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Marcus Valerio XR

Quarta Mensagem de

André Maximiano Serpa

sobre o site
CRITICANDO KARDEC

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Caro Marcus:

Desculpe a demora, mas neste fim de ano tive que tirar uns dias para recarregar as baterias. Agora refeito, gostaria de dar continuidade ao nosso debate. Respeito sua forma de pensar, e a maior provam disso é que estamos já há algum tempo dialogando, mas discordo de algumas posições suas, embora em muitos pontos tenhamos chegado a um entendimento. Vamos então esclarecer alguns pontos da última mensagem:

1 - Já que você diz não ter cabimento definir o que é Ciência segundo pensadores de mais de 2000 anos, embora eles (gregos) tenham polemizado e analisado sobre quase todos os assuntos já pensados pelo homem de um modo riquíssimo, que tal dar uma olhadinha nos textos de Edwin Burtt: “As Bases Metafísicas da Ciência” pág 220 a 232. São textos interessantes sobre uma visão pouco afeita de muitos céticos, a respeito do brilhante Isaac Newton que afirmou abertamente que Deus estava na base de suas teorias (logo ele, tido por muitos como baluarte de uma ortodoxia científica materialista!).

Também citei anteriormente Abbagnano em obra nada antiga de 1982.
Cito agora Thomas S. Kuhn e Isaac Epstein (este analisa o primeiro em “Thomas S. Kuhn: A Cientificidade Entendida Como Vigência De Um Paradigma” (IMES, ECA-USP)). Também cito P. K. Feyerabend.
Tanto Kuhn quanto Feyerabend mostram a inoperância das normas universais (entenda como reducionismo à física e à matemática) para aferição do produto da atividade científica, a partir de evidências historiográficas e sociológicas.
Karl Popper formulou o “princípio de falsificabilidade”. Para ele, “é a possibilidade de falsificar uma hipótese científica que permite a correção e o desenvolvimento das teorias científicas, e em última análise o progresso da ciência, embora nenhuma teoria possa jamais ser fundamentada de forma conclusiva. O conhecimento é portanto essencialmente conjetural, sendo impossível a certeza definitiva”(Japiassú, H. e Marcondes, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro, Zahar, pág.217,1996.).
Portanto, a Ciência não é uma caixinha fechada, totalmente delimitada e estabelecida. Embora muitos afirmem o contrário, existe sim, uma vertente científica dentro do Espiritismo.
Para refletirmos: “... nossa concepção de mundo é tão vazia que não contém quase nada... O que desenterramos na base de todo fenômeno é um sistema de símbolos ligados por equações matemáticas. A isto fica reduzida a realidade física que passou pela prova dos métodos que o físico sabe aplicar. Um sistema esquelético de símbolos declara por si mesmo a sua vacuidade... O esqueleto é a contribuição da física ao Problema da Experiência; a partir do momento que se pretende rechear o esqueleto a física se mantém afastada...” A. Eddington (Nouveax Sentiers de la Science, Paris, Hermamm, pág. 408, 1936).
O que sou eu? Muitos diriam que em última instância, sou um aglomerado de partículas chamadas de átomo. Mas o que é um átomo? A grosso modo, é uma estrutura formada por um núcleo e rodeada por uma eletrosfera. O primeiro seria como uma laranja no meio de um campo de futebol, como o Maracanã. E o elétron, estrutura presente na eletrosfera, mais próximo, seria algo no último degrau da arquibancada! Desculpem-me, mas me deu um vazio íntimo tão grande!!?
Lembremo-nos de que cerca de 74% do Universo (daquilo que estamos imersos) é formado pelo grande enigma chamado matéria (?) escura.
Em 1931, Kurt Gödel mostrou que certos problemas não podem ser solucionados por nenhum conjunto de regras ou procedimentos. “O Teorema da Incompletude de Gödel fixou limites fundamentais para a Matemática. Foi um grande choque para a comunidade científica, pois derrubou a crença generalizada de que a matemática era um sistema coerente e completo baseado em um único fundamento lógico. O teorema de Gödel, o princípio da incerteza de Heisenberg e a impossibilidade prática de seguir a evolução até mesmo de um sistema determinado que se torna caótico formam um conjunto fundamental de limitações ao conhecimento científico que só veio a ser reconhecido durante o século XX.” ( Stephen Hawking, O Universo Numa Casca De Noz, Arx, 2002, pág. 139.)
Sendo assim, não adianta insistir com o argumento quadrado e ultrapassado de só existe ciência verdadeira dentro de padrões matemáticos e físicos. Isso é radicalismo e falta de visão.
Volto a frisar que o Espiritismo não é e nem quer ser ciência tradicional, ortodoxa e reducionista (restrita à física e à matemática), mas nem por isso, deixa de ser ou não possa ser chamado de ciência, já que esta mesma, não se encontra totalmente fechada. Ao contrário, pode e precisa ser renovada e ampliada (como foi por Kardec). O Espiritismo não propõe a exclusão da Matemática e da Física, mas a ampliação dos meios de captação e entendimento da realidade que nos cerca. De todo modo, em breve publicarei meu texto: “A Matemática e a Lógica como base para o paradigma do espírito”.

