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Alan Stuk
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São Paulo
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1969
Engenheiro
a l a t u k
h o t m a i l . c o m
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Marcus,
De alguma forma cheguei ao seu site, li muitos artigos e gostei de lê-los. Muito tempo tem passado desde que, por alguma razão que não sei explicar, deixei as religiões de lado e não mais me interessei por elas. A minha formação foi Católica, crenças e mais crenças, Bíblia e Jesus Cristo, Deus ameaçador e bomzinho, e por aí vai.
Algum tempo que leio Krishnamurti, portanto foi ótimo eu ler seus artigos, porque percebi que um ser totalmente livre de preconceitos habita em mim agora, e vejo que a religião as crenças e tudo mais sobre Deus, morreu em mim. E tenho agora uma paz de espírito muito solta, muito leve, tirei um peso de minha alma, de meu ser, de meus pensamentos. Sou livre para amar. Sinto que me tornei muito humano, muito bondoso, pacifico e extremamente compreensivo com toda a humanidade. Uma profunda aceitação das coisas, sem mágoas, sem rancor.
Parece esquisito uma pessoa entrar no seu site e dizer isso assim. Espero que não sinta contrariedade com isso. O seu site, as suas matérias e indagações devem ser importantes para as pessoas que o consultam, caso contrário você seria ignorado e pouquíssimos o leriam. Eu mesmo, ao ler as matérias aqui editadas pude perceber a mente solta em que me encontro. E portanto, obrigado.
Gostaria de lhe falar sobre Krishnamurti, e se você quiser se aprofundar, caso ainda não o tenha feito eu indico os sites:
www.krishnamurti.org.br
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www.krishnamurti.com.br
Um breve histórico:(A profundidade de Krishnamurti.)
"Jiddu Krishnamurti nasceu em maio de 1895, na Índia. Foi educado dentro da Sociedade Teosófica e tratado como veículo para
encarnação do Messias, do Bodhisatwa Maitreya. Para isso, foi colocado como chefe da Ordem da Estrela do Oriente. Em agosto
de 1929, aos 34 anos, dissolveu a ordem, saiu da Sociedade Teosófica e seguiu seus caminho único. Seguiu percebendo e
sustentando o que ele chamou de "verdade" com total compromisso e integridade. Por mais de 56 anos, viajou pelo mundo.
Morreu em fevereiro de 1986, aos 90 anos, na Califórnia. Apesar de ele ter rejeitado por completo a idéia de ser um filho
de Deus que mudaria o Mundo, há quem diga que ele é AQUELE QUE FOI ANUNCIADO (pelas grandes religiões).
A partir do momento
em que ele cortou o elo com Anne Bessant, Leadbeater, Blavatski, etc. ele seguiu questionando a mente humana e sua louca
maneira de comparar, analisar, descartar e se apegar a certas coisas da existência. Livre, sem apegos a dogmas e crenças
ele seguiu sem criar uma religião. Para Krishnamurti as religiões e organizações religiosas, são como manipulações
demoníacas, que impedem o ser humano de ser feliz e viver em harmonia, em estado de graça e amor incondicional.
Aqueles que tinham contato com o homem Krishnamurti e com a essência de seus ensinamentos estavam perplexos com o fato de ele ter sido anunciado pela Sociedade Teosófica como sendo o Messias e o instrutor do mundo e depois de uns anos preso a isto, ele ter renunciado a esse papel.
Krishnamurti tentou responder a essa questão contando uma história:
— O Diabo e um amigo estavam passeando quando viram, a sua frente, um homem abaixar-se e pegar algo brilhante do chão.
O homem olhou para aquilo com deleite, colocou-o no bolso e continuou caminhando feliz com a vida.
— O amigo do Diabo perguntou: "O que aquele homem achou que o transformou tanto?"
— O Diabo respondeu: "Eu sei, ele encontrou a verdade."
— O amigo do Diabo exclamou: "Por Deus!" - Isto deve ser um mau negócio para você amigo Diabo!"
— O diabo respondeu com um sorriso malicioso: "De jeito nenhum" - "Vou ajudá-lo a organizá-la, a verdade achada por
ele será uma valiosa religião, eu o ajudarei a manipular as pessoas, você vai ver só!"
Krishnamurti indaga: "Pode a verdade ser organizada? Você pode encontrar a verdade através de uma organização? Elas estão baseadas em diferentes crenças. Crenças e organizações estão sempre separando as pessoas, excluindo umas das outras. Você é um hindu e eu sou um mulçumano, você é um cristão e eu sou um budista. Sem falar as subdivisões dentro de uma própria religião. Crenças, ao longo de toda a história, atuaram como uma barreira entre os seres humanos. Falam de fraternidade, mas se você tem uma crença diferente de alguém, este alguém ou você mesmo parece estar pronto para cortar cabeças; nós temos visto isso acontecer inúmeras vezes no decorrer da história. A experiência de Deus deve ser experimentada por si mesmo. Ela não pode ser organizada. No momento que é organizada, propagada, ela cessa de ser verdade, ela se torna uma mentira. O real, o imensurável, não pode ser formulado, não pode ser colocado em palavras. O desconhecido não pode ser medido pelo conhecido, pela palavra. Quando você o mede, quando você o compara, ele cessa de ser verdade, deixa de ser real e, portanto, é uma mentira".
A essência dos ensinamentos de Krishnamurti está contida na declaração feita por ele em 1929:
"A verdade é uma terra sem caminho..."
Veja o que Deepack Chopra (escritor), disse a respeito dele:
"Meu primeiro encontro com Krishnamurti foi..."
(Ambos em
A profundidade de Krishnamurti.)
Um intenso abraço.
Alan Stuk
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Quarta, 31 de Dezembro de 2008 |
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Caro Alan.
Obrigado por sua visita e comentários, e me chamou especial atenção algumas convergências que quero destacar.
Não sou um conhecedor de Krishnamurti, mas algo que me identifica é um certo radicalismo na liberdade de pensamento.
Costumo partir do princípio que cada pessoa é uma experiência existencial única, e que reúne em si os elementos, comuns a
todos, de forma muito específica.
Sendo cada indivíduo peculiar, não ocorre de duas pessoas pensarem exatamente da mesma forma, pelos mesmos
parâmetros, mesmos pontos de vistas, etc. Pois isso as tornaria iguais, e sabemos que, pelo próprio Princípio de
Identidade, cada um só é igual a si próprio. Que elas tenham estatuto social igual, direitos e deveres equivalentes,
é uma outra abordagem. Refiro-me aqui, à unicidade de personalidade.
Sistema de pensamento algum jamais poderá ser integralmente aplicado a qualquer pessoa. A doutrina de um pode ter
influência, ser compartilhada, estudada e celebrada por muitos, mas não poderá ter uma total identificação com o outro.
O fundador de uma doutrina provavelmente elevou sua visão de mundo a um grande aperfeiçoamento, e possivelmente
desenvolveu sua melhor expressão existencial. Mas isso pode servir no máximo de guia, ponto de partida ou treinamento
para os demais, jamais como solução pronta e definitiva.
Infelizmente, grande parte da experiência humana tem sido no sentido de ir contra essa individualidade, é
notável o esforço de qualquer cultura em tentar massificar o máximo possível o pensamento. Quando vemos milhões
de seguidores de uma doutrina podemos ver a idéia de uma Grande Verdade definitivamente conquistada pronta para ser
aceita por todas as pessoas, o Único caminho, A Religião Verdadeira.
Sendo radiante e tristemente óbvio que sistema de pensamento algum conseque mostrar outra coisa além de ser obra
humana, principalmente as religiões, o que temos são milhares de pessoas abrindo mão de sua individualidade para ser
absorvida pelos vieses e sensibilidades específicas de outras poucas, quando não de uma única.
E isso se a intenção é boa.
Como nada destaca mais o Ser Humano dos animais do que sua capacidade de ser original, criar o novo,
ter auto consciência e assim ter um ponto de vista único que lhe permite agir de forma transformadora sobre
o mundo, então, abrir mão disso é deixar de lado a própria humanidade, se anular como indivíduo e se deixar levar como
uma bem caracterizada ovelha de rebanho.
Sendo defensor da liberdade não posso negar o direito de ser um seguidor. O indivíduo pode optar por
anular sua individualidade se assim o desejar, mas isso só será possível se ele atingiu tal individuação, e o que vemos
com mais frequência é que muitos parecem nem chegar nesse estágio, na maior parte devido aos meios de coerção que
conspiram contra isso. A pressão do meio para impedir a plena humanização pessoal é esmagadora.
Podemos ver a condição humana como um intenso esforço de espelhamento entre o mundo interior e o exterior. Há uma tendência
global em tentar fazer um o mais parecido possível com o outro. Isso se dá de diversos modos.
Do lado dos indivíduos, isso se dá em duplo sentido. Quando queremos aprender o máximo possível sobre o mundo, nada mais
fazemos do que tentar criar uma representação interna maximamente parecida com a realidade externa. Queremos ter um modelo
psicológico fiel do mundo. Muitas vezes queremos não só aprender, mas nos tornar exemplos vivos de conceitos externamente
públicos. Isso pode ter aspectos opostos. Pode ser uma sincera inclinação na busca do conhecimento, pode ser uma tendência
a se deixar absorver pelas forças psicossociais.
No sentido oposto vemos que tentamos ao máximo lançar no mundo nossos conteúdos internos. Tentamos convencer as pessoas
da validade de nossas idéias, da justificação de nossos sentimentos, queremos ser conhecidos, que nossas palavras sejam
ao máximo disseminadas e ou nossa imagem ao máximo reconhecida. Num nível mais extremo, podemos querer impor sobre o
mundo o que pensamos, e se detemos o poder, temos a tendência a nos tornar bastante incisivos, talvez até opressivos.
Aqui também há aspectos opostos. Pode ser a autêntica expressão da individualidade, tentando deixar no mundo uma marca
legítima de sua peculiaridade, bem como pode ser a tendência a forçar as coisas a ser como desejamos. Alguns chegam ao
ponto de, para satisfazer ao máximo a similaridade entre o interno e o externo, criar ficções e passar a declarar como
reais coisas que só existem na imaginação.
A maioria faz tudo isso, nos dois sentidos e aspectos, ao mesmo tempo, e o que nos distingue é mais o grau de
ênfase em que damos a cada um.
Por outro lado, as forças coletivas sociais, que também se esforçam em realizar esse espelhamento, só podem fazê-lo num
sentido, no de empurrar "cabeça" à dentro os conceitos externos já prontos. Elas não podem fazer o movimento inverso porque
simplesmente são seres passivos, não intencionais, que não passam da soma inerte e complexa das forças individuais correndo
soltas e em geral descontroladas.
Chegamos então ao ponto chave. O indivíduo é um ser intencional, que pode ser ativo e passivo. O coletivo é sempre,
e NECESSARIAMENTE, um ser passivo, visto que não passa de uma soma das individualidades que, embora lhe transfiram parte
de sua força, nunca poderão lhe transferir sua essência, e ele só tem mesmo a força do número, nunca a da vontade, e só
é agente enquanto esquema seguido por indivíduos. Ainda assim, sua capacidade de dissolver individualidades é enorme,
porque a necessidade individual de socialização é fortíssima, embora só tenha tal força porque os indivíduos, conscientemente
ou não, lhe dêem.
Assim, sempre tendo ao indivíduo do que ao coletivo.
Amigavelmente
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27 de Janeiro de 2009 |
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Fernando Ventura Bispo Santos
Araguaina-TO
-
1975
Militar Reformado
-
Cristão
625, 633,
635, 657,
665, 674,
681, 695
atthosmatheus
gmail.com
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Oi Marcus, não foi em um texto que ele disse isto mais em um video, se você ver o video todo perceberá que ele fala
sobre a META-CONTINUIDADE-METAL, mas de uma perspectiva diferente da religiões tradicionais e bem parecida com o teu
entendimento.
Olavo de Carvalho fala sobre Religião - lado B
Mudando de assunto, não é que eu seja contra o Estado,
mas sou contra o estado se envolver em assuntos culturais-filosoficos (Cézar ao que é de cézar- a economia, a segurança,
etc) , De Deus ao que é de Deus. as coisas do espirito humano.
Na minha "preferência" os socialistas poderiam socializar
todos os meios de produção, eu não ligaria a minima, mas que permitissem o cristianismo.
Não entendo o que o cristianismo
tem haver com economia!
Nem entendo porque a tensão:
COMUNISMO X CRISTIANISMO.
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Terça, 30 de Dezembro de 2008 |
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Obrigado pelo link Fernando.
De fato, não há uma tensão necessária entre o Cristianismo e o Comunismo, até pelo contrário, poderiam ser perfeitamente
complementares, mesmo porque uma das formas mais poderosas de gerar comunas fraternais é o sentimento religioso.
No entanto, o Cristianismo, historicamente, deixou de ser uma religião pura para se tornar um sistema político,
indissociavelmente entrelaçado com as estruturas hierárquicas do poder social, detentora de grandes propriedades privadas
e concentradora de renda. E a isso tudo o Comunismo se opõe.
Portanto, a tensão não é essencial, é periférica. Se um aristotélico e um cartesiano estão brigando por causa de uma
mulher, não significa que o Aristotelismo e o Cartesianismo estão em conflito. De modo similar, o Comunismo e o Cristianismo
não estão se defrontando no essencial, embora o Marxismo e Cristianismo o façam, devido ao Materialismo do primeiro e o
Espiritualismo do segundo.
Mas comunistas e cristãos se batem na questão da propriedade, da alienação, e não em sua essência. Isso acontece porque
instituições sequestraram para si o título de cristãos e tentam se apropriar de todo o seu conceito. Ao se colocar como
um tipo de opção espiritual única, ao tentar monopolizar o divino, é a instituição religiosa que gera o conflito, mundanizando
conteúdos que não deveriam dizer respeito à outra coisa que à consciência individual e relação pessoal com o transcendente.
Que espécie de ameaça social poderia haver para um sistema comunista, se a espiritualidade estivesse restrita a questões
de foro íntimo e no máximo a alguns rituais simbólicos? Mas não, em geral os religiosos se organizam em instituições
sociais com personalidade jurídica, que agem como qualquer outra instituição, sendo "materializadas" e então entrando
no domínio da propriedade e dos meios de produção.
Há, por parte dos comunistas, uma tremenda confusão entre instituição religiosa e espiritualidade, só que tal confusão
foi criada pelos próprios religiosos. Vi isso com meus próprios olhos, ao ver um militante marxista dizer que "Deus era
um conceito alienador usado para explorar a classe trabalhadora." Uma tolice, é claro, visto que "Deus" é puramente um conceito
com mil e uma características que apenas pode ser usado com tal fim. Mas pior ainda foi ver um religioso dizer que
o marxismo era totalmente incompatível com o cristianismo não por causa do materialismo em si, do qual ele nem sequer
tinha noção, mas pelo fato de ele ser contra a igreja!
Não me lembro direito da resposta que dei, mas foi algo do tipo "E o que a Igreja tem a ver com Deus?!"
Gostaria de ter dito algo mais elegante, mas naquele tempo eu era ainda mais vulnerável a demonstrações de
tolice completa.
Ao menos para mim, sempre foi de uma clareza cristalina que instituição alguma pode monopolizar a divindade, que a tudo
transcende. Mas enquanto a religiosidade autêntica for cooptada pela mera necessidade de pertencer a grupos sociais
e a obter compensações materiais imediatas, ela sempre irá penetrar no âmbito material, de propriedade, que
fatalmente dirá respeito ao estado.
Na sua frase final, ficou claro que assim como eu, você é uma vítima da triste confusão que permeia nossa sociedade, em
geral pautada por duas patologias esquizóides: "A síndrome do Nada A Ver", e o "Complexo do Mesma Coisa".
Uma gosta de separar radicalmente os elementos do mundo, que estão todos indissociavelmente conectados numa teia holística
de causalidade. A outra gosta de eliminar qualquer distinção e igualar coisas que deveriam ser distintas.
O meio termo óbvio é perceber que tudo está conectado, mas ao mesmo tempo possui sua peculiaridade. Assim, Cristianismo
tem a ver, em algum grau, com Economia, visto ser uma instituição que se solidifica na terra e que tem, como qualquer
outra, que encontrar meios de subsistência, mas é óbvio que não é a mesma coisa que uma outra instituição social qualquer.
Possui a peculiaridade de apontar para conteúdos que remetem ao transcendente.
Assim, é claro que Comunismo e Marxismo estão relacionados, mas não são a mesma coisa. O primeiro pode ser pensado largamente
separado dos conceitos marxistas, como aliás o era feito no tempo do próprio Marx. Ao primeiro pouco importam as concepções
espiritualistas, ao segundo importa mais, visto ser radicalmente materialista, mas mesmo isso não esgota a questão,
visto que o materialismo em questão diz respeito a dialética histórica, estando pouco preocupado em teorizar a substância
fundamental do universo em sua instância fundamental.
Infelizmente toda a sutileza e profundidade dessas questões foram eliminadas pela confusão histórica conceitual que norteia
a maior parte das discussões que temos hoje. Uns achando que Igreja e Religião são a mesma coisa, outras achando que
política e religião tem nada a ver.
O que quer que saia disso, não tende a se tornar mais claro.
Amigavelmente
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22 de Janeiro de 2009 |
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Xenon M Gilgul
-
1944
-
Rio de Janeiro-RJ
Funcionário do Governo
Pesquisador da Verdade Transcendental
645,
651,
655,
694
x e n o n m e n t a l i s t a 2
y a h o o . c o m . b r
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Mensagem 694 e sua resposta
Com efeito, a preocupação do autor da 676 não é simplesmente exagerada mas decididamente desrespeitosa.
Mas eu respeito o tempo de Marcus XR que é precioso demais para ser desperdiçado com as picuinhas daquele sujeito.
Assim, mudando de assunto, como lhe prometi, estudei sua
Hermenêuticas Solipsistêmicas e confesso sinceramente que não consegui encontrar
meios de comentar. É ela bastante ligada ao niilismo o qual, eu suponho, pode levar o ser humano ao desânimo.
Assim, minha pergunta é se você atualizou suas idéias a respeito ou se ainda pensa da mesma forma.
Gostaria de saber também qual é sua postura diante das barbáries que diuturnamente se vê na mídia e como podemos vê-las à luz do seu pensamento filosófico.
Ah! Meus parabéns pelo seu sucesso ao ingressar no corpo docente da UnB.
Amigavelmente,
Xenon - o Mentalista
www.mentalismo.net
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Quarta, 24 de Dezembro de 2008 |
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Olá Xenon...
Eu prefiro entender niilismo de uma forma mais literal. Derivando do termo nihil, que significa "nada", penso que
trata-se de uma posição que prega a existência de nada em algum aspecto. No caso, existência da divindade, da vida
pós-morte, pré-morte, plano mental etc.
Nesse caso, niilismo seria a posição que declarasse a não existência total de uma ou todas essas coisas. Assim, um
niilista a respeito do mentalismo declararia "Nada há além da mera operação neurológica cerebral."
Então, a posição solipsista seria niilista com relação a existência da realidade externa. No entanto, note que em meu
trabalho Hermenêuticas Solipsistêmicas é o exato contrário que uma defesa
do solipsismo, sendo na verdade uma tentativa de superá-lo. Somente o solipsista seria um niilista, nesse sentido,
e eu não sou um solipsista!
Eu sou um cético. Nesse caso, diante do desafio Solipsista, o cético entende que não há possibilidade de uma resposta
segura, definitiva, sobre o real. Surge então a possibilidade de uma escolha pragmática. Ou seja, na dúvida, agirei
conforme a possibilidade que pareça mais plausível e mais útil. O fato de você estar livre para decidir no que quer
acreditar (no restrito âmbito da impossibilidade de certezas) deve ser visto de forma positiva. Você não é obrigado
a se submeter a um sistema de pensamento específico de autoridade alguma, somente a da sua consciência e racionalidade.
