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         Josué Danich Prestes    Jundiaí-SP  -  1978

   Coordenador de TI   -   Católico



j o s u e . d a n i c h       g m a i l . c o m  

Lendo seus ensaios sobre abortos achei muito interessante o desenvolvimento da argumentação de Marquis porém uma parte sempre me incomodou..

A aceitação de aborto em casos extremos parece inconsistente com o argumento central de Marquis pois o infantícidio nas mesmas situações extremas não é aceito em nossa sociedade.

Pesquisando para conseguir mais informações e talvez desfazer o imbróglio lógico que entrei me deparei com o artigo abaixo que discute de maneira muito interessante a idéia de perda moral e perda neutra referente a perda do futuro...

Acredito que lance uma luz sobre essa diferença na aceitação de perda de futuro do feto em algumas situações e não da de crianças porém ainda não consegui abrir completamente o envelope...

Agradeceria muito sua opinião pois acredito que possa me ajudar a traçar uma lógica nesse caso e completar o argumento em uma ou outra direção...

You Can,t Lose What You Ain't Never Her: A Reply to Marquis on Abortion

Sábado, 14 de Setembro de 2013

Tema: Filosofia, Ética, Aborto, Argumento Marquis

Número de Caracteres
- Mensagem: 804
- Resposta: 6.571

Prezado Josué.

Obrigado por sua mensagem e será um prazer esclarecê-lo. Mas primeiro é necessária uma abordagem do texto de Walter Sinnot-Armstrong, a fim de evitar que uma série de sofismas continue interferindo em sua percepção do tema. Por sinal, esse mesmo texto está linkado em ARGUMENTO DECISIVO, eu já o conhecia e foi um dos que levei em consideração para elaborar o meu próprio argumento. Não que esta contestação, ou qualquer outra, realmente afete o argumento de Marquis, mas elas exploram algumas imprecisões vocabulares e omissões que precisam ser aprofundadas numa contra refutação, ao passo que meu argumento já leva em conta essas abordagens pretendendo neutralizá-las previamente.

Parece-me que Armstrong tem lá uma auto crítica e consciência de suas limitações, visto que, em sua página linkada acima, ele colocou uma foto vestindo uma camisa de força. Isso deve ajudar-nos a ser mais tolerantes com o fato de que seu argumento é algo que parece oscilar entre uma pretensão seríssima e uma literal auto destruição que ele finge não ver.

O "argumento" de Armstrong se baseia em nada menos que ignorar o contexto ético da afirmação de Marquis, e então colocar a ética em pauta, como se lá não estivesse, forçando a falsa distinção entre o que chama de Planos NEUTRO e MORAL. Ele reescreve o argumento Marquis na forma neutra em: "É moralmente errado, exceto em circunstâncias extremas, causar a perda NEUTRA de um futuro valioso." E então, contrapõe sua própria formulação no sentido MORAL: "É moralmente errado, exceto em circunstâncias extremas, causar qualquer coisa como a perda NEUTRA de um futuro valioso quando quem o perde tem um direito moral aos meios necessários para tal futuro valioso e o agente não tem o direito moral a tais meios."

Lembre-se que eu disse que em geral os argumentos que tentam refutar Marquis não o entendem, mudam de assunto ou tentam ser incompreensíveis para intimidar por complexidade? Nesse caso, ele tenta basicamente confundir, criando duas categorias de perda, quando no entanto, toda a argumentação de Marquis, por essência, já está inserida no âmbito Ético, ou Moral, no linguajar dele, tanto que ele se baseia em explicar porque é errado matar. Como diabos um filósofo pode pensar que isso está num âmbito neutro é algo que a mim não faz o menor sentido! Embora eu desconfie que resulte do dano que a filosofia analítica com sua pretensão epistemológica naturalista faz a quem pensa a ética em termo de "espécies naturais", ou seja, independente do domínio mental humano.

Isso, por si só, já deveria bastar para ver que a abordagem de Armstrong é um embuste, e de péssimo gosto. Mas ele mesmo termina por admitir isso, uma vez que conclui seu texto levantando 4 possíveis objeções. Na PRIMEIRA diz: "Alguém pode dizer que o feto normalmente tem um direito moral ao meios para sua vida, uma vez que sua mãe lhe deu tal direito quando voluntariamente se envolveu em sexo que levou a sua gravidez (supondo que ela não foi estuprada). EU NÃO VOU ADENTRAR O COMPLEXO TEMA DA RESPONSABILIDADE AQUI." E assim, foge lindamente do ponto central! Porque é exatamente isso que o mínimo bom senso pressupõe. E até por isso que eu próprio preferi trazer explicitamente o tema da responsabilidade materna, já antenvendo esse tipo de má fé.

Nas SEGUNDA e TERCEIRA objeções, ele ecoa Judith Thompson, embora com analogias não tão ruins, onde diz: ...alguém precisa argumentar que a perda para a mulher grávida e outras pessoas é tão pequena e tão desproporcional comparada à perda para o feto que é moralmente errado causar esta última para preservar a anterior, apesar da disparidade de direitos." O que não é muito distante de dizer "Oponentes do aborto também podem negar minhas intuições. Podem afirmar que seria moralmente errado para Beth tomar seu remédio de Adam enquanto Adam precisa dele para se manter vivo e Beth precisa apenas para evitar 9 meses de doença e assim por diante, (...) Eu acho isso implausível, mas é difícil saber o que dizer quando intuições se chocam dessa maneira."

O que quase me leva a questionar sua noção de filosofia, pois os filósofos estão o tempo todo subordinando suas argumentações às intuições, sem as quais mal temos parâmetros julgadores. Marquis apresenta uma argumentação fortemente intuitiva e difícil de ser contestada argumentativamente, mas o pretenso refutador além de fazer uma bagunça argumentativa quer fugir da objeções intuitivas?! Simplesmente não sobra Filosofia Moral se você ignorar as intuições, razão pela qual ninguém leva Kant a sério quando diz, contra toda intuição do mundo, que é errado você mentir para uma psicopata assassino sobre para que lado fugiu a inocente vítima que ele perseguia.

E na QUARTA ele deixa clara minha colocação inicial ao dizer: Marquis parece exigir uma explicação em termos não morais quando escreve (...) "O ponto de análise é estabelecer uma propriedade natural que explique em última instância o mal do assassinato, dado que ele é errado." Mas Marquis não se mantém em sua própria restrição. Sua explicação se refere ao "valor de seu futuro" (...), e valores não são mais naturais que direitos."

E é claro que não! Porque tanto Valores como Direitos são criações humanas! Não são, em nível algum, entes naturais. O que é natural é a propriedade que é valorada por nós, intuitivamente, a qual argumentativamente consideramos um Bem jurídico e por isso transformamos em Direito! Marquis apenas explica o porquê disso com clareza.

Dito isso, e esperando que tenha entendido porque considero essa tentativa de Armstrong uma autêntica patifaria intelectual, passemos a sua questão mais específica.

Nesse sentido, sim, Marquis é mais omisso, mas apenas porque seu foco é demonstrar a imoralidade, que eu chamo de anti-ética, do aborto em si, sem envolver as possíveis justificativas para o mesmo.

Mas elas me parecem claras. É evidente que o assassinato é errado por si, mas pode ser justificado em circunstâncias extremas. O mesmo pode se dar com o Aborto, que é um assassinato. O infanticídio é bem mais delicado, mas vejamos o porquê ao final.

Para clarificar isso, eu trouxe diretamente ao ponto a questão da responsabilidade materna. O ato de abortar sempre será lamentável, mas pode ser escusável em casos específicos, que não são diretamente transponíveis para outras modalidades de assassinato.

Devido a singularidade da simbiose entre mãe e feto, que não se replica em nenhuma outra situação imaginável, ocorrerão situações únicas que tem que ser avaliadas dentro dessa especificidade.

Não se questionando que a gravidez tem um ônus para a mãe, e que mantê-la involuntariamente tem um custo psicofisiológico, faço uma concessão baseada em 3 frentes, que é viabilidade do feto, onde o aborto deixa de ser anti-ético caso o feto não tenha um Futuro Minimamente Desejável, como os anencéfalos, tal como expliquei na resposta à mensagem anterior; caso seja uma gravidez de risco, onde duas vidas estão ameaçadas, e por fim caso a mãe não possa ser responsabilizada.

Esse último é o mais delicado, porque a inocência em relação à gravidez não se traduz imediatamente numa atenuação do ato de abortar, mas penso que sem isso não faria sentido sequer permitir o aborto em caso de estupro. Lembrando, também, que as outras situações tendem a ser bem raras, visto que, estimo, no mínimo 98% dos casos de gravidez indesejada é por negligência.

Finalizando, isso também explica porque, apesar da similaridade, não é possível equivaler plenamente os casos de infanticídio intra e extra uterino, porque nos últimos não existe mais a simbiose mãe-feto. Por isso a maioria dos casos de permissividade ao aborto não podem ser diretamente aplicados ao caso do nascido.

Em suma, a diferença está na SINGULARIDADE SIMBIÓTICA. Marquis não entre nesse ponto, mas sua teoria permite esse desenvolvimento.

Espero ter ajudado.

Amigavelmente
17 de Setembro de 2013
   

         Fernando Ventura Bispo Santos    Araguápolis-AR  -  1975

   Funcionário Público   -   Cristão

625, 633, 635, 657, 665, 674, 681, 695, 699, 715, 745
754, 761, 766, 769, 780, 781, 783, 799, 816, 818, 828, 834
a t t h o s m a t h e u s       g m a i l . c o m        

Olá Marcus, há quanto tempo não escrevo no teu livro?! Mas isto não quer dizer que não esteja acompanhando cada texto publicado. Eu não consigo explicar direito, mas eu concordo pela perifêria com o que você escreve mas quando vai se aproximando de um núcleo mais profundo eu passo a discordar.

Por exemplo, neste texto sobre As Ovelhas e Os Memes você aparentemente se mostra contra o aborto que é também minha posição, mas o argumento contra o aborto que você coloca é que NÃO SE DEVE EXTIGUIR O FUTURO de uma pessoa potencial em hábito de atualização. Não vou nem mesmo pensar em tentar refutá-lo pois concordo quase inteiramente com o argumento. Aborto é infanticídio. Mas quem diz que uma pessoa é uma pessoa, um ser humano é uma ser humano? O Estado? O concenso das autoridades científicas ou antigos pergaminhos?

É ai que mergulhando na esfera de seu pensamento colido com o núcleo duro da Filosofia do Humanismo secular que diz que um ser humano só é um ser humano se tiver uma consciência atual ou potêncial viável. Anencefalo? não é um ser humano, pode matar, onde esta o "não se deve roubar o futuro?", ainda que seja que seja mesmo o futurinho de alguns anos ou até mesmo de algumas horas. Não é uma questão pragmática, utilitária de decidirmos sobre a vida de outro, digamos, pedaço de carne vivo com um corpo humano mas não humano por estar inconsciente.

Se digitar no Google "anencefalo sobrevive" verá que as coisas não são tão simples assim. Eu não entende de biologia mas e se o cerebro residual começar a se regenerar? Suponho que existam vários graus de "anencefalia" parciais. Nesta mesma linha de raciocínio é justificada a Eutanásia, perdeu a consciência podesse desligar os aparelhos.

Todos estes casos são uma confiança, uma certeza de que se sabe o que acontecerá com a pessoa, seja um feto, seja um doente terminal. Aqui é que há uma discrepância entre o Argumento do senhor Marquis e os espiritualistas. "Deus" que transcende a tudo e fez tudo não fomos nós, por isto não devemos realizar atos cujas consequencias desconhemos, ao afirmar "fetos com defeitos que comprometam sua humanidade" devem ser excluidos de proteção legal estaríamos jogando dados ,com fé religiosa, na autoridade científica sobre o futuro desconhecido de "alguém".

Concluindo: as grandes religiões proibem o aborto ainda que de forma fragmentária e acidentada ao longo da história pelo mesmo motivo que elas proibem o homicídio, o roubo, o adultério, etc. Porque é éticamente errado. Confesso que não sei o que faria ou diria caso minha esposa gestasse um anencefalo, não sei é muito dificil, mas como ideal superior defendo a proibição mesmo neste caso. QUE É O PONTO EM QUE NÃO CONCORDO COM VOCÊ.

PS: Sobre o financiamento de grandes fortunas às abortistas, bem como também feministas, gayzistas, e ongs em geral veja ai:

Observatório de Mídia da USP: bilionário esquema de poder

Quem nos governa, afinal?

O que vem por aí

Cordialmente.

Sexta, 16 de Agosto de 2013

Tema: Filosofia, Ética, Aborto, Argumento Marquis

Número de Caracteres
- Mensagem: 2.440
- Resposta: 3.826

Olá Fernando. Seja bem vindo de volta.

Bem, realmente eu estou precisando deixar mais claro a diferença entre o enfoque do Argumento Marquis e o Meu. Ele basicamente estabelece que seja anti-ético matar qualquer SER que possua um "Futuro Como o Nosso", que é o que preferi chamar de "Futuro Minimamente Desejável", implicitando que o seja por um Ser Sensciente. Ou seja. Não se trata de um suposto desejo que um ser não sensciente poderia ter, mas daquele que Nós, enquanto seres sensciente, podemos ter. Lembrando que considero como Senscientes os seres dotados de racionalidade, linguagem, reflexão e auto-consciência.

Mas eu vou mais além, porque trago o ponto da Singularidade da relação simbiótica entre a Mãe e o Feto, de modo que ainda que lamentável, o aborto, por vontade da mãe, não será Anti-Ético se ela não for responsável pela gravidez. Portanto, o que eu condeno como Anti-Ético é o que chamo de Aborto Incondicional no caso de Gravidez Intencional ou Culpável. Ou seja, a mulher engravidar porque quis, ou assumindo o risco de engravidar, e depois decidir abortar um feto que possua um Futuro Minimamente Desejável.

Voltemos aos primeiro ponto. Quem decide o que é um Ser Humano, ou se preferir, uma pessoa?

Nada menos que o critério de ter a Capacidade de Desejar um Futuro, ou um "Presente". A princípio, como Marquis diz, um feto não é apenas um ser humano potencial, seu direito a vida não advém de algo que ele terá, mas de algo que ele JÁ TEM! Que é o futuro! Mas não pode ser qualquer futuro, e sim um "como o nosso".

Devido as sutilezas desse conceito em Marquis, eu uso o Minimamente Desejável, no sentido de que, por piores que sejam as condições de vida de um Ser Humano, ele quase sempre continua a desejá-la.

O que exclui o anéncefalo dessa categoria é porque ele NÃO TEM UM FUTURO MINIMAMENTE DESEJÁVEL. Ele irá morrer, por um motivo intrínseco à sua essência, muito antes de poder desejar sua própria existência. É claro que se um dia houver um caso de anencefalia onde o anéncefalo sobreviver até desenvolver sensciência, aí eu teria que rever meu argumento. Mas definitivamente não é o caso.

Mesmo que o anéncefalo sobreviva vários anos, ele nunca terá as capacidades cognitivas que o ser humano normal tem. Claro que pode haver casos confusos de má formação cerebral que podem ou não merecer o designador de anencefalia, mas penso que a maioria dos casos é perfeitamente clara, desde que se leve em conta que não estou falando, ALIÁS NUNCA FALO, em simplesmente Vida. Não se trata do ser sobreviver no sentido biológico do termo, mas sim de possuir a capacidade que o capabilita para a sensciência, ou, para usar o termo mais comum, para Humanidade.

Lembrando que na Minha Concepção, o aborto não é anti-ético apenas por ser aplicado a um antropônico (pois um bebê anencéfelo até pode ser considerado assim), mas será se for incondicionalmente aplicado ao um ser rumo à sensciência.

Para evitar a linguagem em termos de potência, e deixar de fora toda a dificuldade, e principalmente a má-fé, que envolve essa discussão, o Argumento apela para a característica presente, que é o FUTURO.

Assim, ao comatoso em estágio terminal, não tendo um Futuro, não é anti-ético aplicar a eutanásia por si só. Bem como ao indivíduo irremediavelmente condenado a um sofrimento terrível que o levará à morte a ponto da mesma ser preferível à vida, o assassinato não seria também anti-ético por que esse futuro não é Minimamente Desejável.

Agora, que sempre haverá casos confusos e difíceis, isso é inevitável. Podemos cometer erros. Há situações onde o conceito de anecefalia é duvidoso.

Quanto ao argumento da incognoscibilidade, ele não me parece válido, pois só podemos estabelecê-lo como um parâmetro relevante caso essa incognoscibilidade seja perfeitamente delimitável, e minimamente relevante, ou hipoteticamente testável.

Se a gravidez é de alto risco, com mais de 90% de probabilidade de morte da mãe e do feto, somos obrigados a levá-la adiante por causa dos 10% de chance de vida? Ou devemos impedir o aborto de anencéfalos porque pode ser um caso kármico de expiação para os pais? Um coisa é apelar ao ceticismo para duvidas epistemológicas, outra é para questões pragmáticas que tem efeito direto na vida das pessoas.

Por fim, da próxima vez que for enviar links, não os copie diretamente do Google. Entre na página destino e copie o link de lá. Fica muito menor e mais prático. Obrigado por eles, é impressionante o quanto de textos do site do Olavo eu ainda não li.

O que me falta agora é achar documentos que esclareçam as movimentações financeiras das ONGs.

