O MARAVILHOSO MUNDO DAS COINCIDÊNCIAS FABULOSAS

DO PRÉ-SAL AO IMPEACHMENT

Obs: Esta é uma compilação atualizada e expandida de 4 textos distintos publicados originalmente como posts de Facebook, o primeiro de 23/02/2015, cujas previsões já se cumpriram em grande parte, e tudo indica virão a se cumprir integral, e infelizmente. 1
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Para quem realmente quer tentar entender o "Petrolão", temos que começar bem do começo...

A STANDARD OIL COMPANY

1 - Em 1870 os irmãos John Davison Rockefeller e William Rockefeller, filhos de um trambiqueiro cujos golpes iam desde fingir-se de médico até abandonar a mulher em troca de dinheiro, fundaram a Standard Oil, que se tornou a maior petrolífera do mundo fazendo de John o primeiro Bilionário de todos os tempos. Tendo a primeira grande multinacional, não se pode negar aos irmãos visionarismo e talento, mas também parecem ter herdado do pai a vocação para o embuste. Praticamente inventaram o esquema de cartel em larga escala, e promoveram uma série de operações que levaram a monopólio tão invasivo que em 1911 o governo dos EUA baixou uma Regulamentação Anti-Truste tentando acabar com a concorrência desleal. Mas os Rockefeller não se deram por vencidos. Para driblar a lei, a Standard Oil foi dividida em 34 companhias.

2 - Elas e outras empresas privadas dominaram a produção de petróleo mundial até que em 1951 o Irã nacionalizou (estatizou) a inglesa Anglo-Persian Oil Company, que não gostou e em resposta formou um cartel de empresas que ficaram conhecidas como AS 7 IRMÃS! Elas eram:
1) Anglo-Persian, que se tornou British Petroleum (BP), da Inglaterra;
2) SHELL (Holanda / Inglaterra);
3) Gulf Oil (EUA);
4) Texaco (EUA);
5) Standard Oil of California - SOCAL (EUA);
6) Standard Oil of New Jersey - ESSO (EUA);
7) Standard Oil of New York - SOCONY (EUA).


3 - Mas a moda das nacionalizações e criação de estatais pegou, surgiu a Organização de Países Exportadores de Petróleo, em franca oposição às 7 Irmãs, e diversos monopólios nacionais controlados exclusivamente pelos governos de seus países dificultando a vida das empresas privadas transnacionais que podem até explorar essas reservas por concessões, mas que podem ser revogadas. Na atualidade fala-se nas NOVAS 7 IRMÃS, que detêm a vantagem de possuir as maiores reservas monopolizadas que são no máximo concedidas parcialmente à exploração. TODAS ESTATAIS, elas são:
1) Saudi Aramco (Arábia Saudita) - Subsidiária da SO estatizada em 1974;
2) CHINA National Petroleum Corporation;
3) Gazprom (Rússia);
4) National Iranian Oil Company (Irã), aquela nacionalizada em 1951;
5) Petronas (Malásia);
6) PDVSA (Venezuela), 1976 estatizando empresas privadas inclusive SO;
e, advinhe só?
7) Petrobras (Brasil).


As novas 7 Irmãs estatais.

4 - O fato é que o setor petrolífero privado vem enfrentando más condições, dando nítidos sinais de cansaço perante as estatais e seus monopólios nacionais. Uma das evidências disso é o que restou das antigas 7 irmãs. A SOCAL virou CHEVRON, comprou a Texaco e a maior parte da Gulf Oil, a parte menor foi comprada pela BP. A ESSO virou EXXON e a SOCONY virou MOBIL, depois se fundiram em EXXON-MOBIL, que com a CHEVRON são netas da Standard Oil e ainda sob controle indireto da família Rockefeller. Das outras restaram apenas a BP e a SHELL. Outra evidência muito mais clara é o simples fato de que ao final da década de 60 as 7 irmãs privadas controlavam 85% da produção mundial de petróleo. Hoje controlam 10%!


Genealogia da Standard Oil. (Marathon nunca fez parte das 7 Sisters.)

5 - Nesses novos tempos, essas petrolíferas não irão avançar sobre a China, muito menos Rússia, que reestatizou empresas que haviam sido privatizadas na dissolução da URSS. Também é muito complicado se intrometer com Arábia, Irã ou Malásia, países muçulmanos, mais do que já fizeram as intermináveis guerras no Oriente Médio cujo motivo REALMENTE FOI PETRÓLEO! E deve-se lembrar que jamais houve expansão ampla de grandes corporações internacionais em áreas estratégicas sem o uso de poderio militar. Assim sendo, que opções restam para as petroleiras privadas norte americanas continuarem crescendo? Apenas uma: América Latina!