2 - “Em minhas respostas insisti bastante em exemplos que mostravam que muitas idéias de Kardec também em nada eram originais, posição que você não contestou”.

Não questionei porque muito provavelmente se trata de uma verdade. O Espiritismo não traz grandes novidades, se bem que apresente idéias esparsas aqui e ali num todo racional e coerente. Contudo, ouso afirmar que até os dias atuais, nenhuma outra doutrina conseguiu englobar todos esses conhecimentos e fornecê-los a quem quiser se interessar, de uma forma simples isenta de misticismos, inteligível e racional. Filosofia socrática, pensamento iluminista, ideais de Comenius e pedagogia de Pestalozzi foram algumas das fontes bebidas por Kardec. Basta ver o excepcional “Para Entender Kardec” da lúcida jornalista e doutora em pedagogia Dora Incontri. Este livro traz um competente apanhado histórico, filosófico e religioso da história contemporânea, inserindo, interligando e contrapondo o Espiritismo à Reforma, aos ideais de Rosseau, à Jan Huss, à Jan Amos Comenius, ao Marxismo e aos pensadores pós-modernos, especialmente Nietzsche. Também faz um apanhado de aspectos positivos e negativos do Espiritismo no Brasil.
Em concordância com a autora, destaco que a principal contribuição de Kardec à humanidade (embora ainda não compreendida mesmo pelos espíritas) foi um novo método de análise da realidade: experiência (empirismo), lógica, razão e revelação (intuição)_ todos esses instrumentos juntos e não apenas um isoladamente, se policiando uns aos outros, se contrapondo e principalmente se complementando. É a busca do conhecimento e do saber por esses vários mecanismos de percepção do mundo sem predominâncias ou detrimentos.

3 - “Isso é bastante sensato, mas devemos lembrar que poderão haver situações onde um contradiga o outro. E nesse caso, como decidir?”.

Kardec nos esclarece em O E.S.E. (Introdução, parag. 7, pág. 30, Ed. FEB): “ Toda teoria em manifesta contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos já adquiridos, deve ser rejeitada, por mais respeitável que seja o nome que traga como assinatura”.
Devemos decidir então, com lógica, coerência e, sobretudo, com ponderação. O Espiritismo não contradiz a ciência, mas ao contrário, a complementa em um campo que ela não consegue por si só penetrar: o espírito. Por acaso existe algo que o Espiritismo diz que a Ciência ortodoxa prove estar errado? Certamente que não. Mas caso houver, façamos o que Kardec disse acima.

4 - O Espiritismo também tem embasamento em inúmeros estudos científicos que comprovam a existência do espírito embora pouco conhecidos do grande público e mesmo entre os espíritas. Ernesto Bozzano, Alexandre Aksacof, William Crookes, Ian Stevenson, Charles Richet e J. B. Rhine são alguns dos pesquisadores, sendo que uns nem eram espíritas e outros até então verdadeiros céticos. Como é o caso de W. Crookes (*), um dos maiores cientistas de sua época que a convite da rainha Vitória investigou os fenômenos e posteriormente declarou no Parlamento Britânico a bradas vozes, para espanto de muitos de seus colegas, que o espírito sobrevive à morte corporal.

(*) célebre químico e físico inglês, nasceu em 1832, e foi nomeado no 1o escrutínio em 1863, membro da Real Sociedade de Londres. Aos 20 anos, escreveu trabalhos de grande mérito sobre a luz polarizada; pouco tempo depois, descreveu detalhadamente o espectroscópio, publicando estudos sobre espectros solar e terrestre. Publicou outros sobre as propriedades ópticas das opalas e deu a conhecer um microscópio espectral; ocupou-se da intensidade da luz e a Física lhe é devedora de um fotômetro de polarização. Astrônomo do Observatório de Radcliffe, em Oxford, seus trabalhos sobre meteorologia são notáveis, e não o são menos os de fotografia celeste. Em 1855, com apenas 23 anos, efetuou trabalhos fotográficos da Lua, sendo honrado e premiado pela R. S. de Londres. Mais tarde foi nomeado para ir a Oran e Ceilão, em comissão, para efetuar avaliações astronômicas. Em 1879, expôs no Bacterin Lecture, seu trabalho sobre “Iluminação de linhas de pressão molecular e trajetória de moléculas”, dando-nos a conhecer, de algum modo, um estado de matéria de tenuidade excessiva, e do qual apenas se podia formar uma idéia. Além disso, escreveu sobre medicina, higiene e o curativo da peste bovina, popularizando o uso do ac. fênico. Publicou um tratado de análise química que hoje é um clássico; descobriu um processo de amalgamação com sódio, o único atualmente empregado na Austrália, América do Sul e Califórnia. Descobriu o Tálio, novo corpo simples (tab. periódica), tendo gasto 8 anos de investigação do seu peso atômico. Seus estudos sobre o quarto estado da matéria, ou estado radiante, e o radiômetro, bastariam para lhe dar a reputação de sábio. ( Um Caso De Desmaterialização, de Alexandre Aksacof, pág. 159,FEB, 1994)
Se não me engano, Charles Richet foi ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia. Percebe-se que não estamos falando de pessoas inocentes, ignorantes ou que precisassem de destaque com as então novas descobertas. Muitos desses fenômenos foram acompanhados por pessoas sérias, honradas e de moral ilibada, basta consultar as fontes e documentos.