É bem o contrário do que entendo por desânimo.
As mazelas que vemos no mundo, e não só na mídia, são as consequências da ignorância e da maldade, e creio que especialmente
da primeira. Independente da forma como se escolha entender a realidade, elas devem ser confrontadas. Meu pensamento
em especial lida com isso por meio da noção de que um elemento essencial do Mal é a falta de Empatia entre as pessoas,
a Ilusão de que é necessário excluir, desprezar, ignorar.
Sócrates dizia que, sendo a Ignorância a Raiz de Todos os Males, o pior ignorante é aquele que não sabe que não sabe.
Penso diferente, acho que o pior de todos, a arquétipo supremo da ignorância maligna é aquele que:
1 - Não Sabe;
2 - Sabe que Não Sabe;
3 - Não quer Saber;
4 - Despreza o Saber (incluindo os que sabem);
5 - E ainda assim, age como se soubesse.
Daí deriva toda a desgraça do mundo. O indivíduo que substitui seu dom mais precioso, a racionalidade, pela imposição bruta
de uma vontade primitiva. Não se trata da vontade humana, mas da animal, aquela que nos impulsiona com nossos instintos
primitivos de obter satisfação o mais imediata possível ignorando o futuro e os demais. Eles nada fariam se não contassem
com a colaboração passiva e ativa daqueles que por covardia ou pura ignorância permite que eles ajam.
Entenda que os males são como as baratas, só proliferam na ausência de luz. O indivíduo perverso causará pouquíssimo dano
social num contexto de pessoas inteligentes, mas arrasará civilizações inteiras de ignorantes.
Outro ponto a se considerar é o estranho processo pelo qual certas pessoas se submetem espontaneamente à opressão e ao
abuso. As vezes por fascínio, outras por temor, em geral por pura ignorância mesmo. Um macho alfa seria apenas um indivíduo
perigoso se não pudesse contar com o apoio de machos betas que o tornam um movimento social.
Mas isso tudo ainda será tema de meu mestrado, este ano.
Enfim, eu não entrei no corpo docente da UnB, apenas lecionei uma disciplina como mestrando.
Amigavelmente
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20 de Janeiro de 2009 |
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Gustaf Dantas Bitencourt Florencio
1985
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Natal-RN
Estudante Universitário
449
517
527
546
576
591
607
654
679
689
g u s t a f d a n t a s
h o t m a i l . c o m
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Caro, Marcus...
Estou passando aqui para comentar sua resposta dada a minha mensagem 679.
Eu creio que minha defesa na garantia de cumprimento de contratos baseada na concepção rawlsiana de justiça é sustentável.
Lembre-se que o artigo I da sua admirada Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que “Todos os seres humanos nascem
livres e iguais em dignidade e em direitos.” Como o Estado faz “justiça social” favorecendo arbitrariamente os grupos mais
fracos e violando o direito dos “mais poderosos”, se a declaração mais famosa do mundo diz que é injustiça que a lei dê
direitos e dignidade diferenciados para os indivíduos, permitindo a execução de fraude para uns, mas não para outros?
E como fica aquele preceito bem aceito que diz: “Nenhum indivíduo é obrigado a fazer algo ou deixar de fazer algo, salvo
determinação legal”? Será que em determinadas circunstâncias - como no caso onde há a “necessidade” de estatização de uma
empresa privada - pessoas que pertencem aos “grupos poderosos” não devem ser considerados indivíduos pela legislação?
Penso que indivíduos em diferentes posições podem ser tratados de forma desigual e em isonomia jurídica porque a forma
diferenciada de tratamento exigida a alguém em particular é potencialmente aplicável a todos os indivíduos da Grande
Sociedade. Basta lembrar que a posição social que qualquer pessoa ocupará num futuro distante é desconhecida. Porém,
qualquer ação que vise o bem-estar geral e que implique em sacrifício pelos grupos mais poderosos deve está explícita
a priori. Se a garantia que a empresa não vai sair no momento de maior prosperidade da cidade - que coincide com o momento
que os economistas chamam de “elevação dos custos devido às economias de aglomeração” - é tão importante, porque a coerção
impeditiva não fica explícita com antecedência? Você deu uma resposta para isso dizendo que talvez não fosse interessante
para o desenvolvimento, sendo assim, confirma o que eu já disse aqui.
Quando eu digo ser “pró-império da Lei e contra o império das circunstâncias” não estou dizendo que os contextos das
situações não devam ser avaliados nas aplicações das normas. Porém, é crucial que se reconheça que as utilidades e todas
as circunstâncias que determinam o que é benéfico não podem ser conhecidas pelo governo ou por quem quer que seja.
Como Hayek já sugeriu, o melhor modo de garantir os objetivos do utilitarismo levando em conta isto seria considerar a
ação governamental ideal como “aquela que permite a garantia de condições em que indivíduos e grupos menores tenham
oportunidades favoráveis à satisfação mútua de suas respectivas necessidades”. Conseqüentemente, as regras da sociedade
devem ser como instrumentos adaptativos polivalentes que permitem adaptar certos tipos de ambientes a vários tipos de
situação. Ainda dentro deste contexto, é possível formular alguns princípios gerais que devem ser fortemente protegidos.
Dentre estes princípios, está a igualdade de direitos entre os homens.
Veja só, a sua ironia mostra que você considera que os privilégios dados às pessoas que descumprem contratos são uma
espécie de instrumento de “justiça social”. Quando se diz que o Estado faz justiça social neste caso, a primeira pergunta
que vem a mente é: “Quem é o injusto da história?”. O uso da expressão “justiça social” neste contexto é extremamente
infeliz. A verdade é que não há absolutamente nenhuma injustiça quando pessoas são punidas devido à violação de um contrato
assinado de forma VOLUNTÁRIA e com conhecimento de todas as conseqüências em caso de um possível descumprimento.
A legitimidade da alienação fiduciária para bens imóveis em caso de inadimplência é outro exemplo que se encaixa nesta
problemática. Injustiça ocorria quando muitas pessoas que honravam os contratos eram prejudicadas quando precisaram pagar
juros bem maiores que os que existiriam em caso de garantia de alienação do bem.
Sua analogia de comparar os efeitos indesejados da incerteza jurisdicional com os efeitos do combate ao crime me parece
inadequada. Quando o Estado combate o crime organizado - digamos, uma quadrilha de traficantes - e moradores de uma favela
sofrem com os perigos dos tiroteios, um ferimento de um inocente necessariamente representa que a pessoa prejudicada teve
o azar de estar naquela situação desagradável. Ou seja, é um efeito colateral de uma ação não-intencional do Estado.
Já um grupo de pessoas dadas como pertencentes a “grupos fracos” serem presenteadas com privilégios que implicam em perdas
a outras pessoas que estão em condições semelhantes, significa que o Estado está tragando as últimas para uma situação
desafortunada sem seu consentimento e utilizando-as como meio para fazer uma “justiça” onde não há injustos. Isto é um caso
levemente análogo ao de um médico estar livre para “capturar um sujeito saudável que passasse diante do pronto-socorro e,
arrancando-lhe rins, fígado e coração para transplante, salvar a vida de quatro doentes” (trecho do artigo
Animais Morais
de Hélio Schwartsman). A punição pode não
ser proporcional ao mérito moral da pessoa inadimplente diante a situação. Todavia, se for dado privilégios a alguns poucos
nesta situação em particular, então outras pessoas em situação ainda menos justas teriam legitimidade em reinvidicar
privilégios semelhantes, e o pior, violando direito de terceiros. A tendência de uma legislação abrir espaço para que se
tente remediar todos os males, dando a cada um “segundo suas necessidades” implica que a doutrina e a prática do
intervencionismo vão gradativamente abandonando o que originalmente as distinguia do socialismo puro e simples.
O perigo do efeito “bola de neve” não é nada desdenhável.
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Continuação da Mensagem - Segunda Parte
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O que eu quero dizer também é que pessoas desafortunadas são vítimas tão somente de MALES, não de INJUSTIÇAS SOCIAIS.
Normas de direitos positivos implicam apenas em obrigação moral imperfeita, já que ninguém tem garantia de direito a algo
cujas obrigações correspondentes que servirão como meio para alcançá-la podem estar indisponíveis (ou disponíveis a um
custo muito alto). O filósofo Isaiah Berlin tem uma frase que retrata bem isto:
“Reivindicar uma liberdade negativa é
querer ser responsável por suas próprias escolhas. Reivindicar uma liberdade positiva é querer que os outros se
responsabilizem por suas escolhas.” A diferença é importante, porque pedir para que
alguém saia de seu caminho é diferente de dizer: “quero poder fazer algo, e quero que vocês criem as condições para que
eu faça isso”. Isto não quer dizer que o direito positivo não tenha importância na sociedade, mas a magnitude de uma
reinvidicação deste tipo de direito pode trazer abusos dos mais variados tipos.
É verdade que não se deve imaginar o capitalismo laissez-faire como o jardim do Éden dos direitos do homem. Entretanto,
é preciso também que se defenda uma estrutura racional para a competição. Quando as pessoas vêem determinados efeitos
indesejáveis dos processos de mercado, elas devem entender que eles não são “injustos”. O que ocorre é que dispersão de
centros de controles conscientes através de uma divisão de trabalho burocratizada via de regra retira o poder dos elementos
pessoais, irracionais e passionais dos cálculos. Quando o governo sabota este processo de racionalização, e conseqüências
indesejáveis surgem, isto não é uma “retaliação” de empreendedores e sim uma adaptação àquilo que para eles devem parecer
as forças cegas do processo social. Se o governo de um país decreta um preço máximo para aluguéis de imóveis, e se depois
disso surgir uma escassez de imóveis, este efeito é culpa do Estado e não dos vendedores de imóveis. A cobrança de prêmio
de risco para cobrir custos de “justiça social” também é um caso de mesmo tipo. Incerteza jurisdicional forte causada por
desrespeitos a contratos e violação dos direitos de propriedade é um problema muito sério e gera ineficiência econômica.
Não por acaso, países como China e Índia, países extremamente dirigistas, estão aderindo de forma crescente a normas mais
elevadas de proteção patentária.
A mensagem que quero deixar é que é crucial que se forme um consenso na sociedade que a violação de direitos é coisa má
para a execução de uma ordem social desejável. O fato de a legislação não conseguir sempre evitar o mal, a despeito de ela
levar em conta a equidade e possuir normas justas, não pode ser usado como justificativa para abrir brechas à idéia que
postula que a justiça é só uma questão de decidir qual das partes envolvidas numa eventual disputa tem maior necessidade
de renda ou de estômago.
Dito isto, pretendo passar aqui depois para discutir a sua resposta dada a minha mensagem 689 (que ainda não li).
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Domingo, 28 de Dezembro de 2008 |
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Olá Gustaf...
Vejo que nosso diálogo está preso num circulo vicioso, em parte devido a algumas armadilhas aparentemente semânticas.
Algumas ocorrência nesse seu texto podem ajudar a expor porque me parece haver basicamente algumas dificuldades conceituais.
A primeira dela, no que se refere a Declaração Universal dos Direitos Humanos,
é que a frase que você citou não é exatamente descritiva, ela é prescritiva. A Declaração estabelece um princípio norteador
a ser perseguido, e não faz uma declaração de fato, porque é óbvio a qualquer um que os seres humanos, na verdade, não estão
em condições de igualdade. Sendo assim, a busca por tais condições de igualdade social, que é a única que podemos buscar uma
vez que somos física e psicologicamente diferentes, deve ser atingida pelo esforço humano, agindo sobre a sociedade.
Assim, as intervenções intencionais que visam corrigir a desigualdade, incluindo as que fazem restrições aos privilegiados,
são nada menos que a própria expressão da busca pelo princípio, no caso o Artigo I. Assim, onde você pensou ver um conflito,
que antagonizava esse artigo com a ação estatal em favor dos desfavorecidos, dá-se na realidade o absoluto contrário.
No caso específico do banco, me diga. O fato da dívida do desabrigado ter sido perdoada e do credor ter contraído um prejuízo
correlato, acaso inverte a situação de desigualdade social? Por acaso o banqueiro ficou na miséria e o desabrigado se tornou
acionista majoritário de multinacional? Não. O que vemos é que mesmo assim, apenas a desigualdade entre ambos foi reduzida,
se é que o foi, numa fração insignificante. No caso, os "mais poderosos", para usar a sua expressão, continuarão
icomensuravelmente mais bem situados do que os "mais fracos".
Também não confunda o Artigo 5, Inciso II com um preceito. Ele é uma cláusula constitucional que a meu ver sequer vem ao
caso. Visto que no exemplo citado, a estatização de uma empresa, nenhum dos indivíduos foi ferido em seus direitos
fundamentais. O mega empresário ou grande acionista que tiver sua empresa privada estatizada não só não perderá nenhum de
seus direitos básicos, como sequer terá prejuízo realmente significativo em sua condição social. Observe que nenhuma
estatização, crise financeira, falência, bancarrota ou similar de uma Grande Empresa deixou seus proprietários originais
na miséria, mesmo porque, como qualquer outra pessoa, eles também poderão gozar de proteção estatal como Fundo de...
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...Garantia, e Previdência Social, sem contar suas previdências
privadas, investimentos de segurança ou patrimônio. Embora possam ter
acontecido nos primórdios do capitalismo, milionários ficarem na miséria são tão lendários quanto miseráveis se tornarem
milionários pelo próprio trabalho.
Mudando de tópico, vejo que você continua insistindo em criticar uma certa posição como se ela fosse minha, mas volto a
dizer, NUNCA USEI A EXPRESSÃO "Justiça Social" como um de meus conceitos operacionais. Concordo que a expressão é infeliz,
e que pode ser discutível quem é o injusto na estória.
Mas se considerarmos do ponto de vista histórico, é perfeitamente passível afirmar que as classes desfavorecidas sejam
vítimas de "injustiças" históricas no mero sentido de desequilíbrio, em outras palavras, desigualdade. A mim, pouco importa
que uma desigualdade seja justa ou não, o fato prático é que a desigualdade social é uma causa primária de toda sorte de
males que afligem a todos, inclusive os mais privilegiados.
Menor desigualdade implica em maior segurança para todos, inclusive os mais ricos. Assim, a desigualdade é um quadro que
deve ser combatido, e se isso é justo ou não, é uma robinhoodice que pouco interessa. Portanto, não vejo muita produtividade
em querer discutir o conceito subjetivo de justiça, quer seja distributiva ou não.
Assim, pouco importa a distinção entre MALES e INJUSTIÇAS, embora seja fácil considerar que as Injustiças Sociais sejam Males,
eliminando a discussão. Ninguém pode negar que o fato de populações africanas terem sido trazidas à força para as américas
e submetidas a trabalhos forçados e péssimas condições de vida seja um Mal. E não seria nada difícil considerar que seja
também uma Injustiça. E de que tipo e amplitude? Social?
Pessoalmente acho que o termo Injustiça Histórica faça mais sentido, mas pouco importa. O que me interessa é que independente
de que tenha sido justo ou não, fato é que a desigualdade é um mal que deve ser corrigido. A forma dessa correção pode
variar, e creio que a discussão em nível maior esteja aí.
Não adiantando me atribuir o uso do termo "injustiça", podemos passar a questão do caráter supostamente voluntário de
contratos contraídos em condições de desigualdade, que você, por sua vez, parece sustentar que devem ser sempre cumpridos
rigorosamente.
Usando minha experiência pessoal, após meio ano desempregado, naqueles tempos obscuros do FHC onde o desemprego chegou
quase a 1/4 da população economicamente "ativa", me vi assinando um contrato com um empregador que me convenceu a, entre
outras, abrir mão de meu 13º salário, e indenização por demissão. Assim caso viesse a ser demitido, receberia a demissão
mas deveria devolvê-la extra oficialmente. O mesmo se daria com o 13º salário.
Tudo bem, assinei o contrato mesmo considerando que isso era injusto, e por quê? Por que era a única opção que tinha no
momento! Será que eu poderia dizer que aceitei isso voluntariamente e portanto deveria cumprí-lo? Quem veio em meu socorro?
O Sindicato e o Ministério Público do Trabalho, que acabou com essa pouca vergonha.
Por acaso o meu empregador ficou mais pobre com isso?
Caso você aponte a impropriedade desse exemplo com relação a um contrato legalmente assinado, então pense que anos antes
eu prestava serviços para os CORREIOS após vencer uma licitação que me tratava, eu, pessoa física, como se fosse um pessoa
jurídica. Eu deveria prestar serviços, mais uma vez sem 13º nem férias. E tudo isso num contrato legal permitido naqueles
tempos obscuros do FHC, onde as relações de trabalho podiam ser melhor "flexibilizadas".
Mais uma vez foi a intervenção do estado que me tirou dessa situação após quase 4 anos de um contrato que,
constitucionalmente falando, era ilegal. Passamos então para os contratos temporários perpétuos por meio de grandes empresas
terceirizadas, que faziam contratos de experiência sucessivos para evitar pagar os direitos trabalhistas completos. Mais
uma vez, o Estado veio em cima, até que por força da lei, as empresas tiveram que me contratar com todos os direitos devidamente
assegurados e passei a trabalhar de forma totalmente regularizada.
Como eu, MILHÕES de brasileiros se viram em situação similar, e o curioso é que após o enrijecimento dessas relações só
se viu progresso e crescimento nas empresas. Tudo isso porque um estado forte e atuante, e devo dizer que tudo melhorou
na transição FHC e Lula, fez cumprir a legislação independente de que tipo de contratos tenham sido assinados entre
empregadores e empregados.
O mesmo vale, mais uma vez, para a questão dos bancos. Muitos, se não a grande maioria, dos empréstimos contraídos por
pessoas comuns não foram feitos visando compras luxuosas e gastos generosos em turismo tropical, mas para sanar necessidades
básicas. Foram contratos feitos no desespero, a exemplo dos maravilhosos empréstimos obtidos pelos desamparados norte
americanos que foram o pivô da crise atual.
Acontece que qualquer trato feito entre a formiga e o elefante, no que se refere às condições existenciais da primeira,
pode ser tudo menos voluntário no melhor sentido da palavra. Claro que pode haver casos de abusos, mas grande parte das
violações que você tem assinalado não são resultado da calotes safados de quem quer passar perna no banco e embolsar um
extra para prolongar suas férias no caribe, mas do resultado da pura e simples carência. Daí, um estado forte perceber que
pode ser um nítido caso de contratos desiguais que mais cheiram a extorsões, só pode ser prelúdio de uma investida
reparadora.
Pode não ser exatamente o que você tinha em mente, mas dificilmente as pessoas menos favorecidas dão calotes nos bancos
por pura safadeza. Normalmente é a impossibilidade involuntária de saudar as dívidas.
Minha analogia com o combate ao crime pode ter sido inadequada, mas a sua do médico que extrái orgãos vitais de...
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...um sujeito
saudável para salvar outras me parece mais ainda. Como eu disse antes, em nenhum desses casos houve qualquer violação dos
direitos individuais dos envolvidos e nem mesmo confiscos de suas propriedades pessoais. As intervenções estatais em
questão em favor dos desfavorecidos matam no máximo pessoas jurídicas, nunca ferindo as físicas. Banqueiro, investidor,
credor nem devedor algum teve sua integridade pessoal posta em risco devido a perdões de dívidas.
Gostei do
texto de Hélio Schwartzman,
mas idéia de Liberdades Positiva e Negativa não me convenceu.
Essa distinção não captura elementos absolutamente essenciais como a violação de liberdade direta que envolve dois
indivíduos que possam se basear numa liberdade natural. Por exemplo. Tenho a perfeita possibilidade, num contexto
selvagem, de roubar os bens de outro indivíduo ou matá-lo em meu benefício. Que tipo de liberdade é essa, negativa ou
positiva?