6 - Por isso até um famoso blockbuster hollywoodiano de Ficção Científica ambientando no ano 2154 em outra planeta num sistema estelar 5 anos-luz de distância da Terra 2 precisa falar mal da Venezuela, que tem a maior reserva de petróleo do ocidente e um governo nada amigável aos EUA, de quem tomou parques petrolíferos por meio de nacionalização / estatização. Bem como nossa mídia vendida aos mesmos interesses fazer sensacionalismo com escassez de produtos básicos (parte deles devido a boicotes de conglomerados privados tal como nos ocorreu no Plano Cruzado), pois mais vale a guerilha ideológica que qualquer preocupação com o bem estar popular. Inclusive o golpe de estado mal sucedido contra Hugo Chavez em 2002 foi evidentemente apoiado pelos norte americanos. Isso tudo tornava a situação muito desesperançada até que em 2007 o Brasil subitamente descobriu o Pré-Sal, o que também teve, aqui, a curiosa consequência de sepultar as intenções de investimento em biocombustíveis que pareciam tão promissoras.

7 - Naturalmente, as netas da Standard Oil cresceram o olho, afinal o Brasil é uma país muito mais amigável aos EUA, para não dizer subserviente, mesmo sendo a maior potência da América Latina. Mas para o desespero de suas pretensões privadas as regras de exploração impostas pelo modelo de concessão foram inaceitáveis para Exxon Mobil e a Chevron (a SHELL aceitou), e pior de tudo, ainda por cima beneficiaram a China. O PSDemB, com seu legado privatista, prometeu às petrolíferas americanas mudar as regras da partilha para beneficiá-las caso fossem eleitos, mas José Serra perdeu para Dilma Rousseff, ou melhor dizendo, para quem Lula apontou como sua sucessora, perigando adiar em ao menos mais 4 anos os sonhos de expansão das potentosas empresas privadas transnacionais.

8 - Mas as crias dos Rockefeller estavam decididas a não arriscar mais, decidindo ir à luta por conta própria e dar, no mínimo, sua contribuição eleitoral a seus capachos brasileiros, ou se necessário coisa pior. Acionaram ninguém menos que a CIA, uma das várias instituições dos EUA sob seu controle, que como sabemos começou a "espionar" a Petrobras conforme amplamente noticiado em Setembro de 2013 muito antes das denúncias do Petrolão. Como por sinal o vídeo com comentário de Bob Fernandes O Pré-Sal vale R$ 20 Trilhões - Rockefeller - Rotschild - Interesses Ocultos antevê, na época, com notória precisão. Mas até quem só entenda da CIA o que vê nos próprios seriados americanos sabe muito bem que a especialidade dessa instituição não é apenas "espionar", mas assassinar, sabotar, fraudar, FORJAR EVIDÊNCIAS e promover toda sorte de patifaria sórdida com vista a objetivos escusos. Então Por uma milagrosa coincidência "O Maior Escândalo de Corrupção De Todos Os Tempos da Última Semana" estourou justo em véspera da eleição. Mas o PSDemB, mais uma vez, perdeu!

9 - Então o JP Morgan & Chase Bank, que também é dos Rockefeller, anunciou na maior cara de pau em 20/02/15 que ia "mandar" abaixar a avaliação de crédito da Petrobras, MESMO ADMITINDO que seus ativos ainda estavam em alta e que ela prometia se recuperar! O que demanda uma atenção mais especial.

9.1 - Ao dizer que É iminente que a Petrobras perca seu grau de investimento, a entidade em questão pôde contar com a completa ignorância da grande maioria sobre o assunto, mas para os poucos esforçados independentes que estavam tentando tentando juntar as peças do curioso quebra cabeça (como o bom trabalho do colega Gregório Luiz Anaconi) fica até sem graça entregarem o esquema desse jeito! Ora, o que são as entidades invocadas pelo JP Morgan & Chase Bank? Nada menos que a Moody's Corporation e a Fitch Ratings. Duas das integrantes da Santíssima Trindade das Empresas de Avaliação de Crédito que quantificam riscos e potenciais de retorno para investimento. Se elas disserem que uma empresa X vale a pena, o investidores aplicarão em massa nela, se disserem o contrário, os gestores da empresa já podem ir procurar anúncios de emprego nos classificados.