Amigavelmente
26 de Agosto de 2013
   

          Henrique Matheus Gonzaga Mariz      1994

          Belém - PA

          Estudante Universitario        Agnóstico


                h e n r q 9 4     h o t m a i l . c o m

adicione isso a pagina GINOTOPIA Técnica pode fazer mulher ser 'pai" Técnica pode fazer mulher ser 'pai'

Cientistas afirmam ter criado espermatozoides em laboratório Cientistas afirmam ter criado espermatozoides em laboratório

tem esse video explicando que graças aos agrotoxicos e aditivos estamos feminizando os machos,como se da o processo? como tu deves saber há duas grandes "bombas" de hormonio ,a 1 é na fase intra-uterina e a 2 na adolescencia lesbicas seriam as que por algum motivo tiveram alta concentraçao de testosterona na 1 fase, a fase intra uterina. com ddt e etc estamos minando as duas fases dos machos ,é por isso que temos machos efeminados sensiveis,emos e etc

nao se esquecendo do fato que somos totalmente descartaveis, esperma é barato,ovulos caros,se existisse o ultimo casal da terra e a mulher estivesse gravida ,é preferivel pra continuaçao da especie que o macho morra,pra que a especie continue basta que a criança seja homem,lembrando que o homem pode fertilizar até mais de 70 anos a mulher só ate 40,oque torna as mulheres seres biologicamente valiosos,dai "mulheres e crianças primeiro!" eis o video Ameaça Ao Homem - A Preocupante Feminização do Macho

tu que leste martin van creveld,nessahan alita,esther villar... porque tornar as mulheres masculinas?uma ginocracia onde controlem tudo se oque elas querem é ser submissas? mulheres sao piores em pensamento espacial,piores inventoras por serem em contrapartida melhores empatizadoras e saberem distinguir emoçoes,qualidades maternas sao inuteis em guerra,alem disso tem a inveja do penis,nos invejam porque somos destemidos e temos tantas outras caracteristicas...é como querer transformar agua em vinho!

outro assunto no seu texto contra aborto sugiro um argumento pessoal meu infalivel:nao engravide! se quer abortar porque engravidou? no caso de estupro minha soluçao é pilula do dia seguinte e Adoçao trabalhei com palestras de dst e aids e recomendo DUPLA PROTEÇAO camisinha+gel espermicida,diu+anticoncepcional ou tabelinha,ou seja a maior parte do problema é informaçao de anticoncepcional.

no teu ensaio sobre genio da lampada e reflexao sobre conhecimento e deus ,gostaria de pontuar oque achas da historia abaixo? Um Desequilibrio causado “PELA MELHOR DAS INTENÇÕES”- Baseado em fatos reais na minha opniao a tecnologia é como o populismo (ensaio sobre democracia, trecho de star wars que tu citas) entrega oque a populaçao quer e nao oque precisa,hoje mais do que nunca temos oferta de açucar e gordura e oque temos? sedentarismo,diabetes,obesidade temos até microondas com controle remoto! potencializou oque tinhamos de pior,eu acho que corremos pra uma idiocracia(é um filme de 2006,pessoas sao burronas e trocam agua por gatorade) e tu?

com a teconologia estamos ficando cada vez mais egoistas e anti-sociais,se ficamos gordos e etc a tecnologia nao nos pune e como todos usam tecnologia isso é incentivado!

se tivessemos de escolher entre super avanços tecnologicos e perda da alegria e liberdade individual oque tu escolherias? oque acha de admiravel mundo novo?sinceramente esse livro me faz ter vergonha de ser capitalista .... porque novas teconologias sao sempre canalizadas pela ansia de poder e controle,assim como as bombas atomicas essa pulsao descrita por freud pode nos destruir...

bem é isso

valeu marcus valerio!

Domingo, 16 de Junho de 2013

Tema: Transhumanismo, Reprodução Artificial, Masculino e Feminino, Anticoncepção, Desequilíbrio Ambiental,
Número de Caracteres

- Mensagem: 2.819

- Resposta: 4.640

Caro Henrique...

Em primeiro lugar desculpe pela demora em responder. Estive viajando de férias e ao voltar ainda tive problemas com meus computadores. Ademais, pensei muito antes de responder sua mensagem, pois você coloca muitas questões e demonstra com clareza que leste vários de meus textos.

Mas vamos lá.

Primeiro, obrigado pelos links iniciais que reforçam as possibilidade levantadas em GINOTOPIA.

Segundo, sobre o documentário de 1996, não me atrevo a dar uma opinião mais profunda sobre o assunto. Necessitaria de muita investigação para entender melhor o caso. Descobri que o mesmo teve reconhecimento, recebeu alguns prêmios, e até foi exibido na Casa Branca. Surpreende então que o tema seja tão largamente desconhecido. Talvez, me parece, pelo fato de forçar demais conclusões para as quais tenho dúvidas que as evidências levantadas suportem. Mas deve-se lembrar também que se o principal problema for a queda de fertilidade masculina, isso seria bem vindo num contexto de excesso populacional. Pena que tal queda não afete onde realmente precisa. Também não creio que isso tenha qualquer relação direta com uma cultura mais efeminada, ou tribos urbanas de estética andrógina.

Eu jamais falei em masculinizar as mulheres, e nem sei quem o tenha falado num sentido mais sério. O máximo que fiz foi sugerir que, para reduzir drasticamente os casos mais graves de agressão de homens a mulheres, a única forma seria minimizar a vantagem física deles, e não seria necessário masculinizá-las para isso, apenas aumentar seu tamanho. E isso num contexto mais próximo da Ficção Científica do que de uma política eugênica viável. Até porque embutia uma crítica a obras ficcionais que imaginam mundos com os papéis de gênero invertidos mas com as característica físicas intocadas, o que é simplesmente absurdo. O que não poderia, claro, é minimizar essa desvantagem física mas manter os privilégios legais e culturais que ainda permitem que mulheres agridam homens impunemente. Enfim, se ler Forças MASCULINA e FEMININA, perceberá porque considero por demais simplista reduzir as características psicológicas aos sexos físicos. Por sinal, um erro sistematicamente cometido por nada menos do que TODOS os que já li sobre o assunto. Ou seja, os atributos típicos da Masculinidade e Feminilidade podem se manifestar em qualquer pessoa em praticamente qualquer grau, apenas são predominantes em relação aos sexos. É por isso que defendo a equalidade de gêneros no sentido potencial, isto é, as pessoas devem ser livres para fazer o que quiserem independente de seu sexo, podem até mesmo vir com uma psique do gênero oposto. A maioria irá se conformar aos papéis típicos, mas sempre haverá indivíduos destoantes, e impedir-lhes de agir conforme sua natureza individual é uma violência à qual sempre irei me opor.

Muitos pensam que a gravidez indesejada ocorre frequentemente por falha dos métodos anticoncepcionais, justificando o Aborto. Em O Argumento Decisivo eu explico por que concordo que de fato justifica. O problema é que a maioria esmagadora dos casos não ocorre por falha do método, e qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento e desprovida de hipocrisia sabe muito bem disso. A gravidez indesejada é em mais de 99.99% dos casos resultado de negligência de uma ou ambas as partes. Veja AQUI alguns taxas de falha de diferentes métodos anticoncepcionais POR ANO! O pior de todos os métodos ainda reduz a chance de gravidez para 32% mesmo transando TODOS os 365 dias do ano. Para uma única ocasião, mesmo esse pior método corre menos de 0.08% de risco. Sua dica, é certamente válida, mas considerando que na maioria das vezes a gravidez ocorre porque houve uma negligência completa que no máximo fez uso do coito interrompido, penso ser pouco provável que alguém que não quer usar nem um, use dois ou mais métodos contraceptivos.

Sobre os desequilíbrios ambientais que você citou, em nada afetam o que falo em O Gênio do Mal, por um motivo muito simples. A malária matava antes, e depois que o mosquito foi eliminado, morreu alguém por causa dos desequilíbrios que afinal acabaram sendo resolvidos? Então qual o problema? Ou achas que as vidas de mosquitos, baratas ou lagartos valem mais que as humanas? Desequilíbrios ecossistêmicos acontecem a todo momento, e não somente por ação humana, mas sempre podem ser superados. E importa tanto assim haver mais sedentarismo hoje, se é que o caso, ou mais açúcar diante do fato de que temos taxas de mortalidade muito menores e expectativa bem maior?

E como sustentar que nos tornamos mais insensíveis ou individualistas, se a simples imagem de uma brutalidade ocorrendo do outro lado do mundo arranca reações planetárias e mobiliza milhões de pessoas no sentido de impedi-la, frequentemente com sucesso? Se até mesmo animais hoje são dignos de mais consideração e esforços de amparo do que milhões de pessoas que já viveram em épocas muito mais violentas e perversas, como é possível afirmar que nos tornamos mais egoístas e antissociais?

Temos novos problemas, mas o fato é que em todos os níveis mensuráveis, o mundo nunca foi tão pacífico e solidário. Nossas taxas de assassinatos são 5 vezes menores que as do século XIX, 20 vezes menores que as da Idade Média, e 100 vezes menores que as da pré-história. Leia Os Anjos Bons da Nossa Natureza, do Steven Pinker.

Enfim. Mas uma vez muito obrigado por sua participação, sua disposição para ler meus textos e vontade de dialogar. Esteja a vontade se quiser conversar mais e prometo que não demorarei tanto a responder.

Amigavelmente

24 de Julho de 2013

   

          Rodrigo      1992      Rio de Janeiro

          Estudante

          Ateu


r o d r i g o . d g n     l i v e . c o m      

Olá, descobri seu site na internet pesquisando sobre o maniqueísmo, e adorei a forma como escreveu e argumentou sobre este assunto, e consegui entender por que muitos usam esse termo. Eu só não chego a concordar exatamente que a harmonia seria exatamente o bem.

Porém há um aviso: "ATENÇÃO! Não me comprometo mais com algumas das idéias apresentadas neste texto."

Gostaria de saber exatamente quais idéias e por que.

Obrigado desde já.

Rodrigo

Sexta, 3 de Maio de 2013

Tema: Maniqueísmo, Monismo, Dualismo, Religiões, Ética, Essencialismo, Bem, Mal
Número de Caracteres

- Mensagem: 371

- Resposta: 2.744

Caro Rodrigo...

Obrigado por sua mensagem sobre meu texto O Que Há de Errado no MANIQUEÍSMO, de 1999, e explico que minha advertência de não mais endossá-lo plenamente não é porque eu ache que há algo essencialmente errado com ele. Apenas acho que ele se expressa de um modo deveras ingênuo, por vezes até confuso, dando ênfase exagerada a alguns pontos e deixando outros em aberto. Em suma, ele é muito diferente de um texto que porventura eu escrevesse agora.

Em especial, creio que o principal problema do texto é passar de uma forma abrupta da Religião de Maniqueu para o maniqueísmo de senso comum, bem como carecer de uma terminologia mais sofisticada.

Hoje, prefiro dizer da seguinte forma.

O maniqueísmo popular é uma forma de estigmatizar alguma coisa como ESSENCIALMENTE Má, podendo, consequentemente, estabelecer algo adversário como essencialmente Bom, ou mesmo podendo abrir mão de beatização em favor próprio, se satisfazendo com a malefização do que se quer atacar.

Mas a falha primordial é que o Mal não pode ter uma Essência, sendo na verdade apenas a ausência do Bem. Foi exatamente o que defendeu Santo Agostinho, depois de romper com o Maniqueísmo e se converter ao Cristianismo, ainda que a tradição cristã posterior tenha refletido viéses praticamente maniqueístas.

Dizer que não exista essência do mal é como dizer que não existe essência da escuridão ou do silêncio, estes são apenas ausência de luz ou de som. Assim, uma coisa será considerada como Boa ou Má de acordo com uma relação quantitativa, e não qualitativa.

Por exemplo, um criminoso age por aquilo que ele considera o bem para si próprio, ou para os seus. Ele tem um objetivo a conquistar, mas ao fazê-lo, ignora ou despreza o bem alheio. Ou seja, ele pensa apenas no restrito bem para si, mesmo que isso cause mal a outros. Por outro lado, a Justiça tem que ver um bem maior, que considere as necessidades de todas as pessoas, da sociedade, e até o do próprio criminoso.

Ou seja, quando se fala numa luta entre o Bem e o Mal, a única coisa real que isso pode significar é uma luta entre um BEM maior e um Bem menor. De um âmbito mais amplo de Bem, em oposição a um âmbito mais restrito.

O Maniqueísmo original, bem como o maniqueísmo de senso comum, é antes de tudo a idéia de que existe uma Essência do Mal, ao passo que investigações filosóficas mais profundas tendem a considerar isso como contraditório. Até podemos falar em Bem e Mal, mas apenas tendo em mente que o "mal" em si não passa de um bem muito restrito.

Pode-se também falar sobre a ausência de essência do Bem, mas isso nos deixa com uma metafísica um tanto incompreensível. Em geral porque a tendência é considerar o Bem como o Ser, e o Mal exatamente como o Nada. Ou seja, qualquer movimento em direção ao mal é um movimento em direção ao Não-Ser.

Isso está melhor abordado em minhas monografias Deus Me Livre e Otimismo X Pessimismo.

Por fim, quanto a Harmonia, ou Equilíbrio, ser o Bem, eu quis dizer segundo um ponto de vista taoísta. Nesse, existem duas essências, Yin e Yang, que não podem sob hipótese alguma ser confundidas com Bem e Mal. Somente o maniqueísmo sustenta esse Dualismo essencialmente desarmônico, onde o Mal possui uma essência.

Espero ter respondido, peço desculpas pela demora e sinta-se à vontade caso queira conservar mais.

Amigavelmente

23 de Maio de 2013

   

          Sergio Licova      1976      Beira

          Pastor

          Cristão


a p o s t o l o . s . l i c o     h o t m a i l . c o m      

Aló Marcus. Li seu material a cerca DA FALSA INERRÂNCIA CIENTÍFICA BÍBLICA. Sou Cristão e leigo em matéria da ciência. A minha pergunta é: Por que quando a Bíblia chamou o morcego de ave não encomodou as pessoas para quem foi inicialmente dirigida a palavra?

Alguém me falou deste erro Bíblico e eu achei estranho os Judeus não terem notado. E na minha língua materna por exemplo não tem diferença na palavra usada para carne e peixe. Usa-se a mesma palavra para os dois. O suposto erro não será uma questão da própria língua Hebraica?

Terça, 2 de Abril de 2013

Tema: Bíblia, Ciência, Biologia, Taxomonia,Teologia, Inerrância

Número de Caracteres

- Mensagem: 441

- Resposta: 1.238

Prezado Sérgio...

A resposta já está contida no próprio texto, onde, logo antes da citação do morcego em questão, é dito: "...há inúmeras outras passagens na Bíblia que interpretadas literalmente soam como grosseiros "erros científicos", que da mesma forma só podem ser acobertados através de distorções interpretativas. Eis alguns exemplos do que a Bíblia teria a nos ensinar se insistíssemos em vê-la como cientificamente inerrante:"

Eu jamais disse que a Bíblia contém erros científicos! Em todo o texto insisto que o problema são os apologetas cristãos que dizem que ele possui "acurácia científica", o que é absurdo. Ou seja, SE INTERPRETADA LITERALMENTE, e CONFRONTADA COM O CONHECIMENTO CIENTÍFICO ATUAL, a Bíblia não demonstra nenhum conhecimento além de seu tempo, sendo na verdade até mesmo bem atrasada em relação ao conhecimento de outras culturas.

No caso específico, o morcego é simplesmente agrupado na categoria de animais voadores, e não pode ser originalmente considerado um erro científico apenas porque não havia Ciência no contexto em questão. Mas como dito acima SE INSISTIRMOS em ver a Bíblia como CIENTIFICAMENTE INERRANTE, o resultado é o desastre.

Solução: Desprezar a estúpida idéia de que Bíblia possua conhecimentos naturalistas além de seu tempo, e aceitá-la como ela é, uma produto literário de seu próprio tempo e local, de acordo com a visão de mundo dos povos que a inspiraram.

A Bíblia não precisa do endosso da Ciência.

Amigavelmente

7 de Abril de 2013

   

          Reinaldo Santos      1988      Maringá - PR

          Estudante de Pós-Graduação em Economia

          Católico

853
g u e d e s . r e i n a l d o       g m a i l . c o m              
Segunda Mensagem de Reinaldo Santos

Quarta, 20 de Março de 2013

Tema: Hipergamia, Poligamia, Feminismo, Masculinismo, Matriarcado, Patriarcado, Ginocracia, Androcracia, Sublimação
Número de Caracteres

- Mensagem: 11.108

- Resposta: 30.072

RESPOSTA À
Segunda Mensagem de Reinaldo Santos
Amigavelmente

2 de Abril de 2013

   

           Dagmar Marie  -  São Paulo - SP  -  1953

      Advogada

      Atéia

            a l i e n 1 3     u o l . c o m . b r

A China que se cuide, para que os muçulmanos não façam com seus lindos Templos, que não podem ser substituídos, o que fizeram com as Torres Gêmeas, nos USA.

Os cristãos ou membros de outras religiões não enviam assassinos para matar no Oriente Médio. Mas, os muçulmanos enviam suas facções Terroristas, sob o pretexto que são "Fundamentalistas islâmicos" para matar no Ocidente! Ainda, os muçulmanos recolhem dízimos nas Mesquitas, para o Terrorismo, então todos são cúmplices.

No Oriente Médio, constantemente estupram, mutilam e matam cristãos e membros de outras religiões. Por que então, temos que os tolerar na Europa ou na Ásia, se eles nos odeiam, e somente não nos matam, porque temem as conseqüências?

Os islamitas seguem, rigorosamente, o que está escrito no CORÃO ( escrito pelo pedófilo Maomé, que chamam de Profeta), por esse motivo a PEDOFILIA é legalizada pela lei do ISLÃ.

