DreamBook
Marcus Valerio XR
Rafael Augusto Borges Pavani Em trépica à minha réplica na Mensagem 381 Sobre o Texto 50 MILHÕES DE CRETINOS. Meu objetivo na mensagem era justamente alertar para o que você percebeu. Existe uma ofensiva exagerada e sentimentalista contra os fundamentalistas cristãos (que na teoria deveriam ser muito melhores que os outros) e até mesmo contra Bush. O aborto é um assunto complexo, e dizer que “a mulher tem o direito de decidir” é mais uma forma de fuga que encarar de frente o problema. Ou podemos dizer que um suicida tem o direito de escolher, já que a vida é sua? E quem usa drogas, também não tem o direito de escolher, mesmo se forem legalizadas? Pesquisas com mulheres que abortaram mostrou que mais de 40% se arrependeram, e muitas tiveram problemas psíquicos, físicos, sociais e conjugais. O homossexualismo é, muitas vezes, decorrentes de alguma falha no desenvolvimento psíquico da pessoa, ou problemas hormonais “tratáveis”, apesar de os estudiosos serem pressionados a não concordar com isso. O casamento vai abrir espaço para a adoção, e o crescimento de uma criança em uma ambiente sem pai nem mãe e ainda sofrendo preconceito social por sua peculiar “família” pode ser prejudicial. Aliás, as uniões desse tipo são duráveis? Não sou contra o aborto nem contra os homossexuais. Sou contra a simplificação das situações, especialmente por quem quer evita-las. “Deixe fazer o que quiserem” soa semelhante a “Não pode fazer porque não”.
Quero deixar claro mais uma vez que quando eu critico Bush, estou menos me referindo a pessoa George Walker Bush do que
o Governo Bush, que é muito mais exercido por Cheney, Rumsfeld, Ashcroft, Bush pai e etc. Também não é a cada um
deles em especial, nem mesmo um seleto grupinho, mas antes a Mentalidade que alguns setores da sociedade Norte-Americana
apresentam.
Como eu disse antes, há de fato grandes equívocos e maus direcionamentos nas críticas a Bush, lançando mão inclusive
do péssimo hábito de por a culpa em bodes expiatórios. No entanto, todo esse sentimento de revolta se baseia em algo
mais do que legítimo, a percepção racional, emotiva ou intuitiva de que há algo muito mais do que podre na Casa Branca.
Mas antes de falar nisso, passemos aos outros pontos deste seu parágrafo.
Minha opinião sobre o Aborto está mais do que clara em O Que Penso Sobre o Aborto.
Concordo com você que reduzir tal problema a um mero "direito de escolha" feminino é de uma sofismática ardilosa, e
considero esse problema muito mais complexo, se não insolúvel, no que se refere a um consenso moral. Minha opinião pessoal
é que o Aborto é, na maioria das vezes, antes de tudo um ato de Covardia e Irresponsabilidade, mas não vou me alongar nesse
assunto.
O que devo discordar de você é com relação às comparações feitas. Ora! Que espécie de artifício intelectual poderia
negar que é um direito da pessoa tirar a própria vida?! Se você acha que Deus sendo nosso propietário nos proíbe é
uma coisa. Mas saindo dessas apelações fantásticas, não vejo como negar o fato de que qualquer pessoa tenha o direito
de tirar a única coisa que é unicamente sua. O que observo é que muitas vezes no ato do suicídio muitas outras coisas
estão em jogo, como abandonar uma família, não ter coragem de enfrentar uma certa situação e etc, isso sim moralmente
reprováveis.
Quanto ao uso de drogas, tenho opinião similar. Acho que é um direito de cada um usar drogas, infelizmente a
estupidez é o mais inalienável direito humano quer gostemos ou não. O problema, mais uma vez, são as consequências
advindas disto. Se você usar drogas, incluindo álcool e cigarro, e nunca causar problema algum a ninguém, o que
inclui não provocar uma auto destruição trabalhosa, não vejo como isso pode ser condenável. Mas da mesma forma que
no caso do suicídio, o que ocorre é que muitas vezes tal ato tem uma série de repercussões negativas adicionais.
Considero que nosso modelo de combate às Drogas é absolutamente equivocado. Enquanto ouver pessoas querendo consumir
haverá pessoas comercializando. O tráfico de Drogas é totalmente impossível de ser extirpado se não o for o desejo
de consumo. Pretendo em breve lançar um ensaio abordando esse tema, mas desde já adianto que tenho uma opinião sobre
o uso de drogas muitíssimo menos favorável do que sobre o Aborto.
