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Weiner Assis Gonçalves
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1938
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Goiânia-GO
Aposentado
599, 637
w e i n e r - 1 0
h o t m a i l . c o m
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caríssimo Marcus Valerio XR,
eis-me aquí novamente e com efeito sobre a mensagem 637.
primeiramente informo que o meu E-MAIL é (acima), o lilith ..., é o de minha filha que usei quando ensaiei meu primeiro passo como participante de seu SAIT.
quero desculpar-me pela minha evidente falta de clareza, isto se deve que o assunto por sé só e por demais complexo, mais vamos lá:
é uma proposta cosmogênica, trata-se de big-bangs.
até onde sei, a origem de nosso universo se deu naquele intante que passou a chamar-se de big-bang, este acontecimento se deu em decorrência da coersão de energia, a qual resultou na big explosão.
a grande incognita e a origem dessa energia?
bem como, o que é essa energia? a minha hipotese é a seguinte: presumimos que os taquions são particulas, digamos, infinitamente (para ilustrar)pequenas e que viajam tanto no vácuo quanto atravessando qualquer matéria a uma velocidade superior a da luz, bem digamos que ao atravessar essa matéria ele deixe algum residuo, e através de um super tempo, esse residuo acumulando dará origem a novos sistemas estelares, novas galáxias, enfim novos universos, pois, os taquions estão presente em todo espaço existente, em todo o infinito, portanto, haverá, dentro da eternidade, sempre um espaço disponível para um e outros universos.
não sei até onde estou certo, mas entendo que tempo é a medida de duração (passado, presente. futuro, enfim do sempre);
eterno, tempo que sempre existiu e existira:
espaço, extensão disponível e/ou ocupado por qualquer tipo de energia;
vácuo, vazio que não contém nada;
contudo o vácuo não é absoluto, existe nele algum resíduo imperceptível.
se meu pensamento a respeito estiver errado, suplico que corrijá-me,
quero tão somente apreender com sua inegável sabedoria.
obrigado, um forte abraço de quem muito te admira.
weiner
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Terça, 18 de Dezembro de 2007 |
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Bem vindo de volta Weiner...
Bem, falamos da Mensagem 637, e agora tudo ficou bem mais claro. No caso, então, você montou uma
cosmogênese onde os Táquions desempenham o papel de uma substância fundamental, o que pode, de fato, ser
muito interessante.
Como Táquions são partículas hipotéticas que viajam sempre a velocidades superiores à da luz, talvez, sua desaceleração
fosse um evento singular, capaz de gerar o colapso necessário a emergência de nosso universo, ou como você falou, sua
constante atividade gerasse algum tipo de resíduo significativo.
Sem dúvida é uma idéia plausível, mas ao lidar com entes propostos pelo pensamento científico, é recomendável
ser ainda mais cauteloso, e, de preferência, se inteirar sobre exatamente como essas idéias tem sido pensadas.
Isso pretende evitar que se use os termos de forma diferente, quando seria aconselhável criar termos novos, para
não haver confusão conceitual.
Nesse nível de especulação não creio caber muito a idéia de haver erros, e sim dificuldades de expressão, por isso é
ainda mais necessário uma linguagem mais cuidadosa. Cada termo deve ser bem compreendido para evitar ambiguidades.
No mais, agradeço por escrever.
Amigavelmente
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1 de Fevereiro de 2008 |
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Olá Eliomar...
Obrigado por seu questionamento a respeito do texto
Bíblia X Ciência.
Sobre a questão do abismo, você tem razão. Eu já assumi aqui que aquela ilustração é imprecisa, e ainda estou devendo
uma arte mais fidedigna.
Quanto a questão de Lucas 17, você só esqueceu de dizer onde exatamente está dito, na Bíblia, que está havendo ocorrência
de Noite e Dia AO MESMO TEMPO.
Já me mostraram esses versículos com o mesmo propósito, mas nunca me explicaram porque a pressuposição de que isso implica
em simultaneidade de dia e noite. Os versículos tanto podem estar dando a idéia de uma progressão do tempo, sendo que no
terceiro já está de dia e a noite se aplique somente ao 34, quanto todos os eventos podem estar se dando à noite!
Se puder expor melhor seu ponto de vista, seja bem vindo.
Amigavelmente
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14 de Janeiro de 2008 |
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Edson de Oliveira Ataide Júnior
Rio de Janeiro-RJ
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1980
Professor
634,
477,
467,
463,
455,
453,
451,
444,
414,
397,
376
e d o l a t j r
g m a i l . c o m
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Olá Marcus!
Se você me imprensar na parede e exigir que eu opte pela MCM ou pela completa extinção, obviamente optarei pela MCM. Ou seja, entre a MCM e a extinção, obviamente preferiria a MCM.
É claro que todos nós, com raríssimas exceções, desejaríamos uma continuidade. Afinal, o apego à vida, nosso instinto de sobrevivência e conservação é forte o suficiente para termos esse tipo de desejo. No entanto, Marcus, o desejo de continuar existindo seria um desejo bastante primitivo, anterior até mesmo da nossa compreensão racional desse desejo.
De qualquer forma, Marcus, embora o meu íntimo transborde de desejo em continuar, devo admitir que tudo isso pode ser falso e que meus desejos podem muito bem serem considerados uma mera ilusão.
Sendo assim, Marcus, sob o ponto de vista meramente racional, não há como eu ter convicção, já que a dúvida existe. Posso até apostar na MCM, mas minha aposta jamais seria convicta, já que existe a dúvida.
É nesse aspecto que não considero, para mim, uma aposta vantajosa. Ao menos no seu sentido absoluto, já que acho mais correto, até mesmo mais saudável, conviver com está dúvida chata, mas com honestidade intelectual.
Você, Marcus, em sua mensagem, me avaliou muito mal. Com relação a minha afirmação de que a razão não combina com a fé, repare que posteriormente questionei esta mesma afirmação ao perguntar se não haveriam paixões agindo por detrás de toda aparência racional e impessoal.
Infelizmente, meus questionamentos e reflexões foram, ao menos aparentemente, interpretados como afirmações categóricas e respondidos de forma um tanto arrogante. Afinal, o que você quis dizer com "enquanto você está indo, estou eu voltando"!? Soou como menosprezo. Se for o caso, tudo bem. Não estou nem aí para isso, mas é por questões de amizade que estou colocando essa minha impressão.
Outro detalhe que me chamou atenção foi você falar tanto em niilismo. Por acaso você me considera um niilista? Se for o caso, devo deixar bem claro que não sou niilista.
Também achei absolutamente sem sentido suas considerações psicológicas. Nunca fui tão mal interpretado!
Não tenho nada contra a MCM, pelo contrário. Até gostaria que fosse provado ser ela verdadeira, pois é um idéia bastante agradável. Minha escolha em não apostar nela está também bastante relacionado ao meu estilo de vida que parece se satisfazer com recursos meramente terrenos, sem precisar pedir reforço no além. É que, no meu ponto de vista, quanto menor a necessidade de ir no além para buscar forças para viver a vida, melhor. É claro que, não critico quem assim faça e, pessoalmente, não abrirei mão desse recurso caso sinta que se faz realmente necessário.
Talvez, um dia, precise realmente olhar para o céu, mas seria tão somente para buscar forças para se viver melhor aqui na terra. Por enquanto, a terra parece dar dicas suficientes para se viver melhor.
Uma coisa é olhar além para buscar forças para o aqui e agora. Outra coisa é olhar para o além como uma fuga da terra, ou até mesmo como um lugar mais desejável que nossa vida terrena. E não foi isso que Sócrates deu a entender?!
Vou ficando por aqui, Marcus!
Um grande abraço!
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Sábado, 24 de Novembro de 2007 |
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Oi Edson...
Se alguém achar que você se irritou à toa, talvez esteja enganado, pois isso acabou fazendo você chegar ao ponto, mesmo
na base da retórica.
O que ocorre com a idéia do argumento da aposta na MCM sempre foi basicamente isso, imprensar contra a parede!
Ou seja, reduzir o campo de opções até o ponto onde só haja uma escolha razoável possível, porém, por algum motivo,
você faz mil reconsiderações para evitar essa situação, e as explicações para isso não parecem simples.
Deixa eu contar uma história. Certa vez, num grupo de discussão sobre feminismo, wicca e psicologia, surgiu num momento
a afirmação puramente nuclear de que uma ilha com 99 mulheres e 1 homem, sendo todos férteis e saudáveis, irá aumentar
populacionalmente muito mais rápido do que uma outra ilha com 99 homens e 1 mulher. A afirmação no entanto foi recebida
como uma espécie de justificação para a promiscuidade masculina [Sabe-se lá como, visto que a promiscuidade feminina também
estava contemplada!]. A hostilidade foi tal que chegou-se ao ponto de negar a afirmação central, por mais sintetizada
que estivesse.
Esse é um exemplo de como certos contextos podem tornar uma afirmação puramente teórica tão incômoda que dificulta sua
apreciação. Na minha experiência pessoal, um contexto deste tipo, ainda que inconsciente, surge como a única explicação
para uma recusa sistemática na melhor opção de uma escolha tão binária quanto a da MCM, para alguém que a ache vantajosa,
uma vez que tenha sido posta de lado qualquer conotação externa, ou seja, que a questão esteja nuclearmente sintetizada.
Veja só, mesmo agora, tudo que você falou não ultrapassa a sintetização da questão inicial. É claro que SEMPRE haverá
margem à dúvida! Que espécie de cético eu seria se negasse isso?!
Se mantivermos o desejo, inegavelmente primitivo e fundamental de existir, e se uma fórmula racional permite que esse desejo
não seja incomodado por argumento algum, é difícil não ver a conclusão quase matemática que essa fórmula seja emocionalmente
vantajosa.
Talvez só reste deixar claro que a dúvida, ainda que persista, JAMAIS poderá ser desfeita, caso pudesse, você teria enfim
uma certeza absoluta. Me parece que você espera um tipo de certeza deste tipo, que no entanto, só é aparentemente possível
em sistemas religiosos. O fato em si não é esse, mas sim que apostando positivamente na MCM, não há o que perder porque
NÃO HÁ COMO experienciar a decepção.
Seguramente é algo passional, subjetivo, jamais neguei isso, mesmo porque o fundamento de tudo é o desejo, passional,
subjetivo, e como você mesmo falou tão primitivo que antecede qualquer compreensão, de pura e simplesmente existir.
Se a idéia de existir é agradável, e a perspectiva de não-existir é incômoda, mas ao mesmo tempo qualquer possibilidade
de confirmar a não existência é absurda, então porque motivo não se permitir um pensamento otimista? E ter um pensamento
otimista, que não tem chance alguma de ser contrariado, não é vantajoso?
Portanto, a única forma da aposta positiva na MCM não ser vantajosa é se o indivíduo não tiver apego a existência, o que
é raro.
Fora isso, somente adicionando à questão adendos que não vem ao caso, como a especificidade da MCM, ou sentimentos que
não conseguem se desprender.
Quanto ao teor da mensagem, não vejo bons motivos para que tenha se sentido ofendido. Primeiro, porque com relação a
considerações psicológicas foi você quem deu o passo inicial. Sua mensagem tinha, no mínimo, implícita uma referência direta
à minha pessoa visto que sou o autor da idéia, e sobraram termos que podem muito bem ser tomados como ofensivos para alguém
mau humorado. Exemplos? Eu poderia interpretar que estou sendo considerado como intelectualmente não-honesto, ou de
estar buscando forças no além para superar meus problemas terrenos. Mas não fiz nada disso, então porque você se
incomodou tanto com minhas colocações equivalentes?
Em momento algum eu disse que você é niilista, mas mesmo que dissesse, qual seria o problema? Estou considerando niilista
como aquele que acredita no nada pós-morte, e você dá todos os indícios de compartilhar essa posição, o que é uma
posição válida e nada reprovável. Lembre-se também que não é a primeira vez que fazemos considerações psicológicas
um sobre o outro, nos o fizemos naquele antigo diálogo que você me pediu para remover do site, e ninguém se sentiu
incomodado por isso.
Segundo porque nesta mesma linha que soa como uma psicoanálise indireta, foi apresentada como se fosse uma nova abordagem
algo que sempre foi na realidade fundamental. Onde a aposta da MCM alguma vez foi apresentada como desvinculada das
questões passionais? Fiquei com a impressão de que não fui devidamente lido, pois em
minha monografia sobre tema,
a aposta só é brevemente abordada a partir do final da página 46 e pela página seguinte, e lá está claro que a questão
é subjetiva, passional, consoladora. É como se este texto principal tivesse sido ignorado, o que chega até mesmo a
violar uma das regras de postagem.
Se quiser um exemplo ainda mais antigo, veja o texto
Psicogênese da Religião - Meta-Continuidade Mental, onde o termo foi
apresentado pela primeira vez de uma forma organizada, e onde a questão da aposta já está contemplada, num contexto
de evidente passionalidade, o anseio pela trans existência.
"Estar voltando enquanto alguém ainda está indo" é minha versão da expressão "estar vindo com o milho equanto já
estou com o fubá pronto", o que é uma forma de dizer que o que está...
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...sendo trazido não é novidade, pois já foi devidamente,
até demasiadamente, abordado. Jamais foi intenção menosprezar alguém, da mesma forma como não acho que não estar ciente
do conteúdo do meu texto seja um sinal de menosprezo.
Um conselho que dou, é que se você discorda de uma leitura psicanalítica que lhe tenha sido feita, é aconselhável
discordar sem superlativos como "absolutamente", pois essa rejeição total à idéia costuma ser exatamente a resposta
passional resultante de quando a análise, apesar de desagradável, acertou em cheio. Independente de ser o caso, a impressão
nesse sentido é forte, pois é a única coisa que explica insistir em um ponto que desde o princípio está sendo sistematicamente
rejeitado, isto é, a associação arbitrária de conceitos terceiros a uma idéia simples, como a mera existência.
Evidências de que você continua achando que tem que haver um conteúdo improvável à sofrer venda casada junto com a MCM
são constantes. Exemplo:
"...olhar para o além como uma fuga da terra, ou até mesmo como um lugar mais desejável..."
Se Sócrates insinuou isso é uma coisa, mas quando eu disse que a MCM é melhor que a existência em nosso Horizonte
Existencial atual? Onde eu disse que ela é uma fuga da Terra? Ela NÃO é uma fuga da existência, pelo contrário, é uma
fuga da incômoda perspectiva de Não-existência, típica de quem quer viver!
Devo repetir que jamais tive a intenção de obrigar ninguém a se sentir bem com a idéia. Qualquer pessoa que simplesmente
me disser que prefere não apostar na MCM porque não gostou da idéia irá me calar imediatamente. Mas sempre insistirei
que a idéia é boa para quem goste dela, o que aliás, vem sendo dito há anos não só por mim, como por você,
e por todos os foristas que discutiram o tema. Vide a longíngua Mensagem 463.
Aliás, observando bem, eu não acrescento nada aquilo que está dito nesta mensagem de Abril de 2005. Ela serve para responder
novamente as suas mais recentes colocações. Na verdade já estamos discutindo este tema há mais de 3 anos, vide
Mensagem 397, e creio que minha posição fundamental simplesmente não se alterou nesse
período, apenas recebeu ornamentos. A sua, porém, evoluiu em mais de uma direção, por vezes concordando e por vezes discordando
da minha. Mas o importante é que está claro que esse tema é importante pra você. Ele te toca. E muito!
Você chegou a criar um tópico de fórum para isso, que por sorte está até hoje no ar
Vida Após a Morte
- Só Existe Vantagens Para Quem Nela Crê! Lembre-se que eu comentei a discussão na
Mensagem 463
Ninguém se envolve tanto num tema que não lhe seja grato, você tem uma paixão que o motiva a discutir esse assunto. Tal como
eu. No meu caso, meu apego a existência me levou a esse argumento, que serviu-me para me proteger contra a incômoda
perspectiva de não existência. Durante um tempo, serviu para você também. Mas pra mim a simples possibilidade MCM basta,
para você não, você sente necessidade de preencher outras lacunas que eu pessoalmente até gostaria de preencher, mas que
não me atrevo a fazê-la exceto como exercício de livre imaginação sem nenhuma pretensão de validade filosófica.
Notei então que você passou a rejeitar a idéia e considerá-la, de algum, modo incômoda, o que justifica bem a resistência.
Mas isso não afeta a minha preferência pela mesma porque continuo imune a tentação de especificar particularidades da MCM.
Nesse ponto, empatamos. O que não posso aceitar é que isso seja considerado um tipo de fuga da realidade, um artimanha
para introduzir posturas místicas ou algum tipo de desonestidade intelectual, porque jamais dei qualquer passo nesse sentido.
Pode ser que o ano de 2030 seja horrível para mim. Talvez eu esteja sofrendo numa existência desastrosa, e até implorando
para morrer. Não posso negar essa possibilidade. Mas se hoje me perguntarem se quero estar vivo em 2030, SEM SABER como
será essa vida, a resposta sempre será SIM!
O que é isso então? Estou fugindo do presente? Estou inaugurando uma nova religião futurológica ou estou sendo intelectualmente
desonesto?
E se quero estar vivo em 2030, por que não em 2060? E por que não mais? E se não mais estiver biologicamente vivo, por que
não gostaria de estar existindo num outro plano existencial? E se é assim, por que não posso, munido de um bom argumento,
usá-lo a meu favor?
Enfim, a aposta positiva na MCM é muito simples, da forma como a coloquei, e deixe-me repetir aqui o que lhe disse em 13 de
Janeiro de 2005:
Quanto a vantagem, veja que se trata de uma escolha subjetiva. Se eu achar vantajoso escolher essa crença, é porque
estou predisposto a vê-la desta forma. Quem achar que ela é desvantajosa logo no princípio evidentemente não usufruiria
de benefícios ao escolhê-la. Apesar de que, sinceramente, tenho dificuldade em não ver vantagens em escolhê-la.
Se ela de fato existe ou não, é TOTALMENTE irrelevante para a valoração da escolha.
Considerando sua insistência no tema, e o fato de aparentemente ter se esquecido de alguns momentos deste longo diálogo,
permito-me concluir que é um tal que tem significado subjetivo para você. Se você rejeita a idéia, deve ter algum motivo
subjetivo para tal, sendo o mais evidente e provável o fato de que não se sente confortável com a possibilidade de
continuar a existir. Mas como você disse, se imprensado contra a parede, prefere sim, existir. O problema é que você está
a exigir uma certeza absoluta, e isso, nenhuma pessoa intelectualmente honesta poderá lhe dar, e o sistema de pensamento
que poderia fazê-lo já foi abandonado por você há tempos.
Mantenho minha análise, e dou meu velho conselho, amigavelmente: Meu velho amigo... Não tenha medo.
LIVRE MENTE!!!
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30 de Dezembro de 2007 |
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Weiner Assis Gonçalves
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1938
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Goiânia-GO
Aposentado
599
l i l i t h _ 0 l 9 7
y a h o o . c o m . b r
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Prezado Marcus Valerio XR,
Volto ao assunto, agora sob nova roupagem, no intuíto de poder contar com a sua apreciação e comentário, uma vez que o mesmo é valiosíssimo para mim, repito não tenho conhecimento nenhuma a respeito do que vou apresentar.
Sabemos que o Tempo e o Infinito são eternos.
HIPOTESE: a expansão da materia mesmo a infinitamente, para dar enfase, pequena será eterna.
A partir dessa linha de pensamento, podemos supor que os corpos estarão sempre em expansão, visando (como os gases)ocupar, cada vez mais, o espaço disponível.
Sabemos que o vácuo não é absoluto, nele existe, então, alguma coisa, digamos (como ilustração) que essa alguma coisa seja os "TAQUIONS".
E aventuremos que esses taquions ao atravessar a matéria, hipoteticamente, deixem alguma espécie de resíduo, que devido a sua imensurável quantidade, aumentará através do tempo, essa mesma matéria, e na sua perpetuidade dará origem a novos sistemas solares,
e galáticos, e enfim novos universos.
Bem, denominei TAQUIONS, porquanto a existencia do mesmo é um fato, e se esta hipótese tiver um mínimo de probabilidade, teremos a repetição, para sempre de BIG-BANG, originando novo UNIVERSOS.