5 - Sobre a Teoria da Evolução; “... E mesmo que não houvesse estudos bioquímicos, há inúmeras evidências geográficas, estatísticas, anatômicas, taxonômicas e etc...(...) E por fim, o que você quis dizer com estudo bioquímico conclusivo que demonstre a teoria? Já não bastou a simples demonstração inequívoca de parentesco de DNA?”

Bom. Primeiramente gostaria de reafirmar minha posição favorável ao Evolucionismo, com a séria ressalva da intervenção inteligente nos mecanismos da evolução conforme dito anteriormente. Mas voltando ao contexto do diálogo anterior, poderia dizer que evidências geográficas, estatísticas, anatômicas e taxonômicas não responderiam aos “anseios da ciência atual” já que as primeiras se modificam a cada dia com novos e às vezes contraditórios dados. As segundas, como disse na mensagem anterior seriam passíveis de erros e manipulações. E as duas últimas, seriam rarefeitas para os modernos conhecimentos científicos atuais, não resistindo a uma depurada análise bioquímica.
O que eu quis dizer é que não basta comparar o genoma de apenas dois espécimes. Se compararmos o DNA de um homem com um rato acharemos grandes similaridades conforme divulgado pelo Projeto Genoma, mas não somente por isso, afirmar-se-ia que um descende do outro. Seria necessária a comparação de vários espécimes diferentes em uma gradação de distinção, coisa que até hoje ainda não foi feito (se tiver algum trabalho por favor me mostre).
Seguindo esse suposto raciocínio, caso se desprezasse o conhecimento da “ultrapassada ciência do século XIX” (como muitos detratores de Kardec afirmam), teríamos que desprezar o também contemporâneo Darwinismo. Fato este que não concordo. Só o fiz para demonstrar o quanto se criou, erradamente, um conceito e uma delimitação precária e enganosa para a Ciência. Podemos e devemos sim, aperfeiçoar esses conhecimentos, mas nega-los seria uma incoerência. Portanto, eliminando-se os radicalismos e excessos, o Espiritismo, indubitavelmente, possui uma vertente científica. É evidente que esta venha apresentar falhas e deficiências, mas as outras ciências também a possuem.

6 - “E, sobretudo, questionar um dos tríplices aspectos de uma doutrina (aspecto científico) que é inseparavelmente trina, conforme os dizeres do seu codificador, é como querer tirar um pé de uma mesa de três pés, e esperar que ela não caia. Portanto, não me parece coerente essa idéia de não querer abalar o Espiritismo”

“Quer dizer então que tal aspecto (ciência espírita) não pode ser questionado?!?! Tem que ser aceito cegamente?!”
Marcus, vou desculpá-lo. Você não entendeu a minha colocação. Quando eu disse questionar o aspecto científico, disse no sentido de não aceitar a ciência espírita como ciência, coisa que abertamente você já declarou. O que eu questionei é a sua afirmação do Espiritismo ser somente filosofia e religião. Em meus textos anteriores e também neste, expus o porque afirmo que o Espiritismo também é ciência.

7 - Evidências conclusivas apresentadas pelo Espiritismo:

-Fotografias são documentos não sugestionáveis;
-Pesos diferentes de um mesmo espírito em uma mesma seção, sem alteração de vestimentas. Impossível de se fazer um grande regime instantâneo.
-Modelos em gesso de mãos e pés obtidos de parafina fervente (a mais de oitenta graus centígrados _ que provocariam queimaduras em encarnados), os quais só poderiam se manter intactos, após o resfriamento e solidificação, pela desmaterialização do espírito, em razão dos menores diâmetros do tornozelo e do pulso em relação aos pés e mãos, respectivamente.
-Assinaturas idênticas de pessoas falecidas desconhecidas do médium, em cartas psicografadas cujos conteúdos, apresentam-se em muitos casos, estritamente particulares e de conhecimento exclusivo do morto e da pessoa a cuja carta foi endereçada.
-Estudos com relatórios detalhados de crianças que apontam seus nomes, parentescos, residência e trabalho de vidas passadas. Estes são confirmados por descrições particulares detalhadas, documentos de cartório, registros necrológicos e fichas policiais. Ressalta-se que por vezes, estes foram encontrados em cidades longínquas, jamais visitadas na atual existência por elas (o próprio Júlio já atestou sua veracidade).
-Isso sem falar de filmagens, transcomunicação por aparelhos televisivos, gravadores de fita cassete, etc ...