Por fim, o Homossexualismo pode mesmo emergir devido a fatores de desenvolvimento do comportamento. Mas querer
considerá-lo como uma efermidade, uma aberração ou similar, é ir contra todos os dados científicos da atualidade, que
são unânimes em afirmar que há claros fatores de predisposição biológico ao homossexualismo, inclusive no reino animal.
Que ele seja uma "abominação aos olhos do Senhor", para quem acredita, é outra história.
Não dou a mínima para a questão da União Civil Homossexual. Na verdade, acho de certa forma até um atraso de
mentalidade, uma vez que a tendência futura, creio ser, a cada vez maior dissolução do próprio conceito de União Civil.
E acho mesmo que o Casamento, como instituição Civil, deveria ser abolido. As mulheres cada vez mais deixam de ser
propriedade de seus maridos, e essa relação servil é a única coisa que justificava o "contrato" de casamento.
O que deveria haver seria tão somente a responsabilidade para com seu descendente, que ainda hoje muitos consequem
negligenciar com a o apoio da lei. Quanto ao direito a Herança, não entendo por que isso deveria ser abordado pelo
ponto de vista da União Civil. Qualquer um pode fazer um testamento declarando como herdeiro quem ele quiser! Não
é preciso ser "casado" para isso. O único problema restante é o da moradia. Isso poderia ser resolvido, tanto no caso
de casais heteros ou homos, com um simples contrato de propriedade misto, colocando as duas partes com direitos iguais.
Assunto resolvido! Quem quiser casar em Igreja que case. Mas não há mais a menor necessidade desses "estados civis".
São, hoje em dia, uma inutilidade que só serve para atrapalhar. E aí, como se não bastasse a dificuldade que vai
ser esse processo de eliminação desse dinossauro institucional, ainda me aparece propostas para ampliá-lo ainda mais!
Sobre a adoção de crianças por casais homos, já fui radicalmente contra. Hoje em dia tenho dúvidas. Um casal
homossexual pode ser muito melhor do que muitos casais heteros, e as estruturas culturais de nossa sociedade,
embora ainda ofereçam obstáculos quase intransponíveis para tal idéia, não vão durar muito tempo. O problema maior,
sempre considerei, é a discriminação que esta criança poderá sofrer. Só de imaginar a perseguição e a gozação que
ela sofreria num colégio, pelos coleguinhas, quase me faz condenar essa proposta automaticamente. Um outro fator
é do ponto de vista pragmático. Uma vez que já temos tantos pais separados, alguns dos quais, moram com amigos ou
irmãos do mesmo sexo, ou na casa dos pais, ou até em comunidades, ou sei lá o quê... Será que faria tanta diferença?
Voltando ao assunto do Busha, sinceramente não posso opinar sobre sua atuação no próprio país. Votar nele por medo de mais atentados deve ter mesmo ocorrido, afinal conheço muitos que não votaram no Lula com medo de ele instalar o comunismo no Brasil, duas idéias ridículas. Sobre os atentados de 11 de Setembro, acho que eles teriam ocorrido de qualquer forma, pois já eram premeditados há muitos anos e ocorreram no primeiro ano do Bush.
Não teriam. Como expliquei em Meu Texto. Bin Laden e a Al Qaeda não teriam
conseguido articular aquela operação sem amplo apoio dos sauditas, e estes só se dispuseram após o recrudescimento
da política pró-judaíca da Casa Branca na questão Palestina. Que foi praticamente o primeiro ato de política externa
de Bush, destruindo o árduo trabalho de paz que o Clinton vinha fazendo. Poderia ter ocorrido outros tipos de
atentado, mas não de tão largas proporções.
Mas ainda que tivesse acontecido, a reação de Washington foi a pior possível. Juro que jamais esperei tanta
estupidez! Até hoje mal posso crer no inacreditável desperdício de oportunidade. Falarei nisso mais adiante.
