Olá, Marcus!!!! Adorei seu site, me identifiquei muito com ele. O descobri através de minha amiga Mariana Gondim.

Seja Bem Vinda Anelise. E trasmita meus agradecimentos a Mariana.

Abrirei um horizonte para um tema bem futurístico, partindo do tema que a Mariana tocou da questão do "Capitalismo" com base em seus fundamentos ultramente desiguais e manipulatórios, gostaria de falar que, para esse sistema ser destruído seria necessário que essa civilização fosse extinta, para dar lugar a uma nova geração, voltada para outros ideais, pois acho que no momento atual do qual nos encontramos, seria utópico afirmar que esse sistema pode ser destruído, visto que, a mentalidade da humanidade atual ainda está voltada para os interesses desse sistema. É lógico que existe uma minoria que pensa diferente, mas não é suficiente para modificar essa estrutura dominante. O que acha?

Tuesday, September 9th 2003 - 05:43:53 AM

Acho que este sistema não pode ser "destruído" devido ao modo como estrutura a sociedade, mas tal como todos os sistemas antigos, ele será modificado até se tornar noutra coisa, o que só é possível através de um processo lento de "evolução sócio-histórica".

Tudo indica que, se nossa civilização se extinguisse e surgisse uma outra, caso se trate de uma espécie como a nossa, é muitíssimo provável que fosse trilhar uma história muitíssimo semelhante, acabando por se deparar com o mesmo tipo de problema.

A não ser é claro, que uma parte da civilização fosse conservada e pudesse se auto governar de modo sistemático, visando atingir um novo modelo de sociedade complexa no futuro.

Não creio que seja a Mentalidade Humana Atual que esteja voltada para os interesses do Sistema Capitalista, mas sim o reverso. É o Capitalismo que está voltado para os interesses da Mentalidade Humana Atual, e por isso é esta que deve ser mudada.

Infelizmente é característica onipresente em todos os tempos o fenômeno da Inércia Sócio-Cultural, a resistência de um sistema estabelecido em aceitar mudanças por mais urgentes que elas sejam. Comparado aos sistemas antigos, o Capitalismo é até bem mais flexível, pois tem se modificado rápido ao longo de sua existência.

Essa inércia na verdade, é da Mentalidade, portanto, somente com um trabalho lento de mudança de mentalidade, geralmente iniciado por uma minoria, pode-se levar a estrutura dominante ao aperfeiçoamento.

Para uma melhor percepção de como entendo Materialismo e Espiritualismo, sugiro minha Monografia Psicogênese da Religião.

Mas não é a isso também que se devem os problemas do mundo, mas sim ao modo como Espiritualismo ou Materialismo podem ser vividos, e no nosso caso ambos tem sido mais voltados aos impulsos mais primitivos do que a ideais mais humanos.

Quanto ao nível de Evolução Espiritual de nosso mundo... É difícil dizer qual é ele. Com qual outro mundo podemos compará-lo? Poderíamos fazê-lo com mundos que podemos imaginar, como TERRANIA, mas como podemos ter certeza de que são viáveis?

E se Leibniz estiver certo quando diz que estamos no melhor dos mundos possível?

Nem na escola aprendemos a ver o nosso próximo como um ser da mesma espécie , sendo portanto, fruto de uma mesma essência.

Bem... Entendemos sim. Aprendemos que somos todos da espécie Homo Sapiens Sapiens e mais recentemente até descobrimos que não existem raças no sentido genético, se os apologetas do segregacionismo racial corretivo não consegirem mudar isso.

Quanto a ser fruto de uma mesma Essência... Aí a coisa complica, pois só entrando na Metafísica para falar sobre isso.

Curiosamente um dos fatores que mais contribuem para nossas diferenças são nossas diversas concepções espiritualistas.

Precisamos mudar isso, principalmente nós, os mais esclarecidos. "Da onde vim, pra onde vou?" Essa questão sempre permeou a minha vida.

E de fato é uma questão existencial fundamental, que tem permeado a vida de praticamente toda a totalidade da humanidade em toda a história, e hoje não é diferente.

