HIPERGAMIA III
HIPERGAMIA IV
HIPERGAMIA V

ATRAÇÃO SUBLIMADA

O FASCÍNIO FEMININO TRANSFORMADO

1 "A sublimação do instinto constitui um aspecto particularmente evidente do desenvolvimento cultural; é ela que torna possível às atividades psíquicas superiores, científicas, artísticas ou ideológicas, o desempenho de um papel tão importante na vida civilizada." Sigmund Freud

2 "A sublimação é universalmente aceita como o melhor dos métodos de transformação dos instintos. Ela ajuda a direcionar instintos e emoções em usos criativos e socialmente aceitos, enquanto mantém sua origem natural ativa e forte." Ram Nath Sharma & Rajendra Kumar Sharma

3 "Pois seguindo inteiramente a orientação da luxúria, à maneira dos tolos, o homem perde sua energia intelectual..." Moisés Maimônides

Por azar ou sorte, quis a natureza que homens e mulheres tivessem igualdade numérica, mas à custa de enorme desigualdade nos papéis reprodutivos. Nunca é demais frisar que elas se encarregam de mais de 99% do ônus da reprodução, e assim, durante quase toda a história, passaram praticamente toda sua vida completamente ocupadas com a perpetuação da espécie, quer seja como reprodutoras diretas, ou indiretamente auxiliando as reprodutoras quando sua fertilidade se encerrava. Situação que só viria a mudar muito tardiamente.

Uma mulher fértil geraria no máximo uns 400 óvulos ao longo da vida, mas engravidando sequencialmente participará de no máximo umas 40 gestações. Mesmo que tenha muitos gêmeos, é dificílimo que uma mulher chegue a gerar sequer 70 descendentes em toda sua existência. 4

Um homem, por outro lado, poderia gerar, se tivesse chance, uns 10 MIL!

Mas eles não têm tal chance. Em relação à sua capacidade reprodutiva, existem em número excessivo. Mesmo que fossem 100 vezes menos numerosos, conseguiriam engravidar todas as mulheres com folga, ainda que com evidente perda de qualidade genética, visto que é a competição que força a seleção natural.

Em todas as espécies, esse excesso não aproveitado de capacidade reprodutiva explica grande parte da violência, mas na espécie humana há também um resultado positivo, literalmente, Sublime! Não podendo aplicar toda a sua força e existência apenas em se reproduzir, os homens puderam não apenas desperdiçar essa força de outras formas inócuas ou destrutivas, mas também canalizando seus instintos primários em formas mais elevadas, convertendo-os em modalidades mentais mais complexas.

E o mesmo aconteceu com as mulheres, mas em proporção muitíssimo menor, pois em praticamente toda parte as culturas evoluíram obedecendo rigidamente as exigências biológicas. Só mesmo nos últimos séculos, no mundo ocidental, a emancipação feminina removeu de forma radical o encargo reprodutivo das mulheres, permitindo-as aplicar suas energias em outras formas de realização.

No entanto, se os homens têm sublimado grande parte de sua libido há dezenas de milhares de anos, parece que as mulheres, mesmo agora e mesmo as mais autônomas e liberais, tem sublimado sua libido em quantidade significativamente menor.

SUBLIMAÇÃO E CIVILIZAÇÃO

É interessante notar que se os homens são dirigidos por pulsões poligâmicas, e as mulheres por pulsões hipergâmicas, uma civilização tida como androcêntrica curiosamente parece ter beneficiado as mulheres, pois enquanto a poligamia foi reprimida e até criminalizada, nada comparável foi feito contra a Hipergamia. As mulheres continuam sendo plenamente justificadas em seus impulsos para obter o melhor parceiro possível, enquanto os homens, há mais de mil anos têm sido mais e mais recriminados em seus impulsos para ter várias mulheres. Em nossa civilização ocidental.

Mais uma vez, é a força dos Betas. Não sendo conquistadores sexuais, eles se beneficiam da monogamia, que gera uma reserva sempre acessível de mulheres, mesmo competindo entre si num nível mais sofisticado, e que torna socialmente aceitável que os homens mais bem sucedidos tenham as mulheres mais bonitas. Assim, a manutenção da hipergamia feminina também fez sentido, e é um incentivo à excelência masculina. Um instinto sempre é visto como benéfico quando serve a um propósito evolutivo sustentável mesmo numa sociedade complexa.

