos dados científicos que respaldam a evolução: "O ponto básico, contudo, é que a doutrina da evolução dominou o mundo, não sobre a força de seus méritos científicos, mas precisamente em sua capacidade como mito gnóstico. Ela afirma, com efeito, que os seres vivos criaram-se a si mesmos, o que é em essência uma alegação metafísica. Isso, por si só, implica que a teoria é cientificamente inverificável (um fato, por sinal, que tem sido suficientemente assinalado pelos filósofos da ciência). Portanto, em última análise, o evolucionismo é na verdade uma doutrina metafísica com roupagem científica". - Teilhardism and the New Religion: A Thorough Analysis of the Teachings of Pierre Teilhard de Chardin, pág. 242. Valem ainda as reflexões de Lewis Thomas, que foi chanceler do centro de Câncer Sloan-Kettering Memorial, em Nova York: "Não posso encontrar paz com a casualidade da doutrina; não posso abrigar a noção de falta de propósito e acaso cego na natureza. Contudo, não sei o que colocar em seu lugar para aquietar minha mente. é absurdo dizer que um lugar como este é absurdo, quando apresenta, diante de nossos olhos, tantos bilhões de diferentes formas de vida, cada uma absolutamente perfeita a seu próprio modo, todas unidas para formar, o que certamente pareceria a um observador de fora, um imenso organismo esférico. Falamos - alguns dentre nós, seja como for - sobre o absurdo da condição humana, mas o fazemos porque não sabemos como nos enquadramos, ou a que viemos. As histórias que costumávamos formular para nos explicar a nós mesmos não mais fazem sentido, e não temos novas histórias para o momento". - On the uncertainty of science (Nota 25).

O doutor John N. Moore, professor de ciencias naturais da Universidade Estatal de Michigan, assim se expressou:

La única evidencia de cambio que puede ser considerada apropiadamente como el resultado de la aplicación del método científico es la evidencia de la variación genética dentro de los límites de los tipos o formas de las plantas. El tipo perro, el tipo caballo, y el tipo humano existen; el tipo liquen, el tipo helecho, y el tipo de planta fanerógama existen. No hay evidencia de ningún tipo, empírica, repetible, reproducible, predecible, de experimentos de reproducción, de que existan conexiones entre estos tipos, ni existe tampoco evidencia alguna en la principal fuente histórica, el registro fósil, de ninguna conexión real en secuencia de estos tipos. - Evolution: Requirement or Optional in a Science Course?Journal of the American Scientific Affiliation, Sept., 1970, pág. 87.

O doutor Bermudo Meléndez, anterior catedrático de paleontologia da Universidade de Madri, admite a respeito da natureza do registro fóssil:

"La amplitud de la evolución realmente comprobada por los datos paleontológicos es bastante restringida, y lo mismo puede decirse de las experiencias de genética en el laboratorio. ésta es la que se suele llamar microevolución, que abarca, desde luego, la evolución intraespecífica y la que, traspasando los límites específicos, queda limitada a los géneros y, en algunos casos, a las familias". - Paleontología, tomo I (Madrid: Paraninfo, 1977), pág. 155.

"El principal motivo de incertidumbre está en que ya desde los restos fósiles más antiguos conocidos, están perfectamente individualizados todos los <<tipos>> de organización de los Invertebrados, que aparecen aislados entre sí, sin formas intermedias conocidas; y en cierto grado, también las <<clases>> aparecen en las mismas condiciones. El <<tipo>> Vertebrados también aparece individualizado, desde el primer momento, sin que a ciencia cierta se pueda decidir cuáles podrían haber sido sus antecesores". - Ibid., pág. 156.

E Stephen Jay Gould, professor de geologia e paleontología da Universidade de Harvard, concorda com os autores anteriores acerca da natureza do registro fóssil:

"Todos los paleontólogos saben que el registro fósil contiene bien poca cosa en cuanto a formas de transición; las transiciones entre los grupos principales son característicamente abruptas". - The Return of the Hopeful Monsters, Natural History, vol. 86(6), June-July 1977, pág. 24.

"La extrema rareza de las formas de transición en el registro fósil persiste como el secreto profesional de la paleontología. Nos imaginamos ser los únicos verdaderos estudiosos de la historia de la vida, y sin embargo para preservar nuestro favorito relato de evolución por selección natural consideramos que nuestros datos son tan malos que nunca vemos el mismo proceso que profesamos estudiar". - Natural History, vol. 86(5), May 1977, pág. 14.

Como você vê, para alguns pensadores a evolução e sua proposta das origens não satisfaz. Seus "dados" não convencem. Comparados os modelos com os dados da natureza, o criacionismo tem menos respostas insatisfatórias.

Concordo plenamente. Só que onde estão as evidências da Criação?

Já discutimos isso.

A Ciência está sempre em Evolução! E de fato há contendas quanto ao Neo Darwinismo como modelo explicativo da Evolução. Mas não há qualquer dúvida quanto ao fato da Evolução ter ocorrido.

Os evolucionistas honestos afirmam que o paradigma vem sofrendo um abalo. Ainda assim apegam-se ao seu dogma num ato de fé, tentando descobrir um mecanismo evolutivo que substitua a teoria darwinista. Gordon Rattray Taylor, em The Great Evolution Mystery, confessa: "Em resumo, o dogma que tem dominado a maior parte do pensamento biológico por mais de um século está entrando em colapso". Além dele, outros evolucionistas têm reconhecido a fragilidade da teoria: Francis Crick, Michael Denton, Francis Hitching, Mae-Wan Ho e Peter Saunders, Mark Ridley, Robert Shapiro e Soren Lovtrup são alguns dos homens de ciência que criticam o modelo evolucionista. Soren Lovtrup, embriologista da Suécia, que crê em alguma forma de evolução em etapas maiores, declara: "Creio que um dia o mito darwiniano será considerado o maior engano na história da ciência. Quando isso ocorrer, muitas pessoas levantarão a pergunta: Como pôde ter acontecido isso?" - Darwinism: The Refutation of a Myth. Londres, Nova York e Sidney: Croom Helm, pág. 422.

Essa quantidade de críticas não deve ser interpretada como indicativo de que os cientistas estejam renunciando à evolução. Este não é o caso. Contudo, indica o fato de que as últimas descobertas da ciência não estão oferecendo nada que se aproxime de um modelo viável da evolução. Não sabemos o que acontecerá com a teoria da evolução, mas ventos de mudança já se manifestam. Apesar das inadequações e conflitos internos, a evolução ainda é apresentada por cientistas, professores e compêndios escolares como um fato que não requer reavaliação. Richard Dawkins, da Universidade de Oxford, afirma: "Hoje a teoria da evolução está tão sujeita à dúvida quanto a teoria de que a Terra gira em torno do Sol", enquanto Ernst Mayr, da Universidade Harvard, comenta que "não há justificativa alguma para a alegação de que o paradigma darwiniano tenha sido refutado e precise ser substituído por algo novo". A despeito desses pronunciamentos otimistas, um significativo número de cientistas está suscitando indagações sobre a teoria geral da evolução.

Tudo Mal. Sem dúvida fatores filosóficos influenciaram, mas dizer que pesaram mais que os científicos.

Ainda bem que concordou. Na verdade, não houve nenhuma descoberta esmagadora que estabelecesse a evolução no meio científico. é lógico que a teoria da evolução faz algum "sentido", porque, se ela fosse totalmente absurda, não haveria milhares de cientistas e uma boa parte da população que a aceitaria. Mas isto é matéria para outra discussão.

