AVE TERRA!
Salvem o Planeta

Quem mora num outro planeta, tudo bem, mas pra quem está neste aqui, negar que ele esteja esquentando a cada ano é simplesmente inaceitável. Em Brasília, em toda minha vida de quase 40 anos, não há quem não perceba na pele que cada vez temos ondas de calor mais intensas. Ano passado as seções de ar condicionado dos grandes supermercados da cidade, que sempre foram bem abastecidas, esgotaram-se numa velocidade recorde, e a partir de então, o que antes era um luxo dispensável às residências, começa a se tornar tão vital quanto é na região amazônica.

Duvidar que este mundo esteja esquentando não é apenas não confiar na palavra de autoridades científicas ou da grande mídia, mas é duvidar da própria experiência sensorial, racional e da boa fé das inúmeras pessoas que relatam situações similares em todos os lugares do mundo. Se eu sinto na pele esse aumento progressivo de temperatura ano após ano onde vivo, e acredito em meus conhecidos de outras cidades que me relatam a mesma coisa, como posso negar que o mesmo possa estar ocorrendo com aqueles que afirmam ver a camada de neve de suas regiões ficar menor a cada ano?

A questão é saber se o Aquecimento Global é resultado de ação humana ou natural. Muito provavelmente ambos, mas independente disso, não se pode negar que temos abusado de recursos naturais, e que contribuir para diminuir o impacto sobre o meio ambiente é no mínimo sensato para qualquer pessoa que não despreze seus descendentes.

QUEM ESTÁ EM PERIGO?

Uma coisa que sempre me incomodou em muitos discursos ambientalistas é o tom estranhamente piegas dos apelos. Como se nossa preocupação devesse ser com o Meio Ambiente em si, se tivéssemos alguma obrigação moral com os animais ou precisássemos deixar de ser filhos ingratos que maltratam a pobre Mãe-Terra.

Não parecem se dar conta de que toda a nossa existência como espécie corresponde a cerca de um 1 / 5.000 da história natural, que exterminou espécies com uma frequência, quantidade e violência com as quais só recentemente começamos a sonhar. As espécies que existem hoje, somadas às que conhecemos por evidência fóssil, são uma ninharia comparadas à quantidade das que já existiram e foram exterminadas por processos naturais. E mesmo que conseguíssemos exterminar toda a vida numa hecatombe nuclear, um ecossistema equivalente ao nosso surgiria de novo em no máximo um décimo da história natural, que ainda não está sequer na metade de seu tempo astronomicamente previsto.

O motivo pelo qual devemos preservar o meio ambiente é o simples fato de que não fazê-lo é prejuízo para nós mesmos, quer seja de ordem prática ou por pura e simples sensibilidade emocional. Somos nós que estamos em perigo, pois não temos condição alguma de sobreviver sem o planeta, que, por outro lado, pode viver com ou sem nós. Bem como temos qualidade de vida pior quanto maior for a destruição ambiental que causemos, pois ainda que esta seja insignificante do ponto e vista geológico, é totalmente significativa do nosso ponto de vista, que é o que interessa.

Preservar o meio ambiente não deve ser visto como mero ato de compaixão para com a natureza. Não pode se tratar de simples piedade, mas principalmente da sustentabilidade da nossa própria existência humana.

O QUE VOCÊ PODE FAZER?

O número de pessoas que gostariam de fazer algo para poupar recursos, ajudar na preservação e colaborar nas ações sociais ambientais é muitíssimo maior do que o número daquelas que de fato o fazem. Sendo sinceros, temos que admitir que costumamos ter preguiça de separar o lixo, andar um pouco mais para depositá-lo num local adequado ou reciclá-lo.

Mas não venho aqui dar lições moralistas fajutas em quem não tem feito nada disso, mas sim dar uma sugestão cujo trabalho exigido é simplesmente irrisório, mas que se cumprida pela maioria, COM CERTEZA aliviaria muito o impacto ecossistêmico. PARAR DE ABUSAR DE PAPEL!

Como sabemos, papéis custam árvores, água, produtos químicos e geram muito lixo. O impacto ambiental da produção de papel está entre os 5 mais significativos. Quando a informática começou a se popularizar, muitos ecólogos comemoraram pensando que o fato de termos editores digitais de texto representaria enorme economia de papel. Na realidade ocorreu o contrário. O consumo de papel aumentou, e aumenta quanto mais se dispõe de meios informáticos que poderiam dispensá-lo completamente!

Há vários motivos para isso. As vezes somos obrigados a imprimir nossos textos por questões burocráticas ou mesmo de segurança. Mas numa grande quantidade de vezes, É PURA PREGUIÇA DE LER NA TELA!

