MEU LIVRO DE VISITAS Abordagem sobre Conteúdos Éticos e Metafísicos de
FRANK DE SOUZA MANGABEIRA
Cada um é o
árbitro do seu próprio destino, no sentido das escolhas pessoais. O
Cristianismo enfatiza a responsabilidade humana sobre o curso da história e
sobre a vida pessoal; não justifica os atos humanos, dando-os
como responsabilidade do destino, dos demônios, das
circunstâncias, dos anjos oude qualquer outro fator. O que a religião
cristã não advoga é que o homem comece a sua própria história a partir de
si mesmo. Houve o antes e haverá o depois. Toda a
história humana é apenas um parêntese, um lapso de algo bem mais amplo.
Deus nos fala da Queda, de acontecimentos que não foram responsabilidade nossa,
mas que nos alcançaram com suas conseqüências. Isto é revelação
bíblica. Fala-nos também de uma restauração cósmica de toda a criação,
mediante Seu poder. Fala-nos de redenção: do homem e do planeta e a
conseqüente religação da Terra com o restante do Universo. A grande
diferença entre o cristianismo bíblico e as demais religiões é quanto à
salvação do homem.
Eu diria que é o fato de Propor a Salvação Humana ante
uma condenção a priori. Nas maioria das demais religiões o Ser Humano não é condenado
por antecipação. Para a concepção bíblica, ser um homem moral não é ser um
homem justo, mas o justo necessariamente, pela influência da graça, será um
homem moral. Biblicamente, tudo que não procede de fé é pecado -
Romanos 14:23. Entenda-se pecado como a quebra do relacionamento com Deus
e não meros atos moralmente reprováveis.
Dessa forma, é impossível basear um sistema ético consistente
com o Cristianismo, pois os procedimentos que em qualquer cultura humana são reprováveis
ou aprováveis ficam sem base para serem considerados como tais. Uma vez que mesmo tendo
uma conduta absolutamente digna, o ateu será condenado, enquanto o ímpio no sentido mais
amplo da palavra, mesmo após uma vida cometendo as piores atrocidades, pode ser salvo
mediante uma conversão de última hora. Pelo fato de recorrermos a Deus
para pedir auxílio quanto à nossa salvação, não significa que estamos
transferindo toda a nossa responsabilidade para Ele. O convite feito a fim
de irmos a Cristo (Mateus 11:28) ou Sua declaração de que sem Ele nada podemos
fazer (João 15:5) refletem a filosofia cristã de salvação, de que é
necessária a harmonia do poder divino com a vontade humana, para se operar
a mudança no íntimo do homem. Sem o concurso humano, Deus não pode
exercer os efeitos de Sua graça.
Por quê? Por que Jeová NÃO pode exercer os efeitos de sua
Graça? Ou não quer? Isso nos levaria à Antinomia da Onipotência Divina contra o
Livre Arbítrio. Mas o que pretendo demonstrar é que essa "ética" e "justiça"
divina são totalmente insustentáveis. Primeiro por não lhes ser possível uma
aplicação prática, segundo, porque mesmo no plano teórico, ela é contraditória. Ao contrário, somente pelo esforço
próprio, o homem não se ergue de seu estado de caído. Portanto, Deus e
homem interagem num processo dinâmico de redenção. Assim, o Cristianismo
não defende nem o extremo da autonomia humana nem a posição de que Deus fará
tudo, sem a participação humana. A questão suprema concernente à justiça de
Deus, assunto do mais profundo interesse e conseqüência para nós, é nossa
relação pessoal com essa justiça.
A idéia do Equilíbrio entre uma e outra e razoável, porém
vamos trazer a questão para o plano prático.
Se você for contratar alguém para um serviço vital, como uma babá para seus filhos,
um médico para uma cirurgia importante, ou mesmo um contador para tomar conta de
seu dinheiro, você não irá, com toda a certeza, ignorar a contuda dessa pessoa. Por outro lado, a não ser que você seja muito radical, não há razão para não contratar
esses mesmos profissionais caso apresentem conduta impecável e excelente currículo, mesmo
que se declarem não cristãos.
Conclusão: No plano existencial humano, as obras valem mais que a Fé. Creio que isto
esteja claro. A Ética Humana é a única aplicável, mesmo porque a única forma der um Ser
Humano avaliar o caráter do outro é mediante sua conduta. Resta-nos agora examinar um possível
plano transcendente. É a justiça em qualquer medida inata à natureza humana?
Sem sombra de dúvida! Caso contrário não teríamos, em TODAS as
culturas, sistemas éticos, normativos e jurídicos. Existem linhas gerais que estão
presentes em todas as sociedades primitivas. Se o for, como pode ser cultivada e desenvolvida? Se não, há
algum meio de obtê-la? Em caso afirmativo, por que meio e quando?
Da mesma forma que tem sido cultivada e desenvolvida ao
longo da história independente de Cristianismo. Hoje em dia, o Ocidente atingiu um
nível elevado em sua elaboração de leis jamais visto, onde há o direito de expressão,
liberdade de ação, restrição de condutas que antes eram permitidas, como genocídios e
estupros. E nada disso tem tido base em sistemas religiosos mas sim na Filosofia.
As Constituições que temos hoje são Evolução direta da reflexão ética filosófica desde
Platão e Aristóteles, com uma elaboração basicamente racional. Já as leis dos países islâmicos
são baseadas em preceitos religiosos, assim como outrora fora, em parte, no ocidente, baseada
na Religião Cristã. Desnecessário dizer qual dentre esses sistemas é mais humanitário e justo.
Pelo menos na Teoria nossas Leis são inegavelmente elevadas. O tema da
justiça de Cristo e da inabilidade humana de salvar-se perpassa todo o Volume
Sagrado. Na queda da humanidade a justificação própria se evidenciou, quando: o
homem, ao pecar, cobriu-se de folhas de parreira (Gênesis 3:7); transferiu para
a mulher e para Deus a responsabilidade de seu pecado (Gênesis 3:12);
quando a mulher acusou a serpente de enganá-la (Gênesis 3:13). Posteriormente,
Caim expressou o mesmo espírito de seus pais, ofertando a Deus os frutos de seu
próprio labor como sacrifício, em vez de aceitar o conselho de Deus de trazer
um cordeiro como oferta. O cordeiro simbolizava Cristo que viria
morrer pelos pecadores. Por isso a oferta de Caim foi rejeitada. Seus belos
frutos representavam a justiça humana em querer apresentar-se perante Deus. Só
que o profeta declara que os nossos atos de justiça são como trapos de
imundícia (ver Isaías 64:6 e 7). Ou seja: para a visão bíblica, as
obras humanas, por melhores que sejam, são insuficientes para nos recomendar a
Deus.
E isso deixa então claro que o Sistema Ético Humano e o
supostamente divino são completamente incompatíveis. Mas mudando de assunto, conheço
outra interpretação para esse episódio de Caim e Abel.
Trata-se de representar o dilema entre duas culturas como modos de produção e
sustentação diferentes. As culturas mais antigas, agrícolas, são representadas por
Caim. Abel representa a cultura mais recente pastoralista.
Jeová, ou melhor Iaweh, é um deus pastoril, criado no âmbito de uma cultura
pastoralista nômade. Por outro lado todas as demais divindades que são citadas no Velho
Testamento como sendo abominações, são remanescentes de divindades ligadas a Agricultura,
em geral femininas.
A mito de Caim e Abel, que também está presente na cultura babilônica, representa
a imposição da Nova Ordem sobre a Velha. As Escrituras declaram que todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus (Romanos 3:23); que cada um de nós é
carnal, vendido à escravidão do pecado (Rom. 7:14); que não
há justo, nem sequer um (Rom. 3:10); que em nossa carne não habita
bem nenhum (Rom. 7:18); e finalmente, que somos cheios de toda
injustiça (Rom. 1:29). Isso responde claramente à indagação se a
justiça é inerente à natureza humana em qualquer grau. Não é.
Essa CRENÇA é a meu ver, extremamente nociva ao Ser Humano e
a sociedade. Se todo o sistema social, jurídico e ético que possuímos não passa de
"imundície", e onde não há "bem nenhum", então tudo o que consideramos certo, justo
e digno não o é aos olhos deste Deus. Que parâmetros teríamos então para criar um
Sistema Ético sob a luz desta revelação Bíblica? Se tentarmos adaptar as normas
do Novo Testamento teríamos uma sociedade Escravocrata e Machista, além de intolerante
com demais religiões e que bloquearia o progresso científico, como outrora foi na Idade
Média. Seria essa a Justiça Divina? Veremos. Por isso, o
Criador humanizou-Se e baixou até nós para nos erguer, mediante Cristo, que é
Deus. Daí a Bíblia indicar Jesus, o próprio Deus em carne, como a nossa
justiça: Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este
será o Seu nome, com que o nomearão: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA - Jeremias 23:6.
Cristo, como o segundo Adão, veio em forma de homem, semelhante a nós em
tudo, exceto no fato de que Ele não nasceu pecador. Por isso, tornou-se nosso
Salvador. Cristo devia iniciar a redenção humana onde Adão falhara. Como homem
perfeito, Adão, utilizando mal o seu livre-arbítrio, pecou. Como homem
espiritualmente perfeito, Cristo venceu pela fé e deu-nos o exemplo de que,
confiando na graça divina podemos ser novas criaturas.
Minhas filhas possuem um livrinho entitulado
"O RATINHO, O MORANGO VERMELHO MADURO e O GRANDE URSO ESFOMEADO", na
qual o Narrador convence o ratinho de que há um terrível e enorme Urso que
virá roubar seu Morango e que a única forma de evitar isso é o ratinho dar
parte de seu morango, que ele achou, colheu e guardou, para o narrador.
Por fim, o Urso jamais aparece.
É muito parecido com esse mito cristão, convencer o Ser Humano de que ele
não tem valor mediante uma fábula, inventar um nome, uma personalidade e
uma estória para o problemas inerentes a existência, e oferecer-lhe a solução
para tais com um sistema religioso. Desse forma a Igreja Católica Medieval
dominou toda a Europa, várias facções cristãs atuais dominam grupos sociais
e inúmeras pessoas tem sua mente controlada por crenças baseadas em medo, com
variadas consequências. Nossa natureza continua pecadora,
mas a graça instala um conflito entre o bem e o mal e
dependerá do homem em sujeitar-se a Deus a vitória sobre o
mal.
Por quê? Jeová cria o Universo e os Seres Humanos em
toda sua onipotência mas não consegue evitar a rebelião de Lúcifer. O Ser Humano
também se rebela contra a sua vontade, ele envia seu "filho" que se sacrifica
após toda uma linhagem de profetas com poderes sobrenaturais e mesmo assim, a
Natureza Humana continua pecadora.
Essa Graça Instalada é absolutamente
imperceptível para nós humanos, pois só podemos avaliar o Ser Humano mediante
suas obras. Como podemos então perceber esse "conflito" entre o Bem e o Mal? A moralidade humana não é capaz de atender aos requisitos da
lei de Deus. Com a Queda, a natureza humana tornou-se corrompida, alienada de
Deus e incapaz de, por esforço próprio, voltar ao Criador.
Por natureza, estamos distanciados de Deus. Entretanto, o plano da redenção foi posto em
ação. Assim que o homem pecou, a graça atuou, quando Deus substituiu as folhas
de parreira de Adão e Eva (símbolos da justiça humana) pela pele de
cordeiro (representando a justiça de Cristo).
Mas por que essa graça é imperceptível? Você conseque saber
se seus amigos e companheiros estão ou não restituídos pela graça a não ser mediante
seu comportamento? Você com certeza não levará a sério um Cristão que continue a
praticar atos iníquios, e considerando o fato de que mesmo cristãos de
conduta inabalável ainda estão sujeitos a todas as vicissitudes da vida, como é
possível saber quem está restituído pela graça?
Se você levar em conta um estado emocional favorável, e quanto a aquelas pessoas
que mesmo não cristãs, exibem estado de espírito e conduta invejável? O homem que se acha moralmente
puro deveria considerar esta advertência: Enganoso é o coração, mais
do que todas as coisas e desesperadamente corrupto; quem o
conhecerá? - Jeremias 17:9. Destarte, o justo viverá pela
fé (Habacuque 2:4; Hebreus 10:38). Note estes trechos de escritos
cristãos, a respeito da justificação pela fé. Por quê? Por que lançar esse veneno na alma humana?
Por que eu deveria chegar para uma pessoa que está em paz, comportando-se de
forma louvável, feliz e prestativa, e dizer-lhe que ela está enganada e
corrompida por Satanás? Que resultado prático e benéfico eu posso retirar disso? Não pode o
homem salvar-se sem a obediência, mas suas obras não devem provir de si mesmo;
Cristo deve operar nele o querer e o efetuar segundo Sua boa vontade. -
Review and Herald, 1º de abril de 1890. E agora você disse tudo! OBEDIÊNCIA! Por fim esse é o resultado
desse sistema religioso, uma Obediência cega a preceitos e dogmas instituídos por
civilizações primitivas e bárbaras, fracassadamente adaptados para o contexto atual. No
fundo o que temos visto é um sistema hierárquico, rígido, autoritário, como muitas
instituições religiosas tem demonstrado, pautado em fundamentalismo, tentando interferir
no processo e divulgação científica, opinando em questões éticas para a quais simplesmente
não tem argumentos válidos. Por fim o resultado é esse! CONTROLE! SUBMISSÃO! Coagir o Ser
Humano a obedecer esta ou aquela instituição ou sistema de pensamento que representariam
a divindade, dizendo inclusive em quem votar. Por meio de Cristo provê-se ao homem tanto a restauração como a reconciliação. Nós
transgredimos a lei de Deus, e pelas obras da lei nenhuma carne será
justificada. Os melhores esforços que o homem, em suas próprias forças, possa
fazer, não têm valor para satisfazer a santa e justa lei que ele transgrediu;
mas pela fé em Cristo pode ele alegar a justiça do Filho de Deus como
toda-suficiente. Mas que santa e justa lei é essa?! Pode me dizer com clareza? Se tudo o que
consideramos ético e justo não tem valor, que espécie de Lei Santa é essa?
E nós trasngredimos a lei de Deus? Eu e você? Porque trazemos desde que nascemos a
culpa por algo que teria sido feito por dois de nossos ancestrais há mais de 6.000 anos
Porque somos culpados? Eu não sou Adão, nem meu espírito estava fundido ao dele, isso
seria um tipo de Panteísmo, dessa forma porque tenho culpa por algo que não fiz. Se nasci com
uma natureza pecadora, então é porque fui criado assim. Quem me criou?
Por Favor leia este texto que recebi, entitulado QUEM É DEUS - O Mistério Revelado,
trata-se de uma abordagem diferente, onde parte dessas questão são explicadas embora numa ótica
que me parece pouco comum na Teologia Cristã. Entre outras coisas propõe que nós, seres humanos, tivemos
pre-existência celestial desde a criação e fomos envolvidos na rebelião Luciferiana. A observância de formas exteriores nunca preencherá a grande necessidade da alma
humana. Uma mera profissão de Cristo não é suficiente para preparar alguém para
suportar o teste do juízo. - Review and Herald, 25 de janeiro de 1887. Esse "observância de formas exteriores" parece uma
abordagem budista, pelo menos até lermos o que se segue.