Eh. Como eu disse o velho e doce sonho Criacionista. Os fundamentos da Evolução estão ruindo? Você quer discutir isso? Agora concordo que o Criacionismo impõe um desafio, de ordem política e ideológica, mas nunca científica.

A ciência, tanto para o criacionismo quanto pra o evolucionista, é neutra. Ela apresenta os fatos. Quanto ao desafio criacionista, tratei disso com você no e-mail anterior a respeito da tese do Dr. Robert Gentry a respeito dos radio-halos.

Eu detesto usar esse recurso mas vou abrir um exceção. He he he he he he!

Você tem bom humor. :) :) :) :)

CIêNCIA "GALILEANA"?!?!

Já que você me recomedou alguns livros deixe-me recomendar-lhe um também. A DANÇA DO UNIVERSO, do físico brasileiro Marcelo Gleiser.

Facílimo de achar em qualquer livraria. Tenho certeza que você vai gostar pois o autor enfatiza as inclinações religiosas dos grandes cientistas ao longo da história, e como suas crenças e sua Fé no divino influenciaram a produção científica e o desenrolar do conhecimento. é um livro fácil de ler apesar do tamanho e tem feito bastante sucesso. Ele será útil até mesmo para quem defende o Criacionismo, pois desmistifica certas "crenças" atuais sobre a suposta objetividade de muitos cientistas e eruditos, e defende o valor da religião como uma forma válida, embora primitiva, de pensar questões universais.

Depois de lê-lo tenho certeza que você entenderá por que achei engraçada sua frase.

"A Dança do Universo" é um dos livros de que mais gosto. Assim que foi lançado, eu o adquiri. Inclusive o usei para fazer um trabalho universitário. Gosto do estilo do Marcelo Gleiser, apesar de ele classificar Gênesis 1 entre os mitos cosmogônicos da Criação. Como todo escritor, ele recebeu suas críticas também. O autor faz declarações muito impressionantes a respeito de religião e ciência. Um livro muito útil, na minha opinião.

Sinceramente, em linhas gerais, acho que você tem razão. Só acho que exagerou o nível de discrepância entre o observável e o não-observável. A Teoria da Evolução não é frágil quanto os criacionistas querem fazer crer. Não é atoa que todo o paradigma atual se baseia nela.

Nunca ouvi da boca de um criacionista sério que a teoria da evolução é algo de somenos importância. é a evolução um paradigma transitório destinado ao desaparecimento? Eu não me proponho a especular. A menos que a evolução apresente dados mais significativos para apoiá-la, sua sobrevivência parece precária. As descobertas científicas mais recentes em biologia molecular tornam a questão de sua sobrevivência particularmente frágil. Entretanto, idéias com pouco fundamento, como a alquimia, podem prevalecer por muitos séculos...

Mas deixe-me comentar mais sobre a Ciência "Galileana" Você provavelmente quis dizer com isso, um tipo de Ciência de "alta precisão" não?

Não. Deduziu erroneamente.

Pois escolheu um péssimo termo. Nesse sentido Ciência "Newtoniana", "Copernicana", "Eisteniana" ou "Maxwelliana" seriam mais apropriados. Galileu embora tenha protagonizado tão marcante momento histórico, era incrivelmente impreciso com relação a suas alegações. Ele acertou no Helicentrismo em si, apesar de usar o modelo Copernicano e recusar o Kepleriano, que já na época era o mais correto. Ele tinha como base uma série de teorias totalmente falhas e seus cálculos, nos padões atuais, estão largamente errados.

Galileu não era o supra-sumo da sua época, mas teve respeitáveis contribuições no estabelecimento da ciência moderna. Na opinião de Marcelo Gleiser, "Galileu foi o primeiro cientista verdadeiramente moderno. Sua ênfase na experimentação, combinada aos seus esforços para obter relações matemáticas explicando os resultados, se tornou a marca registrada da nova ciência". - A Dança do Universo, 2ª edição, pág. 140. Galileu inaugurou uma nova fase na história da ciência, ao defender o racionalismo matemático como base do pensamento científico - "o universo é um texto escrito em caracteres matemáticos", afirmou - e ao criar a idéia moderna da experimentação científica, combinando a indução experimental e o cálculo dedutivo.

A adjetivação galileana que usei para a ciência significa apenas que a teoria da evolução não resiste aos métodos mais simples de observação científica. A evolução não nasceu dos fatos empíricos. Somente. Não queira transformar uma minhoca num dragão.

Nesse sentido a Teoria da Evolução é abissalmente mais precisa, pois o modelo Darwinista da Seleção Natural recebeu pouquíssimas alterações, sendo em quase toda sua plenitude ainda válido, ao passo que o Universo "Galileano" já era superado pelo de seu contemporâneo Kepler.

Não estamos discutindo o Universo galileano nem o kepleriano, mas o que faz a ciência ser ciência. Nossa ênfase é no método científico.

E o mesmo pode-se dizer do Criacionismo, só que com um notável agravante. O Big-Bang pode, pura e simplesmente, ser calculado matematicamente! A disposição dos astros está de acordo com suas premissas! E eu já lhe falei sobre o Eco do Big-Bang?

Eu já lhe dei um parecer sobre o Big Bang, acima.

Se a teoria do Big-Bang é verdade, então nós podemos concluir que Deus não é igual ao Universo (uma visão popular) e que Deus não está contido dentro do Universo (outra visão popular).

Stephen Hawking disse, em seus escritos, "o atual ponto da criação permanece fora do âmbitos das leis físicas" e um menos famoso mas muito distinto cosmólogo, o professor Alan Guth do MIT, diz o "momento inicial da criação permanece inexplicado".

O físico brilhante, Leon Lederman, um vencedor do prêmio Nobel escreveu The God Particle. No primeiro parágrafo ele afirma:

"No mesmo começo, havia um vácuo, uma forma curiosa de vazio, um nada que não continha nenhum espaço, nenhum tempo, nenhuma matéria, nenhuma luz, nenhum som. Todavia as leis da natureza estavam no lugar e este curioso vazio ajudava o potencial. Uma história começa logicamente no princípio, mas esta história é sobre o Universo e infelizmente não há nenhum dado para os mesmos começos--nenhum, zero. Nós não sabemos nada sobre o Universo até que alcança a idade madura de um bilhão de de um trilionésimo de um segundo. Quer dizer, algum tempo muito pequeno depois da Criação pelo Big-Bang. Quando você ler ou ouvir falar qualquer coisa do nascimento do Universo, alguém está fazendo isto--nós estamos no reino da filosofia. Só Deus sabe o que aconteceu ao mesmo começo".

Na verdade, por mais absurdo que possa parecer, ele pode até ser reproduzido. Há experiências previstas em aceleradores de partículas que pretendem produzir simulações do átomo primordial e das primeiras divisões de matéria. Lembra daquele experiência que disseram que podia destruir o mundo?

Agora tente fazer o mesmo com a Criação.

É muita pretensão da ciência querer reproduzir os instantes iniciais da criação, não acha? Acho que você se empolgou. As experiências sobre as origens são sempre suposições de como poderia ser. Os cientistas atuais não são os únicos a tal tentativa. Stanley Miller, em 1953, até que tentou fazer o mesmo, direcionando suas experiências nos esforço de provar a origem espontânea da vida. Não custa nada tentar. Engraçado é que tais experiências só demonstram que há um planejador por trás. O emprego dessas manipulações em laboratórios reflete mais o tipo de planejamento inteligente, que se esperaria de um criador, do que uma atividade espontânea. A obra da criação não pode ser explicada pela ciência. Que ciência pode explicar o mistério da vida?

A-HáAA!!!!>

Que empolgação!

AGORA A COISA VAI ESQUENTAR!!!

