- HAAAAAAAA!!!!! |
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- O que eu vim fazer?! - Ele gritou. - Eu pretendia... Eu vim aqui quebrar a sua cara e as dessas suas larápiasinhas sem vergonhas! - Ergueu o punho. - Vim pegar as minhas coisas de volta... Inclusive as peças do meu carro... Se bem que agora, não importa mais.- E olhou para a massa em chamas que um dia fora o Dark Force. - Pense o que quiser! - Ele interrompeu a jovem. - A única coisa que eu quero é estar longe de vocês e deles quando esse... Quem quer que seja vier buscá-los de novo! Sabe-se lá com que outro robô! Ou seja lá... - Nem pense em me agradecer tá!? Se é isso que quer saber! Não quero mais nada, só vou me mandar daqui e... Quero dizer, me devolve meu sobretudo! - Apontou para Xivia que ainda vestia sua capa preta, com uma estrela verde girante nas costas. - Olha! Foi muito bom conhecer vocês tá! Mas agora... Eu já vou indo. Aqueles ZIGs escaparam, o que significa que o sujeito que enviou isso aí sabe tudo o que aconteceu. Se eu fosse vocês, me escondia nas montanhas daquela direção. - Disse apontando para o horizonte. - Lá tem muitas cavernas, é mais difícil encontrar vocês pelo alto. Boa sorte! E tchau! Já perdi meu carro e não quero perder a vida! |
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Nesse interim, na sala de estar de uma das altas torres residenciais de ------ - Não minta para mim! Não pense em me fazer de idiota! - Eu!? Eu nem pensaria nisso minha adorada... ------ Um gesto da mulher deteve o abraço. Ela era um anjo, ou pelo menos parecia um. O rosto era de delicadeza quase infantil apesar do corpo medir mais de 2m de altura. Longos e lisos cabelos loiros escorriam por sobre um estranho vestido transparente e luminoso que cobria por completo todo o corpo, e por vezes parecia rígido como um cone radiado, e por outras flexível e leve. Porém de sua face angelical partia uma expressão irada. ------ - Eu já estou farta disso! Não vou tolerar mais suas aventurinhas... - Mas que aventuras?! ------ O rapaz, moreno, de cabelos longos, menor do que ela apesar de sua estatura elevada, ergueu os braços em sinal de protesto, detendo a companheira. Ele já devia estar acostumado a essas crises de ciúmes, já devia saber que quando ocorriam, era melhor sair de perto dela por algumas horas e esperar tudo se acalmar. Antes do dia seguinte, ele tinha certeza, ela o receberia de braços abertos novamente, mas se ficasse ali, alimentando a discussão, esta poderia se arrastar por dias. ------ Portanto tudo o que ele precisava era de um motivo para se ausentar, apesar de que ela não parecia muito disposta a isso, bastava um discreto afastamento e ela partia em seu encalço. ------ - Não fuja! Volte aqui! Escute bem... ------ Então um dos monitores da casa acusou recebimento de uma mensagem, que não foi comunicada sonoramente pois o computador doméstico era programado para não interferir em certos momentos como aquele, quando as mensagens eram classificadas como não urgentes. Mas era talvez a chance que ele precisava. ------ Ignorando os protestos da companheira ele foi até o visor e num toque leu o resumo da mensagem, então, como se fosse a coisa mais importante do mundo, fez um gesto para que ela se detivesse, e acionou a reprodução integral. ------ A imagem surgiu mostrando o processo de entrada na atmosfera de um OVNI, algumas informações novas foram adicionadas, como a provável rota depois que o rastro desapareceu por completo na zona de proibição de vôo. ------ - Grande coisa! Um OVNIzinho qualquer! - Você não entendeu! Isso é muito mais importante do que parece! ------ - O quê?! Isso?! - Minha querida, o Pólo Sul está sob nossa jurisdição atualmente, e essa nave é invisível até mesmo para os sistemas Zenitron da antiga OPU! Melhor investigar. ------ Ele correu para outro cômodo apesar dos protestos e vestiu um casaco sobretudo azul marinho, colocou um visor no rosto e calçou luvas. ------ - Onde você vai! Nós não estamos de serviço hoje! - Mas isso é importante meu amor. Tenho que verificar! ------ E então ele levitou e saiu flutuando pela porta, mas quando prestes a cruzar o limite da varanda a garota o agarrou pelo pé, ------ - Espere aí! Não está exagerando só pra fugir da discussão não é? - Mas é claro que não querida. É que estou tendo uma intuição forte sobre o assunto. ------O rapaz fez-lhe uma expressão de súplica e ela o soltou. Se despediu novamente quando de repente a moça mudou de idéia. ------ - Mas como é que... ------ Mas era tarde, ele já havia se afastado e antes que ela pudesse voar em seu encalço ele desapareceu num suave Fade-Out, ficando então completamente invisível. A loira assumiu uma aparência ainda mais angelical, quando de repente seu vestido se abriu e se revelou na verdade um par de amplas asas transparentes e brilhantes, que lembravam as asas de um anjo de antigas mitologias. Mas ela ficou ainda mais furiosa, embora pudesse voar mais rápido do que ele, era impossível seguí-lo quando ele ficava invisível. ------ - Aaarrrghhh!!!! Seu... Você vai me pagar!!! |