A análise da Guerra é ainda mais problemática. É fácil dizer que o Bush mandou bombas sobre as criancinhas. Mas e o Sadam, o que fazia com elas? Elas teriam boas condições de vida? Se ele continuasse a situação poderia ser pior, com muitos sendo torturados e uma miséria terrível. Não creio que seja possível dizer, com certeza, que uma situação é melhor que a outra. Quantos sofriam no antigo regime, quantos sofrem agora, e quais as perspectivas de sofrimento futuro? Não há como medir. A Guerra é horrível, mas pode ser a única maneira de melhorar uma condição ainda pior. Quando os EUA invadiram a Europa na 2ª Guerra, houve milhares de mortes, e ao saber que estavam perdendo, aí sim os nazistas iniciaram a matança indiscriminada de judeus. Ao saber que isso ocorria indiretamente por sua causa, os EUA deveriam parar a ofensiva? A Guerra foi melhor para o continente e o mundo, ou piorou? Acho que os dois, em escalas e situações diferentes. Isso não quer dizer que sou a favor, e sim que a situação é complexa e não tenho uma posição fixa.
De fato a um dilema entre duas desgraças. Mas o regime de Saddam tinha pelo menos uma vantagem inalienável.
ERA PROBLEMA DELES! No fundo, apesar de toda a rixa étnica, ainda assim o problema era doméstico, quase uma
briga de macro famílias! Uma intervenção externa nesses casos só se justifica quando for para provocar uma indiscutível
melhora. E olhe lá.
A maior prova disso é que a reprovação iraquiana à presença dos EUA foi e é pura e simplesmente TOTAL! Quer seja,
curdo, Xiita, Sunita ou seja lá o que for, ninguém queria os americanos lá. Isso não é sinal inequívoco de uma decisão
soberana de um país?!
Isso só já seria suficiente para reprovar a invasão, mas soma-se isso a: E pra fechar com chave de ouro, o último resquício de débil justificativa foi aniquilado quando passaram a torturar
prisioneiros de guerra. Com o agravante de ainda o fazer com alto nível de agressão moral a uma cultura particularmente
sensível a certos temas.
Minha conclusão não poderia ser mais forte. A invasão foi muito pior! Se os EUA quissessem simplesmente derrubar o
regime de Saddam, que de fato o merecia, não precisavam mais do que armar e financiar os grupos internos rebeldes,
provocando uma revolta civil. Aí, quando a situação estivesse conturbada, bastaria oferecer "ajuda" militar com uma
coalizão que, aí sim, teria amplo apoio da ONU. Seria um golpe "mau-lavado", mas ainda muito menos sujo do que o que de fato
ocorreu.
Eu não sei se votaria em Bush, apenas provavelmente sim, pelo que conheço. Mas não votaria para evitar algo pior e nem por ele ser criacionista. Ser cristão é importante para mim, com convicção e não apenas por conveniência, contudo esse poderia não ser o caso de nenhum dos dois candidatos. Ser criacionista não importa. Eu precisaria, na verdade, saber como foi a administração no próprio país, vivendo nele, e a guerra pouco influencia minha posição, como já opinei a respeito. Além disso, duvido muito que Kerry resolveria facilmente a questão do Iraque, já que não basta simplesmente tirar os soldados de lá depois de iniciar o estrago. A invasão foi a meu ver premeditada e pouco organizada, e os soldados americanos não são exatamente um exemplo de eficiência e solidariedade, mas também não sei se a situação seria melhor com o Sadam no poder. O principal motivo de minha posição seja, talvez, a maior determinação demonstrada por Bush, apesar da cara de bobo dele, enquanto Kerry pareceu defender os pontos apoiados por outras pessoas, talvez intelectuais, não sei. Deixo claro que essa é uma opinião superficial.
É claro que Kerry não iria "resolver" o problema do Iraque, que agora é insolúvel. Mas quanto a administração do país,
a de Bush não poderia ser mais desastrosa. Antes do 11 de Setembro ele já havia feito um dos maiores estragos financeiros
nas contas de uma nação em todos os tempos. Algo simplesmente inexplicável!
Pode consultar qualquer Economista. A política financeira de Bush foi de uma incompetência ímpar. Clinton havia
deixado o país com um saldo positivo alto, Bush arruinou isso em poucos meses. Alguns dos motivos foram:
De repente o desemprego aumentou dramaticamente, ainda que isso seja também resultado de crises períodicas, mas
Bush conseguiu bater recordes a esses respeito. Cidades inteiras foram a falência. Com o incentivo a buscar mão de obra
barata no terceiro mundo, diversas fábricas foram fechadas nos EUA, deixando milhares de trabalhadores desempegrados.
As mesmas grandes empresas multinacionais que depois foram agraciadas com redução de impostos e até com perdões de dívidas!
