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Marcus Valerio XR
Jose Renato dos Santos Cardoso Meus comentários anteriores estão em VERDE, e os atuais em CIANO.
Toc, toc toc toc, toc toc toc toc, toc toc toc, toc toc toc toc... (tamborilando os dedos). Sinceramente estou achando que não adianta explicar que você nunca deixará de pensar linearmente, se for assim posso afirmar que jamais iria para um tribunal acusado pela situação descrita acima, se você souber de alguma jurisprudência neste sentido por favor avise-me, portanto, caberia a mim sentir culpa ou não, depende do meu interesse de fazer ou não, esta decisão seria minha e de mais ninguém, mas não podemos negar que ela teria influencia na vida de outras pessoas. Talvez a questão da linearidade seja mesmo reveladora. Não sei exatamente
como você vê o "pensamento linear", mas eu acho que se você inicia um raciocínio, ele deve ser
mantido numa certa direção até atingir o alvo ou surgir um obstáculo intransponível que o obrigue
a um desvio.
Isso de modo algum significa que o pensamento é desconectado de outros elementos relevantes
para a questão, é claro que ele deve levar em conta um contingente racionalizável de dados,
mas ele tem que ser contínuo, construtivo e não se desviar de seu rumo.
O que notei em sua argumentação foi uma grande descontinuidade e uma tendência a desviar o
rumo da discussão para tópicos irrelevante, em outras palavras fuga do assunto, e você defendeu
essa fuga em nome da oposição ao "pensamento linear".
Pode ser considerado uma técnica sofismática, aliás uma tendência incorrigível na grande
maioria dos apologistas cristãos que já conheci, quando se deparam com perguntas difíceis,
imediatamente fogem do assunto.
Nosso tema, nesse tópico, era simples, a relação entre a Onipotência e Onisciência Divinas,
e o Livre Arbítrio, iniciada na MENSAGEM 3 TÓPICO IV,
que defendo ser de impossível coexistência. Se há Onipotência em um Ser,
incluindo aí o Poder de Saber Tudo, não pode existir Livre Arbítrio para as suas criaturas,
pois essa Onipotência implicaria no Determinismo.
Para esclarecer melhor esse exemplo, usei a analogia do cego. Mas isso foi uma ANALOGIA,
para ilustrar um pensamento que é um pouco mais abstrato. Eu não pretendia entrar no mérito de
questões relativas às implicações de tal situação no mundo real. A primeira parte de sua
Mensagem Anterior foi uma tremenda digressão desnecessária sobre o
assunto, e a meu ver ainda por cima equivocada.
É claro que há jurisprudência para a situação descrita, Omissão de Socorro é crime previsto
em lei, tudo bem que no caso do cego poderia ser difícil demonstrar que a omissão foi intencional,
mas bastaria alterar um ou outro detalhe. Mas isso entretanto não importa.
O fato é que a ONIPOTÊNCIA não pode coexistir com o LIVRE-ARBÍTRIO, e como a religião
cristã prega os dois elementos, decorre que é contraditória, irracional.
Eu não estou tirando uma conclusão da situação, eu estou colocando que a situação PERMITE essa
certeza! Não adianta tentar escapar do argumento saindo dele. Eu disse que se você estiver numa
situação onde PODE ajudar e DELIBERADAMENTE não o faz, e sendo assim, eu já restringi a situação
de quaisquer possibilidades anuladoras. Acho que na situação do cego, afirmo que todos são culpados, em menor ou maior índice, derrepente, não avisando o cego sou o menos culpado nesta estória, mesmo sendo o acusado. A literatura e as narrativas orais estão repletas de exemplos da presença do caos nas vidas humanas. Em realidade ou ficção, os escritores e jornalistas mostram como é complexa a teia dos acontecimentos, e como é também complexo o tecido da teia. "Pela falta de um prego, perdeu-se a ferradura; pela falta da ferradura, perdeu-se o cavalo; pela falta do cavalo, perdeu-se o cavaleiro; pela falta do cavaleiro, perdeu-se a batalha; por falta da batalha, perdeu-se o reino." Como eu disse, a analogia do cego pode servir para muitas outras coisas, mas no que se refere a questão em si, não adianta levá-la para muito além do que eu propunha. Coloquei o espectador figurativamente no papel de alguém "Onisciente" da situação, e que tinha plena "Onipotência" para agir na situação. Se ele não agiu, é porque não quis. Era somente isso que eu pretendia demonstrar, para então argumentar que um Deus Onipotente não pode se eximir de responsabilidade sobre evento nenhum no Universo. Quanto a Lúcifer vemos, segundo a bíblia, que ele é o primeiro a quebrar as regras, quando contaminou o homem com a desobediência, aparentemente simples, afetou todo o sistema, pela teoria do caos esta atitude é refletida em todos os acontecimentos atuais, ou você acha que uma política gananciosa e corrupto de governos não tem nada haver com o atraso, fome e miséria que determinadas nações vivem hoje. No desespero do pensamento linear, você esquece que o tempo é relativo, em relação a determinados seres vivos temos uma vida muito longa, um segundo para nós pode ser insignificante, mas para outros seres pede equivaler a uma hora ou um dia comprados a escala humana, também pode ser a diferença entre um acontecimento catastrófico ou não. E no desespero da impossibilidade de solucionar a Antinomia, você fugiu
do assunto. É evidente que a cadeia causal de eventos no Universo é infinita, e se há um evento
inicial, ele sem dúvida está ao menos indiretamente ligado a qualquer evento último. Mas
novamente isso não vem ao caso, ou melhor, vem no sentido contrário ao que você propôs.
Nesse caso Lúcifer poderia ser responsabilizado causalmente por todos os eventos, mas e a
causa anterior a Lúcifer?
Essa causa primeira seria Deus, o responsável primário por todos os demais eventos, a causa
incausada e razão de si próprio. Lúcifer não era Onipotente, nem Onisciente, portanto, quando
foi criado não sabia que viria a pecar. Deus sabia mesmo antes de criá-lo. Mesmo assim decidiu
criá-lo sabendo que ele pecaria.
Havia evidentemente infinitas outras possibilidades de criação, ele escolheu essa, poderia
ter impedido os acontecimento, não o fez, analogamente, deixou Lúcifer cair no abismo do mesmo
modo como teria deixado o cego cair no buraco.
Não há como negar o fato de que ele é o responsável por tudo. E de quebra, levando em conta
sua Onisciência total do futuro, e sua total Onipotência, decorre que tudo está determinado por
Ele. O Universo seria DETERMINISTA, anulando o Livre Arbítrio.
Quanto ao tão cobiçado cálculo que você vem me pedindo, ficaria muito difícil, uma vez que parece-me não ter entendido a teoria não pode ir para o cálculo. Costumo ver o exato contrário. O professor, para ajudar os alunos a
entenderem a teoria, cita o exemplo, no caso o cálculo. Ninguém jamais entenderia o que significa
o Teorema de Pitágoras sem uma demonstração de como ele funciona.
Se você tem o exemplo, pode mostrá-lo.
Cordialmente, Sunday, February 22nd 2004 Amigavelmente
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