Também, nesse livro Satânico que chamam de Sagrado, o CORÃO, está escrito que todos os seres humanos têm que serem convertidos aos islamismo, ou assassinados. Se seguirmos os noticiários, poderemos saber das atrocidades que praticam nas indefesas aldeias e pequenas cidades da África: estupram suas meninas e jovens, e matam todos os homens, para que não mais procriem: os "infiéis". Em seguida obrigam suas vítimas a colocarem véu, e contra a vontade delas, as transforma em muçulmanas. Depois alegam, descaradamente, que islamismo é a "religião" que mais cresce no mundo.

Entre outras atrocidades, tais como estupros de meninas e jovens, obviamente virgens, como foi amplamente divulgado na Itália, assim como em outros países, onde residem. Ainda, picham todas as Igrejas nos países europeus, que os acolheram, onde podemos observar que apenas as Mesquitas, não estão pichadas. Se fosse obra de pichadores, as Mesquitas também estariam. Depois reclamam da ISLAMOFOBIA?

E, viva a ISLAMOFOBIA, que varrerá do Ocidente e da Ásia, a chaga da humanidade, o islamismo, e suas perversões sexuais: a pedofilia

Terça, 19 de Março de 2013

Tema: Islamismo, Choque de Civilizações, Violência, Estupro, Pedofilia, Islamofobia
Número de Caracteres
- Mensagem: 1.677
- Resposta: 4.822
Prezada Dagmar...

Obrigado por sua mensagem, a qual devo abordar com cuidado. São acusações bem fortes e merecem ser examinadas criticamente. Separei seus parágrafos por temas e vou abordá-los sequencialmente.

Penso que a China e a Índia são as duas únicas civilizações que não podem ser tomadas pelo Islã. São tradições muito fortes, continuidades culturais que atravessam milênios com incrível coesão e capacidade de adaptação, e sobretudo, possuem enormes populações. Ora, a força motriz do Islã é exatamente seu crescimento populacional, com o qual vai substituir a populações declinantes da Europa e futuramente das Américas, embora eu também ache que a América do Sul tenda a resistir mais.

Como digo em Genogênese: O Islã Conquistará a Europa não pelos Braços de seus Homens, mas pelos Ventres de suas Mulheres. A mais determinante força em questão ainda é potencial reprodutivo, e nisso a Índia também é muito forte. A China está estabilizada por políticas de contenção populacional, mas já tem 1,3 bilhão de habitantes continuamente espalhados por vastas terras, e ao menor sinal de necessidade, seguramente retomará seu crescimento.

Em suma, o futuro só é mesmo desabonador para nossas liberais e progressistas sociedades européias, cuja equalidade de gêneros, embora tenha ótimos resultados sociais, elimina justo a força primordial da civilização que é a manutenção populacional. Não creio que tal problema seja mais reversível ao menos para países como França, Alemanha e os países escandinavos.

Os "cristãos" enviam assassinos para o Oriente sim. Não somente espiões que sequestram e matam líderes islâmicos dentro de seus territórios, mas também forças militares que atacam suas populações. Não estou me posicionando sobre quem está certo, mas é fato inevitável que numa guerra entre forças desiguais, a parte menos desenvolvida tecnológica e militarmente fatalmente apela para o Terrorismo.

E lembrando dos EUA, a maioria dos americanos apoiou a guerra contra o Iraque e reelegeu o Presidente que a representava, mesmo sabendo que as alegações sobre armas de destruição em massa e ligações com a Al Kaeda eram falsas, como viria a ser admitido depois. Isso também os torna cúmplices. Mais uma vez, não estou dizendo que há heróis e vilões, só digo que não há inocentes.

Já os países pacíficos, esse sim, são as maiores vítimas. Porém parecem totalmente conformados com sua própria derrocada. Na Escandinávia, Suécia especialmente, os imigrantes muçulmanos, mesmo estando por volta de 12%, são responsáveis pela maioria dos crimes, mas as agendas Politicamente Corretas, o Feminismo, a Esquerda em geral, parece tão completamente paralisada e incapaz de reagir que chega a levantar a suspeita de que quer mesmo se entregar.

Com taxas reprodutivas negativas e fazendo de tudo para aniquilar a natureza masculina dos outrora guerreiros vikings, bem como focada no combate ao "Homem Branco Cristão Ocidental Patriarcal Heterossexual", os suecos, em especial as mulheres, parecem até mesmo receptivas aos muçulmanos apesar destes responderam por mais de 80% dos estupros REAIS que ocorrem no países, ao passo que os homens nativos são predominantemente vítimas de acusações de categorias novas de estupro que surgem todos os dias, do tipo transar sem camisinha ou ter mais de uma parceira dentro de uma semana. Ao mesmo tempo, cerca de 80% dos suecos convertidos ao Islã são mulheres.

E sim. Esses defensores da infância e árduos combatentes da pedofilia estão ocupados demais levantando falsas acusações contra seus próprios homens para se preocupar com a pedofilia real que ocorre no Islã, afinal, tem que respeitar a cultura alheia!

Estranho uma atéia chamar o Al Corão de "satânico"! E devo discordar num ponto. O Islã realmente é a população que mais cresce no mundo. Isso é fato estatísticos, e o principal motivo já expliquei acima. De certo conversões e fatos similares ao citado por você devem colaborar, mas penso que ocorram em nível muito restrito para serem, nesse sentido de crescimento, realmente relevantes. Não estou negando os fatos por você descritos, até porque não estudei esse assunto o suficiente, mas temo que possa haver exagero na colocação.

Sinceramente não vejo muita esperança em deter o crescimento islâmico, e talvez nem mesmo desejabilidade se o resultado do modo de vida ocidental terminar descambando para uma mera misantropia, com o inevitável resultado de um lento suicídio civilizacional promovido pelo Pessimismo Essencial, desvaloração da vida, idolatria da natureza e toda sorte de posturas cuja força motriz é apenas o desprezo pela própria condição humana. (Bom ler também meu post OTIMISMO X PESSIMISMO de Janeiro de 2010.)

Eu prefiro um Califado Universal do que a extinção da humanidade. Pena que, como eu já disse insistentemente, não penso que o mesmo seja estável. Alguém já disse que enquanto houver um inimigo comum, unem-se para combatê-lo, quando não mais o tiverem, lutarão entre si.

Não há como resistir ao crescimento islâmico exceto se erguermos nacionalismos excludentes, reerguermos um Cristianismo Teocrático que fatalmente nos levaria a uma Guerra Nuclear, ou, o que seria ideal, construíssemos uma FRATERNIDADE UNIVERSAL laica. Mas isso é de uma enorme improbabilidade.

Talvez um neo Comunismo Internacional consiga confrontar o Califado Global, mas a médio ou longo prazo penso que nem isso será suficiente, muito menos um Meta Capitalismo.

O que o futuro nos reserva é incerto, ainda temos muita história pela frente. E o que espero é poder entender cada vez melhor o que se passa, para poder estar pronto para o futuro.

Por fim, Dagmar, só me restou uma dúvida. Que textos do meu site lhe inspiraram a me escrever?

Obrigado pela mensagem.

Amigavelmente

22 de Março de 2013
   

          Reinaldo Santos      1988      Maringá - PR

          Estudante de Pós-Graduação em Economia

          Católico


g u e d e s . r e i n a l d o       g m a i l . c o m              

Olá Marcus Valerio XR, tudo bem?

Bem, como o espaço é curto, vou direto ao ponto; já digo de antemão que não me considero um masculinista (muito embora me consideraria um antifeminista), mas simpatizo muito com as ideias do autor Nessahan Alita, as quais percebi que você abordou no seu estudo acerca da hipergamia.

Acerca de seu estudo, gostaria de fazer algumas críticas que levarão a alguns questionamentos.

Você coloca que como solução dos problemas que a emancipação da mulher tem trazido a nossa sociedade ocidental (e você parece não negá-los) seria a sublimação da hipergamia por parte das mulheres, como ocorreu com os homens. Até concordo, mas sou cético quanto a essa possibilidade, isso porque, como você mesmo chega a admitir, o homem só conseguiu sublimar a sua poligamia porque grande parcela deles não tinha acesso a essa (os betas). Eles (os betas) deveriam fazer alguma coisa enquanto não estavam ocupados com a reprodução, como os alfas, e o que fizeram foi “simplesmente” erguer a civilização (e você mesmo deixa isso claro também). E mais, os betas criaram o sistema monogâmico que, na minha visão, é o mais funcional, pois não suprime a hipergamia feminina, apenas a poligamia masculina (mas esta já estava sublimada pelos betas mesmo, então eles saíram no lucro de qualquer forma, e tudo isso vc também toca no seu estudo). O sistema monogâmico patriarcal então é benéfico tanto para a totalidade das mulheres, quanto pra a grande maioria dos homens (mesmo os alfas não saem perdendo tanto assim no sistema monogâmico, pois ainda possuem um poder de escolha maior do que os betas quanto a fêmea que terão ao lado pro resto da vida). A monogamia deixa todo mundo feliz. Não atoa que a civilização ocidental foi a que mais progrediu na história da humanidade; pois em sua base central estava os valores judaico-cristãos da monogamia e do patriarcalismo!!! Aonde quero chegar é que as mulheres NÃO POSSUEM IMPULSO NATURAL ALGUM PARA A SUBLIMAÇÃO DA HIPERGAMIA! Pois, mesmo para as mulheres betas (as feias), sempre haverá um macho alfa (cafageste) para engravidá-la e depois dar no pé (que é um dos problema que mais lhe preocupa, a alienação paternal). Vê que não há impulso para a sublimação da hipergamia? A sublimação da poligamia pelos machos se deu porque grande parcela desse não tinha acesso as fêmeas (qualquer fêmea, beta ou alfa). Mas como as fêmeas podem sublimar a hipergamia se sempre haverá acesso aos alfas? E não venha me dizer que os alfas recusam as fêmeas betas, eles podem até recusar em aberto, para não se “queimar” na sociedade diante das demais fêmeas (principalmente as alfas, que são as mais desejadas), mas você bem sabe que nenhum homem recusa uma mulher nua em sua frente entre quatro paredes, seja ela bonita ou feia, baixa ou alta, gorda ou magra.

Logo, você simplesmente joga a solução do problema da hipergamia como sendo a sublimação desta, mas não explica como se dá essa sublimação sem o impulso natural.

O pior de tudo é que você parece acreditar piamente de que essa seja a solução, colocando no último capítulo, inclusive, que a sociedade sob o domínio do matriarcado seria a melhor possível e beira a ingenuidade quando você coloca que as mulheres são muito mais pacíficas que os homens. É bem verdade que os homens vivem brigando por motivos fúteis, mas as mulheres também, a única diferença é que as mulheres brigam apenas por um motivo fútil: por homem (e nem sempre essa briga chega ao campo físico, o que não significa que ela seja menos danosa). Sob esse aspecto, já que tu gostas tanto de FC, eu indico a comic book "Y! The Last Man" que retrata muito bem como seria um mundo sem homens, e não, não chegaria nem perto do paraíso (na verdade, como retratado, a primeira coisa que as mulheres fariam seria entrar em guerra pelo(s) ultimo(s) homens disponíveis).

Em minha opinião as mulheres nunca sublimaram a hipergamia, não estão sublimando e nunca irão sublimar! E a maior prova disso é que EM NENHUM MOMENTO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE UMA SOCIEDADE PROGREDIU E DESENVOLVEU-SE SOB O JUGO DE UM MATRIARCADO.

Justamente o oposto; todas as sociedade que as mulheres começaram a adquirir sua emancipação e chegar ao poder, foram fadadas ao fracasso. Uma simples revisão histórica comprova o que eu estou dizendo, pois também não é verdade essa falácia feminista que as mulheres sempre foram oprimidas pelos homens em todos os períodos da história da humanidade. Existiram sociedades em que as mulheres eram até mais emancipadas do que são hoje. A bem da verdade é que essa é, inclusive, uma das características marcantes das sociedades em declínio. Foi isso que aconteceu, por exemplo, no final do império romano. E, como se isso não fosse o suficiente para provar meu ponto de vista, também há o indiscutível fato que a sociedade que mais progrediu na historia da humanidade foi justamente a ocidental, que aliou o sistema patriarcal com a monogamia advinda da cultura judaico-cristã (ou seja, uniu o útil ao agradável) e isso tudo muito antes das mulheres conseguirem emancipar-se! Matriarcado não tem vez nesse planeta! A emancipação feminina só leva a destruição da família e conseqüente destruição da sociedade, devido ao problema da hipergamia feminina tão exaustivamente debatido em seu estudo.

E não é absolutamente verdade quando você diz que as mulheres já estão sublimando a hipergamia no campo artístico e místico. Discorda? Então porque não há desde a década de 50 tantas mulheres com o talento para a escrita como tinham Jane Austen e Agatha Christie ou que se destacassem no campo místico tanto quanto Madre Teresa de Calcutá (aliás, não consigo encontrar sequer uma que consiga sequer se equiparar as citadas, mas se a sublimação já estivesse ocorrendo, certamente poderiam se encontrar várias tão boas quanto)? A verdade é que as mulheres sempre foram fortes nesses dois campos sem precisar da sublimação e mesmo assim com ressalvas, pois nas artes as mulheres só conseguem se destacar nas obras escritas (e mesmo ai os homens conseguem superá-las com facilidade), na composição visual ou musical elas são até boas em copiar e reproduzir estilos já criados, mas são pífias em relação aos homens quando o quesito considerado é a criação do zero de um novo estilo de pintura ou musical.

No fundo, você já sabe de todas essas criticas e questionamentos que lhe fiz aqui. Só que você se recusa a tocar nesses pontos. Não sei a razão disto, mas suspeito que seja porque você tem medo de admitir a verdade para si mesmo de que o feminismo é o que está levando a sociedade ocidental pro buraco. Parece-me que você talvez esteja cegado um pouco por seus preconceitos, por se considerar um feminista e não admite que o feminismo possa ser prejudicial a sociedade e que os masculinistas tenham talvez um pouco de razão. O que me lembra a sua palestra (sim, eu baixei e assisti) onde vc diz justamente que a ciência muitas vezes é cegada pelos preconceitos dos cientistas, e não pude deixar de dar risada quando você admitiu que após seu estudo virou “um pouco menos feminista”.

Agora, se tu conseguires me dizer com um argumento convincente como as mulheres conseguirão sublimar a hipergamia sem um impulso natural, assim como os homens conseguiram sublimar a poligamia, e isso num período de tempo rápido o suficiente pra salvar a civilização ocidental do desastre iminente (não se esqueça que os homens demoraram pelo menos 10 mil anos sublimando sua poligamia para chegarmos no estágio a que estamos) ai então eu virarei um feminista de carteirinha como vc... o que eu acho pouco provável de ocorrer.

Aguardo ansiosamente sua resposta.

Segunda, 18 de Março de 2013

Tema: Hipergamia, Poligamia, Feminismo, Masculinismo, Matriarcado, Patriarcado, Ginocracia, Androcracia, Sublimação
Número de Caracteres

- Mensagem: 6.323

- Resposta: 9.783

Caro Reinaldo. Muito obrigado pela Excelente mensagem! Antes de abordar o tema central, cumpre esclarecer, Primeiro, MEU FEMINISMO. Se viu minhas palestras, e o texto HIPERGAMIA - Fundamentação, deve ter reparado minha explicação sobre o Feminismo Metafísico. Devo uma explicação melhor sobre em que sentido me vejo como Feminista, mas em resumo, além de minha peculiar visão compartilhada somente por psicólogos e místicos que jamais se considerariam feministas, o feminismo histórico que endosso amplamente é somente o clássico, Primeira Onda. Aquele que simplesmente removeu impeditivos legais para obtenção de direitos. Já ao que acontece desde 1960-70 sou bem menos receptivo, de modo que além da mera manutenção das conquistas prévias, bem como sua expansão para nichos específicos, tendo a ser favorável somente a um ponto ou outro. Sempre fui contrário ao abortismo, a idéia da opressão das mulheres ou o delírio dos "privilégios masculinos". JAMAIS FUI RECONHECIDO COMO FEMINISTA por uma ou um feminista típico. Ao contrário, manifesto meu pensamento e sou visto mais como antifeminista. Principal motivo: rejeitar o Dogma do Determinismo Cultural, e sei muito bem que pronunciar a palavra Sociobiologia, ou Psicologia Evolutiva num grupo feminista é coisa que só se deve fazer no térreo, visto ser receita certa para ser jogado pela janela. Mas num sentido primordial, sou feminista por defender a emancipação DO FEMININO. O problema é a deturpação que as correntes feministas infligiram ao termo até o absurdo. Talvez eu deva abandonar o rótulo, tão corrompido está, mas terei que achar outro termo. Deturpação causada não só por feministas que renegam as outras quando se afastam um pouco dos dogmas típicos de seu secto, bem como pelo antifeminismo que o trata como se fosse único e coeso, quando na verdade briga mais entre si do que contra outros movimentos. Só quem me reconhece como feminista são os antifeministas. Ser tido por adversário pelos nichos ideológicos é tão intrínseco à minha vida que nem tenho como me incomodar. Sou reacionário para os progressistas, revolucionário para conservadores, crente para ateus e ateu para crentes, apesar de ser nada disso. Pois todos os grupos ideológicos dividem o mundo entre Nós/Bem e Outros/Mal e perdem a capacidade de distinguir nuances, com paranóias do tipo achar que toda a mídia está contra eles e que cada passo dado em direção contrária a sua é resultado de uma conspiração.

