De como a onda dos Fidget Spinners motivou-me a materializar uma música.
O que me surpreendeu na recente onda dos Hand Spinners foi o fato de ter ocorrido tão tardiamente, visto se tratar de tecnologia disponível há séculos, tal como os Role Playing Games poderiam ter surgido desde ao menos a popularização da imprensa, embora ambos terminem surgindo após os Videogames.
Desde pequeno sempre fui fascinado por objetos giratórios, e não tenho dificuldade em entender porque esses itens tanto interessam crianças e adultos. Após ter comprado um para o meu filho, fui inadvertidamente surpreendido por outro que me encantou à primeira vista, quando fui numa loja comprar uma faca de caça. Custou-me R$ 90,00 até agora não o vi em outro lugar no Brasil nem mesmo na internet. Dourado, de seis pontas, chega a parecer um ostensório sagrado.
Meu adorável Fidget Spinner dourado.
(A única referência que achei sobre ele foi
no Paquistão!)
Além disso, sua forma também me lembrou de uma arma mística que "criei" há muito tempo num de meus inúmeros universos ficcionais que nunca vieram à luz tal qual os demais que foram transformados em textos disponíveis em meu site. Trata-se de uma arma que denominei Ciclotrix, ou simplesmente Estrelão, que consistia numa flagrante paródia do "Gládio" (Glaive) do filme Krull, com a diferença de ter seis pontas e ser originalmente negro, possuir apenas função cortante e indestrutibilidade, ser totalmente obediente e fiel ao seu único usuário, diferente do Glaive que tem recursos de ataque energético e evidentemente manifesta vontade própria, e por fim ser bem maior.
O lendário "Gládio" (Glaive) de Krull.
E meu Estrelão em uma velha, muuuuito velha, animação.
Ora, sendo este spinner de 6 pontas, dourado, acabou ficando um meio termo entre meu Estrelão e o Glaive, que por sinal foi transformado num fabuloso hand spinner, além de outros colecionáveis, como se pode ver nos vídeos deste canal.
Pois bem, dito isto, como chego na música?
É que tal como sempre criei estórias e universos fantásticos, também sempre compus músicas, algumas das quais disponíveis no meu SOUNDCLOUD, e a música em questão, que está na minha mente há décadas mas nunca tinha sido materializada, tem como inspiração o filme Krull(filme completo dublado em português AQUI), que decidi rever após essa sequência de associações desencadeadas pelo meu fidget spinner. O Glaive aparece logo aos 42 segundos na abertura do filme.
O Glaive, na abertura de Krull.
Originalmente, ela seria uma canção que relataria um estória parecida com a do filme, guerreiro que tem que enfrentar enormes perigos para reencontrar sua amada e destruir uma ameaça mágica. Mas como nunca realmente elaborei a letra, fico só com a música. Aliás isso está se tornando cada vez mais comum à medida que percebo a efemeridade e superficialidade das letras literais em relação a abstração e profundidade abissais da música em si.
Só que a música, cujo nome completo seria Gladium Stella Gyratorium Volantis, literalmente "Espada Estrela Giratória Voadora", não é nada parecida com a trilha sonora de Krull. Na realidade, sua inspiração musical mais direta é esta trilha sonora do jogo Shadow of The Beast 2. Inspiração não melódica! A música original deste jogo é mais trágica e sombria, a minha é mais heróica e esperançosa, mas tem em comum o espírito de aventura.
Mas aí está. GLADIUM VOLANTIS. Música que se inspirou sonoramente numa trilha de videogame, e espiritualmente num filme, e que ficou escondida em minha mente durante décadas até ser despertada por um modismo e um objeto de apreciação estética tão abstrato e sem significado literal quando a própria Música em si, a Primeira das Artes.