Espero que não nos queimemos.

Bem. Deixe-me explicar melhor. Quando disse que a Bíblia NÃO recebe endosso da História, eu quis dizer HISTÓRIA! Não estou me referindo a historiadores isolados da antiguidade. Me refiro ao corpo acadêmico da História da atualidade, que só se desenvolveu depois que os livros de Moisés deixaram de ser considerados como registros históricos verídicos.

Como disse Idel Becker, historiador, no prefácio de seu livro para estudantes secundaristas: "Ciência não-cumulativa, porque ciência humana, a historiografia deve enfrentar o problema crítico da escolha dos fatos. Escolher, porém, é para muitos anticientífico, a negação da obra científica... Infelizmente toda historiografia é escolha". Interessante declaração...

Sua posição, Marcus, reflete bem as idéias iluministas quanto à Revelação. Nada novo. Uma abordagem crítica tem declarado que o relato bíblico está fora do âmbito da informação histórica. é assinalado que a Bíblia lida com interpretações teológicas, não com fatos. F.F.Bruce, erudito bíblico mundialmente renomado, da Universidade de Manchester, rejeitou essa sugestão. Ele afirma: "é freqüentemente dito que a tarefa de extrair dados históricos dos quatro Evangelhos é impossível (no caso analisado pelo erudito), e em qualquer caso ilegítima. (...) Se atarefa de extrair dados históricos... é ou não impossível cabe ao historiador descobrir...; e uma coisa que nenhum historiador respeitável permitirá que lhes seja dito é que essa busca é ilegítima..." Prossegue: "Há outros personagens históricos sobrequem nosso material de pesquisa é escasso e problemático - até mesmo em maior escala do que o material de pesquisa sobre a vida de Jesus. Todavia, nesses casos nenhum erudito levanta a mão como um guarda de trânsito e diz: Os materiais para reconstruir a carreira histórica desta ou daquela figura não existem, e é ilegítimo tentar reconstituí-las; não foi esse o propósito para o qual a literatura disponível foi composta. E se alguém for tão tolo para declará-lo, simplesmente temos de responder: Sabemos não ter sido com tal propósito que foi composta a literatura disponível, não obstante essa literatura está disponível para ser empregada pelo historiador, com todas as salvaguardas críticas, como material de pesquisa para o seu trabalho".- History and the gospel, págs 87-107.

Eu posso até citar fontes mas acho desnecessário. Qualquer livro primário de história de qualquer série escolar não reconhece nenhum dos eventos dos primeiros livros da Bíblia.

Aqui você exagerou "pra caramba". Tenho livros de história primários, usados no segundo grau, que falam de Abraão como habitante em Ur dos caldeus, de Moisés, de Isaque, Jacó e de outros patriarcas. Somente como sugestão, consulte Pequena História da Civilização Ocidental, de Idel Becker, Companhia Editora Nacional, sobre o capítulo que trata dos hebreus. Ali há um breve resumo que contradiz sua posição. Considere os achados arqueológicos que confirmam Gênesis. Acho que você quis afirmar que os eventos sobrenaturais relatados no Pentateuco é que são desconsiderados pelos historiadores. Agora, essa de dizer que nada no Pentateuco é história foi "o fim da picada". Você se superou.

De qualquer modo aqui vai um link interessante: Como Surgiu Jesus

Li o texto contido no link da STR. Facilmente refutável. Se quiser um material mais substancioso, contra-argumentando as posições racionalistas a respeito de Jesus, adquira o livro Ele andou entre Nós - evidências do Jesus histórico, do conhecido erudito cristão Josh Macdowell em parceria com outro autor, editora Candeia. Alguns livros dele estão nas estantes da Biblioteca da Universidade Federal de Sergipe. O autor não é um escritor simplório e superficial.

Durante os dois séculos passados, tem havido um grande número de tentativas para mitologizar a Cristo; entretanto, em vista das referências extrabíblicas a seu respeito, isso não é mais levado muito a sério. O pensamento teológico contemporãneo se concentra no significado do cristo, e não em ter Ele existido ou não. A evidência extrabíblica de Sua existência é difícil de ser negada. A historicidade de Cristo é tão axiomática para um historiador não tendencioso quanto a historicidade de Júlio César. Não são os historiadores que propagam as teorias do "Cristo mitológico".

Agora isso meu amigo, você vai ter que me mostrar! (sobre o papiro egipcio)

Será que você poderia citar alguma referência concreta sobre isso? De preferência links.

Eu também posso dizer que existem dezenas de inscrições que confirmam em todos os pontos os relatos do Mahabarata. Mas sem referências... Isso não teria valor algum.

Como lhe afirmei no e-mail anterior, a informação me foi passada por um amigo de Fortaleza, estudioso e cristão. Estou me comunicando com ele para que seja citada a referência. Creio na honestidade e seriedade.

Agora Frank, tenho que admitir que você tem coragem. TORRE DE BABEL?!?!

Tenho coragem mesmo. Interessante que numa palestra na Universidade, um conceituado professor de História da Língua, fez menção a Babel. Apesar de considerar a história um mito, ele afirmou que a teoria do monogenismo lingüístico parece ser mais razoável. Pra mim, isto é sintomático.

A idéia do monogenismo lingüístico, aceita hoje praticamente por todos os pesquisadores que desenvolvem suas investigações na área da Lingüística, aí incluídos principalmente pesquisadores evolucionistas, talvez não tenha levado em conta, como deveria, o interrelacionamento entre a linguagem humana, desde os seus primórdios, e a religião também desde as suas mais antigas manifestações de que se tem notícia histórica.

Já em 1850, Gustavus Seyffarth (rival de Champollion na decifração dos hieroglifos egípcios), profundo conhecedor da história antiga, considerava que "muita história verdadeira achava-se escrita nos mitos e lendas dos povos".

Você realmente não acha que eu sou ingênuo a esse ponto não? Se você pesquisou algo desse assunto, deve saber muito bem que a opinião da historiografia atual é de que o Pentateuco não foi escrito por Moisés (Enciclopédia Britânica, BíBLIA 1.28 Autoria do Pentateuco) e muito provavelmente o foi escrito na Babilônia. E que muito dos mitos babilônicos foram incorporados na Bíblia. A exemplo do mito do Dilúvio, contado na epopéia de Gilgamesh. Basta procurar algo sobre mitologia babilônica. Infelizmente não achei um bom link mas posso citar um livro bem atual. O LIVRO ILUSTRADO DOS MITOS, de Neil Philip pela Editora Marco Zero.

Creio que já lhe dei minha opinião sobre a questão da autoria do Pentateuco. Mas se desejar mais argumentações leia os capítulos "Introdução ao Pentateuco" e "Evidências em prol da autoria mosaica" do livro que lhe sugeri anteriormente: "Evidência que Exige um Veredito". Pelo menos aqui, na Universidade Federal de Sergipe, ele faz parte do acervo.

Por isso é muito mais provável que a Bíblia tenha absorvido os mitos babilônicos. Mas além disso, desde quando um mito parecido com outro comprova alguma coisa? Uma lenda não confirma a outra!

Relatos de uma antiga enchente devastadora, com frequência chamada Dilúvio, são comuns por todo o mundo. Cerca de 270 relatos de dilúvio têm sido registrados pelo mundo. A literatura que os discute é volumosa. Sua distribuição geográfica não é uniforme, mas é mundial. São mais comuns na ásia, nas ilhas do Sudeste Asiático e no Novo Mundo, sendo encontrados desde a Terra do Fogo até o norte do Círculo ártico. São mais raros na áfrica e Europa. Localidades específicas, onde são especialmente notados, incluem Egito, Grécia, Pérsia, Síria, Itália, País de Gales, Escandinávia, Rússia, índia, China, México, Indonésia, Nova Guiné, Melanésia, Polinésia, Micronésia e Austrália. Muitos especialistas testificam do fato de que os relatos do dilúvio são essencialmente co-existentes com quase toda a família humana. O que é mais significativo é sua abundância incomum, um fato reconhecido mesmo por aqueles que não crêem num dilúvio universal.