8 - Evidências da pluralidade dos mundos habitados:

- Relatos dos próprios espíritos;
- Avistamentos coletivos de UFOS (cidades, lugarejos);
- Relatos de pilotos e tripulação de aviões (boengins);
- Relatos de astronautas como John Mitchel (Apolo 13) e russos da estação MIR;
- Documentos e relatórios militares (com publicações em revistas especializadas);
- Círculos Ingleses: desenhos geometricamente perfeitos com mais de duzentos metros de diâmetro feitos anualmente em plantações de fazendas da Inglaterra, desde meados de 1970 até os dias atuais;
- Desenhos de aviões e helicópteros em escritos de civilizações antigas, como a egípcia.
- Caso Roswell, EUA em 1957;
- Caso Varginha, Brasil em 1996. Incluindo a mobilização do Corpo de Bombeiros, Exército Brasileiro e Hospitais, culminando inclusive com a misteriosa morte de um soldado e a existência de testemunhas militares e civis, inclusive médico e enfermeiros;
- Filmes com comprovada análise de não adulteração.

Evidentemente, tudo isso é (nem sempre!) muito bem acobertado por uma política de menosprezo e ridicularização do fenômeno. Daí, divulga-se uma “Tiazinha” dizendo que um dirigível é um disco voador. Apresentam-se falsificações de filmes com o alarde do sensacionalismo e exploração comercial.
Afinal de contas é muito convincente a primeira versão do Exército (depois obviamente modificada) de que o que aconteceu em Varginha foi uma perseguição a um casal de anões famintos e enfurecidos por uma chuva de granizo (nunca vi nada tão ridículo! Rá rá rá!!!). Ou a versão apresentada pelos meios de comunicação ingleses de que se tratavam de dois velinhos “sapecas” que estavam fazendo os círculos nas plantações!
Como explicar a presença de radiação apenas nas áreas afetadas? E como os caules são dobrados em 90 graus sem se quebrarem? Porque as plantas situadas nas imediações dos círculos, e somente elas, possuem alterações gênicas e de crescimento?
Imaginem a cena: G. W. Bush em cadeia nacional e retransmissão para vários países do mundo: “A Força Aérea Norte-americana confirma que na noite passada, o espaço aéreo de nosso país foi invadido por objetos voadores não identificados (ÓVNIs ou UFOs) os quais, apesar de não terem sido captados por nossos radares, foram acompanhados por nossos caças até o seus desaparecimentos. A CIA e o FBI já foram acionados e analisarão o caso”. Ou ainda: “Admitimos que seres extra-terrestres estão presentes em nosso planeta”.
Resultado: quebra das bolsas de valores. Alta de preços. Correria, pânico, desespero! Afinal, se Jesus veio para salvar apenas os homens, então, isso só pode ser coisa do demônio!(levemos em conta a ignorância e a visão restrita de civilização e do Universo que muitos fiéis religiosos ainda possuem). Gritaria, roubos, suicídios.
Para os detentores dos poderes políticos, econômicos e religiosos, seria melhor deixar tudo como está, na manutenção do “status co” de nossas vidinhas materialistas egoístas e medíocres.

9 - “?!?! Onde alguém acusou os kardecistas de “se apossarem egoisticamente”?!?! Por favor . Deve ter havido algum engano.” Veja a subseção 3 “Kardecismo ou Espiritismo”. Destaco que modificações podem ter sido feitas pelo autor do site Criticando Kardec. Se acontecerem, serão muito bem vindas.

10 - Com relação à suposta insinuação da perfeição de Kardec e o desafio pela ausência de qualquer concessão de minha parte nos diálogos, peço que releia minha mensagem de n° 372. Ela fala por mim.

11 - Não me furtarei a escrever sobre a “Perfectibilidade da raça negra” de Kardec, na Revista Espírita de Abril de1962, o que espero fazer em breve.

Por fim, agradeço a oportunidade da exposição de idéias e da troca de conhecimentos. Continuarei, contudo, dentro de minhas limitações intelectuais, emocionais e de tempo a defender essa doutrina que me é fonte de alegria, esclarecimento, reforma íntima e ajuda ao próximo. Espero não ter extrapolado em minhas confabulações de cunho pessoal. Se o fiz, e estas vierem a distorcer ou denegrir o conteúdo da Doutrina Espírita, peço de antemão, desculpas aos espíritas e aos espíritos. Como disse Paulo de Tarso: “Analisai a tudo e guardai o que for de bom”. Que Jesus nos abençoe a todos!