Quando
jejuns e orações são praticados num espírito de justificação própria, tornam-se
abomináveis ao Senhor. A solene assembléia do culto, a rotina de cerimônias
religiosas, a humilhação exterior, o sacrifício imposto - tudo proclama ao
mundo o testemunho de que o fazedor dessas coisas se considera justo. Tais
coisas chamam a atenção ao observador de deveres religiosos, declarando: 'Este
homem está qualificado para o Céu.' Mas tudo não passa de um engano. As obras
não nos adquirirão entrada no Céu. ... A fé em Cristo será o meio pelo qual o
espírito e motivo corretos impulsionarão o crente, e toda bondade e mentalidade
celestial procederão daquele que olha para Jesus, autor e consumador de sua
fé. - Review and Herald, 20 de março de 1894. Há muitos
que parecem imaginar que as observâncias exteriores são suficientes para a
salvação; mas o formalismo, o rigoroso apego aos exercícios religiosos,
falharão em trazer a paz de Deus que supera todo entendimento. Somente Jesus
pode dar-nos a paz. Review and Herald, 18 de novembro de 1890. Nesse sentido a Ética humana e a divina concordariam,
pois pelo ponto de vista prático também não há qualquer valor nesse tipo de
atitude. O que interessaria seriam condutas produtivas ou mantenedoras de uma
ordem social sadia, o que procedimentos como cerimônias litúrgicas, sacrifícios,
ou penitências em nada contribuem.
Aqueles
que não têm uma experiência diária nas coisas de Deus não agem com
sabedoria. Podem ter uma religião legalista, uma forma de santidade, pode haver
uma aparência de luz na igreja; toda a maquinaria - muito disso de criação
humana - pode parecer estar operando bem, e ainda a igreja pode estar tão
destituída da graça de Deus quanto as colinas de Gilboa careciam de orvalho e
chuva. Review and Herald, 31 de janeiro de 1893. Mais uma vez digo que essa experiência diária é
indefinível. De uma certa forma, não passa de um jogo de palavras. É como
pegar dois objetos rigorosamente idênticos é dizer que um é muito melhor
que o outro devido a algo que não se pode perceber, que não faz qualquer
diferença notável.
O que estou tentando mostrar é que essa Crença não pode ser demonstrada
racionalmente. Argumentos são inúteis. Trata-se apenas de Fé, sendo um
fenômeno completamente subjetivo. Você nem sequer tem como saber se no fundo
eu não sou muito mais cristão que você. O povo de
Deus tem perdido muito por não manter a simplicidade da verdade tal como é em
Jesus. Esta simplicidade foi tornada complexa, e formas e cerimônias, e uma
rotina de excessivas atividades de caráter mecânico tomaram o seu lugar.
Exaltada auto-suficiência e complacente justiça própria têm mascarado e
ocultado a mendicãncia e nudez da alma. - Review and Herald, 7 de agosto
de 1894. (ver Apocalipse 3:14 a 22, sobre a condição espiritual da última
igreja verdadeira antes do aparecimento glorioso de Cristo em Sua segunda vinda
à Terra. Este estado, porém, mudará). E chegamos ao ponto final desta questão. Você diz que
que existe uma SIMPLICIDADE DA VERDADE. E o que estou dizendo é que não há
Verdade Alguma Perceptível, nem Simples nem Complexa.
Não é possível perceber essa "verdade", a única coisa que se pode notar é
o comportamento humano. As pessoas que você reconhece como cristãos, só pode
fazê-los pelas suas obras, por sua conduta. No fim, é a obra que importa para
nós humanos. Se para Deus for diferente, é outra estória, o que digo é que esta
doutrina nada tem de simplicidade, ela é absolutamente incompreensível.
É totalmente subjetiva. Mesmo você, se tiver um mínimo de consciência,
irá assumir determinada conduta ao se considerar cristão. Portanto o peso
de suas obras acaba sendo muitíssimo maior. Muitos
atos que passam por boas obras, mesmo feitos de beneficência, se investigados
rigorosamente, terão de ser considerados como induzidos por motivos errados.
Por que "terão"!? Quer dizer então que todo é qualquer
ato se praticado por não cristãos são errôneos? Não importando sua natureza?
E é claro, em contrapartida, todo e qualquer ato praticado por Cristãos será
certo? Se não, como saber se são certos ou não?
Muitos há que recebem aplausos por virtudes que não possuem. O Esquadrinhador
dos corações (Jeremias 17:10) inspeciona os motivos, e muitas vezes os próprios
atos que são vivamente aplaudidos pelos homens, são por Ele registrados como
provindos de motivos egoístas e vil hipocrisia. - Mente, Caráter e
Personalidade, páginas 348 e 349, volume I, Editora Casa, tatuí, São Paulo, 2ª
Edição. Por fim, é esse o escapismo, afirmar que os atos nobres
humanos só são nobres se o forem praticados pelos cristãos. Desqualifica-se
qualquer atitude que seja se ela for praticada por um não cristão. Isso só
faria sentido se as obras não importassem em absoluto. Mas isso não é verdade.
Sintetizando:
Como você reconheceria alguém que está resgatado pela Graça?
1-Porque ele diz que está. Creio que a resposta seja óbvia, e dessa forma esse dogma da Graça é, para qualquer
efeito prático, INÚTIL. Ele só poderia ser usado intimamente, subjetivamente, sendo
percebido em totalidade apenas em nossa consciência individual e restrita.
Sendo assim, como você reconheceria que você está resgatado pela Graça?
1-Porque você sente isso? Se você escolhe a segunda opção, me dá razão. O Dogma da Graça é Inútil, tanto
externa quanto internamente. O que vale então são as obras, e se for diferente para
Jeová, então é impossível para o Ser Humano Cristão saber se de fato está salvo.
Se você escolher a primeira opção, entra num terreno muito perigoso. Você sabe que
há pessoas que praticam crimes terríves e REALMENTE acreditam estarem agindo sob Graça
Divina. Dessa forma, aquele que sente isso poderia fazer qualquer coisa, o que você mesmo
não pode aceitar.
A melhor solução seria então uma fusão das duas opções. Porém, isso demonstraria que
as obras são então, no mínimo, tão importantes quanto a graça, indo de volta a sua
proposição do equilibrio entre a Vontade Humana, refletida na conduta, e a ação de Deus.
Não obstante nenhum de nós aceitará uma conduta criminosa de alguém que se diga
resgatado pela graça, embora convivamos bem com pessoas dignas mesmo que não aceitem
o Cristianismo. Mais uma vez, no âmbito humano, as Obras são o mais importante.
E Finalmente! O que seria mais importante para Jeová?
Se for só a graça, fica caracterizada a absoluta falta de base para qualquer ética
compreensível. Se só as obras, a Graça definitivamente se torna inútil, se as duas,
voltamos ao problema anterior:
Jeová aceitará uma conduta criminosa de alguém que se diga, e que realmente se sinta
resgatado pela graça? Mas se você se sente assim, muitos psicopatas também podem
sentir, portanto, como você pode discernir?!
Qualquer resposta é insatisfatória, a não ser para quem se conforma com uma medida
de justiça simplesmente absurda. Não posso confiar ou acreditar numa religião que me diz
que a conduta humana em absoluto não importa. Quem quiser que acredite, mas não há
argumentos lógicos e nem mesmo razoáveis para tal.
Você mesmo não tem como saber se está de fato restituído pela Graça. É impossível, a
não ser medindo suas obras. Na pior das hipóteses, as obras são a única forma pela qual
se pode saber se estamos restituídos ou não. Tudo o que importa são as obras, ainda que
um estado psicológico interior seja indiscutivelmente importante, ele ainda é subordinado
a sua ação externa.
É impossível compreender a doutrina da Graça, ela não serve para qualquer propósito
prático, acabando por ser inútil. Pior, confunde, estimula um preconceito contra toda
uma série de formas de pensamento. Não é a toa que o Cristianismo tenha sido distorcido
e usado para justificar toda uma série de atrocidades ao longo da história, pois sua
construção filosófica confusa dá margem a isso. É claro que isso não elimina a responsabilidade do indivíduo
para com sua conduta, mas ocorre um declaração de impotência, de que o mais
importante não é por conta dele. Esse resultado é ambíguo, pois isso seduz uns
e assusta outros. Infelizmente isso é muito proveitoso para indivíduos de menor
força de vontade, preguiçosos, ou para aqueles cujos atos os condenam
severamente, pois passam a contar com um suporte sem o qual não conseguiriam se
manter com um mínimo de dignidade. Sem a graça de
Cristo, o pecador está numa condição desesperançada; nada pode ser feito por
ele. Isto é, o pecador não pode purificar-se. Nem pode qualquer outro pecador
ajudá-lo. Mas mediante a graça divina, poder sobrenatural é comunicado ao
homem, e opera na mente, coração e caráter. Mas o que é poder
sobrenatural? Todos os milagres de Cristo são apenas as manifestações naturais
de Sua pessoa, e assim eram operados com a mesma facilidade com que nós
realizamos nossas tarefas diárias ordinárias. O elemento sobrenatural e
miraculoso em Cristo, tenhamos em mente, não foi um dom emprestado ou uma
manifestação ocasional. Uma virtude interior habitava em Sua pessoa, e dEle
saía, de sorte que mesmo a orla de Sua veste era curativa ao toque por meio da
fé, que é o elo entre Ele e a alma. Pelo que diz: Subindo ao alto, levou
cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. - Efésios 4:8. Ou
seja: concedeu poder para a vitória sobre o mal. Mais uma vez uma doutrina incompreensível em ação,
"justificando" uma série de crenças impossíveis de se auto sustentar. Tendo em
vista ser a Doutrina racionalmente insustentável, a única forma de explicar seu
sucesso é pelo apelo subjetivo e emocional que consegue exercer. Não é a toa
que a maioria das pessoas que abraçam o cristianismo, os convertidos, o fazem
sob forte condições emotivas, geralmente desencadeadas por problemas pessoais.
Não vejo nenhum problema nisso, pelos contrário, acho o Cristianismo um
mecanismo psíquico extremamente útil para uma série de pessoas, o que melhor
funciona em determinadas condições onde a Psicologia e Filosofia fracassam.
Mas não serve para todas as pessoas, em especial para aquelas que, como eu,
se esforçam para manter sua racionalidade funcionando e não são vítimas de grandes
dramas pessoais. Para essas pessoas é no mínimo incômodo ouvir um discurso como
este, querendo empurrar-lhes um problemas que elas não tem, através de argumentos
irracionais. Pela Bíblia
estamos desvalidos, mas não desvalorizados. Devido à Queda, o homem alienou-se
de Deus . Em determinado ponto espácio-temporal na história, o ser humano caiu.
O homem da Reforma sabia que a criatura humana revoltou-se contra Deus.
Todavia, o homem da Reforma e aqueles que após a Reforma forjaram a cultura do
Norte Europeu, sabiam que, enquanto o homem é moralmente culpado diante do Deus
que existe, ele não é o nada. Temos, no pensamento da Reforma um homem que é
alguém. Vemo-lo, porém, envolvido numa condição de revolta e a rebeldia é real
- jamais uma peça de teatro. Uma vez que é um ser não programado e
de fato se revolta, ele incide em genuína culpabilidade moral. À vista disto,
os reformadores compreenderam algo mais. Tiveram uma compreensão bíblica da
obra de Cristo. Compreenderam que Jesus morreu na cruz em função substitutiva e
em ação propiciatória a fim de salvar o homem da verdadeira culpa que sobre ele
pesa.
E mais e mais a mitologia vai sendo elaborada e se
tornando mais complexa, aparentando aos desavisados ser um sólido sistema de
pensamento tão coerente quanto uma teoria filosófica Marxista ou Hegeliana.
Se apenas os homens da reforma compreenderam isso, significa que durante a
maior parte da história do Cristianismo, ou do "Pseudo-Cristianismo" se preferir,
a doutrina correta não estava disponível. O que será feito dos milhões de pessoas
que viveram antes disso, sem ter nenhuma chance de conhecer a doutrina verdadeira?
Se eles não podem ser salvos, decorre uma tremenda injustiça da parte de Jeová,
que poderia muito bem remediar essa situação. Se eles podem ser salvos mediante
um mérito pessoal, por uma medida diferente, porque hoje também não podemos? Necessitamos reconhecer que, no instante em que nos pomos a alterar a
noção bíblica da verdadeira culpa moral, seja a falsificação psicológica, seja
a falsificação teológica ou seja de qualquer outra forma, nosso conceito da
obra de Jesus não será mais bíblico. Cristo morreu pelo homem que tinha uma
culpa moral verdadeira por ele próprio ter feito esta real e verdadeira
escolha.
Ou melhor dizendo, precisamos crer, cegamente, mesmo
sem nenhuma evidência ou lógica.
Agora, se alguns indivíduos de menor força de vontade,
preguiçosos acham que Deus é um papai noel e que a mensagem de
justificação pela fé os isenta de batalhar por sua salvação deveriam
reconsiderar suas idéias sobre salvação. Somos instados a trabalhar por nossa
salvação em cooperação com Deus (ver Filipenses 2:12). Somos cooperadores no
sentido de nos submetermos ao plano divino, mas não somos a causa final de
nossa salvação. Segundo a Bíblia, sem a morte expiatória de Cristo seria
vão qualquer esforço em salvar-se. Daí a Bíblia admitir que a salvação é pela
graça, mas esta graça exige a boa vontade humana em querer salvar-se. Os
orgulhosos assustam-se com o método de Deus. Os próprios líderes da nação
judaica incomodavam-se com os ensinos surpreendentes de Cristo, porque estes
feriam seu moralismo. O homem que nasce de novo (São João 3)
experimenta uma ação do Espírito Santo no seu íntimo, a qual não é, em essência
uma obra humana. O novo nascimento é válido para sábios e ignorantes, fortes
e fracos, morais e imorais, bons e maus; enfim, para todo aquele que deseja
estar um dia no reino Deus. De fato, pois afinal sendo incompreensível, não
faz diferença ser sábio ou não. Nada disso faz o MENOR SENTIDO. É um discurso
falacioso, se não Sofismático.
É por isso que há um número tão impressionante de pessoas
que tiveram vidas extremamente repreensíveis sob qualquer ponto de vista moral,
e se regeneram abraçando o Cristianismo, pois é um modo
fácil de regeneração. Infelizmente a maioria dessas pessoas não se
reabilita de fato, elas apenas se submetem a fortíssimos freios
psíquicos, uma mistura irresistível do perdão de um senhor onipotente
acompanhado de uma vida de prazeres, e a ameaça de uma condenação de sofrimento
indizível. O indivíduo submetido a essa dictomia é, ao meu ver, uma Laranja
Mecânica, é artificial. Tanto é notório o fato de que ele não é um autêntico
regenerado, que a maioria retrocede ao seus maus hábitos anteriores se sua fé
for abalada. Eles no fundo não acreditam numa melhora verdadeira, num salto de
qualidade no Ser, pois dependem de uma força externa, e se essa
força lhes falta, sucumbem. Porque bem
sabemos que a Lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob pecado. Porque o
que faço não o aprovo, pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso
faço. - Romanos 7: 14 e 15. Porque eu
sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum: e com efeito o
querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que
quero, mas o mal que não quero esse faço. ... Miserável homem que sou! Quem me
livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor.
- Romanos 7: 18, 19 24 e 25. E da mesma maneira também o Espírito ajuda nossas fraquezas. ... - Romanos 8:26. Uma das características da lavagem cerebral, repetir
versos ou frases prontas ante questões difíceis de serem respondidas.
O que me
causa admiração na Bíblia é sua honestidade quanto à situação humana.
Não vejo honestidade alguma. Trata-se apenas de uma
opinião pessimista sobre a natureza humana. Não raro o Pessimismo é confundido
com realismo e a Depressão com a aceitação de uma "verdadeira natureza". Apenas
uma visão sombria de realidade que encontra abrigo nas mentes de alguns.
Ela fala de pessoas transformadas pela graça e de apóstatas que deixaram
os caminhos da fé.