O relato extrabíblico mais importante sobre o dilúvio acha-se no épico de Guilgamés, a destacada obra literária da antiga babilônia. A epopéia está escrita em doze tabletes em cuneiforme da linguagem acadiana. O relato do dilúvio propriamente dito, que se acha registrado no tablete nº 11, é notavelmente semelhante à descrição bíblica contida em Gênesis, e há um consenso entre os estudiosos de que os dois relatos têm relação entre si.

Uma das idéias prevalecentes é de que esses difundidos relatos sobre o dilúvio eram derivados do local, com probabilidade de procederem de enchentes locais e não de um evento em escala global como descrito na Bíblia. Essa posição é difícil de sustentar. é provável que alguns desses relatos tenham uma origem regional. Muitos deles variam em pormenores. Contudo, seria plausível que ocorressem variações se o relato originou-se na ásia Menor, como parece ser o caso, e foi transmitido oralmente de geração a geração, à medida que a humanidade se espalhava pelo mundo.

Em 1929, o arqueólogo britânico Sir Leonard Woolley eletrizou o mundo arqueológico quando anunciou a descoberta de um depósito do dilúvio bíblico em suas escavações em Ur dos caldeus, na Mesopotãmia. Wooley interpretou essa camada como produzida pelo dilúvio de Noé, que ele considerava local, em vez de global. Seu conceito de dilúvio local não sobreviveu ao escrutínio criterioso.

Alguns sugerem, como você, que o relato do dilúvio bíblico tem por base mitos babilônicos ou mais antigos. Não resta dúvida de que os relatos bíblico e babilônico estão relacionados, uma vez que tantos detalhes se assemelham. Do lado oposto, têm-se sugerido que os relatos babilônicos basearam-se no da Bíblia. Isso se pode presumir quanto a versões posteriores, como o épico de Guilgamés, que provavelmente data do sétimo século a.C. No entanto, essa proposição não tem resisitido ao teste de pesquisas mais recentes, uma vez que foram encontrados textos sumerianos que precedem os textos babilônicos e o tempo mais antigo presumível para a escrita do texto bíblico. O livro bíblico de Gênesis foi provavelmente redigido em torno do século 15 a.c., enquanto os tabletes sumerianos do dilúvio provavelmente originaram-se muitos séculos antes.

Para apoiar o ponto de vista de que o relato bíblico do dilúvio se baseia em mitos babilônicos, têm-se feito tentativas para demonstrar influências babilônicas sobre o texto bíblico. Tais esforços produzem argumentos bem ineficazes, uma vez que semelhanças de terminologia indicando relação entre ambos não são singulares. O relato bíblico contém, aspectos singulares. é o relato mais pormenorizado disponível e é rigorosamente monoteísta, enquanto os outros relatos são fortemente politeístas. Assim, não parece que a Bíblia seja baseada em mitologia.

Mais significativa à questão da origem dos relatos do dilúvio é a proposta de Alexander Heidel de que todas essa lendas de dilúvio têm uma origem comum. Heidel, um respeitado erudito do Instituto Oriental da Universidade de Chicago, sente que este ponto não está provado, mas há um fator subjacente a todas as outras explicações, ou seja: como se pode explicar o domínio global de relatos sobre esse tipo de catástrofe se não tiveram uma base comum? Uma origem comum é coerente com a história bíblica. O relato do dilúvio seria espalhado da ásia Menor pelos poucos sobreviventes do dilúvio ao repovoarem a Terra. Dificilmente se poderia esperar que relatos de catástrofes de grande dimensão, de todos os recantos da Terra, seriam tão seletivos a um tema de calamidade se não se baseassem num evento mundial verdadeiro. A preponderância de relatos do dilúvio afeta a proposta de que esses relatos surgiram localmente. Se as lendas tivessem se baseado em vários eventos locais, a expectativa seria de uma maior mistura de causas de desatres naturais, inclusive muitos terremotos.

O relato bíblico do dilúvio, embora muitas vezes negado no presente, tem ampla autenticação. Novamente, a evidência exterior empresta apoio à exatidão bíblica.

Até agora você só citou historiadores da antiguidade, que apesar de servirem como fontes históricas, tal como a própria Bíblia, não definem a História como ela é vista hoje.

Não queira negar o valor das fontes históricas antigas. Em que se baseia a história, afinal? Não há nenhum problema entre a historiografia moderna e a fé cristã. Há apenas incursões do ceticismo, naturalmente. Como há historiadores incrédulos, há também os que vêem um desígnio providencial na marcha dos acontecimentos humanos. Harris Harbinson, professor de História na Universidade de Princeton, resume de modo elegante o ponto de vista cristão: "Onde os materialistas só vêem um processo cego, onde o racionalista vê progresso evidente, ele verá a providência - um prover divino tanto nas decisões conscientes como nos resultados inesperados da História, um propósito parcialmente revelado e parcialmente oculto, um destino que é religioso no sentido mais profundo da palavra, no qual a liberdade humana e a direção divina complementam-se de modo misterioso". - The Marks of a Christian Historian, pág. 354.

Tudo isso são apenas relíquias de textos religiosos, um achado arqueológico contexto o texto original de partes da Bíblia, como os manuscritos do Mar Morto, coincidindo com o conteúdo atual da Bíblia, sem dúvida confirma que a Bíblia que temos hoje é a praticamente a mesma que foi originalmente escrita. Mas em nada contribui para aumentar sua veracidade histórica!

Não é o que pensam os arqueólogos e historiadores desprovidos do preconceito religioso.

De fato há certos arqueologistas cristãos tão confiáveis quanto os Cientistas da Criação. Mesmo assim, poderia citar alguma referência?

William F. Albright, já falecido, foi um dos dos mais respeitáveis arqueólogos, senão o maior. Em sua obra Archeology Confronts Biblical Criticism, asseverou que a "arqueologia e os informes das inscrições têm confirmado a historicidade de inúmeras declarações e passagens do Antigo Testamento." A arqueologia não prova que a Bíblia é a Palavra de Deus. Tudo quanto ela pode fazer é confirmar a historicidade básica e a autenticidade das narrativas. Pode demonstrar que certo incidente ajusta-se ao período ao qual declaradamente pertence. Provavelmente nunca seremos capazes de provar que Abraão realmente existiu, mas o que podemos provar é que sua vida e sua época, conforme se refletem nas crônicas bíblicas a seu respeito, ajustam-se perfeitamente bem dentro do início do segundo milênio a.C., mas de modo imperfeito dentro de qualquer período posterior.

Eu cito. Apelando para a respeitadíssima Enciclopédia Britânica, no verbete BíBLIA.

Já dei meu parecer quanto à autoridade da Enciclopédia Britânica e as influências racionalistas contidas nela.

"O Pentateuco. Gênesis(...)Apesar de ser esse o primeiro livro da Bíblia, não é dos mais antigos, sendo na realidade um dos últimos a ser escrito, e, por conseguinte, não é obra de Moisés, senão num sentido muito especial.

Não se deve ler esse livro procurando encontrar nele precisão científica."

Certíssimo. Tampouco imprecisão. Gênesis não se propõe a discutir ciência. Tolo é quem faz isso.

