Entendendo a
MISANDRIA
5.531 Caracteres
Muito se tem falado sobre esse “novo” termo que já começa a ganhar atenção da mídia, mas curiosamente, mesmo no
A Voice for Men - BRASIL, onde aparece no moto conceitual do site, tem-se feito pouco esforço para examiná-lo. Portanto vamos suprir essa carência e tentar estabelecer algumas reflexões iniciais.
Vamos pular a tradicional parte etimológica, que já está sendo feita em wikis on line, e passar para uma reflexão mais ostensiva.
Ao que tudo indica, podemos distinguir alguns tipos de Misandria.
BANALIZAÇÃO
Embora em média mais de 53% dos nascidos sejam meninos, nas idades mais avançadas a quantidade de mulheres chega a superar a de homens em até 4 para 1. E não se trata de uma mera vantagem biológica intrínseca.
Assim, a forma primordial de misandria, base de todas as demais e que existe desde sempre sendo característica indelével da espécie humana, é no sentido de um tradicional menosprezo pela vida masculina.
Há motivos biológicos que são reforçados culturalmente, uma vez que a mortalidade de machos é sempre maior que a de fêmeas, e na espécie humana não é diferente. Sendo os protetores da espécie, expostos aos maiores perigos, pressionados para a competitividade intrassexual mais agressiva, é historicamente aceito como fato normal os índices de mortes e violência contra homens serem muito maiores.
Ademais, intuitivamente é evidente que para efeito de continuidade da espécie e potencial reprodutivo a vida masculina vale menos, visto que poucos machos podem fecundar várias fêmeas, garantindo a perpetuação, enquanto a morte de uma única fêmea causa um impacto direto no potencial vegetativo de uma população.
Temos então uma misandria estrutural perpétua em nossa cultura. A humanidade jamais se importou em enviar milhares de homens para a morte certa em guerras, mas jamais faria algo similar com mulheres. Deixar que elas morram nas mesmas proporções usuais que eles seria um suicídio demográfico.
Curiosamente, o advento do Feminismo, em especial de Segunda Onda, pode ser um dos maiores responsáveis para, indiretamente, despertar uma consciência maior sobre isso. Visto que o que antes era apenas um fato bruto começa a se tornar incômodo pelo fato de feministas começarem a dizer o absoluto contrário. Que na verdade a sociedade não se importa com as mulheres!
É até mesmo uma das razões da insistência no ESTUPRISMO (doutrina da
Cultura do Estupro), visto que cedo ou tarde a percepção de que mulheres NÃO são as vítimas preferênciais de violência e extermínio não poderá ser evitada. Conscientemente ou não, feministas já se esforçam para que o estupro seja considerado algo pior que o assassinato, visto que as mulheres são SIM as vítimas preferenciais de estupro.
RIDICULARIZAÇÃO
Um segunda forma de misandria é aquela que, pela mesma via do desprezo, prefere achar graça no sofrimento masculino. É largamente presente na mídia a noção de que violência contra homens, principalmente se praticada por mulheres, não é apenas aceita mas muitas vezes engraçada, o que jamais acontece quando praticada contra mulheres.
Não é preciso se alongar mais sobre isso porque o mesmo tem sido exaustivamente demonstrado além de qualquer dúvida por alguns vídeos que tem se popularizado.
EROTIZAÇÃO
Mas é interessante também observar que existe uma exploração misândrica, e também misógina, que pode ser justificada ou mesmo desejada por um componente fetichista. É fato que muitos homens se excitam com a violência feminina, e não são poucas as evidências de um universo de fantasias sexuais violentas.
Violência erótica também tem mulheres como alvo, em especial na pornografia japonesa estilo hentai. Em contraste, temos a ridicularização da violência contra homens e meninos especialmente no gênero Harem. Enquanto no primeiro tem-se uma exploração maciça do estrupro contra mulheres e meninas muitas vezes cometida por monstros, no segundo temos uma constante humilhação e agressão física contra meninos e rapazes por grupos de mulheres, com especial foco no desprezo pelo seu impulso sexual, que é motivo de chacota e justificativa de violência, mesmo que se manifeste num relance visual totalmente acidental.
Essas formas de exploração não são simétricas. Há uma distinção fundamental que é o fato da produção erótica e pornográfica ser esmagadoramente criada por, e para homens. Se estas retratam mulheres como vítimas, é compreensível que seja vista de forma misógina, visto que a realização de uma fantasia que tem o outro como vítima pode ser obtida sem o consentimento desta, sendo então violência real e totalmente indesejada por uma parte.
Mas a fantasia de violência que tem a si próprio como vítima jamais poderia ser realizada sem o consentimento explícito da outra parte, o que a torna aparentemente menos reprovável do ponto de vista social.
Dois problemas emergem disto. Primeiro, a dificuldade de distinguir quando uma misandria simbólica se dá pelos motivos anteriores (banalização ou ridicularização) ou por uma erotização, o que contribui para sua justificação e sua invisibilidade. Segundo, porque o exercício constante da fantasia de vítima pode despertar ou banalizar a de agressor, no caso, agressora, gerando até mesmo genuína confusão entre uma disposição erótica que supõe-se será agradável ao outro, e uma que só pode gerar sofrimento.
Por fim, O ÓDIO
Mas o tipo mais recente e preocupante de misandria é justo aquela que parte do princípio de que as anteriores não existem, e que acredita no discurso feminista da perpétua opressão dos homens sobre as mulheres e no absurdo de que elas sejam vítimas maiores da violência e do homicídio.
Apesar de haver mentes má intencionadas que, sabendo da absoluta inverdade desta noção, instigam deliberadamente o ódio em suas militantes, existe uma maioria de genuínas ignorâncias que realmente acreditam nessa inversão completa da realidade, e para quem tem a visão de mundo tão sinceramente deturpada assim, e até compreensível que queira revidar na mesma moeda.
Esta é a novidade crescente das últimas décadas. Uma misandria que não é só desprezo, ridicularização ou erotização, embora possa envolver tudo isso. É ódio ativo. Desejo de androcídio, sociopatia perigosa que tem crescido quanto mais absurdas se revelam as teses do Feminismo Androfóbico, que não se resume apenas aos explícitos Feminismo Separatista e Lesbianismo Político. Não se revelam apenas nos esdrúxulos SCUM Manifesto ou em obscuros blogs ou páginas de facebook de declarado ódio ao gênero masculino.
Mas que está mesmo presente na maior parte das vertentes do feminismo político atual.
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