Segundo, MATRIARCADO. Você deve ter notado que também questionei este termo. O aplico ao privado, podendo coexistir com a ANDROCRACIA pública. Sob jugo do Matriarcado a humanidade jamais prosperou, porque JAMAIS HOUVE UM JUGO MATRIARCAL A NÍVEL SOCIAL! Meio que ecoando Zubaty, meu desejo era ver uma civilização exatamente oposta, familiarmente Patriarcal e socialmente GINOCRÁTICA. Para saber se funcionaria. Melhor seria EQUALOCRÁTICA. Terceiro, a POLIGAMIA embora tenha sido restringida jamais foi extinta, pois homens sempre tiveram oportunidade sexuais fora da monogamia, divisão EVA / LILITH. Ao falar de poligamia não me refiro só a casamento, mas qualquer acasalamento no sentido original do "gamos". Também, Hipergamia se aplica a casos extraconjugais ou ao mero impulso. Um homem casado que tem uma amante já é polígamo. A grande questão é que se a poligamia foi restringida, a hipergamia jamais sofreu restrição alguma, apenas foi canalizada no nível social.

Bem. Desde que publiquei o texto penso muito no assunto e reconheço a dificuldade de viabilizar tal Sublimação. Entendo seu ponto de vista, mas se a mesma for impossível, creio que seja por motivos diferentes dos seus. Antes, é inverdade que mulheres não sublimam seus impulsos. Se concorda que obras dos homens são resultado de sublimação, como pode negar que as mulheres que também produzem tais obras não o fazem pelo mesmo processo? Serei tentado a concordar com você se a afirmação for: As mulheres sempre sublimaram pouco sua hipergamia e assim sempre será. Tanto no sentido da quantidade de mulheres que o faz, quanto do quanto cada uma o faz. Assim, o que tornaria minha proposta implausível é que mais mulheres não o farão. Depois, não vejo sentido num "impulso natural para sublimar". A sublimação não é um impulso nem contra impulso, e sim um direcionador. Capacidade inata exclusivamente humana que na necessidade, pode ser despertada. Mas primeiro você fala da falta de tal impulso nas mulheres, depois fala que o problema é a falta de necessidade. Fica a pergunta: Se os alfas desaparecessem, então elas sublimariam ou não? Enfim, é provável que não! E não pela falta de necessidade, mas por algo só entendido pela minha concepção de Forças Fundamentais. A Masculina é mais fácil de sublimar porque seu impulso é direcionado para fora, para se expandir, e se não pode fazê-lo pelo método mais primitivo, pode fazê-lo noutra direção. Mas a natureza da Feminina é atrair, puxar para o seu interior. Se não houver mais aquilo que desperta seu impulso hipérgamo, ela simplesmente não teria o que puxar! Não haverá o que sublimar! OU, mesmo nas mulheres, seria sua parte masculina que seria sublimada. E como a psique masculina é naturalmente menor nas mulheres, ocorreria menor sublimação.

Mas você tocou num ponto espetacular. MÚSICA! Como digo em Religião Musical, é a mais primordial das artes, e se for anterior a religião, então seria a sublimação mais fundamental de todas. Se for assim, então parece que a sublimação feminina é ainda mais improvável, visto que a participação das mulheres na composição musical é algo que beira a inexistência! E justo numa área onde jamais lhes foi negado acesso, como ainda foi fortemente incentivada, chegando até a fazer parte do estereótipo do gênero! Até hoje a idéia de "tocar piano" costuma estar mais associada as meninas, e não são poucas as musicistas. Eu próprio, que sou músico e compositor, fui aluno da maior pianista de Brasília, Neusa França, que por sinal é a compositora do hino brasiliense. Mas nada disso muda o fato de que não há quem pense que uma Chiquinha Gonzaga mereça lugar ao lado de um Villa-Lobos ou Ernesto Nazareth. Na verdade, em Atração Sublimada pensei ter deixado claro um tom pessimista. Pois embora eu a veja como a solução ideal, também a acho pouco plausível. Só que desde então, pensando mais no assunto, estou à beira de considerá-la realmente inviável. Por sorte, a sublimação não é a única solução para o problema.

A hipergamia ainda pode ser redirecionada e diversificada em sentidos mais produtivos. Primeiro, deveria-se neutralizar ao máximo possível a Tipo 1, e grande parte da Tipo 2. A Tipo 3 já está restringida, portanto o que resta é estimular novas direções. Uma delas, tratarei num Adendo que já estou planejando, a Hipergamia Intelectual. Mulheres de alta formação acadêmica, mais uma vez, resistem a homens com formação inferior, ou pelo menos sem erudição. Se nossa sociedade desse mais valor a inteligência, geraria uma admiração maior pelas pessoas racionalmente competentes, invés de ficar babando ovo de artistas medíocres ou esportistas imbecis. Outra, o cultivo às qualidades masculinas supremas: O Autocontrole e a Fortaleza de Caráter. Coisa que o próprio Nessaham Alita insiste muito. Lamentável é ver o masculinismo brasileiro o idolatrando ao mesmo tempo que ignora seus ensinamentos mais sublimes, gerando guetos internéticos onde frustrados se reúnem para falar mal de mulheres e por a culpa de tudo no feminismo, replicando exatamente o vitimismo feminino que esperam denunciar, e, nesse caso em parte pelo mau exemplo dele, nem sequer tem coragem de assumir suas identidades. Não foi o próprio Nessaham que sugeriu que se assumir como machista costuma tem um ótimo efeito de Horrorização Calculada? E tem mesmo. Mas tais atitudes corajosas sequer são possíveis para quem não tem coragem para assumir as próprias idéias publicamente. A maior crítica que pode ser feita a Nessaham Alita é sua opção pelo anonimato.

Madre Teresa como exemplo de uma mística é algo que jamais passou pela minha cabeça. Ela foi apenas uma beata famosa por sua caridade, mas sequer era teóloga. O que entendo por mística estaria mais para uma Blavatsky. Mas tive em mente principalmente o renascimento de religiões da Deusa, como wicca ou paganismo, embora isso tenha um resultado um pouco confuso. E sobre a literatura fantástica, me refiro ao fenômeno de massa. A recente explosão (e nem tão recente, últimas décadas, por exemplo) de literatura Fantástica e Ficção científica tem uma maioria, ainda que pequena, feminina. Fato inédito na história. Em especial na Ficção Científica, que em todo o século XIX e mais da metade do XX foi quase exclusivamente masculina. Pouco importa se é literatura de boa qualidade, sequer é cabível discutir essa 'qualidade". O que importa é ser o primeiro passo para uma massa literária que pode se retroalimentar.

Espero que não veja Y - The Last Man como evidência antropológica, pois quero saber é baseado em quê você supõe que um mundo ginocrático não seria menos propenso a guerras. Não digo que seria melhor de viver! Apenas menos inclinado a auto destruição total. Parece difícil elencar evidências em contrário. O próprio Alita fala da ausência de casos de "...mulheres que façam guerra com outros povos para tomar-lhes os machos.", eu próprio explano sobre isso em GENOGÊNESE. Faz-se guerra por terras, não por grãos! Pra quê uma guerra por algo produzido em massa sem custo algum? Um só homem produz milhares de espermatozóides férteis por dia. Em um ano haveria meninos suficientes para reverter a escassez masculina. Faria mais sentido uma guerra entre um bloco favorável e outro contrário à extinção do gênero masculino. Até entendo que digas que as mulheres lutam por uma única coisa, homem, embora discorde. Mas podemos também reduzir todas as lutas masculinas, com muito melhor base sociobiológica, também a uma única coisa, mulher! Estás me devendo um argumento para justificar a idéia de que um mundo soligínico seria tão ou mais belicoso que um soliândrico, ou mesmo o atual.

Enfim, e voltando ao começo. Já admiti há muito tempo que os descaminhos do feminismo foram prejudiciais à civilização. Só insisto que não é todo o feminismo. O original, no que me enquadro, continua sendo benéfico por estar indissociavelmente associado à Democracia, o único sistema promissor no sentido de evitar guerras. JAMAIS HOUVE UMA GUERRA ENTRE DUAS DEMOCRACIAS! Esse feminismo tem sim o problema da redução populacional, como já coloco desde 2002, o problema é que a alternativa é comprovadamente inviável! Retornarmos a um sistema tradicional clássico é receita certa para uma guerra global, primeiro porque a população dispararia, acelerando ainda mais a tensão territorial e a escassez de recursos, e segundo porque nesses 10 mil anos do modelo tradicional não houve um único não pautado por guerras, com frequentes grandes conflitos que chegam a durar um século! Nunca defendi o feminismo de gênero, radical, separatista ou todas essas bizarrices da Segunda Onda, não há do que me envergonhar. Me decepciona é ter acreditado que esse modelo social seria sustentável por mais tempo ante o crescimento vertiginoso do Islã, o que chega de fato a me envergonhar foi ter estudado evolução durante tanto tempo e ter demorado para ver que nossa herança biológica oculta, revelada no intocado tema da Hipergamia, mostra um quadro pior do que eu pensava.

Meu limite auto imposto me obriga a parar aqui. Mas gostei tanto dessa mensagem que, se quiser, na próxima pode extrapolar. Eu a transformo num Ensaio novo em forma de diálogo. Só tente não se alongar demais.

Mais uma vez, obrigado. Fico no aguardo.

Amigavelmente

19 de Março de 2013

   

          Fábio Duarte Ribeiro      1986      Machado - MG

          Estudante de Agronomia           Agnóstico

706 709 711 714 718 723 725 788
790 796 798 801 808 813 826 845
    f a b i o d r i b e i r o       y a h o o . c o m . b r

Olá Marcus tudo bem! Dessa vez queria discutir sobre algo a respeito da relatividade, algo que me veio repentinamente a cabeça e que me deixou bastante intrigado.

Imagine uma nave não tripulada em orbita ao redor da Terra se movendo a 80% da velocidade da luz, ou seja, 240000km/s. Digamos que na tragetória da nave exista um tipo de "anel" em que cada vez que a nave passa através dele é registrada uma volta completa, e que o registro é mostrado em três pontos diferentes: no anel, dentro da nave e na terra.

Vamos considerar que a nave permaneceu na sua viajem 365 dias. Realizando alguns cálculos isso resulta em um total de 197.100.000 voltas durante este período.

O período de 365 dias foi marcado através de um cronômetro localizado no interior da nave e por um outro cronômetro localizado na Terra, em que esse ultimo ao final da viagem marcava um tempo correspondente a 547 dias (1 ano e meio aproximadamente), já que o fluxo de tempo entre os dois cronômetros se passava a uma razão diferente devido a distorção temporal, com o tempo do cronômetro localizado na nave passando mais devagar.

Disso fica a pergunta: A nave percorreu 197.100.000 voltas que correpondem a 365 dias ou ela teria percorrido 295.380.000 voltas que correspondem a 547 dias? Essa confusão estaria relacionada com a distorção no espaço?

Amigavelmente

Sábado, 7 de Janeiro de 2013

Apenas acrescentando a minha mensagem, o tempo medido no cronômetro localizado na Terra de 547 dias foi um valor arbitrário que utilizei apenas para fim de exemplificação, mas acredito que de qualquer forma isso não prejudica o raciocínio.

Segunda, 7 de Janeiro de 2013

Tema: Física, Teoria da Relatividade
Viagem Espacial, Distorção Temporal
Número de Caracteres

- Mensagem: 1.307 = (1.105 + 202)

- Resposta: 3.045

Caro Fábio...

Obrigado por essa interessante mensagem, e vejamos o que pode ser compreendido sobre o tema.

Bem, primeiro, apesar da força gravitacional afetar também a passagem de tempo, penso que devemos desconsiderar a diferença entre o tempo do Anel e da superfície da Terra, que seria desprezível. A não ser que o anel também estivesse em movimento.

Com isso, vamos comparar apenas o Tempo da Nave com o Tempo da Terra.

Ainda bem que você acrescentou que o valor utilizado foi arbitrário, porque eu realmente não sei como efetuar o cálculo da distorção temporal relativa à velocidade. Mas sei que a distorção não varia em relação à velocidade de forma linear, de modo que muito provavelmente, uma nave voando a 80% da velocidade da luz não distorcerá o tempo exatamente em 80%.

Por isso, creio ser desconsiderável também os demais valores a velocidade da nave em si. Considere apenas que TN é 66% de TT.

Se o anel diz que a nave promoveu 197 mil voltas, então é exatamente esse o número de voltas percorridas, e não o que seria temporalmente equivalente em TT. Disso, já esta clara a resposta, a diferença se explica pelo fato do tempo ser relativo, ou seja, em TN ele é 2/3 mais lento.

Para ficar mais evidente, basta acrescentar que se, da Terra, pudéssemos ver a nave voando no espaço, também a veríamos passar 197 mil vezes, com a diferença que isso levaria para nós 547 dias. O que deve estar confundindo você é a divisão do número de voltas por dia em cada caso.

Vamos facilitar. Suponhamos que sejam 5 dias em TT e 4 em TN, e apenas 20 voltas para facilitar o cálculo. Assim, para uma observadora de um ponto fixo terrestre, a nave teria passado 4 vezes por dia, ao longo de 5 dias, enquanto para quem observa esse ponto fixo de dentro da nave, o teria visto passar 5 vezes por dia.

Parece estranho, não? Se você está na nave e eu na Terra, então você me vê 5 vezes por dia e eu e vejo 4?!

Na verdade não. O problema é uma pequena confusão do conceito de dia, como rotação global, e como medida de tempo, que são discerníveis. Se um dia durasse 30 ou 20 horas, continuaria sendo uma rotação, mas o ano passaria a ter 292 ou 438 dias. Ou seja. A confusão é apenas com os referenciais numéricos de dia e ano.

Faz lembrar a estranheza com que muitas pessoas recebem a informação de que em Vênus o Dia dura mais que o Ano, pois estamos acostumados a pensar que um Ano é composto por Dias, mas se você diz que a Translação dura mais que a Rotação, a estranheza desaparece.

Assim, tanto da nave quanto da superfície, ver-se-iam um ao outro 20 vezes, 4 vezes por dia (rotação), ao longo de 5 dias. Como o referencial de dia terrestre, faz mais sentido considerá-lo como a "medida original", com o perdão da imprecisão do termo.

Mas se imaginarmos que:

- Da Terra vemos a nave passar em 4 horários notáveis: na Aurora, ao Meio-Dia, no Crepúsculo e à Meia-Noite;

- Da nave ver-se-ia o ponto em questão: entre a parte escura e clara, na parte totalmente clara, entre a parte clara e a escura, na parte totalmente escura.

Mas ao mesmo tempo, enquanto cada dia na Terra continua durando 24 horas, na nave, considerando essa distorção arbitrária, cada dia demoraria umas 20 horas, ou seja, cada 4 horas do "dia" de TN seriam de cerca de 5 horas de TT.

Voltando à frase em destaque:

Se você está na nave e eu na Terra, então você me vê 5 vezes por "dia" períodos de 24h TT e eu te vejo 4 vezes por "dia" períodos de 24h TT!

Mas Ambos nos vemos 4 vezes à cada rotação terrestre.

Ou podemos dizer Você me vê 4 vezes por períodos de 16h TT (ou 24 TN) e eu te vejo 4 vezes por períodos de 24h TT!

Enfim, o tempo distorce sim, mas o problema aqui não é tal distorção em si, mas a ambiguidade dos referenciais de tempo: hora, dia, ano etc.

Amigavelmente

9 de Janeiro de 2013

   

          Luis Gustavo Neves da Silva      1972      Rio de Janeiro

          Analista de Sistemas

          Cristão


l u i s g u s t a v o n e v e s       g m a i l . c o m                  

Olá Marcus,

Sobre o texto Gatos e a Feminlidade. Eu já criei vários gatos. Já tive também cachorros, jabotis, um coelho e peixes quando era criança. Nunca pude ter aves, mas já brinquei bastante com algumas. Eu gosto de bichos de uma forma geral e provavelmente por causa disso me aborreço com gente que não trata deles apropriadamente. Melhor seria não ter...

Gatos soltam bolas de pelo sim, as regurgitam de dentro do estômago que não consegue digeri-los e são formadas. É mais comum em gatos de pelo longo. Gatos volta e meia lambem seus donos, embora com muito menos frequência que os cães. Fazem isso por demonstração de afeto ou meramente por acidente, quando o dono interrompe seu "banho" quase constante. Por que é que o LEdu foi lambido é um mistério...

Li seu artigo. Já ouvi vários tipos de acusação sobre gatos. São associados a feminilidade sim, inclusive eles e seus donos são chamados de efeminados por alguns. Mas não acho que isso seja a causa das matanças e das agressões contra os mesmos. Eu posso citar alguns motivos muito mais práticos para motivar isso:

1 - Gatos mal cuidados, em grandes quantidades são insalubres sim, podendo transmitir raiva, lectospirose, peste bubônica, toxoplasmose, entre outras. São risco em particular para grávidas.

2 - Agravando o item 1, em boa parte das vezes, não ficam exclusivamente nas dependências da residência de seus proprietários.

3 - A urina e as fezes, em especial dos machos fedem absurdamente. Os machos tem hábito de demarcar território.

4 - São predadores e caçam, o que pode fazer com que matem outros animais de estimação da vizinhança. E novamente causam sujeira ao fazer isso.

5 - Fazem barulho durante a noite, podendo perturbar o sono de quem está próximo.

6 - Para afiar garras destroem objetos que podem ser valiosos para seus donos.

Quem cria um gato deveria atentar para esses problemas. Para quem mora em casa, a criação pode ser inviável. E Deve esterilizar o bicho quando não houver propósito de reprodução, deve cuidar da sua limpeza. Deve manter o bicho dentro da sua casa - ele é sua propriedade e não dos outros. Praça cheia de gatos abandonados ao ar livre é coisa de país pobre, não civilizado.