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Quarta, 21 de Novembro de 2007 |
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Caro Senhor Weiner...
Desculpe não ter respondido sua mensagem anterior, mas devo dizer que ela me era incompreensível, e parte por erros de
digitação, devo dizer.
Mesmo agora, não está claro para mim o que está sendo dito. Isso é uma proposta cosmogênica?
De imediato, há alguns problemas evidentes na terminologia utilizada. Por exemplo, afirmar que "O Tempo é Eterno" é
como dizer que o "Calor é Frio", visto que Tempo e Eternidade são conceitos opostos. Eternidade, na sua definição mais
precisa, significa exatamente ausência de tempo. Infinito também é difícil de relacionar com eternidade, o que faz
mais sentido é afirmar que o Tempo é Infinito, embora possa estar errado.
Também afirmar que no Vácuo existe algo, de certa forma, é também negá-lo pois a idéia de vácuo, vazio, seria sim de uma
ausência absoluta de qualquer coisa. Embora nesse caso a utilização do conceito não seja tão problemática.
Mas por quê os Táquions para habitar o "vácuo"? Táquions são partículas teóricas que se moveriam a velocidades superiores
à da luz, mas que nunca se moveriam a velocidades inferiores. O que isso tem haver com o assunto?
Enfim, sua mensagem continua confusa, solicito maior clareza, por favor.
Amigavelmente
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17 de Dezembro de 2007 |
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Sergio Guimarães Hallais
-
Rio de Janeiro-RJ
1951
-
Tecnico em eletrônica, Empresário.
510 ,
524 ,
565 ,
611 ,
612 ,
621
e l a o i g r e s
h o t m a i l . c o m
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Saudações Marcus Valerio XR!
Agora sim em resposta a Mensagem 621.
Usei a expressão "vida biológica" exatamente para deixar bem claro ser esta a unica forma de vida que existe. A redundancia se faz necessária para não haver especulações sobrenaturais, como planetas habitados por fantasmas, bruxas, deuses ou coisas desse tipo.
Toda coisa viva se origina de um processo evolutivo da energia.
Achar que a Terra pode ser o unico planeta onde a vida evoluiu é tão impossível como achar que a vida pode ter evoluido em todos os planetas. A evolução biológica requer condições químicas e físicas favoráveis para sua ocorrencia. A evolução biológica inteligente é ainda mais severa com relação a esses quisitos.
Considerar a possibilidade da Terra ser o unico planeta com vida inteligente é imaginar que toda energia do cosmos parou de evoluir e só na Terra ela continuou evoluindo. Isso é possível? Se fosse verdade haveria apenas o sistema solar imerso num universo de hidrogenio, pois nada teria evoluido ao nosso redor.
É essencial perceber o que é evolução. Evolução é a transformação da energia de uma forma mais simple para uma forma mais complexa. Isso se dá em todas as escalas mensuráveis do cosmos. É um processo natural e continuo onde as energias se auto organizam interagindo entre si. Quando falamos de vida , como nós somos, estamos nos referindo apenas a adaptação dos arranjos energéticos ao meio ambiente no qual evoluimos.
Por que a vida inteligente evoluiu na Terra? Por que a Terra reuniu as condições quimicas e físicas favoráveis para que isso tenha ocorrido no passado e continue ocorrendo no presente. Nada nos garante que essas condições continuem indefinidamente. A extinção biológica é uma realidade, estudos recentes estimam que até 2050 mais da metade das espécies da Terra irão desaparecer. Quem viver verá.
Para compreendermos o que é evolução necessitamos antes entender como a energia interage e se modifica, indo, organizadamente adquirindo estagios cada vez mais complexos. Que fique bem claro que a ordem no universo é uma qualidade intrinseca da energia e não comandada por nenhum ser inteligente supremo que a determina.
Finalmente afirmo que evolução biológica é apenas um estágio da evolução total da energia. Coisa viva é apenas a forma como essa energia se apresenta nesse estágio da evolução na Terra. Vida inteligente é apenas um estado refinado dessa energia atual na Terra.
Reafirmo que a evolução se dará exatamente igual em condições quimicas e físicas iguais.
Atenciosamente,
Sergio G. Hallais
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Terça, 20 de Novembro de 2007 |
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Oi Sergio...
Acho que seria melhor você dizer vida carbônica, ou talvez vida química orgânica, ou algo similar. O problema é que
bio é nada menos que 'vida' em grego, o que faz a expressão "vida biológica" soar como "vida viva".
A definição de vida não necessariamente exclui formas mais improváveis como uma inteligência não física ou qualquer
tipo de entidade sutil que se replique, mesmo sendo diferente de tudo o que conhecemos.
Achar que nosso mundo é o único onde haja vida, de fato é tão impossível quanto achar que há vida em todos, ou seja,
é perfeitamente possível. Tanto que há pessoas que pensam exatamente isso. Também não vejo problema em que só nosso
planeta possua vida mesmo circundado por todo um universo, do contrário, seguindo o seu raciocínio, porque haveria então
um sistema estelar inteiro à nossa volta, e não somente um imenso universo de hidrogênio?
É preciso entender que declarar a possibilidade não é declarar a probabilidade nem, muito menos, declarar aprovação.
Eu só digo que não há impossibilidade lógica nem física alguma na hipótese de só existir vida em nosso planeta, bem
como em existir vida em 100 milhões ou mais de outros planetas da nossa galáxia. Pessoalmente acho muito mais provável
que haja um meio termo entre esses extremos, isto é, que haja vida, inclusive inteligente, fora de nosso mundo, porém
penso que deva ser um número modesto, digamos, talvez, um sistema estelar com vida a cada 10 milhões, ou 100 mil.
Quem sabe?
Em essência, concordo com sua linha de raciocínio, porém há muitos pontos confusos. Por exemplo, você traçou uma
definição de vida e evolução que parece entrar em choque com a idéia de extinção biológica. Mesmo que muito mais espécies
tenham desaparecido, onde houve essa extinção biológica? A vida não desapareceu da Terra, assim, ocorre extinção de
espécies, não da vida, pelo menos no nosso planeta. Tal extinção só se daria num evento muito catastrófico, que eliminasse
até mesmo as bases moleculares aminoácidas do planeta.
Outra afirmação estranha é a de que não exista nenhum ser inteligente 'supremo' que dirija a evolução. Se o universo está
repleto de vida, incluindo inteligente, quem garante que uma espécie sensciente já não atingiu um avançadíssimo estágio
de desenvolvimento e tem dirigido a evolução ao menos de nossa galáxia local?
Por hoje é só. Desculpe pela demora, e só pra lembrar, não pense que estou contestando sua mensagem. No geral concordo
em essência com você, uma vez aparados esses pontos.
Amigavelmente
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14 de Dezembro de 2007 |
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Fernando Ventura Bispo Santos
Araguaina-TO
-
1975
Militar Reformado
-
meta-cripto-cristão
625, 633
atthosmatheus
gmail.com
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Olá Marcus, somos nós novamente.
Eu já tinha lido sua Filosofia da Ficção Cientifica e compreendi a diferença entre Ficção Científica e Ficção Fantástica conforme você a explana, e achei a abordagem abrangente e definitiva. Conforme seu gráfico o grau de Fantástico e cientificidade é medido pela racionalidade e verossimilhança, bem, foi assim que entendi. Conforme você aborda, o filme Star War tem um grau de Fantástico muito alto, o que quase o coloca fora da Ficção Cientifica, Já Star Trek é mais racional que Star Wars. Desta forma eu compreendo sua maneira de ver o assunto. E tua obra.
Com respeito a contradição bíblica, você tem razão, a Bíblia proíbe os HUMANOS de fazerem magia, sendo que DEUS, mantem o monopólio da “magia” para si e proíbe os humanos, pois nesta visão bíblica ao acessarem o mundo sobrenatural os humanos estaria de fato se envolvendo com seres negativos (demônios malignos). Não há contradição interna, biblicamente falando, tem razão. Mas novamente, do ponto de vista cético: batismos, águas bentas, hóstias, imposição de mãos, falar em linguas (oh alcanta sibilicanta, alcanta salabalai) e rezas e orações, do ponto de vista científico e cético é MAGIA. E novamente eu afirmo que me irrito quanto uma pessoa critica os evangélicos e afins, por acreditarem nestas coisas e acreditam e praticam macumbas, nova era, canalizações e cia.
Agora com respeito a magia e tecnologia, eu as entendo como a pratica do conhecimento adquirido pelo estudo, por exemplo, a ciência é a teoria que gera a práxis da tecnologia, a ciência oculta (seja lá o que for isso) é a teoria que gera sua práxis, que é a magia. Desta forma magia e tecnologia são praticas e ações. Quanto a ciência e a ciência do oculto, são as teorias que geram as duas. Embora o sobrenatural seja fascinante, ele é desnecessário, não precisamos de ciência oculta, a medida que a ciência se expande o oculto vai regredindo, como quando caminhamos em direção do horizonte e ele nunca é atingido.
Imagine um xamã “pré-histórico” invocando o espírito totem e pulando e dançando para que um raio caia e atinja uma arvore para produzir fogo e contrastando, um caçador pacientemente observando as faíscas que ele produz batendo uma pedra na outra, daí este último descobre uma forma de produzir fogo, o primeiro pode ter sorte e um raio pode realmente cair e queimar uma árvore,mas a sua “magia” não teve nada haver com isto. Assim é que eu entendo a diferença entre magia e tecnologia, ou ciência e ciência oculta. Eu já fiz parte de um grupo de pesquisas paracientificas, sobre isto mais poderia ser falado...
Eu não chego a afirmar como os radicais religiosos, que Potter tem parte com o Capeta, mas o pensamento mágico (Freud) deveria ser coibido, não que as pessoas vão acreditar que se possa voar em vassouras porque passa na TV ou cinema, mas coisas irracionais são cridas induzidas por tais entretenimentos, como por exemplo a Xuxa dizer que viu doendes, Elba ramalho afirmar ter sido “chipada”. Mas é claro uma minoria fará isso.
Você está certo também quando diz que na ficção fantástica a magia é uma espécie de ciência, mas no mundo real deveria ser ridicularizada.
Li em uma revista que uma grande parte das pessoas fãs de Tolkin e Rouling tem por volta de 30 anos, e são pessoas saudosas de sua infância e buscam nos mundos fantásticos destes escritores uma forma de recuperar a infância perdida, ou protelar um pouco a adolescência. É claro, isto é causado por estruturas emocionais, e eu tenho uma intuição de que quanto mais madura a pessoa, mais racional, ela vai querer como entretenimento ficção realista, não-ficçao, ou no máximo ficção cientifica. É sabido que nerds são (eram ?) associais e são os primeiros a gostarem deste tipo de literatura, (onde incluo o escritor destas linhas). Pessoas que vivem num mundo paralelo, fantasiosas, são a maioria a gostar de livros de feitiço.
Bem a minha pergunta era porque vc misturava magia com tecnologia e você respondeu, eu estou alongando sobre o tema em replica aos seus comentários.
Eu já tinha lindo a monografia
Hermenéutica Solipsistemica,
acho que não a compreendi e lerei novamente, mas o fato de o EU
não controlar o MUNDO e até mesmo a si mesmo (com no caso do pesadelo) é mais uma prova de que o EU é parte e foi gerado
pelo mundo e não vice-versa. É verdade que temos muita dificuldade em controlar nossos pensamentos e tirar mágoas e outros
incômodos da cabeça bem como temos pesadelos, isto gerado pela nossa mente. É verdade também que Descarte afirmou que a
única certeza que temos e que nossa mente existe, o mundo é duvidoso. Mas pense: fugimos da dor e quando ela vem, como no
caso em que alguém nos magoa e de fonte externa, e embora não consigamos controla-la lutamos o que demonstra que o
SOFRIMENTO não foi gerado pelo eu, mais imposto de fora para dentro, sendo que a magoa é apenas eco, imagem e ressaca de
um mal real e exógeno, da mesma forma os pesadelos e sonhos ruins são gerados pelos nossos temores cujos objetos são sempre
de fora de nosso eu. Ninguém tem medo de si mesmo, mas do descontrole de si mesmo. O nosso inconsciente gera o pesadelo
alheio ao CONSCIENTE, ao EU, o que prova que o EU, foi gerado em cima do inconsciente, ou...
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Continuação da Mensagem - Segunda Parte
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...seja, o EU, foi gerado pelo mundo,
em cima do inconsciente, a parte mais biológica de nossa mente. Como vc mesmo diz: o biológico precede o cultural, o mundo
precede ao EU, pois o eu é feito nas interações culturais e jamais de outra forma isolada.
Assim permanece minha proposição:
SE O EU GERASSE O MUNDO O MUNDO SERIA UM PARAISO.
A menos que sejamos todos sadomasoquistas e
inconscientemente, num certo nível, estejamos gostando desta entropia generalizada, deste caos sodômico, da dor e solidão, da fome e da guerra o solipsismo seria certeza.
O mundo não é um paraíso porque o eu é um elemento no conjunto do mundo e não o conjunto. Magoas e pesadelos são reflexos na nossa subjetividade de traumas (pancadas) geradas do exterior e em processo de absorção e osmose, ou seja, partes de nosso eu que foi originalmente imposto de fora e que ainda não foram resolvidos. Terapias resolvem e até mesmo curam magoas e pesadelos, fobias e rancores. Agora se eu penso, e este pensar é prova de que eu existo, não ter controle sobre meu pensar é evidência de que existo descontroladamente, e existir descontroladamente é existir ineficientemente, imperfeitamente, e uma coisa que está em estado imperfeito ou está se corrompendo ou em geração. E o que está se gerando teve um começo e o começo do eu é o mundo. E o que está se corrompendo terá um fim é o fim do EU é se diluir no mundo.
MUNDO > EU < MUNDO
Então podemos ter CERTEZA do mundo, porque temos certeza do EU, o EU é menos perfeito que o mundo, mais tênue, se eu não controlo a mim mesmo, não vou controlar o mundo, para controlar o mundo primeiro tenho que controlar minha subjetividade, como não faço isso inteiramente pois sofro com magoas e pesadelos, isto é indício de que sou um marinheiro de primeira viagem, o barco já tava aqui antes de eu chegar e o capitão do navio não é o meu EGO, o barco é muito mais antigo do que EU, e eu não o controlo e não “sou bem vindo aqui, e absolutamente (tirando talvez deus) ninguém me convidou aqui” e o fato de eu cogitar, COGITO ERGO SUM, não é prova de que eu existo coisissima nenhuma, o fato de eu pensar é prova de que o MUNDO EXISTE!!! É claro que meu EU também existe, mas de forma descontrolada, imperfeita, cheia de magoas e pesadelos, ao contrario da maneira mais forte, mais perfeita, mais antiga do mundo. O mundo existe a bilhões de anos o EU há uns poucos milhares. Embora ninguém testemunha-se o mundo quando a consciência não existia e este fato seja argumento de que o mundo não existia, antes da consciência, o fato de a consciência, e o EU, estarem existindo precariamente, descontroladamente, com magoas e pesadelos, não prova que só podemos ter certeza que só o EU existe, na verdade não podemos ter certeza nem mesmo disso. O barco (mundo) avança, marujos (Egos) entram e são jogados fora, o EU é gerado pelo MUNDO, o biológico precede o cultural, não devemos inverte a coisa. O EU é fino como papel, o mundo é grosso como um muro, os dois são relativos para uma formiguinha um papel é como um muro, um muro é papel manteiga para uma retroescavedeira.
Quando eu desmaio ou durmo, o meu eu “desaparece” mas o mundo fica, embora do meu ponto de vista ele se acabe. Para as outras conciencias não! E o fato de quando eu estou na UTI, a carruagem seguir e não me esperar prova que o SOLIPSISMO é um AUTISMO, EGOCENTRISMO, EGOLATRISMO, e ingenuidade. Uma defesa psíquica da impotência do EU frente ao mundo, uma forma de tentar controlar ou ter uma ilusão de controlar a realidade, isto sim ingenuidade.
Deveríamos ao invés de dizer que : penso, logo existo, DIZER: existo, logo penso.
O pensar é posterior ao existir. O existir é anterior ao pensar. E o PENSAR é precário, quebrado, fractal, espectral, deficiente, cheio de magoas e pesadelos, ilusões, falácias e sofismas (que gradualmente devemos eliminar em nós para amoldar nosso EU ao MUNDO que é mais antigo e não vice-versa, como no pensamento mágico), o EXISTIR é perfeito, total, binário, ou se existe ou não se existe. Embora uma consciência possa existir em níveis e estágios diferentes, ela existe ou não existe. O MUNDO EXISTE, LOGO PENSO. Se o mundo fosse uma ilusão, meu pensar nunca surgiria no mundo, se surgi-se seria uma outra ilusão ainda maior. Se o alicerse da filosifia for o EU, é um alicerce na areia movediça, um alicerce pobre, em geração ou corrupção, imperfeito, algo que o mundo também é, mas de forma mais real, mais concreta, compacta.
A duvida cartesiana do mundo, é a duvida do eu também, jogando a mente no nirvana.
A crença na certeza da realidade e dureza do mundo é o alicerse de expansão Do EU. De seu autocontole, é um colocar-se num estado receptivo, com as mãos em cuia, uma numa pressão negativa, uma sucção para enchermos nosso EU com o absoluto, e não ejacularmos nossa subjetividade nele, as vezes abusando da subjetividade dos outros. O mundo deve ser absorvido pelo eu, o eu deve se encher do mundo (em todos os sentidos) e só então poderá jogar para fora toda a subjetividade, em forma de arte, contos, romances, filmes, etc. Mas para se criar algo primeiro é preciso receber alguma coisa. Só não sei de onde Deus teria recebido isto...
Eternamente ingênuo, mas sem magos e pesadelos,
Fernando Ventura.
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Domingo, 18 de Novembro de 2007 |
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Oi de novo Fernando.
Interessantíssima sua mensagem, sobre o tema Magia, em geral concordo com suas colocações, só quero acrescentar os seguintes
complicadores:
Uma ciência oculta pode ser justificável dependendo da ambientação. É comum ver em algumas estórias a idéia de que a magia
não pode ser deixada nas mãos de pessoas despreparadas, ou seja, essa magia seria em si, passiva, tal como a própria natureza.
Assim, funcionaria como se numa sociedade menos avançada, já houvesse cientistas com conhecimentos sofisticados, mas evitassem
sua publicação, se restringindo a um círculo restrito. Um exemplo interessante é a obra
Fundação, de Isaac Asimov, ou os
Technomages de Babylon 5.
Essa justificativa básica de ciência oculta, serve, em nosso mundo real, para protegê-la da verificação. Conscientemente
ou não, qualquer 'mago' moderno sabe que sua disciplina oculta não sobrevive sob a luz de uma análise racional e científica.
Mas, como concordamos, no mundo ficcional pode ser bem diferente.
Não concordo em ridicularizar deliberadamente o que quer que seja, a não ser que um certa linha de pensamento, no caso
'mística', decida se aventurar onde não deve, interpelando suas superstições e conceitos ocultos no mundo pragmático e
secular. Aí sim devem ser tomadas providências, como a combate à investida criacionista, a correria para métodos de
medicina alternativa quando em detrimento da convencional para problemas graves, ou tentativas de astrólogos de intervir
nas decisões práticas da sociedade.
Ademais, é preciso não confundir a magia ficcional e pretensa 'magia real', no que se refere a um tipo de 'ciência' oculta
que vise resultados concretos. Sou da opinião que na realidade, a magia ficcional não só não é necessariamente um reforço
ao misticismo como até pelo contrário, pode ser um freio.
É simples. O grande entusiasta da magia fictícia, isto é, o grande fã, ou o autor, em geral tem uma noção clara do que é
realidade e o que é fantasia, pelo simples fato de que sabe inserir essa magia num universo ficcional. Como a maioria dos
humanos tem um fascínio irrefreável pelo místico, o ficcionista pode satisfazê-lo pelo simples contato com o mundo ficcional.
Por outro lado, quem não tem tanto envolvimento com a ficção, mas tem esse mesmo forte fascínio, não tem outra opção a não
ser satisfazer seu impulso com sua realidade, e aí que ocorre o envolvimento com religiões, misticismo e toda sorte de
crendices.