Leopoldina, 11 de Janeiro de 2005.
Obs: Modificada em 11 de fevereiro de 2005.

André Maximiano Serpa


Olá André. Cá estou para mais um capítulo de nosso diálogo, que já estã se tornando um dos mais notáveis do site, visto que tem envolvido a participação de terceiros e atraído a atenção de muitos outros. Gostaria de reforçar que nossas divergências são, é claro, a parte interessante e útil de nossa conversa, caso contrário pouco teríamos a acrescentar um ao outro, e sendo assim, são sadias.
Em nome dessa saudável relação, vamos em frente.

1 - Já que você diz não ter cabimento definir o que é Ciência segundo pensadores de mais de 2000 anos, embora eles (gregos) tenham polemizado e analisado sobre quase todos os assuntos já pensados pelo homem de um modo riquíssimo, que tal dar uma olhadinha nos textos de Edwin Burtt: “As Bases Metafísicas da Ciência” pág 220 a 232.

Se não me engano até tenho este livro em casa, mas não consegui localizá-lo. Se for o que me lembro, trata-se de uma posição bastante conhecida por qualquer entusiasta da Filosofia da Ciência. Materialistas e Realistas Científicos podem ficar pouco à vontade com ele, mas não filósofos, especialmente Instrumentalistas Científicos como eu.
Quanto à definição de ciência, e sinceramente nem me lembro onde afirmei isso, o fato é que tomamos hoje em dia uma serie de significações muito diferentes. Os antigos pensadores gregos misturavam ciência com mística e filosofia. Astronomia com Astrologia. Matemática com Ocultismo. Portanto é uma afirmação que só posso corroborar. Não importa quão geniais tenham sido os gregos antigos, nós não podemos entender a CIÊNCIA de hoje em dia de acordo com as definições deles. E nem mesmo com a dos medievais dos modernos ou dos primeiros contemporâneos.
Geralmente quando me refiro a Ciência Contemporânea, estou pensando num sistema nascido na segunda metade do século XIX e consolidado no século XX.

Também citei anteriormente Abbagnano em obra nada antiga de 1982.
Cito agora Thomas S. Kuhn e Isaac Epstein (este analisa o primeiro em “Thomas S. Kuhn: A Cientificidade Entendida Como Vigência De Um Paradigma” (IMES, ECA-USP)). Também cito P. K. Feyerabend.
Tanto Kuhn quanto Feyerabend mostram a inoperância das normas universais (entenda como reducionismo à física e à matemática) para aferição do produto da atividade científica, a partir de evidências historiográficas e sociológicas.
Karl Popper formulou o “princípio de falsificabilidade”. Para ele, “é a possibilidade de falsificar uma hipótese científica que permite a correção e o desenvolvimento das teorias científicas, e em última análise o progresso da ciência, embora nenhuma teoria possa jamais ser fundamentada de forma conclusiva. O conhecimento é portanto essencialmente conjetural, sendo impossível a certeza definitiva”(Japiassú, H. e Marcondes, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro, Zahar, pág.217,1996.).
Portanto, a Ciência não é uma caixinha fechada, totalmente delimitada e estabelecida. Embora muitos afirmem o contrário, existe sim, uma vertente científica dentro do Espiritismo.
Para refletirmos: “... nossa concepção de mundo é tão vazia que não contém quase nada... O que desenterramos na base de todo fenômeno é um sistema de símbolos ligados por equações matemáticas. A isto fica reduzida a realidade física que passou pela prova dos métodos que o físico sabe aplicar. Um sistema esquelético de símbolos declara por si mesmo a sua vacuidade... O esqueleto é a contribuição da física ao Problema da Experiência; a partir do momento que se pretende rechear o esqueleto a física se mantém afastada...” A. Eddington (Nouveax Sentiers de la Science, Paris, Hermamm, pág. 408, 1936).