Mas vejo que a grande maioria não se questiona, não busca saber o que realmente é . Estão alienados, durmindo o sono profundo da inconsciência e portanto, da ignorância.

A maioria talvez não faça um questionamento sistemático, mas não creio que exista alguém totalmente insensível à perturbatividade destas questões, em especial a "para onde vou, se é que vou", que chamo de Meta-Continuidade Mental.

Não basta ser um intelectual, pois até mesmo esses com sua lógica abusiva dormem sem saber. Precisamos despertar nossa consciência. Consciência é diferente da inteligência. Precisamos ter a noção do concreto e do abstrato, do imaginário e do real, da essência e da matéria, pois a tudo isso fazemos parte, visto que, participamos de um universo dual.

Tuesday, September 9th 2003 - 06:16:01 AM

O problema é que todo este discurso é basicamente retórico, beirando o poético. O que significa "Despertar a Consciência"? Seria na concepção Gnóstica/Mística do termo? Aliás o que significa "Consciência"? Essa palavra tem tantos significados que eu simplesmente me recuso a usá-la.

É possível a noção do Concreto e do Abstrato? O discernimento pleno do Imaginário e do Real? Como saber que a própria espiritualidade não é imaginária? E faz sentido separar Essência de Matéria? Somente associando-se Essência no sentido de Mônada Espiritual, mais uma faceta do gnosticismo latino americano contemporâneo. Aliás foi Leibniz, espiritualista de carteirinha, que cunhou o termo Mônada.

E por fim, me baseando em sua última frase, vejo que você propõe um Dualismo entre Matéria e Espírito, portanto, uma postura Espiritualista em seu sentido mais pleno. E então pergunto:

Qual é a vantagem de uma postura Espiritualista sobre a Materialista, no que se refere a promover um mundo melhor?

Ao longo da história do mundo o Espiritualismo dominou largamente, haja visto as antigas China, Índia, Velho Mundo, Era Medieval, e ainda domina, a grande maioria das pessoas é religiosa, ou seja, necessariamente espiritualista. Qual a vantagem de tudo isso, das sociedades superticiosas e patriarcais da China, do sistema de Castas Hindu, da Igreja Católica Medieval ou dos países Muçulmanos sobre nossa civilização autal ocidental que é, digamos, menos espiritualista?

Você pode estar levando o significado de Espiritualismo a um nível mais restrito, provavelmente se referindo a determinadas formas de misticismo que nunca foram muito populares, e aí fica claro que o problema não é o Materialismo ou o Espiritualismo em si, mas sim a forma como são vividos.

Eu sou Espiritualista! Quero dizer, acredito num plano Supra-Físico, ou que talvez o Físico não passe de uma Ilusão projetada pelas nossas Mentes. Mas não tenho a menor ilusão de que a popularização desta idéia traga algum benefício para o mundo.

Vivemos num mundo de Matéria, até se prove o contrário, e nossos problemas estão no aqui e agora. Não acredito em minha extinção mental após minha morte, mas isso não afeta em nada o fato de que tenho problemas muito concretos que podem ser resolvidos com posturas concretas que não necessitam diretamente de reflexões sobre o Espiritual.

Não acredite no delírio daqueles que acham que existe alguma correlação entre o Materialismo ou o Ateísmo e posturas éticas reprováveis, pois uma simples olhadinha na história nos mostra quase o contrário. A Espiritualiade é vital para responder certos anseios do Ser Humano, e especialmente interessante em estágios mais avançados de vivência, onde não temos que nos preocupar tão duramente com o pão de cada dia, mas para construírmos um mundo melhor, ela é totalmente dispensável.

Bem Anelise. Pelo menos essa é a minha opinião. Muito obrigado por escrever, e se quiser, como sua colega, transformar isso num diálogo, esteja a vontade. Basta enviar novas mensagens por e-mail.

Amigavelmente

Marcus Valerio XR
mv@xr.pro.br
16 de Setembro de 2003