Atacando uma Ficção
4.773 Caracteres
A acusação de que mulheres recebem menos remuneração do que homens pelo mesmo serviço, sob as mesmas condições e com as mesmas qualificações, possui uma característica única dentre as alegações feministas.
Por mais que se exagere em estatísticas de estupro ou casos de violência doméstica, é fato de que existem mulheres vitimadas, mas no caso da diferença de remuneração, o Gender Gap (lacuna de gênero) não oferece um único exemplo factual. Como disse Hélio Schwarztman, as estatísticas não se traduzem em casos concretos. O Gender Gap é totalmente fictício!
As "evidências" que querem dar sustentação a esse mito o fazem omitindo ao menos um critério que explique que a diferença se dá por um fator específico. Omissão que curiosamente nunca ocorre quando as estatísticas mostram o contrário, como as mulheres que ganham mais na construção civil, ou nas demais 7 profissões onde mulheres ganham mais que homens.
Seria crível a alegação de que as vítimas desta discriminação sentiriam constrangimento em se expor? Ainda mais lembrando que situações muito mais vergonhosas como ser vítima de estupro ou cometer um aborto possuem vários exemplos assumidos e depoimentos públicos?
Porque então os empregadores não prefeririam sempre contratar mulheres se podem pagar menos pelo mesmo serviço?
E é fácil entender porque jamais se vê um exemplo dessa alegação, pois embora evidentemente deva haver um ou outro caso, de certo se dará por um erro, e no momento em que for apontado o empregador de imediato irá corrigi-lo. Se não, a requerente irá entrar na justiça e provavelmente sequer chegará num julgamento de primeira instância, pois o empregador, sabendo da derrota certa, preferirá oferecer um acordo vantajoso.
Esse simples fato não impede que feministas espalhem aos 4 ventos a terrível injustiça dessa discriminação perfeitamente inexistente, e talvez isso se dê por uma abordagem sofismática que entendo como, na iminência de uma fraqueza que possa ser explorada por um adversário, atacar primeiro proclamando a absoluta inversão da realidade, o que sempre parecerá deixar a afirmação oposta na defensiva.
Essa realidade é que na verdade ocorre frequentemente de mulheres ganharem a mesma remuneração trabalhando menos que um homem no mesmo cargo, função e sob mesmas características e qualificações. Em cargos que exijam esforço físico isso é mais perceptível, em especial no funcionalismo público. Como qualquer discriminação por gênero é por lei proibida mesmo em funções essencialmente físicas, sempre é possível que mulheres assumam cargos para os quais não tem a mesma capacidade, até porque mesmo no caso de provas físicas, elas tem o benefício de poder ter desempenho oficialmente inferior (como 3 flexões na barra para homens e apenas sustentação estática para mulheres). E caso a avaliação insista em ser igualitária, elas podem apelar à justiça para garantir que o princípio da igualdade lhes dê tratamento privilegiado, quer seja num cargo superior de alta remuneração, ou num de nível médio ou primário de remuneração baixa. (Tratamento privilegiado a mulheres, no entanto, pode ocorrer mesmo em cargos que não envolvam força física e mesmo em quesitos onde elas já tem vantagem natural! Como o tempo de vida.)
Assim, à exceção de raros casos de mulheres excepcionalmente fortes, não irão realizar as mesmas atividades.
Como exemplo, a minha própria profissão. Trabalho em um cargo técnico de tratamento de água, que embora na maior parte do tempo envolva análises químicas de laboratório e controle remoto de maquinários, ocasionalmente exige algum esforço físico, como abrir e fechar registros que em alguns casos podem ter mais e um metro de diâmetro, exigir uma centena de voltas e muitas vezes três ou mais homens para serem manobrados. Isso costuma ocorrer em geral em ocasiões de queda de energia ou algum mal funcionamento na automação.
Evidentemente, nesses casos as funcionárias, que são minoria, raramente participam, havendo até mesmo casos de homens de outras funções, inclusive engenheiros e administradores, que precisam ajudar para solucionar o problema. Esse, e outros exemplos, não impede no entanto que as mulheres nesse cargo ganhem a mesmíssima remuneração. Frequentemente o trabalho é dividido mantendo elas nas funções leves, laboratório e operação automática, e os homens nas funções regulares mais pesadas, que em certos casos os expõe as situações perigosas ou insalubres, como lidar com dispositivos elétricos de alta tensão ou produtos químicos potencialmente nocivos, como fluossilicato de sódio, ou mesmo letais, como cloro gasoso. (Pessoalmente já passei por uma situação de emergência de vazamento de cloro, capaz de matar imediatamente numa única inspiração, que exigiu o uso de máscaras com tanque de oxigênio e uma ação imediata para impedir que a substância se espalhasse matando tudo num raio de centenas de metros.)
Não é por outro motivo que 95% dos mortos em acidentes de trabalho sejam homens, o que não impede que mulheres tenham cada vez mais adentrado a construção civil com remuneração média superior à masculina, e é claro, sem jamais se expor aos mesmos riscos.
O mais interessante nisso tudo é que nunca ouvi falar de um único caso onde um homem tenha reclamado. Eles fazem espontaneamente esse esforço adicional em favor das mulheres de bom grado, lidando com suas colegas de trabalho como lidariam com mulheres de sua família, em clima de nítida camaradagem. Diante disso, não surpreende que ocasionalmente essas colegas lhes façam agrados perfeitamente espontâneos e amigáveis, como preparar o café ou trazer de casa alguns quitutes.
O que, em cabeça de feminista é, claro, opressão patriarcal.
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