"A segunda parte do livro combina fatos históricos com acontecimentos de natureza lendária,"

Mera opinião, já arraigada no pensamento da Crítica.

é claro, como eu já disse, que há elementos históricos na Bíblia, mas misturados com vários elementos mitológicos e lendários e sendo assim, embora sirva como fonte de pesquisa histórica, ela não é plenamente HISTÓRIA!

Não queira envolver elementos sobrenaturais contidos nas Escrituras, relacionando-os à História. São artigos de fé. Como tal, a Bíblia não espera confirmação científica de espécie alguma, porque nenhuma ciência está em condições de se pronunciar sobre a validade de seus ensinamentos morais e religiosos. Transmitir à humanidade uma mensagem autêntica da parte de Deus, iluminar com uma luz fidedigna seu destino eterno, eis a finalidade suprema da Bíblia.

é claro que existiu o Egito, as pirâmides estão lá até hoje, assim como a Babílônia. Mas só a partir do êxodo a Bíblia começa a apresentar elementos históricos, e só mesmo após o cativeiro Babilônico ela começa a entrar em consonância mesmo chronológica com a historiografia atual. Os eventos citados na Gênese não possuem qualquer confirmação extra bíblica além de outras lendas e mitos Babilônicos.

Vai questionar a menção que os historiadores fazem a Abraão, Isaque, Jacó, José, por exemplo? Um século de descobertas arqueológicas no Oriente Próximo sapou a base do ceticismo quanto à época patriarcal. O decano dos orientalistas americanos, o Dr. William F. Albright, como resultado de uma vida de estudos arqueológicos, trocou sua posição de cético, na de um firme crente na historicidade essencial do Velho Testamento.

Sinceramente... TORRE DE BABEL?!?! Dá pra explicar onde estão as ruínas de uma obra com certeza muito mais monumental que as pirâmides do Egito? E Sodoma e Gomorra? Ah! é claro! Elas foram destruídas por Deus não? E a Arca de Noé? E as evidências do Dilúvio? Além é claro daqueles forjadas pelos Criacionistas. E os esqueletos dos Nefilins?

Acredita?! Bem, para quem crê na Bíblia...

Até que enfim uma referência. Pena que não aponte nenhum dado arqueológico. é apenas uma opinião que ainda por cima cai na velha questão da Ausência de Evidência. Como alguém poderia achar uma descoberta arqueológica que contradissesse uma referência Bíblica? Eu não posso achar uma Não Torre de Babel. Se alguém achasse Sodoma e Gomorra ótimo, mas não há como achar algo que demonstre que elas não existiram.

Cuidado com as declarações precipitadas. Existem tantas evidências arqueológicas, mas você, como um menino teimoso, se apega a alguns poucos pontos. Sobre Sodoma e Gomorra há algo a dizer: Até muito recentemente, não se conhecia nenhuma referência, fora da Bíblia, às cidades de Sodoma e Gomorra que, aliás figuram nos textos bíblicos como exemplo crasso da maior degradação moral. Pode-se imaginar a surpresa, nos meios críticos, quando os nomes dessas cidades apareceram nos arquivos da cidade de Ebla, descoberta por uma expedição arqueológica italiana. A publicação desse fato por Pettinato, data de 1976. Ebla teria florescido no terceiro milênio antes de nossa era, como uma grande metrópole do mundo antigo, e mantinha relações comerciais com todo o Oriente Próximo, inclusive com as cidades de Sodoma e Gomorra. Como Ebla foi destruída pelo rei Naramsin de Acade, por volta de 2.300 a.C., caindo em total esquecimento até há pouco, é evidente que Sodoma e Gomorra já existiam nessa data. Os milhares de tabletes de argila, descobertos em Tell Marddiq (Ebla), prometem muitas surpresas quando tverem sido inteiramente decifrados e publicados. O fato, porém, de que tantas vezes as descobertas arqueológicas têm confirmado a veracidade das alusões históricas feitas pela Bíblia, obriga os críticos a serem muito mais prudentes em seus pronunciamentos desfavoráveis às Escrituras.

Ademais, a Grande Enciclopédia Larousse Cultural, vol. 27, ao tratar de Sodoma, parece não deixar dúvida quanto à sua existência histórica: "Sodoma, atual Sedom, antiga cidade cananéia que foi, junto com Gomorra e outras cidades do Sul do mar Morto, destruída por um cataclisma. As origens dessa célebre lenda, (nota-se: não da existência da cidade, mas do evento sobrenatural de destruição) narrada pela Bíblia no livro de Gênesis reportam-se a algum sismo particularmente destruidor; as emanações de enxofre e as fontes de água quente que abundam na região representaram, aos olhos dos antigos, os testemunhos de chuva de enxofre e fogo que Jeová, no texto bíblico, teria desferido sobre as cidades malditas".

Também sou capaz de apostar que este autor é um Cristão convicto! Eu poderia citar inúmeros outros autores afirmando coisas contrárias, como Joseph Campbell, Riane Eisler, Carl Sagan e inúmeros outros, mas para efeito nessa discussão, seria tão sem valor quanto.

O problema não são os autores, mas a consistência dos argumentos utilizados.

Poderia argumentar porque? Bem, veja minha argumentação em COSMOGENIA onde explico porque acho que um Universo Cíclico é um modelo mais sensato. Veja também minhas colocações sobre Apocatástase no texto DEUS.

Porque você acha...

Você verá muita discussão sobre isso naquele livro que lhe falei de Marcelo Gleiser. Se você acha que é mais plausível crer num Deus Criador e Mantenedor, é sua opinião. Só faltou explicá-la.

Gleiser não é autoridade em questão de religião. Um Deus mantenedor é mais condizente com o aspecto da pessoalidade humana. Um deus impessoal não faz sentido. Nada representa.

Muito Bem. Tudo isso é muito bonito e bastante sensato. Mas o velho problema continua sem solução. Como saber que a Bíblia é uma revelação divina? Que provas ela dá a esse respeito? Por que não crer em outros livros sagrados? Na verdade estou preparando um texto longo sobre isso que publicarei em breve.

Já expliquei isso numa contra-argumentação anterior, sobre a Bíblia e o Cristianismo serem revelações de Deus em detrimento dos outros credos e livros sagrados.

O problema é, me mostre o sentido! A Bíblia continua absolutamente incapaz de se impor como uma obra sobre humana. Não há nenhuma boa razão para se crer nela como algo confiável, como uma revelação divina. é só uma obra como qualquer outra, na verdade, de qualidade bem inferior.

Quer dizer que milhões de pessoas ao redor do mundo estão equivocadas, totalmente iludidas? Se ela não é uma obra que tenha o toque de Deus por que agita tantas mentes? Por que mantém-se tão singular? Por que é tão amada e respeitada, como também odiada? Por quê? Que fenômeno este, hein?

Se com "qualidade inferior" você quer se referir à qualidade literária ou outra qualquer coisa, lembre-se de que Deus nunca Se preocupou em tornar Seu Livro uma jóia da literatura ou do pensamento humano. No entanto, a Bíblia continua aí, em evidência. Citada de forma distorcida ou não, com intenções religiosas ou seculares, ela não deixa de marcar presença.

Na verdade, se auto declarar divinamente inspirada pode depor muito mais contra do que a favor. Além disso você tem certeza dessa informação que meu deu sobre os Vedas? Vou procurar um teológo Hindu para perguntar sobre isso.

A informação procede de um Ph.D, na área da História, Dr. S.J. Schwantes. Não procure um teólogo, procure um historiador.

E a Bíblia? Também não ocorreu o mesmo após a morte de Jesus? Com um agravante. Ela foi redigida por vários autores dos quais a grande maioria jamais viu Jesus.