Ou seja, o último caso é justamente quem não sabe separar o real da fantasia, assim, a ficção funciona como uma válvula de
escape saudável para esse impulso, que se devidamente orientada, tende a desembocar na intelectualidade, no uso da
ficção como ferramenta simbólica e do mito como auxiliar na compreensão da psique.
Antes de me acusar de estar sendo muito otimista, devo dizer que conheço uma tonelada de casos assim, principalmente na
universidade. Muitos nerds, e não nerds, que são fissurados em obras fantásticas, mas não demonstram nem um pingo de
de dificuldade em discenir o real do fantástico. Por outro lado, a quase totalidade dos fanáticos religiosos que conheço,
ou supersticiosos e pseudo-místicos em geral (porque existem os místicos sérios) tem pouca ou nenhuma afinidade com
os universos ficcionais.
Mada melhor para demonstrar isso do que o famoso caso de Harry Potter, que ilustra brilhantemente um caso típico de
transtorno potencialmente esquizofrênico. Em geral, o fã de Harry Potter, sabe que tudo ali é ficção, mesmo porque a
magia lá descrita nada tem haver com qualquer pretensa magia tida como real. Ou seja, é alguém que separa o mundo real
do ficcional.
Por outro lado, o fanático religioso que o critica como sendo um tipo de apologia da bruxaria, satanismo ou coisa que o
valha, é alguém incapaz de separar a fantais bíblica do mundo real. Não deixa de ser curioso reparar que havendo muitas
crianças no grupo de fãs de Harry Potter, e que todos os seus críticos de ordem religiosa sejam adultos, tenhamos o
ridículo anacronismo de 'crianças lúcidas x adultos hébrios'.
Por isso discordo de sua análise sobre os fas de literatura fantástica, penso praticamente o inverso. A questão, mais uma
vez, não é um movimento da ficção fantástica para a realista no que se refere a maturidade, mas antes de tudo de um nível
baixo para um nível alto de discernimento prático entre ficção e realidade. Concordo, porém, que é próprio das pessoas
inteligentes preferirem ficções mais inteligentes, mas isso é perfeitamente plausível em universos mágicos, desde que
devidamente estruturados, como o são os de Tolkien ou o de Rowling.
Sobre o solipsismo, primeiro não se esqueça do que eu disse em
Hermenêuticas Solipsistemicas, no aforismo Alfa, não existe defesa
do solipsismo, ninguém defende o solipsismo, muito menos eu, porque isso não faz qualquer sentido. O que eu defendo é que
o solipsismo não foi devidemente refutado apesar de todo o frenesi, especialmente o recente, da epistemologia, e que sua
abordagem vem sendo indevidamente negligenciada.
Eu pessoalmente tentei muito refutar racionalmente o solipsismo, mas tudo o que posso fazer é usar uma das vias de escape
do problema, o que você também fez em sua exposição, e com brilhantismo, devo dizer. Essas vias de escape, no entanto,
apesar de perfeitamente válidas e necessárias, não pode refutar o solipsismo simplesmente porque elas são, neste caso
específico, uma troca do certo pelo duvidoso.
Você está, como quase todos fazem, apostando no incerto "o mundo externo", para negar o certo "a mente individual", do
pensante.
Outro ponto importante, sem o qual o que acabo de dizer seria insuficiente, é que o flerte com o solipsismo, bem como a
viagem mental que leva a dúvida cartesiana, é NECESSARIAMENTE egocêntrica, em nenhum momento cabe fazer qualquer conjectura
sobre o outro, mas sim, somente, ...
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...sobre si mesmo.
Assim, devo lembrá-lo também do aforismo Eta, que fará com que todos os seus argumentos sejam neutralizados
pela 'Barreira de Ilusão', ou 'Abismo Fenomênico'. Ou seja, tudo o que você fez foi usar dados do mundo para negar a
possibilidade solipsista, acontece que o simples conceito de solipsismo implica necessariamente na negação automática de
qualquer dado do mundo!
É certo que sua argumentação constitui um boa hermenêutica, como de fato tem que ser, mas ela não deixa de ser um das vias
de escape resultantes de um ato primordial de crença. Da mesma forma como eu faço ao afirmar que o biológico precede o
cultural, ao defender o Evolucionismo, ou ao ter opiniões políticas, eu nada mais faço do que seguir no passo que dei para
fora da embriaguez solipista, mas eles não podem me garantir certeza alguma sobre a realidade.
Para ser mais específico, todos os seus argumentos pressupões a existência do mundo, o que uma vez feito, permite que se
construa um sistema coerente para sustentar toda uma teoria psicogênica, o problema é exatamente essa pressuposição da
pré-existência do mundo.
Ora, o mundo, como eu disse poderia ser explicado pelo próprio Eu se auto iludindo, o que, como afirmo no aforismo
Teta, é uma capacidade plenipresente, levando eu conta nossos conhecimentos científicos e psicológicos, e
portanto, mesmo já levando em conta uma via de escape. Alías, via de escape alguma é capaz de depor contra a possibilidade
de auto ilusão, até pelo contrário.
Essa capacidade auto ilusória, grandemente reforçada pelo conceito de inconsciente, é exatamente o que pode explicar o mundo.
Lembre-se que o solipsismo embora não possa ser refutado por dados do mundo, pode usar qualquer dado do mundo, pois eles
podem ser meramente produto de sua própria potência criativa. Parece injusto, mas é exatamente esse o problema! É uma
possibilidade terrível que pode usar tudo a seu favor e que é insensíveil a tudo que lhe seja usada contra.
Sua explanação se baseou grandemente em pressupor que a pré-existência e ação do mundo é uma boa explicação para o
inconsciente, e é mesmo, ponde em cheque esse conceito que reforça o solipsismo. Ocorre, porém, que não é a única, pois
o inconsciente também pode explicar o mundo. E como uma dilema reflexivo, o quem vem primeiro?
A vantagem da hipótese solipsista é a simplicidade, ela reduz toda a realidade a nada mais que 3 elementos. O Eu, o
fenômeno, e a relação entre os dois, que inclui a impossibilidade de controle total. Por isso que esses 3 elementos podem
ser tidos como certos, pois são factuais até mesmo no restrito universo solipsista.
Para sair do solipsismo pela via naturalista, é preciso, além destes postular a existência factual do mundo como um
pressuposto impossível de ser racionalmente demonstrado, ainda que irresistível. Depois, é preciso formular toda uma
teoria de sustentação, basta uma única falha em todo o sistema teórico para que essa via não seja suficiente. E o que
não faltam são pontos onde tal falha pode ocorrer, sendo, a maior e aparentemente mais inviolável delas, a surgimento
da subjetividade, até agora, impossível de ser explicada pelo naturalismo.
Há muito venho me degladiando com a questão relativa a uma superação do solipsismo, e creio ter encontrado uma via que
ao menos consegue neutralizá-lo no que se refere ao "problema de outras mentes". Trata-se do mentalismo, que tem a
propriedade de, ao pressupor um mundo mental, onde exista o inconsciente, consegue oferecer uma hipótese rival tão
simples quanto a solipsista.
Um mundo mental necessariamente engloba a existência do Eu e do Inconsciente, e assim, do fenômeno. Porém neste mundo,
as outras mentes já existem, o que ajuda a explicar o fenômeno comum a todas. Assim, entre uma única mente que gera a
ilusão de outras mentes, e a real existência de outras mentes que gerem a ilusão de um única, não haveria diferença,
visto que seria apenas modalidades diferentes de emergência de consciências do plano mental. Assim, a outras mentes
estão automaticamente explicadas, além do próprio Eu, e sua falta de conexão direta é resultado do inconsciente em si.
O mundo seria então uma projeção pública, partilhada por diversas mentes, e envidentemente o surgimento da subjetividade
em si deixa de ser problema, susbtituindo-o pelo surgimento da objetividade, que é bem mais fácil de explicar.
Mas deixemos isso para depois. Mais uma vez agradeço e parabenizo pela mensagem, a já comecei a ler a nova versão de
Z-I-G-O-T-O.
Amigavelmente
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3 de Dezembro de 2007 |
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Edson de Oliveira Ataide Júnior
Rio de Janeiro-RJ
-
1980
Professor
477,
467,
463,
455,
453,
451,
444,
414,
397,
376
e d o l a t j r
g m a i l . c o m
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Olá Marcus!
Sua monografia sobre a "Imortalidade da Alma" foi muito boa e estou muito feliz por saber que, de alguma forma, o incentivei.
Num dos trechos de sua monografia sobre "Apologia a Sócrates" é dito:
"Se não há nenhuma sensação, se é como um sono em
que o adormecido nada vê nem sonha, que maravilhosa vantagem seria a morte!"
Sócrates, ao dizer isso, não estaria, de certa forma, demonstrando aversão e desprezo à vida? Seria seu pessimismo diante da vida o motivo de seus passeios e aventuras num mundo do além?
Não acho que a "crença" numa metacontinuidade mental seria sempre vantajosa. Ainda mais sendo uma aposta oriunda de uma análise racional. Digo isso porque, ao meu ver, a "crença" não combina muito com a razão. Talvez, no fundo, exista, por detrás de um argumento aparentemente racional ou impessoal, fortes paixões que seduzem a razão de forma que, a ela, cabe tão-somente tentar justificar "racionalmente" o valor de suas próprias paixões.
Não seria assim com todos nós, Marcus?
Seria diferente com os filósofos?
Não vejo também como alguém, no mais íntimo do seu ser, acreditaria tão-somente na metacontinuidade mental e, nada mais. Digo isso, pois tal pessoa, sendo intelectualmente honesta, haveria de conviver com as infinitas possibilidades de ter uma continuidade mental desastrosa e doentia. Quem sabe sua mente não esteja doente e sofrível numa possível metacontinuidade? Ela haveria de coniver com esta possibilidade, assim como os crentes precisam conviver com a possibilidade de irem para o inferno.
Agora, se uma pessoa possui fé cega para a metacontinuidade, fechando os olhos para outras possibilidades terríveis, não consigo imaginar que ela pararia por aí. Se ela fechou os olhos para outras possibilidades é porque tem medo. Esse medo inevitavelmente, penso eu, iria ativar nesta pessoa uma fortíssima necessidade de compensação, de forma que maximizaria suas crenças num além, desenhando-as conforme suas paixões, que estariam sendo direcionadas pelo seu medo. Não se contentaria em, tão-somente, continuar, mas também em ter uma crença em como se daria tal continuidade.
Talvez, Marcus, a vantagem de se acreditar numa metacontinuidade seja apenas teórica, sem nenhuma validade prática, em virtude dos profundos sentimentos e emoções que nos movem. E para mim, Marcus, com todo o respeito às diferentes opiniões, quando olhamos para o além, estamos deixando de olhar para a própria vida, assim como, olhando para o céu, deixamos de olhar para o chão.
Um grande abraço, meu camarada!
Muita felicidade e;
Tudo de bom!
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Quinta, 15 de Novembro de 2007 |
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Bem vindo novamente Esdon. Já fazia tempo!
Obrigado por ler minha monografia
Uma Introdução ao Conceito de Meta-Continuidade Mental, e sobre sua
primeira colocação, não penso que Sócrates expressasse desprezo pela vida, e isso principalmente se colocarmos isso nos
termos que temos exaustivamente discutido. O de vantagens relacionais.
Ora, nesta mesma Página 21 da monografia é mostrada uma antecipação
da Aposta de Pascal, que na verdade foi uma versão degenerada. Diz basicamente que é imprudente trocar uma possibilidade
pela outra, pois as consequências de uma são desiguais em relação à outra. No caso, a falta de cuidado com a alma
combinada com sua sobrevivência póstuma poderia resultar em problemas imensamente maiores do que um cuidado com a mesma
associada à sua não sobrevivência, que, no máximo, teria incorrido em gastar demasiado esforço em algo cuja recompensa
jamais será dada, mas que jamais nos será conhecido devido a nossa extinção.
É uma posição razoável viver assim, com a preocupação nesse sentido, em especial levando em conta uma instância ética superior
universal. Por exemplo, se eu procedo correta e beneficamente no mundo, respeitando meus semelhantes e seguindo as normas
óbvias do bom senso e da empatia, eu ganho no mínimo uma vez. Isto é, levando uma vida decente, sem prejudicar os outros, sem
estar em conflitos desnecessários e garantindo minha paz pessoal ao máximo possível. Se, além disso, houver uma
recompensa póstuma, melhor ainda!
A posição inversa é sempre problemática. Pois a conduta perversa invariavelmente leva a uma vida conturbada. Já se terá
problemas aqui e agora, e ainda por cima, se houver punição póstuma, aí fica pior ainda.
Sofismar essa exposição, a meu ver, só é possível à mente deturpada, que realmente acha que uma vida perversa, criminosa
e praticante de iniquidades é de algum modo vantajosa. Como jamais senti necessidade alguma de tripudiar sobre as outras
pessoas, de ser desonesto e prejudicar os outros, enfim, nunca senti atração por esse modo de vida, tenho até dificuldade
de entender porque alguém ache que isso seria um "viver bem a vida", levando ou não em conta uma possível instância póstuma.
Que se existente, e de acordo com nossa percepção ética, promoveria uma retaliação imprevisível.
Outra possível contestação é de que exista tal instância, mas ela não esteja de acordo com qualquer de nossas noções éticas.
A princípio, a mim soa como indiferente, pois se não sinto benefício algum em proceder deturpadamente aqui, não vejo porque
sentiria num outro horizonte existencial.
E por fim, há uma noção ainda mais radical que poderia supor que exista tal instância, porém perversa, premiando exatamente
a má conduta. Para mim, é um completo absurdo, pois vai contra toda a nossa noção intrínseca de virtude e bem, além de,
é claro, ser auto destrutiva. Uma valoração ética completamente invertida teria como finalidade somente sua própria aniquilação,
que seria sua máxima realização.
Isso tudo, eu quis dizer para abordar o comentário de Sócrates. Já quanto a aposta positiva na MCM, como já discutimos
exaustivamente, vou insistir na abordagem inversa, reproduzindo uma parte da monografia, da página 47:
"Se mantivermos uma crença negativa, tendo certeza de nossa futura extinção, evidentemente não teremos a oportunidade de
confirmar tal crença, pois estando certos, mais uma vez, jamais saberemos, mas se estivermos errados, poderemos
experienciar o erro, e mais uma vez, se houver algum valor subjetivo negativo envolvido, o que é bem provável,
estaremos nos colocando numa condição desconfortável, pois a continuidade da existência poderá levar o niilista
a uma situação de não aceitação da condição de estar em outro horizonte existencial, o que pode forçá-lo a assumir
condutas incompatíveis com sua nova realidade."
Se o indivíduo estiver convicto de sua extinção, o que pensará ao perceber que continua a existir? No mínimo, admitir que
estava errado, e eu sempre achei desagradável a idéia de saber que estive errado durante muito tempo, mas até aí tudo bem.
No máximo, ele pode acreditar que ainda está vivo, que sua experiência perceptual, seja qual for, deva ser uma alucinação,
loucura, ou resultado de uma mudança radical no mundo em que vive, o que serão evidentemente suposições errôneas.
Agir de acordo com suposições equivocadas raramente leva a bons resultados em qualquer contexto. Pode-se tornar até,
quem sabe, um atormentado "espírito errante"!
E isso sem levar em conta que o indivíduo pode ser acometido por uma inversão de conceitos, e despertar um sentimento de
culpa pela descrença e até um medo irracional da punição mesmo que nessa realidade transcendente nada exista nesse sentido.
Pela minha experiência, creio que grande parte dos fortemente niilistas, se não a maioria, são resultado de inversões
conceituais, sempre prontos para cair no extremo oposto diante de um evento catártico.
Ao contrário do que você insiste em afirmar, creio que é possível sim ter uma crença apenas na MCM, e nada mais, como uma
pura e simples forma de pressupor que a existência continua. Normalmente, se seu avião cair em alguma ilha deserta no
oceano, ou sua nave pousar inesperadamente num planeta desconhecido, você a princípio espera sobreviver, sem ter que ficar
imaginando como será especificamente essa existência. Depois da sobrevivência ter sido garantida, você se preocupa com o
modo específico, de acordo com a situação. Nada contra ter expectativas, mas não é por não estar certo de cair direto num
paraíso com lindas mulheres disponíveis e comida maravilhosa, que há motivos para desespero imediato. Bem como não é por
saber que cairá direto em cima de um ninho de monstros horríveis, que não valha a penar viver e tentar escapar.
Ao que me parece você está insistindo em associar que...
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...uma expectativa imediatamente frustrada irá necessariamente inviabilizar o bem-estar num novo horizonte existencial
de duração indefinida. Pode até ser que você passe por um período num equivalente a umbral ou purgatório, mas o que virá
depois? E por outro lado, pode ser que você passe um tempo num paraíso, mas e depois?
Parece totalmente inútil supor qualquer coisa específica sobre o conteúdo desta meta-existência, por isso trabalho com a
hipótese de uma pura e simples Meta-Continuidade Mental, inicialmente sem especificar o conteúdo, visto que isso só poderá
ser feito após a confirmação experiencial, ou talvez mediante alguma nova e espantosa evidência, o que não parece o caso.
Antes de prosseguir, posso afirmar que você não tomou conhecimento de minha outra monografia, imediatamente posterior à
Introdução à MCM, que é a
Kosmos & Telos. Caso contrário teria visto que fiz minha a frase de Hume
"A Razão é, e só pode ser, uma escrava das paixões...". Portanto você está vindo com uma
proposição com a qual já estou voltando.
É evidente que nossa racionalidade não passa de uma espada a ser manuseada de acordo com nossos interesses passionais.
Mas isso não a desqualifica, pois há limites para a mesma, e a melhor espada não poderá fazer o impossível, que é sustentar
absurdos. Não que estes não possam ser sustentados, mas se o forem fica evidente, para um bom observador, que não o estão
sendo racionalmente.
Uma frase sua que devo discordar totalmente é a que afirma a suposta icompatibilidade entre 'Crença' e 'Razão'. Você só pode
estar extendendo o conceito de crença, automática e arbitrariamente, ao conceito de irracionalidade, pois a princípio crença
não apenas combina, mas é condição cognitiva sine que non para a operacionalidade racional!
Como você espera articular qualquer formulação racional sem crenças que a embasem? Os próprios princípios da lógica são
crenças! Por mais coerentes e difíceis de derrubar que sejam, ainda assim são crenças. Ou seriam o quê? 'VERDADES'?
Ademais, CERTAMENTE existe por trás de argumentos racionais, paixões guia. Caso contrário ninguém se daria ao trabalho de
fazê-los. Mas isso não os desqualifica, enquanto, ao menos, existir a honestidade para assumir onde estão os limites.
Passionalmente, eu gostaria muito de que existisse MCM num horizonte existencial que valorize e recompense nossa vida
terrestre, que corrija todas as injustiças, que dê uma nova chance a quem quer que o queira, permita a extinção de quem não
queira mais existir, e faça os praticantes de atos terríveis, se depararem com a consequência íntima de seus atos.
Eu adoraria poder justificar tudo isso racionalmente, mas o máximo que consegui até hoje, pelo bem da honestidade, foi mostrar
que a MCM é logicamente possível, mas não pode ser negada nem afirmada, e que há uma vantagem nuclear em esperá-la
positivamente. Pode ficar certo que não estou esperando alguém morder a isca para logo em seguida despejar-lhe uma nova
religião.
Voltando a esse ponto, noto em seu discurso mais uma confusão. Afirmar a MCM sem especificidade seria independendente de
seu conteúdo. Pelo bem da honestidade, como você mesmo colocou, não podemos negar as possibilidades de haver MCMs
horríveis. Mas e daí? Deixar de apostar positivamente então, fará com tais possibilidade terríveis deixem de existir?
Nesse último caso, mais um motivo para a aposta positiva, pois ao menos você tenderia a reagir adequadamente mais rápido,
na medida do possível. O que dificilmente aconteceria, por exemplo, com alguém que estivesse convicto de sua não existência,
e persistisse na crença de que ainda está no mesmo horizonte existencial.