Se há discussão sobre a guerra ser boa ou não, sobre o aborto, sobre a segurança e etc, no que se refere à
Economia não há discussão alguma! A administração Bush foi um desastre, e só não foi pior graças à Guerra, que aqueceu
a indústria armamentista, aumentou o recrutamento militar e barateou, para eles, o preço do petróleo.
Kerry sem dúvida foi um candidato de elite. Um erro cometido pelos democratas. Numa era de recessão e guerra, o valor
de intelectualidade, refinamento e formação na França despencam, e passam a ser valorizadas caracterísiticas mais básicas.
Bush é um típico cowboy, se confiam nele como "homem forte" é muito mais pelo símbolo de pistoleiro texano do que
pela sua habilidade de chefe de estado, habilidade esta francamente lamentável. Kerry era o símbolo de um francesinho
refinado, o tipo do sujeito que ninguém esperaria ser capaz de dar um bom soco na cara de um bandido.
Como grande parcela do eleitorado americano não parece saber diferenciar símbolos da realidade, acharam que Bush
era o mais indicado, como se a guerra fosse ser ganha pelos seus próprios punhos!
Como apenas um exemplo do "patetismo" de Bush como chefe de nação, há o inexplicável episódio ocorrido no dias
dos ataques terroristas, nos quais ele ficou sentado num banco numa sala de aula de escola por uns 20 minutos após
saber que o World Trader Center e o Pentágono haviam sido atingidos.
Quer você goste ou não de Michael Moore, não dá pra negar que o documentário dele, o
Fahrenheit 911 é implacavelmente
factual. Há muito exagero nas interpretações, mas o que ele mostra como documento é inegável. Agora pense bem,
se o seu país estivesse sob ataque terrorista você ficaria sentado num banco de escola?!
Foi a coisa mais patética que já vi um chefe de estado fazer! Mesmo que fosse por um mero rompante teatral, ele
deveria ter se levantado imediatamente e pelo menos mostrar que estava assumindo o comando da defesa da nação!
Ou será que é tão impotente contra as ordens que recebeu dos verdadeiros governantes, de ficar quietinho esperando?
E o pior, se fosse por uma questão de segurança que ele permaneceu ali, como foi alegado. PELO AMOR DE DEUS?!
Você Sendo Um Dos Principais Alvos Ficaria ESPERANDO NUMA ESCOLA CHEIA DE CRIANÇAS?!?!?
Não há um só especialista em Ciência Política e Economia que não seja enfático em denunciar o governo Bush de
inacreditavelmente incompetente e corrupto. E pergunto, porque ele não pelo menos financia "especialistas" para
dizer o contrário?! Porque a posição dele e indefensável! Isso é Óbvio!
A manifestação anti-Bush me parece muito mais sentimental que racional. Dá até status ser contra ele! Você parece inteligente e preocupado com o mundo, enquanto os que são a favor padecem de qualquer mentalidade. Até não ter inclinação a favor ou contra, como é o meu caso, já deixa um pouco abaixo do nível de intelectualidade aceitável. Apenas dizem “então você concorda com a morte de crianças indefesas?!?!!”, quando não falei nada disso. Defender o Bush é ser ignorante! Não importa o por quê. Eu defendo o Bush. Não suas ações, mas defendo seu direito de ser julgado com sensatez e não superficialidade, como está acontecendo, mesmo entre os mais radicais protestantes brasileiros como você disse. Se bem que alguns defendem dizendo que os árabes têm é que morrer mesmo.
Acontece que qualquer sensatez e profundidade não demora muito a perceber a óbvia incompetência global do Governo Bush.
Os pensadores já detectaram e continuam detectando isso. Os demais, infelizmente, costumam simplificar as críticas
de modo grosseiro.
No meu caso, eu não parti de nenhum pensador em especial para pensar o que penso, eu simplesmente vi os atos
de Bush no dia a dia, e não pude concluir outra coisa. Você poderia me dizer como pode ser considerado um
"bom defensor da nação", um sujeito que estando totalmente errado, como no caso do avião espião na China, queira
encrencar com uma nação com Um Bilhão e meio de habitantes e com o Terceiro Maior Arsenal Nuclear do Mundo?!
Não fosse os investidores e os menos estúpidos nos bastidores do Governo, Bush teria protagonizado um incidente
internacional com calibre para ser considerado um ato de guerra. E se eles, e a maior parte do mundo, acham que
são os "fodões" do planeta, digo sem pestanejar que eles não aguentariam uma guerra com a China, e tenho dúvidas que
aguentariam até com a decadente Rússia. Pode não parecer, mas durante boa parte da minha vida eu fui um especialista
amador em guerra e armamento militar de ponta.
