Marcus Valerio XR
O elevador desceu em diagonal e depois começou a se mover na horizontal. As paredes se tornaram transparentes permitindo que as amazonas vissem um complexo subterrâneo, e vislumbrassem ocasionalmente o céu através de janelas que começavam a ser liberadas a medida que as rochas que as envolviam ruíam.
- Então isso é Zentártida. - Dizia Velita.
- Mas afinal o que é tudo isso?! O que é Zentártida?! Quem é esse tal de DAMIATE?! - Perguntava Xivia. Dai-Haime não perdoou. - Custo a crer que hoje em dia alguém se abstenha por completo de toda a disponibilidade de informação!
A moça se irritava com ele, e começaram a discutir, Alice e Velita eram mais cultas, mas preferiam não demonstrar que também não conheciam muito de história. Djane Mei não era muito diferente, embora fosse mais intuitiva.
- Antigamente este lugar... O deserto de Kolneia e toda a Zona Polar se chamavam Antártida. E era um continente totalmente gelado. DAMIATE tinha uma base aqui, imensa, mas que o resto do mundo nunca soube exatamente a localização pois ela podia se camuflar e até se mover pelo subterrâneo.
- Se mover?! - Impressionou-se Xivia.
- Tecnologia Zenitron querida. - Respondeu Velita.
Dai-Haime continuou. - DAMIATE governou a Terra por uns 30 anos e alterou completamente a geopolítica e o modo do vida do planeta. Depois partiu para o espaço e só voltou realmente há uns 700 anos atrás.
- Para a Guerra Celestial. - Completou Djane.
- Essa guerra existiu realmente? Tem certeza? - Animou-se Velita.
- Sim. - Respondeu Djane. - Poucos puderam ver pois ocorreu a maior parte no plano Astral. Mas definiu o mundo como é hoje.
- Depois dessa guerra DAMIATE deixou a Terra novamente, e todos pensaram que sua base havia sido levada, ou destruída, ou que mesmo jamais tivesse existido. - Continuou Dai-Haime. - Mas agora... Aqui estamos. Zentártida! Incrível.
Marcus Valerio XR
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Do lado de fora as garotas discutiam em como aquilo podia ter acontecido. Elas mal deram as costas. Foi num piscar de olhos, e a entrada se fechou. Um segundo de distração e aquela passagem de mais de 70m2 foi completamente bloqueada. Sem nenhum som, nenhum ruído ou deslocamento de ar.
- Mas que droga! Como é que isso é possível.
- Vamos tentar arrebentar essa porcaria!
- Acho difícil! O Metal pode ser até Detr...
A moça foi interrompida por um estrondo. Olharam para o ar e viram uma nuvem de fogo se desfazendo, e logo em seguida, mais distante, outra. Do outro lado puderam notar raios cruzando os céus e então viram, no Zênite, uma imensa nave se aproximando, e passando a ser imediatamente atingida por diversos disparos que partiram de pontos distintos e distantes do solo.
- Os sistemas anti-aéreos. Foram ativados!
- Até que enfim! Já estava pensando que essa droga tinha parado de funcionar.


- MALDIÇÃO!!! NOSSO SEGUNDO TRANSPORTE TAMBÉM ESTÁ SENDO ATACADO!

- Os sistemas de defesa foram ativados! Mas que péssima hora para tal.
- Mas não tínhamos um código de acesso válido para esta área?
- Só era válido para situações tranqüilas. Alguma outra invasão de espaço aéreo deve ter despertado as defesas e então elas passam a não tolerar também códigos como os nossos.
- QUEM TERÁ SIDO?! SERÁ QUE AS CIDADES UTÓPICAS JÁ ESTÃO A CAMINHO?
- Acho muito provável senhor.
- Mas tudo bem, nossa nave conseguiu pousar, nossos soldados já estão desembarcando.
- ÓTIMO. ENTÃO NÃO TEMOS MAIS COM O QUE NOS PREOCUPAR. O IONE ESTÁ PRONTO?
- Sim. Aqui está ele.
Marcus Valerio XR
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- Acho que já está claro que trata-se de um problema de segurança planetária. - Comentou o recém chegado Lorde Mestre Ila Giuvitiz. Não era homo sapiens, tão pouco Superior, era um híbrido extraterrestre. Pele cinzenta, olhos totalmente negros, sem branco. Muito magro e de baixa estatura. Seu cabelos eram ralos e quase imperceptíveis, dando um tom mais escuro a sua cabeça avantajada. Os dedos anormalmente longos tocaram um dos visores.