Como durante a maior parte da história os homens dominaram as riquezas, então a hipergamia serviu como a mais efetiva forma de ascensão social e minimização da desigualdade. Em qualquer contexto, enquanto uma parte for mais rica que a outra, justificará que esta outra desenvolva meios de acessar e compartilhar essa riqueza.

Mas como vemos, se tudo continuar correndo como o esperado, a tendência é que o abismo sócio econômico entre homens e mulheres no mínimo seja neutralizado, podendo até se inverter. Em diversos contextos, isso já ocorre. As mulheres já são maioria em universidades, e sua proporção em diversos setores da economia vem crescendo. Sendo menos propensas a criminalidade (lembrando que na maioria das vezes em que se envolvem no crime o fazem para acompanhar seus parceiros), bem como mais propensas a responsabilidade, não é de se espantar que tenham progredido tanto. 5

Como vimos, porém, esse progresso material tem sido acompanhado de uma nítida degeneração nas estruturas familiares e até mesmo na satisfação feminina, como apontam diversas pesquisas sobre felicidade e realização pessoal, e sobretudo o aumento do consumo de anti depressivos, em sintonia com o fato de que Depressão promete ser o maior mal do século XXI.

Como argumentado, o principal motivo está na dificuldade da criação de famílias estáveis gerada, principalmente, por uma predisposição instintiva culturalmente sacramentada que causa escassez de parceiros para as mulheres bem sucedidas, seguindo seus critérios de exigência. Desistindo de relacionamentos estáveis, tendem a apelar para relacionamentos casuais. Com a decadência da monogamia, que invariavelmente leva ao casamento, também decadente, a Hipergamia deixa de cumprir seu papel de ascensão e redução da desigualdade social e passa a agir contra a estabilidade social.

Já nas famílias de baixa renda a Hipergamia se direciona em outros sentidos. A falta de instrução tende a levar muitas mulheres a literalmente preferirem os piores tipos, desprezando muitos homens estudiosos, esforçados e promissores que sublimaram a maior parte de sua libido em sentido produtivo, e preferindo se envolver com os que deixam seus instintos aflorar extensivamente, em impulsos poligâmicos, a figura do cafajeste, ou mesmo em práticas criminais. Indivíduos assim são muito hábeis em envolver mulheres jovens e frequentemente engravidá-las, mas praticamente nunca assumem os filhos.

Curiosamente, nesse nível essa pulsão hipergâmica também tem sua "lógica", visto que se envolver com os típicos "demarcadores de território" é de fato um método razoável de aumentar as chances de segurança e sobrevivência, embora essas vantagens quase sempre sejam breves e não raro se invertam. Como o Estado é sempre mais ausente para as classes mais pobres, em nossas favelas por exemplo, muitas mulheres podem estar mais protegidas pertencendo a um traficante do que se envolvendo com homens que, mesmo sendo honestos e decentes, não podem protegê-las. Os resultados invariavelmente são os que vimos em Atração Fatal.

Mas por sorte, a humanidade tem uma grande capacidade de metamorfose, enfocando seus interesses em outras de suas características naturais. Sempre existiram pessoas que direcionaram suas preferências em direções distintas, e a própria valorização da fidelidade já um sinal nítido de resistência contra instintos primários.

Num cenário ideal, não bastaria reduzir a propensão hipergâmica feminina, mas também a poligâmica masculina, visto que no nível instintivo elas são complementares. Futuro mais promissor seria aquele onde, após o casamento, as mulheres, investidas de poder na sociedade, não mais se preocupassem em estar sempre à sombra material de um homem, e onde os homens tivessem uma capacidade maior de manter o amor por suas parceiras e resistir à tentação da infidelidade sexual.

A maioria dos homens, em algum grau, já sublimou a maior parte de sua pulsão sexual. São poucos os Alfas puros que ainda podem se dar ao "luxo" de viver exclusivamente para se reproduzir. Essa sublimação, convertendo essa pulsão instintiva em energia criativa, É A FORÇA FUNDAMENTAL DA CIVILIZAÇÃO! E é exatamente por isso que os homens têm dominado todos os campos da produção de conteúdo ao longo da história.