Lendas, mitos, estórias, contos... Não sem valor,
mas que não deveriam ser, pelo meu entendimento, levadas tão a sério, ou
interpretadas literalmente.
O processo de santificação bíblica não é algo instantâneo (ver II Pedro 1:3
a 11). A santificação ou regeneração moral do ser humano é algo contínuo e
sempre ascendente. No processo, o homem pode sofrer quedas, mas a graça ainda
continua à sua disposição.
Sinto muito mas isso entra em contradição com sua
argumentação anterior sobre a Graça, pois por todas as características citadas
anteriormente, essa santificação deveria sim ser instantânea!
Se há um processo contínuo e ascendente, ou Evolutivo no sentido mais coloquial
da palavra, então qual é o "valor" que está em progressão? O que está sendo
aperfeiçoado? Existem gradações de Graça?
Mesmo nessa frase imediatamente anterior, a Graça parece ser considerada como
algo em si, imutável. Um dom divino já constituído. Portanto se há algo que é
construído a partir dela, esse algo é o novo comportamento assumido pelo
crente, ou seja, mais uma vez são as Obras que acabam prevalecendo. Se o cristianismo não produz os mesmos efeitos de
vitória e libertação na vida dos que você chama um número impressionante
de pessoas, alguma coisa errada há com elas e sua concepção de salvação.
Provavelmente.
A questão central cifra-se na experiência pessoal de cada um com Deus. Não se
pode negar o valor da mensagem cristã na vida de indivíduos transformados.
E de fato não nego.
Também não se pode deixar de notar que muitos voltam aos seus antigos
hábitos, porque não procuram de fato viver em Cristo.
Aqui entre o ponto de vista da preferência de cada um.
Podemos dizer que os que falham de fato não viveram em Cristo, ou que o Cristianismo
não é adequado para todos.
Aceitar a Deus é uma
questão diária e não um ato isolado e único. Teremos sempre de lutar contra
tentações. É nossa natureza.
Mais uma vez, é destacada a importância de algo mais que
a Graça.
Entretanto, não é verdade que o homem não pode
mudar seu caráter: Assim, se alguém está em Cristo, nova
criatura é; as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo. E tudo isto
provém de Deus, que nos reconciliou Consigo mesmo por Jesus
Cristo. ... - II aos Coríntios 5:17 e 18. E vos revistais do novo
homem, que segundoDeus é criado em verdadeira justiça e
santidade. - Efésios 4:24. E vos darei um coração novo, e
porei dentro de vós um espírito novo;(...) E porei dentro de vós o Meu
Espírito, e farei que andeis nos Meus estatutos, e guardeis os
Meus juízos e os observeis. - Ezequiel 36:26 e 27.
Mas não foi então o Ser humano que mudou seu próprio
caráter, mas sim Deus. Como será confirmado adiante.
Inúmeras são as
passagens bíblicas que falam de um novo homem, regenerado. Contudo, é
sempre Deus e Seu poder o Autor da santidade. Nunca o homem foi capaz
de mudar o seu coração sem a ajuda divina constante e diária (Jeremias 2:22).
Por isso, muitos fracassam em viver a vida cristã. ... É isso que acho lamentável. Uma pessoa tão inteligente
e culta como você não consegue se livrar destas "Canções Psicológicas". Essas
repetições mecânicas, automáticas, que chegam a parecer os slogans injetados
na população pelos sistemas ditatoriais.
Você seria capaz de chegar a todas essas conclusões por si próprio? Poderia
elaborar seu próprio pensamento? Por que tamanha dependência psicológica da
Bíblia?
Faça uma pergunta a si mesmo. Imagine que não houvesse Cristianismo ou livros
sagrados, ou que você jamais pudesse ter acesso aos mesmos. Que tipo de Ser
Humano você seria? O evangelho de
exterioridades é mais caro ao coração humano. Pode tomar a forma de cultura e
moralidade; ou de 'cultos' e sacramentos e liturgia; ou de ortodoxia e
filantropia. Tais coisas tornam-se em si mesmas nossos ídolos, e a confiança
nelas toma o lugar da fé no Cristo vivo.
Por falar em idolatria, não consigo ver religião mais
idólatra que o protestantismo. Apenas os ídolos não são visíveis, mas Jeová e
Jesus Cristo são venerados e idolatrados com um nível de fanatismo e devoção que
em muito supera o dos santos católicos, que pelo menos dividem a adoração com
inúmeros outros.
É impressionante a gama de hinos, cânticos, louvores e aleluias dirigidas a
ao Deus Cristão pelos protestantes, em especial os Pentecostais. Se milhares de
passoas passando horas gritanto louvores e cantando adoração não for Idolatria,
não consigo imaginar o que seja. É possível esquecer, possível
renunciar Àquele que nos chamou na graça de Jesus Cristo. Com pequena mudança
na forma de nossa vida religiosa, sua realidade interior de alegria em Deus, de
filiação consciente, de comunhão no Espírito, podem-se desfazer completamente.
A vida de Deus nas almas humanas é sustida pela energia de Seu Espírito,
perpetuamente renovado, sempre procedendo do Pai e do Filho. Esse viver
que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e
a si mesmo Se entregou por mim. A vitalidade de sua fé pessoal em Cristo
manteve Paulo livre do erro, fiel em vontade e intelecto ao evangelho único. É possível também esquecer a própria condição humana
em prol da condição de "ovelha". Deixar de ser plenamente dono de suas próprias
faculdades mentais e se submeter a um sistema prévio e rígido de pensamento cuja
característca de irracionalidade leva a coisas como Criacionismo.
Não estou fazendo qualquer acusação direta, mas sim discorrendo um discurso
paralelo e tão vão quanto esse seu parágrafo anterior. A possibilidade de o cristão voltar aos seus antigos hábitos existe. O
próprio Cristo admitiu isso em Mateus 12:43 a 45. A Bíblia traz exemplos
flagrantes de pessoas que abandonaram a fé. Paulo falou a respeito de um de
seus companheiros: Porque Demas me desamparou, amando o presente século.
... - II Timóteo 4:10. As Escrituras falam também de indivíduos
pecadores regenerados. Não há como negar o poder de Deus na vida de
milhares. O seu argumento de que a maioria retrocede aos seus maus
hábitos anteriores se sua fé for abalada carece de dados estatísticos.
Sem dúvida, é uma experiência pessoal com alguns
exemplos, mas ele é sustendado pela sua própria doutrina, que mesmo nas
passagens bíblicas prevê isso, sob um ponto de vista diferente.
Se a força externa lhes falta, foi a própria vontade de tais
indivíduos que escolheu assim. Desistem da luta cristã.
A pergunta que faço é:
Por que algumas pessoas só são dignas quando devotas a condição cristã, e
outras não precisam de qualquer religião para ter a mesma dignidade?
Por que alguns dependem da religião e outros não? O apóstolo Paulo
afirmou em Efésios 6:10 a 18 que a vida cristã é uma batalha e que o
cristão deve empenhar-se nela com todas as forças, unindo a sua fraca vontade
ao poder de Deus.
Está respondido. Porque esses indivíduos são demasiado
fracos para assumirem uma conduta digna por conta própria. Dependem das rédeas
psicológicas da doutrina, que incluem ameaças de castigo no Inferno.
Não é genuíno nenhum arrependimento que não opere reforma.
E como é muito difícil admitir a própria fraqueza, o
crente prefere se iludir e acreditar que o outro está perdido, que é apenas
aparentemente mais forte. Ele não pode aceitar a superioridade moral do outro,
que independe de premiações ou castigos divinos, e prefere entoar essas
teodicéias, como a que se segue.
A justiça de Cristo não é uma capa para encobrir pecados não
confessados e não abandonados; é um princípio de vida que transforma
o caráter e rege a conduta. Santidade é integridade para com Deus; é a
inteira entrega da alma e vida para habitação dos princípios do Céu. Cristo nos
imputa Seu caráter imaculado, e nos apresenta ao Pai em Sua própria pureza. Há
muitos que julgam ser impossível escapar do poder do pecado, mas a promessa é
que podemos ser cheios da plenitude de Deus. Nós ambicionamos muito pouco. O
alvo é muito mais elevado. Na religião de Cristo há uma influência
regeneradora, que transforma o ser todo, levantando o homem acima de todo vício
degradante, abjeto e elevando os pensamentos e desejos para Deus. Ligado ao Ser
Infinito, o homem se faz participante da natureza divina. Quando a alma se
rende inteiramente a Cristo, novo poder toma posse do coração. Opera-se uma
mudança que o homem não pode absolutamente operar por si mesmo.
O crente prefere pensar que ninguém, e não só ele, é
capaz de levar uma vida ética sem o sintetizador psicológico externo e artificial
da religião. E que todos os outros que conseguem, na verdade estão enganados.
Como não são capazes de apontar defeitos claros na conduta alheia, que é
externada pelo seu bom comportamento, sua conduta, suas obras, recorrem a uma
falácia mais sutil, querendo ver um problema onde ele não existe, apelando para
argumentos fantásticos. Como exemplo:
É uma obra
sobrenatural introduzindo um sobrenatural elemento na natureza humana. A menos
que nos unamos vitalmente a Deus, nunca poderemos resistir aos não santificados
efeitos do amor-próprio, da condescendência com nós mesmos e da tentação para
pecar. Podemos deixar muitos hábitos maus, mas sem uma ligação vital com Deus
pela entrega de nós mesmos a Ele momento a momento, seremos vencidos. Sem
conhecimento pessoal com Cristo e constante comunhão achamo-nos à mercê do
inimigo, e havemos afinal de fazer-lhe a vontade, pois o mundo jaz no
Maligno. - I São João 5:19. Sabemos que todo aquele que é nascido
de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o
Maligno não lhe toca. I São João 5:18. Contudo, se dissermos que
não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se
confessarmos os nossos pecados, Ele (Cristo) é fiel e justo, para nos perdoar
os pecados e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos,
fazemo-Lo mentiroso, e a Sua palavra não está em nós. - I São João 1:8, 9
e 10. Até que Deus nos revista de imortalidade, na vinda de Jesus Cristo (ver I
aos Coríntios 15:50 a 54) seremos seres de natureza pecadora, mesmo sob a guia
de Deus. A influência do pecado sobre o homem e o planeta só será extirpada
completamente quando Deus cumprir o Seu plano de renovar a raça. Suas promessas
quanto a isso estão registradas, especialmente, no livro de Apocalipse, mas
encontram-se na Bíblia inteira. Com direito a toda a alegoria mitológica possível.
Um consolo metafísico que simplesmente diz: "Eu sou Fraco, mas todos são. Ainda
que não pareçam." É muito reconfortante.
Não digo que todos os cristãos são assim, de forma alguma, creio que nem mesmo
a maioria. Mas é assim que funciona para um número imenso de crentes, em especial
os regenerados, que abandonam uma vida desregrada ou criminosa. Eu mesmo conheço
vários, inclusive em minha família, que nem mesmo negariam isso. É imputada a justiça pela qual somos justificados; aquela pela qual
somos santificados é comunicada. A primeira é nosso título para
o Céu; a segunda, nossa adaptação para ele. - Review and Herald, 4 de junho de 1895.
Justiça imputada pela qual o homem é justificado da culpa, é o fundamento sobre que
a justiça comunicada é concedida, a qual santifica a conduta da vida, e provê nossa
qualificação para o Céu. E temos então uma verdadeira epopéia baseada no sentimento
de culpa e na frustração da impotência em se superar. Incrível a capacidade humana
de auto-ilusão.
É nesse sentido que
creio ser o Cristianismo um mecanismo falho de reabilitação, ele não promove um
autêntica revolução de consciência no indivíduo, ele apenas o condiciona, o
submete a um complexo coquetel de promessas e ameaças. Nada traduz melhor isso
do que a frase Temente a Deus, pois revela que o indivíduo tem sua
crença baseada no Medo, não no Amor. Será que esta proposição sua é um reflexo de sua própria experiência falha com
o Cristianismo?
A-Há!!! Demorou mas veio. Finalmente pondo em cheque minha
própria integridade, e tentando levar a questão para um lado mais pessoal.
Não. Não a minha própria experiência falha, mas as experiências alheias que tenho
visto. Eu pessoalmente, nunca tive problemas sérios. Sempre encontrei em mim mesmo
os motivos para uma conduta ética, não preciso de aprovação ou sacramentação de
divindades. Tenho visto o contrário em muitas vidas e na minha própria. Não
me comporto como uma ovelhinha-obediente-com-medo-de-pecar.
Não duvido disso. Como já disse não são todos os cristãos
que agem assim.
O amor de Deus é algo profundo e respeitador. Não age pela força nem tampouco anula a
vontade de ninguém. Se tal pensamento existe em sua mente, sinto em dizê-lo,
mas é uma concepção desvirtuada e doentia.
"Doentia"... Se for, sinto dizer que é esse pensamento que
existe em muitos cristãos.
Parece que você nunca
leu declarações como estas: No amor não há medo. Antes o perfeito
amor lança fora o medo, porque o medo produz tormento. Aquele que teme não é
aperfeiçoado no amor. I João 4:18. Há muito que o Senhor me
apareceu dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com amorável
benignidade te atraí. - Jeremias 31:3. Atraí-os com cordas
humanas, comcordas de amor. ... - Oséias 11:4.
Mas será que você não é capaz de usar suas própria palavras?!
Já li muitas declarações como estas, principalmente fora da Bíblia, mas estas
que você me citou soam quase como hipócritas ao lado de tantas outras como:
Temei a Deus. Honrai ao rei. Deus não
força a vontade ou o juízo de ninguém. Não tem prazer na obediência
servil. Deseja que as criaturas de Suas mãos O amem porque Ele é digno de amor.
Quer que Lhe obedeçam porque reconhecem inteligentemente Sua sabedoria, justiça
e benevolência. E todos os que possuem concepção justa destas qualidades,
amá-Lo-ão porque são atraídos para Ele e Lhe admiram os atributos. Temer a
Deus na linguagem bíblica significa reverenciá-Lo amorosamente, não sentir
pavor. É o sentido que dão os escritores bíblicos.
Ah é? Vejamos.
E, quanto aos que de vós ficarem, eu lhes meterei
pavor no coração nas terras dos seus inimigos; Apocalipse convoca a
humanidade para o temor a Deus, ou seja, o reconhecimento de que Ele é digno de
nossa adoração (ver Apocalipse 14:6 e 7). O temor do Senhor ainda é princípio
da sabedoria. É necessário muito cuidado com as interpretações que se dão
quanto aos juízos de Deus sobre os homens, como são narrados na Bíblia. Muitas
delas, geradas por causa de erros de hermenêutica e da própria mentalidade de
certos indivíduos, deturpam o caráter de Deus e transformam-no num Ser cruel e
tirano. Não é Deus inimigo do homem, e sim este.
Se nem ainda com isto me ouvirdes, mas continuardes a andar contrariamente para
comigo, também eu andarei contrariamente para convosco com furor; e vos castigarei
sete vezes mais, por causa dos vossos pecados. E comereis a carne de vossos filhos e
a carne de vossas filhas. Destruirei os vossos altos, derrubarei as vossas imagens
do sol, e lançarei os vossos cadáveres sobre os destroços dos vossos ídolos; e a
minha alma vos abominará. Reduzirei as vossas cidades a deserto, e assolarei os
vossos santuários, e não cheirarei o vosso cheiro suave. Deus estava em
Cristo, reconciliando Consigo o mundo. - II aos Coríntios 5:19.
Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela
mortede Seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos
pela Sua vida. - Romanos 5:10. Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o Seu Filho Unigênito. ... - São João 3:16. Apesar de que antes...
Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no
coração. E disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o
homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito. E eu ainda me pergunto o que os animais tem haver com isso. Ainda há
algo a dizer quanto à reabilitação moral do homem: Por nossos próprios esforços
é impossível escapar do abismo de pecado no qual estamos mergulhados. Nosso
coração é mau e não o podemos transformar. A educação, a cultura, a vontade, o
esforço humano, todos têm sua devida esfera de ação, mas nesse caso não têm
valor. Poderão levar a uma vida exteriormente correta, mas não podem mudar o
coração. Muitos que se dizem cristãos são meros moralistas humanos.
Cristianismo não é moralidade, é redenção. Mudar atos externos é fácil, ser um
indivíduo moral não é difícil, ser bom perante os olhos dos outros é possível.
Agora tente purificar seu coração de intenções e pensamentos impuros; tente
mudar o caráter e aí você verificará a fragilidade do esforço humano nesta
questão. Pra isso dependemos de Deus e temos de reconhecer que somos, de fato,
impotentes. Você pode não concordar com isso, mas é assim que o cristianismo
apresenta nossa condição. E eu endosso.
E eu não. Discordo de praticamente tudo isso, com exceção
da indiscutível dificuldade em mudarmos nossos pensamentos mais íntimos, que cristão
algum consegue eliminar. Parodiando Jesus: "Aquele que não tiver pensamentos impuros
que atire a primeira pedra!" Não duvide de que surgiram pessoas que alegam serem puras,
mas em geral são justamente aqueles cujos atos as tornam indignas de crédito.
Frequente qualquer seção de ajuda on-line de sites cristãos, e verá uma infinidade
de convertidos lutando contra impulsos internos que acreditavam desaparecer quando abraçassem
a religião. Aí você dirá: "Ah! Mas ele não tiveram uma conversão autêntica!"
Mais uma vez, tenta-se criar uma distinção injustificável entre conceitos de
moralidade. Exige-se antes de tudo uma declaração de impotência. É preciso antes
de tudo se anular como Ser Humano para aceitar uma sistema de pensamento desses.
Não obstante esse deus só está disponível num livro escrito por humanos, através
de palavras humanas, em igrejas construídas por humanos. Não há qualquer evidência
direta, nenhuma prova, nenhuma demonstração. Tudo são crenças e convicções.
Apenas experiências psicológicas intensas seriam mais "palpáveis", mas essas
podem ser interpretadas de várias formas. Por fim, volto a afirmar o que antes disse.
Há um outro lado é
claro. Um número muito grande de pessas não são propícias a um autêntico
aperfeiçoamento moral, de modo que só conseguem mesmo alguma melhora através do
paradoxo de Amor e Terror típico das Religiões abraámicas, temperada com a
singular justificação pela Fé. Abrir centros de estudos espíritas, templos
budistas ou escolas de filosofia em presídios provavelmente seria inútil, o
nível de ser local é muito baixo para essas vertentes. Já uma igreja
pentecostal pode ter um efeito drástico, servindo para um expressiva
regeneração de criminosos. Também não quero dizer
com isso que o Cristianismo é uma religião de ignorantes ou criminosos, ele possui
também uma característica muito elaborada, elementos capazes de satisfazer
aspirações morais e intelectuais elevadas. Mas é claro que tais elementos
passam longe da atenção da maioria da população cristã, interessando apenas a
uma elite. A humanidade
está cada vez mais caída moralmente. Este processo de degradação será crescente
à medida que nos aproximamos do fim dos tempos preditos nas Escrituras (ver II
Timóteo 3:1 a 9; Mateus 24:12 e 37 a 39).
É isso!!!
É aqui que está o grande perigo dessas religiões apocalipsistas! Talvez seja isso
o que mais me preocupa afinal.
Afirmar que tem havido uma degeneração progressiva da humanidade é simplesmente
insustentável. Hoje em dia mais do que nunca existe consciência humanitária, pela
primeira vez em toda a história genocídios, torturas, massacres, estupros,
opressão e tirania são repudiados pelo paradigma dominante. Somente os ingênuos
acham que os crimes de hoje são piores que os do passado. A diferença é que hoje
muitos dos crimes que antes passavam incólumes e desapercebidos são agora
combatidos e severamente repreendidos pela Sociedade.
O fato dos telejornais noticiarem tantas tragédias mostram que elas
acontecem, como sempre aconteceram, mas que agora há uma postura de desaprovação
às mesmas, diferente de épocas onde esquartejamentos em praça pública eram praticados
e aprovados por toda a Sociedade, Governo e Leis. Justamente épocas onde
a religiões tinham maior importância e influência.
Porém temos muitos desafios pela frente, temos um mundo a aperfeiçoar e transformar,
multidões a esclarecer, milhares de pessoas que necessitam de alfabetização, cultura,
meios. Milhões que precisam saber que há muito mais do que o que a Bíblia lhes diz, que
o mundo é vasto, esferóide, que não é o centro do Universo assim como não foi
criado em 6 dias.
Há muito Ignorância para ser combatida, muito trabalho a cumprir para produzirmos
um mundo melhor. Não há desculpas para o desânimo, a apatia e desesperança. Se não
acreditarmos que podemos melhorar, se não lutarmos pelo progresso em todos os níveis,
podemos nos auto destruir.
Diante disso é muito perigoso, nocivo e totalmente insensato pregar que as coisas
não só estão piorando quanto DEVEM piorar para que se cumpra o Juízo Final. Essa
mentalidade é uma ameaça ao progresso moral da humanidade. Graças a esse tipo de
doutrina, que desemboca em Milenarismos, tivemos Guerra de Canudos, Revolta do Contestado.
suicídios coletivos de Jim Jones e Heaven's Gate.
Tenho um texto sobre isso em MILENARISMO.
Porém, onde abundou o pecado
superabundou a graça. Depende muito da boa vontade humana
a reabilitação moral. Aqui trabalhamos com presos e alguns
têm experimentado uma genuína transformação. Outros não querem saber de
cristianismo. São escolhas. O processo de mudança moral não é da noite para
o dia e envolve lutas íntimas mesmo. Muitos, no entanto, que lutam contra suas
más tendências asseguram que Deus tem lhes dado forças e vitória no conflito
com o pecado. Como afirmei anteriormente, não se pode negar totalmente a
eficácia da graça no coração de homens e mulheres. Também não se pode olvidar o
fato de que a graça não surte efeito em muitas pessoas. Entendo que a graça é
como um presente. Ela é dada ao homem, mas é preciso que o homem abra o pacote
e usufrua o presente. Muitos deixam o embrulho fechado e por isso, o poder de
Deus não é experimentado. A culpa não é da graça, mas do arbítrio humano. E
Deus respeita nosso arbítrio. Muito bom. Acho isso extremamente louvável, e concordo
plenamente com esse trabalho de regeneração em presídios. Porém tudo pode ser
explicado pela simples Psicologia. Eu pessoalmente, desenvolvo um teoria, a
dos Sintetizadores Psíquicos. Nesse caso a religião age como um poderoso
sintetizador psíquico, que busca no própio ser humano a força necessária para
a mudança embora travestindo-a de algo externo.
Eles tem o
enfoque contrário, neles há um Livre-Arbítrio autêntico, pois a elevação é uma
escolha do indivíduo. No Budismo por exemplo, você não é obrigado a reconhecer
as 4 Nobres Verdades e seguir a Senda Óctupla se não quiser. Pode muito bem
continuar sua vida como bem entender, reencarnando incessantemente e resgatando
karmas, passará por muito sofrimento, podendo passar até pelos infernos, mas é
bem melhor do que ir para O Inferno pregado pelo Cristianismo. O livre-arbítrio é valorizado na Bíblia. Deus mostra Seus caminhos, o homem
escolhe segui-los. Não há predestinação. O que Deus faz é avisar das
conseqüências em se desviar de Seus caminhos (ver Deuteronômio 30: 15 a 20; I
Reis 18:21).
Isso é duplamente falso, e posso demonstrá-lo
facilmente.
Se eu colocar um copo de bebida na sua frente e dizer que você é livre para
beber ou não, estou lhe concedendo uma escolha certo?
Nesse caso estou lhe dando Livre Arbítrio.
Mas se aponto-lhe um revólver e digo, você pode beber ou não, mas se não
beber eu estouro seus miolos, estou lhe dando liberdade de escolha?
Que espécie de Livre-Arbítrio seria esse?!
Pois é exatamente esse Livre-Arbítrio que é apresentado no Cristianismo!
Você diz que deus apenas nos avisa das consequências, pois bem, se eu
lhe dissesse que você pode beber, mas lhe avisasse que não
bebendo você pode ficar desnutrido ou desidratado, ou que bebendo você pode
ficar embriagado, aí sim eu estaria lhe avisando das consequência, mas não
sou eu que CRIO essas consequências.
O Falso Livre-Arbítrio oferecido por esse Deus é na verdade correspondente
ao da ameaça pela arma de fogo, aliás é pior! Pois as tais consequências são
determinadas pelo próprio Deus, é ele quem cria as consequências!
Isso não pode ser Livre Arbítrio!
O segundo motivo é a velha antinomia com a Onipotência e Onisciência, impossíveis
de serem explicadas racionalmente a não ser através de soluções pouco agradáveis como
a da Predestinação. Como desenvolvi em DEUS ou na
Resposta ao Ricardo Martorelli.
Precisamos encarar a realidade da vida. A Bíblia não admite
reencarnação. Só temos uma encarnação, uma única vida na qual devemos fazer
escolhas acertadas. Depois da morte o que vem é o juízo (Hebreus 9:27).
Realidade da vida?! A única realidade indiscutível que
conheço é que estou vivo e não tenho certeza do que me acontecerá após a morte.
Isso é real! Se a Bíblia admite ou não o que quer que seja, não passa de uma crença.
Nada haver com a Realidade.
A doutrina budista ou qualquer outra de cunho oriental é ilógica e destrói a
personalidade humana ao imergir o homem em sucessivas e infindáveis
reencarnações. Pura abstração.
Por que é ilógica? Na verdade também a considero falha, mas
eu gostaria de saber melhor a sua opinião. Posso apontar contradições lógicas inegáveis no
Cristianismo, sendo assim a possível falta de Lógica de outra Religião não deveria
servir de parâmetro.
A reencarnação agrada muito bem aos preguiçosos
(usando sua expressão), pois acham que terão muitas chances para refazerem em
outra vida os erros que cometeram numa anterior (mesmo que se realize em
infinitos ciclos). Isto lança o homem numa condição de comodidade, bem
diferente da Bíblia que adverte a não perdermos tempo, a sermos sóbrios e
a trabalharmos por nossa redenção. Depende. Isso pode mesmo acontecer, mas o pior que
pode haver é uma falta de prioridade com relação ao aperfeiçoamento interior,
nunca um incentivo à má conduta, pois essa também seria punida. Mas concordo que
a sua visão imediatista, com uma só vida, torna a necessidade mais urgente. Infelizmente
ele não tem sido capaz de produzir uma significativa melhora social nem mesmo dentro das
igrejas protestantes.
O Cristianismo da Bíblia não prega a existência de um inferno de fogo, onde as
almas dos ímpios serão atormentadas pelos séculos intérminos da eternidade.
Muito bem. Como Adventista do Sétimo Dia você é adepto do
Aniquilacionismo. Para mim, um dos pré requisitos para que o Cristianismo faça algum
sentido. Eu também jamais acreditei no absurdo da punição eterna, porém não sei se concordo que
a Bíblia NÃO pregue tal doutrina. Concordo que a mesma não é clara, como podemos
ver em versículos antagônicos como:
E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna. Em contraposição a:
Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas,
e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a
sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte. Onde "Segunda Morte" pode ser interpretada como Aniquilação do ímpio, extinção,
não havendo então sofrimento eterno ainda que o mesmo seja por tempo indeterminado.
Como o número de referências a "Segunda Morte" e até superior ao de "Castigo Eterno",
e como a doutrina da punição eterna é absolutamente insustentável, aceito a posição
Aniquilacionista como a mais sensata mesmo que a Bíblia não seja clara sobre o assunto.
Esta doutrina horrenda entrou no cristianismo quando se aceitou a crença de uma
alma imortal. Ela ainda subsiste em muitos credos da cristandade. A palavra inferno,
na Bíblia, refere-se não a um lugar de tormento, mas à sepultura ou à condição
final de aniquilamento no Juízo. É só estudar as línguas originais para se
perceber o significado do vocábulo. A teoria da imortalidade da alma foi
uma das falsidades que Roma tomou emprestadas do paganismo, incorporando-as à
religião da cristandade.
Não é tão simples assim. Há deixa na Bíblia para se propor
a punição Eterna, não adianta por a culpa na Igreja. Qualquer pessoa que se habilitar
a ler o Novo Testamento pode chegar a essa conclusão, embora eu concorde com uma
certo favorecimento à idéia da Extinção.
Também não concordo com a relação entre Alma Imortal e Punição Eterna. Nenhuma
religião espiritualista jamais propôs a idéia do tormento eterno, e o fato da Alma
ser Imortal não significa que seja indestrutível. Portanto creio que a essa doutrina,
embora possa ter sim alguma influência extra bíblica, é mais devida a uma interpretação
da própria Bíblia. Quão repugnante a todo sentimento de amor e
misericórdia, e mesmo ao nosso senso de justiça, é a doutrina de que os ímpios
mortos são atormentados com fogo e enxofre num inferno eternamente a arder; que
pelos pecados de uma breve vida terrestre sofrerão tortura enquanto Deus
existir!
Sem sombra de dúvida. Como também abordo em
DEUS.
Contudo, esta doutrina tem sido largamente ensinada. Está além do
poder do espírito humano avaliar o mal que tem sido feito pela heresia do
tormento eterno. A religião da Bíblia, repleta de amor e bondade, e abundante
de misericórdia, é obscurecida pela superstição e revestida de terror. Ao
considerarmos em que cores falsas têm sido mostrado o caráter de Deus,
supreender-nos-emos de que o Criador seja receado, temido e mesmo odiado? As
opiniões aterrorizadoras acerca de Deus, que pelos ensinos do púlpito são
espalhadas pelo mundo, têm feito milhares, e mesmo milhões de céticos e
incrédulos.
Viu só. Nisso concordamos plenamente. A doutrina
da punição eterna pode ter feito mais descrentes do que adeptos do Cristianismo.
Mas lamentavelmente essa idéia é a regra no Protestantismo. Adventistas e
Testemunhas de Jeová, que por vezes nem são considerados protestantes, são
uma minoria aniquilacionista.
Porém, mesmo desconsiderando essa crença absurda, não há como defender essa idéia
de que a doutrina bíblica é repleta de amor e bondade. No Velho Testamento, onde não
aparece a idéia de punição eterna, o próprio Jeová pratica os mais hediondos atos
contra seu próprio povo e contra outros, afetando de maneira torpe, cruel e absolutamente
injustificável crianças, mulheres e idosos. Não poupando nem mesmo animais.
O Decálogo, que já não é grande coisa em termos éticos, só é aplicável ao povo
hebreu, sendo completamente ignorado com relação a outros povos, aos quais com a benção, e
a ordem de deus, podem ser escravizados e mortos, independente de idade ou sexo.
Não só Jeová pratica atrocidades como enviar pedras do céu, chuva de fogo, doenças ou
maldições execráveis contra pessoas indefesas que poderiam facilmente ser neutralizadas sem
violênia, mas ele incita, e ordena a seu povo que pratique inúmeras atrocidades, assim
como tolera, e mesmo honra, atos totalmente repugnantes praticados por seus escolhidos.