Pela definição do autor é negativa. Não preciso de ninguém mais para exercê-la, basta ninguém ficar no meu caminho.
Por outro lado, para se defender de
agressores mais fortes posso precisar da organização de um grupo social, que me forneçam a segurança, assim, esse meu
direito a segurança, que tem por finalidade garantir a minha vida, pela definição do autor passa a ser liberdade positiva.
Então fica a curiosa anomalia de ser mais razoável a liberdade de matar do que a de não ser morto, visto que a primeira
é negativa, não depende de outros, e a segunda é positiva, depende de outros.
Concentrando na frase que você reproduziu, eu poderia reivindicar a liberdade negativa de roubar e matar, visto que serei
responsável pelas minhas próprias escolhas. Mas reinvindicar a liberdade positiva de andar na rua sem ser roubado ou
assassinato seria querer que outros se responabilizem por minhas escolhas.
Não sei bem como Berlin tratava essa distinção, mas me parece que aqui ela não funcionou. A liberdade negativa poderia
ser vista como a do credor que decidiu "emprestar" recursos a pessoas em situação de risco a "juros" módicos. Ou algo
equivalente aos mafiosos que cobram taxas de proteção. E a liberdade positiva a do desfavorecido que pediu proteção ao
Estado. Exemplo paralelo ao do parágrado anterior.
Talvez o uso do termo "injusto", se aplicado a questões mercadológicos, pode ser bem menos subjetivo do que você está
considerando. Não tem que necessariamente ser injsuto no sentido de valorativo de "ruim", mas no mero sentido de
desequilíbrio. Quando dizemos que uma luta é justa, podemos tanto estar nos referindo aos bons motivos que a impelem ou
ao simples fato das partes estarem equilibradas.
Usando o termo nesse sentido, me parece que a maior parte dos problemas citados desaparecem.
E como mensagem final, deixo que o objetivo da sociedade deveria ser a busca da melhor condição existencial para todos,
parece claro que a desigualdade excessiva é um obstáculo ao bem estar social, visto que ameaça até mesmo os mais privilegiados,
submetidos a tensões e pressões óbvias. Se a violação de contratos e de certos direitos forem um caminho da luta pela
desigualdade, desde que, é claro, não se tratem dos direitos fundamentais, não vejo porque não poderia ser feito.
Em especial, no caso de contratos desiguais e direitos excessivos.
Nos "vemos" na próxima mensagem.
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13 de Janeiro de 2009 |
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Paulo Gabriel Galindo Ribeiro
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São Vicente
-
1994
Estudante
Agnóstico
p a u l o _ 1 5 0 9
h o t m a i l . c o m
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Olá, Marcus!
Gostaria de fazer algumas observações sobre a sua monografia
Deus Me Livre, que trata da onipotência divina e a nossa liberdade (e, em menor escala, da liberdade do próprio "Deus"). Pelo que pude entender da sua argumentação, uma das questões é colocada da seguinte forma:
1 - Deus é absolutamente onipotente (isto é, pode fazer tudo).
2 - Deus é limitado em sua onipotência, podendo fazer apenas o que é logicamente possível (dessa forma, o paradoxo da pedra não faria sentido, pois Deus de qualquer forma só poderia fazer o que é logicamente viável).
Segundo a sua monografia, se aceitarmos a primeira opção, a onipotência seria um conceito auto-refutável, pois Deus teria, por exemplo, a possibilidade de criar um ser mais "poderoso" do que ele, e sendo assim não poderia "derrotá-lo", deixando assim de ser onipotente; para não falar no velho problema da pedra.
É óbvio que você não disse isso com essas palavras, mas sem dúvida o seu texto permite essas hipóteses e conclusões.
Se aceitarmos a segunda opção, estaríamos limitando Deus ao logicamente possível, o que evidentemente é contraditório, pois de qualquer forma ele seria incompreensível à mente humana, bem como seus artifícios. Dessa forma, seria como você disse até mesmo "arrogante" que aceitemos essa posição, assim como é altamente arriscado para a teologia tradicional adotar essa perspectiva.
Enfim, o seu raciocínio é perfeito, não tenho no que discordar. Apesar de eu ter simplificado de certa forma a sua monografia, bem como talvez tiver ido "além" do que você disse em alguns momentos, acredito que o "resumo" que fiz tenha ficado ao menos inteligível. Por fim, meus comentários á seu texto:
Antes de tudo, porém, quero que entenda que não é meu objetivo tentar "refutar" os seus ensaios de maneira algum, assim como nesse caso não quero tentar "provar" o conceito de onipotência divina como correto ou viável, não - só quero fazer alguns comentários, e ver se você, um cara sem dúvida muito inteligente e com grande clareza conceitual, pode esclarecer algumas questões. Enfim, vou direto ao assunto para evitar ser excessivamente introdutório.
Um modo de resolver o problema da onipotência assim como esclarecê-lo, seria da seguinte forma:
O paradoxo da pedra, assim como vários outros paradoxos em relação á onipotência divina, simplesmente não faz sentido por que seria como dizer: "Fazer uma pedra que nem o ser mais poderoso do universo [Deus] consiga levantar". Quer dizer, se ele é o ser mais poderoso do universo, então por DEFINIÇÃO, não haveria nenhuma "pedra" que Ele não conseguisse levantar, pois se tal pedra existisse, ele não seria o "todo-poderoso" em primeiro lugar. Enfim, o paradoxo se trata de uma falácia, pois lida com premissas contraditórias, que são as seguintes:
1 - Deus é o ser mais "poderoso" do universo.
2 - Existe uma coisa á qual "Deus" não pode fazer, nomeadamente, levantar tal pedra.
Mas se ele *é* o todo-poderoso por excelência me primeiro lugar, como poderia existir uma coisa á qual Ele não pudesse fazer (criar ou levantar a suposta pedra)?
A resposta é que tal pedra não pode existir, NEM EM TEORIA. Pois, por definição, ele é todo-poderoso, e não pode existir uma coisa que supere a sua onipotência (ou seja, uma coisa que ele não pode fazer). Pode-se objetar: "mas a pedra não existia independentemente, ela teria que ser criada pelo próprio Deus". Mas o problema é que Deus não poderia contradizer a sua natureza, que é a de um ser absolutamente onipotente, então, nem que Ele quisesse, poderia criar essa pedra, pois por definição ela não pode existir, pois ele é o ser mais poderoso. A falácia pode ser exposta assim: uma pedra "que nem Deus possa levantar" acaba por ser uma pedra "que não pode ser levantada POR UM SER QUE PODE LEVANTAR QUALQUER COISA", acabando por ser então uma contradição, e por fim uma falácia.
Assim basicamente termina o raciocínio. Não sei se você entendeu alguma coisa. De qualquer forma, existe uma forma mais eficiente de colocar esse argumento, que encontrei em um texto em inglês na internet, num site criacionista:
"An all powerful God can do or make anything, but it's meaningless to say that he can do or make a nothing. A logically
contradictory state of affairs is not a thing at all, but NOTHING."
"The point is, ‘a rock too heavy for God to lift’ is really ‘a rock too heavy for a being who can lift anything’,
so it is a self-contradiction. [the] example really resolves to ‘a being more powerful than a supremely powerful being’,
so is likewise self contradictory. A ‘square circle’ and ‘2+2=5’ are likewise contradictory states of affairs. Therefore
these are all nothings. And a meaningless nothing doesn't become a ‘something’ just because someone puts the phrase,
‘an all-powerful God could’ in front of it [...]. The argument [...] is a type of the Fallacy of contradictory premises.
In logic, a contradiction is necessarily false, and an argument with a false premise can tell us nothing about the truth
or falsity of a conclusion [...]. This means that the sceptical argument cancels itself out right at the start."
Eu não traduzi porque há alguns termos como anything e nothing, que não podem ser traduzidos corretamente
sem perder a capacidade argumentativa do texto, tornando a compreensão difícil. Enfim, é *só* isso!
Alias, por falar em criacionismo, quando é que a parte de mensagens do evo.bio.br vai voltar á estar disponível?
Ah, já ia me esquecendo, ótimo site! Muito informativo e nos propõe uma boa reflexão sobre os mais diversos assuntos. Além dos textos de ficção, é claro, que também são “show’’!
Amigavelmente,
Paulo
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Domingo, 21 de Dezembro de 2008 |
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Prezado Paulo...
Obrigado por sua mensagem, e acho que fez um bom resumo da interpretação mais comum do Paradoxo da Pedra. Concordo mais,
porém, com a citação em inglês, que mostra que o mesmo pode ser resumido basicamente em se Deus pode violar o princípio
da não-contradição.
Tenho uma visão um pouco mais específica do tema que, creio, ainda escapou parcialmente à sua leitura. Podemos colocar
da seguinte forma. Podem coexistir uma Força Irresistível e uma Barreira Indestrutível? Ou seja, no mesmo universo onde
exista, por exemplo, uma espada que a tudo corte, é possível haver um escudo que a tudo resista?
É evidente que não, a existência de um neutraliza a da outra, o Paradoxo da Pedra seria apenas mais uma forma de recolocar
esse problema, sendo a Pedra a coisa que a tudo resiste, no caso, não podendo ser levantada, e Deus a força a qual nada
pode resistir.
Curioso que este dilema é tão intuitivo que certa vez o vi ser colocado de forma hilária pela publicação humorística
"Casseta Popular", do grupo Casseta & Planeta, ironizando duas daquelas irritantes e mentirosas propagandas estilo 14-06
que infestavam os comerciais de TV. No caso, o das "Facas Ginsu", que a tudo cortavam, e o das "Meias-Calça Vivarina", anunciadas
como sendo nada menos que indestrutíveis. A "matéria" perguntava: Mas se é assim, uma Faca Ginsu corta uma Meia Vivarina?
Há, porém, uma única peculiaridade ao colocar Deus na equação, que é tentar arrastar a contradição da oposição em si para
o conceito tradicional de Deus que, infelizmente, está contaminado pela noção de onipotência. Assim, a contradição é
automaticamente transferida para a própria noção de Deus, e é basicamente isso que o Paradoxo da Pedra pretende fazer,
provar que a idéia de Deus é, por si só, contraditória.
Há muitas nuances a mais no assunto, muitas explorei eu minha outra monografia
A Liberdade e os Hemisférios. Mas quero chamar atenção para o fato de que,
por definição ONIPOTÊNCIA não pode admitir relativizações. É absurdo afirmar que Deus é Onipotente a ao mesmo tempo
afirmar que há coisas que ele não pode fazer por violarem do princípio de não contradição. Dizer que Deus pode fazer
só o que é logicamente possível é subordiná-lo ao princípio da não contradição, e, portanto, ao império da racionalidade.
Eu entenderia isso por parte de quem proponha deuses mais filosóficos, mas inacreditavelmente isso costuma ser proposto
exatamente pelos defensores do deus mitológico do cristianismo tradicional, que é expert em contradições por excelência.
Se Deus é ONIPOTENTE, ele É CAPAZ DE VIOLAR O PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO! Ele tem que ser capaz de fazer, sim,
coisas contraditórias. Isso inclui ser capaz de criar uma força irresistível e uma barreira indestrutível ao mesmo tempo.
Isso implica ser capaz, SIM, de fazer uma pedra que ele próprio não possa levantar, mas possa levantar sim, AO MESMO TEMPO,
NO MESMO SENTIDO.
É claro que é contraditório, é claro que é incompreensível e é claro que NÃO FAZ SENTIDO. Isso tudo é a decorrência inevitável
de violar o princípio da não contradição.
Na verdade, podemos dizer que é impossível sustentar que o Princípio da Não-Contradição seja inválido. Quando o consideramos
válido, afirmando-o, pelo próprio princípio estamos necessariamente negando o seu contraditório, dizendo automaticamente
que o Princípio da Não-Contradição Não É Inválido. Mas se negamos o princípio, então não podemos nunca afirmar nada ao mesmo
tempo que negamos o contraditório. Ou seja, quem diz que o princípio da não contradição não é válido, simplesmente está
se contradizendo, porque está afirmando que ele é inválido e válido ao mesmo tempo.
A mesmíssima coisa, então, acontece com o conceito de Onipotência. Afirmá-la é, automaticamente, negar o princípio de
não contradição, e como este último é absolutamente fundamental para nossa pura e simples possibilidade de pensar, então
é melhor negar a Onipotência.
Dizendo de outra forma, para mostrar que a Onipotência é absurda basta dizer que um ser onipotente tem que ser
capaz de fazer tudo ao mesmo tempo, inclusive as coisas mutuamente exclusivas. O que nos leva de volta à contradição.
Por tudo isso, creio que é um conceito que deveria ser abandonado. Falar em onipotência é dizer "bobagem", ou melhor,
falar em contradições, a assim, caímos na irracionalidade.
Derrubar o princípio da não contradição, o pilar fundamental da racionalidade, não é apenas permitir que se diga qualquer
non-sense, mas antes de tudo invalidar qualquer foram de sensatez, que só faz sentido por se apoiar no tal princípio
em si.
A onipotência, então, só é plenamente defendida, porque quem o faz automaticamente entra no terreno das contradições.
Em suma, defender a contradição é ser contraditório, e de uma contradição qualquer, pode-se seguir qualquer coisa.
E daí podemos entender porque é que o principal defensor da onipotência é justamente o teólogo tradicional, que lida com um
conceito de Deus contraditório por definição, não só por dizer 1 ao mesmo tempo é 3, mas por todas as demais Antinomias
típicas da teologia tradicional. Ou seja, é abraçar o mundo das contradições. E ao mesmo tempo que defende um deus
essencialmente contraditório, Onipotente, diz que ele não pode fazer o Logicamente Impossível.
O mesmo acontece com quem nega as contradições bíblicas e ao mesmo tempo afirma que ela está acima da compreensão racional
comum, necessitando de iluminação espiritual para que seu verdadeiro sentido seja esclarecido, ainda que continue não
podendo ser explicado. Ora, o que mais é estar acima da razão do que estar fora do princípio da não contradição?
Só sendo contraditório mesmo.
Por fim, é claro que dá pra traduzir anything e nothing. A última por simplesmente "nada", a primeira, quanto no afirmativo,
por "qualquer coisa", ou "alguma coisa", e quando no negativo por "coisa alguma".
Estou agora trabalhando na liberação do EVO.
Amigavelmente
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9 de Janeiro de 2009 |
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Fernando Ventura Bispo Santos
Araguaina-TO
-
1975
Militar Reformado
-
Cristão
625, 633,
635, 657,
665, 674,
681
atthosmatheus
gmail.com
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Salve, Marcus, que bom que retornou! A vida continua! Sobre esta
última monografia, que achei muito tecnica e de dificil
compreensão pois remete aos classicos, vou fazer alguns comentários.
O tema da MCM é prioritário, e acredito que seja ela o
germe das religiões, o medo da extinção criou a religião.
O que achei curioso foi a convergencia de Aristóteles, de algunas
vertentes católicas e o aniquilacionismo e ressureição da visão teologica da Testemunhas de Jeová. Explicando... para as
testemunhas de jeová, adventistas, algunas vertentes católicas e último dos últimos, para o nosso "anti-mestre", quando a
pessoa morre ela deixa de existir, restando apenas a informação de sua mente.
Para a escatologia das Tjs quando a pessoa
morre ela passa para a MEMÓRIA de Deus, literalmente, aqueles que morreram estão guardados na memória do ABSOLUTO, esperando
um dia retornarem se esta for a vontade "dele', a mesma coisa das Tjs, afirma O.de Carvalho, quando a pessoa passa a
existir no absoluto, ela nunca mais retorna ao nada.
Quando a pessoa morre, ela é salva no disquete(Jesus- por isso que
jesus salva!) Isto é literal!, do disquete a FORMA, informação da estrutura mental passa para Deus , o absoluto. No caso o
inferno (mais precisamente a Geene) seria a lixeira como no Windows.
Quem morre "Passa para o mundo das idéias de Platão",
ou seja A MEMÓRIA DE DEUS, por isto que as testemunhas de jeová dizem que aqueles que morrem estão nos TUMULOS MEMORIAIS,
e que para Jeová, Moises, Abrão etc, estão vivos, neste local mencionado.
Aqui converge- a filosofia
Exeriana-Olaviana-Jeovista-Adventista-vertentes Católicas-Muitas evangelicas, e uma antiga intuição amorfa deste que
escreve! - sem mais por enquanto, um abraço fraternal.
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Quarta, 17 de Dezembro de 2008 |
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Oi Fernando...
Antes de tudo, eu gostaria muito que me dissesse onde posso encontrar o texto do Olavo que trata especificamente desse
assunto. Já li alguma coisa a respeito, embora não me lembre de ele ter dito algo nesses termos, e aquela organização
confusa dos textos não ajudam a encontrar temas específicos.
Quero lembrar que também não devo ser tomado como um defensor de tal ou qual possibilidade de MCM. Sou apenas um articulador
da racionalidade das possibilidades em si. Mas sempre irei frisar essa curiosa correlação entre o Aristotelismo,
o Cristianismo e o conhecimento científico contemporâneo.
Curiosamente, esse tipo de concepção de Alma aristotélica, se estou certo de poder entendê-la como Informação, consegue
casar como uma luva a teologia cristã e nossas concepções neurofisiológicas atuais na mais coerente concepção MCM que
podemos encontrar. Livre dos problemas do Dualismo de Substância típicos das doutrinas imaterialistas herdeiras de Platão.
É impressionante como os cristãos abrem mão exatamente dessa vantagem colossal sobre outras linhas de pensamento
religioso, e acabam sucumbindo com elas devido aos problemas típicos da influência neoplatônica ou das tradições
orientais. Foi um tema que debati exaustivamente com meu amigo Alexsander, na sequência de mensagens
504,
514,
521,
531 e
543. (Ainda tenho que dar um jeito de organizar melhor esses diálogos.)
Aproveito para tocar num assunto levantado pelo Rafael Augusto Borges Pavani, que disse que
"...os seres humanos estão se distanciando da religiosidade por não conhecerem a morte."
Creio que de fato um dos motivos para o enfraquecimento da religiosidade é o distanciamento da perspectiva de mortalidade
pessoal e de outrem. Cabe lembrar que em nosso contexto e é raro termos a experiência de morte de nossos parentes e amigos em
suas residências. Nossa experiência é hospitalar, ou envolvendo agentes sociais como bombeiros, policiais e
etc.
Para nós, a morte é também assunto de estado, sujeita à burocracia. Em outros contextos os ritos religiosos eram as únicas
providências além da da necessidade prática de lidar com o cadáver, mas em nossa sociedade, há uma enorme gama de providências
sociais e administrativas. Isso faz nossa experiência com a morte não apenas familiar, mas cívica, e essa amplitude em parte
absorve um pouco das peculiaridades psicológicas que em outros contextos seriam totalmente absorvidas pela religiosidade.
Decidi dizer isso aqui porque você, Fernando, tem muito interesse nessas questões que envolvem a intervenção do estado em
nossa vida pessoal, e acho que temos nisso um exemplo notável, e mesmo não crendo que pudesse ser diferente, fico pensando
se, já que o óbito é um fenômeno jurídico, o estado poderia ao menos fornecer algum tipo de serviço assistencial que nos
livrasse de passar nossos dias de luto preenchendo relatórios e assinando documentos.
Bom. Vou ficar por aqui. Perdoe a mudança de assunto.
Amigavelmente
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29 de Dezembro de 2008 |
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Caro Xenon...
Nada tenho a ver com a questão entre você e o autor da mensagem 676, de modo que concendo-lhe
aqui sua versão sobre o assunto. Só quero que fique claro que jamais insultei alguém. Talvez uma passagem em especial
possa ter gerado esse mau entendido. Reproduzo-a e comento aqui.