- Foram algumas das naves automáticas de resgate. - Disse um dos secretários auxiliares. - Arriscaram entrar em altitude proibida devido à urgência da situação, mas não tiveram sorte. Foram destruídas pelos sistemas de defesa. Agora será ainda mais difícil chegar até ao local de emersão da base.
- Bem meus companheiros. - Disse Siandru. - Aquela nave militar que acabou de desembarcar soldados não nos deixa escolha a não ser declarar Alerta Vermelho. Seja o que for que esses invasores pretendam, não podemos correr riscos.
- Não temos uma idéia clara do que pode haver nessa base. - Completou Xuminis, e a outra recém chegada, Lady Mestra Klariu, uma mulher idosa de traços orientais completou. - Pode haver tecnologias muito perigosas a disposição. Não podemos ignorar o sarcástico senso poético de DAMIATE. Ele pode ter reservado surpresas desagradáveis.
- Não creio - Disse Marzion. - DAMIATE pode merecer muitos pejorativos não me parece provável que ela tenha deixado, propositadamente, algum item que pusesse nosso planeta em risco.
- Seja como for temos que tomar providências imediatas. Traigon e Xaine já devem ter chegado ao local, mas possivelmente precisarão de reforços. Vamos enviar...
- Não enviem mais ninguém. - Sielavia interrompeu Xu, e com seu rosto infantil completou em voz séria, adulta e quase assustadora. - E diga para eles voltarem. O que está prestes a despertar não poderá ser detido por nenhum deles, ou de nós.
Os demais membros do conselho se entreolharam. E disse Xu. - Não temos como chamá-los de volta agora. Se conheço Traigon ele irá ignorar nosso apelo mesmo que a mensagem chegue até ele.
- É verdade. - Admitiu Marzion. - Rapaz teimoso aquele. Sempre usa ao máximo os sistemas de despistamento de suas naves. - E Xaine pode até ser pior.
- Será que todos os metanaturais com poderes de invisibilidade tem esse hábito? - Ironizou Xu, arrancando sorrisos bem humorados de alguns.
- O que você tem a nos dizer Lady Mestra Sielavia? - Perguntou Klariu. Mas a menina se limitou a por a mão no peito num sinal de mal estar. Foi Beniam, através dos alto falantes e de sua projeção holográfica, que falou.
- Temos aí o mais poderoso Ione do mundo, não me parece que ele estaria sendo usado para curar alguém, mas sim para ativar ou alimentar algo. Talvez aquele espectro da armadura.
- Sim. - Disse Xu. - E talvez ele esteja a procura de um corpo, e para se fundir ao mesmo precisaria do poder do Ione.
Todos se entreolharam novamente. - Estou com um péssimo pressentimento. - Disse Giuvitz.
- Melhor prepararmos as Espadas Espaciais para abrirem fogo ante qualquer sinal de perigo. - Sugeriu Siandru.
Todos concordaram embora preocupados. - Só espero que não seja necessário utilizá-las.
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- Mas e essa agora?! - Disse uma das motoqueiras que ficaram do lado de fora da base. - Nunca vi tantos soldados.
Centenas de humanóides completamente vestidos de negro entraram por uma passagem lateral para o interior da base. Sua nave havia resistido aos disparos do sistema anti-aéreo, embora não parecesse que ainda fosse voar mais.
Logo em seguida avistaram no alto outra nave se aproximando, menor, mais moderna, e ao contrário das anteriores ela não estava sendo atacada.


No interior da base, o transporte acabava de deixar Dai-Haime e as 4 amazonas num corredor curvo com janelas que permitiam uma bela vista do horizonte. O corredor era alto, uns 10m de altura. Logo em seguida o elevador sumiu numa das paredes que por um momento ficara cristalina e depois assumira a aparência do mais denso mental. Alice pediu a Djane para indicar a direção onde encontrariam o Ione, ela apontou para seguirem em frente. Então ouviram passos.
- O que é isso!? - Perguntou Xivia, mas ninguém teve tempo de responder. Logo em seguida um exército surgiu. Pareciam homens embora estivessem completamente cobertos por uma armadura negra colante, que ora parecia flexível, ora rígida.
- Corram! - Disse Dai-Haime. E todas aceleraram rumo à direção em que já estavam indo. - O que eles são?! - Perguntou Djane. - Eu não sinto suas presenças.