É interessante notar que você tem insistentemente apelado para citações que indiretamente sustentariam parte de seu ponto de vista. Curiosamente parece lhe passar desapercebidas muitas das implicações diretas dessas mesmas citações. No caso de Popper, a Falseabilidade. Já experimentou aplicar esse princípio ao espiritismo para ver o que acontece? O que você vai notar é que o espiritismo kardecista é nada menos que infalseável, ele se protege contra a verificação, tanto a posteriori, com hipóteses as hoc tais como declarar que a vida num outro planeta está numa "dimensão" paralela após se verificar sua não detecção, quanto a priori, ao colocar uma série de elementos como pertencentes a um "plano espiritual" que não pode ser diretamente verificado a partir do físico, salvo por intermédium de um "sensitivo" com toda sua subjetividade envolvida.
Curiosamente você faz suas citações e subitamente deriva uma afirmação conclusiva como: Portanto, a Ciência não é uma caixinha fechada, totalmente delimitada e estabelecida. Embora muitos afirmem o contrário, existe sim, uma vertente científica dentro do Espiritismo.
Mas como esse "portanto" pôde ser derivado dos parágrafos anteriores? Se é impossível a certeza definitiva, como isso pode lhe permitir que "Existe Sim" um vertente científica espírita? Não vi relação entre uma coisa e outra. Seria melhor você ter demonstrado que o princípio de Falseabilidade foi corretamente aplicado num âmbito espírita, o que parece bem pouco provável uma vez que você não parece disposto a abrir mão de nenhuma das asserções apriorísticas de Kardec, que sendo assim, se estabelecem absolutamente e além da possibilidade de falseamento.
Nossa ciência, sem dúvida, como disse Carl Sagan, não passa de uma pequena Vela cercada por um universo de escuridão. Mas é o que temos. O fato de ela ainda ser limitada não é base legítima para podermos livremente defender a existência de um mundo de "luzes invisíveis" que devem ser acreditadas mas não testadas.
Vejamos agora, nos próximos segmentos, como um mesmo estilo de no sequitur se repete.

O que sou eu? Muitos diriam que em última instância, sou um aglomerado de partículas chamadas de átomo. Mas o que é um átomo? A grosso modo, é uma estrutura formada por um núcleo e rodeada por uma eletrosfera. O primeiro seria como uma laranja no meio de um campo de futebol, como o Maracanã. E o elétron, estrutura presente na eletrosfera, mais próximo, seria algo no último degrau da arquibancada! Desculpem-me, mas me deu um vazio íntimo tão grande!!?

Um belo momento poético.

Lembremo-nos de que cerca de 74% do Universo (daquilo que estamos imersos) é formado pelo grande enigma chamado matéria (?) escura.

Informação interessante, mas será relevante?

Em 1931, Kurt Gödel mostrou que certos problemas não podem ser solucionados por nenhum conjunto de regras ou procedimentos. “O Teorema da Incompletude de Gödel fixou limites fundamentais para a Matemática. Foi um grande choque para a comunidade científica, pois derrubou a crença generalizada de que a matemática era um sistema coerente e completo baseado em um único fundamento lógico. O teorema de Gödel, o princípio da incerteza de Heisenberg e a impossibilidade prática de seguir a evolução até mesmo de um sistema determinado que se torna caótico formam um conjunto fundamental de limitações ao conhecimento científico que só veio a ser reconhecido durante o século XX.” ( Stephen Hawking, O Universo Numa Casca De Noz, Arx, 2002, pág. 139.)

Bom. Mostrou algumas questões problemáticas da matemática.

Sendo assim, não adianta insistir com o argumento quadrado e ultrapassado de só existe ciência verdadeira dentro de padrões matemáticos e físicos. Isso é radicalismo e falta de visão.

Agora veja só. "SENDO ASSIM..."
Sendo assim o quê?! Você anteriormente fez um comentário passional sobre o vazio em um átomo, depois citou uma porcentagem sobre a provável composição do Universo, e então invocou um dos problemas teóricos da matemática, e de repente me sai com essa conclusão?! O que uma coisa tem haver com a outra?
Denegriu o argumento com adjetivos como "quadrado" e "ultrapassado", e depois acusou-o de provir de radicalismo e cegueira. Mas onde você demonstrou qualquer falha no argumento de que PARA SER CIÊNCIA NATURAL É NECESSÁRIO APRESENTAR ESTRUTURAÇÃO MATEMÁTICA?!

Volto a frisar que o Espiritismo não é e nem quer ser ciência tradicional, ortodoxa e reducionista (restrita à física e à matemática), mas nem por isso, deixa de ser ou não possa ser chamado de ciência, já que esta mesma, não se encontra totalmente fechada. Ao contrário, pode e precisa ser renovada e ampliada (como foi por Kardec). O Espiritismo não propõe a exclusão da Matemática e da Física, mas a ampliação dos meios de captação e entendimento da realidade que nos cerca. De todo modo, em breve publicarei meu texto: “A Matemática e a Lógica como base para o paradigma do espírito”.

Eu poderia dizer a mesmíssima coisa do Vodu, da Macumba, do Satanismo e etc. Pelo visto, você parece apenas reinvindicar o direito de uso do termo Ciência em seu sentido mais frouxo. Ora, se como Ciência entendermos pura e simplesmente um discurso razoavelmente organizado sobre alguma coisa, então claro que Kardecismo é ciência! Mas se quiser trazer para si a mesma respeitabilidade de uma Química, Física, Biologia e afins, não pode querer se isentar de cumprir determinadas regras, entre as quais a subordinação a uma estrutura lógico e matemática de uso.
Não conhecemos outra forma de tornar qualquer área de estudo confiável. Esperarei portanto seu futuro texto, que talvez venha a trazer uma nova luz ao caso.