"Porém, creio que até agora a situação está tolerável, pois seguindo a sequência das mensagens, que são um pouco
difíceis de localizar, a única inverdade dita é que eu era professor na UnB, o que só serei a partir do mês que vem.
Além disso, realmente houve uma certa imprecisão que pode dar a entender que eu apoiei o sistema teórico do Xenon,
quando na realidade só apoiei a definição! Mas aí é uma questão DO INDIVÍDUO procurar sabe o que de fato eu disse,
e para aquele que está disposto a aceitar o que os outros dizem acríticamente, nem se preocupa em checar as fontes,
muito pouco posso fazer. No mais, é o típico que se esperaria de quem está buscando meramente apoios teóricos, poéticos
e passionais para fortalecer crenças de pretensão pragmática que tem dificuldade de se sustentar por si próprias."
A parte em destaque diz respeito a um "indivíduo" genérico qualquer. Isto é, aquele que, pela preocupação do Mauro, poderia
ser prejudicado por pensar que certas concepções místicas estivessem recebendo endosso acadêmico. Eu disse que quem não
tem senso crítico para diferenciar um comentário imparcial de um endosso deliberado, e não se procupa em verificar fontes,
está numa situção pela qual poderei fazer muito pouco.
Reitero que achei a preocupação do autor da mensagem 676 exagerada, mas concordo que seja
algo que mereça alguma atenção, visto ser comum, em geral de modo não intencional, que certos dito sofram más interpretações
e terminem por ser tomados pelo que não eram.
Amigavelmente
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19 de Dezembro de 2008 |
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Edmilson Carneiro Santana de Aguiar
São Paulo-SP
1959
Professor
Batista
e d m i l s o n
u s p . b r
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Segunda, 1 de Dezembro de 2008 |
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Prezado Professor Edmilson...
Li sua proposta teórica sobre a força gravitacional e fiquei impressionado. É uma idéia simples e elegante, que consegue
de fato reunir algumas das mais clássicas e mais recentes conjecturas já feitas ao longo da história da ciência.
De fato, explicaria porque não se conseque detectar o gráviton, e deixaria mais claro o conceito de distorção no
espaço-tempo.
Eu, por outro lado, sempre pensei a gravidade como uma espécie de força fundamental primária. A mais básica no universo,
em constante oposição ao espaço-tempo, sendo que enquanto a primeira atrái, a segunda repele. Mas essa idéia tem mera
pretensão de literatura de ficção científica.
Detectei, porém, um problema em sua teoria. Com relação à questão dos Buracos Negros, que segundo ela, não deveria funcionar
como funcionam.
É simples. Se a gravidade seria o "escorregar" da matéria pelo continuum devido as oscilações eletromagnéticas, cuja onda
é mais influente na "descendente" que na "ascendente", então deveria ser óbvio que onde não houvesse emissões eletromagnéticas
não deveria haver gravidade.
No limiar de um buraco negro não há ondas eletromagnéticas, ou há em quantidade significativamente menor,
visto que a própria luz, que é uma onda eletromagnética, é impedida de se afastar do mesmo, não podendo, portanto, promover o
movimento da máteria pela oscilação residual.
No entanto, é exatamente onde encontramos as maiores concentrações de gravidade conhecidas.
Como seria possível explicar esse problema?
Aguardo resposta.
Amigavelmente
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19 de Dezembro de 2008 |
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Ket Jeffson
Campina Grande-PB
1979
Funcionário Público
-
Cristão
682
k j e f f s o n
h o t m a i l . c o m
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Opa, Marcus! Obrigado por ter respondido a primeira mensagem!
Primeiramente, gostaria de agradecer o link que você postou sobre originais bíblicos, ele será de muita valia. A segunda parte de suas considerações eu não havia lido ainda; eu a lerei e tentarei fazer algumas considerações.
Em relação à sua réplica, eu não sou dos que acreditam que a Bíblia tem plena concordância com Ciência Humana, pois, no meu entender, a verdadeira Ciência está naquele que criou todas as coisas: Deus. Deus, como Ser Soberano, não vai sujeitar sua sabedoria a leis e convenções humanas e falhas; entretanto, muitas descobertas cientificas têm valia, e são concordantes com as verdades bíblicas.
Eu entendo, contudo, que os critérios que tentam refutar a Bíblia, e que recebem o rótulo de científicos, são plenamentes refutáveis com as próprias regras científicas.
A Ciência Humana é mutável, o que hoje é verdade certa, amanhã pode ser considerado uma grande asneira. Cito um exemplo pueril: correr. Nos meus vinte e nove anos de sol e rapadura (sou paraibando) vi os médicos, a Ciência Médica, afirmar que correr fazia bem ao coração, depois disseram que fazia mal, depois disseram que fazia bem, depois que caminhar é melhor, por fim, eu não sei hoje se correr é sinônimo de vida ou morte.
Assim, se a Bíblia usasse o critério de Lineu antes, estaria errada antes, pois não existia Lineu. Se usasse depois, estaria errada hoje, pois a própria classificação proposta por Lineu foi e é alvo de diversas alterações. O que fez Deus? Como Ser Soberano, responsável não apenas pela classificação, mas pela criação dos seres, determinou uma classificação que sempre será correta segundo os próprios parâmetros.
Em relação a aparente contradição dos versículos 20 a 23 do Capítulo 11 de Levítico, fica nítida a intenção bíblica de falar
de gafanhotos e insetos similares, pois os exemplos do verso 23 são alusivos a esses animais. Qualquer dúvida, releia-os e
veja as figuras:
louva-a-deus,
gafanhoto .
Por fim, mas o mais importante, o que a Bíblia fala de Gênesis a Apocalipse, é sobre arrependimento. A teoria bíblica é que haverá um julgamento de todos os homens (Atos 17:30,31; Apocalipse 22:15), de acordo com suas ações, e que a ordem de Deus é que o homem se arrependa e abandone as suas malignidades e pecados (roubos, adultérios, prostituições, impurezas, lascívias, sodomias, idolatrias, feitiçarias, etc.) e recebam o perdão e reconciliação com Deus que foi dado através de Jesus, que confessem Jesus como salvador de suas vidas. Pecado, não numa visão dogmática e incogniscível, mas enquanto ação que contraria as regras sociais estabelecidas por Deus e que prejudica nossos semelhantes.
É simples: devemos reconhecer o quanto somos vis, decidir mudar de atitude e dizer "Jesus, reconheço que sou pecador e te recebo em meu coração como Senhor e Salvador".
Contudo, para ser convencido dessas verdades é necessário mergulhar na leitura bíblica com o Espírito Santo, que é o que conhece as verdades de Deus (I Coríntios 2) e não com o "espírito científico", pois com o conhecimento científico falho e mutável a compreensão de Deus fica obstruída (I Coríntios 2:14).
Questionar "a falsa inerrância bíblica" não é meu fim, mas o meio de mostrar a superioridade dos conceitos divinos, e a necessidade de adequação dos seres humanos ao Seu Criador. Mais que isso, é mergulhar no conhecimento de um Deus Vivo, que nos ama e que nos faz compreender todas as coisas e que só intenta nos livrar do engano e da destruição.
Abraço!
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Sexta, 24 de Novembro de 2008 |
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Olá Ket. Bem vindo de volta.
Primeiramente, não irei mais discutir o caso dos polêmicos "insetos de 4 pés", apenas repetirei o que disse antes:
"...passagens na Bíblia que
INTERPETADAS LITERALMENTE SOAM COMO grosseiros "ERROS CIENTÍFICOS", (...).
Eis alguns exemplos do que a Bíblia TERIA A NOS ENSINAR SE INSISTÍSSEMOS EM VÊ-LA COMO CIENTIFICAMENTE
INERRANTE:".
A passagem em questão é:
"Todos os insetos alados que andam sobre quatro pés, serão para vós uma abominação.
Contudo, estes há que podereis comer de todos os insetos alados que andam sobre quatro pés: os que têm pernas sobre os seus pés, para saltar com elas sobre a terra;
isto é, deles podereis comer os seguintes: o gafanhoto segundo a sua espécie, o solham segundo a sua espécie, o hargol segundo a sua espécie e o hagabe segundo a sua espécie.
Mas todos os outros insetos alados que têm quatro pés, serão para vós uma abominação.
Também por eles vos tornareis imundos; qualquer que tocar nos seus cadáveres, será imundo até a tarde,"
Levítico [11:20-24] (Versão João Ferreira de Almeida)
E como espero ter explicado na mensagem anterior, recorrendo ao hebráico original, os termos são, no mínimo,
confusos, gerando traduções diferentes quase irreconhecíveis entre si. Melhor
verificar a King James Reference Bible, Leviticus 11
que tem referências ao texto original.
Como eu disse, é uma questão de linguagem. A passagem não pode ser considerada um erro científico porque não está em
linguagem científica, mas MUITÍSSIMO menos poderia ser considerada compatível com nosso conhecimento científico, que é
essencialmente dependente de uma linguagem adequada.
Ademais, os animais originalmente referidos poderiam ser bem diferentes do que conhecemos. Podem até estar extintos! Por isso,
não vale a pena insistir nesse assunto. A não ser para dizer, pela última vez, que A BÍBLIA NÃO PODE SER TIDA COMO
COMPATÍVEL COM NOSSOS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS ATUAIS, e os milhares de motivos que nos mostram isso podem ser encontrados
em torno da passagem supracitada, nas insustentáveis recomendações sanitárias em questão. De certo não haveria
problema algum em comermos louva-deuses no lugar de gafanhotos, muito menos deveríamos ficar de "quarentena" por meio dia
só por ter tocado num deles.
Meu texto A Falsa Inerrância Científica Bíblica - Parte II , deve-se admitir,
dá um golpe mortal, sem chance de ressurreição, na pretensão de levar a sério o Levítico segundo nosso conhecimento médico
contemporâneo.
Isso me leva ao segundo ponto, o motivo principal de eu responder essa mensagem.
Não confunda "Ciência Médica" com o que se ouve falar por aí na mídia, em revistas populares de saúde ou nas publicações
de academias "malhação" da vida. Infelizmente muitas pessoas acham que a ciência vive mudando de opinião por que acha que
qualquer publicação que invoque termos como "cientificamente comprovado" automaticamente se reveste de autoridade científica.
Da mesma forma como muitos acham que invocar a palavra "deus" automaticamente os reveste de autoridade divina.
O exemplo que você citou pode ser emblemático. Jamais ouvi falar de qualquer pesquisa séria que duvidasse que atividades
físicas moderadas fossem saudáveis, inclusive para o coração, mas menos ainda alguma que achasse que atividades físicas
excessivas o sejam. É claro que "correr", no ritmo e quantidade moderada para cada caso, sempre será saudável, bem como
prejudicial em medidas excessivas.
Há muitas mudanças ao longo da história científica. Mas as grandes viradas de perspectiva em geral consomem uma geração
inteira para se fazer notar. Não ficam acontecendo a cada edição de Super Interessante. Percebeu o caso do Colesterol das
gemas de ovo? Foram mais de 40 anos de pesquisas e debates para começar a haver um consenso. Não muda assim de uma hora para
a outra.
Por último, acreditar numa estabilidade dos conceitos bíblicos em contraste à instabilidade de conceitos científicos é
ingênua ilusão, porque a Bíblia tem que ser interpretada, as interpretações são linhas teológicas e a teologia muda
tanto quanto a ciência, com a desvantagem de nunca conseguir superar, de fato, teologias antigas. A própria idéia de
Inerrância Bíblica é novidade histórica, não tem SEQUER UM SÉCULO! E continuará disputando espaço com as interpretações
liberais que não tem compromisso algum com a literalidade ou o fundamentalismo.
Não é nada simples, enquanto certas teologias pregam a justificação pela fé, outras ignoram a auto humilhação e relevam a
invocação da piedade divina, apostando suas fichas na prática pura da virtude. Outras esquecem isso e jogam tudo
para o alto, dizendo que cabe a Deus decidir se vai nos salvar ou não.
Com ou sem conhecimento científico, falho ou não, o máximo que o crente seguramente consegue mergulhar é num "deus vivo"
da imaginação, credulidade ou genialidade humana. Um sistema de pensamento em linguagem mundana que pretende apontar
para o divino, mas que em geral só faz girar em torno das vicissitudes culturais e linguísticas, apontando para outros
seres humanos, e tão preocupado com o mundo material que deixa de se ocupar com o transcendente para se dar ao trabalho
de reinvindicar a adequação da Bíblia ao "falho" conhecimento científico humano, estranhamente interessado sobre
o que os céticos e cientistas pensam dela.
Amigavelmente
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17 de Dezembro de 2008 |
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Rafael Wesley de Lima
-
Cubatão-SP
-
1993
Evangélico (Assembléia de Deus)
Estudante de Teologia pelo IBAD
687
r a f a e l w l i m a
h o t m a i l . c o m
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oi marcus. primeiramente lhe pesso desculpas pela minha ultima mensagem
quero lhe dizer obrigado por ela
vc me ajudou bastante para que vc entenda o que quero dizer vou lhe contar uma narrativa biblica :paulo o apostolo de Jesus certa vez foi levado ate o terceiro ceu entao quando ele voltou a si começou a se vangloriar dizendo que ele era o tal e essas coisas assim,ate que veeio um mensageiro de satanas e colocou nele um espinho na carne, paulo entao começou a orar a Deus pedindo que ele o livrasse, nna terceira vez Deus dise a paulo:paulo a minha graça te basta.
o Espirito Santo me fez lembrar dessa passagem biblica quando li sua mensagem(ou depois nao me lembro)vi que vc me deu o que eu precisava pois se nao fora Deus para fazer com que eu lhe mandasse essa mensagem e recebese essa dura palavra estaria preso e nunca eu perceberia onde eu iria chegar da quele jeito
e certo que nao estou completamente curado de meu arrogante jeito de ser mas a palavra de Deus dis que: a boa obra sera aperfeiçoada ate o dia do senhorJESUS CRISTO´.pois sei qu no dia do senhor estarei livre de toda vaidade(gloria).
Bom quanto a quevc disse acerca de meu palavriado digo que nao estamos analisando lingua portuguesa e sim ideias desde deque vc entenda o que eu escrevo minha ideia sera passada para vc de forma claro caso vc nao entenda posso escrever na linguagem mais formal possivel.
quanto ao curso de teologia estou realmente fazendo pois estou apenas começando e ele e apenas um curso basico confeso que o coloquei so para fazer uma "media"(como disse precisava mesmo de um espinho na carne)agora ja o que vc disse que eu fui ensinado a crer vc acerta e erra um pouco, nnao e porque eu cfui ensinado a crer e que vou seguir essa filosofia de vida muitas vezes tive a intençao de para de seguir a Deus e dizer relmrente que ele nao existe mas eu te falo que estou crndo em Deus por que o espirito SANTO de Deus testifica na minha vida que a palavra de Deus e verdadira e Ele realmente existe o que vc nunca vai entender pois nao adianta eu falar a vc que a biblia e verdadeira se o Espirito SAnto de Deus nao testifica na sua vida como testifica na minha pois vc e um homem carnal vc esta preso as coisas deste mundo vc tem o fermento do saduceu o fermeto da incredulidade para vc Deus nao faz o menor sentido a biblia e cheia e erros por que Deus nao esta em vc e assim vc esta sujeito ao fogo do juizo eterno (inferno) olha o Deus que vc procura nunca vai encontrar por vcs ateus querem um deus que faça sentido e se um dia meu Deus for explicado entao ele nao e Deus coisa nenhuma.
Agora vc precisa compreender (nao que eu seja mais inteligente que vc)que Deus vai falar de um modo que nos possamos entender e o caso de isaiaquando DEus diz que a terra e plana nao e por que ela e plana mas sim para que o homem entendesse a grandeza de Deus, imagine que a nossa visao nao conseque definir o 3d do 2d se desenharmos um cubo em um papel e fizermos uma boa ilusao de otica na tv todos vao dizer que e um cubo real e nao desenhadoveja que para o homem entender Deus usou um sentido figurado para que eu e vc entendamos. pegue uma foto do google earth vc dira que o mundo tem 3 dimensoes mas passe a mao na tela e vc vera que a terra que vc viu nao passa de um "desenho" em 2d bem feito.e mais que me garante que o mundo e 3d? ele pode ser 1d 2d 3d 4d ? quem me garante que meus sentidos estao certos?alem do mais aquilo foi escrito para pessoas simples que nao estavam nem ai com essa questao que vc impos.
quanto a gravidadea eu continuo lhe dizendo que ha outros fatores que indicam que aterra permanece suspenssa no espaço
esta no livro escrito por JOHN GRIBBIN fique por dentro da fisica moderna.
Alem do mas a ate hoje ninguem explica o que e gravidade realmente entao esta quase obvio dizer que a terra esta suspensa sobre o nada alem tambem de niguem conseguir ver a força da gravidade.
Ara lendo os seus textos de novo vejo que vc disse que lla em tiago capitulo5:3 dis: "que o ouro enferruja , bem agora vamos analisar o contexto:o vossoouro e a vossa prata se enferrujaram;e a sua ferrugem dara testemunho contra vos e comera como fogo a vossa carne..."bom esse ouro nao e oro que vc esta pensando, mas na biblia ouro prata significa gloria traduzindo tiago diz que que a soberba a gloria as belezas dos ricos opressores vai envelhecer, e simples somente leia o texto todo do 5: ate o 5:6.
agora o que me deixou mais contente foi quando vi que vc disse que la em apocalipse 21:21 diz que o ouro e transparente (a i deu para mim perceber que vc e carnal e que e da carne nao entende as coisas do Espirito),marcus vc por a caso sabe me dizer on de estao as pedras citadas no vrciculo 20 ?niguem sabe pois nao vou te dar a resposta a essa tese sua mas pedirei que vc leia o texto21:9ate o 21:27
olha se escrevi alguma besteira me desculpe mas desde o dia em que li sua resposta nao irei para de te imcomodar ate que Deus transforme a sua vida(pelo menos ate que Deus me leve)e vc aceite a Jesus como seu unico salvadoe creio que o Espirito saaanto de deus esta tocando no seu coraçao agora.Se vc achar que o que eu estou falando e bobagem e estou louco leia o texto de 1corintios capitulo 2
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Quarta, 17 de Novembro de 2008 |
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Olá Rafael...
Devo confessar já ter acumulado algumas boas experiências com a disposição de alguns cristãos a se retificar e aperfeiçoar,
e foi uma grata surpresa notar que você deu esse passo significativo, pelo qual será um prazer lhe responder.
Antes, só peço que desculpe a demora, pois como deve ter visto, passei por muitas coisas nos últimos meses.
Não pretendo discutir a maior parte dos elementos de sua mensagem. Se o Espírito Santo não se deu ao trabalho de me iluminar,
a culpa é dele, pois querer atingir um estado mais elevado de consciência é algo para o qual vontade não me falta. E só
não confundir isso com um estado mais elevado de inconsciência. E quanto suas reflexões sobre o simbolismo de Isaías ou
Daniel se adequar a 2D ou 3D, e só ir ao finalzinho do texto
A Falsa Inerrância Científica Bíblica - PARTE I e verá que essa idéia já foi
sugerida lá.
Também pouco me importam discutir se o ouro bíblico enferruja ou é transparente, ou sua percepção do que significaria
"suspenso". Mas uma coisa que ainda vou insistir é que melhore ainda mais a sua escrita.
Vejo que já o fez. Sua mensagem atual está bem mais clara que a anterior, que tem vários trechos
incompreensíveis, mas ainda há muito o que aperfeiçoar, e não se trata de mera formalidade, mas de pura e simples
capacidade de se fazer entender. Se até usando uma linguagem devidamente articulada, por vezes transmitir nossos
pensamentos e sentimentos já é difícil, imagine usando um linguajar descuidado.
Com isso, não tenha dúvida de que nosso diálogo fluirá melhor, e só a partir daí poderemos de fato nos considerar como
intercambiando conteúdos.