- Robios! Robôs biológicos. - Respondeu Dai-Haime. Agora já não me surpreendo com mais nada. - E desviaram num acesso auxiliar sem saída, porém a maior parte da tropa passou direto sem se preocupar com eles, mas não todos.
Oito dos humanóides se aproximaram devagar, como que apenas curiosos. Eles tinham um físico atlético, cerca de 1,90m de altura. Não portavam muitos equipamentos, apenas pequenos dispositivos juntos ao corpo e não traziam nenhuma arma pesada. Um deles ordenou em voz abafada e sem vida. - Deixem essa base imediatamente!
- Por ordem de quem?! - Retrucou Alice.
- Não importa! Saiam imediatamente ou usaremos a força!
Não havia nenhuma insígnia ou identificador naqueles soldados. Quando eles se aproximaram mais Xivia deu o primeiro golpe e um deles caiu fulminado por um soco devastador. Com as armas já preparadas as outras abriram fogo e pegando os soldados de surpresa logo puseram todos no chão.
- Droga! - Reclamou Dai-Haime - Agora a situação vai complicar. E logo em seguida um zumbido desativou todas as armas. - Nem adianta sacar armas explosivas, acho que temos um Campo de Contenção Eletro Cinética. - Completou o Metanatural.
- E o que é isso? - Perguntou Alice se dirigindo a Velita, que respondeu. - Uma estimulação da força eletromagnética específica de algumas camadas atômicas. Impede qualquer tipo de liberação violenta de elétrons.
- Bloqueia as explosões? - Perguntou a Líder. Velita afirmou com a cabeça.
- Temos que correr! - Disse Djane. - O Ione está perto, mas acho que não temos muito tempo.
Quando voltaram ao corredor o encontraram vazio, seguiram e desceram por uma rampa chegando a uma parede que subitamente se tornou transparente e logo abriu passagem para outro corredor e então vários soldados vieram persegui-los. Os humanóides chegaram a tentar usar as armas elétricas, mas de fato o Campo de Contenção Eletrocinética as tornava inúteis, então se prepararam para o combate corpo a corpo, cada um sacando um pequeno bastão que se esticou virando uma vara de combate.
- Então vai ser no braço mesmo! - Gritou Xivia, partindo para a briga.
Agarrou o primeiro golpe do primeiro soldado e lhe tomou o bastão em seguida arrebentando sua cabeça. Os outros vieram e ela foi derrubando um por um com golpes fortíssimos. Mas eram muitos e logo outros passaram por ela, Dai-Haime ainda queria se poupar até que seus poderes atingissem o ponto máximo, além de que tinha dúvidas se o Campo de Contenção também não afetaria seus poderes pirogênicos, por isso preferiu o combate corpo a corpo. Alice e Djane também reagiram e Velita gastou seus poucos dardos disparados por uma pequena pistola de mola, mas foram pouco efetivos.
Eram todos bons lutadores, mas apenas Dai-Haime e Xivia eram excepcionais. Alice conseguia manter seus atacantes a distância com um cabo de aço e Djane e Velita resistiam como podiam. Porém mais e mais oponentes começaram a surgir e na primeira brecha possível eles recuaram.
- Vamos sair daqui! - Gritou Alice, mas Xivia estava envolvida demais para lhe atender. - Xivia!!!
Dai-Haime esperou uma chance e conseguiu puxá-la. Ela quase o agrediu mas Alice insistiu que viessem. Correram corredor a frente justamente quando os soldados começaram a disparar lâminas projéteis de seus bastões. Uma delas atingiu Velita mas não perfurou a proteção de seu colete.
A situação era problemática, ao menos uns 30 soldados os encurralaram no final de um corredor, cuja imensa janela transparente que dava para o deserto não representava uma chance de escape. Dai-Haime não tinha escolha. Se concentrou e se preparou para um ataque Metanatural. De repente um dos soldados saiu do solo e se chocou violentamente contra o teto, caindo depois desfalecido. Outro foi arremessado aparentemente do nada contra a parede e também saiu de combate. E na seqüência, mais um, outro e outro foram sendo rapidamente nocauteados por algo invisível. Dois então voaram e foram arremessados contra outros e em poucos segundos mais de 20 soldados jaziam mortos ou inconscientes no chão.
- Bom trabalho! - Admitiu Alice, mas Dai-Haime estava imóvel, ainda mantendo a mesma pose, e numa expressão de surpresa confessou desajeitado. - É... Obrig... Quero dizer... Não fui eu.