9.2 - Mas a não ser para quem ainda acredite em Papai Noel, não é possível pensar que essas avaliações são perfeitamente honestas e bem intencionadas, invés de mais um braço manipulatório do poder financeiro global. O três vezes vencedor do prêmio Pulitzer Thomas Friedman, especialista em Comércio Internacional, declarou em 1996 que não sabia quem era mais poderoso, os EUA com seu poder militar de destruição (can destroy you by dropping bombs) ou a Moody's com seu poder de avaliação de títulos (can destroy you by downgrading your bonds). E aí, ver um dos bancos mais poderosos do mundo, braço das dinastias dos Rockefeller e dos Morgans avisando que esses avaliadores irão logo logo lançar suas "bombas especulativas" em cima da Petrobrás, mas AO MESMO TEMPO admitir que os ativos da estatal continuam acima do mercado e que a mesma irá se recuperar é quase como entregar o maior Spoiler possível para um romance de mistério conspiracionista!

9.3 - Ou seja. Derrubar o valor de mercado da Petrobrás especulativamente, provocando fuga de investimentos e jogando as ações ainda mais baixo do que já estão, enquanto os arquitetos por trás da patifaria toda as comprarão sabendo que irão hiper valorizar em pouco tempo! Enquanto isso, nossa mídia corrupta e um bando de facebookeiros idiotas ficam ajudando a fazer o trabalho sujo, com a diferença de que os primeiros ao menos são pagos para isso.

9.4 - Sobre a referida Santíssima Trindade, ela praticamente controla toda a avaliação de crédito do planeta, em especial a Moody's Corporation e a Standard & Poor's Financial Services LLC (S&P). Com a Fitch Ratings basicamente desempatando impasses entre as outras duas. Entre outras pilantragens, eles avaliaram favoravelmente os Créditos em Subprime que resultariam na Crise de 2008 o que por si só denuncia a seriedade dessas instituições.

Voltemos agora ao tema principal.

10 - Logo depois disso a Petrobras anuncia que porá a venda grande parte de seu patrimônio para se recuperar do rombo causado pela dívida que triplicou desde que começou a espionagem! Ao mesmo tempo que os liberais de sempre defendem a maravilhosa solução da privatização, a mesma que triplicou nossa Dívida Externa, quintuplicou nossa Dívida Pública e deixou nosso país numa crise de empregos, energia, e fragilidade internacional e da qual é impossível dar um único motivo claro de qual foi a verdadeira vantagem, exceto, claro, ter multiplicado fabulosamente as fortunas dos já riquíssimos. E que por sinal, é ideia de um certo Consenso de Washington que é cria, advinhe de quem? Dos mesmos Rockefeller que dominam o setor petrolífero e bancário dos EUA! 3


Rockefellers, CIA e Consenso de Washington (clique para ampliar)

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO?

Como visto modelo de exploração estatal vem desbancando o modelo liberal há décadas. As petrolíferas privadas americanas tem na América Latina a melhor chance de crescer, especialmente agora com o pré-sal brasileiro, mas a política adotada pelo governo do PT não era de seu interesse. A política do PSDemB seria, mas como este não voltou ao poder, o jeito foi criar uma manobra para desvalorizar a estatal brasileira e convencer o país a torná-la mais passível de ser privatizada ao menos parcialmente. Não é que não exista corrupção na Petrobras ou que o governo não tenha culpa das ingerências, até porque nosso sistema de relações entre empresas estatais e privadas é estruturalmente corrupto, só necessitando de uma severa vistoria para revelar no mínimo uma horda de irregularidades que demandam explicações complicadíssimas.

Mas é preciso ter uma colossal dose de recheio de frango no cérebro para achar que tudo o que ocorre no Brasil, o elo mais ao oeste do BRICS, pode ser resumido em uma mera "corrupção do PT" ou uma ação do temido e latiníssimo Foro de São Paulo, A Legião do Mal na cabeça de trouxinhas liberais que ainda tem a grotesca disposição de implorar ao Conclave de Washington para vir nos salvar daquilo que foi criado, coincidentemente, para combater o Consenso de Washington. 3 Ter que aguentar patifes desse naipe se fingindo de patriotas é um peso à parte na paciência de quem tenta reerguer uma via nacionalista neste país.

Podemos então, tentar resumir a situação atual da seguinte forma.