Sobre Gravidade, não custa dar uma olhada em alguns textos meus que, apesar de serem relacionados a Ficção Científica,
tratam do assunto de forma introdutória e compreensível.
Anti-Gravidade e Levitação e
Gravidade Artificial podem lhe ajudar a reunir elementos necessários sobre o tema
para entender um pouco melhor a questão que temos em mãos.
Seria interessante também que você citasse a passagem de John Gribbin que está gerando essa noção que você apresentou,
ou mostrasse o conteúdo em alguma mídia. Terei prazer em analisar e, se for o caso, esclarecê-lo.
Também seria interessante entrarmos num acordo sobre nossa edição da Bíblia. Geralmente, eu uso a João Ferreira de Almeida,
edição mais recente. Mas para questionamentos mais profundos recorro direto ao site
Online Bible Study and Bible Dictionary, onde pode-se encontrar um excelente
material de tradução dos originais bíblicos, com dicionários de Hebráico e Grego inclusos. Mas o site é em Inglês, usando
a famosa tradução King James, que como estudante de teologia, você terá que conhecer cedo ou tarde.
No mais, esteja a vontade em sua tentativa de me converter e me salvar. Isso jamais me incomodará, se for sincero, e sempre
me sugere uma intenção nobre. Mas lembre-se que você estará dialogando com alguém que certamente conhece bem mais
teologia que você. Também seria interessante dar uma olhada em discussões anteriores para aprender com iniciativas similares
passadas.
Embora eu jamais tenha pretendido remover ninguém de sua religiosidade, há ao menos 3 casos de crentes honestos e inteligentes
que, ao tentar fazer o mesmo que você pretende, acabaram mudando sua visão de mundo e abandonando a religião, pelo menos na
sua especificidade.
Fico por aqui. Seja bem vindo.
Amigavelmente
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14 de Dezembro de 2008 |
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Mario Campos de Jesus
-
Seropédica-RJ
-
1963
Tecnico em Contabilidade
-
Cristão
217,
[217.1,
217.2,
217.3],
228,
362,
575,
579,
622
m c j c o n t a b
y a h o o . c o m . b r
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Finalmente de volta estou, caro Marcus. Como vai você? Comigo tudo ótimo. Permita-me divulgar a mensagem abaixo, a qual não terá, talvez, nenhuma novidade para você, a exceção, claro, do fato de quem a escreve.
"30 ANOS PROFESSANDO A FÉ EVANGÉLICA; recusando-me a ser racional, para não ser incomodado com questões intuitivas sem solução, sentindo medo da represália divina, sem obter a resposta de muitas perguntas:
1. Por que o diabo se rebelou e nunca se arrependeu sabendo que o seu fim seria tão terrível?
2. Por que o diabo tomou esta absurda atitude, totalmente incoerente, principalmente para um ser tão inteligente que só perdia em perfeição para Deus?
3. Por que Deus não destruiu logo o diabo, no início, para proteger sua criação do pecado, ao invés de deixar para o final dos tempos, preferindo punir junto com ele um número incontável de pobres almas sofridas em um tormento cruel e para sempre?
4. Porque toda a humanidade tem que pagar pelo erro de uma mulher que veio depois a induzir ao mesmo erro seu marido?
5. Por que só o povo judeu era protegido e ensinado por Deus, e os demais povos, além de não serem ensinados eram aniquilados de maneira impiedosa e a mando deste mesmo Deus; uma vez que Ele próprio não faz acepção de pessoas, e considera todos iguais e “não há um justo se quer sobre a face da terra, ninguém que é digno dele”?
6. Por que, com tanto lugar no mundo para Deus levar os judeus, Ele escolheu justamente a cidade de Canaã que já era habitada e com a ordem expressa de matar a todos os habitantes daquele lugar para tomá-lo?
7. Porque, se a punição para o não crer em Cristo é algo tão terrível, Deus não se revelou ao homem de maneira inquestionável e em todas as gerações?
8. Por que Deus deixa outras religiões conviverem com a religião correta, sabendo que a escolha errada será penalizada com algo infinitamente pior que a morte?
9. Por que, se Deus sabia que a maioria não conseguiria crer em Jesus, os deixou vir ao mundo para um destino tão hediondo?
10. Por que, se Jesus disse que tudo que o homem pedisse ao pai em seu nome Ele daria, não é exatamente isto que ocorre?
11. Por que, se Jesus disse que se tivéssemos uma fé do tamanho de um grão de mostarda poderíamos mover até montes, ninguém consegue ter esta fé?
12. Por que uma punição perpétua para um pecado cometido por apenas algumas décadas?
13. Não seria injusto condenar para sempre um humanista, premio Nobel da paz, que nunca conseguiu, devido à razão ou outro motivo, crer em Jesus, e salvar um assassino em série que aceitou a Jesus no último momento de sua vida?
14. Não seria mais justo punir a ambos, respectivamente, um com uma severa advertência para prestar mais a atenção aos “sinais” e o outro com, por exemplo, 100 anos de reclusão com trabalhos forçados pelos seus crimes?
15. Por que Jesus disse que o final dos tempos seria para aquela geração e isso, obviamente, não se cumpriu?
16. Por que, se a vida já é tão difícil, penosa e triste para muitos, as pessoas ainda terão que sofrer por toda eternidade por não ter tido a chance ou não ter conseguido crer em Jesus?
17. Por que Deus matou pessoas inocentes no dilúvio, crianças e grávidas, (sem falar dos animais – mais inocentes ainda), e hoje, pessoas tidas como malditas pelo pecado de Adão e Eva “perdem seu tempo” protegendo da extinção um simples periquito raro?
18. Por que, se Jesus morreu por toda a humanidade e a salvação é gratuita (pela graça), todos não podem ser salvos?
19. Como será possível todos conhecerem o evangelho, para vir o fim, se nunca vai parar de nascer novos pecadores?
20. Por que, sabendo que os homens são suscetíveis ao erro de julgamento, que muitas vezes divagam em delírios, que mentem, e que em muitos casos, mal intencionados ou não, manipulam massas inteiras através da ignorância delas, devo crer que a bíblia é a palavra de Deus, uma vez que ela foi escrita por esses homens (que se dizem inspirados por Deus), e ao mesmo tempo, a mesma, não resolve estas questões cruciais que apontam para incoerências e erros graves de falta de ética, acima expostos?
Como já disse, eu calava meus questionamentos, fazendo a minha razão adormecer, invocando a fé que é dita como a forma de agradar a Deus. Foi preciso coragem para parar com essa hipocrisia contra mim mesmo e contra as outras pessoas a quem pregava.
EU CREIO QUE AQUELE QUE CRIOU A NÓS E AO UNIVERSO É PERFEITAMENTE JUSTO, DIGNO DE TODA HONRA LOUVOR E GRATIDÃO;
E QUE TODO O PROBLEMA ESTÁ NA FALHA HUMANA AO TENTAR REVELAR DEUS DE FORMA INCORRETA."
Esta mensagem trata-se de algo que preparei para as pessoas que questionarem a minha mudança radical em relação à religião. Minha intenção em divulgá-la aqui é ajudar principalmente aqueles que estão numa posição semelhante a qual eu estava que era de auto-imposição de cegueira racional para não negar a fé, por causa do medo que me fora incutido ao longo de minha vida.
Quero registrar algo que julgo fundamental. Independente da posição religiosa creio que fui criado
(não sou resultado do acaso) e creio que preciso amar o meu semelhante (respeito, consideração, piedade, honestidade, etc.).
O argumento é simples: - Acredito que fui criado porque a complexidade do universo e dos seres somados a racionalidade dos
homens me...
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Continuação da Mensagem - Segunda Parte
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...sugerem isso; e que preciso amar porque se o que mais realiza as pessoas é o ser amada, e o que o mundo mais precisa para dar certo, é a existência do amor, isso só será possível se todos o fizerem uns com os outros.
Aguardo seu comentário, e até a próxima.
Terça, 30 de Setembro de 2008
Olá Marcus, com prazer retorno. Enquanto aguardo a resposta da minha última mensagem, quero registrar aqui mais uma sobre este assunto de religião que temos conversado. Mas antes quero parabenizá-lo pela sua disposição, inteligência, dedicação e coragem em divulgar idéias que nos influencia a valorizar a razão, a liberdade e a igualdade; valores estes que nos ajudam a melhorar, entre outras coisas, a nossa capacidade de amar ao semelhante.
Segue então a mensagem:
Acho que os cristãos são alegres demais para quem crê que a maior parte da humanidade irá sofrer perpetuamente no fogo do inferno (digo isso me referindo aos eventos de louvores que promovem com muito júbilo, coreografias, reuniões de banquetes e outras manifestações semelhantes). A não ser, claro, que só se preocupem com eles mesmos e não nutram sentimento compassivo por essas pobres almas infelizes que consideram condenadas. Ou talvez não creiam tanto nisso, pois se cressem para valer acho que não deveriam fazer mais nada na vida a não ser pregar este evangelho da salvação, dia e noite, movidos pela compaixão e pelo “ide” de Cristo.
Quanto a mim, que não creio mais nisso, me sinto aliviado, em paz e feliz, por mim e por toda a humanidade; e mais, também por poder ter certeza que quando eu ou outra pessoa fizer o bem a um próximo que não possa lhe retribuir, e em secreto, não será por apenas aqueles interesses celestiais e nem coagido pelo medo da cruel perdição, mas sim por sincero amor ou piedade; o que, aliás, é o que creio que Deus desejaria de nós.
Perdoem-me se pareço duro e incisivo, realmente não tenho a intenção de atacar, mas valho-me das melhores intenções nesta crítica.
MARIO CAMPOS DE JESUS
mariocamposdejesus@uol.com.br
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Quarta, 12 de Novembro de 2008 |
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Prezado Mario Campos...
Respondo sua mensagem anterior só agora por que realmente não me havia ficado clara sua intenção, que só
me veio à luz nesta última. Assim, agrupei-as e comento-as aqui. Não ficara claro porque a mensagem de Setembro parecia
ter certa ironia, tive a impressão que tudo o que fora afirmado como duvidoso só o estava sendo para depois
ser afirmada a fé sobre tudo novemente. Como acontecera antes.
Outro motivo da demora em responder é que sempre sou extremamente cauteloso com mudanças de posição.
Jamais tive nada contra uma religião, nem nunca me ocorreu atacar a fé. Minha postura sempre foi antes
de tudo, defensiva, e todos os meus embates intelectuais com religiosos tem essa característica, a defesa da racionalidade,
do secularismo, do patrimônio cultural humano, da liberdadE, etc, contra ataques deflagrados por
religiosos que acham que devem impor sua visão de mundo sobre todos os demais, ou proibir-lhes qualquer direito de livre
crítica ou exercício intelectual.
Quando alguém afirma estar mudando sua visão de mundo, se o faz de livre e espontânea vontade sem cair
no extremo oposto, que é caso frequente, então, só posso dar meus parabéns.
Digo isso porque conheço muitos casos de ex cristãos que, uma vez abandonando a igreja, lançam-se em toda sorte de
más condutas, más companhias, não raro com resultados trágicos e até criminosos. Isso mostra o grau de dependência
psicológica destas pessoas com seus sistemas de pensamento, que jamais foram capazes de separar a virtude da submissão
acrítica ao terrorismo mental típico de Superegos opressores culturalmente condicionados sob mitos tradicionais.
Quem consegue diferenciar a virtude e o caráter da mera pressão psíquica e social de um sistema de pensamento,
essencialmente não precisa de religião, muito menos de igreja, para o bem agir no mundo. Pode precisar pra outra
coisa, talvez.
Devo dizer que sua Sexta Mensagem parecia mostrar um certo desespero. A tentativa de manter
crenças totalmente contraditórias ao mesmo tempo que as afirma ser coerentes ao mesmo tempo que admite ser impossível
mostrar-lhes a coerência ao mesmo tempo que diz ser isso irrelevante, o que é contradito pelo simples fato de ter escrito
uma mensagem de 26 mil caracteres sobre o assunto. Pode ser interpretado como um típico sinal de crise, pois em geral
o crente que está nessa situação tende a evitar discussões.
Se sua mudança for completa, será mais um caso que ao não abrir mão da racionalidade, tenta forçar
essa teologia ao limite, até perceber que o erro não está nas meras contradições sobre liberdade e onipotência,
ou tempo e eternidade. Mas sim, na absurda tentativa de conciliar a idéia de um ser de suprema benevolência
com a suprema malevolência de um inferno perpétuo, fundidos pela onipotência, ao mesmo tempo que tenta empurrar
na força bruta que devemos aceitá-lo passivamente, como se escravidão mental fosse prova de caráter, e o Medo merecesse
mais crédito que o Amor.
Congratulações Amigáveis...
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24 de Novembro de 2008 |
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Gustaf Dantas Bitencourt Florencio
1985
-
Natal-RN
Estudante Universitário
449
517
527
546
576
591
607
654
679
g u s t a f d a n t a s
h o t m a i l . c o m
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Caro, Marcus
Como prometido, estou passando aqui para comentar o interessante texto
Liberdade e Igualdade. O seu texto deixa evidente
tanto a sua criatividade, quanto os obstáculos intransponíveis na tentativa de se compatibilizar a liberdade com a
igualdade estrita, mesmo que seja a igualdade de oportunidades (inclusive na infância).
Por qual razão penso assim? Porque se o Estado fosse levar a sério a perseguição de uma meta de igualdade de oportunidades,
quaisquer assimetrias de condições iniciais ressurgidas gerariam novas (e legítimas) reivindicações pelos que foram minimamente desfavorecidos no processo, o que o levaria até o ponto em que ele teria que controlar todo espaço físico e social dos indivíduos. Afinal, há um processo de retro-alimentação no tipo de desigualdade a que referimos, já que quem tem mais dinheiro tende a ter mais oportunidades, e vice-versa. A vantagem competitiva de um indivíduo é essencialmente o poder de disposição sobre oportunidades desejadas por outras pessoas. Por exemplo, se houvesse acesso garantido a qualquer a treinamento profissional para várias pessoas, isto desigualaria ainda mais suas condições materiais, conforme as capacidades se tornam mais importantes e fossem mais bem recompensadas financeiramente, os indivíduos tenderiam a divergir cada vez mais em oportunidades, embora eles tivessem a mesma capacidade e treinamento. Falar em tentativa de estabelecimento de igualdade na infância não ajuda muito, já que os pais das crianças alvos da meta de igualdade se empenharão em beneficiar seus filhos de uma forma diferenciada.
"as oportunidades devem ser o mais igualitárias possíveis"
é uma medida indeterminada e obscura, tanto em um caso como em outro. E seus
problemas só são minimizados se você levar em conta que é válido tratar de maneira diferenciada aqueles que foram
desfavorecidos na “loteria natural” e/ou mitigar as desigualdades de forma ex-post (através de tributação, por exemplo).
Além disso, o fato de serviços sociais que atendem necessidades vitais estarem universalizados não implica em igualdade.
Para que isso fosse válido, quem se compromete a ter acesso apenas a plano de saúde privado ou escola privada deveria ter
o direito de abater dos impostos um montante, pois parte dos impostos é para serviço público, sem uso por essas pessoas.
Não é isso que acontece pelo mundo e nem é desejável que isso ocorra, dado que não é possível melhorar as condições de
enriquecimento emprestando recursos a si mesmo. Por isso, é necessário salientar que a igualdade não está definida de
forma ampla no seu texto, já que a liberdade é um bem social primário passível de ser equalizado.
Existe outra questão abordada pelo filósofo John Rawls que reforça a idéia que a igualdade não é uma meta necessária.
Ele imaginava que “um sistema de ensino pode permitir aos estudantes
mais dotados o acesso a maiores apoios se, por exemplo, as empresas em dificuldade vierem a beneficiar mais tarde do seu
contributo, aumentando os lucros e evitando despedimentos” (Faustino Vaz: A teoria da justiça de John Rawls).
Sem falar que é perfeitamente possível que o país onde as oportunidades são mais igualitárias no mundo seja a Coréia do
Norte, sem que isto se traduza em vantagens econômicas para as pessoas mais pobres de lá. Dito isto, se o objetivo for
reivindicar a maximização do bem-estar dos indivíduos que estão em piores condições, o desdém com a oneração do Estado
termina por destruir a maximização da melhoria das oportunidades para os mais pobres. Tributar e depois distribuir não é
um jogo de soma zero. Só seria se a tributação fosse “lump-sum”, isto é, que não causasse distorção (criação de incentivos
para sonegação, ócio, informalidade e subinvestimento em capital físico). Isto, porém, está longe de ser verdade em
qualquer lugar do mundo. Essa observação ajuda a entender porque Rawls pensou no critério que indicava a necessidade que
se deve promover a distribuição de bens, exceto na situação onde se fosse tentado dar mais, terminar-se-ia com menos.
Se a manifestação da desigualdade é um requisito para a maximização do bem-estar, porque não torná-la permissível sempre,
desde que a mesma atenda a certas condições?
Também, apesar de concordar com sua iniciativa de considerar que a liberdade não pode ter prioridade a ponto de outras
necessidades vitais serem ignoradas, eu lamento que você tenha cometido o mesmíssimo erro de outros intelectuais de
esquerda quando trata do uso da palavra “social”, erro esse que é atacado com razão pelos intelectuais de direita.
O fato de uma criança sequer ter o básico não implica necessariamente que o sistema social “produza” desigualdade.
Isto é verdadeiro especificamente quando estamos falando de um sistema que garante igualdade jurídica a todos os membros
da sociedade. Num ambiente assim, dizer que o sistema “desiguala” é uma hipostatização totalmente sem sentido. Ora, as
desigualdades no atendimento das necessidades dos menores serão fatalmente desiguais devido essencialmente as desigualdades
nas condições econômicas de seus pais. Mas tudo o que o indivíduo recebe vem de algo que ele obtém em troca ou ganha de
presente. Quem utiliza o adjetivo “social” para dizer que o sistema “produz” desigualdade está insinuando que os efeitos
dos processos espontâneos de transações voluntárias foram, em realidade, fruto de um desígnio da mente humana. Se fosse
verdade que o sistema social “desiguala” os indivíduos na infância, surgiria uma pergunta intrigante: quem é o desigualador?
Não há resposta para isso. Ou se há, poderíamos dizer que os ouvintes de música que compram CDs e vão a shows “desigualam”
as condições econômicas dos cantores de Funk e de Jazz, o que só faz sentido se for verdade que as pessoas viram fãs de
música para fins de enriquecimento de cantores.
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Continuação da Mensagem - Segunda Parte
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A privação de oportunidades reais, a falta de sorte ou de talento de alguns
não pode ser usada como desculpa para tratar o sistema social como um ente que “age” sobre elas. A menos que algo ou alguém
produza privilégios artificiais para pessoas particulares, pessoas pobres são vítimas de males, não de injustiças do
sistema social. Afinal, o valor de mercado de seus salários ou das mercadorias que elas vendem não são frutos de uma
criação humana deliberada. Numa sociedade livre, cada um recebe segundo o valor, sendo que isto é um conceito distinto
de esforço e mérito.
Apesar disso, embora “distribuição justa” não seja uma expressão feliz, poder-se-ia falar em “normas de conduta justas”
para reivindicar que princípios de justiça devem definir limitações de modo que as pessoas que participam da sociedade
não tenham queixa contra elas. Mas deve-se deixar claro que, uma vez estabelescidos estes princípios de justiça, a
distribuição de renda que resultar daí será justa, ou, pelo menos, não injusta.
Por fim, deixo claro que o que entendo por liberdade é um conceito mais abrangente daquele que me referi até aqui.