Mas, retomando o que comecei antes, volto a expressar meu lamento e espanto por uma das maiores oportunidades
perdidas da história. Nunca antes os EUA tiveram tão boa condição para retomar e fortalecer seu controle sobre o
mundo, de um modo realmente eficaz, do que logo após o 11 de Setembro.
Pela primeira vez na história o mundo estava chocado, lamentando pelos americanos. Ainda que muitos, incluindo
brasileiros, sabe-se lá com que tipo de mentalidade, tenham comemorado o desabar das torres gêmeas. Centenas de
nações enviaram suas condolências, e até apoio financeiro. Os EUA tiveram uma oportunidade de ouro de assumir o
papel de injustiçados e merecedores de justiça! Tal como o fora na segunda guerra mundial. O despertar do gigante
adormecido após o ataque a Pearl Harbor.
Com um mínimo de sensibilidade política e diplomática, algo que Clinton tinha de sobra, e com certeza Al Gore também
teria, poder-se-ia mover toda comunidade internacional num movimento conciso de neutralização do terrorismo.
Como todos os especialistas disseram, porque era óbvio, os EUA deveriam ter empreendido uma caçada, um corrida,
rastreando por meio de espionagem, investigação, infiltração e ação policial todas as células terroristas que
encontrassem, como uma vacina, agindo de modo sutil mas eficiente. O mundo inteiro estava disposto a colaborar,
até o Iraque se ofereceu para ajudar.
O ocidente pagaria o quanto fosse para ajudar a prevenir novas catástrofes, e até mesmo no oriente médio, mesmo
entre os muçulmanos mais radicais, havia quem estivesse disposto a colaborar, a começar pelo próprio Arafat!
Com um boa dose de esperteza, seria fácil fazer grupos terroristas rivais denunciarem a Al Qaeda, mesmo porque
teriam interesse nisso. E além disso, um simples arrefecimento nas relações com nações tidas como potenciais inimigas
sem dúvida faria milagres na hora de conseguir informações para capturar os verdadeiros culpados. Houve príncipes
e milionários árabes que oferecem doações de milhões de dólares para Nova York, que foram grosseiramente recusadas
pelos americanos!
Indo até um pouco mais longe, foi o momento ideal para até mesmo remover embargos e fingir dar uma de bonzinho,
neutralizando na base a resistência. Em palavras mais esperançosas, e melhor arma contra o Ódio é o Amor, porque
mina a fonte da hostilidade. Não que chegasse a esse ponto, mas esperteza e diplomacia, bem como troca de
favores, sempre foram um fortíssimo instrumento de poder.
Mas não! O que eles fizeram? Resolveram atacar as bactérias com tiros de revólver! Moveram todo o maquinário
militar para atacar um inimigo invisível, que não tem arsenal detectável e não tem existência fixa no espaço.
Seria mesmo difícil poupar o Afeganistão, poia a relação entre a Al Qaeda e o Taliban era fora de dúvida. E Bin
Laden provavelmente está, ou estava, mesmo lá. Derrubar o Taliban para mim foi sim um progresso, e o Afeganistão
sem dúvida está melhor agora. Eu até previ isso em meu ensaio
HUMANISMO X CULTURA, onde eu simpatizei, bem antes do ano do 11/9/2001, com uma
interveção internacional para neutralizar o Taliban, ainda que a tenha contra-indicado devio ao risco de provocar uma
crise maior. Mas ainda assim, poderiam ter causado menos vítimas civis inocentes. Se ao invés de bombardear de
grande altitude com estúpidas armas de precisão açougueira, tivessem enviando soldados para confronto terrestre
imediato o quanto antes, sem dúvida mais soldados teriam morrido, mas muito menos inocentes.
Mas afinal... O que o Iraque tinha haver com isso?!?!
Pior, a tosquidão de Bush é tão colossal, que ele conseguiu destruir quase instantaneamente no primeiro discurso
qualquer simpatia que seu país vinha recebendo. Com seu talento para ser grosseiro, estúpido e arrogante, lançou
pérolas do tipo "guerra do Bem e o Mal", "ou as nações estão com os EUA ou estão com os terroristas",
"Deus está conosco", "Justiça Infinita" e similares.
Chegou ao ponto inacreditável de, sendo tão asqueroso, fazer o psicótico e perverso Bin Laden parecer o Herói!