As amazonas vasculharam o local com seus visores ultraópticos mas foi inútil, não conseguiam ver o que tinha feito aquele estrago. - Juro que não fui eu! Não produzi nenhum efeito! - Insistia o Metanatural.
Se aproximaram para ver o que restara dos soldados quando ouviram estrondos no final do corredor, outros soldados eram atingidos por um vulto azul luminoso que os arrasava ainda mais rápido.
Em menos de um minuto pelo menos uns 100 soldados foram liquidados por dois seres sobrenaturais. O que estava no final do corredor, brilhante num tom azul intenso, de repente avançou contra as moças parecendo estar prestes a atingir a todos com uma força letal, mas se deteve bruscamente causado um deslocamento de ar que esvoaçou os cabelos de Alice e Djane.
- Xaine!? - Disse Dai-Haime num misto de surpresa e alegria. E um jovem de quase 2m de altura, moreno, de físico atlético e feições ligeiramente orientais disse sorridente e numa fala quase adolescente. - E aí Dai-Haime?! Não nos víamos desde que você deixou Xantai!
- Como você cresceu! Está enorme! - Respondeu o Super Metanatural cumprimentando de imediato o colega também Super Metanatural. Uma das poucas pessoas no mundo capazes de derrotar Xivia numa luta corpo a corpo. Ele vestia uma roupa completamente negra que lembraria em parte as roupas de couro dos norte-americanos e plagiadores da década de 60 do século XX.
- Desde quando estão aqui?! - Perguntou Dai-Haime. - Acabamos de chegar. - Respondeu Xaine apontando para a janela, e só então todos viram uma arrojada nave flutuando estacionária no lado de fora.
- Como essa nave chegou aqui? - Perguntou Alice, principalmente por reparar agora que o sistema de defesa anti aéreo havia sido ativado. E Velita respondeu. - A nave deles tem um código de acesso. - Reconhecendo as insígnias e o próprio Xaine como um dos Super Metanaturais de Bel-Lar, membro de elite da uma divisão de forças especiais das mais arrojadas do planeta.
Dai-Haime então saiu olhando em volta para lugares aparentemente vazios e chamou. - Traigon?
- Boa noite. - Uma voz misteriosa respondeu. As moças se voltaram para ver o que era e suavemente uma imagem surgiu no ar. No princípio parecia um homem muito alto, mas logo viram que apenas flutuava a meio metro do solo. Traigon, agora visível para qualquer olho nu, vestia uma capa sobretudo azul escura. Tinha cabelos negros, lisos e longos e olhos cobertos por um amplo visor preto.
A expressão era tão séria que chegava a ser pouco simpática, mas Xivia não deixou de arregalar os olhos. - Que gato! Deve ter olhos lindos por baixo desse visor. - Sussurrou para as colegas.
- Ótimo! - Disse Dai-Haime. - Cadê o Teli? - Perguntou sobre um outro membro do grupo.
- Longe. - Respondeu Xaine. - De licença no Sistema Estelar Riander II, com a namorada. - Completou. O que desanimou Dai-Haime, pois Teli era com quem ele melhor se relacionava, e apesar de ser capaz de se teleportar instantaneamente, um dom raro, só o podia fazer no âmbito aproximado do mesmo planeta, e Riander II ficava a 1.135 Anos-Luz da Terra. Ele demoraria mais de uma semana para chegar mesmo que fosse convocado imediatamente, conseguisse as melhores espaço naves e não houvesse qualquer congestionamento nos Anéis Espaciais.
- E o resto do pessoal? - Insistiu Dai-Haime. - Só viemos nós. - Respondeu Xaine. - Para quê mais?!
- Qual é a situação aqui?! - Perguntou Traigon de forma meio urgente e numa voz consideravelmente máscula e adulta, em contraste com a voz de garoto de Xaine.
Dai-Haime fez um breve resumo da situação, contando desde a proposta de resgate que recebeu de Edikar até o presente momento, e tentando não deixar escapar nada. Alice e as outras ainda não haviam aberto a boca, meio que excluídas da situação, pois os homens conversavam num linguajar técnico, usando termos comuns do jargão científico e de segurança de Supermetanaturais treinados nas Cidades Utópicas.
- Com tudo isso, me parece ser óbvio que eles querem tomar a base e se apossar da tecnologia Zenitron. - Concluiu Dai-Haime. - Mas e quanto ao Ione? - Mudou de tom logo em seguida. - O que estaria fazendo aqui?
- Não sei e nem me interessa! Sei o que ele irá fazer! Salvar minha meninas! - Respondeu Alice em tom decisivo. - Duvido que as naves médicas cheguem a tempo!