Quer que eu cite os versículos? Contudo, numerosa classe, para a qual a doutrina do tormento eterno
é revoltante, é levada ao erro oposto. Vêem que as Escrituras representam a
Deus como um ser de amor e compaixão, e não podem crer que Ele executará
justiça sobre o mundo. O pecador pode viver em prazeres egoístas, desatendendo
aos preceitos de Deus, e não obstante esperar ser, ao final, recebido em Seu
favor. Esta doutrina, admitindo a misericórdia de Deus, mas passando por alto
Sua justiça, agrada ao coração carnal, e torna audazes os ímpios em sua
iniqüidade. Diz o salmo 6:12: Se o homem se não converter, Deus afiará a
Sua espada: já tem armado o Seu arco, e está aparelhado. Não é porque
Deus é amor que não executará juízo sobre o mundo. Ele é longânimo, mas dá o
aviso de que tem determinado um dia em que COM JUSTIÇA há de julgar o
mundo. ... - Atos 17:31. Visto como se não executa LOGO o
juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está
inteiramente disposto para praticar o mal. - Eclesiastes 8:11. Mas o
juízo virá, creiamos ou não. E não é uma crença mítica. Não só é uma crença mítica e irracional como prejudicial
ao desenvolvimento humano. Ele não só desencoraja a luta por um mundo melhor
como incute em seus fiéis uma expectativa de desastres que entre outras
coisas fazem alguns se empolgarem com tragédias como a de 11 de Setembro ou
a guerra na Palestina, pois seriam indícios do Segundo Advento.
Ao invés de assumir as rédeas de nosso próprio futuro e incentivar uma
luta pela melhora em nosso mundo, essa doutrina cria a esperança de que uma
divindade descerá dos céus para nos redimir.
A condição fica clara,
se você quiser transcender a roda do sofrimento, segue a receita de Buda, se
não, não segue, mas arcará com consequência pelo tempo em que mantiver sua
decisão. De qualquer modo é reversível. Um dos grandes males da doutrina
cristã, para mim, é que ela empurra um situação irreversível. Isso pode ser
útil para mentes mais impressionáveis ou mais fracas, mas é uma agressão às
mentes mais sensíveis e mais esclarecidas. A
doutrina cristã tem impressionado mentes sensíveis e esclarecidas, como também
mudado a direção de mentes embotadas. Se por mentes esclarecidas você quer
dizer os sábios deste mundo, os intelectuais e refinados à vista dos
homens, eu concordo com você de que o cristianismo assusta tais pessoas. Muitos
rejeitam a Deus com um sorriso.
Quis dizer qualquer um com um mínimo de inteligência,
sem freios psíquicos rígidos, traumas ou complexos de culpa, e sem propensão
a dependência emocional.
O cristianismo é comparado a uma porta estreita
(ver Mateus 7:13 e 14) e são poucos que têm disposição para percorrer o
caminho. Entre estes estão muitas mentes sensíveis e esclarecidas,
homens bons e morais que escolhem seu próprio método de salvação.
Concordo. Lembro mais uma vez, não estou fazendo um
acusação direta a todos os cristãos, ou mesmo generalizações apressadas, eu
mesmo conheço muitos cristãos de inegável inteligência, cultura e sagacidade.
Porém eles geralmente são sutis com relação a doutrina, dificilmente se apegam
aos pontos mais obscuros, e são flexíveis.
Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as
sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;
e Deus escolheu as coisas vis deste mundo , e as desprezíveis, e as que não
são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante
Ele. - I aos Coríntios 1:27, 28 e 29.
...
A mensagem cristã não agrada ao coração humano não regenerado.
Mais uma vez... O velho fundamentalismo radical.
Se não aceita a Bíblia então é um degenerado, independente de seu comportamento.
Haverá sempre uma inimizade entre Deus e o homem
em razão do pecado. Esta inimizade unicamente a graça é capaz de romper. Mais uma vez a Graça. E uma inimizade que sob qualquer ponto
de vista racional, só pode ser responsabilidade do próprio Deus.
Essa evolução
espiritual a que você se refere tem a vantagem de conferir maior liberdade
ao Ser Humano, os preceitos morais e éticos são claros, todas essas religiões
condenam a violência, a ganância, a maldade e etc. mas não exigem condutas
discutíveis como renegar totalmente as outras crenças, seguir normas
sócio-morais que só fazem sentido num contexto isolado no Espaço-Tempo, ou
inibir uma série de possibilidades culturais humana O que vemos não é um processo de evolução, mas de involução. O cristianismo
não renega todas as outras crenças, mas rejeita métodos humanos de
salvação.
Mas é claro que renega TODAS as outras crenças! Não
é possível que você queira dizer que as demais religiões são aceitáveis pela
ótica Cristã! Não faria o menor sentido. O componente fundamental de
qualquer delas é o RE-LIGARE, se o mecanismo de ligação com o transcendente
só pode ser dado através da graça cristã mediante a figura do Filho Unigênito,
como você pode afirmar que isso não vai contra qualquer outra forma de crença?!
Confúcio, Buda, Zoroastro ou qualquer outro grande ensinador da
humanidade elaboraram apenas ensinamentos morais, válidos, bonitos, úteis.
Mas não trataram do dilema da existência humana.
Confúcio pode até ser, mas isso não vale para os outros.
Qualquer religião trata da existência humana.
Cristo foi além das aparências
e focalizou o problema humano: separação de Deus.
Buda foi além das aparência e focalizou o problema humano:
O Desejo.
Moisés foi além das aparências e focalizou o problema humano: a desobediência à lei.
Krishna foi além das aparências e focalizou o problema humano: A Ilusão.
O Xintóismo vai além das aparências e focaliza o problema humano: A impureza.
Maomé foi além das aparências e focalizou o problema humano: A descrença.
Sócrates foi além das aparências e focalizou o problema humano: A Ignorância.
Ron L. Hubbard foi além das aparências e focalizou o problema humano: A Mente Reativa.
Marcus Valerio XR vai além das aparência e focaliza o problema humano: A "Ilusão da Necessidade de Exclusão".
Cada um tem o seu ponto de vista. Não há qualquer superioridade intrínseca na
religião Cristã.
O cristianismo, além de
condenar a maldade, apresenta sua origem e solução final; vai além da ética e
da moral para centrar-se em questões existenciais.
O Mesmo faz qualquer outro sistema religioso ou ético.
A divergência entre o
cristianismo e as demais religiões está na questão da verdade final sobre Deus,
da condição humana e da solução para o nosso dilema.
Além de muitas outras questões.
O cristianismo responde
bem estas questões, enquanto as demais religiões deixam
lacunas consideráveis em suas respostas.
Responde bem?! Chama uma teologia repleta de paradoxos
insolúveis de uma boa resposta?!
Por não apresentarem uma resposta satisfatória e pessoais, eu as rejeito como
expressões da verdade divina.
Então deveria descartar também o Cristianismo, pois ele
não oferece qualquer explicação razoável. Eu pelo menos acho nem um pouco razoável
que eu seja culpado por um crime cometido por dois supostos ancestrais há 6 mil
anos. Assim como não consigo entender porque eu tenho que crer em Cristo, ou
o que significa essa Graça, se minha conduta não é diferente da dos ditos salvos.
Não faz sentido.
O Cristianismo é uma crença subjetiva, injustificável racionalmente, e
sem qualquer superioridade sobre qualquer outra. Claro, seus ensinamentos éticos não devem ser de todo
descartados, sendo que muitos deles estão em harmonia com a pregação cristã e
até melhor elaborados. Só que o anseio existencial humano não é por
ética ou moral: é por relacionamento. E este anseio o cristianismo satisfaz. Isso sim é interessante. Nesse sentido o Cristianismo se
diferencia e talvez isto explique seu sucesso. Uma relação passional com a divindade.
Mas o Ser Humano não possui apenas esse anseio existencial.
Hoje a Verdade está sendo muito discutida. O pensamento pós-moderno rejeita as
meta narrativas. É uma questão de relatividade, sem regras que nos guiem em
nossa busca para entender a realidade e a verdade. A moralidade é
substituída pelo relativismo. A realidade em si se torna uma construção social.
... (Veith, 1994).
Vá com calma. De fato o Relativismo e o desconstrutivismo
estão em voga. Mas isso não significa que não haja regras ou bases para a Ética e
a Moral, caso contrário sequer teríamos leis.
Nosso sistema ético ocidental atual, o mais avançado que já foi criado, baseia-se
antes de tudo na busca humana pelo Bem-Estar e felicidade geral, na valorização da
vida e do conhecimento. Desenvolve esses conceitos racionalmente para estabelecer
a Política e a Ética que tem governado nossa sociedade. Michael Foucault, pós-modernista, pergunta
não o que é a verdade? mas como ela é criada? Nesse
sentido ele diz que a verdade é uma construção baseada no conhecimento,
subjetividade e poder. Estes três são chamados de tecnologias da
verdade. A verdade, então, é construída através do controle de discursos
diretos (Simola, Heikkinen e Silvonen, 1998). Em resposta a Foucault, Fidelibus
opõe-se a esta posição declarando que temos uma receita para o desastre
potencial quando a 'verdade' se torna uma multiplicidade de 'verdades'
socialmente construídas e os indivíduos se tornam anônimos dentro dos grupos
sociais que o definem, e neste momento pode parecer superficialmente imparcial
e tolerante exteriormente... sua negação do indivíduo e fascinação com o poder,
'contém' os ingredientes da manipulação... (Fidelibus, 1996).
E uma dessas "verdades" socialmente construídas dentro de
grupos é a forma de Cristianismo que você prega, dentre muitas outras. Com direito
a auto-negação, baseado no mito do Pecado Original e na desvalorização humana, e
da fascinação com um suposto poder divino.
Esta, no entanto, não é a única visão evangélica da questão. ...A crítica mais
comum dos pós-modernistas é que os 'cristãos pensam que têm a verdade única'.
As afirmações do cristianismo não são negadas; são rejeitadas porque pretendem
ser verdade' (Veith, 1994).
Exato. E porque são incapazes de demonstrar racionalmente
essa pretensão.
Os cristãos rejeitam as afirmações
pós-modernistas de que não há verdade ou meta narrativas na qual podemos
construir nossa fé.
E não conseguem justificar porque. Por isso esse
"Modernismo" a que você se refere tem prevalecido, por estar em nítida vantagem
racional.
Ao mesmo tempo, com Deus fora de cena, os humanos
surgem como os criadores últimos da realidade (Marsden, 1997). Em
resposta ao pós-modernismo, não ousamos acolher as afirmações modernistas para
sermos capazes de encontrar a verdade última através de esforços humanos. Os
cristãos reconhecem que desde a Queda têm havido limitações para a razão
humana.
O que funciona como uma desculpa para justificar a
incapacidade de justificação racional, e leva a mais um beco sem saída. Sendo
assim como saber se o Cristianismo é superior?
Os pós-modernistas estão corretos ao afirmarem que o conhecimento
objetivo que os seres humanos podem alcançar não é a única forma de
conhecimento. Em suma, o pós-modernismo adota uma visão de realidade que não
admite verdades, que relativiza a moralidade, e iguala todas as religiões.
Sim.
Os cristãos rejeitam essa forma de relativismo evangélico.
??? Relativismo Evangélico?
Por outro lado, o
pós-modernismo abre o caminho para que os cristãos tomem parte de discussões de
diferentes áreas do conhecimento.
Ou seja, é ele que permite qua haja coexistência pacífica
entre as religiões, assim como lhes dá o benefício da dúvida.
O pós-modernismo adota um construtivismo
radical que rejeita mesmo a sugestão da existência de verdades fundamentais. Os
cristãos sustentam um construtivismo que encoraja as pessoas a adotarem a fé
pela construção de sua própria crença baseada nos princípios bíblicos.
O problema está exatamente em justificar porque os
princípios bíblicos seriam válidos. Como a Bíblia é irracional, não consegue
se sustentar numa discussão. É preciso apelar para uma série de recursos para
tentar demonstrar ser um algo mais que uma simples coletânea de textos religiosos
escritos por homens crentes em uma época primeva. Porém nenhum desses recursos,
como tentar demonstrar a superioridade ética ou científica da Bíblia, consegue
se manter.
O modernismo apresentou uma posição difícil para os cristãos por causa de sua
insistência em dizer que a ciência e a objetividade poderiam prover respostas a
todas as questões.
Mas esse ponto de vista mal sobreviveu ao
século XIX e foi completamente sepultado no Século XX. Ninguém mais em sã consciência
acredita que o método científico possa fornecer respostas para TODAS as questões.
Porém a racionalidade é sem sombra de dúvida o melhor caminho para tentarmos.
Recusando a reconhecer a existência de Deus e Sua parte
ativa na criação e sustentação da Terra, o modernismo limitou possíveis
respostas às questões.
Não há existência de Deus alguma para ser reconhecida, ela só
pode ser suposta. Esse Modernismo eliminou algumas respostas, mas ao desconsiderar uma visão
mecânica e rígida além de irracional de Deus, ele na verdade ampliou o leque de
possibilidades.
O pós-modernismo abre o caminho para perspectivas
múltiplas sobre o mundo e a vida devido à ênfase que dá à subjetividade. Mas
firmando-se na subjetividade, o pós-modernismo relativiza a verdade e a
realidade de um modo que limita a crença num Deus particular, ou num conjunto
de verdades. Isto questiona a existência dos fatos, demandando deles posições
pragmáticas mantidas convenientemente para objetivos práticos. Não sei se entendi bem mas creio que isso signifique
que a relatividade ao destruir a certeza abriu as possibilidades da realidade.
A única certeza que restou é a impossibilidade de termos certeza, por isso eu
sou Agnóstico. Qualquer proposição é válida mas não pode ser tomada como
certa e indiscutível, por isso eu rejeito o Fudamentalismo, porque além de tudo
ele limita o conhecimento causando danos incalculáveis a humanidade.
Como disse Humberto Gessinger, talvez parodiando alguém: Pois enquanto houver dúvida não há lugar para o radicalismo, há chance
para o aperfeiçoamento e a flexibilidade.
Quanto mais flexível e capaz de explicar a realidade for uma teoria, mais
ele tende a ser aceitável, dada sua eficiência e sua possibilidade de ser
aperfeiçoada. O Cristianismo não é válido por ser rígido, baseado em autoridade
irracional, incapaz de promover respotas a inúmeras questões. Sua autoridade não se
justifica de modo algum. "Livres-Pensadores não vêem motivo de orgulho em crenças baseadas numa cega
manutenção de superstições antigas ou prostrações que anulam o ego humano diante
de tiranos divinos conhecidos apenas através de revelações primitivas."
A Bíblia não é um recurso exaustivo da verdade. Muitas verdades existem fora da
Bíblia, mas é importante notar que nenhuma verdade existe fora da estrutura
metafísica da Bíblia.
Só porque você quer?! Não há qualquer verdade metafísica
em lugar algum, muito menos na Bíblia. Se houvesse, provavelmente ela estaria em
Imannuel Kant.
A autoridade de ensino da Escritura, escreveu
Arthur Holmes, compromete o crente em certos pontos focais e então provê
uma estutura interpretativa, um lampejo geral sobre como tudo se relaciona com
Deus.
Como você diz, compromete, limita, mesmo sem um motivo
sólido. As Certezas que a Bíblia traz podem ser úteis em algumas questões morais,
assim como prejudiciais em outras, e em nada contribuem para a compreensão da
realidade ou para o auto conhecimento.
A revelação especial não é o conhecimento completo, mas não pode
ser por demais enfatizado que ela fornece o padrão para toda a verdade. A
verdade não está em conflito, mesmo que pareça estar, dado o presente estado
incompleto do conhecimento humano.