Velhos argumentos da alta crítica, improcedentes por sinal. Interessantes estas citações bíblicas: "Aos quais também, depois de ter padecido, Se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando do que respeita ao reino de Deus". - Atos 1:3. "Deus ressuscitou a esse Jesus, do que todos nós somos testemunhas". - Atos 2:32. Leia o livro recomendado, Evidências do Jesus Histórico.

Quero ver você dizer isso de frente para um Fundamentalista Islâmico. Isso é uma opinião apenas, sem qualquer objetividade.

Não é o que me parece, analisando a natureza do Corão. Se o fundamentalista islâmico quiser argumentar estou à disposição. Só não pode me condenar à morte.

Mais informações irrelevantes. A única coisa que poderia ser certa é que os escritores da Bíblia de fato acreditavam estar divinamente inspirados. Apenas isso. Nada disso a torna mais respeitável que o Corão ou o Mahabarata.

Opiniões, opiniões. Achismo. é bom notar como a expressão "Assim diz o Senhor" é tão freqüente na Bíblia. Se você crê ou não que ela é inspirada, é apenas uma questão de fé. Somos livres para acreditar ou duvidar.

Bem. Isso é outra opinião. Posso lhe citar toneladas de contradições de todos os tipos na Bíblia. Mas mesmo que a harmonia existisse, isso nada provaria além do fato de que os profetas e escritores sabiam ler.

Uma boa dose de hermenêutica e bom senso, facilmente desfazem as ilusórias contradições propostas pelos inimigos da fé cristã.

Uau! Bem. Vamos conter a empolgação por favor. Pode se emocionar, mas cuidado para não perder a objetividade do discurso.

Em nenhum momento extrapolei a objetividade do discurso no nosso diálogo. Não estamos aqui num artigo científico, mas numa conversa argumentativa. Dê uma olhada nos seus textos e veja quanto emocionalismo e subjetivismo eles contêm.

De fato, ela nem sabe o que é Ciência!

ZZZZZZZZZZZZZZZZ!!!!!!

Bom. Dilúvio, Gigantes, Pedras que caem do céu, um Mar que se abre e etc. me parecem bem diferentes de minha história de cada dia. Mas nesse sentido a Bíblia, como já disse, não é História, são Estórias. Lendas.

Questione-se e reflita sobre o porquê de Deus não agir de forma tão dramática no presente. é um bom exercício. Nas suas meditações talvez descubra a resposta.

Agora sim você está certo. Corroboram a narrativa, mas esta continua sendo predominantemente mitológica.

Já discuti isso.

Ai! Pelo amor de Deus! Acho que você passou dos limites. Claro que o Cristianismo tem suas qualidades e seus vantagens em relação a outras religiões, mas não comece com um discurso fundamentalista!

Tudo pra você "cheira" a fundamentalismo. Você é um fundamentalista típico, me parece, neste particular.

No que se refere ao caminho da Salvação para mim o Cristianismo é a pior das Religiões. Ele retira o mérito do esforço humano, declara a incapacidade e impotência em favor de hipotéticos seres superiores. Põe, deploravelmente, a força de vontade humana de lado em prol de uma aceitação cega e submissa de valores arbitrários. é o supra sumo da desvalorização do Ser Humano em benefício de uma entidade obscura que por fim só beneficia uma classe sacerdotal.

Já conversamos sobre isso no e-mail anterior. Ainda bem que utiliza a expressão "para mim".

Com o perdão da palavra, o Mito do Pecado Original é para mim uma das mais hediondas invenções humanas. Uma covardia. Uma agressão a dignidade. Destruindo a auto estima e criando um complexo de inferioridade e dependência que trouxe sofrimento desnecessário a milhões de pessoas ao longo da História.

Quanto exagero! Esta sua deformação do que seja pecado é que me parece um mito.

Já o Budismo há muito elaborava uma notável Psicologia Humana, que só viria a ser descoberta no Ociente 2.400 anos depois. Descreve com notável beleza e precisão estados diversos de Consciência, planos inconscientes e estágios de atividade mental que o Cristianismo jamais sonhou.

Há muita ficção no Budismo e muitas divagações. O Budismo deve agradar muito aqueles que não se preocupam em prestar contas de seus atos a um Deus pessoal.

O Taoísmo possui um belíssimo modelo de Universo, que prega a Harmonia entre as polaridades, O Dia e a Noite, O Feminino e o Masculino. Propõe, em consonância com as mais recentes vertentes ecológicas, a convivência pacífica com o Universo, a Natureza.

Tão cheio de mitologia e noções vagas. Misticismo irracional mesclado com conceitos científicos.

Já viu alguma atrocidade praticada em nome do Budismo ou do Taoísmo? E quanto as milhares e milhares de desgraças que o Cristianismo já trouxe direta e indiretamente para a humanidade? Ah sim. Ele foi mal interpretado não? Curioso. Ninguém jamais interpretou Buda e Lao-Tsé e saiu por aí fazendo guerras, promovendo torturas e exterminando culturas diferentes.

Budismo ou Taoísmo jamais causaram qualquer impacto significativo na História. No tocante ao papel inglório que o Catolicismo, não o cristianismo bíblico, exerceu na História leia "O Grande Conflito" para entender melhor. Bem que Jesus havia advertido: "... Vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus. E isto vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a Mim. Mas tenho-vos dito isto, a fim de que, quando chegar aquela hora, vos lembreis de que já vo-lo tinha dito. ... João 16:2, 3 e 4. Paulo também deixou prevista a grande apostasia que ocorreria no seio do cristianismo: "Ninguém de maneira alguma vos engane, pois isto não acontecerá (a vinda de Cristo) sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição". I aos Tessalonicenses 2:3. é preciso entender as profecias bíblicas em consonância com a História da Igreja ao longo dos séculos para entender o papel opressor que o sistema católico desempenhou por 1.200 anos de domínio político-eclesiástico, no qual muitos cristãos perderam, junto com não-cristãos, a vida.

Por que o PECADO não passa de um grotesca e deplorável construção ontológica que deprecia o Ser Humano. Acaba servindo como um vil modo de semear o medo e a insegurança nas mentes humanas para depois controlá-las das mais variadas formas.

Pecado não é invenção nenhuma da mente humana, mas há muita gente que deturpa a noção do que seja realmente pecado e que se aproveita disso.

Você poderia ter nos poupado disso! Quando começamos esse discurso você até se posicionou de forma razoável, dando a entender ser um pesquisador das controvérsia Criacionismo e Evolucionismo com uma certa neutralidade tendendo a uma posição. Tubo bem que agora assuma abertamente ser um Criacionista Convicto em gênero, número e grau. Mas precisava fazer essa apologia em detrimento das religiões alheias?!

Não há neutralidade na vida, em nenhum aspecto. O discurso, por mais disfarçado que seja, é a expressão da persuasão. Que as religiões alheias justifiquem suas crenças e as defendam. Argumentar não tira pedaço. Intolerância é o que não deve ocorrer. Muitas religiões alheias usam a intolerância para se firmarem ante as pessoas. Concorde comigo quem quiser.

Opinião sua, da qual discordo diametralmente. O espiritismo Kardecista para mim está Anos-Luz a frente do Cristianismo em TODOS OS SENTIDOS! Allan Kardec dá um banho de racionalidade, ética e bom senso sobre a Bíblia e todos os teólogos cristãos em mais de 1.500 anos! As religiões orientais pregam harmonia com a natureza, coisa que o Cristianismo não só desprezou, mas simplesmente inverteu, com promessas de uma vida num outro mundo estimulou a falta de cuidado com o mundo em que vivemos, e o único que temos.