Esta seria a “eliminação de privações de capacitações que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer
ponderadamente sua condição de agente” (Amartya Sen, em “Desenvolvimento como liberdade”). A busca desta liberdade
permite rejeitar o “Estado babá”. Um exemplo. Embora quando ainda haja o estágio de luta pela sobrevivência em um
país X estejam claro quais são as necessidades que a maioria possui, isto não ocorre quando este patamar já foi superado.
Pois se alguém negar que a liberdade de consciência é fundamental e afirmar que todos os interesses humanos são
intercambiáveis, de forma que é possível sacrificar a proteção de um em relação à proteção de outro, aí teremos um
impasse. Voltando ao exemplo hipotético, as pessoas do país X poderiam considerar que ter universidades gratuitas é
indesejável porque acham que viver de dinheiro alheio é vergonhoso e humilhante. O que o Estado deve fazer diante disso?
Impor a igualdade? Mesmo que isto rebaixe o grau em que as pessoas são ouvidas na hora de expressar suas reinvidincações
de atenção política? Nada disso. Deve existir um peso em que uma pessoa tenderia a atribuir a um bem social primário ao
julgar sua própria vantagem global. O espaço para o equalisandum não deve as oportunidades e nem qualquer outro bem social
primário (estes são só meios), mas sim as condições de levar uma vida que as pessoas têm razões para valorizar. E também,
é importante encontrar um equilíbrio entre equitatividade da liberdade e os aspectos agregativos da mesma, mas acho
desnecessário ter uma fórmula específica para isso (maximin, soma utilitarista, etc).
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Domingo, 12 de Outubro de 2008 |
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Olá Gustaf...
Obrigado por voltar e trazer uma mensagem que estou mais disposto a responder, visto que acontecimentos recentes me
deixaram temporariamente pouco afeito a certos temas, por enquanto.
Mais uma vez você tráz observações interessantes e reflexões importantes, e dado um certo talento argumentativo, parece-me
que nunca escorrega na argumentação, mas sim nos fundamentos. Toda vez que discordo de algo que você diz, percebo que
não é devido ao seu raciocínio, mas ao fato de ter utilizado um conceito que me parece frágil por si só, e que no máximo
você não analisou devidamente.
Veja bem, meu texto Liberdade e Igualdade tem vários aspectos, idéias,
correlações e consequências, mesmo porque é uma parte de um todo maior, mas vejo que você deixou escapar o que há de
mais importante, que é uma constatação que surge durante a argumentação e que termina por ser, a meu ver, o elemento
principal e mais interessante, que me parece ter sido ignorado.
Parafraseando-me:
"O preço da Liberdade normalmente recai principalmente sobre o próprio indivíduo que dela se beneficia,
já o preço da Igualdade, pela sua própria natureza, não pode recair de forma tão pontual,
mas sim disseminar-se rumo aos "iguais" que lhe sejam próximos."
Aqui está o ponto inicial, que qualquer esforço em prol da Igualdade necessariamente recai sobre todos, independente de
serem beneficiários ou não. As demais tensões entre Igualdade e Liberdade que você apontou nos primeiros parágrafos são
pacíficas para mim.
Você também parece ter dúvidas de que dever-se-ia buscar a Igualdade. Caso não tenha ficado explícito, defendo que sim
principalmente para garantir a Liberdade, ao menos uma liberdade mínima para todos, sem a qual não é possível ser feliz.
Diferente de Rawls, penso que a Igualdade não tem que ter valor em si própria, mas somente como forma de maximizar a
felicidade, tanto quanto a Liberdade.
Porém, a Igualdade é um conceito internamente harmônico, nunca se volta contra si própria. Excesso de
Igualdade só pode levar a mais Igualdade. Liberdade por outro lado, tem esse paradoxo, quando em excesso, tende a
se destruir, como expliquei no "Paradoxo das Liberdades" em Fraternidade.
Levar dois indivíduos a serem mais iguais pode ter mil e um problemas, mas não muda o fato de que eles tenderão a ser,
de fato, mais iguais, independente de outros fatores. Mas levá-los a ser mais livres com frequência tende a colocá-los em
conflito, até que um destrua liberdade do outro, em especial em situações de escassez.
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Portanto numa situação de valoração pura da liberdade em detrimento da igualdade, tenderá a fazer com que a liberdade deixe
de existir para uns, que poderão ser escravizados por outros que tem gozado de liberdades maiores. Numa valoração inversa,
há o detrimento da liberdade, mas a igualdade não deixará de existir para uns devido ao seu excesso.
Assim, a igualdade é o fiel da balança que pretende a preservação da própria liberdade, e consequentemente, da felicidade.
Por isso, a meta de redução da desigualdade, no caso uma desigualdade monstruosa, tem que ser, sim, perseguida, pelo fato
de que é exatamente essa desigualdade excessiva que ainda permite coisas como a escravidão, exploração de menores,
corrupção e similares.
Outro problema em seu texto, é que você parece ter me confundido com Rawls. Não estou defendendo uma "justiça distributiva"
nem seguindo qualquer recomendação rawlsiana, antes o contrário. Primeiro por estar tratando a igualdade, o equilíbrio e
a própria justiça, não como fim, e sim como meio. Creio que o Fim, o Bem, é e sempre será a Felicidade. Se uma situação
de extrema desigualdade e falta de liberdade fosse o que melhor levasse à felicidade, essa seria a minha escolha. Mas
é claro que não é assim.
E por fim, outro problema de seu discurso, talvez o maior, foi ter apelado para uma certa crítica do conceito de "social"
que, a mim, sentido algum não faz.
Note que você sugeriu um problema dos intelectuais de esquerda, justamente apontado pelos de direita, sobre o uso do
termo "social", mas não explicou qual é o problema. Que eu saiba, o que costuma-se criticar nesse conceito é sua
vacuidade, seria como se o termo não dissesse nada e servisse apenas como tábua de inspiração e apelação. Essa é
basicamente a acusação de
O mal é o que sai da boca do intelectual de esquerda
de Alceu Garcia, um textinho 'falacioso', para dizer o mínimo.
Curiosamente, a principal falha desse tipo de crítica é exatamente subestimar o poder "social" de significar as palavras,
apelando para uma definição etimológica como se esta tivesse força de legislação divina e esgotasse o significado do
termo proibindo o uso cotidiano de lhe dar novas conotações.
Ocorre que ao utilizarmos a palavra "social" podemos muito bem estar nos referindo não somente ao óbvio fato de que tudo
o que fazemos e dizemos é feito em sociedade, mas principalmente que o alvo de nossa preocupação é antes a coletividade
do que a individualidade enquanto objeto de benefício. Como diz a CF 88 no Art. 3 Inciso I, é objetivo da República
"construir uma sociedade livre, justa e solidária;". É óbvio que essa liberdade,
justiça e solidariedade tem como alvo final o indivíduo, mas é ainda mais óbvio que é impossível lidar com CADA indivíduo.
Você pode dedicar atenção especial aos indivíduos A, B e C, apenas enquanto forem poucos, mas se tiver que lidar com
milhares, fatalmente terá que passar a tratá-los como um coletivo. Nesse sentido, pensar em termos de "social" não é
opção, é inevitável.
O demagogo que ao fazer uma crítica ao "social" embute um acusação de sua redundância ou sua conotação necessária com
um sistema ideológico específico não necessário, está apenas disfarçando o fato de que crê que não se deve dar atenção
alguma à coletividade, e sim somente a uns poucos indivíduos notáveis, desprezando todos os demais. Tal como um pai pode
se preocupar com os poucos membros de sua família e ignorar seus não familiares, esse tipo de pensamento apenas crê
que o estado nada mais deva ser do que um meio de dar ainda mais poder aos pequenos grupos já estabelecidos na pirâmide
de poder de uma sociedade, e que qualquer tentativa de reverter essa situação exigindo dos mais favorecidos em prol dos
menos, com o já sugeria Rawls, seria um tipo de "violação" de um direito natural, como se os benefícios e privilégios
conquistados pelas "nobrezas" em nossa civilização fossem legitimadas de modo sobre humano.
Para voltarmos ao nosso diálogo em questão, você pôs em questão que o Sistema Social "produza" desigualdade. Realmente, isso
não acontece, mas sim que um sistema social comprometido com a manutenção do estado de coisas, irá REPRODUZIR e amplificar
a desigualdade.
Ou seja, não se trata de criar algo que já está criado desde tempos imemoriais, mas sim de perpetuá-lo ou não.
E TODAS as críticas anti estatistas que temos atualmente tem sempre como foco a atividade estatal em termos de redistribuição
de renda, em especial a tributação e o financiamento dos programas que tem como objetivo a elevação das condições de
vida dos menos favorecidos.
Ou seja, tudo não passa de uma LAMENTAÇÃO POR ESTAREM PAGANDO O PREÇO DA IGUALDADE!
É até compreensível, uma vez que tal preço não é pago voluntariamente, é literalmente tomado ao melhor estilo
Robin Hoodiano. Não tenha a menor dúvida de que toda e qualquer crítica anti estatizante, anti socializante e anti
esquerdista em geral, pode ser, no que se refere a esse ponto, reduzida a uma mera birra de Príncipe João.
Essas posturas anti estatistas, evidentemente, não existiam nas épocas onde o estado nada mais era do que um meio de usurpar
ainda mais o trabalho dos povos para concentrar ainda mais poder para os nobres, e até hoje os neoliberais não tem escrúpulo
algum em apelar ao estado para socorrer grandes empresas ou bancos privados, estatizando-os no momento em que perdem a
capacidade de gerar lucro, bem como incitam a privatização de qualquer estatal que ganhe tal capacidade.
Não houve um único pio no fato do estado Norte-Americano desembolsar uma fortuna fabulosa para impedir
o mercado de entrar em colapso, fortuna essa icomensuravelmente maior do que a necessária para corrigir distorções nos
sistemas de saúde ou ensino públicos. Aqui no Brasil, os mesmos que bradam contra os gastos do governo com programas
assistenciais não se atrevem a reclamar no momento em que o governo tiver que...
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...socorrer um banco privado. E isso num
país onde a tributação continua pesando muito mais sobre a classe média do que as classes mais abastadas.
Mas, deixando de lado esse desabafo, você pergunta "Quem é o desigualador?" como se
essa pergunta apresentasse qualquer dificuldade. A resposta é óbvia: A própria desigualdade! Pois da mesma forma como
a Igualdade só pode produzir a si própria, o mesmo se dá com a sua inversa.
E essa desigualdade se transmite pela própria inércia social, e não raro pelo próprio estado, quando este é controlado com
vista a atender os interesses exclusivos dos segmentos mais abastados, tornando-se então um mero instrumento de manutenção
do estado de coisas. Em termos filosóficos, seria como se o estado, visando o interesse dos proprietários, e em especial
dos grandes, só existisse para transformar em crime a possibilidade dos desprivilegiados de reverterem à força esse quadro,
situação que sem estado seria apenas o "Estado de Natureza" dos contratualistas.
Entendendo o estado como um tipo de "Contrato Social", e sendo este celebrado por todos os indivíduos, é obvio que ele não
pode servir apenas em prol dos interesses particulares de uma minoria, ele deveria agir no interesse de todos, o que só
pode ser entendido como em prol de um grau de igualdade mínima entre as partes.
Não me tome por um defensor de uma igualdade deveras radical. Não vejo problema algum em alguém ser mil vezes mais rico
do que outro, desde que este outro tenha tudo que for preciso para uma existência digna incluindo a possibilidade de
também enriquecer mil vezes pelo próprio esforço. Mas definitivamente não é o que acontece. Eu entenderia melhor esses
ataques ao papel do estado como um igualador, se vivéssemos num contexto onde ao menos ninguém passasse fome.
Também não pense que acho que o estado deveria deixar a economia afundar. De jeito nenhum. Os EUA tinham mesmo que intervir
e ainda bem que não demoraram muito, caso contrário o colapso seria muito maior. Mas isso só serve para deixar claro, e
quem sabe de um vez por todas, que O MERCADO É NADA SEM ESTADO. Que A ECONOMIA TEM QUE SER CONTROLADA SIM
PELO ESTADO.
Por isso, apelar para critérios mercadológicos como se eles tivessem algum valor intrínseco, não passa de fetichismo
equivalente ao dos superticiosos que colocam sua sorte na mãos de amuletos, feitiçarias ou mãos invisíveis. Toda a nossa
existência depende de uma base MATERIAL de sustentação, e deixar o sistema econômico se tornar mais e mais virtual,
a ponto de uma crise ser possível sem nenhum fundamento material, isto é, nenhuma tragédia natural, nenhuma guerra,
nenhuma epidemia mortífera, é simplesmente abandonar a sociedade à própria sorte e confiar na mesma como se fosse algum
tipo de divindade benigna que irá prover todas as nossas necessidades espontaneamente sem que precisemos fazer nada
além de ter fé nela. E é claro, correr em seu socorro toda vez que necessário, para então deixá-la correr solta para
começar tudo de novo.
Por isso, é muito estranho ouvir frases como
"A privação de oportunidades reais, a falta de sorte ou de talento de alguns não pode ser usada como
desculpa para tratar o sistema social como um ente que “age” sobre elas." Por quê?! Pra que serviria uma sociedade
e um estado se não for para melhorar as condições de vida em geral?
"A menos que algo ou alguém produza privilégios artificiais para pessoas particulares," Mas não é exatamente isso
que aconteceu historicamente? E que ainda acontece em grande medida?
"pessoas pobres são vítimas de males, não de injustiças do sistema social."
Como expliquei antes, esses males se reproduzem por inércia, e só podem ser detidos por uma intervenção intencional, no caso,
por parte da sociedade. Ou quer dizer que podemos tirar o corpo fora do problema tal qual a criança que diz "não fui eu"?
E será que não foi mesmo? Acaso a reprodução de miséria não está diretamente associada à reprodução de mão-de-obra barata que
sempre foi de interesse das classes mais abastadas?
"
Afinal, o valor de mercado de seus salários ou das mercadorias que elas vendem não são frutos de uma criação humana
deliberada. Numa sociedade livre, cada um recebe segundo o valor, sendo que isto é um conceito distinto de esforço e mérito."
Para mim é muito fácil ver alguma coisa muito errada neste ponto de vista humano mercadológico. Chegamos numa fase da
história em que podemos ver as pessoas como tendo um valor existencial intrínseco, expresso em nossa
Declaração Universal do Direitos Humanos. Que aquele que pouco produza deva
receber pouco em troca, é algo razoável, mas isso não significa que esse pouco possa chegar ao nível do nada, mesmo que
ele nada produza, afinal, os miseráveis que foram colocados no mundo pela fusão da força reprodutora da natureza e falta
de força moderadora humana não podem ser culpados por terem nascido, e muito menos podemos culpá-los por depois fazerem
a mesma coisa se jamais receberam meios, inclusive puramente cognitivos, de serem diferentes.
Somente um segmento social mais abastado tem condições de exercer seu potencial intelectual e ver o impacto social desse
problema, e somente a partir daí pode-se agir no sentido de fazer algo. E somente o Estado tem poder de levar à frente
essas ações, que tem que ser deliberadas e constantes.
Quanto a infeliz expressão "Estado babá", parece, no mínimo, ignorar o fato de que grande parte da sociedade está numa
situação perfeitamente comparável à de crianças desamparadas. Ninguém está dizendo que marmanjos precisam de babás, mas
muito menos que o fato de alguns marmanjos poderem se virar sozinhos faz com que todos os demais, incluindo bebês, também
tenham que fazê-lo.
Some isso ao fato de que convivemos com contingentes populacionais analfabetos, subnutridos, sem acesso a condições primárias
de saúde e higiene, e acho que Babá é o mínimo que precisamos. Só acho que deveria mesmo ser algo um pouco mais para
Super Nanny. Que é boa, mas exigente.
Vale lembrar, para voltar a martelar nesse ponto, que os...
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...mesmos que criticam o "Estado Babá" nada tem a dizer quanto ao "Estado
Papai Relapso", que deixa os filhos playboys fazerem o que querem, não estando presente e atento quando eles torram
dinheiro nos mais loucos frenesis financeiros, para depois os mesmos voltarem, quebrados, pedindo que o dinheiro do papai
os salve das consequências de sua irresponsabilidade e descontrole.
Enfim. Lembre que em momento algum usei o conceito de "distribuição" de Rawls. Não sei se a expressão "distribuição justa" é
feliz, apenas não me comprometi com ela, e em momento algum também falei em "Justiça" social.
Eu apenas acredito que deveríamos viver num mundo melhor, e que isso implica necessariamente num mundo onde o sofrimento
humano seja menor. A redução desse sofrimento não pode ser promovido sem aumentar, para todas as pessoas, as chances de
auto realização, e para isso é imprescindível lhes dar as devidas oportunidades.
Isso tem que ser feito de modo voluntário e consciente, e tal promoção tem muito melhores chances de ser promovida por
um ente indentificável, com "personalidade jurídica", que pode ser responsabilizado, do que por um caos de relações
mercadológicas e financeiras inconsciente e completamente descompromissado com o que quer que seja.
E instável, como venho dizendo há anos fazendo coro com os marxistas.
E essa tal crise atual não passa de apenas mais uma previsível e aborrecida confirmação.
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15 de Novembro de 2008 |
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Fabiana de Almeida
-
1976
João Pessoa - PB
Dona de Casa
Cristã
f a b i a n a f a l m e i d a
g m a i l . c o m
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OI MARCUS VALERIO,TUDO BELEZA??
FUI LEVADA AO SEU DREAMBOOK POR UMA BUSCA NO GOOGLE SOBRE "TEORIA DA PRESCIÊNCIA SIMPLES" LI E GOSTEI PRA CARAMBA.GOSTO DE LEITURAS QUE ME CONFRONTEM,SEM "ENLATADOS",QUE ME FAÇAM REVER CONCEITOS...
POR ISSO LEIO MUITO RICARDO GONDIM,HOJE MESMO LI UM TEXTO DELE MARAVILHOSO,
Mentoria - Sobre o futuro.
E GOSTARIA DE SABER SUA OPINIÃO...EU ESTUDEI TEOLOGIA,FIZ SEMINÁRIO POR 1 ANO E POUCO MAS TIVE QUE PARAR E CONTINUO ESTUDANDO E LENDO MUITO EM CASA,LENDO DE TUDO RELIGIOSOS,ATEUS E TEM SIDO MUITO BOM!TEM UMA FRASE DE NIETZSCHE QUE DIZ "AS DÚVIDAS NOS APROXIMAM DA VERDADE MAS QUE AS CONVICÇÕES."ACHO QUE É ASSIM A FRASE,CONCORDO COM ELE.QUANTO MAIS LEIO,ESTUDO(NO CASO TEOLOGIA), MENOS CONVICÇÕES TENHO.E ISSO FAZ "ABRIR MINHA MENTE" PRA TUDO,SEM FUNDAMENTALISMOS,SEM SER DONA DA VERDADE(NO MÁXIMO SOU INTÉRPRETE DELA!!!),DESEJO ESSA LIBERDADE A TODOS,O CONHECIMENTO LIBERTA!!!!
GRANDE ABRAÇO,BOM FINAL DE SEMANA!!!
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Sexta, 19 de Setembro de 2008 |
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Olá Fabiana...
Antes de tudo, preciso lhe agradecer, por me levar a conhecer um ótimo site, o do
Pastor Ricardo Gondim, que ao lado do site de
Caio Fábio, constituem luminoso bálsamo no universo "evangélico", monstruosamente
poluído por Malafaias, Edir Macedos e Rodovalhos da vida, ou deveria dizer "da morte"?
Fiquei muito impressionado com as reflexões lúcidas do Pr. Gondim, bem como sua disposição para abordar temas teológicos
cruciais. O próprio texto que você sugeriu lida um pouco com algo que entendo ser inevitável se quisermos que uma reflexão
teológica qualquer seja algo mais do que poesia surreal.
Pessoalmente, sempre trabalhei com a idéia de uma restrição não somente na Onisciência, mas principalmente na Onipotência.