Está um pouco confuso este trecho, mas posso comentar o
flagrante recurso de tentar invalidar a razão com a própria razão. Justificasse a
irracionalidade da Bíblia com o argumento de que o conhecimento humano é falho. O que
é verdade, é claro, mas não a esse nível. O conhecimento humano e mais do que suficiente
para anular a Bíblia como qualquer fonte de verdade confiável, mas o que os crentes
dizem é que o conhecimento só é válido enquanto estiver em conformidade com a Bíblia,
deixando imediatamente de sê-lo assim que é capaz de, muito clara e objetivamente,
demonstrar que ela não passa de uma amontoado de superstições. E isso gera mais um
paradoxo para o crente, pois se é assim, como então usar a Razão para confiar na
Bíblia? Admite-se então a subjetividade. A irracionalidade.
A Bíblia provê uma estrutura de referência
pela qual indivíduos podem guiar e corrigir seus julgamentos. A revelação,
vista desta perspectiva, não elimina a razão e o entendimento humano.
Mas cria claros limites. Bitola.
Sua função é guiar e dar propósito, sentido e direção à atividade e
ao pensamento humano.
No que tem falhado totalmente.
A ciência está sempre a descobrir novas maravilhas; mas nada traz de
suas pesquisas que, CORRETAMENTE COMPREENDIDO, esteja em conflito com a
revelação divina. E aqui está a prova de como funciona a bitola racional
bíblica. Esse "CORRETAMENTE COMPREENDIDO" não tem um pingo de objetividade ou
coerência. Trata-se apenas de afirmar por antecipação: "A Bíblia está absolutamente
certa e acabou!" Sem qualquer tipo de evidência ou lógica que sustente tal
afirmação.
Se os dados da natureza revelados pela Ciência não lhe conflitarem ótimo, se
sim, tem-se que defender a Bíblia a qualquer custo partindo do Dogma de que ELA
É A VERDADE!
Para isso segue-se basicamente dois caminhos. O primeiro é a reinterpretação,
alterando o sentido dos textos, o que é simples, para acomodá-la ao conhecimento
científico, a assim ela é reinventada sucessivamente, como o Isaías 40:22-24 que
na Idade Antiga era usada por alguns dogmáticos para demonstrar ser a terra plana,
e hoje e reinterpretado para demonstrar que a bíblia já pregava a "esfericidade" da
Terra ainda que ela se refira a um "círculo" claramente plano.
Caso a reinterpretação falhe, só resta negar os dados da Ciência, que é o que
tem feito o Criacionismo.
Quando a Bíblia registrou que nunca homem algum falou assim como
este homem (João 7:46), queria inferir que Jesus concentrava em Sua
mente a essência de todas as verdades e as relacionava perfeitamente.Isto
seria verdade em relação a Cristo, tivesse Ele falado apenas sobre o mundo
físico e intelectual, ou meramente em assuntos teóricos e especulativos.
Poderia Ele ter revelado mistérios que requereriam séculos de trabalho e estudo
para serem penetrados. Poderia ter feito sugestões nos ramos científicos,
as quais até o final do tempo proporcionariam nutrição ao pensamento, e
estímulo às invenções. Mas Ele não fez isto. Nada disse para satisfazer a
curiosidade, ou estimular ambição egoísta. Não tratou de teorias abstratas, mas
do que é essencial ao desenvolvimento do caráter, e daquilo que alarga a
capacidade do homem para conhecer a Deus e aumenta seu poder para fazer o bem.
Falou daquelas verdades que se referem à conduta da vida, e que unem o homem
com a eternidade.Educação, pág. 81. Ou seja, não proveu nenhuma evidência de sua suposta
divindade. Isso é apenas uma justificação para a irracionalidade bíblica. Me
lembra Carl Sagan ao contar que os que o procuram afirmando terem contato
com avançadíssimas civilizações extraterrestres oferecendo respostas a qualquer
pergunta estão prontos a responder qualquer questão moral ou ética, assim como
eu ou qualquer outra pessoa com inteligência mediana é capaz, mas silenciam
a perguntas do tipo: "Como é possível obter a Fusão a Frio?"
Acredito que a realidade última é
achada fora do Universo e não dentro de sua unidade estrutural e funcional.
Isto não quer dizer que não podemos apreender alguns elementos da verdade do
uso de nossas faculdades racionais. Podemos obter algum conhecimento. Contudo,
conhecimento não é algo que criamos mas algo que descobrimos. Esse conhecimento
é fragmentado. A fim de que seja realmente significativo, tem de ser posto
dentro de um sistema de coordenadas maior, provido pela verdade última. Essa
perspectiva nos é inacessível porque requer que transcendamos o Universo. Isso
é simplesmente impossível.
Muito bem colocado. Embora ainda discutível, mas concordo
com a maior parte.
Mas a verdade desceu até nós, entrou em nosso mundo
na forma de uma Pessoa e disse: Eu sou... a Verdade. Sou o único
capaz de integrar tudo dentro de um todo significativo.
Mas POR QUÊ? Me dê uma única razão pela qual eu deveria acreditar
nisso? Se essa mesma verdade não fez a menor questão de se tornar clara, verossímil
ou mesmo razoável.
Esta afirmação de Jesus era um golpe penetrante ao que os
gregos chamavam de AUTÁRKEIA ou suficiência própria. Eles criam que a verdade
era a manifestação da eterna, imóvel e imutável essência das coisas e que os
homens podiam descobri-la mediante análise racional. A verdade última era
localizada no mundo imaterial de idéias, que era formado por abstrações
racionais da mente humana.
Cuidado. Alguns gregos pensavam assim, para ser mais
exato os Neo Platonistas. Os aristotélicos, os céticos, os estóicos, os materialistas
e etc. tinham visões bem diferentes.
Em oposição a isto Jesus proclamou que a verdade
está além do alcance da mente humana por si só; é uma revelação.
De fato isso era muito provavelmente novo à maioria
dos gregos. Mas vá com calma.
A suficiência dos gregos, representantes da razão, contaminou seu espírito e
limitou seu pensamento.
PUTZ!!!!!!!!
LIMITOU SEU PENSAMENTO!?!?!?
Se quase tudo o que temos em termos de ética, política, física, e etc.
devemos a genialidade dos gregos!!!
Eles foram geniais, assim como os renascentistas, que permitiram todo
o desenvolvimento que agora de descortina a nossa frente. E você vem me dizer
que eles tinham o pensamento limitado?! Afinal não acreditavam na Bíblia não
é mesmo? Esta suficiência própria atingiu o pensamento moderno e
deixou a ainda necessária razão do homem confusa, egoísta, distorcida. Diria
também, até certo grau, maléfica. Parabéns meu caro fundamentalista cristão! Temos aqui um
defensor declarado do obscurantismo medieval, único período da história ocidental dos últimos
2500 anos a não ser marcado pelo pensamento grego.
Quer dizer então que aquela época onde o pensamento grego enfraqueceu, e a Bíblia era a
grande referência de verdade foi a melhor para a humanidade? Ah! Já sei! Vai dizer que em tal
época a Bíblia estava distorcida e não era corretamente aplicada. Talvez se saia mesmo com
o bom sofisma de que o problema era justamente a influência da filosofia grega na Teologia.
Curiosamente quando removemos quase que completamente a Bíblia de nosso preceitos éticos,
conseguimos produzir uma estrutura ética moral muito mais aceitável, e que permite por exemplo
que você e eu tenhamos nossa liberdade de pensamento e expressão. Coisa que jamais seria
possível num contexto onde a Bíblia fosse a única referência de verdade.
Essa suficiência própria herdada dos gregos, meu caro, é o que garante que você tenha direito
a comprar a sua versão da bíblia, com um dinheiro que você ganhou através de uma relação
trabalhista livre. Que garante que você tenha acesso a um meio de comunicação livre e que
possa expressar o que pensa sem medo.
Essa auto suficiência humana é a única coisa que nos separa do obscurantismo medieval, do
fundamentalismo Taliban ou de qualquer fanatismo baseado em valores absolutos.
Maléfica? Você diria. Pois eu digo:
"Nada mais maléfico do que escravizar a mente humana através de crenças improváveis e
incompreensíveis injetadas através de lavagem cerebral e ameaças sobrenaturais, exigindo
contudas que só interessam a aqueles que detêm a posição privilegiada de representantes de
tal alegada verdade divina."
Marcus Valerio XR E assino embaixo. A natureza transcendente da verdade
põe limite ao nosso orgulho e tende a nos deixar incomodados. O que mantém o
Universo coerente é uma Pessoa - não uma lei, não um princípio, não uma simples
força ou energia. Assim, a verdade como Pessoa significa que a verdade é
racional e inteligível. Hum... Interessante.
Boas-novas pra toda a humanidade: A realidade última não é
mais exclusivamente transcendental porque Ele esteve e está entre nós. A
Verdade morreu a fim de preservar em vida os fenômenos, o mundo criado. Aquele
que mantém o Universo coerente morreu, e não obstante o Universo não entrou em
colapso e não morreu com Ele! A verdade como Pessoa revela ademais a realidade
sublime que no centro mesmo do Ser divino só podemos achar mesmo amor, amor
desinteressado:O concerto de misericórdia fora feito antes da fundação
do mundo. Existiu por toda a eternidade, e é chamado concerto eterno. Tão certo
como nunca houve um tempo em que Deus não existisse, nunca houve também um
momento em que não fosse o deleite da Mente Eterna manifestar Sua graça à
humanidade - Ellen G. White. Ver IPedro 1:18 a 20;
Apocalipse 13:8 Caramba! Mais criativo do que eu pensava. O que quer dizer com
a "...realidade última não é mais..."? Significa que houve uma mudança no
estado de coisas do Universo? Curiosa tal mudança num mundo onde o "Concerto de misericórdia"
existiu por toda a Eternidade, caracterizando imutabilidade.
O que siginfica "aquele que mantém o Universo coerente" morrer?! Trata-se de Cristo
na Cruz? E que estória de amor desinteressado é essa se o amor de Jeová é claramente
condicional, uma vez que faz exigências que não sendo cumpridas resultam em pena máxima?
Assim como teria criado o Ser Humano para adorá-lo, demonstrando tal interesse?
Visto como Jesus é a verdade, devemos nos relacionar com Ele
não em termos de objetividade científica, mas em termos de um relacionamento
Eu-Tu.
Não vi nada de verdade nisso.
Se a verdade, segundo o posicionamento bíblico é Cristo, a
mentira consiste na crença de que podemos achar nosso caminho no Universo, que
podemos descobrir significado permanente para nossas vidas mediante pesquisa
científica, tecnológica ou filosófica. Sei que nem eu nem você buscamos
SIGNIFICADO nas teorias nem nas pesquisas, apesar de reconhecermos a utilidade
delas no esclarecimento de nossa razão.
Assim como, caso a verdade não esteja em cristo, então
a Mentira consiste em crer o contrário.
Toda compartimentalização da verdade em termos de ética e
religião, ciência e fé, é uma rejeição do fato de que a verdade é uma Pessoa e
de que é Ele que integra todo conhecimento numa só totalidade significativa.
Exatamente!
A história do pensamento humano indica que somos por natureza pesquisadores.
Sondamos a vastidão do Universo, a profundidade dos oceanos. Procuramos também
penetrar no microcosmo.
Sem dúvida, e por isso nossa mais elevada natureza é
procurar as respostas por nós mesmos, e não crer em respostas prontas, muito menos
quando nem sequer fazem sentido.
Exploramos todos os domínios do conhecimento, mas ainda
permanecemos como crianças a catar conchas na praia, tendo a nossa frente um
oceano de inexplicabilidade: Pudessem os homens enxergar um momento
para além do horizonte da visão finita, pudessem ter um vislumbre do Eterno, e
toda boca se calaria com seu orgulho. Finitos são os homens que vivem neste
pequenino átomo de mundo. Deus tem inumeráveis mundos obedientes a Suas leis e
dirigidos para Sua glória. Quando os homens avançarem em suas pesquisas
científicas até aonde lhes permitam as limitadas faculdades, existe ainda
para além uma infinidade que lhes escapa à apreensão. - Ellen G. White.
Como diria um certa gíria, um tremendo papo furado.
Deveríamos então abdicar de nossa busca para aceitar a alegada palavra divina?
Eu o faria com facilidade se você me desse só uma coisa:
UMA! SÓ UMA! UMA ÚNICA RAZÃO RAZOÁVEL PARA LEVAR A SÉRIO ESSA TAL DE BÍBLIA!!! Realmente a razão é algo maravilhoso e uma extensão da Razão
Maior. Porém, a ligação entre ambas as razões foi quebrada e uma teria de tomar
a iniciativa para unir os elos rompidos. Por isso Cristo, que é Deus,
desceu. Sendo assim, nossa busca da verdade última findou. Não quero dizer que
daqui pra frente não há mais nada a pensar. Somos ainda desafiados a buscar uma
compreensão mais profunda da verdade, a explorar suas formas ricas e complexas;
mas a busca de sua essência findou. Findou porque Ele veio a nós e disse:
Eu sou a Verdade.
E isso sintetiza bem a limitação e falta de um mínimo de
bom senso que essa idéia reflete. Nossa busca findou porque "ele" disse!!!
"Ele"! Que nem sequer apareceu para cada um de nós, mas sim para um bando de
pessoas que já morreram há dois milênios. E você quer que eu acredite nessa tolice?!
Me dê uma razão melhor! Porque não usa sua própria razão? Que tal argumentar com
sua própria consciência ao invés de repetir frases feitas por pessoas que não
me inspiram nem um pingo de confiança? Incomensurável é a verdade em Cristo e mediante
Cristo. O estudante da Escritura, por assim dizer, contempla uma fonte que se
aprofunda e amplia à medida que mira sua profundeza. ... A verdade, como é em
Jesus, pode ser experimentada, mas nunca explicada. Sua altura, largura e
profundidade ultrapassam nosso entendimento. Podemos exercitar ao máximo a
imaginação, e veremos então só tenuemente o esboço de um amor inexplicável, tão
alto quanto o Céu, mas que baixou à Terra para gravar em toda a humanidade a
imagem de Deus.
Com o perdão da palavra, isso me soa como uma tremenda
tolice. Como posso levar a sério um texto que me diz que devo aceitar como Verdade
uma explicação que diz que a Verdade não pode ser explicada?!
A visão difusa do homem na
suabusca pelo transcendente, não permite que ele veja o Universo perfeito
revelado por Deus. Os fatos parecem lhe falar com uma língua bifurcada e,
querendo ou não, há a necessidade de a razão humana ser iluminada por uma
agência externa, para que possa compreender a existência na qual
está inserida. Então pronto! Enquanto esse deus não decidir me iluminar
nada posso fazer! E se ele não o faz é porque não quer, ou não pode. É incrível
como tantos cristãos não concordam com a doutrina da Predestinação mas constantemente
evidenciam ser ela a única forma de solucionar racionalmente esse paradoxo.
E afinal, como pode deus ter revelado um Universo Perfeito, se ninguém consegue ver?!
Os fatos não apenas parecem falar de forma bifurcada. Eles são completamente contraditórios e
incompreensíveis. E alguém ainda me diz que devo anular minha racionalidade e acreditar
nisso. Reconheço que vivemos na era dos grandes
porquês, tanto na esfera pessoal (eu mesmo tenho questões pessoais profundas
fervilhando dentro de mim. Você também deve ter) quanto no contexto da
civilização humana. Aí estão os psicólogos, filósofos, cientistas e teólogos
trabalhando estes questionamentos. Vivemos na época das investigações sobre
Deus, o sentido da existência, a moral e destino final nosso e do Universo.
Pessoas correm loucamente de filosofia para filosofia, de credo para credo, na
tentativa de encontrar respostas. Só há quatro portas por onde possam passar: a
porta da razão e pesquisa, a porta do misticismo, a porta da revelação bíblica,
ou a porta do desespero, existencialismo e incredulidade.