O espiritismo tem exercido um impacto fenomenal no mundo, e a profecia afirma que isto crescerá à medida que nos aproximamos das cenas finais da História. O espiritismo terá um papel de destaque no conflito futuro que atingirá toda a cristandade. Tenho muitos amigos espíritas. Eu mesmo já fui simpatizante da doutrina. As obras assistenciais dos espíritas são um bom exemplo de amor ao próximo. Contudo, o fundamento da fé espírita - a imortalidade da alma e conseqüente comunicação com os mortos - eu rejeito. Não posso aceitar a Bíblia e ao mesmo tempo ser espírita. O espiritismo deve se constituir um assunto à parte em nossa discussão. Se ele está, pra você, a anos-luz na frente do cristianismo, pra mim só me atrasou na jornada cristã.

No que concerne às relações entre cristianismo e natureza, muita coisa precisa ser esclarecida. As religiões orientais tendem a divinizar a natureza, encarando-a como parte da divindade. Em um trabalho freqüentemente citado, Lynn White argumenta que o cristianismo é responsável pelos problemas ecológicos do mundo. Pare remediar esta situação, o cristianismo deveria ou ser significativamente alterado ou deveria abandonar seu lugar em favor do zen-budismo.. Oproblema, como visto por White, é que o cristianismo "não apenas estabeleceu um dualismo entre o homem e a natureza, mas também insiste que é vontade de Deus que o homem explore a natureza para os seus próprios fins". - The Historical Roots of Our Ecologic Crisis, Science 155 (1967), pág. 1205.

Apesar de várias refutações nos últimos vinte e cinco anos, vindas tanto de cristãos [ver, por exemplo, R.H. Ayers, Christian Realism and Environmental Ethics em E.C.Hargrove (ed.), Religion and Enviromental Crisis (Athens, Georgia: The University of Georgia Press, 1986), págs.154-171; e Tom Cooper, Green Cristianity (London: Hodder & Stoughton, 1990), págs. 36 e 37]como de não cristãos esta antipatia ao cristianismo é amplamente mantida pelo movimento ambientalista e ajuda a explicar a prontidão do movimento em aceitar as idéias panteísticas da Nova Era.

Aprova a Bíblia uma atitude predatória em relação ao ambiente? Podemos nós elaborar uma ética bíblica do ambiente? O Cristianismo e as idéias que estão por trás dele formam uma filosofia da Criação. Tal filosofia preocupa-se com o Criador, com as coisas que Ele criou, seu relacionamento com Ele e entre elas mesmas. Contudo, muitos cristãos têm manifestado a tendência de se preocupar masi com o processo da Criação do que com seu significado.

Gênesis 1 torna claro que o mundo é propriedade de Deus. Gênesis 1:26-28 demonstra que adão e Eva viviam em relacionamento tríplice: com Deus (feitos à Sua imagem), com outros ("frutificai e multiplicai-vos") e com o mundo ("governai", "sujeitai").

O problema emerge com as noções de governar (dominar, na tradução de João Ferreira de Almeida) e sujeitar. O argumento de Lynn White focaliza o uso deste texto. "Frutificai e multiplicai-vos" é a ordem dada a todas as criaturas, mas apenas aos humanos é ordenado sujeitar e dominar. A versão (tanto a inglesa quanto a portuguesa), das palavras hebraicas (radah e kabash) é mais suave do que o original hebraico. Radah significa "calcar, esmagar", como calcar uvas em um lagar. Kabash comunica a imagem de um conquistador colocando seu pé no pescoço do vencido.

Mas o contexto desta afirmação é importante. Imediatamente precedendo-a está a declaração acerca dos seres humanos feitos à imagem de Deus (Gênesis 1: 26 e 27). Sem esta imagem, os seres humanos não podem exercer seu domínio corretamente. Hall argumenta que o termo "imagem de Deus" deveria ser lido como um verbo [Imaging God: Dominion as Stewardship (Grand rapids, Michigan: Eerdmans, 1986]. As pessoas são chamadas para "imagear" ou copiar Deus em todos os seus relacionamentos, incluindo o relacionamento ecológico. Imediatamente seguindo a afirmação, uma restrição implícita é colocada nesta autoridade de domínio (Gênesis 1:29 e 30): a alimentação cárnea não é permitida.

Igualmente importante é Gênesis 2:15, onde Adão e Eva são colocados no jardim para o trabalhar e o guardar. O termo hebraico abad ("trabalhar") significa servir em sentido de um servo ou escravo. A outra palavra, shamar, ("guardar") significa proteger, preservar. Wilkinson observa que ambas as palavras implicam ação feita para o benefício do objeto (isto é, a terra), e não primordialmente para o benefício daquele que pratica a ação. A ordem de Gênesis 2 limita grandemente o poder implícito em Gênesis 1.

Dois grupos de idéias aparecem em tensão em Gênesis 1 e 2. De um lado, a humanidade é criada à imagem de Deus e, portanto, colocada separada da natureza. Somos chamados para servir a natureza, demonstrar beneficência a ela, da mesma forma como Deus nos abençoou. Por outro lado, somos criaturas, e por isso somos parte da natureza e devemos governá-la para sobreviver. Contudo, devemos relembrar o governo de Deus sobre nós. Nós combinamos a dependência em Deus com o domínio sobre a Terra. Mas as pessoas se esquecem que dependem de Deus, e por isso a Terra tem sofrido nas mãos dos seres humanos: "A Terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha. (...) Na verdade a Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos e quebram a aliança eterna. Por isso a maldição consome a Terra. ..." - Isaías 24:4 a 6. "Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda criação geme e está juntamente com dores de parto até agora." - Romanos 8:20 a 22.

Os três relacionamentos interligados, com Deus, com outros e com a natureza foram violentamente interrompidos por ocasião da Queda. A humanidade desobedeceu a Deus (Gênesis 3:1 a 7) e conseqüentemente experimentos distância espiritual dEle (Gênesis 3:8 a 10). Adão acusou Eva, gerando assim desarmonia social (Gênesis 3:11 a 16). O relacionamento ecológico com a natureza foi também fraturado (Gênesis 3:17 a 19). Toda a criação sofreu as conseqüências da Queda (Romanos 8: 19 a 22).

O panteísmo tem sido prontamente aceito na filosofia "verde", porque ele não faz uma dicotomia entre as pessoas e o resto do mundo natural. A natureza deve ser protegida e preservada porque Deus está nela, como parte dela. Mas o panteísmo não permite um lugar especial para a humanidade, O panteísmo não eleva a natureza ao nível da humanidade, mas reduz os humanos ao nível da natureza.

Infelizmente, alguns cristãos fundamentalistas têm rejeitado todas as noções de responsabilidade ambiental. A ecologia profunda é baseada na premissada igualdade biocêntrica, isto é, que todas as formas vivas têm o mesmo direito de existir. No nível pessoal, a Bíblia requer que sejamos bons mordomos da criação de Deus.

Apocalipse 11:18 traz uma solene advertência sobre os que maltratam o ambiente: "Iraram-se as nações; então veio a Tua ira (...), e o tempo de destruíres os que destroem a Terra".

Algo que faz muito mais sentido do que viver a Eternidade num estado de beatitude no paraíso que tem todos os elementos de um mundo relativo como o nosso, só que aparentando um só lado. Influência do Maniqueísmo, a separação final entre o Bem e o Mal.

Suas perspectivas sobre a vida futura precisam melhorar. A idéia de que o Mal deve coexistir com o Bem e de que isso representa o próprio equilíbrio do Universo é uma das mais enganadoras filosofias, sustentada por muitos credos orientais.