Ou melhor, definitivamente, não acredito que seja possível usar os conceitos de Onipotência, Perfeição e Eternidade, de
nenhum modo compreensível. Se eles se referem a uma realidade do universo, não sei, mas simplesmente NÃO SERVEM para
reflexões teológicas, pois como o próprio Ricardo Gondim aponta em outros textos, mesmo quem diz levar esses conceitos a
sério, e em especial os calvinistas, continuam fazendo e dizendo tudo como se eles não existissem.
Quanto as suas colocações, meus parabéns, é uma evidência de algo que tenho insistido há muito tempo mas que tenho encontrado
poucos exemplos, que é o fato de que ser teísta e cristão não significa ser tolo. Pode ser vivenciar algo que esteja acima
da razão, supraracional, mas não tem que ser subracional, como infelizmente é o caso da maioria esmagadora dos cristãos
que tenho visto, que parecem achar que se enclausurar numa burrice sistemática e inviolável é sinal de virtude e fé.
Mais uma vez obrigado, www.ricardogondim.com.br será adicionado em minha
coluna de GRANDES SITES.
Amigavelmente
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18 de Outubro de 2008 |
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Rapaz.
Decidi responder sua mensagem apenas por que ela é excelente exemplo de algo que venho apontando há muito tempo,
a frequente relação direta entre IGNORÂNCIA e ARROGÂNCIA. Já recebi diversas mensagens tentando refutar textos meus,
e de todas, a sua é a mais ingênua, infantil, e ao mesmo tempo a mais presunçosa.
Temendo perder o meu tempo aqui, sugiro que ao menos aprenda a escrever. Usar essa confusão textual ao estilo MSN não passa
de incompentência digital. Aproveite seus interesses e a tecnologia para aprender algo de potencial profissional, a
capacidade de digitar um texto.
Isso já auxiliaria a aprender a pensar, organizar suas reflexões e atingir os procedimento iniciais do raciocínio
formal, que exigem antes de tudo conexão entre idéias e proíbem repetição de chavões acríticos. É um esforço válido em
especial no seu caso, pois você sofre de uma desvantagem em relação a pessoas em outros contextos.
Enquanto o bom senso nos diz que devemos primeiro aprender e meditar muito sobre um tema antes de ousar fazer declarações
fortes sobre o mesmo, a você foi ensinado o absoluto contrário. É que, no meio acadêmico por exemplo, que pode ser refletido
no ensino médio pelos bons educadores, o conhecimento é uma via para chegarmos a conclusões sobre as coisas, ou seja,
partimos de princípios simples e claros, e vamos pouco a pouco edificando um saber que nos permita ter uma segurança melhor
ao disputar as grandes questões.
O seu caso é o oposto, você foi ensinado a acreditar, e já tem certeza nas questões mais radicais, a existência de Deus,
o propósito do Universo e outros temas que são dogmatizados pela tradição religiosa. Não tendo aprendido a pensar por si
próprio mas sim a aceitar acriticamente os fundamentos de sua religião, é jogado num curso de teologia para fazer nada mais
que uma apologética possivelmente ornamentada da mesma, e vejo que nem isso conseguiu.
A dica é: Tenha paciência e humildade, porque algo que o conhecimento nos ensina é a incrível dimensão
de nossa limitação, que pode ser contemplada quanto mais avançamos por nossos próprio esforços, e não apenas citando
um ou outro versículo bíblico hermético.
Sobre seu conteúdo 'argumentativo', vejo que atacou um conceito que desenvolvi no texto
A Falsa Inerrância Científica Bíblica - PARTE I, e não na Parte II. Muito menos
afirmo que
"...a biblia esta dizendo que a terra e perfeitamente um circulo perfeito...".
O que digo é que Isaías 40:22 se refere ao "CÍRCULO" da Terra, e que tal "círculo" não pode ser pensado em termos
tridimensionais, mas sim, como uma nítida indicação de que a Terra é Plana. Portanto, a afirmação pode ser resumida na
idéia de que Isaías 40:22 sugere uma Terra plana, em exata oposição ao que os apologetas da inerrância bíblica dizem.
Curioso, é que seu 'argumento' nem sequer entrou no mérito da esfericidade da Terra, e sim ficou esperneando numa
suposta diferença essencial entre 'círculo' e 'circunferência'! Embora não sejam exatamente sinônimos, são ambas traduções
válidas para o termo hebráico 'chwung', ou 'khoog', dependendo da transliteração. Ocorre que, se você
se dar ao trabalho de você mesmo consultar um dicionário ao invês de supor que eu não o faça, notará que circunferência
nada mais é que o atributo principal do círculo, pode consultar a
Wikipedia também. Se a afirmação de que o versículo se refere
a uma 'figura' plana não é afetada, então qual é afinal o seu ponto?
No outro argumento, se é que pode ser chamado assim, há uma afirmação ainda mais estranha onde você me acusa de ter dito
que "...a biblia e contra a gravidade...", seja lá o que isso for. Mas o que digo
é que ao contrário do que supõem certos apologetas da inerrância científica bíblica, ela jamais
desconfiou de qualquer coisa similar à força gravitacional. E é melhor você voltar para seu livrinho de física e ler direito,
pois a Terra é mantida em órbita do Sol pela interação de dois fenômenos, a Força Gravitacional, que a puxa rumo ao astro
central, e o movimento de Translação, que impede que a atração termine por jogar a Terra dentro do Sol.
Jó 26:7 afirma que a Terra é 'suspensa' sobre o nada. O 'suspender' em hebráico
é 'talah', ou 'taw-law', que significa segurar algo acima de alguma outra coisa usando
uma corda, ou algo parecido. O que eu afirmo é que a idéia não faz sentido, porque não é preciso um
Deus com uma corda para suspender a Terra, pois se ela tivesse que "cair", também não seria no nada, mas sim no Sol, que
é o centro de gravidade do sistema. Da mesma forma que, na Terra, um objeto qualquer ao cair, o faz em direção ao centro
de gravidade do planeta.
O que impede essa queda é exatamente o movimento de translação. Isso está bem explicado no texto, mas vejo que você nem
passou perto do entedimento.
O restante da mensagem é somente desprezível. Vou apenas dizer que não desperdiçarei meu texto num debate com e-mail
com você, porque isso seria, na boa possibilidade, nada mais do que dar-lhes aulas particulares gratuitas, que você sequer
solicitou, tendo manifestado desprezo com relação a minha pessoa. Já suspeito ter perdido tempo demais com essa
mensagem que infelizmente, creio, dificilmente surtirá um efeito positivo enquanto a única coisa que você tiver para
mostrar for presunção e falta de conteúdo.
No entanto, se postar mensagem melhores aqui, terei prazer em responder.
Pacientemente
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10 de Outubro de 2008 |
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Maria Aparecida Alves da Silva
-
1953
Itabuna - BA
Formadora/ multiplicadora
c i d a . n t e 5
u o l . c o m . b r
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Tenho lido e apreciado bastante os teus textos, pena que ao final não tenha um espaço para comentários e troca de idéias.
Adorei o texto sobre o maniqueísmo, ele só consolidou o que penso.. apenas ao meu ver faltou dizer que, a esquerda
brasileira também é maniqueísta... eles são o bem, os que tem as melhores propostas, mesmo que seja puro continuismo ou
tenham roubado de alguém...e todo o resto o mal, o pre estabelecido, o que precisa ser mudado sob pena de não alcançar
o céu... A diferença é que os de esquerda são tremendos "markteiros" capazes de fazer brilhar até a pedra mais rústica,
tenho feito uma análise das propagandas do governo federal e fico totalmente irada com as mentiras deslavadas colocadas e
veiculadas como verdades absolutas. Pegue a propaganda da Certidão de Nascimento.. aquela mesmo.. linda, maravilhosa.
"Eu tenho nome e quem não tem... E vá ao cartório tentando realizar o proposto, vais ficar pelo menos durante 3 anos indo
e voltando sem ter acesso a tal certidão. Sou professora, atualmente dirigindo um Departamento da Secretaria Municipal e
tenho enfrentado este problema com alunos e pais da Rede, idas e vindas sem fim e nada de conseguir as certidões. E não me
diga que deveria acionar o Ministério Público porque juntamente com o Secretário já o fizemos, mas até agora nada de solução.
Mas a propaganda continua sendo veiculada como se aquilo fosse a verdade máxima.. puro maiqueísmo.
Abraços
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Segunda, 15 de Setembro de 2008 |
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Prezada Professora Maria...
Obrigado por sua participação, e desde já reitero que ESTE AQUI É o espaço para troca de idéias, ausente na quase totalidade
dos sites, ainda que presente em muitos blogs de forma uma tanto precária.
Sua mensagem traz o tipo de crítica digna de respeito, aquele resultante da experiência direta, que lida com as dificuldades
oriundas de quem está fazendo sua parte pelo país, por isso, não me atrevo a questionar a propriedade de sua indignação com
a propaganda governamental. Também já experimentei isso, em outros contextos.
Mas creio que essa crítica muito pouco ou quase nada tem a ver com Maniqueísmo, além
de pecar em dois outros pontos básicos: Que o problema seja algo exclusivo do contexto atual, e que seja universalmente
aplicável além do local.
Para caracterizar um maniqueísmo não basta se colocar num grupo e se considerar certo, é preciso antes de tudo
estigmatizar o adversário num grau algo mais radical do que o simples erro. Além disso, é preciso criar uma cisão sem
meio termo entre os dois grupos.
Por mais radicais que sejam as propostas políticas dos partidos, eles ainda admitem um amplo nível de intermediários entre
si e seus adversários, podem se fundir, mudar de posição, e de acordo com a situação passar de um lado a outro no espectro
político econômico sem muita reserva na consciência. Isso tudo seria impossível numa visão de mundo maniqueísta, onde
qualquer passo fora de uma certa ortodoxia imediatamente implica, aos olhos do maniqueísta, em passar para o grupo oposto
e inconciliável.
Além do mais, o maniqueísmo, essencialmente, só faz sentido antes de tudo como uma noção que acredita na existência de uma
substância essencial do Mal. Ou seja, o mal não seria mera ignorância, um desvio ou apenas uma não observação do Bem.
Ele seria uma Coisa em Si! Com propriedades próprias. Ele não seria, por analogia, uma mera sombra, ausência de luz,
ele seria uma tipo de "'Energia' Escura".
Sobre os demais erros, digo que propaganda jamais foi privilégio do governo atual, mas sim lugar comum em todo e qualquer
tipo de governo em qualquer lugar. Você certamente deve se lembrar de propagandas grotescas do tempo da ditadura dizendo o
exato contrário do que acontecia. Portanto, ocorrendo esse problema por você citado, disso não se pode afirmar ser algo
típico da esquerda, mas sim de qualquer outra linha ideológica. A dinâmica entre Governo e Oposição costuma estar acima
da dinâmica Esquerda e Direita.
Além do mais, o fato de tal problema ser verificável no seu contexto local, não significa que seja o caso em todo o resto.
Talvez o sistema funcione em outras cidades e estados, o que tornaria a crítica injusta. Não sei se é o caso, mas é melhor
ter melhores informações além da própria regionalidade antes de acusar um programa que tem abrangência federal.
Quanto ao marketing, até por uma questão de situação no poder, podemos dizer que a 'esquerda' aprendeu com a 'direita'.
Só há algo que mereça ser chamado de maniqueísmo quando uma posição extremista atribui agrupa todos os que não lhe são
internos no mesmo grupo contrário, e lhes atribui a culpa por todos os males e ao mesmo tempo se coloca como detentor
de todas as virtudes.
Não é difícil encontrar exemplos, mas não creio que eles estejam no governo.
Amigavelmente
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8 de Outubro de 2008 |
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Bruno Salvador de Almeida
Rio de Janeiro
-
1982
Analista de Contratos Imobiliários
b r u s a l v a d o r
y a h o o . c o m . b r
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Olá Marcus!
É com muito prazer que escrevo em seu site,porque desde que estava procurando alguns conteúdos que dizem respeito a
evolução acabei encontrando seu site que pôde esclarecer muitas de minhas dúvidas.
Acabei de ler A Moeda Mística e achei muito enteressante, pois gosto muito das Histórias de
Tolkien. No inicio da conto achei que seria a mesma coisa de sempre e que você não estava criando nada de diferente, mas ao
decorrer do texto mudou completamente e passou por uma outra temática sem sair do contexto original. Muito bom!
Eu já li quase todos e confesso que estou ancioso para ler o ALICE 3947 todo,
pois gostei muito da parte inicial e só acho que precisa ser um pouco mais lapidado para se tornar um ótimo livro de ficção.
Em relação ao Conversando com o Diabo, gostei muito também (já esta virando redundância
falar que tudo é bom né? rsrs) e fiquei pensando muito à respeito do que você falou quando disse que as pessoas acharam
que você era satanista ou algo do tipo e que foi até contactado por satanistas para fazer parte de suas crenças.
Você realmente tem o dom de influenciar pessoas e realmente poderia "invetar" uma religião que conseguiria muito
seguidores, ainda bem que essa não é a sua intenção!!!
Parabéns pelo site e que não demore muito para escrever mais contos, apesar de seu tempo curto!!
P.S:Só esqueci de te dizer que discordo só de você em uma coisa.
As melhores bandas de Heavy Metal não ficam na Finlândia rsrsrsrsrsr
Bruno Almeida
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Segunda, 15 de Setembro de 2008 |
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Olá Bruno...
Obrigado por seus comentários sobre meus contos. A Moeda Mística não tem sido
comentada há muito tempo, e é um dos mais antigos.
Não penso em fazer qualquer alteração significativa no Livro Virtual ALICE 3947,
exceto, é claro, correções ortográficas ou gramaticais. Por tanto se você tiver alguma sugestão de lapidação, será um
prazer ouvir.
E Conversando com o Diabo ainda é o conto de meu site que mais fez sucesso, no que se
refere ao número de comentários e e-mails que recebi, e, na realidade, possui uma sutil ligação com o Universo DAMIATE,
embora diferente da sugerida por Rodrigo Marques na Mensagem 656.
E logo depois de sua mensagem, note que publiquei os capítulos finais do
Planeta Órfão, um conto que havia ficado parado por uns 7 anos.
De resto, o jeito é aguardar.
Enfim, também gosto muito de bandas inglesas e alemãs.
Amigavelmente
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3 de Outubro de 2008 |
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Lais Giselle
-
1988
-
Belém - PA
Universitária
Ateísta Convicta
663 , 668
l a l a g i b a r r o s
y a h o o . c o m . b r
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Ola, Marcus.
Com os devidos cumprimentos, volto ao Livro motivada por uma treplica, um tanto tardia mas necessaria, `a tua resposta da
mensagem 668, a ultima mensagem por mim aqui postada.
Primeiramente, sobre suas colocacoes:
"Os exemplos que você citou são de outra ordem, mas equivalentes num certo sentido, porém, podem ter um resultado mais
problemático principalmente com relação àqueles religiosos mais ingênuos, e àqueles jovens que gostam de confundir posturas
sérias com brincadeiras. Falar nesses termos não deixa de contribuir para o embrutecimento dos mais humildes que realmente
acreditam num mundo maniqueísta dividido entre os crentes salvos e os condenados servos de satanás. Ou para o descaminho
daqueles que ao flertar com o caminho da crítica consciente, confudem-na com bobagens."
Queria que esclarecesses melhor tua opiniao pessoal a respeito dos jovens. Pois tua colocacao soou um tanto generalista e incisiva. E ate' preconceituosa e pejorativa, pra quem defende a autonomia de pensamento e liberdade critica da realidade.
Achas que, por nossa tenra idade diante da vida, nao temos amadurecimento critico ou postura seria diante da realidade? Que nao temos habilidade/capacidade de questiona-la e interpreta-la livremente, sem inflencias do peso da inercia socio cultural do sistema?
Sabe-se que, em sua grande maioria jovens e adolescentes de todo mundo demonstram comportamentos e supostos pensamentos que estes motivariam, em atos e conceitos reproduzidos e estereotipados, em viciosas fornadas de geracoes estereis que, ao inves de produzir e fazer reais mudancas as injusticas do mundo, so' fazem reproduzir lamentaveis movimentos historicos e politicos, como por exemplo, o nazismo, o racismo, a intolerancia e o preconceito de todo genero.
Saibas portanto, que faco das minhas palavras repetidas em termos petrificados pelos dogmas e jargoes cristaos a forma da critica que pretendo transmitir, 'aqueles que conseguiram alcanca'-la e comprende-la. Isso e' pois liberdade de expressao e forma, inspirada por uma causa, como na arte e suas variadas formas. A literatura critica, poetica e satirica podem transmitir o mesmo conteudo de diversos angulos. Escritores de mesmo prestigio e qualidade podem expressar-se de modo distinto, usando palavras e construcoes por eles preferidas ao tema, diante de sua criatividade e intencao expressiva, proprios para isso.
Nao fiz uma mera critica logica e gratuita, repetitiva e superficial.
Reiterando que, apesar da publicidade do conteudo material abordado em teu sitio, em lato senso, este mesmo desperta um interesse de acesso em pessoas de maior discernimento, maior nivel escolar e cultural, que por seus motivos manifestam suas opinioes e experiencias compartilhando-as aqui, interagindo contigo, o autor e criador destas paginas. E nao e' portanto, a maioria que aqui adentra este perfil dos mais humildes e ingenuos, publico alvo de outros habitos e interesses. nao que a estes seja a filosofia e o debate a estes restritos. Nao constituem este grupo o publico alvo medio que participa das discussoes aqui abordadas.
Nao faco, portanto, quaisquer apologias ao mundo maniqueista dos ingenuos, que, pelo contrario, questiono incisivamente nisto a manipulacao mental das massas que essa imposicao do temor de uma punicao pos mortem que as religioes e seitas pregam para justificar e perpetuar seu poder sobre a vontade dos seus adeptos ou membros.
Enfim, espero agora ter sido mais clara na minha pretensao!
Ate' a proxima.
Lais.
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Sábado, 7 de Setembro de 2008 |
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Prezada Laís...
Obrigado por retornar, e será um prazer esclarecer esse possível mau entendido.
Eu não me referi a jovens em geral, mas
"...àqueles jovens que gostam de confundir posturas sérias
com brincadeiras...". Existem aquelas pessoas, em geral jovens, que gostam dos símbolos e da
estética daquilo que tradicionalmente consideramos maligno, mas que tem perfeita noção de que nada disso implica
em internalizar preceitos morais associados a tais ícones. Mas existem pessoas que não conseguem fazer essa diferenciação!
Também me referi "...àqueles religiosos mais ingênuos..."
como sendo um outro segmento, jovem ou não.
Em momento algum eu disse que você, ou outras pessoas especificamente, estaria inclusa em algum destes grupos, mas que
suas palavras poderiam ser mal interpretadas por tais grupos, grupos estes que, sinto dizer, frequentam este site sim.
Engano seu achar que a maioria dos que me acessam e me lêem sejam
"...pessoas de maior discernimento, maior nivel escolar e cultural...".
Isso até pode ser dito dos que deixam mensagens neste Livro de Visitantes, e isso somente nos últimos anos após adotar
critérios mais rigorosos de seleção.
Mas dê uma olhada pelas páginas mais antigas e você vai ver coisa bem diferente.
Juro que esta mensagem insana AQUI [214] não é a pior que já recebi, na realidade
foi apenas suficientemente suportável para ser mantida no ar. Na ocasião, cheguei a brincar com a autora, coisa que não
faço mais. E nem queira saber o que já recebi por e-mail.
Acredite ou não, mas no outro site estive as voltas com um certo missivista de
comportamento obsessivo que, após uma pesquisa, tenho fortes motivos para desconfiar ser um certo famoso
assassino serial!!!