2 - “Em minhas respostas insisti bastante em exemplos que mostravam que muitas idéias de Kardec também em nada eram originais, posição que você não contestou”.

Não questionei porque muito provavelmente se trata de uma verdade. O Espiritismo não traz grandes novidades, se bem que apresente idéias esparsas aqui e ali num todo racional e coerente. Contudo, ouso afirmar que até os dias atuais, nenhuma outra doutrina conseguiu englobar todos esses conhecimentos e fornecê-los a quem quiser se interessar, de uma forma simples isenta de misticismos, inteligível e racional. Filosofia socrática, pensamento iluminista, ideais de Comenius e pedagogia de Pestalozzi foram algumas das fontes bebidas por Kardec. Basta ver o excepcional “Para Entender Kardec” da lúcida jornalista e doutora em pedagogia Dora Incontri. Este livro traz um competente apanhado histórico, filosófico e religioso da história contemporânea, inserindo, interligando e contrapondo o Espiritismo à Reforma, aos ideais de Rosseau, à Jan Huss, à Jan Amos Comenius, ao Marxismo e aos pensadores pós-modernos, especialmente Nietzsche. Também faz um apanhado de aspectos positivos e negativos do Espiritismo no Brasil.
Em concordância com a autora, destaco que a principal contribuição de Kardec à humanidade (embora ainda não compreendida mesmo pelos espíritas) foi um novo método de análise da realidade: experiência (empirismo), lógica, razão e revelação (intuição)_ todos esses instrumentos juntos e não apenas um isoladamente, se policiando uns aos outros, se contrapondo e principalmente se complementando. É a busca do conhecimento e do saber por esses vários mecanismos de percepção do mundo sem predominâncias ou detrimentos.

Concordo. Realmente o Kardecismo possui uma estruturação louvável em termo de síntese de conhecimentos. Sinceramente, considero-o muitíssimo superior a uma outra obra que lhe é contemporânea e similar em essência, a Doutrina Secreta de H.P. Blavatsky. Há um resumo sobre a história do conhecimento e religiões, presente se não me engano em Céu e Inferno, que eu tornaria um texto básico para educação fundamental secundarista.
Nesse ponto tenho que admitir que há méritos fabulosos na obra de Kardec.

3 - “Isso é bastante sensato, mas devemos lembrar que poderão haver situações onde um contradiga o outro. E nesse caso, como decidir?”.

Kardec nos esclarece em O E.S.E. (Introdução, parag. 7, pág. 30, Ed. FEB): “ Toda teoria em manifesta contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos já adquiridos, deve ser rejeitada, por mais respeitável que seja o nome que traga como assinatura”.
Devemos decidir então, com lógica, coerência e, sobretudo, com ponderação. O Espiritismo não contradiz a ciência, mas ao contrário, a complementa em um campo que ela não consegue por si só penetrar: o espírito. Por acaso existe algo que o Espiritismo diz que a Ciência ortodoxa prove estar errado? Certamente que não. Mas caso houver, façamos o que Kardec disse acima.

Ao que me parece, o Júlio em sua TERCEIRA MENSAGEM nos mostra vários destes casos.

4 - O Espiritismo também tem embasamento em inúmeros estudos científicos que comprovam a existência do espírito embora pouco conhecidos do grande público e mesmo entre os espíritas. Ernesto Bozzano, Alexandre Aksacof, William Crookes, Ian Stevenson, Charles Richet e J. B. Rhine são alguns dos pesquisadores, sendo que uns nem eram espíritas e outros até então verdadeiros céticos. Como é o caso de W. Crookes (*), um dos maiores cientistas de sua época que a convite da rainha Vitória investigou os fenômenos e posteriormente declarou no Parlamento Britânico a bradas vozes, para espanto de muitos de seus colegas, que o espírito sobrevive à morte corporal.

(*)
Se não me engano, Charles Richet foi ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia. Percebe-se que não estamos falando de pessoas inocentes, ignorantes ou que precisassem de destaque com as então novas descobertas. Muitos desses fenômenos foram acompanhados por pessoas sérias, honradas e de moral ilibada, basta consultar as fontes e documentos.

Gostaria de lembrar, e vou passar a fazer isso com frequência, que esses apelos a supostas autoridades são inúteis em nossa discussão.

5 - Sobre a Teoria da Evolução; “... E mesmo que não houvesse estudos bioquímicos, há inúmeras evidências geográficas, estatísticas, anatômicas, taxonômicas e etc...(...) E por fim, o que você quis dizer com estudo bioquímico conclusivo que demonstre a teoria? Já não bastou a simples demonstração inequívoca de parentesco de DNA?”