Nese caso eu escolheria as primeiras. Mas sou capaz
de pensar em outras possibilidades, e acho muito impróprio fundir desespero com
existencialismo e incredulidade.
Interessante notar
que Jesus Se auto-proclamou: Eu sou a Porta (João 10:9).
Grande coisa! Sou mais eu proclamando que EU sou a Porta!
DEle
promanam as respostas sejam científicas, filosóficas, materiais ou espirituais;
respostas que vêm se manifestando, no passar dos séculos, à razão do homem.
Não sei que respostas. A única coisa que vejo é um apelo
emocional para se crer em algo sem sentido.
Como asseverou conhecida escritora religiosa: No Mestre enviado de Deus,
o Céu deu aos homens o que de melhor e maior possuía. Aquele que tomara parte
nos conselhos do Altíssimo, que habitara no íntimo do santuário do Eterno, foi
o escolhido para, em pessoa, revelar à humanidade o conhecimento de Deus. E mesmo assim não obteve um bom resultado.
Todo raio
de luz divina que já atingiu o nosso mundo decaído, foi comunicado por
meio de Cristo. (...)Toda a excelência manifestada nas maiores e mais
nobres almas da Terra, era reflexo dEle. Podemos
delinear a série dos ensinadores do mundo, no passado, até ao ponto a que
atingem os registros da História; a luz, porém, existiu antes deles. ... Os
grandes pensadores do mundo, tanto quanto são verdadeiros os seus ensinos,
refletem os raios do Sol da Justiça. Cada raio de pensamento, cada lampejo do
intelecto, procede daLuz do mundo. - Educação,pp 13 e 14. Agora mudou o enfoque. Se trata de usar um truque de
retórica e afirmar que se é bom, veio de tal fonte, tornando a hipótese tão
impossível de ser contestada quanto inútil. Muitos ensinamentos do mundo,
inclusive tidos como iluminados, ou implacavelmente bem estruturados, vão
contra essa doutrina ilógica. Então o que pensar? De onde vieram? Temos então
apenas mais um parâmetro para dizer que isto é bom e aquilo não é baseado em
pura e cega crença na Bíblia.
A sede humana de conhecimento e
espiritualidade é grande e, na tentativa de satisfazê-la, o homem tem de optar
por um referencial. Na verdade o homem escolhe seu caminho para chegar à
Divindade, baseado no tipo de Deus que ele quer ter. Deus está sendo formado à
imagem do homem, nesta era pós-moderna. Acredito que todos os caminhos são uma
expressão desta sede, mas só a revelação verdadeira de quem é Deus finalizará
nossa sequidão espiritual. Todas as fontes, tenham elas seu fundamento na
ciência, na filosofia, na antroposofia ou na teologia secar-se-ão e deixarão de
saciar o ser humano. Mas a Água da Vida é a única a criar em nós uma fonte
perene que salte para a vida eterna. Muitos caminhos são-nos apresentados, mas
unicamente um nos trará de volta a eternidade. Escolhi o referencial bíblico
para chegar à Fonte de Água Viva, porque os outros me deixaram com a sensação
de sede. Talvez você sinta sede no sentido de sobriedade,
e saciedade no sentido de embriaguez.
Maniqueísmo diz respeito a um dualismo eterno entre o bem e o mal. A posição
cristã não é maniqueísta.
Por muito pouco, pois admite que mesmo o Mal, na figura
de Satan, foi criado por Deus, e nesse sentido, não tem existência original. Mas
ela funciona de modo plenamente maniqueísta. Há o Mundo, sob o domínio de Satanás,
e o Rebanho, propriedade do Senhor Jesus, entre os quais há um antagonismo.
Não há meio termo. Se não está de acordo com a doutrina cristã, então
pertence ao maligno. Se não está resgatado pela fé, não importa as obras, então
está perdido. Se não vai para o Paraíso, vai para o Inferno.
Essa dualidade exclusivista e antagônica pode ser definida como
Maniqueísta.
Flexibilidade em termos de religião é sinônimo
de rejeição de doutrina. O cristianismo diz que Deus é um ser pessoal,
auto-existente e que não pode ser confundido com Sua criação; o panteísmo
defende o contrário: Deus é uma essência que impregna todo o Universo,
um ser que Se confunde com Sua criação. Isto destrói Sua
pessoalidade e personalidade divina. Como harmonizar os dois sistemas? O
resultado pode ser uma forma híbrida de doutrina, totalmente absurda. Se a
postura fundamentalista que você menciona significa aceitar as doutrinas
cardeais do cristianismo, então é óbvio que o cristianismo não cederá. Por
isso, a exclusão entre os dois sistemas é real e forte. Eu não teria dito melhor.
Nesse sentido pode ser vista como Maniqueísta, por apresentar inclusive
uma quase idêntica concepção cosmogônica. Um começo onde havia uma divisão
entre Bem e Mal, O Mundo Celestial e os Domínios de Satan, uma momento onde
ambos se misturam, A queda do Paraíso e entrada do Mal no mundo, e haverá
um momento onde tudo será novamente separado, com o Juízo Final. Entretanto minha
preferência pela Evolução como explicação para a origem e desenvolvimento das
espécies passa longe disso. Claro que noutro sentido ela elimina a
ação direta de um Deus pessoal no mundo. Mas por que isso me seria
agradável? O relacionamento entre sua espiritualidade evolutiva e sua crença
científica na evolução me parece ter conexões sutis.
De fato tem uma conexão explícita.
Já leu A Gênese, de Allan Kardec?
Claro. Fui espírita por muitos anos.
Ali a evolução biológica e a
religião kardecista estão bem relacionadas. Por que é agradável a você?
Sonde-se e responda você mesmo. Porque o principal motivo que me levou a gostar
do espiritismo foi justamente o fato de ele não entrar em conflito com a Ciência
da forma como o faz o Cristianismo mais tradicional.
Tendo estudo o primário e primeiro grau em colégios católicos, não pude deixar
de reparar a dificuldade em harmonizar Gênesis e Evolução, a fábula de Adão e Eva
e demais estórias bíblicas com a História e Antropologia. Acredite, eu notei
essa contradição desde que me entendo por gente, jamais acreditei nesses mitos.
Em parte por influência paterna e materna, desde cedo fui racional e crítico.
Me lembro de ter deduzido por mim mesmo o Paradoxo de Causa e Efeito da Origem do
Universo com menos de 8 anos de idade, e de ter concluído por simples dedução
que uma relação sexual com responsabilidade entre pessoas que se amam não podia
ser pecado.
Embora o catecismo católico com o qual tomei contato não empurasse conceitos
criacionistas, fazendo uma abordagem mais simbólica, havia sim quem acreditasse
na literalidade da Gênese. Eu nunca acreditei e achava que Religião e Ciência
eram antagônicas, por isso eu preferia a Ciência.
Descobrir o Espiritismo para mim foi um achado, pois eu sempre intui a existência
de um Ser Supremo e de um plano transcendente, que entretando me era apresentado
de um modo incompatível com o pensamento científico. Com o Kardecismo esse conflito
deixou de existir, e passei a gostar de uma religião que não só não conflitava
diretamente contra a Ciência, como até argumentava contra certos dogmas cristãos
de modo compatível com meu então modo de pensar.
Hoje em dia não sou mais Espírita principalmente porque meu pensamento evoluiu
a ponto de achar muito elementos problemáticos na doutrina, que numa investigação
mais profunda, também é inconsistente, embora bem menos que o Cristianismo
mais tradicional. Mas ainda tenho minha simpatia com essa religião, mesmo porque
metade da minha família é espírita ou algo similar, e a outra metade é
católica ou protestante.
Veja então, que mesmo no meu caso, não foi o Espiritismo que me fez ser evolucionista,
e sim o reverso, assim como garanto ser o caso da maioria das pessoas. Não a toa
o número de pessoas eruditas, cultas e inteligentes no Espiritismo é imensamente maior
que em qualquer outra das religiões mais comuns no Brasil.
Quase todos os biólogos que conheço são espíritas, ou agnósticos e ateus. Eu adoraria que houvesse
um Ser Pessoal interferindo no mundo desde que este Ser fosse dotado de
atributos de Inteligência e Sensibilidade elevadíssimos, e de justiça
incondicional. O Deus Cristão passa longe disso, não consigo imaginar ser mais
injusto.
Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo
nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido
de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração
dos contritos. - Isaías 57:15. Buscar-Me-eis e Me achareis, quando
Me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o Senhor.
... - Jeremias 29:12 e 13. "Num alto lugar", inclusive para arremessar pedras
em pessoas indefesas, ou estrelas sobre a Terra no dia do Juízo.
Não
consigo imaginar declaração mais injustano tocante ao Deus cristão. Sei
que esta posição sua decorre da leitura de certos textos bíblicos,
principalmente do Antigo Testamento.Acredito que sua visão do Deus
bíblico é que se tornou injusta. Dê uma olhada nestes versos: Êxodo 34:6 e 7;
Jó 34:10;Salmo 97:2; Jeremias 29:11; Oséias 11:1 e 4. Sua preocupação
quanto à justiça e sensibilidade de Deus não é nova. Os próprios profetas
questionaram o Senhor. Dê uma lida no primeiro capítulo do livro de
Habacuque e verá o desabafo do profeta. Da mesma forma Jó, no capítulo 21,
esboça sua preocupação. Os momentos em que Deus Se cala são oportunidades para
se aprender grandes lições. Faço-lhe a mesma pergunta feita pelo profeta:
Que pensais vós contra o Senhor?
Como já foi citado anteriormente, creio ter
exposto meus motivos para manifestar uma certa indignação com muitos
trechos da Bíblia, assim como admiração por outros, mas se deixarmos de
nos ater ao detalhes e partirmos para o global, aí sim não tenho dúvidas
de que é um Deus Injusto.
A maior evidência disso é a própria doutrina da justificação, que expliquei
porque me soa tão irracional quanto inútil, além de nociva. Porque motivo eu tenho
que me submeter a tal sistema de crença?
Para mim um Deus não apenas justo, mas inteligente, não deixaria de resgatar uma
pessoa que mesmo não lhe dando crédito, possuísse uma conduta e estado de espírito
correto, pois com certeza essa pessoa deixaria de lado tal ceticismo se lhe fosse
dado um motivo.
Talvez após minha partida deste mundo, quem sabe, eu me depare com um tribunal
celeste onde verei Deus, ou o equivalente, em toda a sua plenitude. Se ele for
justo e bom, não vejo nenhum motivo pelo qual eu não teria direito a aquilo que
mesmo os ignorantes e ex-criminosos tiveram.
Eu gostaria que muitas das coisas que fiz fossem reconhecidas por um Ser superior,
ou corrigidas. Adoraria ver que certos esforços fossem recompensados, assim como
falhas expostas e dada uma chance de aperfeiçoamento.
Não nego a possibilidade de estar errado e me deparar com um Deus pronto a me lançar
no Inferno pela "eternidade" ou um breve período de milhares de anos dada a minha
descrença, mas tal possibilidade é tão plausível quanto a de que os condenados sejam
exatamente os que se deixaram levar por crenças e superstições antigas.
Imagine que Satan tenha vencido a guerra celestial e que domine o Universo, e acabe
por premiar os Ateus e incrédulos, ou mesmo os criminosos e canalhas. Absurdo? Com
certeza que sim. Tão absurdo quanto a doutrina da justificação pela fé. Deus nos ligou a Si por inúmeras provas no Céu e na Terra. Pelas obras da Natureza, pelos
mais profundos e ternos laços terrestres que o coração humano pode imaginar,
Ele procurou revelar-Se a nós. No entanto, essas coisas só representam de modo
muito imperfeito Seu amor. Apesar de todas essas provas, o inimigo do bem cegou
o entendimento dos homens, de maneira que foram levados a olhar a Deus com
medo, considerando-O severo e inflexível. Levou as pessoas a imaginar Deus como
um Ser, cujo principal atributo fosse a justiça sem misericórdia, um rigoroso
juiz, um credor exigente e cruel. Retratou o Criador como alguém que fica
espreitando desconfiado, procurando sempre descobrir os erros e pecados dos
homens, para castigá-los com seus juízos. Foi para apagar essa negra sombra,
revelando ao mundo o infinito amor de Deus, que Jesus veio viver entre os seres
humanos. O Pai nos ama, não por causa do grande sacrifício, mas em razão do Seu
amor é que proveu o grande sacrifício. Cristo foi o meio pelo qual Ele pôde
derramar sobre um mundo caído o Seu amor infinito. Um dos nomes de Cristo, Emanuel,
quer dizer Deus conosco (Mateus 1:23). Ah... Legal! Então só posso crer que foi o demônio que escreveu a
Biblia! Pois é ela que dá todos os motivos necessários para temer a Deus. Quanto a Jesus,
o situação sob um ponto de vista se torna infinitamente pior, pois é só no Evangelho
que a idéia de Punição Eterna é introduzida, pelo menos aparentemente.
Para piorar Pedro e Paulo dão um show de machismo, segregação e preconceito, defendendo
inclusive a escravidão. Sinto muito. Não dá para aceitar isso como obra de um Ser superior. Como achar justo um ser
que ignora por completo toda uma conduta louvável e honrada de um Ser Humano e
o atira ao Inferno simplesmente porque ele se recusou a crer numa estória
incrível? Só se for na sua cabeça. Deus não despreza o valor humano: Farei com
que um homem seja mais raro do que o ouro puro. ... - Isaías 13:12.
Olhai para as aves do céu. ... Não tendes vós muito mais valor do que
elas? -Mateus 6:26.Deus tem critérios perfeitamente justos de
salvação. Analise na Bíblia o caso de Raabe, de Cornélio, de Rute e Noemi, da
mulher samaritana e de outras figuras bíblicas que não pertenceram ao povo
de Deus e verá que Deus não é exclusivista. A salvação ou perdição do homem
depende dele quando aceita ou rejeita a Deus. Deus não salvará pessoas que não
querem. A história humana ainda não terminou e o conflito a respeito do caráter
de Deus também não. Aguardemos o futuro. Pois é tanto na minha cabeça quanto na sua, pois foi você
mesmo que logo acima prega que o valor humano é inútil para a salvação. Tudo isso
é um jogo de palavras simplesmente ridículo!
Não existe uma pessoa que queira ser condenada! Isso não faz o menor sentido.
Todos querem bem estar! O que existe são pessoas não conseguem prezar o bem estar
alheio, mesmo assim, se tivessem motivos, o fariam.
Você acha que eu não gostaria de ser ressuscitado para viver uma vida eterna num
corpo incorruptível? Acha que eu prefiro ir para o Inferno do que crer em seu Deus?
Não renha dúvida que se eu tivesse um só motivo para acreditar que tudo isso fosse
verdade eu me converteria rapidinho! Não sou estúpido. Talvez você diga que isso seria
uma conversão por interesse. Claro! Se uma criminoso lhe apontar uma arma e fizer uma
exigência, muito provavelmente você cumprirá.
Mas eu só poderia crer num Deus que me fizesse sentir que há um motivo muito maior
e mais sublime que me fizesse abraçar sua fé, que me fizesse ver que é o Amor, e a
vontade de ajudar os outros, bem como a de evoluir, a recompensa do trabalho espiritual.
E que mostrasse que isso se baseia em construir algo, em compreender, em aperfeiçoar
e trazer felicidade para o mundo.