É incrível como o mundo inteiro parece gostar mais de Bin Laden e Sadam Hussein do que de George W. Bush!
Você acha que alguém iria preferir um ditador sanguinário ou um terrorista fanático a um Bill Clinton,
um Ronald Reagan, ou mesmo a um George Bush (pai)!
Os EUA perderam a maior oportunidade da história em virar a opinião pública internacional a seu favor, em
serem os mocinhos, em agir como heróis e pela simpatia aumentar ainda mais sua influência sobre o mundo. Mas não,
preferiram mostrar de imediato que dispensavam a ajuda internacional e arrotar sua superioridade, estampando com
orgulho que iriam se vingar terrivelmente com toda sua invencível força militar para esmagar os inimigos e
fazer "Liberdade Duradoura"! Resolveram transformar a simpatia que receberam novamente em repulsa, negando a
compreensão e assumindo de vez a arrogância.
Agora é só pensar, quantos novos terroristas surgem para cada criança ou mulher morta nessa desastrosa invasão
do Iraque?! Tirando por mim, se eu perdesse minhas filhas devido a um bombardeio "cirúrgico" feito por aviões que nem
consigo ver, acha que eu não seria capaz de dedicar o resto da minha vida empenhando todo o meu engenho em
me vingar? Não que necessariamente eu o fizesse, mas com certeza poderia fazê-lo.
Em nome da Guerra contra o Terror, os EUA estão a cada dia aumentando e fortalecendo o ódio do mundo contra eles,
a cada bomba lançada, a cada criança morta, novos terroristas em potencial surgem. Das crianças sobreviventes de
hoje, que perderam pais e casa, surgirão os homens-bomba de amanhã, do mostruoso desprezo que os EUA conseguiu
impingir à todo o mundo, nascem a cada instante milhões de novos "soldados de Alá", prontos para morrer em sua
luta contra o "Grande Satã".
Somente uma mente grotescamente corrompida pode achar que é possível plantar guerra, morte e destruição, e colher
Democracia, Paz e Liberdade.
"Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará."
GÁLATAS [6:7]
Reveja seu comentário sobre os políticos brasileiros. Eles não bombardeiam ninguém porque não têm a oportunidade! Se tivessem um mínimo de compaixão não iriam desviar muito dinheiro, mandar matar e mentir enquanto milhões passam fome ou vivem em condições miseráveis. Se eles disserem que não bombardeariam crianças inocentes eu não acreditaria, ou eles também não prestigiariam a prostituição infantil como nós já vimos, que destrói crianças muito mais que as guerras, e ainda dizem que as crianças escolheram! Isso parece alguma forma de compaixão? Parece melhor que bombardear civis indefesos? Ninguém bombardearia em nome de Deus mesmo (nem Bush deve pensar nisso), afinal os deuses desses políticos são o Dinheiro, a Ganância, o Egoísmo e muitos outros desse nível.
O povo brasileiro não tem uma cultura de guerra. Não é só a simples falta de oportunidade, e a falta de costume
e de criar as oportunidades. Nisso o povo americano é muito típico, eles movem um maquinário militar que exige ao
menos uma guerra a cada 10 anos, pode observar. A simples produção armamentista inventa a demanda. No Brasil,
apesar de também produzirmos armas, não temos hábito de usá-las, não interessa ao povo brasileiro guerra alguma,
como interessa tanto ao americano.
Duvido e faço pouco que alguém líder brasileiro conseguiria convencer o Brasil a entrar num Guerra, salvo em
proporções extremas, como o foi o conflito global de 60 anos atrás. Quando eu digo que eles, e é claro estou
falando da maioria e do consenso geral, não bombardeariam civis, é porque não passa pela cabeça do brasileiro
um único motivo pelo qual isso seria justificável. Não temos inimigos internacionais, não somos vítimas de
terroristas. Nossos problemas são internos, como os traficantes. Mas não consigo imaginar para quê um
bandido brasileiro iria sequestrar um ônibus cheio de crianças. Não teria utilidade alguma.
Podemos ter muitos defeitos, mas nossa cultura, graças a deus, não está infestada com ódio e intolerância
religiosa, apesar de, com o perdão da palavra, haver alguns protestantes tentando implementar isso, e para variar
imitando os Norte-Americanos. Nos não temos massacres em colégios, e quando temos algo parecido é por algum
canalha debilóide resolveu imitar americanos. Não temos Waccos, nem Jim Jones, nem Heaven's Gates!