Não é por serem naturalmente mais inteligentes, mas sim por terem sido dispensados de 99% da responsabilidade reprodutiva ao mesmo tempo que a natureza os colocou em quantidade equivalente de mulheres, causando inevitável competição. Sendo impossível satisfazer plenamente seus impulsos sexuais, só resta descarregá-los na forma de violência, ou sublimá-los, produzindo arte, mística, ciência e todas as maravilhas da cultura.

Historicamente, porém, as mulheres ainda se mantiveram predominantemente incumbidas de suas funções reprodutivas, e seus instintos hipergâmicos colaboraram para garantir e fortalecer suas descendências num mundo onde elas estavam reduzidas a reprodutoras.

Agora, na plena era da emancipação feminina, as coisas mudaram, elas estão assumindo a civilização, felizmente, prometendo evitar que as insistentes pulsões masculinas se utilizem dos mais avançados resultados técnicos da sublimação em processos de destruição maciça da humanidade e do planeta. Mas se quiserem garantir essa posição, e realmente eliminar essa desigualdade na produção de conteúdo civilizacional, também tem que sublimar seus instintos num nível equivalente, caso contrário, essa energia criativa ficará presa em pulsões instintivas que sequer são mais viáveis.

Até o momento, os homens ainda mantêm a dianteira na produção cultural mesmo em contextos onde a produção material já começa a pesar mais nas mãos das mulheres. Como explicar que mesmo sendo maioria nas universidades, por exemplo, a maior parte da produção intelectual e artística ainda seja dominada pela parte masculina?

Simples. As mulheres ainda não sublimaram sua Hipergamia suficientemente. Quando o fizerem, é possível que assumam a vanguarda de toda produção cultural.

CONDENSAÇÃO RETROATIVA

A balança jurídica de gêneros na civilização ocidental já pendeu à favor das mulheres, para compensar o desfavorecimento histórico, mas ainda resta implementar a equivalência factualmente em toda a sociedade, e ainda estamos longe de conseguir estendê-la à outras civilizações.

Altamente provável que um mundo sob controle feminino seja mais seguro e mais feliz, mas isso não passará de quimera se algumas contradições não forem enfrentadas, e o desconhecido, se não deliberadamente omitido, problema da Hipergamia é uma delas. Em especial devido a seu potencial para reduzir a sustentação populacional, pois com maior dificuldade para se casar ou ter filhos a tendência é uma redução natural da população, até chegarmos a situações como a da Suécia, país onde o feminismo obteve suas maiores vitórias.

De que adianta atingir um nível social avançado, de alta qualidade de vida, para depois definhar populacionalmente a ponto de depender de imigração para não entrar em processo de extinção? Dos menos de 10 milhões de habitantes, 15% da população sueca é estrangeira! E assim como em muitos outros países da elite do bem estar social do mundo, estão sendo literalmente invadidos pelos muçulmanos, cuja população, por outro lado, não para de crescer!

De que adianta a vitória ideológica, política e econômica, para depois sofrer a derrota bio populacional?

Se ao menos isso estivesse acompanhado de uma proporcional elevação na produção cultural feminina, haveria compensação, mas nem mesmo na Suécia as mulheres superaram os homens na produção de artes e saberes. A que se deve isso?

Ao invés de cairmos no simplismo do preconceito de gênero assumindo que mulheres sejam menos inteligentes, mais explicativo é notar que jamais um ser humano faz o que quer que seja sem Vontade, e essa vontade é abastecida pelas mesmas pulsões que abastecem todos os outros impulsos humanos. A canalização das forças instintivas para a realização de capacidades superiores é vital para abastecer a Vontade. É o redirecionamento das poderosissímas pulsões sexuais, jamais plenamente satisfeitas, que faz com que, principalmente os homens, consigam ser tão dedicados a outras coisas.

Que homem poderia desenvolver qualquer habilidade específica se pudesse satisfazer seus impulsos sexuais plenamente? Se estivesse integralmente ocupado em copular com infindáveis e belíssimas mulheres, homem algum seria artista, místico, filósofo ou cientista!