Sendo assim eu não levaria em conta as matanças coletivas, feitas com veneno, como atos de ódio. Os motivos que levam a essas matanças são evidentes pela própria quantidade de gatos aglomerados no mesmo local. Aglomerações caninas em pequenos espaços não existem, pois estes consomem muito mais recursos e por isso seu instinto os leva a se dispersar em áreas maiores. O controle da população deles também é realizado, mas como tem maior porte e causam problemas maiores (como acidentes de transito), isso normalmente é feito pela prefeitura ou orgãos específicos. Caberia então um estudo mais aprofundado, levantando estatísticas sobre os muitos casos de gatos que são individualmente mortos e/ou agredidos violentamente (clara manifestação de ódio) com os também não incomuns casos de violência contra cachorros.

São muito mais frequentes? Não sei afirmar.

Sexta, 14 de Dezembro de 2012

Tema: Gatos, Símbolos, Feminilidade, Mitos, Pré-conceitos, Raposa, Japão
Número de Caracteres

- Mensagem: 2.535

- Resposta: 4.531

Olá Gustavo...

Obrigado por suas considerações, e é bom avisar aos leitores que esta mensagem originalmente foi postada por e-mail entre amigos, daí algumas referências internas. Bom lembrar também, que a nossa discussão foi desencadeada pelo texto When Felines Attack - Do house cats ever kill people?

Primeiro de tudo, devo acrescentar uma observação que pode fazer alguma diferença no meu texto original. É que eu nunca tive, e não enfoquei em especial, os gatos persas, de modo que alguém que crie exclusivamente esse tipo de raça pode ter experiências bem diferentes daqueles que criam gatos comuns, visto haver divergências comportamentais e fisiológicas significativas.

Talvez essa questão das bolas de pelo e das lambidas sejam mais aplicável aos persas, ou eu seria vítima de uma coincidência espetacularmente absurda por jamais ter visto uma única de tais bolas regurgitadas, embora já tenha visto sim, várias vezes, vômitos felinos. Talvez, pela maioria dos meus gatos ter tido pelo curto. Quanto às lambidas, também não me recordo de uma única ocasião em que isso tenha acontecido que não fosse por ter a pele untada com alguma coisa palatável, ainda que possa ser apenas suor. (Mas enfim, isso apenas foi falado para contestar uma crítica feita por alguém que usou esses argumentos para justificar seu ódio aos felinos.)

Todo os itens que você citou são verdadeiros, mas penso que todos estão previstos no texto. O que tento mostrar é que eles não podem explicar o tão fortemente disseminado ódio aos gatos, porque diversos outros animais, em especial os cães, o fazem em escalas muitíssimo mais significativas. Quaisquer animais mal cuidados causam problemas, e penso que os cachorros, nesse caso, são muito mais carentes de cuidados devido a sua maior dependência dos humanos. Qualquer gato normal pode ser abandonado no mato que sobreviverá, exceto se muito velho, mas a maioria dos cães, em especial as raças menores e mais delicadas, morreria facilmente.

Praticamente só vê fezes de gatos quem os cria em dependências fechadas, tendo que usar as desagradáveis caixas de areia. Quem os cria em terrenos aberto, como eu próprio, raramente as vê. Atualmente tenho 5 gatos, afora ocasionais visitantes, num terreno de cerca de 2.700m2, sinceramente nem sei onde eles defecam!

Já as marcações de território são sim um ponto relevante, pois embora cães também o façam, os gatos podem fazê-lo em locais mais inusitados, e de fato sua urina tem mesmo um odor mais desagradável. Também o terrível hábito de esgravatarem objetos, já perdi sapatos e botas por isso. Mas não se compara ao estrago que cães podem fazer ao destruir absolutamente tudo o que vêem pela frente, especialmente quando jovens, na primeira oportunidade. Já tive cadeiras, sofás, colchões e até lataria de carro destruídas dessa forma. Também é evidente que os cães fazem muitíssimo mais sujeira, mas como se vê, isso não é motivo para que sejam odiados de forma tão evidente.

O que Gatos e A Feminlidade tenta mostrar (é bom ler também os comentários na Mensagem 652) é que nada disso é capaz de explicar esse ódio, que é preciso uma explicação mais profunda. Para uma negação dessa tese, creio, seria preciso apontar outra explicação suficiente, ou neutralizar o referencial simbólico, ou negar que os gatos sejam de fato mais odiados que os cães, NO OCIDENTE, algo que me parece bem difícil. Para outra evidência histórica que nada tem a ver com as bruxas, veja o livro O GRANDE MASSACRE DOS GATOS, de Robert Darnton. Procure também por pets serial killers, ou similares. Há muitas mortes de cães, mas me parece que as de gatos são muito mais numerosas.

Uma outra evidência a favor dessa tese é negativa, e vem do oriente. Contrariando o que você diz sobre apenas países pobres aglomerarem gatos nas praças, no Japão, como na Inglaterra e na Austrália, há muitíssimos gatos de rua. Ora, não é novidade que o Japão é um país tradicionalmente machista, e sendo assim, pela minha tese, lá o ódio aos gatos não deveria ser também disseminado?

Mas não é. Os japoneses parecem não nutrir esse tipo de preconceito contra gatos, e a explicação é simplíssima. Lá, GATOS NÃO SÃO SIMBOLICAMENTE ASSOCIADOS AO FEMININO! Muito menos ao azar, pelo contrário, a julgar pelo Maneki Neko. Procure por Gatos no Japão e verá muita coisa interessante.

O animal que preferencialmente simboliza o feminino na verdade é a raposa, mas por não ser doméstica, não creio que um ódio socializado pudesse se manifestar da mesma forma como o mito de Lilith inconscientemente focado nos gatos faz no ocidente.

Enfim, pode até ser inconclusivo que gatos sejam mortos ou agredidos em proporções maiores que cães. Vale lembrar que no caso dos cães haverá a questão do porte. É obvio que cachorros grandes dificilmente serão tão vitimados quanto cachorros pequenos. Por outro lado os gatos, mesmo sendo sempre pequenos, costumam reagir com muito mais frequência, limitando possibilidades de agressão. Seria muito difícil com um gato ocorrer o célebre caso de agressão em Goiânia.

A reação dos bichanos, bem como uma certa mística a seu respeito, podem ser o que na verdade impede que sejam vitimados com frequência muito maior.

Mas apesar de tudo, me parece inconteste que na cultura popular gatos são bem menos quistos que cães. Pode até ser enganoso, mas a expressão "I hate cats" volta mais de 5 milhões de resultados no Google. "I hate dogs" não chega nem na metade.

Amigavelmente

20 de Dezembro de 2012

   

          Kleber Pereira Rocha      1980      Sobradinho-DF

          Trabalhador, Estudante

          Cristão


        k l e b e 1       l i v e . c o m

Bom dia,marcus valério,o assunto é gravidade e levitação.Você concorda que a mente humana é a chave para conseguir levitar?que com a tecnica mental correta podemos conseguir verdadeiros milagres?

Quarta, 28 de Novembro de 2012

Tema: Anti-Gravidade, Levitação, Ficção Científica, Mística, Paranormalidade, Magia, Milagres
Número de Caracteres

- Mensagem: 168

- Resposta: 1.407

Prezado Kleber. Deves se referir ao texto Anti-Gravidade e Levitação, onde esboço algumas suposições a respeito de princípios que poderiam basear uma tecnologia, ou magia, anti gravitacional, bem como traça algumas consequências dessas suposições, mostrando inclusive que tal idéia tem sido mal explorada pelos autores de Ficção Científica e Fantástica.

Dito isso, bom esclarecer que não sou um entusiasta da paranormalidade ou de feitos milagrosos. Posso ser um simpatizante da possibilidade, mas estou longe de acreditar que existam eventos sobrenaturais ocorrendo, ou ocorridos, em nosso mundo. E ainda que existissem, de certo teriam que ser muitíssimo raros e isolados, ou o mundo seria bem diferente do que é.

Tudo o que posso fazer é conjecturar, hipotetizar. Gosto de conceber possibilidades, e para isso apelo à mistura da Filosofia e Ficção Científica, traçando inclusive "teorias" que baseiam um universo repleto de fenômenos metanaturais e superpoderes.

Nesse âmbito de Ficção Científica e Fantástica, imaginei que todo o universo é constituído de uma substância fundamental denominada Menton, que assume as propriedades de Mente e Matéria, e com a devida disciplina desenvolvida, é possível modular um fluxo de mentons que passa a agir na infraestrutura da matéria, permitindo os poderes dos personagens.

Se existe alguma coisa naquilo que chamamos de realidade que se relacione a tais improbabilidades, não sei, mas tenho que recomendar ceticismo.

Antes flertar com a fantasia sabendo que é fantasia do que achando que ela pode ser realidade. Se no primeiro caso você estiver errado, será surpresa positiva, no segundo, decepção.

Amigavelmente

16 de Dezembro de 2012

   

          Sidnei Rosa da Silva      1979      São Paulo

          Advogado

          Cristão/Budista


            s i d s s i l v a 8       y a h o o . c o m . b r

Olá Marcos Valério. Li sua monografia sobre o excesso populacional e o fato de ela estar na base de todos os problemas sociais, com o qual concordo plenamente. Parabenizo-o pela forma articulada e inteligente com a qual você abordou todos os aspectos ali mencionados. Também penso que os donos do poder (alguns dizem que são os maçons Iluminnatis)estejam por trás de toda esta manipulação, para que a miséria se reproduza exponencialmente, de modo a garantir-lhes e fornecer-lhes mão-de-obra barata/escrava,ininterruptamente. Gostei muito da parte da dessensibilização. Onde há um exército de miseráveis o ser humano (indivíduo perde a importância e só serve como estatística). Certamente, os donos do poder e interessados na manutenção "eterna" do "status quo" criarão/inventarão alguma guerra para contenção populacional e aumento de seus lucros com a venda de armamentos.

Uma questão totalmente fora deste assunto é o fato que gosto de escrever poesias. Tenho várias e gostaria de compartilha-las contigo. Estes dias tive o seguinte "insight": Deus é o espaço sem tempo". Supondo que o espaço sempre existiu e, não havendo a necessidade de deslocamento de algo de um ponto a outro (movimento), o tempo é desnecessário e se torna apenas um instrumento de medida de deslocamento. O espaço em si sendo onipresente é a noção que mais se aproxima do que denominamos "Deus".

Domingo, 25 de Novembro de 2012

Tema: Excesso Populacional, Reprodução, Política
Filosofia do Tempo, Teologia
Número de Caracteres

- Mensagem: 1.155

- Resposta: 2.609

Prezado Sidnei.

Muito obrigado por seus comentários e sua apreciação da monografia Pequeno Demais Para Nós Todos, onde inaugurei oficialmente minha argumentação sobre o assunto. A realidade atual, porém, demanda alguns ajustes, visto que nosso país praticamente já entrou em estabilização populacional, claramente relacionada à melhor qualidade de vida, e em parte influenciada por uma série de medidas que, quase tenho certeza, envolvem sim a ação de forças socioeconômicas discretas, porém mais no sentido de conter o crescimento, visto que já estão claramente a temer o excesso populacional dos países menos desenvolvidos.

Hoje estou enfocando em grande parte o problema quase inverso, o da redução populacional dos países mais desenvolvidos, o que não seria preocupante não fosse o fato deste ser um incentivo ao aumento populacional dos menos desenvolvidos. Como explico no texto Em Defesa da Humanidade, o mundo não parece estar ficando em boas mãos, visto que a população crescente mais ostensiva é a islâmica, com clara intenção de atingir todo o globo e implementar o Califado Universal.

E isso não seria um problema tão grave não fosse o fato de que cedo ou tarde tal califado se dividiria em facções inimigas, e cedo ou tarde sofreríamos um holocausto com armas de destruição maciça entre xiitas e sunitas ou coisa que o valha.

Por essas e outras, eu passei a advogar antes a idéia de Crescimento Demográfico Sustentável, que pode ser positivo ou negativo, ou uma estabilização, que creio deveria ser o caso dos países de maior IDH do mundo, de modo a não dependerem, e fomentarem, a imigração, e consequentemente favorecerem o domínio do mundo por civilizações que herdarão suas conquistas tecnológicas mas não as sociais. Grande parte disso é abordado na série de textos sobre HIPERGAMIA.

Sobre suas reflexões teológicas e temporais, é bem ousado conceber Deus como o espaço, bem como separar este último do conceito de tempo. Entenda que não é apenas o fato de ter que haver um deslocamento no espaço para que tempo seja mensurável, ou sequer faça sentido, mas também que tal deslocamento pressupõe tempo.

Em outras palavras, qualquer alteração espacial se dá ao longo do tempo, mas também, qualquer alteração temporal parece se dar ao longo do espaço. Se houve uma passagem de tempo, necessariamente houve um movimento espacial e vice versa, pois não apenas todo movimento força o tempo a correr, bem como toda passagem de tempo força movimentos no espaço.

Veja bem, se não há qualquer deslocamento no espaço, pode-se pensar que há um espaço, congelado, sem tempo. O problema é que é impossível que qualquer movimento se realize se já não houver um tempo, também congelado, para permití-lo.

Eu penso que o conceito de espaço depende do conceito de tempo, e que nesse ponto, a Teoria da Relatividade Geral está correta.

Quanto a Deus ser o próprio espaço, é algo mais obscuro. Quais seriam as propriedades dessa divindade? De onde viria a matéria, por exemplo?

Fique a vontade caso queira enviar alguma poesia. Mas só a comentarei se houver algum conteúdo não puramente poético envolvido.

Amigavelmente

9 de Dezembro de 2012

   

           Juliana Araki  -  Curitiba - PR  -  1985

      Estudante

      Católica

j u l i a n a . o s h i y a m a     g m a i l . c o m              

Olá Marcus Valério,

Meu nome é Juliana e acabei de ler seu ensaio sobre Gatos e a Feminilidade. Confesso que várias vezes pensei e percebi muito do que você fala lá. Achei seu texto incrível e não consegui parar de ler. Tenho uma gata e adoro gatos, sempre os adorei, e sempre tive uma revolta enorme com o preconceito ridículo que eles sofrem de pessoas que nunca nem ao menos o tiveram... Inclusive, a primeira pergunta que sempre faço quando alguém diz pra mim que odeia gatos é: Você já teve um?

E quando a resposta é não nem me dignifico a formular uma resposta. E o engraçado é que quando isso acontece, as pessoas começam a apelar, aí sim é que ficam com raiva e ficam dando motivos idiotas para seus preconceitos.

Todas as coisas que você disse são muito pertinentes e estou lendo os textos de apoio que você indicou. Eu conhecia a história de Lilith e também sempre achei que os gatos exalavam feminilidade, mas nunca havia pensado no sentido desse ser o motivo do preconceito. E nunca tinha me atentado para o fato de que não existem gatos na bíblia.

Enfim, o motivo de eu estar aqui é para lhe parabenizar pelo texto. Estou pensando em fazer um documentário sobre o assunto do preconceito quanto aos gatos e este texto vai ser de muita ajuda. Gostaria de continuar a conversar com você sobre o assunto. Acho interessante você ter colocado textos científicos que apoiem a sua teoria.

E embora seja católica, eu entendo e sei que a religião em que acredito É androcentrista. Mesmo assim, já tive muitas provas de que Deus existe e não é porque alguns "fiéis" fizeram ou disseram merda no passado que vou deixar de acreditar na mensagem principal e não em suas interpretações dadas por padres, pastores, etc...

Quinta, 27 de Setembro de 2012

Tema: Gatos, Mito de Lilith, Feminilidade, Mitologia Hebraica

Número de Caracteres
- Mensagem: 1.412
- Resposta: 1.200
Olá Juliana. Obrigado por seus comentários sobre o texto.

Recentemente, tenho até aperfeiçoado a teoria da divisão de feminilidade, acrescentando que o fato do mito dizer que Eva foi retirara de Adão, implica que, de certa forma, Adão também perdeu parte de si mesmo. Uma parte feminina, claro, e que o desafio da reintegração, além de harmonizar Eva e Lilith, seria reincorporar o aspecto Eva em Adão.

Estou em vias de publicar um texto abordando isso, mas enquanto isso, você pode ver a Palestra Sobre Hipergamia (1, 2 e 3), que fala sobre isso na Parte-1.

Quanto a questão do androcentrismo bíblico, não tome isso como uma crítica à religião em si. É um fato histórico até bem documentado o processo de transição das mitologias centradas em culto ao feminino e a fertilidade, para as centradas em deuses guerreiros. O contos do Deuteronômio, em grande parte, mitificam esse processo, ao relatar cruzadas de povos nômades que teriam sobrepujados povos agrários que, em muitos casos, adoravam deusas.

Não digo para recriminar esse processo histórico. Creio que seja parte de uma evolução natural da civilização patriarcal e talvez não houvesse como, historicamente, ser diferente. Se hoje a civilização está preparada para reverter parte desse processo é o que fica em aberto. E sinceramente, minhas pesquisas recentes têm colocado dúvidas nisso.

No mais, se precisar de mais alguma coisa, será um prazer colaborar.

Amigavelmente

3 de Outubro de 2012
   

          Vinícius Valentim Vidoto      1993      Nova Venécia - ES

          Estudante

          Ateu


v i n i c i u s _ v v 4 2       h o t m a i l . c o m  

Olá Marcus,

Sou ateu, mas às vezes tenho algumas idéias agnósticas em minha cabeça (que não duram muito tempo). Acho que pode haver evidências a favor da existência de uma inteligência superior, mas elas não são convincentes. É possível tudo que existe ter surgido e evoluído até chegar a complexidade que vemos hoje sem ajuda de um ser superior? Pela hipótese do multiverso, existem infinitos universos onde alguns dão certo e outros não. Por esta linha de raciocínio, para um universo dar certo tudo é uma questão de sorte, acaso e probabilidade. Claro que esta idéia ainda não foi 100% comprovada, mas não deixa de ser uma hipótese científica.