Já tivemos entretanto. Tivemos Canudos, Contestado, Farroupilha e similares. Mas diferente do que ocorre nos
EUA, isso ficou no passado. Hoje temos algumas imitações de Neo-nazistas, imitando advinhe quem? Mas duvido que
isso consiga se institucionalizar em nossa cultura, como o fez nos EUA.
Os americanos são detentores de uma inacreditável cultura de Medo. Eles inventaram medo de tudo! De Índios, de
Negros, de Chineses, de Russos, de ETs, até deles próprios. Há uma inacreditável indústria que lucra com a tensão
e o medo constante. No filme de Michael Moore "Tiros em Columbine", por sinal muito melhor que Fahrenheit 911, há
um dado simplesmente espantoso.
Quando os níveis de violência estão em alta, há um certo nível de divulgação da violência nos noticiários, de
sensacionalismo e ofertas de produtos de segurança. Quando houve quedas de 10 a 20% nos índices de violência, os
índices de divulgação de violência aumentaram em 500%!!! É algo inacreditável! Eles precisam manter o medo e a
tensão a todo custo. Boa parte do sensacionalismo da Guerra atual dos EUA foi motivado pela indústria de itens
de segurança. Além disso, é o único país do mundo onde itens de segurança como coletes a prova de bala e "salas
seguras" são anunciados na TV por garotos propaganda sorridentes!
Agora veja os filmes, os videogames, até os desenhos animados! Compare com os dos desenhos japoneses, que também
são violentos, mas observe bem e você notará uma incrível diferença de estilo na violência. Nos produtos japoneses
as lutas são violentas, as guerras, a vingança contra o vilão, a violência está sempre numa luta entre dois guerreiros,
e pode reparar, a violência num desenho japonês nunca é feita para ser engraçada! Os personagens, exceto os vilões,
sempre a vêem de modo agustiado.
Agora veja a violência nos produtos americanos. Estupros, espacamento de indefesos, chacinas e torturas contra
vítimas imobilizadas! A violência vai muito além da luta entre guerreiros, ela atinge a todos. Foram eles que
inventaram o odioso jogo CARMAGEDDON, onde o objetivo é atropelar o máximo possível de crianças, ajeijados e
velhinhas, algo que não se vê nem parecido no Japão. Para piorar, a violência nos desenhos é feita para ser
engraçada. Espancamentos e torturas intermináveis podem ser vistos desde os desenhos de Tom e Jerry até os
Looney Tunes, e espera-se que as crianças riam disso! Criaram uma das criaturas mais perversas que a mente humana
já pôde conceber, o Pica-Pau dentuço, e hoje temos os inacreditavelmente grotescos Happy Tree Friends e
similares!
É uma cultura doente em diversos aspectos. Muitos rapazes de cidade de interior TEM que demonstrar sua masculinidade
caçando animais silvestres! Há inúmeros grupos de Rap incitando escancaradamente a violência. Usa-se o termo
Loser de um modo sem paralelo em qualquer outra cultura, num ambiente onde a competição não é uma simples opção.
E a temática dos garotos indefesos perseguidos por valentões é tão onipresente nos filmes que, se isso for ao menos
20% verdade, massacres como o de Columbine não deveriam nos surpreender.
Tudo isso está presente na mentalidade Norte-Americana, por sorte contrabalançado pelo oposto, de tão altos e nobres
valores quanto o seu inverso, que infelizmente tem estado mais em evidência, inclusive na mentalidade dos políticos, em
especial na do atual governo.
Agora repare na ambientação dos desenhos de Tom e Jerry, o Sul dos EUA. De onde veio a Klux-Klux-Klan? E os
Neo-Nazistas? E o God-Hates-Fags? E os mais cruéis índices de racismo? E, me perdoe, de onde vem o
Governo Bush e o Fundamentalismo Cristão? Criacionismo incluso. Não é surpreendente que haja quem misture tudo
num saco só na hora de fazer suas críticas levianas.
O Brasil não é assim. É muito diferente. Estamos longe de sermos santos, e temos problemas terríveis. Mas alguns
nós não temos. Os EUA tem TODOS os nosso problemas e muito mais. Me impressiona que sejam vistos como um país de
Índice de Desenvolvimento Humano tão alto.
É por isso que acho que apesar de muitos de nossos políticos serem execráveis, eles ainda estão num grau de
perversão a menos que os piores norte-americanos.