Ademais, voltando a questão da incerteza, é de nossa natureza preferir a existência à não-existência na maior parte das vezes,
normalmente só desejamos cessar existencialmente quando não conseguimos vislumbrar nenhuma possibilidade de melhora. Assim,
mesmo que você se depare com um cenário terrível, isso não necessariamente irá levá-lo a preferir automaticamente a inexistência,
pois sempre haverá a esperança de melhora. E assim, qualquer conteúdo específico acaba sendo neutralizado pelo infinito
rol de possibilidades. Razão por que é inútil supor o conteúdo. E, finalmente, se a MCM existir, supor o conteúdo ou não,
esperar algo terrível ou não, não fará diferença alguma. A aposta positiva ainda estará valendo como a escolha acertada.
Agora, se uma pessoa tem "fé cega" em MCM, seja lá o que isso for, ela provavelmente já não estara mais no âmbito da aposta,
que é puramente racional. Ela já terá dado o passo para a irracionalidade, e aí, pode até acontecer tudo o que você falou.
É por isso que apostar positivamente na MCM nada tem a ver com fé, muito menos com cegueira, e uma escolha vantajosa de um
ponto de vista estritamente racional, se você considera vantajosa, em qualquer aspecto, escolher a opção certa. O que me
parece bastante intuitivo.
Além disso, mesmo uma "fé cega" na MCM só poderia estar fechando os olhos para uma ÚNICA outra possibilidade que jamais
poderá ser experimentada, que é a extinção. Se a partir disso ela decide elaborar toda uma teoria de um novo horizonte
existencial, que aliás é o que tem sido feito há millhares de anos pela maioria da humanidade, isso é problema dela.
Já não estamos mais no âmbito da mera aposta MCM.
O problema é que você insiste em querer levar o problema de volta o velho abuso intelectual que as religiões sempre
propagaram. Mas todo o meu esforço no sentido de teorizar a MCM se deu no sentido contrário, em exatamente eliminar esse
abuso e reduzir a questão ao ponto mais simples e sintético.
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E mais uma vez, como você mesmo citou, o crente, intelectualmente honesto, tem que admitir a possibilidade de ir para
o inferno, porém isso não tem peso algum com relação a sua disposição inicial de acreditar ou não na ressureição
e juízo final. Se ele crê em inferno e céu, tem que acreditar em MCM, assim como quem crê em reencarnação, metempsicose
ou nirvana. Mas a MCM é apenas condição necessária e suficiente em si mesma, não necessitando de acréscimos para ser
pensada.
Talvez, sua dificuldade toda derive da falta de prática com questões puramente lógicas, sem embutir juízos de valor.
Tais procedimentos são sim, em geral, meramente teóricos, e somente após alguma consolidação formal pode-se arriscar
alguns resultados práticos.
A vantagem da aposta positiva é evidente e puramente psicológica. Ela tende a gerar uma confortabilidade em quem
tiver um apreço forte pela existência. Assim, a crença positiva é vantajosa, pois pode dar a sensação de
infinitude e transcendência que podem ser usadas para intensificar ainda mais a existência imanente.
Mas se alguém não gosta da mera idéia de haver MCM, então é discutível que seja uma vantagem se isso atormentar a pessoa.
Aliás, nem faria sentido optar por uma crença que lhe incomode quando ela sequer tem qualquer tipo de garantia ou
mensuração probabilística significativa.
Mas é aí que entra um outro ponto. Acho que alguém que se incomode tanto com a idéia deve ser muitíssimo raro, uma vez
que o apego a existência é que mantém o indivíduo vivo, e do mesmo apego, é fruto da idéia de MCM. Penso que em geral quem
rejeite duramente a última, invariavelmente não conseguiu se livrar do dano causado por algum sistema religioso terrorista,
que conseguiu sedimentar em sua mente a idéia de que é necessário crer numa série de conceitos indissociáveis para ter uma
MCM agradável, caso contrário, o resultado será certamente a danação.
Talvez seja o seu caso. Como já foi cristão e aprendeu que somente um pacote mínimo e completo de crenças garante a salvação,
quem sabe nunca tenha conseguido se livrar da impressão de que apenas uma única crença básica, no caso a MCM, necessariamente
separada das restantes, seja um incômodo constante, e prefere então descartar em absoluto todo o pacote, e cada um dos items.
Eu nunca fui um crente, já fui kardecista e como tal, convicto da reencarnação. Talvez por isso seja mais tranquilo imaginar
a existência da MCM, inclusive levando em conta as reflexões anteriores sobre um possível Umbral.
Na realidade, pode ter sido azar, mas de todos os diálogos que já tive sobre esse assunto, somente duas outras pessoas
se posicionaram como você, uma delas depois mudou de idéia, mas o fato é que ambos também eram ex-cristãos!
Enfim, entenda que eu nunca pretendi que essa vantagem na aposta positiva fosse algo determinante, e que afetasse
significativamente a vida. Jamais recomendei dispender esforço na possibilidade MCM. Não pretendo fazer campanhas, montar
ídolos, criar rituais e o escambal para sustentar essa crença. Apenas me reservo ao recurso de, sendo um ser que ama
existir e que não gosta da perspectiva de não-existência, usar essa crença para me livrar deste incômodo. Crença esta
que jamais poderá ser refutada, somente confirmada. Lamento pelos que amam a idéia de deixar de existir.
Olhar para o além, deve ser, mas ocorre que é inevitável. Todas as nossas metas, objetivos e sentido existencial estão, por
definição, no além! Nosso projeto existencial não é um objetivo a ser alcançado no mundo, pois mesmo que o fosse,
imediatamente seria substituído por outro. Praticar o bem, amar, ser feliz, realizar grandes feitos, são significações
metafísicas que transcendem em muito sua mera materialização. Ou você acha que escrever um livro é uma mera questão de
dar forma à moléculas de papel e tinta?
Não, o significado de um livro é algo que transcende a matéria, esta na mente das pessoas. Bem como o significado de uma
música é transcendente à experiência diretamente material. E não importa sequer que se seja um materialista, pois nem esse
irá negar que apreciar uma música possui um substrato subjetivo que não pode ser materialmente isolado.
Pode até ser olhar para o céu, mas que mal há nisso? Acaso não há beleza nas nuvens ou nas
estrelas que não mereça ser vista? Não é prudente vigiar a possibilidade de chuva, ou quem sabe excrementos de pombos
caindo das alturas?
Jamais devemos descuidar do chão, mas olhar unicamente para ele é negar nossa própria humanidade, e arriscar a bater a cabeça
num galho baixo, bem como se entregar a uma lamentável melancolia.
O certo mesmo é olhar para frente, fazendo-o, podemos ver o chão e o céu ao mesmo tempo, focando nossa atenção onde quisermos
de acordo com a situação, mas sem nunca descuidar totalmente do outro e fazer como Tales de Mileto, que contemplando as
estrelas, caiu num poço, ou como um caçador que de olho nas pegadas da lebre, deu de cara com o leão.
Amigavelmente
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20 de Novembro de 2007 |
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Fernando Ventura Bispo Santos
Araguaina-TO
-
1975
Militar Reformado
-
meta-cripto-cristão
625
atthosmatheus
gmail.com
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Caro Marcus Valério, saudaçoes, eu sou fã do seu site há já um par de anos, e li e aprendi muita coisa, eu concordo com a
maioria das questoes que vc coloca aqui, menos com algumas coisas que nada tem haver com filosofia, mas com gosto pessoal.
Por exeplo, o que tem haver magia com ficçao cientifica? A verdadeira sci-fi é mais facinante quantos mais elimina a magia.
voce parece que tem um gosto de mistura as sci-fi com elementos de magia, né mesmo. Mas vc tem o direito com autor é claro,
mas visto que vc gosta de ciencia e filosofia, nao seria melhor desaprender as pessoas de ônus prejudicial do sobrenatural?
Deus e Tecnologia
Eu tinha enviado uma mensagem brincalhona e malcriado e espero que vc a releve e me perdoe e nao me processe. é que eu
tenho uma quedinha para Troll. Mas no meio da mensagem eu fiz uns questionamentos. Eu falei sobre o solipsismo, que nao
pode ser verdadeiro justamento por causa do SOFRIMENTO, pois um EU, nao iria gerar um mundo que fosse antagonico a ele mesmo.
Ou seja, o sofrimento assim como elimina Deus, elimina o SOLIPSISMO, pois se O EU, gerasse o mundo, geraria um paraiso,
para si mesmo nao acha?
parece que vc está de ferias ou algo parecido pois está respondendo as mensagens com uma certa rapidez que nao fazia antes.
Desculpa pela mensagem novmamente, e continue sua missao de REVELAR, e EXPOR, a filosofia. um abraço
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Domingo, 11 de Novembro de 2007 |
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Oi Fernando, bem vindo de volta.
Bem, antes de tudo acho que você deveria conhecer a minha Filosofia da Ficção Científica,
onde explico como entendo seu significado e onde estabeleço a diferenciação entre Ficção Científica e Ficção Fantástica.
Você notará então que alguns de meus escritos ficcionais que apresentam conteúdos tidos como místicos e mágicos, na
realidade são plenamente racionais, sendo sustentados por um pano de fundo lógico.
Seria interessante também ler meu texto Ciência do Sobrenatural?
no outro site, para contextualizar melhor a diferença entre essa "magia" em questão e a ocorrência de "milagres". Examinando
seu texto, notei que incorreste em uma pequena confusão ao afirmar que a Bíblia entraria em contradição ao proibir a prática
de magia, que seria uma interveção 'sobrenatural' humana, e ao mesmo tempo apresentar várias ocorrências de milagres,
que seriam um tipo de intervenção 'sobrenatural' divina. Nesse caso, a divindade estaria proibindo os humanos de algo que
Ela em si tem a prerrogativa de fazer, da mesma forma como o Estado pode proibir os cidadãos de usarem armas de fogo, ao
mesmo tempo que permite que seus agentes, os policiais por exemplo, a usem.
Apesar disso, a definição que você forneceu de magia,
"...atuação da mente diretamente sobre a matéria..." , é muito próxima de minha definição de
Metanaturalidade, que uso em alguns de meus contos e livros ficcionais.
Podemos colocar da seguinte forma. Dispensando as conotações mais poéticas, Magia é geralmente visto tanto por crédulos do
misticismo quanto por autores de ficção fantástica, como um tipo de "Ciência Oculta". Ela seria um método que deve ser
devidamente estudado e desenvolvido, e de acordo com o conhecimento, o talento e os recursos, seus resultados tendem a
ser bastante regulares, garantidos e previsíveis. Sendo assim, a única diferença prática com relação a
'Tecnologia', como você colocou, é o fato de que esta última deu resultados claros e incontestes, o que a magia, em
nosso mundo real, jamais o fez.
Mas, se num universo de ficção, essa magia dá tais resultados, então para todos os efeitos ela é uma ciência! O que entendo
de sua observação é que muitas vezes a concepção de magia está misturada a irracionalidade, o que, garanto, não acontece em
meus escritos. Muitas vezes, magia é vista no sentido de uma anomalia inexplicável. Tal pode até ocorrer ocasionalmente numa
obra literária de maior acuidade racional, assim como na verdade ocorre até em nossa realidade científica, mas não pode
ser predominante, sob o risco de desviar o teor da obra para ficção fantástica, ou, se ainda mais acentuada, para um
mero conto de fadas.
Mas se é dado um devido tratamento lógico ao tema, evita-se a irracionalidade, e a magia em questão passa a ser um sistema
coerente, e assim, pode ser tratada como ficção científica, uma vez que esta tem como característica dominante não a
cientificidade, mas a racionalidade, caso contrário, poderíamos desclassificar como tal quase todas as obras de FC.
Assim, como o problema da crença em magia ou sobrenatural em nosso mundo é meramente o problema de sua irracionalidade,
criando-se uma sistema de magia fictício racional, não vejo porque isso implicaria em influenciar as pessoas no sentido de
se envolver com o irracional. Aliás, mesmo criando sistemas não tão racionais, só pode haver uma influência significativa
se houver grau de similaridade. Ninguém que seja fã de
Dragon Ball Z irá praticar Kung Fu achando que aprenderá a
voar ou lançar kame-hame-ha! Ninguém que seja fã
Harry Potter irá se envolver com
Wicca ou
outras formas de religiosidade místicas pensando em voar em vassouras ou lançar
Avada Kedavra. Conhecendo-se minimamente todos os itens em questão, somente um completo
imbecil pensaria tal coisa. É claro que estes existem, mas não parece haver meio algum de prevenir os malefícios
da imbecilidade.
De certo haverá intercessões entre os praticantes de religião mística e ou artes marciais e os fãs de romances fantásticos,
mas por pura afinidade sentimental, não porque uma coisa leve à outra, mas sim porque algo mais íntimo levou às duas
separadamente. Acho muito mais provável que os fãs de estórias deste tipo se sintam é desencorajados a se envolver com seu
pobres correlatos reais. Deve ser muito decepcionante para uma ingênua criança descobrir que essa magia recentemente
popularizada por aí não lhe dará resultado algum como os que ela vê nas estórias.
Sobre o Solipsismo, é evidente que você não conhece minha monografia
HERMENÊUTICAS SOLIPSISTÊMICAS, que
recomendo muito. Mas independente disso, com o perdão da franqueza, você fez um comentário incrivelmente ingênuo.
Por acaso não existem pesadelos, sonhos ruins e etc? Por que sempre que dormimos não sonhamos apenas com coisas maravilhosas?
Aliás porque temos tanta dificuldade de mesmo controlar nossos pensamentos e tirar mágoas e outros incômodos da cabeça?
Ora, tudo isso é resultado da atividade de nosso inconsciente. Seria a mesma coisa com o Solipsismo.
Amigavelmente
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15 de Novembro de 2007 |
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Rafael Augusto Borges Pavani-1983
São José do Rio Preto - SP
Esudante Universitário
-
Presbiteriano
396
392
387
381
358
348
343
340
329
325
323
rafaabpavani
hotmail.com
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Olá Marcus, há quanto tempo!
Vez ou outra dou uma olhada nos seus sites, sinto vontade de escrever muitas coisas, porém ficaria difícil manter diálogos por muito tempo, devido ao tempo escasso. Mesmo agora, quase desempregado (minha formatura será no próximo fim de semana, 8 a 10 de novembro), tenho que estudar e resolver trabalhos inacabados.
Agora, queria apenas comentar sobre a mensagem 629, de Paulo Cavalcanti, e a sua resposta. Sagan e Dawkins hoje criticam a religião, mas parecem se esquecer que seus países foram fundados sobre bases bíblicas de governo, em especial o protestantismo, com seu governo representativo. Graças à religião que criticam, podem criticá-la, assim como podem criticar seu governo.
Se todos os que se dizem cristãos de fato seguissem a Bíblia, o mundo seria muito melhor. Porém Deus já nos alertou de que isso não acontecerá, e na verdade tudo irá piorar, até quando chegar o Fim (desse sistema de coisas, e não de Tudo). Muitos seriam levados por falsos ensinamentos, e o amor iria esfriar.
Bom, eu poderia escrever ainda muitas coisas, mas prefiro suscitar a todos a conhecerem a Palavra de Deus, atentando para os ensinamentos de Jesus e para os Provérbios, que muito têm a nos ensinar, continuamente até o fim de nossas vidas, ou desse mundo.
Um abraço,
Rafael Pavani
Perdão pelo lapso dos "países". Eu estava pensando nos governos representativos, e pensei apenas na fundação dos Estados Unidos.
Tchau.
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Segunda, 5 de Novembro de 2007 |
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Há quanto tempo Rafael! Bom ver que está ativo e atencioso.
Não sei se entendi bem seu comentário. Primeiro, Sagan não criticou religião nem o teísmo em si, criticou apenas certas
posturas fundamentalistas, como o criacionismo. É Dawkins quem está promovendo a cruzada ateísta, o que creio que Sagan
jamais teria feito.
Outro ponto, Dawkins é inglês! Mora na Inglaterra, e esta não foi fundada pelo protestantismo. É uma nação de origens
pagãs, célticas, que depois foi cristianizada por Roma, e onde muito tempo depois surgiu a Igreja Anglicana.
Sagan sim, era norte-americano
De qualquer modo, seu comentário ainda soa estranho. Normalmente é exatamente o fato de ter nascido num país teísta,
com alto grau de participação da religião em sua fundação, que move alguém a criticá-la. Dificilmente alguém move
um cruzada para atacar algo longe de sua experiência pessoal direta.
E por fim, temos o velho hábito de puxar a brasa para a própria sardinha. Ora, o que garante a liberdade de expressão,
nos E.U.A., ou em qualquer outro lugar, jamais foi a influência religiosa, e sim a Iluminista. Religiões JAMAIS deram
liberdade para serem criticadas, principalmente quando estão envolvidas na política.
Sem dúvida, por conheceram a Regra de Ouro, todos os grandes sistemas religiosos poderiam transformar o mundo num lugar
melhor se seus seguidores realmente se dedicassem. Mas em Rélica & Etigião
eu expliquei por que isso não acontece.
Acho que este mundo ainda não viveu metade da vida.
Amigavelmente
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11 de Novembro de 2007 |
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Diego Barros Maia
-
1982
-
Brasília-DF
Estudante e Servidor Público
Espiritualista
501
532
560
567
604
630
d b m a i a
y a h o o . c o m
|
Saudações, Marcus! Cá estou eu mais uma vez escrevendo. Li seu último ensaio,
Droga de Elite e gostei bastante.
(Aliás, gostaria de lhe dar os parabéns por outro excepcional ensaio seu que li,
aquele último ensaio sobre a pirataria digital, com o qual concordo em gênero,
numero e grau!) Agora voltando ao Droga de Elite,
gostaria de comentar a parte que se refere à liberação das drogas. Na verdade, gostaria de tê-lo feito desde que li seu
outro excelente ensaio,
A droga da incoerência, há uns dois anos, mas vejo agora que valeu a pena ter esperado, pois agora está mais claro para mim por que você é contra a veneração do álcool e a liberação das drogas.
Em relação ao argumento de que a liberação não eliminaria o crime, acredito que essa afirmação é verdade no curto prazo,
pelos motivos que você já expôs em seu texto. Entretanto, a médio e longo prazo com certeza o crime seria drasticamente
reduzido. Vejamos por quê. Em primeiro lugar não é muito aconselhável comparar a pirataria digital com o narcotráfico.
Isto porque as mídias piratas têm uma qualidade muito próxima das mídias originais. A única coisa que as diferencia acaba
por ser o encarte. Já em relação às drogas ilegais, como são um produto consumível e de qualidade variável, deveriam ser
comparadas à comida, ou a outras drogas legalizadas. Eu não conheço arroz ou feijão pirata. Nem cigarros e bebidas piratas.
Quando muito, existem os cigarros contrabandeados (ou seja, legais em outro país) e as bebidas chamadas “artesanais”.
Por que essa ausência de produtos piratas no ramo alimentício ou das drogas lícitas? Porque o empresário que toca o negócio
está preocupado em melhorar cada vez mais a qualidade de seus produtos para vencer a concorrência. Tal preocupação é insignificante hoje no narcotráfico. Uma vez que a ilegalidade torna a oferta e o acesso mais dificultoso, o consumidor de drogas ilícitas já está muito satisfeito se conseguir a próxima dose, sacrificando suas exigências pela qualidade. Num cenário de ampla concorrência e de marcas, o consumidor será cada vez mais exigente, obrigando a indústria a se modernizar. Afinal, quem não compraria um produto uma cerveja mais cara, mas de qualidade e pureza garantidas pelas fiscalizações, ao invés de comprar uma cerveja mais barata, mas não se faz a menor idéia da procedência? Caso o traficante resolva continuar a forma de produção de hoje, sua tendência será ter uma fatia cada vez menor do mercado. Caso opte pela modernização, precisará formalizar cada vem mais sua atividade para conseguir negociar com os fornecedores de equipamentos e tecnologias. Ou seja, a tendência é uma diminuição cada vez maior do tráfico.