Isso nada tem haver com crer em dogmas incogniscíveis sob ameaça de perdição,
e ainda por cima desvalorizando como lixo todo a minha conduta como se ela nada valesse
a não ser que eu seja um crente. Voltando ao quesito
Evolução. Peço que não misture as coisas por favor. Sei que isso é uma
estratégia favorita dos Criacionistas, que você irá repetir mais abaixo. Mas eu
não creio na Evolução por nenhum motivo que não o dados da Ciência Empírica. Não se trata de misturar as coisas. Nossos diálogos entram por muitas avenidas.
Crer na evolução por dados empíricos da ciência é uma afirmação sem fundamentos
concretos. Onde estão os dados da ciência empírica? Acho que você foi
infeliz nesta expressão. Seria melhor se tivesse usado evidências baseadas
em interpretações naturalistas. A resposta esta na
Outra Parte deste diálogo. Só deixei
este trecho aqui para relacioná-lo com o seguinte.
Na verdade, noutro
sentido, a Evolução é lamentável. São os mecanismos de Seleção Natural,
de sobrevivência do mais forte, o impulso pela disseminação da espécie, que em
suas formas humanizadas, promovem tudo aquilo que consideramos como
desastroso e lamentável no mundo. Realmente lamentável. A seleção, que não é tão natural, é fruto do egoísmo
humano. É fruto da luta selvagem pela sobrevivência. Os mais
adaptados se perpetuam, os demais morrem. Isso nada tem haver com egoísmo humano,
é simplesmente aquilo que chamamos de Lei da Selva!
Se nos matamos em
guerras, se há crimes, violência, estupros, escravidão e etc. Não tenha a menor
dúvida de que tudo isso é a herança de nossa bagagem natural evolutiva. Os
mecanismos instintivos dos quais somos dotados nos serviram para nos trazer
como espécie aonde nós estamos, mas em sua forma natural em nosso âmbito
humano, só atrapalham.
Bagagem natural evolutiva? Isto transparece Sociobiologia e reducionismo
genético disfarçados. Chama isso de evolução????????? Não seria
decadência moral, degradação?. Você está querendo justificar a maldade humana?
Está vendo só? Mais uma vez a confusão com o termo
evolução. É claro que isso não é Evolução no sentido qualitativo moral ou ético,
mas no sentido de mera adaptação ao ambiente e perpetuação.
EVOLUÇÃO, nesse sentido, É TRANSFORMAÇÃO! MUDANÇA. LENTA E GRADUAL.
Nada tem haver com termos morais e éticos. É nesse sentido que ela se
aplica ao mundo natural. A Seleção Natural em sua forma primitiva produz a
espécie dominante, isso é fato! Já no âmbito humano, não podemos nos deixar
levar por esse comportamento primitivo, exatamente por que somos seres
distintos dos demais animais, temos uma dimensão humana a lidar.
Para nossa sociedade humana, nossa bagagem natural evolutiva, na forma
da Seleção Natural, é uma desgraça. Tem que ser controlada. Mas na natureza,
ela é responsável por tudo o que existe de mais complexo. Por isso precisamos
abraçar nossa característica Humana em toda a sua plenitude, para superar esses
impulsos bestiais e nos aperfeiçoarmos. Porém temos muitos obstáculos.
Obstáculos como o que você cita a seguir.
Precisamos mesmo é abraçar a solução que o Deus bíblico nos propõe:
arrependimento e transformação mediante Sua graça.
Isso é para mim, a verdadeira desgraça. Um solução
inútil, irracional, impraticável, que não faz sentido. Nunca em lugar nenhum
pôde-se notar os efeitos dessa "solução". Continua não havendo qualquer relação
direta entre religiosidade e caráter.
Me dê uma única evidência, mesmo indireta, de que acreditar num
deus tribal colado de um religião primitiva em um coquetel de textos escritos
que não fazem nenhum sentido claro, tenha feito qualquer bem a sociedade.
Quando e Onde? Pode-se notar o exemplo de que uma adesão maciça a essa religião
produziu um sociedade melhor que qualquer outra? Tenho visto muito mais o contrário.
A humanidade, de si mesma,
nada pode fazer para aperfeiçoar-se em termos morais e espirituais.
No entanto é o que tem feito. Independente de Religião.
A idéia de
que basta desenvolver o bem natural que existe no interior humano é um erro
fatal. É preciso um poder que possa agir interiormente e conceda uma nova vida
que venha do alto, antes que o homem possa substituir o pecado pela retidão. O
homem sempre falhará se quiser depender de si mesmo para erguer-se moral e espiritualmente. Isso é a sua crença, da qual discordo completamente.
Crença cega nunca fez bem a ninguém, apenas uma vontade genuína, uma intenção
de melhora e uma lucidez interior podem resultar numa transformação benéfica.
Voltando a questão da Justificação pela Fé, e a Graça, até agora não consegui
ver nenhum bom motivo para levar isso a sério. Se estou cego devido ao "inimigo"
que governa este mundo, que posso fazer? Se esse Deus não se dá ao trabalho de
abrir meus olhos.
A religião, em especial
as Monoteístas, são um obstáculo terrível a esse aperfeiçoamento, pois elas
mascaram esses males. Os violentos impulsos naturais que trazemos em nossa
bagagem hereditária são disfarçados de Pecado Original, ação de demônios,
maledicências e etc. Impedindo um autêntico diagnóstico do problema e nos
fazendo lutar contra seres invisíveis e externos a nós mesmos, quando
deveríamos fazer o contrário. Trazer a luta para nosso interior, assumir a
responsabilidade por ela e arcar com as consequências, sem esperar a ajuda de
um Ser superior qualquer. Existem inúmeros psicólogos cristãos e nenhum deles comunga de seu
pensamento.
E daí!? Existem milhares de psicólogos cristãos e não
cristãos que também não comungam do seu pensamento.
Querer negar a interferência de Deus na vida pessoal é negar a
doutrina cristã. Como águas profundas são os propósitos do coração do
homem, mas o homem de inteligência os tirará para fora. - Provérbios
23:5. Isto é psicanálise, bem muito antes de Freud.
Isso é apenas um trechozinho que pode ser
interpretado da mesma maneira que eu poderia interpretar a musiquinha
"Atirei o pau no gato" como uma alegoria ao trabalho de aperfeiçoamento
psíquico, e aí dizer que isso é psicanálise.
Não chega aos pés, por exemplo, dos tratados psicológicos gnósticos ou
budistas, que distrincham o problema detalhadamente, ainda que a seu modo.
Ao qual não endosso plenamente. O monoteísmo bíblico não se
constitui obstáculo nenhum ao desenvolvimento pessoal. Isto é delírio
filosófico seu. Eu vim para que tenham vida e a tenham em
abundância. - São João 10:10. Numa última instância, o problema humano é
sobrenatural e espiritual. Confiar somente em métodos humanos de regeneração,
não levará o homem muito adiante. Também desprezá-los não é o caminho. Devemos
colocar as coisas no seu devido lugar. Mesmo que os homens não saibam, Deus age
na Sua consciência (Isaías 45:1 a 4) e as mudanças muitas vezes atribuídas
à psicologia ou a outro fator devem-se à atuação divina na mente através
destas agências. O conhecimento a respeito da nossa condição e problemas
humanos muitos têm, mas onde procuram eles a força capaz de erguê-los
acima dos problemas? Procuram em si próprios! Em seu próprio Ser,
em geral no insconciente. Porém essa força assume aspectos muito curiosos,
inclusive na forma de crenças em deuses ou forças místicas.
Inúmeras pessoas levam vidas harmônicas, construtivas e saudáveis sem precisarem
de crenças em sobrenatural, outras precisam das mesmas para se portarem dignamente,
outras mesmo com tais crenças, vivem de modo lastimável, e algumas o fazem também
independente de crenças.
Se você conseguisse me mostrar alguma evidência de que a maioria das pessoas
de tal ou qual designação religiosa tem de fato uma conduta exemplar, eu procuraria
tal religião. Mas não vejo isso em lugar algum, tanto no catolicismo quanto
protestantismo, espiritismo ou ateísmo pode-se encontrar pessoas de todas as
estirpes.
Mas a FORÇA está lá, oculta em cada um de nós. Acessível a qualquer um que
exerça sua vontade de modo construtivo. NA MENTE.
Agora se você diz que qualquer melhora na psique humana é necessariamente uma
intervenção divina, como teria insinuado o profeta Isaías, que isso seria uma
ação sutil de Deus, tudo bem. Trata-se de uma hipótese não testável, impossível
de ser provada ou reprovada, e portanto inútil, tal como o dogma da graça, que na realidade
é a única coisa que depõe contra essa hipótese.
Se Deus age sutilmente promovendo melhoras mesmo em pessoas distantes de sua religião,
porque então a justificação pela fé é necessária, ou se é, porque Deus não faz tais pessoas
crerem automaticamente? A MENTE HUMANA,
pode até não ser divina, mas é tudo o que temos. Não sabemos se existe um Deus,
se ele disse mesmo isso, ou seja lá o que for. Mas sabemos que a Mente existe,
sabemos que existimos. Tudo o que pensamos e
refletimos passa pela Mente, o Universo para nós, simplesmente não existe sem
nossa Mente. É nela que está tudo, as motivações emocionais para nossos
posicionamentos, a racionalidade para defendermos nossas posturas, a capacidade
de analisarmos o mundo a nossa volta, a habilidade de manipular os computadores
para estabelecermos comunicação, e tudo o mais que existir. Qualquer Salmo,
Provérbio, Texto ou Livro, podem ser lidos, escritos, produzidos pela Mente
Humana. E ainda que ela discurse contra si própria, e mesmo que menospreze a si
própria, e crie projeções dela própria para serem adoradas por ela mesma... A realidade não
depende da mente humana para existir. Apenas descobrimos os aspectos do real
(de forma limitada) com nossa mente, finita,que é o meio de
Deus comunicar-Se conosco. Esta mente encontra-se degradada pelo pecado. Bem
apropriadas são as reflexões breves de Paulo: E não vos conformeis com
este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente. - Romanos
12:2. Se a realidade depende ou não da Mente, é outra hipótese
não testável. Ninguém pode nos garantir que se todas as mentes humanas deixassem de
existir o Universo não desapareceria.
Mas de qualquer modo, pelo menos a possibilidade de se perceber o Universo depende totalmente
da Mente. Se você morre, o Universo para você desaparece. Portanto a única ligação com
tudo, o único sentido de existência, passa OBRIGATÓRIA e NECESSARIAMENTE pela MENTE. Sabemos que
existe um Deus que deixou Sua atuação na História e na Natureza.
Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus
lho manifestou. Porque as Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo,
tanto o Seu eterno poder, como a Sua divindade, CLARAMENTE se vêem pelas coisas
que estão criadas, para que eles fiquem indesculpáveis; porquanto, tendo
conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças, antes em
seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. - Romanos 8:19 a 22. Não descobre
Deus o incrédulo, o orgulhoso e o naturalmente inclinado para a dúvida
irrazoável. Ninguém sabe coisa alguma! Tudo não passa de crença. Mas o que a Mente quer ver, ela vê!
Se ela quer ver marcas de um ser hipotético verá, se quer ver evidências de OVNIs, fantasmas
ou duendes, pode lançar mão de todos os mecanismos possíveis de auto ilusão para isso. A única
coisa certa, e que de fato SABEMOS, é que há uma Mente em ação.
Quem quiser acreditar na Bíblia, no TIMEU de Platão, na Crítica da Razão Pura de Kant,
em "A Origem das Espécies" ou em "Uma Breve História do Tempo" de Stephen Hawkins, pode acreditar.
É livre, e nada pode mudar isso. Mas se você afirma que o o livro de Hawkins é criacionista,
que a Origem das Espécies foi baseada em espiritualismo, que o TIMEU fala sobre OVNIs ou que a
Bíblia e cientificamente inerrante, então você está fazendo um leitura que no mínimo vai contra
regras básicas de lógica e interpretação.
Talvez não exista mesmo evolução, talvez a Bíblia esteja certa, Jeová exista, o Criacionismo
seja a verdade e eu já esteja com um pé no Lago de Fogo e Enxofre. Mas de uma coisa eu tenho
certeza, nem a natureza, nem a lógica, nem o bom senso suportam essas idéias.
Podemos interpretar como quisermos, podemos nos auto iludir, mas remova as máscaras da ilusão
por um instante e apele para a simples lógica, e tente ver uma única e simples razão para a
qual eu deva acreditar na Bíblia, o que há lá? Talvez você veja, mas eu não. Que podemos fazer?
Posso interpretar de forma distinta e ter uma opinião, diversa. Para mim é essa fé em algo
irracional que apresenta algum problema. "Tornando-se loucos dizem-se sábios." Por que Deus
permanece encoberto? Mas, se ainda nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século
cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. - II aos Coríntios
4: 3 e 4. Belo trabalho o do "deus deste século". Fez tudo fazer mais sentido.
...ela continua sendo
Tudo. O Centro do Universo. A Origem e o Destino. O Alfa e o Ômega. Centro do
Universo, A Origem e o Destino, O Alfa e o Ômega... Risível. Uma mente que
depois de milênios ainda não aprendeu conceitos de justiça e amor. Uma mente
que está destruindo o planeta com guerras e agressões ecológicas e fazendo milhões
sofrer. Esta é a mente que continua sendo Tudo? Tentar
transformar o homem num Deus: a ilusão do panteísmo. A mesma MENTE que CRIOU os conceitos de Justiça e Amor, inexistentes
na natureza, inclusive os
presentes na Bíblia. A mesma MENTE que construiu a civilização e está tentando deter a
destruição do planeta, inclusive com a consciência ecológica absolutamente inexistente
na Bíblia, onde Jeová insensivelmente destrói tudo por causa de sua própria incompetência
como divindade em fazer um mundo a seu modo, e mesmo assim ainda não consegue o que quer.
Estou falando da MENTE HUMANA, a mesma mente que despertou para a consciência de si própria,
que criou os deuses e a ciência, que escreveu a Bíblia, e que com sua brilhante capacidade de
auto ilusão, gosta de crer em sua própria criação. Esta é a Mente que é Tudo o que podemos
perceber.
E o Panteísmo não transforma o homem num Deus, apenas vê Deus em toda a parte, onde quer
que a Mente queira ver.
EU SOU O QUE SOU -
ÊXODO 3:14. E eu também. Na Mente há tudo o que há.
EU SOU A PORTA - SÃO
JOÃO 10:9. Para onde? Com nossa Mente vamos a qualquer lugar.
EU SOU O BOM PASTOR -
SÃO JOÃO 10:14. O que me diz então do estado de seu rebanho de 6 bilhões de habitantes?
Ou seu rebanho são apenas os 20 milhões de judeus, dos quais 1/4 sofrem atentados de homens
bomba e contra atacam com bombardeios a civis todos os dias? Onde está esse Bom Rebanho?
EU E O PAI SOMOS UM -
SÃO JOÃO 10:30. EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E
A VIDA - SÃO JOÃO 14:6 EU SOU O ALFA E O ÔMEGA, O
PRINCÍPIO E O FIM, O PRIMEIRO E O ÚLTIMO - APOCALIPSE 22:13 Só a Mente pode dizer e ouvir isso, que foi dito por outra Mente,
e ouvido por outras Mentes, para ser ouvido por novas Mentes, que podem decidir o que fazer com
tal informação.
Tudo começa e termina na Mente, o Alfa e o Ômega. Na Mente Humana. Mas o homem, o que é? Um mortal, efêmero; contudo amado por Deus. O Ser Humano é tudo o que faz sentido nesse mundo. É o que dá sentido
ao Mundo, com suas idéias, suas descobertas e suas criações. Que ama ao outros e a si próprio,
e a suas próprias criações. Inclusive um Deus para amar, e pelo qual ser amado.
(...)
Apesar de tudo Frank...
Obrigado pela conversa.
Marcus Valerio XR Vai para a discussão Criação x Evolução.
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