Quando digo que o governo de George War Bush é possivelmente a pior desgraça que o mundo já viu desde o fim da
Segunda Guerra Mundial, é principalmente por isso. Porque ele encarna tudo o que há de pior nos EUA, a essência da
paranóia, da arrogância e da hipocrisia.
E há 50 Milhões de Cretinos que o apóiam.
Palavras de Jesus: Espero ter deixado clara minha posição, e peço desculpas se fui parcial. Cordialmente, Rafael Pavani
Marcus, esqueci de citar: Bill Clinton disse, durante a inauguração de sua biblioteca presidencial: "Durante a campanha, eu me perguntava se era a única pessoa no país que gostava tanto de George W. Bush quanto de John Kerry. São dois grandes homens que amam nosso país." Está na sessão Veja Essa da Veja desta semana. Será que Bush é mesmo tão mau? Não estou nem dizendo apenas mau, mas sim TÃO mau como ele foi retratado.
Clinton é um habilíssimo político. Ele nunca iria falar abertamente contra Bush num país onde 50 Milhões o apóiam.
É uma raposa das mais espertas. Longe de ser um santo, Clinton é o sujeito que provavelmente conseguiria fazer o
que eu falei, mobilizar o mundo inteiro contra o terrorismo. É um cara tão sutil, como disse o próprio Michael Moore
que não lhe poupa críticas, que consegue ferrar você e ainda lhe fazer dizer obrigado.
Não sei o que ele realmente pensa de Bush, mas tenho quase certeza de que ele não é um mau sujeito. Apenas fez
o que qualquer um faria na sua posição, e se tem sua grande dose de malandragem, graças a seus muitos anos na política,
ao menos sabe ser simpático, e sabe jogar de modo a ser minimamente favorável para todas as partes envolvidas.
Bush é sua absoluta antítese. Por isso eu tenho bons motivos para desconfiar dessa frase.
Estive lendo alguns artigos do Olavo de Carvalho depois que você o citou, e não li nada a respeito dele contra o Bush. A posição dele parece ser semelhante à minha, inclusive com relação aos atentados de 11 de setembro. Ele parece sensato. Obs: pode associar minhas mensagens para responder de uma vez, se quiser.
Olavo de Carvalho é um filósofo de extremissíssima Direita. Chega a ser
destoante. Sendo assim, ele jamais poderia fazer outra coisa que ser sempre contrário aos Democratas Norte-Americanos,
bem como a toda a qualquer tipo de linha política brasileira que não seja extrema direita conservadora purríssima.
Como praticamente não existe mais tal linhagem política no Brasil, Olavo de Carvalho acaba sendo um homem ao menos
30 anos fora de seu tempo.
E por esse motivo que ele não perde uma oportunidade de atacar os adversários de Bush, que são os progressistas.
Mas mesmo assim, mesmo com tudo isso, ele jamais disse uma única palavra em defesa direta do governo Bush. Ou ao menos
eu nunca vi. Quando o diz, o diz dos EUA como nação.
É fácil deduzir o porquê. Sendo um homem erudito, de profunda intelectualidade e inimigo ferrenho da Burrice, é difícil
que simpatize com uma figura tão tacanha como Bush. Além do mais, com certeza não vê com bons olhos a destruição da
cidade de Bagdá e o massacre do povo Muçulmano, que tanto quanto o povo Judeu, ele vê com bons olhos, uma vez que é um
largo defensor das grandes religiões.
Por outro lado chega a ser uma pena que ele nunca tenha se pronunciado a favor de Bush, pois com certeza conseguiria
montar um discurso implacavelmente coeso e convincente, servindo de contra ponto a todos os outros intelectuais.
Sobre sua sensatez, concordo em grande parte, só não com relação à visão de mundo que ele tem referente à tensão
progressista e conservadora. Compartilho com ele a visão praticamente única e isolada de que a Esquerda praticamente dominou
o mundo Livre. A Direita encontra-se em franco recuo a medida que, como ele diz, os intelectuais de esquerda parecem dominar
a mídia e a política. No entanto, o que ele vê de modo pessismista, eu vejo de modo otimista. Tenho certeza de que foi
exatamente graças a isso que o mundo melhorou, ou vinha melhorando, na segunda metade do século XX.
Ao contrário do que pensa a grande maioria, Olavo de Carvalho e eu concordamos que o "Comunismo" não só não foi
derrotado, como na verdade se tornou ainda mais forte no âmbito global. Apenas está dilúido. Agora quanto às
consequências disso, nossa opinião e diametralmente oposta.
Amigavelmente
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