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De volta ao espaço... - NÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO!!!!- ... - EU NÃO POSSO ACREDITAR NISSO!!! - ... !!! ... - MEU ROBÔ DESTRUÍDO POR UM SUPER METANATURALZINHO!!! - É... É... Senhor... - AH! MALDIÇÃO! - Senhor... Porque não nos deixa resolver isso? - VAMOS DESCER! - AGORA!!! - Senhor. Enquanto o senhor vai pra base deixe-nos pegar o Ione de volta! - ... NÃO TEMOS ESCOLHA. SÓ EU POSSO PREPARAR A ENTRADA NA BASE. ESTÁ BEM. VOCÊS BUSCAM O IONE! |
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Sentado num banco da praça... ------ Ser uma celebridade tem mil inconvenientes, pensava o rapaz. Agora mesmo, mais uma vez tivera que se afastar de um grupo de moças que o reconheceram e o seguiram, voou, ficou invisível e veio parar do outro lado do parque, acabando por se esquecer por completo do motivo, ou melhor, da desculpa que dera a sua noiva para se ausentar. Ainda teve sorte! Uma das garotas gritou de longe "Olha! É o Traigon!", dando a ele tempo de evitar um outro provável e abusado ataque que poderia deixar odores comprometedores em suas roupas, facilmente perceptíveis por sua ciumenta contraparte.------ Então seu comunicar soou. - Oi. Novidades?! - Perguntou. ------Pelo pequenino fone embutido no ouvido e pela tela interna de sua viseira, entrou em contato com um dos responsáveis pelo monitoramento espacial do dia, que respondeu. - Outra nave! Maior e mais rápida e também invisível, desceu no mesmo ângulo. ------ A imagem projetada no interior da viseira era percebida como uma tela flutuante a sua frente, nela pôde ver outra entrada não autorizada na atmosfera sobre a zona polar. ------ - Mas isso não é nada comparado a isto! ------ E surgiram então imagens de satélite, mostrando cenas do conflito entre as amazonas e Dai-Haime, e o robô de combate. - O quê?! - Exclamou Traigon enquanto se levantava. Sua roupa azul marinha, uma espécie de capa sobretudo, esvoaçou quando ele subiu novamente ao céu rumo à sua base, enquanto conferia, incrédulo, as imagens no visor. ------Minutos depois entrava pela janela de uma das torres mais afastadas da cidade de Bel-Lar, onde seu interlocutor o esperava. Num visualizador tridimensional melhor e mais detalhado, reviram de novo as imagens da batalha. - Mas isso é um Robô de Batalha Karion CT6 Série 9!!! ------- Série 8 para ser mais exato! - Respondeu o responsável. - O que é que está fazendo aqui!? ------- Não tenho idéia. Não há registros de nenhum no Sistema Solar, nem mesmo nós ou as outras cidades temos desses. - Então foi isso que entrou na zona polar, e foi destruído em terra... Provavelmente por um SuperMeta. Que foi... ------ - Pelos nossos registros deve ter sido aquele maluco nível SP-05 que você conhecia do centro de treinamento. - Ah! O Dai-Haime? O que ele faz lá. ------ - Desde que parou de trabalhar oficialmente tem vadiado pelo mundo, há meses que está em KOLNEIA fazendo sei lá o quê. - E a outra nave? ------ - Nenhum sinal desde que pousou. Assim como o robô, é totalmente indetectável. - Droga! E eu pensei que isso só seria uma desculpa. ------ - Quê?! - Nada! Cadê o resto do pessoal? ------ - Só contactei o XAINE. Você pode pegá-lo no caminho, quer que eu chame SEINEL? ------ Ele quase seu um salto para trás. - Não!!! Quer dizer... Deixa. Eu já vou indo. ------- Boa sorte. - Me faz um favor... Se ela vier atrás de mim diga que fomos verificar alguma outra coisa noutro lugar e... Não pergunte nada sobre a nossa viagem tudo bem? ------ O responsável pela vigilância aérea se fez de pouco entendido mas nada perguntou. Traigon saiu novamente voando rumo a um subterrâneo da base. Minutos depois uma impressionante nave decolava. |
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Sob a luz do Sol no horizonte da planície, a pequena cidadela mais parecia um acampamento, com inúmeras barracas maleáveis porém grandes e confortáveis. As mulheres e crianças todas vestiam roupas brancas, alguns homens também usavam cinza ou preto. - Ah! Como eu poderia saber!? Só achei que não deveríamos aceitar esse tipo de desculpa! Nós pagamos para eles recuperarem o Ione e eles... |
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- Qual seu nível de Metanaturalidade? - Ele perguntou. - Sei. Eu também não aquentei muito tempo o expediente de Super Metanatural registrado. As cidades grandes querem regular sua vida em detalhes. Preferi viver por conta própria do que servir a instituições. Principalmente nessa Era sem grandes problemas. - E Alice? Quem é ela? - Mas eu diria que você talvez tenha mais influência do que ela, indireta talvez. - Que tipo de missão? De que nível de importância? - Nível planetário?! Deve ser difícil fazer algo desse nível aqui nesse fim de mundo. Talvez se ele vivesse numa das Cidades Médias. - Eu... Depois que cansei de ser Super Metanatural em Xantai, passei a viajar pelo mundo. Estou aqui há 5 meses. Há algo nesse lugar. Essas planícies, esse clima frio... É tão misterioso. Sabe, há centenas de anos era possível percorrer centenas de kms nesta região sem ver um único ser vivo macroscópico. Hoje está mais habitado, mas o encanto de uma terra selvagem... Permanece. - Não acho... Mas é que um amigo meu, o Edikar, que mora no litoral oposto... Não sei. Ele insistiu tanto. - Sim! Esse mesmo! Eu devia saber. O Edikar conhece todos os metanaturais desta região. Ele conhecia aquele super Ione. Deve ser por isso. |
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