Por outro lado, embora as mulheres também não possam satisfazer plenamente seus impulsos, elas já possuem a natural sublimação da Maternidade, não sendo a toa que são muitíssimo bem sucedidas em levar adiante a espécie que sofre da maior e mais prolongada vulnerabilidade na infância. Considerando a extrema fragilidade e dependência dos bebês humanos, e a hostilidade do mundo natural, não é por outro motivo que sobrevivemos à história.

Porém, já há sinais que a Sublimação Feminina tem aumentado, pois toda a cultura humana pode ser resumida em 4 grandes campos, pela ordem: Arte, Mística, Filosofia e Ciência, e nas duas primeiras, que frequentemente se confundem, as mulheres tem avançado grandemente, já começando também a se fazer presentes nas demais.

Sendo a arte o primeiro sintoma de sublimação avançada, era de se esperar que os impulsos instintivos começassem a ser canalizados nela, e sendo essa canalização inicial sempre muito parecida com a fonte de origem, não é de se estranhar que a literatura romântica e fantástica tenha simplesmente explodido nos últimos anos pelas mãos femininas. Bem como também não se deve estranhar que elementos místicos tenham se manifestado na forma de novas religiões neo pagãs, largamente frequentadas por mulheres, bem como em sua adesão espontânea em massa à religiosidade tradicional, ainda que esta última termine por cobrar um preço em reacionarismo.

Uma das sublimações mais fundamentais para fortalecer a espécie humana é a que converte a mera pulsão sexual em amor romântico. Com ela, as pessoas podem abrir mão de seus impulsos de copular ostensivamente e canalizar toda essa energia numa única outra pessoa, convertendo a potência promíscua em uma forma de sentimento superior.

É preocupante que essa modalidade de sentimento, o amor capaz de sustentar uma união indefinidamente e até reprimir a propensão a infidelidade, esteja ameaçada por uma nova cultura que tem cada vez mais pregado a falta de comprometimento e a sexualidade irresponsável.

Por isso, há de se observar se não apenas tem havido pouca sublimação, mas se não tem mesmo ocorrido, ao contrário, uma "condensação" de potencialidades superiores de volta aos instintos mais primários.

RECAPITULANDO

No ocidente, a maioria das pessoas hoje assume o consenso de que é melhor casar o mais tarde possível, aproveitar o máximo a juventude tanto para aventuras sexuais e diversão em geral, quanto para acumular o máximo de ganhos antes de se aventurar na construção de uma nova família.

Para efeito de casamento, isso gera uma dificuldade especialmente para as mulheres, pois ao longo dessa juventude elas aproveitam para ascender economicamente, e aproveitar relacionamentos descompromissados. A carreira tende a vir em primeiro lugar. Mas a base biológica não tarda a cobrar seu preço, e assim que as necessidades sentimentais por um parceiro estável ou filhos começam a se impor, é frequente que a maior parte da juventude já tenha passado.

Por outro lado, elas costumam estar mais preparadas financeiramente e bem posicionadas profissionalmente, mas para efeito de compromisso, os homens frequentemente minimizam essas vantagens, ainda dando preferência a aparência física. Por parte das mulheres a situação é drasticamente agravada pelo nível de exigência, sempre acima delas.

Em suma, temos o flagrante resultado de mulheres bem sucedidas mas sem descendentes. Como só uma minoria terá sucesso em casamentos hipergâmicos 6, às demais resta casamentos homo ou hipogâmicos, serem mães solteiras, ou desistirem de se reproduzir.

Falando em favor da inevitável primeira opção, mais uma vez, a hipergamia, e também a poligamia, terão que ser moderadas, caso contrário as crises conjugais emergirão das formas mais inusitadas possíveis, nunca assumindo sua verdadeira face, visto ser natural dos instintos, principalmente quando absorvidos e justificados culturalmente, que aflorem das formas mais indiretas.

A segunda opção terá sempre a questão da criação sem referência paternal, que tem sido associada a problemas como maior propensão a criminalidade e abuso de drogas. 7

A terceira levaria a nada menos que a Extinção da Humanidade, quer seja aplicada à todas as civilizações, ou apenas às mais sofisticadas, que terminarão sendo superadas pelas que ainda são guiadas por delírios religiosos e cedo ou tarde usarão seus recursos tecnológicos para realizar o que suas profecias apocalípticas pregam.