- Ela tem razão. - Murmurou Traigon para Xaine. - Pegar aquele Ione é agora a melhor chance de salvar essas bandoleiras.
Marcus Valerio XR
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Enquanto isso, mais nas profundezas da base...

- COMO ESTÁ A SITUAÇÃO LÁ FORA?!
- Nossos Robios andróides já se espalharam por todos os níveis superiores, mas alguns Supermetanaturais das Cidades Utópicas os estão exterminando rapidamente.
- ÓTIMO! QUE PERCAM TEMPO LÁ EM CIMA. COMO SÃO ELES?
- Temos o Super Metanatural que destruiu o robô de combate que o senhor enviou e 4 das amazonas DARIANAS, incluindo a líder, uma engenheira que parece ter vários equipamentos, uma Metanatural e uma genônica supermetabolizada. Mas quem está destruindo nossos soldados são dois recém chegados, que parecem ter um código de acesso a essa área melhor que o nosso.
- São super metanaturais de Bel-Lar. Um grupo de elite.
- DESCREVA APENAS OS PODERES OFENSIVOS DOS SUPER META NATURAIS.
- O primeiro tem Espectro de Aura Infravermelho com os típicos poderes de manipular calor e ar, na situação em que destruiu o robô chegou a atingir um nível mentônico por volta de 17 Megapulsos. Um dos recém chegados tem Espectro de Aura Azul e produz um escudo corpóreo eletronuclear de mais de 18% de partículas Tau por cm2!
- Impressionante! É virtualmente invulnerável.
- O outro é o mais interessante. Espectro de Aura Ultravioleta, o que geralmente favorece levitação e vôo, mas ele apresenta uma habilidade de vôo natural muito aprimorada. Mas o mais interessante é que, não sei como, ele consegue ficar totalmente invisível. Não pode ser visto nem pelo Infravermelho!
- NEM PELO INFRAVERMELHO?! E QUANTO A OUTRAS FREQUÊNCIAS?
- Nossos soldados não puderam testar tudo mas até agora nenhum dispositivo óptico ou eletromagnético foi capaz de detecta-lo.
- Deve ser um tipo de campo de transferência fotônica transdimensional.
- NOTÁVEL! PENA QUE NÃO TEMOS TEMPO PARA UM EXAME MAIS DETALHADO. É MELHOR QUE PENSEM QUE QUEREMOS TOMAR A BASE. CONSEGUIU ISOLAR O CÓDIGO?
- Nesse exato momento senhor.
E então uma parede que antes apresentava apenas um painel luminoso que era manipulado por um dos homens cinzentos, se tornou transparente e se abriu revelando um corredor em declive que descia em diagonal. Pouco a pouco o ambiente foi se iluminando. Uma névoa fria se dissipava e vários sistemas de segurança foram sendo desativados.
Marcus Valerio XR
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As amazonas e os Super Metanaturais acabavam de entrar num outro corredor, desta vez curvo e que parecia não ter outra saída.
- É melhor que fiquem aqui! Iremos interceptar os invasores! - Disse Traigon para as mulheres. - Negativo! - Respondeu Alice. - Nós vamos buscar aquele Ione.
Mas Xaine disparou pelo corredor numa velocidade impossível de ser alcançada por qualquer ser vivo natural, e Traigon não ficou para trás, levantando vôo a princípio devagar mas logo acelerando imensamente. Sumiram no corredor.
- Esqueça! Esses caras trabalham sozinhos. - Disse Dai-Haime, e então ouviram o som de mais lutas adiante. Correram para ver o que era e uma multidão de soldados iam sendo demolidos com incrível eficiência. As garotas ativaram novamente todos os tipos de varreduras ópticas em seus visores e nada captaram de Traigon, mas finalmente repararam que quando ele tocava em alguma coisa, parte desta desaparecia também, o que causava um efeito por vezes bizarro. Ao mesmo tempo Xaine derrubava vários num único golpe e parecia totalmente insensível a qualquer ataque. Logo dezenas de outros soldados estavam inconscientes.
- Isso é ridículo! - Disse Xaine. - Esses caras são muito ruins!
Traigon ficou visível, pousou e desconfiado examinou um dos robôs biológicos. Rasgou parte da roupa e tocou na pele e com o auxílio de um pequeno aparelho analisou o corpo do soldado, e logo observou:
- Não faz sentido. Esses Robios são de péssima qualidade, um produto barato. E seus equipamentos também são quase amadores. Como alguém que possui um código branco para essas defesas anti-aéreas, robôs de combate e naves como aquelas economizaria justo nisso?!