Além disso, devemos lembrar que o alto índice de lucro do narcotráfico se deve exatamente pelo fato de se lidar com
mercadorias altamente reprimidas. O traficante joga o preço lá em cima devido à ausência concorrência causada pela alta periculosidade do negócio. Caso se legalize as drogas, os traficantes terão necessariamente que baixar seus preços, pois, estarão disputando com indústrias infinitamente mais eficientes e organizadas. Isso diminuirá sensivelmente o potencial atrativo do tráfico. Talvez seja, nesse futuro alternativo, melhor até vender CD pirata do que traficar drogas, do ponto de vista econômico.
Quanto à alegada insensibilidade do usuário de drogas ao sofrimento alheio. Acredito que não apenas o usuário de drogas
como a maior parte da população é insensível ao sofrimento alheio, jogando toda e qualquer reflexão sobre a questão para o
inconsciente. Paremos pra pensar: de onde vêm nossos computadores e quinquilharias eletrônicas? Maior parte chineses, feitos com mão-de-obra praticamente escrava. Quantas pessoas evitam comprar mercadorias chinesas? E o tênis Nike pelo qual pagamos uma fortuna? Feito com mão de obra semi-escrava de países pobres da América Central. (Para mais detalhes: recomendo o documentário “The Corporation”, que possui versão em português). Quem deixa de comprar o seu Nike Shocks por isso? O que não dizer da indústria de sofrimentos atrozes e maus tratos a animais que é financiada pelo consumo de carne. Quem pensa nisso ao saborear um delicioso churrasco? (Para mais detalhes: documentário “A carne é fraca”). Dessa forma, acho injusto condenar apenas o usuário de drogas. Condenemos a todos nós, que somos culpados de uma forma ou de outra.
Em relação à questão de que a liberação seria um desastre para a saúde pública. Difícil não concordar com isso. Apenas gostaria de colocar que viver é arriscar. Com certeza se os limites de velocidade fossem 10 km/h em todas as estradas, não teríamos nenhum acidente automobilístico grave ou fatal. Mas perderíamos muito em eficiência de transporte. Da mesma forma, se drogas não existissem, ganharíamos muito em saúde pública, mas perderíamos em prazer de viver. O que nos leva à terceira questão, que para mim é a mais importante, que é sobre o direito de se drogar e dos estados mentais que levam alguém se utilizar das drogas.
De fato, baixa auto-estima é uma razão pela qual as pessoas se drogam. Mas de forma alguma é a única. As pessoas não recorrem às drogas exclusivamente com o intuito de fugir de estados mentais de sofrimento. Elas também o fazem para gerar estados mentais de prazer. É lógico que podemos chegar a estados mentais de prazer sem drogas, mas pode ser que o usuário apenas prefira os estados de prazer que as drogas proporcionam aos estados mentais de prazer sem drogas, simplesmente por serem estes, estados mentais diferentes. Não podemos dizer que prazer é tudo igual. Não é por que uma pessoa tenha prazer quando está sóbria que não vai gostar do prazer que o álcool pode proporcionar a ela. O prazer das...
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Continuação da Mensagem - Segunda Parte
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...drogas não precisa ser melhor para que alguém a utilize. Basta que seja diferente. Gostamos de variar. Isto nada teria a ver com a auto-estima.
Aliás, não é por acaso que a maior parte das civilizações conhecidas fizeram e fazem uso de substâncias alteradoras de consciência. Somos ávidos por novas experiências e sensações inesperadas e arrebatadoras. Tentou-se proibir o álcool nos Estados Unidos em 1920 e o resultado foi um desastre. Inúmeras fábricas de bebidas clandestinas surgiram e a qualidade caiu sensivelmente, pondo em risco muito maior a saúde da população. Como você colocou em seu texto, enquanto houver demanda, haverá oferta. E posso afirmar sem sombra de dúvida que a demanda por novas experiências nunca abandonará a raça humana. Então o melhor é que essa oferta seja controlada e fiscalizada do que ser entregue a clandestinidade.
Por outro lado, sabemos também que não podemos liberar todos para fazerem o que bem entenderem, sob pena de criarmos um caos incontrolável e retornarmos à lei da selva. É preciso que haja um equilíbrio entre a liberdade individual e a paz social.
Resta então saber se os estados mentais prazerosos que as drogas proporcionam compensam os danos que causam a saúde pública. Nesse ponto é difícil escapar de uma resposta subjetiva. Levando em conta a capacidade viciante, o efeito alterador de consciência e o dano que faz a saúde, particularmente acredito que o álcool deve ser o limite do permitido, se quisermos manter alguma estabilidade na sociedade. Dessa forma, a liberação de toda e qualquer substância de potencial lesivo menor do que ele, como a maconha, deveria ser liberada.
Espero ter contribuído para enriquecer o debate.
Grande Abraço!
Diego
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Terça, 30 de Outubro de 2007 |
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Bem vindo de novo diego, muito obrigado por sua mensagem e sua apreciação. Sem mais delongas, e com prazer, vamos aos tópicos.
Arroz e feijão eu não sei, mas existem bebidas e cigarros "piratas" sim! Isto é, produções "caseiras", nacionais ou
importadas, não licenciadas, e algumas até imitam a embalagem de marcas famosas. Até já se usa, pouco, o termo "piratas",
veja no Google,
mas procure "bebidas falsificadas" ou "cigarros falsificados" e você verá uma horda de ocorrências, incluindo processos
judiciais e operações policiais combatendo "máfias" organizadas.
Usei a expressão "piratas" porque esta tem sido usada também como equivalente a de produtos "falsificados", no caso de
utensílios materiais, foi apenas mais uma ironia e provocação com a campanha anti-pirataria digital.
Concordo que não é bom comparar pirataria digital com tráfico de drogas, são coisas totalmente diferentes, foi exatamente
o que eu disse em Guerreiros Digitais, mas o fiz não para efeito da estrutura
da atividade em si, mas comparando suas condições de legalidade e impacto social. Mais uma vez, é uma contra-provocação.
Talvez por não estar inteirado desta ocorrência de drogas lícitas falsificadas, você tenha subestimado o problema da
liberação das drogas ilícitas. Concordo que, talvez a longo prazo, a liberação enfraqueceria o narcotráfico a ponto de
tornar a situação tão sustentável quanto a atual "pirataria" de bebidas e cigarros. Na verdade, eu já disse em mais
de uma ocasião que numa sociedade ideal, todas as drogas poderiam ser liberadas, mas seu uso
seria moderado e sobretudo não haveria incentivo a usá-las. Como não há sociedade como essa na Terra, ficamos como estamos.
Se concordamos que a longo prazo a conteção do narcotráfico pela liberação é viável, e que a curto prazo e inviável,
resta discutirmos no nebuloso médio prazo. Vejamos.
O tráfico de bebidas e cigarros ilegais existe, mas é pouco significativo em comparação com o narcotráfico. Por quê?
Cigarros e Bebidas sempre foram legais, e portanto, não houve necessidade de um comércio ilegal para sustentar o consumo.
Desenvolveu-se então um grande e poderosa indústria legal para álcool e fumo, ao mesmo tempo que o tráfico ilegal é
pouco significante.
Com as drogas ilícitas ocorreu o inverso. Como são proibidas quase desde "sempre", desenvolveu-se uma poderosa e vasta rede
ilegal, e não se desenvolveu indústria legal alguma. Isso por si só, já torna as situações totalmente diferentes.
Mesmo que as indústrias tradicionais de drogas lícitas decidissem entrar num hipotético negócio legalizado de drogas
antes ilegais, elas já teriam um concorrente forte, o que torna a situação diferente do caso das drogas legais, cujo
concorrente criminoso não tem tanta força.
Porém, tenho dúvidas de que haveria disposição para as grandes empresas de bebidas e fumo entrarem no ramo de drogas
mais exóticas. O fato de serem descriminalizadas, não tornaria automaticamente estas drogas bem quistas pela maioria da
população. Até mesmo usuários antigos hesitariam em...
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...declarar abertamente seu recém-legalizado, mas ainda assim mal visto, hábito.
Seria mesmo prudente para uma empresa bem estabelecida na sociedade se envolver com um produto que continuaria
sendo repelido pela maioria das pessoas? A Antartica, a Bhrama, a Souza Cruz e etc, entrariam mesmo de cabeça num
mercado não só novo, mas incerto, e sujeito a tanta crítica e repúdio da sociedade, como certamente haveria de ser?
As indústrias de cigarros já tem amargado processos judiciais de indenização de suas "vítimas", as indústrias de álcool
já enfrentam incômodas ações similares, além, é claro, de pesados impostos, será que estariam dispostas a entrar num
ramo ainda mais controverso, sobretaxado, com certeza o será, e passível de ações judiciais ainda mais drásticas?
Em e-mails que recebi comentando meu texto, vi várias críticas que diziam que os traficantes tradicionais seriam esmagados
pelo profissionalismo destas grandes empresas, mas ninguém parece ter contemplado estes fatos que acabamos de colocar.
Ora, se mesmo contra uma já estabelecida indústria legal já se levantam redes criminosas de tráfico de bebidas
e cigarros "piratas", por que diabos contra uma recém estabelecida indústria legal tão incerta, haveriam de arrefecer
redes criminosas muitíssimo mais poderosas?
Seria possível que grandes empresas abrissem subsidiárias "disfarçadas", para não associarem seus nomes originais ao
novo negócio. Mas aí haveria dois problemas, primeiro, abririam mão de sua principal vantagem, a marca famosa, segundo,
fatalmente seriam descobertas, e a opinião pública poderia reagir de modo ainda mais hostil.
Os melhores candidatos seriam grupos econômicos fortes mas desconhecidos do grande público, mas desde que não tivessem
empresas em qualquer ramo similar, sob o risco da má fama do novo filão contaminar o antigo, e sendo assim, eles não teriam
um know-how tão bom quanto uma grande empresa de bebidas. Por fim, ainda resta a possibilidade de grandes empresas
obscuras conseguirem consultores do ramo, bem como empresas totalmente novas.
Mas isso ainda não elimina os problemas citados, em especial a provável reação inamistosa de grande parte do público, e
de qualquer modo sua entrada no mercado teria que se dar de forma lenta e cautelosa. Ou seja, não parece haver qualquer
chance de que narcotráfico tradicional se veja, a curto ou médio prazo, acuado pela concorrência de uma empresa grande.
Note também, que sempre se pressupõe que o empresariado esteja ansioso para explorar esse negócio, mas até agora não vi,
em lugar algum do mundo, nenhum indício de que isso seja verdade. Se fosse, as próprias grandes empresas já estariam
pressionando em prol da legalização, e o que costuma acontecer é justamente o oposto, quem pressiona são celebridades,
acadêmicos e intelectuais, ou seja, usuários de drogas, e em geral de esquerda, curiosamente esperando que seus
arquirivais ideológicos iriam fazer o serviço por eles! Simplesmente espantoso!
Agora volto a insistir na crítica à estranha premissa da suposição do bom comportamento dos traficantes na era pós-legalização.
Até agora não vi argumento algum, nos sites que consultei sobre liberação de drogas, que tenham realmente se perguntado
que motivos levariam os traficantes a abrir mão de seu negócio. Embora seja um lugar comum para os apologetas da liberação,
parece ser um tópico completamente acrítico! Algo em que nunca pensaram!
Chega a ser divertido imaginar os traficantes veteranos assaltando os estoques de drogas das empresas legais, fazendo
emboscadas para capturar caminhões de carga e metendo bala a torto e a direito nas "respeitáveis" lojas legais que decidam
concorrer com eles. Ora, se já estão acostumados a metralhar até delegacias de polícia, porque se acanhariam em partir
para a concorrência desleal pesada? E diante disso, quem teria coragem de se envolver nesse mercado?
Mas há ainda um outro ponto que curiosamente os apologetas da liberação costumam se esquecer. É que só seria viável uma
legalização em escala global. Nenhum país sozinho teria coragem de promover isoladamente uma liberação de drogas ilícitas.
Não seria uma simples questão de pressão, repúdio e retaliação de outros países, organizações internacionais, ONU e etc.
Mas a terrível instabilidade geopolítica que isso causaria.
O que você acha que os plantadores de papoulas no Afeganistão, que também são ilegais, fariam se descobrissem que há
um país inteirinho onde seu negócio está legalizado? E os plantadores de coca, que já estão envolvidos com grupos
guerrilheiros violentamente armados que são nossos vizinhos?
O que aconteceria com as rotas criminosas internacionais que tem que se desdobrar em trajetórias inusitadas, ao saber que
num certo lugar tudo está legalizado? Mesmo que sua entrada em si ainda fosse criminalizada, se já fazem isso com as
drogas sendo totalmente proibidas, o que fariam se as mesmas fossem liberadas?
Seria um caos total! Um país como o Brasil, por exemplo, atrairia e concentraria TODAS AS REDES CRIMINOSAS DO MUNDO!
Que semeariam laboratórios clandestinos, ou até parcialmente legalizados, em toda parte, e não só nas selvas amazônicas.
Plantações de papoula verteriam ópio para todo o planeta, plantas de coca produziriam folhas para toda parte,
fazendo o Afeganistão e a Colômbia comer poeira!
E antes que digam que haveria problemas de climatização, não devemos nos esquecer que o Brasil apresenta praticamente todos
os tipos de clima do mundo, com tremendo potencial de aclimatação da mais diversas espécies vegetais, sem contar o
vertiginoso avanço da genética que não hesitaria em produzir novas e revolucionárias plantas transgênicas capazes de sintetizar
novas drogas completamente imprevisíveis!
O que nos leva a um outro ponto. Quê drogas seriam liberadas? Se algumas, o narcotráfico ainda poderia fornecer as que
não o fossem, e certamente inventariam novos produtos.
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Se "todas"... Bem, isso soa absurdo, não?
A simples perspectiva do surgimento de novas drogas com efeitos inesperados, baseadas nas drogas já legais, já deveria ser
suficiente para revelar o completo disparate que é a idéia de liberação de drogas. Mas contemplando tudo isso acima,
é uma INSANIDADE TOTAL!!!
E por fim, se estivéssemos falando de uma liberação em escala global, no mínimo impossível, então a que diabos os apologetas
estão se referindo, visto que concentram seus esforços em seus países locais? Deveriam criar entidades transnacionais e
fazer pressão direto em cima da ONU!
Ademais, como alguns dos missivistas anteriormente citados colocaram, o máximo que poderia haver seria a migração do narcotráfico
para ações mais diretas, como sequestro, roubo, arrastão e etc. Ou seja, mesmo que a legalização conseguisse acabar
com o narcotráfico, como quer o delírio patético de Millor Fernandes na Veja desta semana, o mínimo que aconteceria seria um
aumento radical dos níveis de outros tipos de crime, o que não me parece nada melhor, principalmente se a idéia era acabar
com a violência da guerra do tráfico.
Enfim, volto a afirmar que num longo prazo, é possível que a liberação gerasse uma situação estável, mas o que
poderia acontecer até lá? Como podemos nos aventurar numa política de possível sucesso a longo prazo, mas certamente
trágica a curto e médio prazo.
Em tempo. Precisamos parar com essa ladainha enfadonha sobre a Lei Seca norte-americana. Isso não vem ao caso. Não estamos
falando em proibir o álcool! Que era legal, já tinha uma ampla rede de distribuição e então foi proibido. Os mafiosos que
exploraram o tráfico de bebidas também não surgiram por conta de proibição, em sua maioria já eram criminosos que apenas
aderiram a um novo filão lucrativo, e nem sumiram quando a lei foi revogada. Al Capone e companhia não seriam honestos
trabalhadores se a Lei Seca não tivesse existido.
Só pra encerrar esse tópico, sobre o fato de que os traficantes teriam que baixar seus preços,
parece óbvio. A concorrência, mesmo que contra outros traficantes, certamente aumentaria. Mas isso só tornaria
o problema de saúde pública ainda mais grave e não diminuiria o lucro do narcotráfico, pois seus custos também ficariam
mais baixos por não enfrentarem todos os problemas advindos da proibição.
Sobre o tema da disposição psíquica ao entorpecimento, parece que você me leu mal. Em momento algum eu disse que
tal predisposição é maléfica, nem coloquei a situação numa dicotomia sofrimento e prazer, mas sim meramente
a dicotomia de um estado inicial para um estado mais desejável, que engloba todas as situações por você citadas.
Ademais, a baixa auto-estima só se caracteriza, como eu pensei ter dito claramente, quando a pessoa tem uma necessidade
constante dessa prática, o que em geral caracteriza o dependente.
Nesse tema, a questão da insensibilidade se coloca de modo algo mais sutil do que apontado por você. Ora, todos nós
precisamos de tênis [eu não compro Nike por culpá-los pela nossa derrota na copa de 1998] e computadores, e embora ocorram
os problemas de produção que você citou, há diversas compensações em contrário, como a geração de outros empregos mais dignos
e a movimentação legal da economia. Mas e quanto à nossa necessidade de drogas?
Quanto ao consumo de carne, concordo com você, e eu não teria dificuldade alguma em deixar de consumí-la, mas apesar de
compadecer com o sofrimento animal, ainda acho mais preocupante o sofrimento humano. Além do mais, de um jeito ou de outro
a carne tem nos alimentado há milhares de anos, em muitos contextos, como nas eras glaciais ou no Alasca, impossível viver
sem ela. Pode-se dizer o mesmo das drogas?
Os motivos que levam alguém a usar drogas são muitíssimo mais egoístas, e necessariamente levam à sustentação de toda uma
terrível usina de sofrimento humano, sem praticamente nenhuma contrapartida positiva.
Sim, as drogas sempre estiveram entre nós, mas o uso recreativo não é o único e nem sequer o principal. Elas foram, e ainda
são, maciçamente usadas de modo religioso, e seu uso maioritário sempre foi e ainda é o medicinal. Também foram usadas para
fins agressivos, como tomar coragem ou ter mais força, e em alguns casos sustentam o modo de produção de uma civilização,
como a colombiana, que sem as folhas de coca nem conseguiriam cumprir suas jornadas de trabalho, muitas vezes desumanas,
em alta altitude e ar rarefeito, ou como a nossa civilização em geral, que não vive nem trabalha sem cafeína.
Seguramente eles podem ser usadas de forma recreativa sem problemas, sendo mais uma opção de diversão. Mas quando o
indivíduo passa a ter nela sua única opção de bem estar, como o vício social onipresente do álcool, abre-se a caixa de
Pandora, e toda sorte de mazelas são liberadas.
Quando a pessoa passa de uma mera disposição mental ocasional para um estado desejável de consciência, para uma compulsão
obrigatória pelo entorpecimento, sua vida já não é mais de prazer, mas de sofrimento.
Enfim, considerando que a apologia da liberação tem ao menos dois pressupostos insustentáveis, a
inexplicável expectativa de que traficantes iriam espontaneamente se tornar comerciantes legais ou abandonar gentilmente
o crime, e que por algum motivo grandes empresas se interessariam em financiar uma rede legal de drogas. Considerando que
ela só é pensável numa improvável escala global e que certamente a maior parte da população mundial lhe é contrária.
[Por ser item de segurança nacional, não poderia ir a plebiscito, mas se fosse tenho certeza que seria esmagadoramente
recusada.]
Penso que uma idéia maluca destas só poderia mesmo ser entusiasticamente defendida por drogados.
Caretalmente
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8 de Novembro de 2007 |
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Diego Barros Maia
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1982
-
Brasília-DF
Estudante e Servidor Público
Espiritualista
501
532
560
567
604
d b m a i a
y a h o o . c o m
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Saudações mais uma vez Marcus! É sempre bom ver o site com novidades, mesmo que sejam apenas na página inicial e no livro de visitantes. Resolvi escrever-lhe hoje para comentar o seu texto sobre o funcionalismo público.
Como você deve saber, sou servidor público. No entanto, desde antes de o ser já era radicalmente contrário ao inchaço da máquina administrativa promovido pelo governo Lula. Esse, aliás, é o único ponto no qual discordo do governo. No meu modo de ver, o Estado deve existir para garantir os direitos individuais e coletivos na sociedade, e não como cabide de empregos.