1 - Estamos num momento histórico econômico onde a hegemonia dos EUA está ameaçada, em especial por Rússia e China (os Eurasianos), de maneira geral o BRICS, bem como países como Síria, Venezuela ou Irã, que adotam modelos estatistas e nacionalistas de produção, em especial de petróleo, contrário ao modelo privatista e de monopólio internacionalista das oligarquias norte americanas.

2 - Como analisei acima, o modelo privatista anglo americano está em retração. TODAS as guerras ou tensões políticas recentes dos EUA com outros países tem ao menos parte de seu fundamento nisso, inclusive as "revoluções coloridas", como a Primavera Árabe;

3 - Há até mesmo a disposição eurasiana de romper com a hegemonia do dólar, por meio de negócios entre Rússia e China com base no Yuan chinês. Muitos países são simpáticos a essa possibilidade, o que seria um golpe de dureza inédita no sistema norte americano;

4 - Esse sistema é controlado por oligarquias, em especial os que controlam o Federal Reserve Bank, que apesar de ser o Banco Central dos EUA, é privado! FED, JP Morgan & Chase Bank (o maior banco privado do mundo), as avaliadoras de crédito Moody's Corporation e Fitch Ratings, bem como as petroleiras subsidiárias da Standard Oil, são TODOS controlados pelos mesmos grupos econômicos;

5 - Se o padrão dólar (a base primordial de poder dos EUA) for abalado, podemos estar diante tanto da terceira guerra mundial quanto da queda do maior império econômico militar da história;

6 - O Brasil na última década evidentemente se aliou aos eurasianos, criando um modelo exploratório do pré-sal favorável à China ainda em 2012. Poeticamente dizendo, talvez o fim do mundo que conhecemos tenha mesmo começado neste ano;

7 - Imediatamente após isso a CIA monta o esquema de espionagem na Petrobrás. Pouco depois, estoura o escândalo do "petrolão", levando à crise econômica e política e castigando o governo que havia agido contra os interesses das tais oligarquias;

8 - O Brasil sempre esteve sob assédio dos EUA, e por não ter a imensa população e ou poderio militar da Índia, China e Rússia, com o qual os mesmos EUA jamais teriam a ousadia de se meter, demanda uma abordagem bem diferente, e não bélica, de neutralização em suas pretensões de ser uma nova liderança ocidental ou ao menos latino americana. O texto de Pepe Escobar Lista de Matar: Esmagar o "B" de BRICS, do PRAVDA russo traduzido em Português explica isso muitíssimo bem, apesar de termos herméticos como 'Excepcionalistão', que é os EUA, ou a acidentada tradução que utiliza Operação "Car Wash" invés de Lava Jato. 4 É inadmissível para as oligarquias dos EUA ter algum país sulamericano com potencial para se tornar uma futura dificuldade maior aos seus interesses, 5 a isso se soma o fato de que sua única chance nessa guerra fria econômica global atual inclui controlar as reservas de petróleo ocidental, leia-se Brasil e Venezuela, por mais que liberais fingam acreditar que o Pré-Sal é economicamente inviável ou o óleo de xisto vá desbancar o petróleo. Expectativas como esta são geradas há mais de meio século sem qualquer concretização;

9 - A grande mídia brasileira, em especial as famiglias mafiosas dos Marinho (Globo) e Civita (Veja), sempre foram subservientes aos norte americanos, e sempre irão defender seus interesses. Também há uma horda de institutos e ONGs liberais todos financiados desde EUA. Eles são OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS pelo adestramento das massas de liberalóides que "pensam que pensam" por si próprios enquanto estão obedecendo os comandos pavlovianos dados pelos seus mestres.

NÃO! APENAS UMA ESPETACULAR, FABULOSA E IMPROBABILISISMA COINCIDÊNCIA!!!

Desde o começo de 2015 estou dizendo que o Petrolão, cujas evidências foram "descobertas", para não dizer forjadas, pela CIA, JAMAIS teve qualquer outro objetivo a não ser viabilizar a privatização da Petrobras e por tabela das demais estatais brasileiras, entregando nossas riquezas naturais e nossa soberania nacional ao poder das oligarquias plutocráticas dos EUA.

Escândalo após escândalo, apoio massivo dos mesmos órgãos de mídia que sempre defenderam o privatismo, juiz "heróico" com ligações com a CIA, coxinhas desfilando nas ruas "contra a corrupção", articulação liberal no congresso e enfim golpe Impeachment de um governo que pode ter sido uma verdadeira desgraça, mas ainda resistia em cooperar com o esquema corruptor em toda a sua plenitude.