Não estou brincado. É sério! Embora eu nunca tenha recebido ameaças reais, exceto por parte de um certo indivíduo que me
enganou com uma identidade falsa durante muito tempo, eu já recebi diversas ameaças "espirituais". Bem como insistentes
convites de grupos de satanistas e outros exóticos de plantão que levaram à sério meu conto de Ficção Científica
Conversando com o Diabo!
Tudo isso me levou a ficar cada vez mais cauteloso, passando a "pisar em ovos". A capacidade de certas pessoas em
fazer leituras seletivas, sendo totalmente cegas para parágrafos inteiros e absorvendo só o que lhes interessa ver,
independente de ser o que o texto realmente pretende, já é suficientemente problemática e capaz de resultar nas mais
terríveis más interpretações. Se além disso, ainda houver símbolos que precisam de num mínimo de sensibilidade para
serem corretamente entendidos, o resultado será um aumento imensurável na quantidade de distorções que no mínimo irão
me utilizar como fonte de autoridade para embasar as mais absurdas crenças, e no máximo, sabe-se lá o quê.
Não precisa ir longe, algumas páginas atrás alguém já denunciou que estou sendo usado, com minha "autoridade" de
professor na UnB, para dar sustentabilidade à crenças ligadas a parapsicologia. E fazendo uma busca no Google não
será difícil achar textos meus sendo largamente usados em sites místicos.
Se eu não tomar cuidado, qualquer dia serei envolvido em alguma religião exótica e quando menos esperar estarei sofrendo
ataques por parte de quem me tomou por algo que jamais pretendi ser. Aliás, já aconteceu.
Lembrando o início desta discussão, só dois pontos do que você disse me incomodam, a afirmação de que
estaríamos "vendendo a alma ao diabo" e cometendo
"pecados maiores".
Recuso as alegorias por não consider nada do que faço como um "pecado maior" num sentido significativo do termo.
A quem acha que pensar por si próprio ou não se submeter à estupidez autoritária é pecado, só tenho para responder
que está errado, e não vestindo a carapuça perversa que ele costurou para rotular quem é livre de sua
deturpação mental. Melhor recusar a acusação injusta invés de aceitá-la dando razão a um rabisco de pensamento
que terá prazer em ver enquadrados em seus papéis pré-rascunhados aqueles que não aceitam essa imagem doentia de realidade.
Se um maluco, do tipo "sério", me acusa de cometer um crime fantasioso, não brinco dizendo ser realmente culpado
contando com sua incapacidade de distinguir o real do fantástico. Considerando o risco de ele agir em prol de seu
delírio, ou de convencer outros de sua validade, ainda lhe darei uma confissão pelo crime imaginário?!
Sobre "vender a alma ao diabo". Ocorre que "diabo" é um símbolo, e dos mais fortes em nossa cultura. Uma coisa que
aprendi é a não brincar com símbolos. Eles são estruturas meméticas intersubjetivas com capacidade de moldar a cultura,
conduzir o pensamento e dirigir civilizações. Símbolos, Mitos, Arquétipos, etc. São muitíssimo mais poderosos do que nós,
visto que somos mortais, eles não.
Lutar contra símbolos como se fossem entes reais é completa insensatez. O que podemos fazer é utilizar símbolos
contrários, ou tentar descontruí-los em sua essência. Assim, nunca vendi a alma ao diabo porque não creio que exista um
diabo, nem uma alma, esvaziando a afirmação essencialmente. Assumir essa expressão é fortalecer o símbolo, dos mais
perversos que já existiu, brincando com coisa séria, pois o fato de eu não acreditar nele, só afeta o símbolo para
mim, jamais para os que acreditam nele.
Fica o conselho. Não subestime o poder dos mitos. Já são fortes demais para que ainda por cima ganhem novas forças justo
por parte de quem se propõe a combatê-los.
De duas coisas aprendi a esperar tudo, da Genialidade, e da Estupidez.
Amigavelmente
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24 de Setembro de 2008 |
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Lílian de Araújo Soares
-
1980
-
Brasília-DF
Jornalista
Católica
l i l i _ a s
t e r r a . c o m . b r
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Olá Marcus,
Excelente texto sobre ficção científica.
Detesto ver as críticas em tom pejorativo a respeito do assunto, em especial aos filmes e séries do gênero,
por leigos que desconhecem o mínimo sobre o assunto.
Vou salvar seu site no favoritos de meu computador e, depois com mais calma e tempo, comentar sobre Viagem no tempo,
assunto predileto,ao meu ver, dentro da ficção científica.
Ah, e uma dúvida, é verdade que os preceitos da física quântica justificam, por assim dizer,
a possibilidade de que haja a viagem no tempo?
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Segunda, 1 de Setembro de 2008 |
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Olá Lilian...
Obrigado por sua participação e será um prazer dialogar sobre Ficção Científica.
Quando a relação entra Viagem no Tempo e Fisíca Quântica,
tenho conhecimento apenas dos experimentos com pares de partículas
que se comunicam mesmo estando supostamente em "tempos" distintos de alguns milissegundos. Bem como a experiência de
comunicação instantânea entre pares de elétrons que, uma vez emitidos juntos, podem ser separados em qualquer distância que
cada um reage instantaneamente à alterações no outro, mesmo que esteja em distâncias supostamente extremas, ignorando o
limite da velocidade da luz.
Como tais fenômenos tem como principal característica, aparentemente, ignorar a distância, sugerindo movimentos mais
rápidos do que a luz, isso significa que sua comunicação viaja no tempo.
No entanto, nada disso, bem como nada na teoria da relatividade, autoriza viagens no tempo para o passado funcionais.
O máximo que se faz é ir para o futuro, o que é "fácil", e deste futuro voltar até o ponto inicial.
Se construírmos uma passagem para o futuro hoje, poderia ser possível no máximo voltar até hoje de qualquer ponto do
futuro. No entanto, mesmo isso apresenta uma série de problemas, haja visto os temíveis paradoxos.
Aguardarei suas futuras mensagens.
Amigavelmente
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20 de Setembro de 2008 |
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Ket Jeffson
Campina Grande-PB
-
1979
Funcionário Público
-
Cristão
k j e f f s o n
h o t m a i l . c o m
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Olá, Sr. Marcus! Tudo bem?
Em um de seus artigos, intitulado "Sim! A Bíblia é Anti-científica!" (sic), o senhor
posta as seguintes informações, como supostas provas ao caráter anticientíficico da Bíblia no campo da Biologia,
encontradas no capítulo 11 de Levítico:
- Lebres ruminam;
- Há Insetos Alados que andam sobre 4 patas;
- Morcegos são aves.
Não sei se o senhor seguiu o critério científico de ser diligente e ler o capítulo em questão ou apenas propagou a
informação, mas o fato é que há considerações tecer.
Em relação às lebres, a Bíblia não diz que elas são ruminantes, mas que ruminam, ruminar significa "remastigar",
"mastigar segunda vez". Ora, todo estudioso da Biologia sabe que os coelhos e lebres são coprofágos, isto é, comem suas
próprias fezes, na verdade, eles produzem dois tipos de fezes, uma para excreção e outra para remastigar. A Bíblia não
disse que as lebres tem estômago dividido em quatro cavidades, mas disse que ruminam, que mastigam os alimentos uma
segunda vez. Qualquer dúvida, consulte em qualquer dicionário o significado de ruminar.
A Bíblia não diz que existem insetos de quatro patas, mas fala de insetos alados, que ANDAM sobre quatro pés.
O louva-a-Deus, por exemplo, tem seis patas, mas anda sobre quatro "pés" e possui duas patinhas assemelhadas a braços.
O gafanhoto anda sobre quatro "pés" e tem duas pernas saltatórias. A Bíblia fala desses insetos.
Em relação aos morcegos, salvo engano, a atual Taxionomia surgiu por volta de 1800, com Lineu, certo?
Classificar um animal como ave ou não é relativo, tudo vai depender do critério utilizado. Você pode criar um critério,
eu posso criar um, Lineu outro, isso se chama CONVENÇÃO. Se a Bíblia quis incluir os animais que voam como "aves" isso
não é um erro anticientífico, mas um critério, até para facilitar a compreensão da mensagem que é o objetivo máximo da
língua; no caso bíblico, portanto, não houve quebra da convenção científica, pois esta sequer existia à época, mas o uso
de um critério próprio.
A moral da história é que um trecho, sem contexto, vira pretexto. Se você crê que a Bíblia é anticientífica, eu respeito,
mas espero que admita que vai ter que excluir de sua lista de argumentos esses três.
As demais afirmações do artigo estão em fase de estudo. Afinal, devemor ter absoluta certeza acerca do que escrevemos,
isto é a base da Ciência: a aplicação e o estudo em tudo que fizermos.
Abraço! E até breve!
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Segunda, 01 de Setembro de 2008 |
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Prezado Ket...
Obrigado por sua participação, e é claro que só posso concordar com suas colocações, visto que me parecem corretas no
que se refere às convenções classificatórias das "aves" e dos "ruminantes".
O problema é que você só se esqueceu de aplicar a si próprio a sua moral da história
"...um trecho, sem contexto, vira pretexto...", pois se ler o texto como um
todo, verá que não é um ataque à Bíblia, mas sim à interpretação literalista e distorcida daqueles que
querem lhe dar inerrância científica.
Logo acima do trecho por você citado, escrevi:
"...há inúmeras outras passagens na Bíblia que
INTERPETADAS LITERALMENTE SOAM COMO grosseiros "ERROS CIENTÍFICOS", que da mesma forma só podem ser acobertados através
de distorções interpretativas.
Eis alguns exemplos do que a Bíblia TERIA A NOS ENSINAR SE INSISTÍSSEMOS EM VÊ-LA COMO CIENTIFICAMENTE
INERRANTE:".
E então, cito os exemplo referidos.
Ou seja. Se ela for lida como o livro que é, religioso, de acordo com o conhecimento de sua época, pré-científico,
então nada que está naquela lista poderá ser considerado um erro científico, você então terá toda a razão.
Mas o que acontece é que insensatos apologetas da inerrância científica propõem que a Bíblia está perfeitamente
de acordo com nossos conhecimentos científicos. O Christian Answers declara
"... muitos princípios da
ciência moderna foram registrados como fatos da natureza na Bíblia muito antes que qualquer cientista os confirmasse
experimentalmente. (...) Estes fatos obviamente não são declarados no jargão da ciência moderna, mas em termos da
experiência básica no homem no dia-a-dia. Ainda assim, eles estão completamente de acordo com o fatos modernos da ciência."
Esse é o ponto. A ciência contemporânea é tanto, ou muito mais, uma questão de linguagem do que de fatos, é uma
característica indispensável do que entendemos por ciência contemporânea as suas classificações e categorias.
Tudo bem usar o termo ruminar num sentido largo, mas o mesmo termo ruminar, em ciência, evidentemente se dá num
sentido estrito, e é principalmente por isso que não podemos compatibilizar passagens bíblicas leigas com
conceitos científicos.
Enfim, se quisermos ciência na Bíblia, praticamente só teremos bobagens, mas se a lermos como ela é, um livro sem
preocupação alguma de acurácia científica, então sua anti-cientificidade fica esvaziada.
Quanto a questão dos insetos, antes de me acusar de não ter lido o texto, deveria você mesmo prestar mais atenção no
Levítico 11 e notar a confusão reinante dos versículos 20 a 23. Compare várias traduções da Bíblia, e não há consenso
algum sequer sobre os termos mais básicos. Faça melhor, vá ao ótimo
HTML BIBLE INDEX, selecione o versículo em questão e use as opções
Strong e Parallel, onde é possível ter acesso ao hebráico original comentado.
Notará que o termo
sheh'-rets ofe, ou ShUrTSh H'yVPh, pode ser traduzido não só como inseto, mas como pássaro ou qualquer coisa
que voe. E não dá pra entender sequer se as 'pernas' (kaw-raw') em questão são duas além dos 4 'pés' (reh'-gel),
ou se estão inclusas entre os 4. Em momento algum fica claro que no total a criatura tem 6 membros, antes parece o contrário.
Coisas muitíssimo similares acontecem em diversos outros locais, incluindo as passagens que REALMENTE foram objeto de
crítica em meu texto. Não se esqueça também, de ler o
Bíblia X Ciência II.
Texto esse que na realidade nem se chama "Sim! A Bíblia é Anti-científica!" (isso foi só uma referência ao tópico
de discussão que deu origem ao texto), mas sim
A FARSA DA INERRÂNCIA CIENTÍFICA BÍBLICA, há mais de 4 anos.
E depois sou eu que não vejo o contexto.
Amigavelmente
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18 de Setembro de 2008 |
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Fernando Ventura Bispo Santos
Araguaina-TO
-
1975
Militar Reformado
-
Meta Cripto Cristão
625, 633,
635, 657,
665, 674
atthosmatheus
gmail.com
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Oi Marcus. Deixa eu ver se entendi a conclusão dos quatro últimos ensaios.
1-Em Defesa da Democracia
2-Igualdade e Liberdade
3-Fraternidade
4-Absolutismo
5-Razão Universal
O senhor propõe um Fascismo Iluminista?
E a proibição do ensino religioso ou simplesmente parental livre em nome da igualdade inicial das pessoas?
E por falar em fascismo veja só que coisa estranha este filósofo aparentemente minimizando o fascismo.
(Mentira temível)
Podemos dizer que as vitimas do liberal-capitalismo (da liberdade)
morrem de fome e de desnutrição, as vitimas do comunismo (da igualdade) morrem por serem dissidentes, ou seja todas as
vitimas do comunismo fora as provocadas pelas deportações em massa poderiam não morrer se simplesmente se amoldassem ao
sistema, se conformassem, as vitimas cubanas se ficassem caladas e obedecessem o sistema não morreria, agora as vitimas
do fascimo (da fraternidade) seja religiosa, étnica ou nacional morrem por serem o que são, membros de outro grupo,
(hereges, infieis, apostátas, judeus, raça inferior etc), o fascismo fraternal cristão, a inquisição, seria mais brando,
pois a vitima poderia se converter, o dos nazista alemães era inflexivel, inexorável. Como seria na prática a punição
para os imbecis que não quisessem se submeter ao império da Razão Universão, ainda que nas instâncias inferiores a
estrutura fosse democrática? O que se faria com os dicidentes deste abusolutismo da razão? O que se fará com quem não
quiser aceitar " a marca da besta"? Obrigado por continuar nos ensinando, só posso te pagar com minha admiração.
Até mais!
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Sexta, 15 de Agosto de 2008 |
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Olá Fernando, bem vindo de volta.
Não me parece que eu tenha proposto um "Fascismo", porque creio que o elemento Universalista não relativizável
que defendi não é uma ideologia de estado, mas sim um Antropocentrismo simples. É claro que o mesmo pode ser convertido num
tipo de fascismo mínimo, mas somente se englobasse o planeta inteiro, e não pudesse jamais afetar a dignidade humana,
caso contrário perde o elemento fundador da Razão Universal.
Também não disse em momento algum que o ensino religioso, parental ou o que quer que seja, em casa, seria proibido.
Disse apenas é que o ensino laico suboordinado aos conteúdos do Estado que não poderia ser negado. Desde que as crianças
tenham o contado com os conteúdos mínimos exigidos pela educação, os pais poderão complementá-la do jeito que quiserem.
Na realidade não seria muito. Até poderia ser o caso de permitir a educação caseira, ou restrita, quase completa, mas
haveria ao menos uma frequência regular obrigatória para que as crianças tenham direito a acessar conteúdos
universalistas públicos, onde valores humanos e democráticos serão ensinados, caso contrário corremos o risco de deixar
chegar até a universidade pessoas que nunca puderam ter acesso aos conceitos que fundamentam a sociedade em que vive.
Esse texto do Olavo, como sempre, mistura boa dose de
lucidez e perspicácia com sua duvidosa cruzada anti-comunista. É difícil saber quem concebeu a idéia de Genocídio,
mas a Igreja católica já o praticava ao menos desde o século XIII ao matar algo em torno de 500 MIL pessoas na
Cruzada Albigense, o que significava na época um milésimo
da população mundial, algo que nem todos os massacres promovidos por "comunistas" em toda história, ainda que aceitemos
os assombrosos números dos anti-comunistas, chegaria nem perto.
É válido comparar Fascismo, Nazismo e Comunismo, porque eles tem sim uma origem em comum que ninguém em sã consciência
pode discordar. Mas daí a tentar nublar suas diferenças essenciais é como dizer que Protestantismo e Catolicismo são
a mesma coisa. Embora tenham origem em comum, se moveram em direções radicalmente distintas, ainda que conservando, pela
origem mesma, algumas similaridades.
Como sempre, o que o Olavo tenta fazer é colocar todos os males do Nazismo e Fascismo na conta dos Comunistas, mas nem
esse seu próprio texto pode negar que no final das contas, foram inimigos mortais. Mesmo porque, como ele mesmo aponta,
e como eu mesmo já expliquei em Igualdade e Liberdade e
Fraternidade, há uma diferença fundamental entre a noção de Igualdade, cerne
dos ideais Comunistas e Socialistas, e a noção de Fraternidade Restrita do Fascismo e Nazismo. Sem contar que o
modo de produção nazista e fascita é decididamente capitalista, e o sujeito que acha que a forte presença estatal
na economia depõe contra isso, é simplesmente porque pensa que Capitalismo e Liberalismo Econômico são sinônimos,
quando é exatamente esse um exemplo de como podem ser mesmo antagônicos, coisa que o próprio Olavo admite ao falar
da aliança entre os megacapitalistas e estado.
Eu também não falei em momento algum numa submissão à Razão Universal
como se fosse um sistema político específico que se opõe a outros. Isso nem sequer faz sentido, uma vez que seu fundamento
nada mais é do que um parâmetro para uso no Fórum Público.
Ninguém tem que aceitar a noção de uma Razão Universal, apenas não pode entrar na instância de decisões políticas
democrática, instância esta que afetará a TODOS, utilizando critérios racionais que só dizem respeito a alguns, não tendo
apelo universal.
Assim, devo dizer que você não entendeu bem, porque a única coisa que fiz nesse texto foi justificar O NOSSO sistema atual,
tanto no Brasil quanto nos E.U.A ou qualquer outro país tido como democrático. A única diferença é que por meio do
apelo final da Razão Universal, espero dar um argumento definitivo de porque discursos particulares que só interessam
a "fraternidades restritas" não podem ser aceitas no poder público. Enfim, é promover definitivamente a separação total
entre o poder político e a influência religiosa. Coisa que, convenhamos, está bem longe de acontecer e parece em
franco retrocesso na última dêcada, com o próprio STF convocando religiosos para opinar em matérias legais de um
estado constitucionalmente laico!
Assim, a única diferença entre esse sistema que proponho e nosso sistema democrático atual, é a ainda maior secularização.
Quer quiser ser religioso que seja, quem quiser crer no que quiser que creia, mas que não venha para a política colocar
seus vieses específicos para serem aceitos por toda uma nação, quer compartilhe ou não de suas crenças.
Veja que não há possibilidade alguma de justificar a proibição do aborto de anecéfalos sem ser pela
via religiosa. Ocorre que a liberação do mesmo não vai obrigar ninguém a praticar o aborto. Quem for religioso, e
quiser ter um bebê anencéfalo que o tenha! Mas quem não o for e não quiser, que também não seja obrigado a ter um
bebê fatalmente fadado a morrer prematuramente.
Isso é um nítido exemplo de como os religiosos querem impor sobre toda a sociedade as suas próprias crenças, numa postura
claramente anti-democrática. Meu apelo a Razão Universal nada mais é do que
uma forma de impedir de vez que isso, e outras coisas, continue acontecendo.
Enfim, nada dessas besteiras de "Marca da Besta". E sim nada mais que a proteção da democracia contra posturas
anti-democráticas, das quais as religiões politizadas estão entre as mais notáveis.
Amigavelmente
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7 de Setembro de 2008 |
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