Deixe-me explicar melhor: os objetos de desejo de todo concurseiro, quais sejam, a estabilidade e os salários muito acima da iniciativa privada são na verdade duas grandes mazelas para o Brasil. A primeira, criada para impedir a demissão por questões pessoais, acaba por gerar acomodação no servidor, que ao perceber a dificuldade que é para que seja posto para fora, não vê incentivo a se esforçar ou aumentar sua produtividade. Aí está, na minha opinião, a razão principal da ineficiência da máquina administrativa. Nas empresas privadas, como todos sabem, vacilou, tá na rua. Não tem lugar para acomodação. A segunda (altos salários), embora seja ótimo para o servidor, onera todo o resto da população brasileira, na forma dos pesadíssimos impostos que pagamos. Não é à toa que a carga tributária do Brasil é uma das maiores do mundo, e pior, sempre crescendo. Sinceramente, não acho justo que um servidor receba pelo serviço que executa,
por vezes até 10 vezes mais do que receberia para realizar o mesmíssimo serviço na iniciativa privada. Isto sem contar as inúmeras greves que realizam para manter o poder aquisitivo dos seus já desproporcionais salários.
Achei interessante a sua colocação sobre a movimentação da economia que gerariam 50 mil cargos públicos preenchidos.Realmente isso precisa ser levado em conta. Mas acredito que haveria uma movimentação muito maior´(e muito mais benéfica) se ao invés de se criar esses 50 mil cargos, não se criasse nenhum a mais e reduzíssemos os impostos e criássemos incentivos para os micro e pequenos empresários, estes sim, responsaveis pela maior parte dos empregos formais brasileiros.
Além disso, infelizmente, os servidores públicos que se lançam na iniciativa privada, estão, no mínimo, cometendo um ilícito administrativo, visto que pela lei 8.112 os servidores públicos são proibidos de exercer o comércio.
Não quero dizer com isso que a "classe burocrática" deveria ser extinta. Penso que o melhor era dar continuidade ao que se vinha fazendo no governo FHC: as funções mais essenciais ao funcionamento do Estado continuavam como cargos (servidores públicos), as funções menos essenciais seriam preenchidas por empregos públicos (regidos pela CLT, sem estabilidade) e as funções não tipicamente estatais fossem absorvidas pela iniciativa privada.
Antecipando uma possível pergunta: Sou técnico de controle externo no TCU e seria um dos que poderia "rodar" caso a política que defendo fosse posta em prática. Mas como acho que é o melhor para o país, não hesito em defendê-la.
Grande Abraço!
Diego
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Quarta, 24 de Outubro de 2007 |
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Bem-vindo Diego. Sempre um prazer ter uma mensagem sua.
Meu texto de 9 de Outubro 2007 foi despretensioso, mas ilustra meu posicionamento
político-econômico-social, para o qual sinceramente não encontrei um bom nome.
Seus argumentos são tão bons quanto os meus, pois o que está em jogo aqui não é uma simples factualidade, mas os pressupostos
que fundamentam nossos discursos, em resumo, uma ideologia neoliberal, no bom sentido, contra uma ideologia socialista,
talvez no mau sentido.
Uma vez adentrando um destes sistemas de pensamento, costuma ser difícil negar a validade da argumentação, portanto, via
de regra, a grande discussão recai mesmo sobre os pressupostos. E creio que estes podem melhor ser definidos numa dicotomia
que prioriza o individual e o coletivo, com vantagens e desvantagens que costumam ser vistas pesando na liberdade OU na
segurança.
Tal dicotomia a meu ver é falsa. Não precisamos pensar em termos de duas opções estruturais onde uma tende a
antagonizar a outra, infelizmente é exatamente o que tem historicamente acontecido. Não sou um Marxista, mas tomei
alguns conceitos de Marx e outros marxistas e desenvolvi minha própria tese. Creio ser ela bem simples.
1-O Ser Humano, tende à igualdade no princípio, e à diferença na realização. Isto é, ao nascermos, somos muito mais
iguais do que ao sermos adultos. Todos os bebês tem necessidades bem simples e muito parecidas. Mas adultos tem necessidades
diferentes, pois, além do básico, tem sensibilidades, idéias, percepções e opiniões divergentes.
2-Desgraçadamente, A humanidade fez sua história com sistemas que tendem a desigualar os indivíduos
no princípio, e igualá-los na realização. Crianças distintas nascem no mundo tendo suas necessidades atendidas de
formas radicalmente diferentes. Umas sequer tem o básico, e suas oportunidades são fatalmente desiguais.
Curiosamente, os adultos tendem a ser os mais igualados possível, estão submetidos às mesmas leis, com os mesmos direitos,
espera-se deles os mesmos consensos, e quase toda a batalha cultural humana é uma tentativa quase desesperada de fazer
o máximo possível de pessoas pensarem da mesma forma.
3-Um sistema ideal deve tratar os humanos com o máximo de igualdade possível na infância, para permitir
o máximo de diferença possível na realização. E como a infância vem primeiro, é óbvio que deve receber uma certa
prioridade.
4-A dicotomia esquerda x direita, progressista x conservadora, socialista x capitalista, contempla parte deste
esquema, mas não todo, e acaba caindo na mesma armadilha. A "Esquerda" tem preocupação maior com a necessidade básica dos
seres humanos, mas tem falhado na questão de suas necessidades mais sofisticadas, em sua realização. A "Direita" dá
ênfase na liberdade individual desta realização, mas tem negligenciado a igualdade fundamental. No entanto, por uma questão
de prioridade, A Esquerda tem a vantagem, pois tem dado valor ao que é prioritário.
Ora, a única forma de GARANTIR que os humanos terão chances mais igualitárias em sua origem, é colocar a responsabilidade
por isso nas mãos do estado, isto é, Saúde, Educação e Segurança, tem que ser o mais estatais possíveis, e assim, é inevitável
que diversos outros níveis de serviços também terão que ser estatais, o que tende a levar ao um estado máximo, que é o
exato contrário da ideologia do estado mínimo dos neoliberais.
Há uma contradição terrível no discurso de direita ao querer reinvindicar para o "mercado" a base de desenvolvimento da
sociedade, que é o simples fato de que o mesmo só poderá ser benéfico enquanto as caóticas flutuações que o regem forem
favoráveis. Quando não o forem, este não tem obrigação moral alguma de sustentar as bases materiais da sociedade, porque
sequer é um ente identificável. O estado, por outro lado, é uma entidade identificável que terá que assumir a gerência e
responsabilidade pela sociedade em qualquer situação. O que tem ocorrido é que todas as marés de progresso tendem a ser
liberais, e tomar para o mercado seus méritos, mas quando a situação inevitavelente se inverte, é FATALMENTE o estado que
tem que arcar com as consequências. Ou seja, no fim, o estado SEMPRE paga a conta, mas nunca leva o crédito!
Por esta razão, defender um "estado mínimo", na minha opinião, é no mínimo uma ingenuidade, no máximo uma perversão
sem paralelo. O estado tem que ser forte, ainda que seja oneroso. A população de funcionários públicos será sustentada
independente do soprar dos ventos, pois é obrigação do estado mantê-la, mas a população trabalhadora privada fica a
deriva das contingências econômicas que sequer podem ser controladas ou previstas, e quando sobrevem uma crise, é imediatamente
vítima da recessão, e só não fica totalmente desprotegida graças ao, advinhe, ESTADO, que tem que manter os programas de
seguro desemprego, bolsa-família, FGTS e etc e tal, nem que seja se endividando com o FMI!
Ora, você pode deixar de comprar um carro novo caso esteja desempregado, mas você não vai deixar seu filho passar fome,
nem que tenha que tomar dinheiro emprestado. Assim, sempre será muito mais seguro manter o máximo possível dos recursos
materiais sob o controle estatal, pois se este não der conta de mantê-lo, o país quebra e o mínimo que se pode esperar é
uma guerra.
Bem, muito mais poderia ser dito, mas de um modo ou de outro muito já foi dito em
O Silêncio dos Inocentes, O Grito dos Culpados e
Difícil pra Chuchu. Ainda pretendo escrever algo mais coeso. Se quiser discutir
mais, talvez ajude. É sempre bom trocar idéias com pessoas sensatas.
Agora vamos aos pontos de sua mensagem:
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Primeiro, não creio que os salários dos servidores sejam muito altos. Creio que os dos trabalhadores da iniciativa
privada é que são muito baixos. E o são por quê? Devido a competitividade do mercado. Entre outras coisas, a estratégia
neo-liberal é terceirizar o máximo possível os serviços públicos, o que é feito por meio de licitações que invariavelmente
elegem a proposta mais barata. Para concorrer no preço, as empresas privadas vão baixando mais e mais seus custos, o que
fatalmente inclui achatar os salários. Como a demanda por mão de obra estatal terceirizada é enorme, uma quantidade
incrível de empresas privadas tem migrado para esta área.
A empresa privada onde eu trabalho é mestra nisso. Tem mais de 90% de seus clientes nos órgãos do governo. Como, devido ao
princípio da impessoalidade, e a impossibilidade de estabelecer critérios de qualidade dignos para justificar um preço
mais justo, só resta achatar os salários e os recursos produtivos o máximo possível, o resultado é trabalhadores estourando
horas extras e se virando com equipamentos de baixa qualidade, tendo que fazer das tripas coração para entregar os serviços
no prazo, SEMPRE a um baixo nível de qualidade.
Não parece haver saída dentro do sistema capitalista e liberal, visto que a regra é a competividade, e isso inclui baixar
mais e mais os preços. Isso, associado a tecnologia que cada vez facilita mais os recursos de produção, aumenta enormentente
a oferta de mão de obra, resultando num achatamento cada vez maior. Isso é tema de
Pequeno Demais para Nós Todos.
A estabilidade é imprescindível no serviço público, pois um empresário privado tem que pagar a sua demissão, ele pode fazê-lo
a hora que quiser, mas tem que arcar com as consequências. Os funcionários encarregados de uma chefia não teriam ônus algum
em mandar alguém para a rua, por isso o funcionário tem que ser protegido. Lembre-se que há menos de duas décadas trabalhadores
de empresas privadas, após um certo tempo de serviço, também adquiriam estabilidade. Mas a política neo-liberal acabou com
essa 'regalia'.
E não concordo que a estabilidade seja a responsável pela acomodação do servidor. Conheço muitos funcionários públicos,
sou casado com uma e já fui casado com outra. O terror que eles tem das transferências, perdas de função ou desvios de cargo
não são tão menos ameaçadores para quem já está acostumado a idéia da estabilidade. A meu ver o problema do desempenho
é o excesso burocrático, e em especial o excesso de impessoalidade.
Isso já foi comentado por mim em O Governo dos BUR'R'OS
Mas acrescento que é um recurso utilizado para que os funcionários, em especial os chefes, usam para fugir da responsabilidade
pelos seus atos, uma vez que podem ser facilmente dessassociados dos estragos que possam ter causado. Por outro lado, é fácil
usarem a máquina pública para se promoverem pessoalmente. Na área de produção de vídeos para empresas estatais nada é mais
flagrante do que isso.
Outro ponto que sempre é bom lembrar, é que é lugar comum para o brasileiro chamar os serviços públicos de ruins e ineficientes
independente do quão patéticos ou excelentes eles sejam. Ninguém elogia o serviço público por melhor que ele seja, mas sempre
o denigrem. Como terceirizado já trabalhei muito em empresas públicas. Vi muita incompentência, mas também muita eficiência.
E vejo a mesmíssima coisa nas empresas privadas. Achar que as privadas são mais eficientes é pura ilusão, não é a toa que
vivem fechando.
Outro ponto importantíssimo é que o serviço público jamais irá ser plenamente eficiente enquanto estiver submetido a
mentalidade feudal de ser controlado por pessoas que podem ser jogadas à vontade mesmo em cargos para os quais não tem
a menor competência. Em geral na condição de funcionário, é preciso batalhar muito para atingir os cargos mais elevados,
mas qualquer mala sem alça pode ser jogado na presidência da empresa, ou no ministério, por simples nomeação.
Dai pra nepotismo é um pulo, em geral do tipo cruzado, "eu contrato um sobrinho seu e você contrata um meu", como
impedir?
Além de nomeação, o favorecimento indecoroso também é flagrante nas terceirizações, pois você pode combinar com a empresa
privada para contratar alguém específico em troca de um favorecimento no processo licitatório, ou outras coisas. Esse
tipo de expediente, o famoso QI, só irá ser extinto o dia que TODOS os funcionários de uma estatal o forem única e exclusivamente
por concurso. Claro que os serviço de caráter temporário e de natureza alheia à empresa tem que ser terceirizados, mas ainda
estou procurando alguém que tenha coragem de dizer na minha cara que o quê, por exemplo, eu faço em empresas públicas é
temporário.
Finalizando, a piora de todo esse estado de coisas é um resultado direto da política de FHC, da qual fui uma vítima em
especial quando, desempregado, assinei um contrato direto, e totalmente irregular, com uma empresa pública. Contrato que
até pagava bem, mas que não dava direito a férias, 13o salário ou o que quer que fosse. Outra opção é entrar em 'cooperativas'
onde todos são 'sócios', e portanto, não tem direitos trabalhistas. Por fim, evoluiu para contratos de experiência perpétuos,
de menos de 3 meses, e que ficavam pingando de empresa em empresa privada a fim de evitar os encargos.
O governo Lula ACABOU com toda essa cachorrada, e se ainda não sou um funcionário público, infelizmente, pelo menos agora
estou em condição bem melhor. Nem queira saber o que penso dessas propostas infames de flexibilização de direitos trabalhistas!
Você está numa boa. Se já é estável, só uma mudança na constituição lhe tiraria isso. O que não é fácil. Certamente está
aí por mérito, portanto aproveite e agradeça não estar a solta, à própria sorte, nesse infame mercado liberal.
Amigavelmente
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5 de Novembro de 2007 |
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Paulo Cesar Tenorio Cavalcanti-1965
-
Taguatinga-DF
Servidor Público
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Espírita
234
248
300
313
320
349
371
420
427
476
480
483
490
495
559
564
574
586
608
j a s p h
i g . c o m . b r
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Olá Marcus, é com muito prazer que volto a me corresponder contigo.
O motivo de te enviar esta missiva é de dar meu ponto de vista, na ótica Espírita, do livro:
Deus, um Delírio,
do ateu declarado; Richard Dawkins.
Pelo que observo nos livros de Dawkins,
Carl Sagan, e outros cientistas ateus, é que eles entram em choque não com a espiritualidade em si, mas sim, com as religiões dogmáticas, fanáticas do cristianismo criado no ocidente pela igreja romana e que deu origem a todas as vertentes de igrejas cristãs(protestantes, evangélicas etc) do ocidente e oriente. Não vejo nenhuma matéria deles, referente a religiões espiritualistas de cunho evolucionistas(creio que não as conhecem).
CORROBORO com o pensamento destes cientistas quase por completo, com exceção, da não aceitação de uma Força Cósmica Universal(DEUS) que deu origem a todo o Universo, para que com a EVOLUÇÃO dos seres em geral no passar de bilhões anos, cheguemos a ele.
Queria te dizer, como também aos seus internautas que tiverem interesse e paciência em ler essa mensagem, que os cientista citados - pelo que eu pude observar - são leigos no que tange ao Espiritismo, a parapsicologia, os fenômenos psi e os estudos gerais da psicanálise.
No entanto, quanto às ciências naturais como Astrofísica, Astronomia, Biologia.... são excelentes conforme o conhecimento atual de nossa ciência terrestre.
Aqui encerro, desejando-lhes felicidades.
Obs. Deixarei alguns site espíritas interessantes para os que tiverem interesse em adquirir novos e bons conhecimentos.
Obrigado.
AS DESCOBERTAS DA CIÊNCIA GLORIFICAM A DEUS, EM LUGAR DE O REBAIXAR; ELAS NÃO DESTROEM SENÃO O QUE OS HOMENS EDIFICARAM SOBRE AS IDÉIAS FALSAS QUE ELES FIZERAM DE DEUS (KARDEC).
CEPA Confederação Espírita Pan-americana, um Espiritismo Laico, voltado para a Ciência e Filosofia.
TV CEI (a primeira TV Espírita na Internet)
Portal do Espírito
Atenciosamente,
Paulo Cesar - DF
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Quinta, 4 de Outubro de 2007 |
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Olá Paulo...
Concordo em parte com você. Dawkins e o grande Sagan praticamente ignoram o espiritismo, e isso certamente se deve ao
fato deste ser pouco relevante nos países onde vivem, ou viveram. Pelo que li sobre o livro, o próprio Dawkins admitiu
que se dependesse dos religiosos mais esclarecidos, o que certamente inclui grande parte dos espíritas, o mundo seria um
lugar melhor para se viver. Infelizmente, esses religiosos, que são de várias religiões, são praticamente insignificantes
em relação ao número e influência muitissíssimo maior dos fanáticos e fundamentalistas sempre prontos a arruinar,
por ignorância ou perversão, nossa civilização.
Ainda não li o livro, mas não creio que possa evitá-lo por muito tempo, pois tenho sido frequentemente cobrado. Sinceramente,
eu costumo dispensar as opiniões do Dawkins sobre teologia. Por um lado, acho bom que ele atice essa discussão, visto que
há um claro desequilíbrio numérico e midiático entre o teísmo e o ateísmo, mas em contrapartida, continuo a lamentar a
corrupção do termo ceticismo, que passa a ser associado à crença negativa, e a impopularidade da posição mais sensata,
a meu ver, o Agnosticismo. Isso sem falar que Dawkins acentua ainda mais a corrupção do conceito de 'Deus', que passa a ser
mais e mais uma exclusividade do modelo abraâmico.
Enfim, embora eu concorde que o modelo teísta kardecista não é isento de problemas filosóficos, e que o espiritismo
embora seja boa religião, e em parte filosofia moderada, definitivamente nada tem de ciência, fato que já discutimos
exaustivamente.
De qualquer modo, se ao menos parte dos religiosos judeus, cristãos e muçulmanos trocassem suas crenças pelo
kardecismo, acho mesmo que o mundo melhoraria um bocado. Mas sinceramente acho mais fácil eles virarem ateus!
Pois tendem a oscilar entre extremos.
O que, nesse caso, nem sempre é uma boa coisa, visto que muitos religiosos não tem força de vontade e fibra moral
para viverem decentemente sem os reguladores psicológicos que suas religiões lhes impõem.
Amigavelmente
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2 de Novembro de 2007 |
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Arnaldo Manhani
-
1983
-
Santos-SP
Estudante
-
Cristão - Protestante
616 , 618, 619,
626
a r n a l d o m a n h a n i
y a h o o . c o m . b r
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Gênesis 1
1 NO princípio criou Deus os céus e a terra.
2 E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das
águas.
Meu amigo Marcus, até onde eu conheço DO PRIMEIRO CAPÍTULO DO PRIMEIRO LIVRO DA BÍBLIA, NÃO TEMOS A MENOR REFERÊNCIA DE QUE HAVIA ÁGUA antes da criação do UNIVERSO ou do planeta Terra. Leia o primeiro versículo, e atente que Deus criou os céus e a Terra. em seguida quando já havia Terra neste interim o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Se alguma mitologia diz que haviam águas antes da criação da Terra, nada a Bíblia tem a haver com isso. Continuamos com o mesmo problema, do caso da Terra plana com como uma pizza. Temos citações bíblicas identificando a real compreensão do autor do texto, e mesmo assim muitos se firmam na concepção de que na verdade poderia significar de forma diferente. O que perde o sentido na minha percepção é impor que o universo na visão daqueles povos significava algo muito diferente do que nós acreditamos hoje em dia. A leitura dos textos bíblicos quando feitos de forma clara, não cria embaraço para a compreensão da forma da Terra ou das suas características físicas. Grato pela compreensão, porém releia atentamente a Bíblia, pq talvez algumas coisas podem ainda ter lhe passado despercebidos.
Amigavelmente. (e com absoluta certeza da cientificidade da Bíblia)
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Terça, 4 de Setembro de 2007 |
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Olá Arnaldo...
Provavelmente, isso se dá porque você só conhece até onde foi condicionado a perceber. Talvez devido uma orientação
interpretativa que nem sequer é sua, mas de sua igreja. Não quero dizer que sou dono da verdadeira interpretação,
mas tenho bons motivos para pensar que ela é muito mais coerente que a sua.