Gostaria de destacar só mais uma.

SOFRIMENTO AMOROSO

Ante o consenso de que desigualdades sociais estão na gênese da violência, deve ser bom acrescentar que além da falta de comida, abrigo, dignidade e educação, há também o problema da falta de oportunidade sexual. Num mundo monogâmico, sempre haverá disponibilidade de parceiros, mas num mundo poligâmico ou meramente promíscuo, não.

Como vimos, o homem pobre tem, na vida criminosa, uma das melhores chances de aumentar muito seu acesso às mulheres, ao mesmo tempo que aqueles que não o conseguem podem enveredar para violência devido a pulsão sexual, e sentimental, reprimida, sem ser sublimada e explodindo em modalidades ainda mais destrutivas que o crime "profissional".

Em plena era da campanha contra o Bullying, e da entrada definitiva do Brasil no rol dos países "civilizados", simbolizada pelo seu primeiro massacre numa escola, nada parece capaz de chamar atenção para o potencial absolutamente explosivo do sofrimento e rancor de ordem amorosa, principalmente o masculino, por não conseguir se relacionar bem com o sexo oposto, frequentemente passando por rejeições e humilhações deliberadas.

Nada justifica o que um assassino serial ou em massa faz. É E SEMPRE SERÁ UM MALDITO COVARDE QUE MERECEU TUDO O QUE SOFREU. Mas além daqueles que apenas desenvolvem problemas não externamente ofensivos, se estamos preocupados mesmo com a questão da saúde pública, e a prevenção de novas tragédias, ao invés de ficarmos inútil e previsivelmente administrando sintomas, deveríamos abordar as causas.

A psicologia e psiquiatria criminal não deixam dúvidas sobre a relação entre os piores tipos de criminosos e seus traumas sexuais e afetivos, sendo óbvio que a repressão e insatisfação sexo e afetiva está na gênese dessa desgraça. E MESMO ASSIM! NÃO PARECE HAVER UMA ÚNICA INICIATIVA DE SE ABORDAR ESSA QUESTÃO!

Por outro lado, o sofrimento feminino também parece ter sido acentuado para todas aquelas meninas e mulheres que não se enquadram em padrões estereotipados de beleza, que curiosamente sequer são naturais. É irônico que tantos tenham aceitado que o padrão de beleza feminino seja o mais magro possível (Padrão que curiosamente foi instituído por estilistas franceses que sequer gostam de mulher!) ao ponto de que até mesmo rapazes que sintam atração por tipos mais naturais ou mesmo moças mais gordas simplesmente não tenham coragem de assumir seu gosto, rejeitando pretendentes que aceitariam em outro contexto cultural.

Mas esse tema ao menos tem recebido alguma atenção.

A grande diferença é que raramente as mulheres direcionam suas frustrações de forma externamente destrutiva, mas sim internamente. Da mesma forma como a sexualidade feminina é direcionada para dentro (por isso a ilusão de mulheres seriam menos sexualmente dispostas), enquanto a masculina é direcionada para fora, as pulsões destrutivas femininas, resultantes de frustrações amorosas, também se voltam para o interior, na forma de depressão, bulimia, anorexia e outros transtornos, enquanto as masculinas dispensam comentários. 8

*

Nos encontramos numa encruzilhada. Podemos seguir em frente, rumo a uma civilização mais avançada, igualitária, onde as mulheres terão ainda mais poder e influência, e podem até mesmo se tornar as dirigentes da civilização. Mas além de podermos voltar atrás, a encruzilhada também nos permite trilhar caminhos divergentes, com resultados inesperados.

Esse é o tema do texto final, que se desloca para a Ficção Científica.

Qual será nosso futuro. Uma Utopia Igualitária ou uma Distopia Sexista?

Marcus Valerio XR
27 de Setembro de 2011


1. "A sublimação do instinto constitui um aspecto particularmente evidente do desenvolvimento cultural; é ela que torna possível às atividades psíquicas superiores, científicas, artísticas ou ideológicas, o desempenho de um papel tão importante na vida civilizada. Essas pessoas se tornam independentes da aquiescência de seu objeto, desviando-se de seus objetivos sexuais e transformando o instinto num impulso com uma finalidade inibida." Freud, em O Mal Estar na Civilização.