Quarta, 26 de Setembro de 2012

Tema: Teísmo, Agnosticismo, Universo, Cosmos, Caos, Aleatoriedade, Falseabilidade
Número de Caracteres

- Mensagem: 538

- Resposta: 1.054

Prezado Vinícius (Interessante seu nome. Suas iniciais foram um triplo "V"!)

Não vejo muita cientificidade nessas hipóteses, foi como insisto, o principal argumento EM DEFESA DO AGNOSTICISMO (que nada tem de probabilístico) é exatamente a impossibilidade de testar a existência de Deus, em especial porque além de não ser possível falseá-la, e absolutamente impossível confirmá-la!

Portanto, a idéia não será nem 100 nem 1% confirmada. Jamais será comprovada em nível algum!

Creio que é possível sim que o Universo conhecido tenha chegado onde chegou sem qualquer ajuda de um ser superior, mas também penso que insistir nas noções de sorte, aleatoriedade e probabilidade pode ser precipitado, pois pode haver regularidades que explicam o ordenamento, e que ainda não tenhamos apreendido. Lembre-se que a não existência de um Logos não implica necessariamente em Caos absoluto.

Enfim, nada contra o seu ateísmo. Como digo, do Agnosticismo para o Ateísmo Negativo (aquele que apenas nega as alegadas provas da existência de Deus e mantém a descrença pela impossibilidade de devida demonstração) é uma diferença sutil, quase estética. Meu texto teve como objetivo demonstrar que o Ateísmo Afirmativo é dogmático, assim como o Teísmo.

Amigavelmente

1 de Outubro de 2012

   

          Saul Ramos de oliveira      1987      Pombal - PB

          Estudante

          Ateu


s a u l . a g r o . r a m o s       h o t m a i l . c o m        

Marcus Valério, li seu artigo KARL MARX, o maior inimigo do Marxismo, e decidi dar minha simples opinião sobre ele, apenas uma análise básica e principiante. Você começa o artigo falando que Marx nunca deveria ter publicado seus escritos: Ora do que iria adiantar fazer um longo trabalho uma análise tão brilhante,desmascará e provar a face terrível do sistema capitalista, se não o fosse para publicar? se não fosse para mostrar e conscientizar as pessoas sobre tal sistema? Ter plena confiança nas suas teorias não implicaria para Marx, não divulgar suas ideias e morrer obsoleto! depois você diz: "forças históricas impessoais implementam as revoluções por meio da luta de classes de modo irresistível, praticamente fatalista, então elas realizariam a revolução proletária inevitavelmente, sem qualquer necessidade de suporte teórico ou ações deliberadas".

Mais Marx em seu livro, O Manifesto do partido comunista, enfatiza o papel da militância, por meios dos partidos comunistas, na orientação dos trabalhadores para o processo de revolução que irá por vim segundo sua teoria,conscientizar os trabalhadores para o momento da revolução foi um importante papel de Marx, pelo ponto de vista revolucionário e isso não contradiz o papel das forças históricas naturais. A revolução e um produto da história e nem uma revolução socialista que houve, nasceu de um golpe militar, ou de uma tentativa forçada, todas tinha uma situação especifica, Marx não deixou bem explicito, o que era a situação revolucionária, mais Lenin e Trotsky, explicaram e definiram melhor o que seria e em quais condições aconteceria,e a conscientização dos trabalhadores nas bases Marxistas foram fundamentais para, evitar contra revoluções e, para saber o que fazer com a chegada do momento.

Concordo com você, quando disse que os textos marxistas, servem para acelerar a revolução e não exatamente realizar, mais discordo que seriam desnecessários, pois os textos de marx foram indispensáveis, não só para o entendimento da situação revolucionária, como para fundamentos e bases da nova sociedade, como foi o caso de lenin na Russia. Marx disse que a revolução viria de forma natural e inevitável, mais não exclui o papel dos trabalhadores e dos marxistas nisso, pois e preciso que o proletariado esteja consciente o operário, contudo, não reconheceria a exploração de que é vítima daí a importância do intelectual marxista no processo de formação da consciência de classe, por meio da qual o trabalhador descobriria que seus interesses são divergentes dos da classe dominante. Além disso, o marxismo valoriza também as experiências de reivindicação específica dos trabalhadores, por meio de suas organizações representativas como os sindicatos e partidos políticos. Por isso esperar a revolução de forma consciente e de suma importância para seu trinfo, sem contar que a "Suavização" do capitalismo ou seja, vários benefícios e conquistas de forma imediata dos trabalhadores, só foram possíveis graças as bases de Marx e todos os revolucionários, ou você acha que todas as conquistas foram dadas de forma natural e humanística por parte da burguesia? por isso acho que o socialismo hoje já pode ser considerada uma filosofia com várias vitorias em todo o mundo.

Você diz que o escravismo o feudalismo e o capitalismo não tiveram nem um ideólogo,realmente não tiveram, mais não implica em dizer que uma futura sociedade socialista não o precise!e justamente essa a diferença enquanto o socialismo cientifico se apega nas bases da sociologia, filosofia, economia pedagogia e etc,esses sistemas vieram do nada sem nenhuma base racional por isso são contraditórias, e da mesma forma que vieram do nada sem base alguma irão se acabar do nada! apenas serão etapas históricas. a sociedade vai evoluindo de acordo com seus conhecimentos, e isso vai gerando consciência e racionalidade para saber que escravizar um negro e errado, de ficar sobre ordens de um cara, com uma coroa na cabeça e inaceitável, e futuramente de não ter direitos básicos, e ver que tem caras que ganha milhões especulando e explorando sem fazer nada, e ver um jogador de futebol ganhar bilhões enquanto um cientista não ganha nem a metade do que merece e absurdo!o socialismo será triunfante e definitivo devido justamente as bases teóricas para sabermos fazer auto críticas, analisar e tentarmos fazer um sistemas sem contradições.

Não acho que Marx entregou o ouro aos seu inimigos divulgando sua filosofia, pois o processo de conscientização dos trabalhadores e a luta contra o capitalismo, tinha que ser começado o mais rápido possível.

Enquanto ao tempo de realização do que Marx diz, acho que estamos bem,todo o processo revolucionário e lento assim como qualquer um, mais se fizermos uma analogia com o sistema capitalista, a burguesia surge e começa a ser organizar desde o Sec XII, e so foram conseguir o poder no Sec XVII com a revolução Francesa, já a primeira revolução socialista foi a russa no seculo XX,e já que estamos no seculo XI,temos muito tempo pela frente, sem contar que o marxismo e uma obra cientifica uma teoria, com bases e estudos e análises e não uma lenda de uma tribo barbara!

E como ultimas palavras também concordo com você, em relação a violência, acho que nesse momento a luta não é mais armada, e que a revolução não é a curto prazo, e por isso não devemos fazer irracionalidades, mais sabemos que o colapso do capitalismo e inevitável e que ele virá naturalmente mais,sabemos se a burguesia irá aceitar isso naturalmente Marcus?? você duvida que para garantir seus benefícios a burguesia irá se rebaixar a práticas antigas e a total regressão dos valores e do caráter de forma desesperada, como imperialismo, guerras, escravidão e voltar a apoiar ideologias nacionalistas como apoiou o nazismo? e não duvido! pois a irracionalidade e o que sustenta seu sistema! e em algum momento no futuro as brigas se tornaram mais agudas, as contradições maiores e o capitalismo não vai largar o osso fácil o que você acha provável acontecer?? so os trabalhadores unidos e conscientes dos seus direitos, saberão lidar com tal situação,e Marx será de fundamental importância para tal consciência, independente de qualquer ato, ou de qualquer futuro.

Terça, 21 de Agosto de 2012

Tema: História, Política, Marxismo, Revolução, Mentalidade, Ideologia
Número de Caracteres

- Mensagem: 5.214

- Resposta: 9.400

Caro Saul. Obrigado por seus comentários e será um prazer dialogar sobre este tema. Entenda que eu não quis desmerecer o marxismo enquanto teoria filosófica, mas penso que o que coloco no texto é uma constatação da própria essência teórica. Evidente que o vasto trabalho intelectual de Marx não poderia deixar de ser devidamente registrado e transmitido, o problema é a amplitude de tal transmissão, e ainda mais sua inevitável apropriação por outras correntes.

Existem muitas obras densas e profundas que permanecem em relativa obscuridade, quer seja de forma deliberada, mantidas por tradições ocultas e sociedades secretas, ou por não terem sido popularizadas com eficiência. Nem por isso deixam de ter relevância histórico intelectual, pois podem vir a ser redescobertas tardiamente, ou também influenciar o processo histórico por meio das atitudes discretas dos poucos que a conhecem.

Penso que esse bem poderia ter sido o caso do marxismo. Se a teoria marxista tivesse ficado oculta e fosse descoberta hoje, acho que seria muito mais profética e impressionante. Se grupos intelectuais discretos tivessem mantido a obra na surdina, mesmo que sutilmente colaborando para a implementação de suas diretrizes, a revolução prevista por Marx teria muito mais chances de se concretizar em menor prazo. O que ocorreu foi o contrário, diversos pensadores se apropriaram das idéias marxistas e as radicalizaram, e quando finalmente outros se deram conta de que mais sentido faria se as mesmas fossem aplicadas com maior discrição, como o próprio Gramsci, tal método já não era mais plenamente possível pelo fato de revoluções armadas já terem se espalhado por toda parte.

Embora a revolução cultural esteja sim acontecendo de modo explícito, já não é mais possível desassociá-la de agendas políticas bastante identificáveis. O fato de pretensões completamente desassociadas do direito das classes trabalhadoras, como direitos de homossexuais ou direito ao aborto (ver Da Esquerda para Baixo), praticamente virem em pacotes inseparáveis nas ideologias progressistas, justifica que os conservadores e reacionários as vejam como uma investida integrada como objetivo de desmantelar algo bem mais amplo do que o simples sistema econômico.

Antes de prosseguir, quero deixar claro que estou considerando como MARXISMO especificamente os textos de Marx, e no máximo alguns de Lênin. E para ser sincero, nem penso que tudo o que Marx escreveu é de fato relevante. Infelizmente a maioria dos leitores parece incapaz de perceber uma obviedade que pode parecer sutil, mas de alta importância. A teoria do um autor, propriamente dita, não pode ser confundida com tudo o que ele escreveu.

Mesmo porque um mesmo autor pode erigir mais de um sistema teórico, pode manifestar dúvidas ou mesmo abandonar a teoria, pode escrever coisas completamente desvinculadas do corpo teórico principal, e o mais interessante, pode mesmo cometer erros de avaliação ao subestimar ou desconsiderar a própria teoria. (Meu melhor exemplo é Kant, que na resposta à Benjamin Constant imortalizou a bizarra defesa da obrigatoriedade da verdade mesmo em situações indefensáveis, examinada em EstÉTICA DOURADA - Parte 1 - Mentira, pg.15, acho que ele cometeu um erro que seria corrigido por uma observação mais criteriosa de sua própria Ética.)

Julguemos a teoria pela forma como ela foi exposta e pela sua coesão interna, e não por cada atitude ou dito individual de seus autores. Por isso, estou desconsiderando o que Lênin, Trotsky ou Mao fizeram ou deixaram de fazer, como também boa parte do que o próprio Marx fez ou deixou de fazer, ou dizer, que não tenham relação direta com o corpo teórico do marxismo. É nesse sentido, de atitude pessoal, que digo que Marx prejudicou sua própria pretensão.

Não vejo preocupação tão grande com a "face terrível do sistema capitalista", e sim que Marx visava uma "redução de danos" no processo revolucionário, historicamente inevitável, além, claro, de ajudá-lo. Mas tudo poderia ser feito sem uma mistura direta entre lutas sindicais por melhorias nas relações de trabalho, suavização do sistema exploratório (Que, é claro, JAMAIS me passou pela cabeça que tenha sido obtida apenas pela generosidade dos empresários!), e a previsão teórica de que o modelo sócio econômico da civilização evoluiria para o de uma sociedade coletivista e futuramente utópica.

Em suma, defendo que um modelo conspiratório funcionaria melhor que a militância explícita. Sobretudo por embora reconhecer problemas na abordagem marxista, penso que a previsão de que o modo de produção da época daria lugar a algo próximo ao socialismo é fundamentalmente correta, mas a divulgação de tal previsão e suas implicações teóricas mais atrapalhou do que ajudou.

Houve um inegável sucesso do "socialismo", aqui dito como algo mais próximo da social democracia, isto é, um enfraquecimento do poder das grandes corporações em prol de um fortalecimento do estado, com vista a melhor distribuição de riquezas. Mas o mesmo se deu dentro de uma continuidade política, ao passo que as revoluções comunistas tiveram resultados muito mais conturbados, embora possivelmente foram inevitáveis devido aos contexto opressivos contra os quais se levantaram. (Ver Revolução na Ditadura, Golpe na Democracia)

É possível que parte desse sucesso tenha se dado com o medo das elites em permitir que um desvaforecimento excessivo da classe trabalhadora fomentasse rebeliões, e assim, preferem fazer concessões. Mas também é possível que sem esse medo, haveria bem menos resistência à políticas progressistas. Sem a ameaça da guerra, o trauma de genocídios e estados totalitários, provavelmente as políticas esquerdistas seriam aceitas com mais facilidade, sem dar aos reacionários o recurso das falácias do espantalho e declive escorregadio.

De uma certa forma, foi o que aconteceu com a Revolução Cristã. Ela pode se impor com mais espontaneidade, embora lentidão, por não haver exemplos históricos que servissem de alerta contra sua disseminação. Se os antigos pudessem antever os horrores da Inquisição, Cruzadas e a reversão simbólica, talvez a resistência contra o cristianismo fosse muito mais violenta e ou eficiente. Mas os mesmo só deram mil anos depois.

E não é o cristianismo "...uma lenda de uma tribo bárbara!" Não estou falando da Gênese ou das lendas do Pentateuco em geral, sim de um sistema de pensamento que misturou o Antigo Testamento, incluindo suas dimensões mais sofisticadas, com propostas neo platônicas, influências gnósticas, contexto político da época e uma série de elementos mais complexos resultando num sistema ideológico religioso extremamente poderoso e influente. Nem é o Marxismo uma teoria científica. É filosófica, por isso mesmo é imune refutação, podendo se remodelar indefinidamente.

Tenho dúvidas se o conceito de "burguesia" tenha sido correto e eficiente no tempo de Marx e na teoria marxista, mas estou convencido de que ele não mais faz sentido algum hoje. Não existe uma "classe comercial" ou mesmo empresarial distinta do restante da sociedade. Há sim oligarquias hereditárias riquíssimas que detêm enorme poder, mas numericamente elas são pequenas e não são totalmente fechadas. Ademais, nosso sistema permite a ascensão econômica de modo que há uma confusão nos limiares que distinguem classes econômicas.

A questão não é uma classe contra a outra, embora segmentos sociais de certo estão envolvidos. A questão é de Mentalidades. O conflito entre Visões Divergentes de Mundo, percepções distintas da realidade e de como interagimos e devemos agir nela, e sobretudo, de como isso permite ao indivíduo sua plena realização.

Um bilionário pode assimilar uma mentalidade coletivista e colaborar mais pela distribuição de renda do que sindicatos, bem como trabalhadores podem assimilar mentalidades elitistas e enfraquecer movimentos sociais. Pessoas podem defender posturas que independem de sua situação social porque suas mentes podem se livrar facilmente das condições impostas por tais situações, caso o queiram. Por isso podemos ver mesmo jovens pobres defendendo políticas econômicas que só beneficiam os mais ricos.

Não considero isso essencialmente errado. Cada um pode ter motivos para defender o que acha melhor. É exatamente isso que defendo. O direito e a oportunidade de achar o seu próprio lugar no mundo, se auto definir e se individuar, deixando de ser um mero produto de seu contexto.

Nesse sentido, muitos setores progressistas me incomodam, pois frequentemente pressupõem que cada indivíduo é obrigado a se comprometer com o seu grupo, a ter uma "consciência de classe", e se dissolver na coletividade. Acho o texto de Gramsci Os Indiferentes lamentável, pois viver não deveria ser "ter que tomar partido", mas apenas poder fazê-lo, e o mais importante, poder criar o próprio partido, se recusando a ser massa de manobra de revolucionários ou reacionários.

E os conservadores são frequentemente piores, ansiosos por esmagar a individualidade em tradições milenares que facilmente transformam o ser humano em ovelha, servindo apenas de operadores meméticos para uma estrutura que não compreendem, o que tem o curioso efeito de eliminar, quase sempre, exatamente o lado bom dessa tradição estrutural, que é a sabedoria coletiva que passa no teste do tempo, pois o indivíduo, dissolvido nessa coletividade, simplesmente não sabe o que está fazendo, ou leva uma vida inteira para entender essa sabedoria. É por isso que muitos são facilmente seduzidos por ideologias revolucionárias e depois e se revoltam e invertem totalmente suas convicções. Ou seja, muda de rebanho, mas continua sendo ovelha, pensando integralmente de acordo com o que seus pastores pregam.

Triste ver estudantes engrossando exércitos ideológicos para mudar um mundo que não entendem, incapazes de exercer uma sabedoria individual ou de ver a sabedoria coletiva para mergulhar na estupidez coletiva, que evidentemente se relaciona com a estupidez individual. Também é triste ver aqueles que defendem, sem ganhar um centavo, sistemas que em nada lhes beneficiam, apenas pelo orgulho de se achar mais inteligentes que a média, sem se dar conta de que a maior façanha de um poder dominador é convencer o dominado de sua validade mesmo quando ele, ou seus correlatos, nada ganham com isso.