Veio a aprovação do infame PL 131/2015, que sacramentou a entrega de grande parte de nosso pré-sal às mesmíssimas petroleiras norte americanas antes preteridas no governo Lula 6, incapazes de concorrer com as estatais sem apelar à pilhagem de patrimônio nacional de países alheios 7. E consumada a posse de Michel Temer na presidência da república, logo após a cortina de fumaça da completamente irrelevante MP 726 de reorganização de ministérios que jogou boa parte da sociedade em lamúrias e discussões completamente inúteis, eis que finalmente veio a MP 727 revelando O VERDADEIRO PROPÓSITO de tudo o que aconteceu: Ressuscitar a maldita 9491/97 de FHC e PRIVATIZAR TUDO COM DINHEIRO PÚBLICO!

Ou seja, os cofres públicos, via BNDES, PAGAM PARA O SETOR PRIVADO levar de graça as estatais. Que depois fingem que devolvem o dinheiro emprestado enquanto roubam ainda mais por outros meios, tal como a VALE, que hoje é a maior sonegadora de impostos do país devendo quase R$ 42 BILHÕES. O que é 12 VEZES o que a privataria fingiu que pagou.

E o plano, pelo jeito, teve que ser apressado, pois diferente da ocasião anterior onde houve um alívio de alguns anos entre o auge da sanha privatista e a consequente e inevitável recessão econômica, desemprego massivo, alta do dólar e multiplicação das dívidas Externa e Interna, agora, a julgar pelo exemplo argentino, parece que a política privateira não está conseguindo criar a ilusão de progresso e crescimento nem sequer por um trimestre.

Afora isso, praticamente tudo o que andei dizendo há anos sobre como funciona o sistema de manipulação massivo que corrompe a Esquerda via Liberalismo Social e a Direita via Liberalismo Econômico está se manifestando de forma explícita. Pelo jeito, prever os rumos macroeconômicos e geopolíticos com anos de antecedência é mais fácil do que eu pensava. Basta se recusar a ser feito de idiota pela canalhice de nossos corruptores travestidos de formadores de opinião.

Mas como ensinaram tanto Platão há 2.300 anos na Alegoria da Caverna, quanto Samuel Clemens há pouco mais de um século, ou o filme The Matrix em 1999, poucos se atrevem a desafiar o engodo e a ilusão, e muitos lutarão obstinadamente para se manter cativos de uma teia de mentiras que os mantém confortáveis, reagindo ferozmente contra os que ousem tentar demovê-los não apenas do engano a que estão submetidos, mas do próprio auto engano que se esforçam para manter.

Marcus Valerio XR


1. Os textos são, pela ordem de publicação, os posts de 23 de Fevereiro e de 19 de Março de 2015, e os de 17 de Fevereiro e de 22 de Maio de 2016. Todos são públicos e estão disponíveis, além do Facebook, tambem em meu site xr.pro.br pela lista de periódicos organizados por meses.

2. Alguns vídeos até mesmo tecem teorias a respeito da previsão de uma futura invasão norte americana à Venezuela, a exemplo de Avatar predice la invasión a Venezuela y derrocamiento de Chavez e de Avatar y la guerra en Venezuela, que chega a interpretar todo o filme como uma alegoria dessa vindoura guerra.

3. Comentei sobre isso em furioso post de 22 de Agosto de 2015. Também sobre Neoliberalismo e Feminismo serem crias dos mesmos autores comentei em 23 de Novembro de 2014. E mais especificamente sobre o Consenso de Washington recomendo o ótimo texto Os Chicago-Boys e suas Obtusas Mentes Colonizadas, de Nelson Werneck.

4. Outro texto particularemente interessante do mesmo autor é A luta é de vida ou morte; porque Lula é Brics, que também possui uma versão narrada em vídeo.

5. Segundo alguns, Henry Kissinger, a eminência parda que definiu os rumos da política externa norte americana no pós segunda guerra, teria dito "Não Permitiremos um Novo Japão ao Sul do Equador", informação também feita no texto Malditos Brasileiros, de Milton Severiano da Revista Caros Amigos. No entanto devo frisar que não consegui confirmar a veracidade da informação. Interessante ver também abordagem similar no texto Lavajato quer tirar Brasil do BRICS e CELAC, que narra, entre outras coisas de alta relevância um episódio da visita de Henry Kissinger ao Brasil em 1976, onde foi confrontado pelo General Presidente Ernesto Geisel. Não se pode negar que os militares da última ditadura tinham um viés nacionalista, por mais distorcido que fosse. O maior problema, nesse sentido, era o viés entreguista total da contraparte civil que apoiava a ditadura.