2. "Sublimation is universally accepted to be the best of all methods of transforming instincts. It helps to run instincts and emotions to socially accepted and creative uses, while they retain original natural urge and strength. For example, the sex instinct is sublimated through various kinds os plays, games, literature and art, (...)" Advanced Educational Psychology Part 6 - Insticts and Their Transformation, página 64. Este livro dos autores indianos Ram Nath Sharma e Rajendra Kumar Sharma, apresenta praticamente um "manual" de transformação de instintos para uso na educação!

3. "For by following entirely the guidance of lust, in the manner of fools, man loses his intellectual energy, injures his body, and perishes before his natural time; sighs and cares multiply; there is an increase of envy, hatred, and warfare for the purpose of taking what another possesses." Moisés Maimônides (1135-1204) Guia dos Perplexos Parte III Capitulo XXXIII. Guide for The Perplexed.

4. Aparentemente o recorde mundial seria 69, 16 pares de gêmeos, 7 trigêmeos, 4 quadrigêmeos. Como é possível até mesmo a existência de nônuplos, bem como de gestações aceleradas de apenas 6 meses, ou de uma vida reprodutiva de até 40 anos, poderíamos imaginar uma Super Mãe, certamente transgênica, que gerasse centenas de filhos. Mas nem isso se compararia com a quantidade de filhos que um homem normal poderia gerar em apenas um ano se tivesse condições ideais.

5. O Brasil é um bom exemplo nesse sentido, os seguintes textos servem como referência, mas todos ainda estão enfocando a persistente, embora cada vez menor, maioria masculina, ou o fato dos homens ainda ganharem mais. Mulheres ainda não são maioria no serviço público Faz uma abordagem curta e resumida. O Preceito de Diversidade e a Composição da Força de Trabalho no Setor Público é um texto mais abrangente e técnico, e Mulheres e homens: diferenciais de remuneração nos serviços públicos traz uma pesquisa mais detalhada. Embora foquem serviços públicos, também trazem informações sobre o setor privado, mas seu principal objetivo é demonstrar que persistem diferenças de remuneração supostamente baseadas em sexo mesmo numa área onde as regras deveriam inviabilizar isso. Há porém, como é comum nessas acusações, muitas suspeitas sobre os métodos e as conclusões apresentadas, uma vez que a questão dos adicionais de periculosidade, insalubridade e expediente noturno se aplicam a profissões esmagadoramente masculinas. Alguns textos chegam ao ponto de, mesmo reconhecendo esse fator, ao invés de o aceitarem como explicação, o colocam como parte de um problema a ser resolvido, como se esses cargos não fossem oferecidos a mulheres por preconceito de gênero! Mas que mulher deveria trabalhar em situações de risco ou que exijam força física?

6. George Clooney Effect? High-Earning Women Want Older, More Attractive Partners, Research Finds Essa curiosa pesquisa parece levar a questão a um extremo ainda maior do que eu previa.

7. Há muito material na internet sobre os malefícios da falta de uma figura paterna, mas gostaria de destacar Ausência da figura paterna ao consumo abusivo de drogas, por ser curto, sintético e bem estruturado, bem como O Pai - A Figura Paterna, também faz um resumo mais abrangente do consenso crescente entre pesquisadores da área sobre a relação entre problemas sociais e falta de uma referência familiar masculina.

8. Em parte isso também pode ser visto pelo fato de, ao contrário do mito popular, as mulheres serem emocionalmente mais fortes que os homens. Young Men More Vulnerable to Relationship Ups and Downs Than Women não é o único estudo que demonstra que a capacidade feminina, principalmente das jovens, em superar uma frustração amorosa tende a ser maior que a masculina, embora essa tendência tenda a se inverter com a idade, pelo motivo exposto graficamente ao final de Atração Imoral. Também o texto Are Women More Emotionally Intelligent Than Men?, de ninguém menos que Daniel Goleman, faz um prognóstico otimista sobre o futuro profissional feminino.


Hipergamia III
Atração Social

ENSAIOS
Hipergamia V
Atração Transhumana