Você disse que os sistemas econômicos anteriores prescindiam de uma "base racional", por virem do nada, e que voltariam do nada, e que a vantagem do socialismo é que ele teria, graças ao marxismo principalmente, tal base. Mas o marxismo também é posterior às forças históricas, e em todos os casos pensadores organizaram intelectualmente as forças psicossociais e econômicas de seu tempo.

E esses sistemas não vieram do Nada. Eles vieram do Caos, tanto social, bases econômicas inclusas, quanto mental. A meu ver, a maior falha da teoria marxista é reduzir toda a experiência humana a uma base material de relações de troca, quando na verdade a instância primordial da realidade é a mente, e todo o universo cultural que ela, coletivamente, tece, em sua perpétua relação de colaboração e confronto com suas necessidades materiais.

Mas disso falemos depois.

Amigavelmente

13 de Setembro de 2012

   

          Fábio Duarte Ribeiro      1986      Machado - MG

          Estudante de Agronomia           Agnóstico

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    f a b i o d r i b e i r o       y a h o o . c o m . b r

Olá Marcus como vão as coisas, estava lendo o seu texto Falsos Mitos Sobre a Bíblia, disponível no seu outro site sobre Evolução, e fiquei em dúvida quanto a um tópico que diz que o conteúdo da bíblia não foi alterado pela Igreja Católica. Queria te perguntar a respeito dos apócrifos bíblicos, os livros não considerados canônicos pela igreja. Pelas informações que eu obtive, esses livros foram retirados arbitráriamente por manipularodes, bispos e representantes da igreja nos chamados Concílio de Nicéia e Concílio de Constantinópla, que decidiram o que as pessoas deveriam ler e o que não deveriam.

Consultando a bíblia de Nag Hammadi e os Apócrifos Bíblicos, podemos ver esses livros que foram omitidos, são eles: Evangelhos da Verdade, Evangelhos de Tomé, Evangelhos de Felipe, Evangelhos de Pedro, Evangelhos dos Egípcios, Apocalipse de Paulo, Apocalipse de Adão, Apocalipse de Abraão, Apocalipse de Elias, Apocalipse de Moisés, Apocalipse de Tomé, o livro de Adão Eva, o Livro de Enoque etc.

Curioso perceber que os manipuladores falharam em tentar omitir esses livros, pois em Judas1:14-15, é mencionado o seguinte versículo "E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos;Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele". Repare que os versículos se referem a Enoque como Profeta, mas basta pesquisar na própria bíblia e ver que não é feito nenhuma referência a Enoque como profeta a não ser no nos versículos citados, faça uma busca na bíblia on line e veja quais são as referencias sobre Enoque.

De onde veieram esses versículos? Do próprio Livro de Enoque, considerado apócrifo. Veja a mesma passagem no Livro de Enoque: "Eis que Ele vem com dezenas de milhares dos seus santos para executar julgamentos sobre os pecadores e destruir o iníquo e reprovar toda coisa carnal, pecaminosa e mundana que foi cometido contra Ele" Livro de Enoque 2:1. Compare esse versículo com os citados em Judas e verá que são os mesmos.

Muitos religiosos diriam que os apócrifos não estão na bíblia porque não foram inspirados por Deus, que são do mal etc, mas a própria bíblia faz menção a eles.

Isso não é considerado uma alteração no conteúdo da bíblia? Qual a sua opinião? Recomendo que assista o vídeo OS LIVROS BANIDOS DA BÍBLIA QUE NÃO PODEMOS LER, o qual obtive essa informação. Obrigado

Sexta, 17 de Agosto de 2012

Tema: Bíblia, História, Teologia, Evangelhos Apócrifos

Número de Caracteres

- Mensagem: 2.103

- Resposta: 3.576

Olá Fábio. Muito bom receber uma nova mensagem sua.

Bem, taí um de meus textos que merece uma atualização. (E na realidade ele fica neste site!) Felizmente, não no sentido de corrigir algo essencialmente equivocado, mas principalmente por deixar melhor especificado que: Desde que foi compilada a Bíblia Cristã que conhecemos, ela não sofreu alterações significativas, exceto a exclusão dos livros deuterocânonicos do Velho Testamento, pelos protestantes, mostrada em Comparação entre Bíblias.

A existência dos apócrifos em nada afeta essa afirmação por que eles jamais fizeram parte da Bíblia. Ou seja, eles não foram retirados, e sim, jamais foram incluídos. Note que nem mesmo o Salatiel Júnior está afirmando esta adulteração, e sim apenas reclamando a respeito da seleção arbitrária de uns textos e não outros.

Embora eu sempre louve iniciativas como as dele, acho estranho o tom de "novidade" com que ele parece anunciar sua descoberta. A questão dos apócrifos é muito antiga e qualquer cristão minimamente culto a conhece. Há muita literatura publicada sobre o assunto e muita discussão mesmo antes de existir internet, e não é difícil achar inúmeros links tratando do tema.

Eu próprio estudei esse tema bem antes de sequer pensar em montar um site, e a conclusão que cheguei há muito tempo atrás é que os motivos para exclusão dos apócrifos são pelo menos razoáveis. Há muita divergência entre correntes, mas é inegável que, por exemplo, entre os evangelhos sinópticos (Marcos, Mateus e Lucas) há uma unidade estilística, e notável coerência de temas, além de serem quase certamente os mais antigos. O evangelho de João tem algumas peculiaridades distintas, mas mesmo assim é bem coerente com os demais, e os outros livros do Novo Testamento, no que se refere ao estilo e simbologia. O demais evangelhos apócrifos, que incluem os gnósticos, são sujeitos a maior incerteza de datação e autoria, bem como a conteúdo divergente.

A maioria dos apócrifos, que inclui textos pré cristãos previamente descartados pelos judeus, é no mínimo... Estranha. Bem mais que os canônicos. É claro que há muita discussão a respeito de quais poderiam ser ou não considerados no cânone, e eu pessoalmente incluiria alguns, segundo meu entendimento, o que afetaria o sistema teológico. Mas o que quero deixar claro é que cada tradição tem seus motivos para excluí-los, e não se trata de uma mera arbitrariedade.

Como por exemplo o Livro de Segredos de Enoch, que eu comentei brevemente ao final de A Falsa Inerrância Científica Bíblica II, que pode ter sido rejeitado por apresentar uma visão cosmológica típica do helenismo da época, mas certamente incompatível com a visão bíblica geral, bem mais primitiva. E mesmo assim também errada.

Enfim, o teor curiosamente conspiratório do vídeo do Salatiel prejudica a abordagem. Não vejo sentido em falar que alguém, em algum momento, decidiu retirar tal ou qual texto para que "nós não os lêssemos". Eles viviam num contexto completamente diferente, onde sequer se sonhava com civilizações onde praticamente todas as pessoas são alfabetizadas. Os apócrifos nunca foram proibidos, e sim separados, de modo a organizar o que deveria receber enfoque, prioridade e canonicidade, e o que deveria permanecer em segundo plano, ou mesmo oculto, para ser estudado somente por pesquisadores mais avançados.

Boa parte do motivo da exclusão não era por rejeição ao conteúdo, mas por considerá-lo por demais hermético para os iniciantes. E não estamos falando do povo, que em sua quase totalidade era analfabeto, mas sim dos sacerdotes já devidamente iniciados. Era mais como sociedades secretas, onde conteúdos vão sendo revelados de acordo com o nível é méritos do iniciado.

Esses livros eram copiados a mão, por métodos incrivelmente trabalhosos que poderiam consumir uma vida de um copista. Era guardados e protegidos por pessoas que se dedicavam integralmente a isso, sendo capazes de dar sua vida por eles. Era um contexto completamente diferente.

Que um dia surgiria a imprensa, mídia de massa, internet, traduções para centenas de idiomas e bilhões de pessoas para lê-los, é algo que esses antigos jamais poderiam imaginar. E mesmo assim acertaram no fato de que quase nunca essas pessoas irão de fato entendê-los.

Amigavelmente

7 de Setembro de 2012

   

          Daniel Mary    -    1982    -    Barbacena-MG

          Servidor Público Área de T.I.

          Espírita

839
        d a n i e l . m a r y       y a h o o . c o m . b r
PLANETA DOS MACACOS X REALIDADE

Bom dia, Marcus.

Mais uma vez obrigado pela oportunidade.

Recentemente assisti o filme Planeta dos Macacos, com Charlton Heston. Um filme muito interessante com um contexto muito bom e muito válido. Não pretendo enfocar a viagem no tempo nem a evolução dos símios mas justamente o final do filme.

Quando Taylor compra a causa de Cornellius, indo contra as intenções do Dr. Honorius, revelam a verdade já conhecida por Honorius aos outros pesquisadores. Taylor foge pela praia com Nova e encontra a verdade já anunciada por Honorius: Uma reveladora Estátua da Liberdade enterrada até a metade na praia em que seguiam. Taylor chora e entende tudo. O filme se explica com isso. Excelente final.

Agora vem a reflexão: Um homem encontra uma escultura que prova a existência de uma antiga civilização muito mais avançada que a atual no contexto do filme. Logo me veio a pergunta se isso seria possível na terra e qual seria o rastro da outra civilização... demorou um pouco uma emblemática construção me veio à mente: A ESFINGE ! claro! Ela está la muito antes de todas as pirâmides, pois até testes fizeram naquele monólito e verificou-se a presença de desgaste causado por água de chuva, coisa que não existe lá há eras por assim dizer. Lembremos também do monólito de Baalbek, que atualmente é impossível reproduzi-lo e também afixa-lo com tal precisão, ou as contruções em Yonaguni, ou objetos misteriosos como a Bateria de Bagdá,o Centelhador de Coso e o Martelo de Kingoodie!

Somos os símios do filme? É muito possível que sim!


Boa noite, mais uma vez e novamente muitíssimo obrigado pela oportunidade. Continuemos...

Recentemente li algo sobre os reptilianos, mas como já havia acatado sua sugestão de leituras desde a última mensagem, fui com outro olhar aos textos. Em algum momento os textos se referem aos reptilianos em várias facções (5?) com interesses diferentes entre si na Terra e, em que duas delas me chamaram a atenção:

>> Uma boa > têm a intenção que nos tornemos melhores seres, baseados na aplicação do amor, ponderados, pacientes, compreensivos etc.

>> Uma ruim > estão presos às práticas e comportamentos mais animais físicas próprias da nossa dimensão/densidade, tais como vícios, intemperes, comportamentos instintivos e irracionais, raiva, ódio que impede nossa ascenção a dimensões menos densas. ... tendo sidos todos banidos/elevados para uma densidade menor que a nossa, possivelente a quarta ou a quinta densidade, permanecendo lá.

Isso me chamou mais a atenção ao comparar estas hipóteses com o contexto religioso espírita: entidades boas que nos ajudam, intuem e assistem para nossa evolução moral e espiritual e, as entidades menos esclarecidas que ainda estão presas aos estímulos e sensações próprias da Terra que nos incitam a manter-nos estagnados ou até retrocedendo nessa evolução moral-espiritual que, independente de contexto epistemiológico, julgo seja necessário em todo ser humano.

Realmente, é fácil criar uma história dessas regada de detalhes quais não podemos averiguar haja vista não dispomos de tecnologia suficiente para provar e comprovar a existência dessas hipóteses ou seres, remetendo-as a um conto, digno até de filme ou livro. ;)

Admitindo-se a possibilidade de várias densidades, poderíamos coexistir neste plano com seres cujas nossas características físicas não nos permitam (a princípio) percebê-los, somente suas ações -causa e efeito-. Muita coisa a se pensar, conjecturar...

Respeitosamente

DMary

Domingo, 29 de Julho de 2012

Tema: Ficção Científica, Civilizações Perdidas, Ufologia
Mitologia, Credulidade, Ceticismo
Número de Caracteres

- Mensagem: (1.297 + 1.640) = 2.937

- Resposta: 2.006

Olá Daniel, obrigado pelas mensagens.

Em primeiro lugar, quero chamar atenção para o cuidado com fontes de informação. Sua primeira mensagem está fortemente centrada no dado de que a Esfinge de Gizé teria mais de 10 mil anos de idade, e penso que você deve ter tirado tal informação da wikipedia em português. Se recorresse, porém, à versão em inglês, que garanto ser muito mais confiável, como quase sempre, perceberia que essa informação é, no mínimo, incomum, datando a esfinge por volta de 2545 aEC.

Na própria referência citada pela wikipedia em português, fica claro que Robert M. Schoch é voz dissonante na datação da esfinge, e não creio que o fato de ele estar envolvido em Parapsicologia ajude a aumentar sua credibilidade.

O mesmo se aplica às demais evidências por você citadas. As opiniões científicas mais consensuais tendem a ser bem menos amigáveis à idéia de civilizações muito avançadas perdidas.

Sobre os reptilianos, bom ver que você mesmo percebeu a correlação da mitologia dos mesmos com mitos mais clássicos, inclusive sua divisão entre forças malignas e benignas, o que só reforça a Hipótese Psico Social para explicá-los. Seriam mitos de nossa era.

Já essa questão das "densidades" diferentes, não sei se entendi bem a colocação. Já elaborei algumas hipóteses sobre planos dimensionais e ou vibratórios diferenciados, com algumas férteis analogias, mas até agora não as desenvolvi nem mesmo para efeito de Ficção Científica. Uma seria que nossa realidade opera numa faixa de "frequência" que poderia coexistir com outras de forma a não se interceptar. Mas são somente hipóteses livres.

Há porém, uma nítida contradição em sua afirmação final, pois se pudéssemos perceber as "ações de causa e efeito" desses outros seres, então necessariamente teríamos que percebê-los, visto que todos os fenômenos no universo são redutíveis a relações de causa e efeito. As próprias tentativas da parapsicologia de sustentar a existência de um plano espiritual se baseiam exatamente nisso, tentar demonstrar tais relações.

Bem, eu recomendo muitíssimo que você comece a ler o site Ceticismo Aberto. Para mim, é uma referência obrigatória sobre o assunto na web brasileira, e vai no mínimo aperfeiçoar suas idéias. Também recomendo enormemente o magnífico livro de Carl Sagan O Mundo Assombrado pelos Demônios.

Garanto que isso vai fazer uma diferença positiva.

Amigavelmente

29 de Agosto de 2012

   

          Rogerio Marx    -    1988    -    Juazeiro do Norte

          Estudante



  r o g g e r i o m a r x     g m a i l . c o m      

Olá Marcus, tudo bom? Bem, eu não estou enviando esta mensagem com o propósito de discordar ou criticar seus textos, apenas desejo saber se você já escreveu ou pretende escrever algum artigo sobre os argumentos de William Lane Craig e sobre seus debates com ateístas militantes. Ficarei grato se você responder. Obrigado e parabéns pelo site.

Sábado 28 de Julho de 2012

Tema: Filosofia, Teologia, Debate, Ateísmo, Teísmo, Agnosticismo, Apologética
Número de Caracteres

- Mensagem: 287

- Resposta: 3.721

Prezado Rogério...

Estou um pouco afastado dessa temática dos debates teísticos. A última coisa parecida que abordei foi no texto Ateísmo e Relativismo. Já ouvi comentários a respeito de Willian Laine Graig, em geral por parte de reclamações de ateus, mas não sou do tipo que emite opiniões sobre uma pessoa sem uma boa análise prévia, mesmo já estando ciente de situações como as acusações que Richard Dawkins lhe fez. Para usar uma referência em português, se é correta a descrição de Veja É possível acreditar em Deus usando a Razão, ele parece mostrar todos os passos básicos do apologeta cristão tradicional, no máximo rebuscados, e aí nesse ponto eu teria a mesma opinião sobre ele que tenho sobre a apolgética tradicional. (Na verdade confio em 'Veja' tanto quanto confio em um gato para vigiar meu peixe fresco, mas confirmei essa análise em fontes independentes.)

Essa linha de apologética segue alguns passos incrivelmente previsíveis. Começa com argumentos pela existência de uma ordem intencional no universo, um propósito, que não é em si errôneo que seja chamado de "Deus", embora num sentido mais filosófico e abstrato. O argumento Kalam, muito defendido pelo autor, é uma boa abordagem, embora nada me convença a sair do ceticismo. Sugiro meu texto Em Defesa do Agnosticismo. Com isso, tenta-se argumentar contra um universo puramente material e mecânico, muitas vezes por via probabilística, ou apelando para baluartes resistentes à abordagem científica, como a Mente, a Intencionalidade, o Senso Ético etc.

Até aí tudo bem, perfeitamente defensável. Mas então vem o primeiro abuso. O salto absurdo, injustificável, se não escandaloso, para a religião abraâmica, cujos princípios são completamente diferentes. Ela foi erguida sobre contextos culturais que só remotamente tangenciam tais discussões, e num nível extremamente simplório. Como explico em Psicogênese da Religião, somente a origem do universo tem alguma coisa a ver com a origem da religiosidade, no sentido de tentar explicar o mistério da existência, mas a Ética, por outro lado, bem como teorias mais avançadas da Mente, que são contaminadas por crenças animistas, passam longe dos fundamentos primários de qualquer sistema religioso.