Não se pode negar que muitas vezes a impressão é inevitável, é que a versão dura tem vantagens sobre a digital. Mas a quantidade de pessoas que têm um texto perfeitamente legível na tela e só conseguem lê-lo se imprimí-lo é seguramente surpreendente. A questão é, POR QUÊ?

BRANCO NO PRETO

Isso deriva basicamente da insensatez em tratar o meio informático como se fosse papel. Ora, os computadores nos oferecem inúmeros recursos que podem otimizar a leitura na tela, mas muitas pessoas, tanto os "consumidores" quanto os "produtores" de texto continuam agindo como se a tela fosse um papel melhorado.

Primeiro, como estamos acostumados e ler em preto no branco, a grande maioria dos textos digitais se apresenta da mesma forma, embora o inverso seja bem mais recomendável, e confortável, pelo simples fato de não sobrecarregar sua visão com uma intensa luz branca que pisca à velocidade média de 70 vezes por segundo. Como a maioria das pessoas está acostumada com papel, acaba usando o mesmo esquema de luz no monitor, e ainda consideram-no mais confortável. Mas tal conforto, muito provavelmente, se dá muito mais pelo hábito do que por fatores fisiológicos. Ou seja, é psicológico! E não oftalmológico.

Com a tela escura e a letra clara, a visão recebe uma quantidade bem mais modesta de luz, o que além de causar menos fadiga, ainda economiza energia. Dê uma olhadinha no BLACKLE e veja o porquê.

Outro motivo que leva muitos a preferirem letra escura em fundo claro está relacionada a outros maus hábitos que vêm de nossa experiência com papel. Um deles é o tamanho da fonte, que num livro, jornal ou revista, evidentemente, é fixo! E letras muito pequenas realmente são mais legíveis com o preto no branco. No computador podemos variar o tamanho da fonte, mas muitas pessoas parecem se esquecer disso, se matando com letrinhas miúdas típicas de bula de remédio que alguns programadores suspeitos colocam em suas páginas.

Infelizmente, também, existem alguns designers que não apenas colocam a fonte pequena, COMO AINDA POR CIMA TRAVAM O TAMANHO! Impedindo o usuário de aumentá-la de acordo com sua preferência. Esses não são mais suspeitos, são culpados! Quem sentir necessidade de travar o tamanho da fonte, como eu mesmo faço no Livro de Visitas, ao menos que seja num tamanho GRANDE!

Para completar, muitos aderiram em massa àquela que, para mim, foi uma das piores idéias do mundo da informática! Os PDFs! Um sistema que eleva a "papelarização" do texto digital a um nível insuportável. Você pode até ajustar o tamanho do texto, mas tudo ficará grande ao mesmo tempo, muitas vezes te obrigando a rolar as páginas não só na vertical, como também na horizontal! Enquanto isso, um HTML bem feito ajustará o número de letras por linha automaticamente, se adaptando a qualquer tamanho que você determinar.

MÃOS À OBRA

Portanto, deixemos de preguiça e passemos a ler os textos na tela. Como qualquer outra coisa, no começo é difícil, mas é muito mais rápido e econômico. Se por acaso a página em questão está mal formatada, com caracteres pequenos demais ou fundo confuso, você ainda pode copiar o texto para um editor ou apenas selecioná-lo.

Agora, se você se deparar com um texto que além de pequeno e ou com background confuso, ainda por cima tiver um daqueles estúpidos recursos para impedir que você o selecione, faça todo o possível para desprezar o site em questão. Quem sabota uma das maiores potencialidades do hipertexto, o "Copiar", nem merece internet. Aliás, é mais uma do PDF.

Há, é claro, uma série de desafios. Como a maioria das páginas e editores de texto usa fundo branco, costuma ser bem desagradável sair de um texto claro no escuro para um escuro no claro, e é aí mesmo é que você nota o quanto nossa cultura de usar a tela do computador como se fosse papel é equivocada, pois percebe-se claramente que o excesso de luz é não somente dispensável como de uma ofuscação cansativa.

Mas o mais importante, para quem preferir ficar no preto no branco, é mesmo se habituar a ler os textos na tela. Pra quê ficar gastando papel, tinta e energia para imprimir coisas que podem ser facilmente lidas sem nenhum custo de material, dinheiro e tempo? Acostume-se! Faça um esforço!

São poucas as atitudes que mesmo sendo tão simples, tem um grande impacto final. Tanto para o meio ambiente quanto para o seu orçamento.

Marcus Valerio XR
14 Dezembro de 2009

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Em Defesa da Humanidade