E Djane interveio. - Eles estão sendo derrotados fácil demais, talvez sejam apenas uma distração. Talvez não queiram exatamente tomar a base.
- E iriam querer o quê?! - Perguntou Xaine.
Velita então os interrompeu. - Veja! Aqui deve haver uma passagem. Só não quer abrir. - E apontou para parte da parede, que de repente desapareceu. - Ótimo! - Disse ela, e avançou batendo com o rosto em algo invisível. - Mas o quê!?
Era Traigon, que não só podia ficar invisível mas tornar qualquer coisa invisível. Com um simples toque na parede ele a fez desaparecer totalmente, tornado o outro lado perfeitamente perceptível, e mostrando que por ali não parecia haver um caminho produtivo.
De repente Xivia deu um grito de espanto quando o chão sumiu totalmente revelando o andar inferior. Embora as paredes daquele local costumassem ficar transparentes, nunca o faziam totalmente, assumindo sempre uma aparência vítrea, desta vez Traigon, de pé no centro do efeito de invisibilidade, tornava o chão completamente imperceptível.
- Talvez seja melhor ir pra baixo. - Comentou ele. Desativando a invisibilidade, e então foi para a parede oposta e a tocou, tornando-a também invisível e puderam ver dezenas de outros soldados passando pelo corredor.
- Eles não nos vêem? - Perguntou Alice. - Não. - Respondeu o super Metanatural. - É invisível apenas deste lado.
- Pois bem! Vamos para baixo. - Disse Xaine, e deu um salto para cima extremamente rápido, girando no ar e “caindo” no teto uns 10m acima com as pernas flexionadas, além de já estar prestes a cair tomou um impulso e brilhou intensamente se chocando com o solo com um estrondo que fez todo o ambiente vibrar e sumiu no buraco aberto.
Podia-se ver por um momento que a estrutura era cristalina, mas logo foi se tornando opaca a assumindo a aparência de metal, e o buraco foi sendo rapidamente consertado. Traigon voou por ele antes que se fechasse, mas Dai-Haime e as amazonas não tiveram tempo de seguí-los.
- Droga!!! Ficamos pra trás! - Enervou-se Alice. - Velita! Ache outro caminho!
Marcus Valerio XR
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- Melhor nos apressarmos! Aqueles SuperMetas não vão demorar a chegar!
- Sim. Está aqui... Quase... Pronto!!!
E então, uma imensa porta de plastimetal, que lembraria uma pesada porta rochosa pela lentidão em que se movia, revelou um cenário ao qual poucas pessoas deixariam de se surpreender.
Era uma um tipo de galeria, onde dezenas de grossos cilindros dispostos na diagonal se conectavam a grossos cabos e se firmavam em suportes. A maioria deles estava vazio, mas havia um especial, não por acaso o maior de todos, que ocupava um local mais reservado, e para o qual os homens cinzas ainda demoraram alguns segundos para obter acesso final.
Então ficaram diante de um cilindro na horizontal, de cerca de 12m de comprimento por 5 de diâmetro. Que pouco a pouco foi eliminado uma série de aparentes travas, e cilindros externos que foram girando até por fim deixar escapar uma densa nuvem de gás gelado.
O ambiente já era frio, menos de zero grau Celsius, e graças aos homens cinzentos pois antes a temperatura era muito inferior. Cada camada do cilindro eliminada deixava a temperatura subir, até que por fim após tudo ter sido aberto, restava um semi cilindro, ainda oculto pela névoa que rapidamente subia de temperatura.
- AÍ ESTÁ! FINALMENTE!
E após um líquido ser drenado, finalmente puderam distinguir visualmente uma estranha criatura que jazia no cilindro, completamente imóvel e aparentemente morta. Tinha uns 4m de altura, peluda, cinza-escura, antropóide mas de detalhes que diferiam mesmo dos primatas conhecidos.
Tiveram que esperar uma série de procedimentos automáticos que aqueceram o corpo da criatura, deram choques elétricos e injetaram fluidos, mas logo o ser de armadura se aproximou.
- É AGORA! TRAGAM O IONE!
E os homens cinzentos colocaram o pequeno garoto dentro do cilindro, sobre a criatura, e ainda sobre transe hipnótico e em estado de profunda concentração, o Ione começou seu trabalho, e uma onda de luz ofuscou toda a sala.
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