Quase 2 mil anos de teologia não foram capazes de realizar essa empreitada, e não sem motivo. Partir de concepções filosóficas teísticas sutis e refinadas para ir ao encontro de um deus tribal de comportamento aquém do melhores humanos, que realiza milagres constantes e vive se arrependendo, se decepcionando, punindo, ordenando etc, é uma tarefa tão impossível que mesmo já sendo o Novo Testamento uma parte desta empreitada, visto ser Paulo de Tarso um helenista, foi necessário reinterpretar o Velho Testamento, principalmente, de formas tão extremas que os resultados beiram o irreconhecível. Por isso, insiste-se em "Criação a Partir do Nada" quando ela é completamente ausente na Bíblia O Caos Aquático na Bíblia. Fala-se num deus Eterno, fora do tempo, e imutável, quando a própria teologia teve que inventar uma disciplina chamada Dispensacionalismo para explicar os modos diferentes com que Deus lida com a humanidade, de modo que não se esperaria nem mesmo de um humano não esquizofrênico. E, no caso de Craig, para defender a justiça divina, fala-se num livre arbítrio completamente inexistente no texto bíblico, que é claramente determinista.

Depois desse abuso por si já inviabilizante, o apologeta parte para a justificação da validade da Bíblia em si, o que no caso do Cristianismo só pode se dar pelo aparente endosso de Jesus ao Velho Testamento, que baseado numa única citação razoavelmente explícita [Mt 5:17] ignora o fato de que Jesus descumpriu inúmeros dos preceitos judáicos, e faz vista grossa para o fato das maiores autoridades em Velho Testamento, os judeus, não acreditarem nessa continuidade. Após essa forçação em fundir dois livros inacreditavelmente diferentes em praticamente tudo, passa a depender da demonstração da existência histórica de Cristo, e aí fatalmente vai cair no Argumento Sociológico, que já comentei na Mensagem 717, ao comentar o texto The Impossible Faith.

Afora isso, prefiro não dizer muito mais por falta de mais familiaridade com o autor. Simpatizo muito com seu interesse por Filosofia do Tempo, e gosto de alguns debates. Talvez seja melhor, se você quiser, indicar um debate mais específico e aí podemos dialogar sobre ele.

Amigavelmente

14 de Agosto de 2012

   

          Lucas Queiroz    -    1994    -    Mossoró-RN

          Estudante

840

      l u c a s q j a l e s     h o t m a i l . c o m  
Olá Marcus,

Eu te escrevi a alguns dias sobre alguns pensamentos que eu vinha tendo com relação ao solipsismo. E, lendo alguns de seus textos, eu cheguei a alguns outros pensamentos. Venho tentando, com eles, refutar o Solipsismo, e gostaria que com você pudéssemos amadurecer esses pensamentos.

Primeiro, desconsidero o fator de me EU consciente criar a realidade, pois caso fosse, eu estaria controlando a realidade, o que eu não posso fazer, além de existirem coisas nessa realidade que eu não possuo conhecimento, inclusive o fato de o solipsismo ser ou não verdade.

Depois, gostaria de fazer uma reflexão sobre o ALTER EGO (Outro EU) criador da realidade, a qual usarei mais na frente para tentar compreender a nossa condição de existência enquanto entidade.

O fato de um ALTER EGO criar a realidade se refere a um EU inconsciente, ou seja, uma parte inconsciente do EU. Aí é que está: o que faz esse inconsciente ser uma parte do meu EU? Nada. O inconsciente, ao invés de ser parte do meu EU, é a própria realidade, que existe, codificada nele.

Portanto, existe uma realidade codificada de alguma forma em uma entidade, que pode ser um inconsciente qualquer, não sendo meu, podendo excluir a opção solipsista.

Levando em consideração o axioma "Nada pode surgir do nada", eu estou sentindo constantemente coisas novas nessa realidade, levando a pensar que elas já existiam antes de eu saber, codificadas de alguma forma em alguma entidade ou entidades.

Agora, levando em consideração o meu ente: o que EU sou? Sou um ser humano, com braços, pernas tronco, cabeça? Sou apenas um encéfalo que controla um organismo? Sou um inconsciente somado com um consciente, que usa o resto do corpo como meio de se comunicar? Ou será que não sou nem um consciente interagindo com um inconsciente que não é parte de mim, mas que pertence ao corpo juntamente com os membros? Isso me leva a pensar que meu ente se constitui de um espírito ou essência que se utiliza de um corpo físico para se comunicar.

Ainda, nessa realidade existem outras entidades como eu sendo ser humano, que de alguma forma sente que existem e se questionam pela sua existência, como por exemplo, você. E sim, eles são parte desse algo que constitui a realidade, mas eu também faço parte disso, assim como eles.

Agora, reduzindo o ser do ente ao espírito, esse realidade material pode ser justamente o meio pelo qual esses espíritos se comunicam.

Quando sonhamos, deixamos de se comunicar com outras pessoas e nos comunicamos com os espíritos que constituem as nossas próprias memórias, o nosso inconsciente.

E o que é o fenômeno, na Fenomenologia, senão o nosso espírito interagindo com os outros que constituem nossos impulsos nervosos da visão, audição, tato, olfato, que fazendo uma reação em cadeia, nos leva a nos relacionarmos com as próprias outras pessoas que existem nessa realidade.

Enfim, gostaria de saber sua opinião sobre isso, para que cheguemos a uma boa conclusão quanto a esse temas.

Ate mais!

Terça, 17 de Julho de 2012

Tema: Ceticismo, Solipsismo, Filosofia, Mente, Mentalismo, Espiritualismo, Materialismo
Número de Caracteres

- Mensagem: 2.472

- Resposta: 3.347

Olá Lucas...

Obrigado por compartilhar suas reflexões, e vejo que já assumiu uma abordagem diferente.

Podemos começar analisando sua primeira proposição relevante que é "O fato de um ALTER EGO criar a realidade se refere a um EU inconsciente, ou seja, uma parte inconsciente do EU. Aí é que está: o que faz esse inconsciente ser uma parte do meu EU? Nada. O inconsciente, ao invés de ser parte do meu EU, é a própria realidade, que existe, codificada nele."

Curiosamente, é exatamente essa a essência do Monismo Mentalista que propus, mostrar a indistinção da proposição solipsista, onde o ALTER EGO explica a realidade independente, e a do Mentalismo, onde a realidade independente constituída por ouras mentes explica o próprio Alter Ego, isto é, aquilo que chamamos de inconsciente seria em boa parte o resultado da atividade coletiva de outras mentes, nos lançando num tipo de Panpsiquismo.

Assim, não vejo problema na afirmação da realidade externa, ela existirá nem que seja apenas projeção de meu Alter Ego, até porque, como eu disse há muito tempo "Se sou eu o Deus de meu próprio Universo, mesmo que as pessoas não existam eu quero que elas existam, enquanto estiver sem minha divindade elas existirão porque não posso negá-las com certeza, e quando assumir novamente minha condição de Deus, se elas não existirem, muito provavelmente irei criá-las."

Minha discordância só surge a partir do momento em que você tenta especificar mais como se dão esses outros entes da existência, a ponto de concluir que somos espíritos dotados de corpos.

Ora, é fato que temos que subdividir a nós mesmos como seres agentes. Mesmo na opção mais extrema, onde sequer teríamos cérebros, e sim fôssemos mentes puras num plano mental puro, ainda assim seríamos constituídos de uma parte mais íntima, subjetiva, que sente profundamente, e outras partes menos profundas, como memórias, operações racionais, percepções, etc, que podemos manipular por meio de uma vontade e organização interna. Ou seja, há um nítido núcleo mental que administra periféricos mentais, que podem ser evocados, suprimidos, enfatizados ou mesmo totalmente perdidos.

Assim, seguramente não somos uma entidade monolítica e totalmente atualizada, mas sim um complexo mental com elementos dispersos que giram em torno de um núcleo psíquico mais primordial. O problema é que não sabemos a extensão desses periféricos. Eles podem incluir uma base física, que vão desde um corpo inteiro até um mero pedaço de córtex cerebral imerso num "fluido" onírico.

Claro que a possibilidade material é perfeitamente válida e fortemente provável, nunca me ocorreu atacá-la enquanto um fenômeno ou uma opção existencial e explicativa fortíssima. A dúvida só é plausível quando nos deparamos com a dúvida ainda mais radical de nossa existência mental. Mas é preciso tomar cuidado para não misturar hipóteses desnecessariamente.

Se assumimos uma hermenêutica materialista, porque seria prudente acrescentar espíritos imateriais com os quais nos comunicamos quando sonhamos? Não seria mais prático ir direto pela hermenêutica espiritualista que a priori já rejeita um materialismo puro? Ou não seria melhor ainda ir direto por uma via mentalista, onde a matéria, embora seja uma projeção das mentes, de modo algum deixa de ser real?

Enfim, minha preocupação maior é que uma proliferação de hipóteses acabe levando à postulação de entidades muitos mais improváveis do que as hermenêuticas em si. Se adotamos a pressuposição de um mundo espiritual e também um mundo material, e tentamos fazê-los se relacionar, geramos um grau muito elevado de incertezas, pois nossa comunicação com outros poderia ser explicada de modo muito mais simples, pela via materialista, bem como nossos sonhos seriam apenas atividades cerebrais livres desvinculadas da base sensorial direta.

Penso que a adoção de uma hipótese mentalista pura teria mais vantagens.

Mas isso é apenas uma proposição inicial que mereceria muito mais reflexões.

Amigavelmente

14 de Agosto de 2012

   

          Mario Campos de Jesus - 1963 - Seropédica-RJ

          Tecnico em Contabilidade

217, [217.1, 217.2, 217.3], 228, 362, 575, 579, 622, 690, 739
742, 748, 750, 751, 756, 759, 765, 770, 776, 815, 824, 827,
mariocamposdejesus     u o l . c o m . b r    

Marcus, muito bom poder voltar a te escrever. Como vai você? ...

Hoje, após ler um artigo sobre as impossibilidades tecnológicas e até teóricas das viagens no tempo e particularmente de ordem racional para as viagens ao passado, inconformado com essa perspectiva iniciei a criação da minha própria teoria para possibilitar essas viagens. Foquei-me na viagem ao passado, pois ao futuro não será possível pelo método que irei propor.

Imaginei primeiro a viagem mental ao passado, como abordado nos filmes ‘Em algum lugar do Passado’ e ‘Os Dois Mundos de Jennie Logan’. Mas também não é desse método que me refiro aqui. Tudo começou quando ao olhar uma foto e ouvir uma determinada música consegui ‘viajar no tempo’, na lembrança de algo que me marcara.

Com a tecnologia da informação, como ponto de partida, podemos construir uma máquina do tempo para uma viagem quase física ao passado e não apenas psicológica como nos filmes que citei e como numa experiência nostálgica.

Seria assim: Filmar todos os acontecimentos do Planeta daqui para frente. Câmeras e microfones em toda a parte. Em postes, veículos, fachadas de prédios e casas, em seres humanos (acopladas aos olhos), etc. Similar ao que o Google Earth está pretendendo e em parte fazendo para mapear o mundo. Tudo, claro, conectado a um super computador que memorizará tudo que acontece e em toda parte. E isso tudo somado a totalidade do conteúdo da internet.

Em fim, assim teremos todas as informações do passado em riqueza de detalhes, para sempre que quisermos voltar, viver nele, em áudio e em imagens.

Mas faltaria interagir com todo esse passado.

Bem, nós temos cinco sentidos, e são eles que nos fazem perceber que o mundo a nossa volta existi. Se um deficiente físico combinar a ausência de visão, audição, paladar e olfato, mas ainda lhe restar o sentido do tato, poderá pelo menos perceber o mundo, objetos, pessoas, o vento, através do contato com sua pele. Mas se lhe faltar também o tato, o mundo deixa de existir para ele. Ele estaria virtualmente morto. Ou seja, assim como o tempo futuro e o tempo passado, o tempo presente também não existiria para ele.

Quero dizer que uma viagem ao passado de verdade deve nos possibilitar a interação com o mundo não apenas através da visão e da audição (assistir um vídeo com áudio), mas também através da percepção do cheiro, do gosto e das texturas.

Mas isso é possível?

Sim, a princípio acrescentando um código de odores e sabores ao que estamos assistindo. Não é tão difícil, haja vista o que as indústrias já o fazem com os alimentos processados de forma artificial. Para aumentar o realismo desse ‘vídeo’, que já nos traz som, imagem, odor e gosto (tipo uma máquina de realidade virtual), só nos faltaria mesmo ergue-lo da ‘tela plana’ e transformá-lo em um 3D. Ou melhor ainda, num holograma. Pois aí, além do visual com volume, poderia também nos envolver.

Pronto. Já temos praticamente a máquina do tempo que nos levaria ao passado.

E convenhamos, é bem mais viável que teorias de construção de buracos de minhoca e outros arroubos correlatos dos visionários convencionais de viagens temporais.

Claro que a solução aqui, visto a impossibilidade de viajar até o passado, foi manter o passado preservado, literalmente gravado, para acessá-lo quando quisermos. A sensação de viagem o será sempre que o acessarmos. Interessante ao imaginarmos um Deus eterno, que pode ver o passado, nem precisa ser sobre natural para esse feito, bastando tão somente ter tudo que já aconteceu gravado, como propus, mediante uma tecnologia de informação avançadíssima, só que tudo arquivado em sua própria memória, podendo materializá-lo, o passado, quando quiser (sem precisar ‘viajar - voltar’ até ele). E aproveitando que toquei no assunto de Deus, lembro-me que quando era religioso tinha dificuldade de imaginar como seria possível Deus ouvir as preces de todas as pessoas do mundo inteiro ao mesmo tempo, até que quando do advento da internet vi que não era tão extraordinário assim.

Bem, voltando a nossa realidade, no entanto ainda falta algo para uma interação realista, algo que se conseguíssemos ninguém poderia duvidar que estivesse mesmo vivendo no passado.

O tato.

Como simular o envolvimento físico, literal, efetivo, com esse ‘filme’ que se passa diante de quatro dos nossos sentidos e espacialmente ao nosso redor?

Como fazer isso?

Para continuar essa ‘viagem’, Marcus, peço então a sua colaboração. Tenho certeza que você tem muitas idéias para isso.

E a propósito, esse projeto não viabilizaria somente o ‘deslocamento’ para o passado, mas também para outros lugares no próprio presente. Ou seja, poderíamos ver – viver - não só o que já aconteceu, mas também o que está acontecendo neste exato momento em qualquer lugar do planeta. Algo que a TV e o vídeo tape, as telecomunicações, já parcialmente nos possibilita hoje, só que levado, neste caso, as últimas conseqüências. O sonho do tele transporte ou da, em fim, onipresença.

E para aqueles que possam achar isso absurdo, pense bem a que ponto a tecnologia pode chegar ao comparar o avanço de hoje com que era há algumas décadas atrás.

Então Marcus? ... Isso é só um toque no assunto, pois tenho certeza de um melhor desenvolvimento de alguém como você.

Quarta, 11 de Julho de 2012

Tema: Viagem no Tempo, Realidade Virtual, Simulação

Número de Caracteres

- Mensagem: 4.353

- Resposta: 2.295

Olá Mario.

Em primeiro lugar, como sempre, perdoe a demora, e segundo, obrigado pelo curioso tema.

Bem, como você deve admitir, o que sugere não é realmente uma Viagem no Tempo, e sim apenas uma simulação do passado baseado em registros detalhados, que curiosamente, aponta que você infelizmente não leu o meu conto de ficção científica Além da Ressurreição, que citei na resposta a uma mensagem sua, 750. Nele, ocorre uma tecnologia, também explorada no conto Seculários de um Homem Milenar, que permite ver o passado sem a necessidade de tê-lo gravado, voltando aos primórdios da história humana, possibilitando a reconstituição virtual do mesmo.

Minha solução para o problema do tato, bem como dos demais sentidos, é nada menos que promover simulações ao estilo MATRIX, isto é, inseridas diretamente no cérebro, ao invés de tentar recriar fisicamente uma realidade perfeitamente sensorial. Sei que tal manipulação cerebral direta não é acessível a curto ou médio prazo e que apresenta desafios, mas penso que seja muito mais viável do que um sistema holo "gráfico" que reproduza com perfeição uma realidade física.

Devo lembrar também que Em algum lugar do Passado não se trata de uma viagem meramente psicológica. O viajante realmente voltou no tempo, fisicamente, a diferença é que isso foi feito sem uso de qualquer máquina ou portal, e sim somente com uma poderosa concentração, numa evidente premissa de poder da mente sobre a matéria. E embora não o tenha visto, pelo que li, a viagem em Os Dois Mundos de Jennie Logan também é física. Aliás, obrigadíssimo pela dica, eu nunca tinha ouvido falar nesse filme! O verei o mais rápido possível! (Por sinal, pode ser visto no Youtube, mas somente em inglês.)

Enfim, penso que a tecnologia necessária para tal empreitada será obtida, e mesmo sem a possibilidade extrema que desenvolvi nos meus contos de FC, é provável que seja mais ou menos explorado do modo como você sugeriu. No entanto, nada disso será Viagem do Tempo propriamente dita, e sim mera simulação com temática de recriação de momentos passados. Seria o mesmo que dizer que a simulação de um ambiente lunar seria uma autêntica viagem à Lua.

Nessa simulação, não se colocariam todos os problemas paradoxais típicos da viagem ao passado e demais improbabilidades físicas da legítima viagem temporal, e além do mais, essa recriação do passado sempre poderia ser afetada pela qualidade da reprodução, com toda possível sorte de falhas, o que a prejudicaria até mesmo como simulação.

Mas de qualquer modo, não deixa de ser uma idéia muito interessante, e seria extremamente útil do ponto de vista histórico, policial e científico. Resta saber se viveremos para ver ao menos o começo dessa nova era da realidade virtual.

Amigavelmente

5 de Agosto de 2012
Mensagensa