Você parece ser, emocionalmente, insensível a meus argumentos, então seja pelo menos sensível à própria Bíblia.
Dê um pulinho Nesta Página, e veja por
si próprio os termos originais da bíblia hebráica.
Primeiro, perceba que esses primeiros versículos apenas anunciam o tema que será desenvolvido ao longo do versículo.
Eles não são os primeiros eventos de uma sequência linear de acontecimentos. Esse mesmo estilo literário se mantém
ao longo dos capítulos subsequentes. Característica que se for ignorada destrói qualquer chance de seriedade na Gênese.
Portanto, após dizer O QUÊ aconteceu, o capítulo prossegue explicando COMO. Não se deixe impressionar pelos "e" no início
de cada versículo, porque eles simplesmente INEXISTEM no hebráico original! São mero recurso estilístico de linguagens
neolatinas e anglosaxônicas. Também não existem em Latim.
Até em português esse recurso narrativo é evidente. Basta dar um pulinho nos versículos 6 a 10:
"E disse Deus: haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.
Fez, pois, Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento.
E assim foi. Chamou Deus ao firmamento céu. E foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
E disse Deus: Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco.
E assim foi. Chamou Deus ao elemento seco terra..." Ou você acha que aqui Deus criou o Céus a Terra
uma segunda vez?!
Nessa mesma página você verá que há
termos hebráicos distintos para abismo, águas
e mares. São thowm/teh-home', nosso velho conhecido, mayim/mah'-yim e yam/yawm
respectivamente.
O termo para águas, normalmente traduzido no plural, tem também as conotações de 'suco',
'urina', e, 'esperma'! Mais um assintoso ponto para a tese de que elas representam o Caos potencial, que cria coisas.
Com isso em mente, volte aos versículos acima e verá que é descrita a criação da terra, por meio do ajuntamento do
seco, que é potencial no Caos, e a criação do firmamento, céus, por meio da separação entre as águas. Mas em NENHUM
momento é dito que as águas em si foram criadas! Ele criou até a Luz e as Trevas, mas NÃO criou as águas!
Não é simples questão de omitir tal criação, mas o fato óbvio de que a terra e os céus foram criadas por meio da manipulação
das águas, cujo ajuntamento abaixo do firmamento, após a separação das águas de cima e de baixo, é chamado 'mares'!
E essa diferenciação terminológica só é explicável porque esses mares são diferentes das águas originais, assim como o
abismo, caso contrário não faria sentido palavras distintas.
Portanto, está demonstrado que a gênese não afirma que as águas foram criadas, e que as mesmas foram base para construção
da terra, dos céus e dos mares. É exatamente o que se espera do conceito de Caos, que era extremamente difundido na idade
média como sendo uma fusão dos 4 elementos. E veja que curioso: deste Caos são tirados os elementos Ar (Céus), Água (Mares)
e Terra, e também o Fogo (Luz) e o Vazio/Nada (Trevas). Claro que há divergências de nomenclatura, o Caos de Tales de Mileto,
por exemplo, era a própria Água, bem como o da maioria das mitologias.
Aí está, então, a dimensão mitológica da Bíblia plenamente afim com outras tradições mitológicas, e é claro, radicalmente
diferente de nossa concepção contemporânea de universo.
Acredito que só 3 tipos de seres podem ter certezas absolutas, as divindades, os loucos e os ignorantes. Então, recomendo
achar uma quarta categoria ou assumir sua dimensão puramente humana, sã, mortal e sujeita a erros.
Amigavelmente
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18 de Outubro de 2007 |
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Seja bem vindo Marcus, obrigado pela participação.
A princípio, creio que meus objetivos devam ser claros para quem examinar o site com cuidado, mas admito que pode haver uma
confusão inicial. Minha pretensão, se eu for definí-la em uma única palavra, é ESCLARECER! Poderia também dizer REVELAR,
isto é, tirar o véu que obscurece os fundamentos dos discursos, e tentar mostrar o que o pensamento realmente contém que
possamos dar como coerente.
Vivemos num mundo onde a grande maioria das pessoas é levada pelas palavras, os termos, frases e idéias pré-fabricados as
conduzem por caminhos que originalmente elas talvez nem pretendessem ir, mas são, de certa forma, ludibriadas. Não pela
má fé, ou pelo mau conteúdo exatamente, mas pela simples incapacidade de perceber além das ilusões primárias. E não se trata
de culpar alguém em especial. Por vezes um grupo inteiro é iludido pela própria confusão conceitual. O macro resultado
final disso tudo é sempre desastroso. Não há uma guerra, um genocídio, um desastre, que no fundo não possa ser rastreado
até seus fundamentos básicos que são idéias mal interpretadas.
Infelizmente, a maior parte das pessoas não só não examina devidamente os pressupostos e sistema de pensamento do
ambiente psicossocial em que convive, mas faz pior. Nos raros momentos em que começa a pensar, e começa a detectar
que há algo estranho, se acovarda e para! Não quer saber, volta para seu confortável modo semi adormecido e se deixa
dominar integralmente por suas emoções.
Mas na verdade, tudo isso não seria um grande problema se essas pessoas se contentassem em viver essa experiência para si
próprias, ou compartilhá-las com aqueles que queiram fazê-la espontaneamente nas mesmas condições. O grande problema é
quando mesmo sem ter motivos razoáveis para sustentar aquilo que ela propaga, passa-se a empurrar seu discurso sobre outras
pessoas, tentando convencê-las de seu ponto de vista, mesmo quando ele é melhor descrito como um ponto cego.
Propagando-se pelo terreno fértil da ignorância, as más idéias e pensamentos tacanhos conseguem se multiplicar em
proporções assustadoras, até adquirirem manifestações nada menos que trágicas. Quanto mais elas crescem, mais se tornam
avessas ao pensamento crítico, menos aceitam ser questionadas, e vão se tornando mais e mais brutais.
É claro que o quadro nem sempre é tenebroso. Por sorte, embora sejam minoria, muitas pessoas, atenuam essa tendência ao
readaptar e aperfeiçoar as idéias, por meio de nada menos do que este mesmo pensamento crítico. A evolução dos sistemas
de pensamento, e sua melhor adequação à nossas vidas, nada mais é do que o resultado direto da coragem em questionar e
examinar com cuidado a herança cultural e informacional que dispomos. Nada menos que todos os líderes tem que fazer isso
em algum grau, os gênios e grandes líderes fazem isso em alto grau.
Este site jamais trabalhou na destruição da fé alheia, e sim no desmantelamento de argumentos, as vezes movidos
por fé ou outras formas de subjetividade, e desprovidos de conteúdo racional, tentam se impor pela ignorância.
Qualquer fé, ou sistema místico pode viver muito bem, e melhor sem isso.
Amigavelmente
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6 de Outubro de 2007 |
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Arnaldo Manhani
-
1983
-
Santos-SP
Estudante
-
Cristão - Protestante
616 , 618, 619
a r n a l d o m a n h a n i
y a h o o . c o m . b r
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Êxodo 15
4 Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército; e os seus escolhidos príncipes afogaram-se no Mar Vermelho.
5 Os ABISMOS os cobriram; desceram às profundezas como pedra.
6 A tua destra, ó SENHOR, se tem glorificado em poder, a tua destra, ó SENHOR, tem despedaçado o inimigo;
Então meu amigo Marcus?? Como fica a questão dos ABISMOS??? Teria realmente um ABISMO no fim do mar?? Se o próprio ABISMO, cobriu os egípcios nesta passagem?
Quer mais??
Isaías 51
10 Não és tu aquele que secou o mar, as águas do grande ABISMO? O que fez o caminho no fundo do mar, para que passassem os remidos?
Ué ?? O abismo teria água, segundo a bíblia???? Ou será que ABISMO significa mar e o fundo do OCEANO???
Seria a bíblia realmente Anti-Científica??
Isaías 51
8 E com o sopro de tuas narinas amontoaram-se as águas, as correntes pararam como montão; os abismos coalharam-se no coração do mar.
Abismos coalham?? Mais uma.... ESSA É PRA MATAR A CHARADA
Isaías 51
12 Aquele cujo braço glorioso ele fez andar à mão direita de Moisés, que fendeu as águas diante deles, para fazer para si um nome eterno?
13 Aquele que os GUIOU PELOS ABISMOS, como o cavalo no deserto, de modo que nunca tropeçaram?
14 Como o animal que desce ao vale, o Espírito do SENHOR lhes deu descanso; assim guiaste ao teu povo, para te fazeres um nome glorioso.
Veja que o texto abaixo fala de animal descendo por um vale, para exprimir bem a idéia do que significa de VERDADE! IDENTIFICANDO A PASSAGEM PELO FUNDO DO MAR!!!!
Com isso srº Marcus, podemos ter absoluta certeza que quando a bíblia fala em ABISMO, não se refere, ao chamado "fim do mundo", onde a Terra acaba.. e sim do FUNDO DO MAR!!! Partindo desse princípio já pdemos ter uma idéia da dificuldade em defender que a bíblia é ANTI-CIENTÍFICA... as pssagens são várias e em vários livros... pode pesquisar a vontade. O "abismo" que o srº tenta estabelcer no seu texto é completamente irreal!
Abraços cordiais... (eu acho que o srº vai precisar no mínimo rever os seus textos...)
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Terça, 4 de Setembro de 2007 |
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Muito bem Arnaldo. Bem vindo de volta e parabéns por essa importante contribuição.
Não tenho dificuldade de admitir que você está quase totalmente certo. De fato, minha descrição do universo bíblico em
Terra Segundo a Bíblia está no mínimo imprecisa, mas veja também que não é
a única descrição que faço, pois também mostrei a descrição do
"Universo Aquático", e nela que trabalho essa concepção de ABISMO.
A palavra hebráica para Abismo é thowm / thom [teh-home], cuja melhor tradução seria
"profundeza", visto que está sempre associado a massas de água. Com isso, todas as passagens por você citada ficam
explicadas.
Mas como eu disse ao falar sobre essa concepção, o problema é que, se considerando abismo como espaço, a visão bíblica
da Terra seja apenas tão ingênua quanto qualquer outra visão antiga, considerando-o como "profundezas aquáticas", a
geografia bíblica fica ainda mais bizarra. O mesmo termo usado para se referir a quaisquer quantidades grandes de
água, em geral no mar, também é usado para fazer referência ao abismo pré-gênese, e aos abismos superiores de ondes
fluíram as águas do dilúvio. Ou seja, o universo seria cercado de água tanto abaixo quanto acima da Terra, que estaria
imersa numa "pequena" cúpula de ar.
Do ponto de vista mitológico isso faz todo o sentido, como costumo dizer, a Água, tanto na Bíblia quanto
na maioria das outras mitologias, é um símbolo do Caos. Isto é, da potência primordial do Universo, da qual tudo pode
emanar. Note que na Gênese fala-se sobre a criação dos Céus e da Terra, mas as águas já estavam lá! A visão original da
Gênese não é de criação a partir do Nada, mas sim a partir do Caos, como qualquer mitologia. E o Caos é representado
pela Água.
Assim, além da ordem vigente no mundo, produzida pelo demiurgo ordenador, no caso o deus Jeová, existe o Caos amorfo,
o imenso abismo aquático.
Com isso, meu caro Arnaldo, podemos ter certeza [Não Absoluta! Pois certeza absoluta mesmo... Só Deus!] de que quando a
Bíblia fala em Abismo, está falando de fato em Mar, segundo essa interpretação mais fiel, ou melhor dizendo, em águas.
As passagens são várias, nos vários livros. Pode pesquisar à vontade. O abismo que a Bíblia tenta estabelecer é
completamente irreal. [Segundo nossa cosmologia mais avançada.]
Acho que você precisa reler meus textos com mais atenção.
Mais uma vez, obrigado.
Amigavelmente
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28 de Setembro de 2007 |
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Fernando Ventura Bispo Santos
Araguaina-TO
-
1975
Militar
atthosmatheus
gmail.com
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Sexta, 31 de Agosto de 2007 |
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Olá Fernando, obrigado por sua mensagem e por sua consideração, em especial ter colocado um link para meu site
em seu blog.
Examinei seu conto e será um prazer fazer alguns comentários, mas antes de tudo, devo dar umas sugestões.
A primeira delas tem sido tradicional todas as vezes que encontro um blogueiro com pretensões mais sérias:
MONTE UM SITE! Blogs são instáveis e de navegação confusa. O próprio link que você colocou já não funciona mais,
no momento é
atthosmatheus.blogspot.com/2007/09/z-i-g-o-t-o_14.html,
mas mesmo esse não deverá ficar disponível por muito tempo. A única forma segura de localizar seu conto é ir até a
página principal,
atthosmatheus.blogspot.com, e de lá sair procurando pelo título
'ZIGOTO'.
A segunda, é fazer urgentemente uma revisão ortográfica. Há muitos erros de digitação em seu texto. A maioria deles o próprio
WORD corrigiria. A palavra LASER, referindo-se ao raio de luz, é com "S", mesmo porque é uma sigla onde 's' significa
stimulated. Ver o termo na wikipedia.
Sobre o conteúdo em si, creio que o único problema é a originalidade, pois a similaridade com a premissa do filme
Logan's Run é bem grande, com a diferença que neste as pessoas, que
também vivem numa cidade fechada, devem morrer aos 30 anos, numa cerimônia que na
Versão Filmográfica, também se chama CARROSEL!
Há outras semelhanças, principalmente se levarmos em conta outros elementos, como a floresta em volta da cidade, ou temas
que foram desenvolvidos na série de TV derivada, que no Brasil se chamou Fuga no Século XXIII. Bom lembrar, está sendo
feita uma nova versão deste filme, para ser lançada provavelmente em 2010.
Mas apesar disso, sua estória vai numa direção diferente, possuindo um mérito próprio. Primeiro, o fato dos jovens morrerem
com apenas 12 anos permite uma distopia infantil que possui elementos muito interessantes. Você explorou bem alguns pontos,
mas há muito mais a ser abordado, embora eu sugira um distancimento maior dos elementos do
Admirável Novo Mundo de Aldous Huxley, a começar pelo
'soma'.
A explicação para os motivos por trás do carrossel também é bastante fértil, e acho que foi muito bem introduzida no ritmo
da estória. Muito interessante também o envolvimento de um personagem externo, no caso silvícola. Os momentos finais do
conto, quando o alienígena faz explicações ao personagem principal, também merecem destaque.
No entanto, tudo acabou sendo muito rápido. Creio que seria aconselhável reescrever alguns trechos, dando mais profundidade
a alguns temas, e ou prosseguir com a estória do ponto onde foi bruscamente interrompida. Quanto a identificação final do
personagem secundário com um famoso personagem histórico, creio que está muito brusca. Deveria ser colocada de forma mais
gradativa.
Enfim, faço votos que continue a escrever. É um ótimo tema para ser ampliado.
Mais uma vez obrigado.
Amigavelmente
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26 de Setembro de 2007 |
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Obrigado pela mensagem Rodrigo.
Infelizmente, nesse momento não disponho de exemplar algum de
As Senhoras de TERRANIA, mas além de
ALICE 3947, há também o RAIO-Y para ser
apreciado no site.
Mas espero produzir alguns exemplares para venda direta ainda este ano. Enquanto isso, divirta-se com outras estórias,
incluindo, e claro, as dos Contos de FC e FF.
Amigavelmente
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12 de Setembro de 2007 |
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Gilberto Teles
-
Maceió-AL
-
1970
Administrador
Testemunha de Jeová
g i b a t j 2 0 0 3
y a h o o . c o m . b r
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Quanto à aparente contradição de ser Jesus o primeiro a subir aos céus e o fato de Elias ter sido levado num carro de fogo...
Em harmonia com a ação de Elias, de designar Eliseu, anos antes, chega o tempo em que Elias precisa transferir o manto do seu cargo profético para Eliseu, que já foi bem treinado. Isto ocorre durante o governo do sucessor de Acazias, seu irmão Jeorão, de Israel. Nessa ocasião, Elias dirige-se a Betel, dali para Jericó, e para baixo ao Jordão, Eliseu acompanhando-o em todo o caminho. Ali Eliseu é recompensado pela sua fidelidade por ver um carro ardente de guerra e cavalos de fogo, e Elias ascender num vendaval em direção aos céus. Eliseu apanha o manto oficial de Elias, que caíra dele, e vêm sobre ele “duas parcelas” (como o quinhão dum primogênito) do espírito de Elias, um espírito de coragem e de ser “absolutamente ciumento por Jeová, o Deus dos exércitos”. — 2Rs 2:1-13; 1Rs 19:10, 14; compare isso com De 21:17.
Elias não morre nesta ocasião, nem vai ao domínio espiritual invisível, mas é transferido para outra designação profética. (Jo 3:13) Isto é demonstrado por Eliseu não ter guardado nenhum período de luto pela morte do seu amo. Alguns anos depois da sua ascensão no vendaval, Elias ainda está vivo e ativo como profeta, desta feita para o rei de Judá. Por causa do proceder iníquo adotado pelo Rei Jeorão, de Judá, Elias lhe escreve uma carta, expressando a condenação de Jeová, que se cumpre pouco depois. — 2Cr 21:12-15;
Diferença dos números em 2 Samuel e 1 Crônicas:
A diferença no número em 2 Samuel 8:4 e 1 Crônicas 18:4, pode ter surgido por erro de escriba. Na Septuaginta grega, ambas as passagens indicam 1.000 carros e 7.000 cavaleiros capturados, de modo que 1 Crônicas 18:4 talvez preserve a versão original.
No entanto, pode-se notar que aquilo que se costuma encarar como erros de escriba, no relato do conflito de Davi com Hadadezer, talvez simplesmente reflita outros aspectos da guerra ou modos de cálculo diferentes.
Aparentes contradições da Bíblia...
Em João 3:22 lemos que Jesus “batizava”, ao passo que um pouco mais adiante, em João 4:2, o registro diz que ‘o próprio Jesus não batizava’. Mas, como o restante do texto indica, eram os discípulos de Jesus que realizavam o batismo propriamente dito, em nome e sob a direção dele. Isto é similar ao caso em que tanto o empresário como a sua secretária podem afirmar ter escrito uma determinada carta.
Há também o texto em Gênesis 2:2, que diz que Deus repousou “de toda a sua obra”. Contrastando com isso há o comentário em João 5:17, onde Jesus diz que Deus “tem estado trabalhando até agora”. Mas, como mostra o contexto, o registro em Gênesis fala especificamente a respeito das obras de criação material de Deus, ao passo que Jesus se referia às obras de Deus concernentes à sua orientação divina e aos cuidados que presta à humanidade.
Outra aparente contradição se constata na comparação de Êxodo 34:7 com Ezequiel 18:20. O primeiro texto diz que Deus traria “punição pelo erro dos pais sobre os filhos e sobre os netos”, ao passo que o último diz que “o próprio filho não levará nenhuma culpa pelo erro do pai”. Por que parecem ser contraditórios esses textos? Porque são tirados do contexto. Examine a matéria circundante e o cenário. Neste caso, torna-se óbvio que quando Deus mencionou a punição como vindo não apenas sobre os pais, como também sobre seus filhos e netos, ele falava sobre o que resultaria aos israelitas como nação, caso pecassem contra ele e fossem levados ao cativeiro. Por outro lado, ao dizer que um filho não seria responsabilizado pelo erro de seu pai, ele referia-se à responsabilidade individual.
É possível encontrar diferenças, como nos relatos sobre o nascimento de Jesus, registrados em Mateus 1:18-25 e Lucas 1:26-38. Mas, será que indicam contradição?
Já leu alguma vez duas biografias a respeito de uma mesma pessoa famosa? Em caso afirmativo, notou que essas biografias diferem, sem serem necessariamente contraditórias? Em muitos casos, isso se dá por causa das impressões pessoais do escritor, ou das fontes que ele usou. Também depende do que o autor julga ser importante relatar na sua matéria, do ângulo que ele aborda, e de ter em mente o público a quem a matéria se dirige. Assim, relatos visando leitores gentios difeririam de relatos visando leitores judeus, que já entendiam e aceitavam certos fatos.