"Mas como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam". I aos Coríntios 2:9. Particularmente, jamais trocaria uma promesa dessa pelas incertezas de certas religiões.

Que pena que você possua essa opinião Maniqueísta e radical, pois apesar de minha admiração e respeito pela figura de Cristo, se ele existiu, não passou de um bom Ser Humano que disse muitas coisas notáveis. Mas se você quiser forçar a barra e me obrigar a tomar uma decisão então eu fico com a segunda opção.

Eu forçar a barra? Sua posição gnóstica quanto a Cristo é tão antiga quanto o é o cristianismo. Aliás, as concepções de Cristo como Deus X Cristo como um mero ser humano, Um Professor espetacular, confrontaram-se já no início da dispensação cristã.

Errei "Grosseiramente"? Tudo bem que agora vejo que a informação é falha, mas acho que há um distâncis disso para um "Erro Grosseiro" pois Ellen G. White é no mínimo uma das mais antigas e influentes personagens da história dos adventistas. Eu não disse que foi o Edir Macedo.

Talvez tenha exagerado na expressão. é que por conhecer bem a história da Igreja Adventista, esqueço que existem aqueles que não a conhecem como eu. Mas você acertou ao dizer que Ellen. G. White foi uma das personalidades mais influentes, senão a mais influente, na denominação.

Claro que influenciou. Sinto muito se interpretei mal a sua expressão, é a força de maioria das mensagens que recebo. Coisas do tipo, "é preciso que Deus lhe ilumine", "é necessária que sua mente se livre de tal ou qual informação para compreender isso". Mas foi a nítida impressão que tive. Tudo é deflagrado pelo mau hábito que a maioria dos religiosos tem de achar que as pessoas que não compartilham de sua fé tem algum problema, sendo de um modo ou de outro espiritualmente deficientes. Vai dizer que com tudo o que acredito, digo e faço, terei lugar no seu Paraíso? Por isso lamentavelmente é difícil se livrar da impressão de que todo crente sempre dialoga com um não crente com aquela enrustida sensação de "pobre coitado", "vai pro inferno". Posso estar sendo radical, e provavelmente estou, talvez você não se situe entre estes com visões tão simplistas da realidade, mas seus últimos parágrafos desviaram o foco da discussão para um assunto que não estava previsto e que nada pode, neste caso, acrescentar de válido. Se quiser discutiremos Teologia ou ética em outra ocasião.

Não sou afeito a apelos sensacionalistas. Você nunca verá uma tal demonstração de minha parte. Tenho aprendido muito com os não-crentes, bem como com pessoas que professam outro credo.Todos nós, incrédulos e crentes, possuímos a mesma natureza, enfrentamos os mesmos conflitos. Todo mundo tem o direito de crer de forma diferente e de ser respeitado na sua crença. Não olho os não-religiosos como "coitadinhos que vão parar no inferno". Cristo bem que advertiu cristãos professos: "Nem todo que me diz Senhor, Senhor! entrará no reino dos Céus..." Mateus 7:21.

E você ainda pergunta?! Claro que quero. Mas lembre-se que minhas questões, que são o foco da discussão assim como o texto BÍBLIA X CIÊNCIA, e que após todos esses rodeios não foram abordados apesar de eu ter sido acusado de superficial e evasivo, são antes de tudo, QUESTÕES SIMPLES. Portanto não me venha com argumentos esdrúxulos como o do Encolhimento do Sol, Pó da Lua, Sedimento Oceânicos e etc, que ademais só são mesmo entendidos por quem possua algum conhecimento específico sobre o assunto. Meu objetivo nesse caso é lidar com questões que possam ser entendidas por qualquer pessoa.

Meu objetivo também é este. Mas devemos incentivar a pesquisa.

Veja o que penso de Ciência e suas afirmações ficam comprometidas. A EVOLUÇÃO não é Ciência, é um fato da Natureza, o Evolucionismo, Teoria da Evolução, são paradigmas Científicos e Filosóficos para aplicação no Campo Experimental. Em linguagem simples, sim. é Ciência.

Precisamos delimitar os conceitos. A evolução, no sentigo geral de mudança é um fato bastante observável na natureza. Entretanto, a evolução como a doutrina do transformismo biológico dos seres, não pode ser aceita como ciência.

Não simplifique as coisas desse jeito. No que se refere a Existência e responsabilidade a Ciência jamais se pronunciou e nem deve se pronunciar. Isso é trabalho da Filosofia. Da mesma forma Religião menos ainda devia se meter no campo Experimental, e é por isso que o Criacionismo é um engodo.

Criacionismo e Evolucionismo não combatem no campo experimental propriamente dito. Eles utilizam-se dos dados para evidenciar seus pressupostos.

Só que, voltando ao que interessa, a evolução da primeira célula pode sim ser reproduzida, e seguramente será um dia. Todos os eventos relativos a evolução são observados na Natureza, mutações, seleções, adaptações. Mas "CRIAÇÃO" meu caro? Sinto Muito.

O sonho evolucionista: gerar a vida do nada. Seria o retorno da Teoria da Abiogênese? Quanto aos mecanismos evolutivos, já tratei deles acima.

Espero que meus diversos parágrafos anteriores tenham esclarecido o que penso desta tentativa Criacionista de Desqualificar o Evolucionismo.

O Criacionismo não desqualifica, tenta estabelecer diálogo e sugere explicações alternativas, fora de um círculo fechado de pensamento..

Essa declaração só denuncia que se milhares de pessoas acreditarem numa inverdade, ela não se tornará verdade! Duvido que você aceitaria que sua mão se transformou num bola de basquete só porque Milhares de PHDs estão dizendo isso.

Este exemplo é um pouco absurdo, não acha?

"Tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões, e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? Porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Porque deliberadamente esquecem que, de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da água pela palavra de Deus, pelas quais veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em água". - II Pedro 3:3-6, REB.

As tendências intelectuais sugeridas por Pedro para os últimos dias são as tendências específicas de nossa era científica. Pedro afirma que nos últimos dias as pessoas perderiam de vista a criação e o dilúvio. Tendo a ciência adotado a teoria da evolução, a comunidade intelectual do mundo perdeu de vista a criação, e, na medida em que a idéia de longas eras geológicas com lentas mudanças obteve a aprovação, o conceito de destruição do mundo por um dilúvio universal também desapareceu virtualmente. é bastante digno de nota que, quase 2 mil anos atrás, o apóstolo Pedro citou exatamente os dois temas em que ocorrem os maiores conflitos entre a Bíblia e a ciência moderna. Pedro poderia ter selecionado centenas de outras idéias como tems de conflito nos "últimos dias". Em vez disso, escolheu os que são exatamente a base do conflito entre a ciência naturalista e a Escritura. Algo a se pensar...

O argumento tem que ser bom por si só, e não estar escorrado em "autoridades". As perguntas que fiz em QUESTÕES SIMPLES QUE O CRIACIONISMO NÃO RESPONDE são claras como água. Espero respostas claras e não argumentos elaborados de PHDs que no fim não dêem conta do assunto.

Onde estão as Respostas?

Eu as envio em outro e-mail, para sua avaliação.

Obrigado Frank. Desculpe pelos momentos menos polidos deste texto, mas todos temos nossas fraquezas.

Não há de quê, Marcus. Não vi "momentos menos polidos", apenas uma defesa com uma pitada de emoção.

Faço minhas suas palavras: Somos "livres". E esperamos que a verdade nos liberte ainda mais

Que assim seja!

Abraços!


MINHAS RESPOSTAS EM:

A Ética e o Amor Divino no Velho Testamento.


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