6. Conforme meu post de 25 de Fevereiro 2016 onde frisei que tinha avisado exatamente isso em 19 de Março de 2015, deixo registrado também aqui a lista dos VENDE-PÁTRIA! Senadores que votaram a favor do PL 131/15 entregando reservas do Pré-Sal e patrimônio da Petrobrás para as petrolíferas norte americanas: Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Álvaro Dias (PV-PR), Ana Amélia (PP-RS), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Ataídes Oliveira (PSDB-TO), Blairo Maggi (PR-MT), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Ciro Nogueira (PP-PI), Dalirio Beber (PSDB-SC), Dário Berger (PMDB-SC), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Fernando Coelho (PSB-PE), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Gladion Cameli (PP-AC), Hélio José (PMB-DF), Ivo Cassol (PP-RO), José Agripino (DEM-RN), José Maranhão (PMDB-PB), José Medeiros (PPS-MT), José Serra (PSDB-SP), Lúcia Vânia (PSB-GO), Magno Malta (PR-ES), Marta Suplicy (PMDB-SP), Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Paulo Bauer (PSDB-SC), Raimundo Lira (PMDB-PB), Ricardo Franco (DEM-SE), Roberto Rocha (PSB-MA), Romero Jucá (PMDB-RR), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Sandra Braga (PMDB-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Valdir Raupp (PMDB-RO), Vicentino Alves (PR-TO), Waldemir Moka (PMDB-MS), Wellington Fagundes (PR-MT).

7. Estas novas 7 irmãs e as 4 grandes empresas privadas supracitadas fazem parte das 25 maiores em produção, como se segue abaixo, com dados em Milhões de Barris por dia de 2012, segundo a revista Forbes. Sendo de 4 anos atrás, esses dados são até mais adequados para a percepção daquele momento em especial.

01. Saudi Aramco 12.5
02. Gazprom (Rússia) 9.7
03. National Irania 6.4
04. ExxonMobil (EUA) 5.3 Privada
05. Petro China 4.4
06. BP (Inglaterra) 4.1 Privada
07. Shell 3.9 Privada
08. Pemex (Mexico) 3.6
09. Chevron (EUA) 3.5 Privada
10. Kuwait Petro Co 3.2
11. Abu Dhabi Oil 2.9
12. Sonatrach (Algeria) 2.7
13. Total (França) 2.7 Privada
14. Petrobras 2.6
15. Rosneft (Russia) 2.6
16. Iraqi Oil Ministry 2.3
17. Qatar Petro 2.3
18. Lukoil (Russia) 2.2 Privada
19. Eni (Italia) 2.2 Privada
20. Statoil (Noruega) 2.1
21. ConocoPhillips (EUA) 2.0 Privada
22. PDVSA (Venezuela) 1.9
23. Sinopec (China) 1.6
24. Nigerian National 1.4
25. Petronas (Malásia) 1.4

Esse não é o único fator a determinar o tamanho e valor de uma empresa petrolífera, há que se considerar também a produção de gás natural, o tamanho das reservas, a infraestrutura e uma série de fatores. Mas o ponto relevante é que apenas 8 são privadas. Exxon-Mobil, Chevron, BP e Shell se destacam mais pela infraestrutura de distribuição e refino, que no entanto depende totalmente da produção bruta, explorando petróleo sob concessões em diversas partes do mundo, e evidentemente podendo perdê-las a qualquer momento. Sua única chance de se manterem competitivas e crescerem é ter maior e mais livre acesso a reservas que estão sob controle de nações soberanas, nem que para isso seja necessário usar todo aparato de guerra não-convencional, lembrando que ExxonMobil e Chevron descendentes da mesma Standard Oil, que em parte também foi incorporada pela BP, são os inventores do truste e das técnicas de ocultamento, controlando remotamente uma infinidade de empresas, fundações, bancos e organizações, e tem mais poder do que qualquer politico norte americano jamais poderá ter, presidente incluso. Reza a lenda que Nelson Rockefeller, que fora prefeito de Nova Iorque, ao manifestar disposição para concorrer a presidência foi repreendido por seus familiares, segundo os quais não era digno de um Rockefeller fazer os serviço de seus empregados.

Marcus Valerio XR

Compilação de
Fevereiro de 2015
a
Julho de 2016

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