Esses são apenas alguns exemplos de trechos na Bíblia que, sem uma análise cuidadosa, parecem contraditórios. Mas, ao serem meticulosamente examinados, tendo em mente o ponto de vista do escritor e o contexto, eles de forma alguma são contradições, mas sim simplesmente passagens que exigem pesquisa adicional. Contudo, a maioria das pessoas não faz esse esforço adicional, achando muito mais fácil simplesmente dizer: “A Bíblia se contradiz.”
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Terça, 24 de Julho de 2007 |
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Caro Gilberto, obrigado pela mensagem, que aborda basicamente a questão das contradições Bíblicas apontadas em
É A Bíblia Divinamente Inspirada?
que toca num tema que em parte já foi discutido aqui.
Sugiro ler o final da resposta à mensagem 609 [Pode começar pela linha 60, o que tem antes
não vale a pena.]
Creio que lá em tenha deixado claro que não parece relevante a forma, ou qualquer outro pormenor, relativo a subida ao céu.
O que João [3:13] declara é que ninguém além de Jesus subiu ao céu. Se ao subir morreu, ou foi arrebatado, ou seja lá o que
for, não tem qualquer importância, como creio ter explicado na mensagem supracitada.
Ok, isso apenas dá uma explicação para contradição. Obrigado por admitir que ela existe. Quero deixar claro que não acho
que isso desqualifique a Bíblia, bem como não o faz com qualquer outro livro, só pretendo mostrar que a Bíblia não é isenta
de erros, e assim, o argumento de que a mesma possui uma harmonia a precisão textual iniqualável não se sustenta, como
afirmei no texto É A Bíblia Divinamente Inspirada?
Eu o parabenizaria por sua inédita iniciativa de trazer outras contradições ao debate não fosse o fato de estar ter sido
copiada da página
Ah Controvérsia Na Biblia?. Como isso
é uma clara violação do décimo critério de postagem, eu poderia nem respondê-la. No entanto, visto que há alguns temas
interessantes, vou abordá-las, e talvez até postá-las na página original do Yahoo.
Não tenho nenhum problema com as duas primeiras, não me parecem contradições, pois são frases que claramente podem ter
mais de um sentido, mas vamos examinar as outras duas.
Essa solução para o problema da punição divina dos filhos pelos pecados dos pais não é nova, mas ela peca por estabelecer
uma divisão arbitrária e injustificada entre o contexto individual e o social, como se o indivíduo não fosse atingido pelos
mares que afetam toda a sociedade.
É como dizer que eu nunca passei dificuldades financeiras, e depois afirmar o contrário, escapulindo com a afirmação de que
o país inteiro estava com dificuldades. Como uma coisa atenua a outra? Não importa que a punição se aplique a nível coletivo
ou individual, o fato é que ela afeta os filhos como INDIVÍDUOS! Ainda que dentro de contexto social.
Que diferença prática faria para você ser preso por um crime que VOCÊ não cometeu, quer ele tenha sido cometido por seu
pai ou por seu país?
Quanto a última, também não a vejo como uma contradição, só não entendo porque você à trouxe a pauta. O que eu levantei
são as contradições relativas a ascendência de Jesus, que você não abordou. Então porque me trouxe uma pseudo-contradição?
Esse é só um exemplo de como os apologetas bíblicos fogem do assunto, se recusando a encarrar as passagens realmente
problemáticas e ignorando contradições flagrantes, para então se apegar a detalhes menores e fáceis de serem contornados,
para com eles, poderem afirmar que seu livro sagrado é isento de erros.
Amigavelmente
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12 de Setembro de 2007 |
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Mario Campos de Jesus
-
Seropédica-RJ
-
1963
Tecnico em Contabilidade
-
Cristão
217,
[217.1,
217.2,
217.3],
228,
362,
575,
579
m c j c o n t a b
y a h o o . c o m . b r
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Marcus, ainda sobre a sua Réplica a resposta ao DEUS, quero fazer mais considerações.
Notei que você veio caminhando com sua argumentação baseado na regra do amor espontâneo de uma filha pelo pai e ignorou totalmente, ou eu que não me expliquei adequadamente, a verdade que quis passar. Leia a Bíblia e verá exatamente o que Jesus (Deus) quer de nós; Não “dá-me um beijo ou leva um tiro”, como dizia sua paródia, mas, vou dar uma pista ... procure onde está escrito: “ ... Senhor, quando foi que te vimos nu e te vestimos? ... Jesus respondeu: “Sempre que fizeste a estes pequeninos fizeste a mim”. É desse amor que estou falando. Amor útil, que faz o bem ao próximo. E este Deus que você questiona não exige de nós o amor sob a ameaça de uma eternidade no inferno, e sim nos avisa que o partido do Diabo nos levará ao inferno e o dÊle ao céu. (lembre-se, por favor, o livre arbítrio é sobre o direito de escolher entre estas duas opções – ninguém é obrigado a ficar com Deus e nem obrigado a ficar com o Diabo). O que há de errado nesta proposta, então?! Parece que não vale a pena, pois tenho que me abster de pecar e terei que praticar esta chatice de amar uma pessoa que não me inspira nada de amor e muitas vezes, ao contrário, me aporrinha o juízo o tempo todo! Não é?! Ele nos ensinou como podemos amá-lo, não de declarações e juras de devoção e sim fazendo o bem aos seus filhos. É assim que se chega ao coração de Deus! Amando os nossos inimigos e orando por quem nos persegue. Dando carinho aos seus preciosos (Deus nos compara a menina dos Seus olhos; o Espírito Santo tem até ciúme de nós! Somos a coroa da criação de Deus, o alvo do Seu amor, expresso por Seu Filho na morte cruenta) É verdade, Deus na sua total Onipotência não precisa de nosso amor como nós precisamos do dEle e sim quer que tratemo-nos com respeito e consideração. É verdade também que a Bíblia está repleta de admoestações a louvar a Deus, mas duvido que Deus aceitará o mero louvor se não estivermos em paz com nosso irmão; a Bíblia também fala sobre isso: “Deixe a sua oferta no altar e vá fazer as pazes com o seu próximo e depois volte para a sua devoção”. Quanto à ordem para amar, francamente, tinha que ser uma ordem, pois despertando ou não amor ao meu semelhante eu quero e preciso ser amado. Nós vivemos em função disso. A coisa que mais nos deixa feliz é ser amado. Somos carentes de amor, em todos os sentidos. E quando eu venho a depender da casualidade de uma paixão para ser amado fico então a mercê da sorte. Deus sabiamente colocou a questão do amor ao nível de mandamento. Este amor de Deus não é um mero sentimento e sim uma ação necessária e desejada por todos. Logo não preciso estar bem banhado, cheiroso, bonito e com dinheiro no bolso para ser amado, sob o ponto de vista de Deus. Não quero menosprezar o sentimento humano de atração e espontaneidade. Ele tem lugar sim nas nossas relações naturais de empatia, mas quando precisamos fazer o bem a um bandido, por exemplo, ou atender a um mendigo fedorento e inconveniente, precisamos do amor que nosso Deus nos inspira (através do mandamento). Agora se não soa bem ser mandado a amar, troque-o pelos dez mandamentos da Lei de Deus, não mentir, não cobiçar, não adulterar, não roubar, amar a Deus sobre todas as coisas, etc; não dá no mesmo? Mas eu amo os dois mandamentos instituídos por Jesus em resumo aos dez, pois levam a coisa toda a uma perfeição fascinante. Tranqüilize-se, não estou declinando do meu argumento da utilidade da espontaneidade do amor da criatura pelo criador. É claro que ela existe e é necessária (a espontaneidade), para ter valor este amor. Você só precisa entender que esta espontaneidade a que me refiro é apenas da possibilidade que temos de fazer diferente, e não que valha a pena fazer diferente, ou seja, embora saiba que serei penalizado se não praticar o bem proposto pelo meu criador ainda sim posso não praticar se assim escolher. Está havendo, creio, um mal entendido quando falo de liberdade e você diz que não sou de verdade livre, pois serei penalizado se descumprir a regra. Não é dessa liberdade a que me refiro. Um bom exemplo para explicar do que estou falando é aquele mesmo descrito na minha penúltima mensagem, sobre a vantagem e a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança e da pena reservada para o homicida. Posso simplesmente não usá-lo (o cinto) e a seguir cometer um crime, não é? Sou livre para isso. É disso que estou falando. Embora não tenha a permissão para fazer posso fazê-lo, mas serei penalizado. Continuando com o argumento, vem a seguinte pergunta: Mas como alguém seria capaz de não usar o cinto de segurança sabendo que ele pode salvar sua vida e matar uma outra pessoa sabendo que é algo no mínimo ilegal?? O que quero dizer é que Deus nos fez capazes de fazer diferente do que Ele disse, para ter valor o ato, para ser espontâneo, e não que temos a permissão de fazer diferente. Isto não é autoritarismo, como você sugere, ou como pode parecer, não termos a permissão de não fazer o bem, e sim zelo da parte de Deus pelos seus filhos, pois Ele sabe precisamente o que é melhor para nós. Vou te dizer algo que me ocorreu neste exato momento: para quê eu podia querer uma “liberdade sem penalidade” de escolher não estar com Deus, sabendo que Ele é o único que pode me oferecer a vida eterna? Dispenso esta suposta liberdade! A menos que eu julgue mais vantajoso os prazeres carnais ilícitos deste mundo passageiro e o pecado, em fim; ou eu seja por demais orgulhoso ou presunçoso ao ponto de dispensar esta “prisão” que Deus me oferece. Neste caso, não há outros números entre o 8 e o 80. Não existe nesta questão toda a possibilidade de se ficar em cima do muro. Se você não amar ao SOBERANO ARQUITETO (E JÁ FALAMOS DE COMO ELE GOSTA DE SER AMADO!), só lhe restará para amar o representante do Mal, e não adianta procurar um meio termo, pois não há um terceiro ser para ser o seu rei por toda a eternidade.
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Continuação da Mensagem - Segunda Parte
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E sobre a onisciência de Deus, Ele não determina o que vamos fazer, por saber do nosso futuro. E é também nesse sentido que defendo que somos livres. Deus é como o viajante do tempo (seu conto Os Crononautas!), que embora não interferindo nos acontecimentos sabe até como acaba tudo. “Mas Deus fez o Universo, os crononautas não! Logo é diferente!”, diria você; e eu responderia: sim, foi Ele quem fez o Universo, criou os parâmetros e deu condições, por exemplo, ao homem de aprender por si só; contudo, após disparar o processo, deixou tudo ao acaso; depois “viajou até ao fim dos séculos e ficou sabendo de tudo”. Mas isso me leva a uma outra questão mais profunda. Seria como se Deus lançasse uma pedra sem saber no exato momento do lançamento onde ela cairia, só indo olhar depois. Conosco realmente poderia ser assim, mas com Deus seria necessário Ele “desligar” o seu poder premonitivo no lapso de tempo preciso, para não programar antecipadamente o local da queda da pedra. Sem dúvida que para Deus até isso seria possível, ignorar por um momento o futuro. E já que estamos filosofando me permito a opinar que só poderia ter sido assim, só haveria este jeito para Ele nos criar realmente livres, caso contrário certamente que tudo já estaria determinado. Mas como não vejo o menor sentido em Deus criar o Universo, e nós, se não fosse para ser livre, e como também creio piamente que AQUELE QUE TUDO PODE é evidentemente onisciente, e que se diga de passagem, é muito “fácil” com uma boa máquina do tempo, e imagine então para O ETERNO, creio então que a onisciência de Deus não prejudica a liberdade do Universo (o indeterminismo) e o livre arbítrio das criaturas.
Saudações, amigo.
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Quarta, 18 de Julho de 2007 |
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Saudações Mario. Desculpe a demora, finalmente aqui vai a
RESPOSTA À SUA SEXTA MENSAGEM
Creio que ela sirva para responder também esta mensagem aqui, uma vez que o conteúdo é praticamente o mesmo, o que se justifica
pela minha demora em publicar a resposta. O que acrescentarei aqui, é basicamente um pedido.
Devo dizer que Esta Mensagem foi excessivamente longa e de pouco conteúdo. Poderia-se ter dito tudo
em poucas frases. Houve um grande consumo de tempo e 'espaço', e pouco ganho, diferente da maioria de
suas mensagens anteriores, que foram mais sintéticas e interessantes.
Curiosamente, ao mesmo tempo que se alongou desnecessariamente em sua mensagem, traçando analogias que você mesmo preferia
interromper a levar adiante, você deixa claro continuar desconhecendo minha posição. Por duas vezes simulou falas minhas
com uma imitação que nem sequer se assemelha ao que eu diria, como se eu exigisse provas irrefutáveis dos
visitantes, algo que sob o ponto de vista cético, nem faz sentido. Tentou interpor contra meu argumento da falsa
liberdade o estranho contra argumento que pressupunha o fato de só haver duas escolhas possíveis sem se dar ao trabalho
de explicar porquê isso altera a questão. Em várias ocasiões você admite não ter resposta para exatamente o que está em
pauta, e mesmo assim continua discorrendo longamente sobre o assunto como se fosse adicionar algo importante, o que por
fim não acontece, e não raro ao final concordando comigo.
E, como se tudo isso já não bastasse, ainda por cima me chama da ATEU!!!
Fica difícil não achar que desconsidera o que digo de essencial, o que até faz sentido
visto que tem circulado em torno deste essencial e se concentrado em pontos secundários que não procurei
aprofundar.
Peço que me entenda. Minha discussão está focada na possibilidade de se compreender a Bíblia, e a teologia
cristã, racionalmente. Eu sequer me posiciono se ela corresponde a realidade ou não, apenas tenho afirmado que ela não
é racional. É contraditória, e portanto insustentável do ponto de vista lógico, o que não é ofensa alguma, visto que
a própria Bíblia admite isso tranquilamente. É o próprio Paulo que afirma que prega uma doutrina que é
"...loucura para os gregos..." 1 Co [1:23], o que é uma óbvia afirmação de
incompatibilidade com a tradição filosófica grega. Se devo apelar pra fé ou outra sobrenaturalidade para
entender a Bíblia, é irrelevante, pois cai na irracionalidade. E todos tem direito a recusar ou não algo que lhes
pareça irracional.
Parece que essa irracionalidade se espalha viroticamente por discursos apologéticos, que não costumam
ter nenhum receio em expor contradições, como nestas suas últimas frases logo acima, afirmando primeiro
"...me permito a opinar que só poderia ter sido assim, só haveria este jeito para Ele nos criar realmente livres,"
referindo ao poder de Deus de não-saber o futuro. Mas logo depois afirma novamente
"...creio então que a onisciência de Deus não prejudica a liberdade do Universo..."
Ora. Então afinal toda essa viagem teológica destas duas mensagens foi para quê?! Pra no final simplesmente reafirmar a
contradição!?
Reitero que você sempre será um visitante bem-vindo, trouxe mensagens valiosas, mesmo assim peço para
evitar mensagens demasiado longas que não progridem a discussão. Foi a primeira vez que experimentei pular a resposta de
uma mensagem para atender a outras, e o resultado foi uma espera quase interminável. Não quero que isso aconteça de novo,
mas também não posso permitir que outra mensagem trave o Livro de Visitantes por semanas.
Obrigado pela compreensão.
Amigavelmente
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1 de Setembro de 2007 |
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Sergio Guimarães Hallais
-
Rio de Janeiro-RJ
1951
-
Tecnico em eletrônica, Empresário.
510 ,
524 ,
565 ,
611 ,
612
e l a o i g r e s
h o t m a i l . c o m
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Saudações Marcus Valerio XR!
Por tudo que já aprendi e experiênciei na minha vida estou convencido de que o Cosmos esta fervilhando de formas de vida biológica, ouso afirmar que planetas semelhantes teem formas de vida semelhantes. Isso é facil de se entender considerando que desenvolvemos nossa anatomia em função do ambiente no qual vivemos, não haveria nenhum sentido da natureza seguir caminhos diferentes em ambientes iguais e o crivo da evolução se dará exatamente da mesma forma. Se trata de quimica e adaptação.
Sabemos que o circulo da vida está baseado em quatro elementos que existem na natureza:(C)carbônio,(O)oxigênio,(H)hidrogênio e (N)nitrogênio. Desses elementos se formam as combinações fundamemtais: C6H6(BENZOL); CH4(METANA); H2O(AGUA); CO2(BIOXIDO DE CARBONIO); NH3(AMONIACO). Agua e Metana formam as GORDURAS; Agua e Bioxido de Carbonio formam os HIDRATOS DE CARBONIO; Conseqüentemente Gorduras, Hidratos de Carbonio e Amoniaco produzem AMINIACIDOS e ALBUMINA que associados ao BENZOL geram ALBUMINA NUCLEAR, VITAMINAS, HORMÔNIOS e VIRUS(que pode ser considerada a forma de vida mais simples que existe).
Posso apostar que quando fizermos contato com outra civilização não será nenhum monstrinho orelhudo verde ou algo com um olho só no meio da cara que ira nos responder, será uma forma de vida bem semelhante a nossa. Somente planetas parecidos com a Terra produzirão vida inteligente.
Mesmo depois de conhecermos outras civilizações isso não nos trará grandes respostas para o enigma primordial da origem do cosmos pois embora possam ter mais conhecimentos e tecnologias todos estaremos contidos no mesmo Universo.
Gostaria de saber qual é a definição de espaço? O espaço é infinito?
Atenciosamente,
Sergio G. Hallais
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Domingo, 15 de Julho de 2007 |
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Olá Sérgio...
Formas de "vida biológica"... Não é um tanto redundante? Ainda mais segundo seu ponto de vista.
Veja, creio que o Universo realmente PODE estar repleto de vida, inclusive inteligente. Creio mesmo que muitas coisas
conspiram para isso. Mas também não posso descartar a possibilidade de que nosso planeta seja o único de nosso universo
observável a ter esse privilégio. Acho improvável, mas possível.
Digo isso, mesmo considerando que a vida possa ter uma outra base química que não a carbônica, possibilidade que por si
só aumenta em muito o número de probabilidades. Mas não só por isso, penso que é muito díficil prever como seria uma
forma de vida alienígena, e não vejo porque não poderia ser um ciclôpe orelhudo verde.
É certo que uma forma de vida similar a que conhecemos, e altamente desenvolvida a ponto de possuir inteligência comparável
à nossa, deverá ter algumas características, as seguintes, penso eu:
- Simetria horizontal [em virtude da locomoção eficiente];
- Membros manipuladores [equivalentes aos nossos braços, com estruturas para manuseio delicado, equivalentes aos dedos,
mas podem ser tentáculos refinados, por exemplo];
- Estruturas de deslocamento [membros inferiores como pernas, ou abdômen anelado, que permita movimento];
- Número não muito grande de membros [para evitar excesso de consumo de energia];
- Órgãos sensores;
- Centro neurológico [equivalente ao cérebro, talvez mais de um, muito provavelmente próximo aos sensores].
Fora isso, não vejo muita chance de se esperar maiores especifidades.
Concordo que muito provavelmente, outras civilizações cientificamente mais avançadas provavelmente não tenham as respostas
para as grandes questões, ao menos não para todas. E por fim, não tenho uma definição específica de espaço, nem em termos
matemáticos nem em termos físicos, além das convencionais. De uma olhada no tema na
Wikipedia e verá a confusão conceitual. Concordo com a física contemporânea
que Espaço e Tempo. E acrescento que espaço só faz sentido enquanto houverem dois entes que possam se relacionar nele.
Ou seja. Se houver um único objeto. Uma esfera por exemplo. Só há espaço no volume da esfera, e não fora dela. Mas se
houve uma segunda esfera, aí sim passa a haver um espaço externo entre elas.
Sendo assim, por um lado ele é finito em ato, limitado pela distância máxima entre os entes que o habitam, mas é potencialmente
infinito, pois nada pode impedir que um ente extremo se desloque ainda mais, aumentando o espaço relacional do universo
constituído. Ele se moveu em quê? Bem, no espaço, ocorre porém que um espaço que não esteja entre dois entes físicos é
totalmente desprezível. Por isso, só será significativo aquele espaço interrelacional.
Chega de gastar espaço.
Amigavelmente
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13 de Agosto de 2007 |
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