Bom. Primeiramente gostaria de reafirmar minha posição favorável ao Evolucionismo, com a séria ressalva da intervenção inteligente nos mecanismos da evolução conforme dito anteriormente. Mas voltando ao contexto do diálogo anterior, poderia dizer que evidências geográficas, estatísticas, anatômicas e taxonômicas não responderiam aos “anseios da ciência atual” já que as primeiras se modificam a cada dia com novos e às vezes contraditórios dados. As segundas, como disse na mensagem anterior seriam passíveis de erros e manipulações. E as duas últimas, seriam rarefeitas para os modernos conhecimentos científicos atuais, não resistindo a uma depurada análise bioquímica.

?!?!?!
Não deu pra entender. O que são as "primeiras", "segundas" e "últimas"?
Se como primeiras você estiver se referindo as evidências geográficas e estatísticas, então não posso acreditar que esteja falando sério. Parece que você não entendeu o que eu disse. Como evidências geográficas estou me referindo principalmente a distribuição das espécies através do globo. Se elas se modificam a cada dia com novos e contraditórios dados... Bem, ao menos da época de Darwin cangurus eram típicos da austrália, capivaras da América do Sul e Ursos Polares do círculo polar ártico. Se isso mudou meu amigo... Aí complica!
"Estatísticos" foi apenas para me referir a uma racionalização maior dos dados coletados. É claro que pode ser manipulado, mas não a ponto de depor contra dados fundamentais como os que nos permitem verificar a dinâmica de certas populações.
Agora, Anatomia e Taxonomia serem atualmente rarefeitas?! O que é isso?! O máximo que a análise de DNA fez foi corrigir algumas distorções na classificação.

O que eu quis dizer é que não basta comparar o genoma de apenas dois espécimes. Se compararmos o DNA de um homem com um rato acharemos grandes similaridades conforme divulgado pelo Projeto Genoma, mas não somente por isso, afirmar-se-ia que um descende do outro. Seria necessária a comparação de vários espécimes diferentes em uma gradação de distinção, coisa que até hoje ainda não foi feito (se tiver algum trabalho por favor me mostre).

O que você acha que os taxonomistas, biólogos e evolucionistas em geral tem feito nos últimos 50 anos!?!?!?

Seguindo esse suposto raciocínio, caso se desprezasse o conhecimento da “ultrapassada ciência do século XIX” (como muitos detratores de Kardec afirmam), teríamos que desprezar o também contemporâneo Darwinismo. Fato este que não concordo. Só o fiz para demonstrar o quanto se criou, erradamente, um conceito e uma delimitação precária e enganosa para a Ciência. Podemos e devemos sim, aperfeiçoar esses conhecimentos, mas nega-los seria uma incoerência. Portanto, eliminando-se os radicalismos e excessos, o Espiritismo, indubitavelmente, possui uma vertente científica. É evidente que esta venha apresentar falhas e deficiências, mas as outras ciências também a possuem.

Nada tem que ser desprezado, mas acontece que o Darwinismo original já está há muito superado. O que temos hoje, a Teoria Sintética da Evolução, incorpora elementos do século XX, e vem cada vez mais se aperfeiçoando frente a novos dados. O Evolucionismo não para. Ele Evolui! Recebendo dados da genética, da etologia, geografia, paleontologia e etc. Em meu texto Teoria da Evolução, conto um pouco deste processo. Agora quero ver você me mostrar algo remotamente parecido com o Kardecismo.
Que atualizações, revisões e aperfeiçoamentos o Kardecismo tem sofrido? Que não sejam, é claro, recuos como no caso da vida em outros mundos. A doutrina de Kardec continua extremamente monolítica.

Fica muito estranho você colocar em xeque a base fundamental do Evolucionismo biológico, como as evidências geográficas e taxonômicas, e ainda se declarara "favorável ao evolucionismo". A Taxonomia e Biogeografia são absolutamente fundamentais para a Evolução Biológica. Sem elas creio que tudo desabaria. Aliás na sua condição Kardecista nem faz muito sentido essa desconfiança com a Evolução. Kardec a tem como fato certo.

6 - “E, sobretudo, questionar um dos tríplices aspectos de uma doutrina (aspecto científico) que é inseparavelmente trina, conforme os dizeres do seu codificador, é como querer tirar um pé de uma mesa de três pés, e esperar que ela não caia. Portanto, não me parece coerente essa idéia de não querer abalar o Espiritismo”

“Quer dizer então que tal aspecto (ciência espírita) não pode ser questionado?!?! Tem que ser aceito cegamente?!”
Marcus, vou desculpá-lo. Você não entendeu a minha colocação. Quando eu disse questionar o aspecto científico, disse no sentido de não aceitar a ciência espírita como ciência, coisa que abertamente você já declarou. O que eu questionei é a sua afirmação do Espiritismo ser somente filosofia e religião. Em meus textos anteriores e também neste, expus o porque afirmo que o Espiritismo também é ciência.

Negativo! Você fez essa afirmação em relação ao Júlio! Não a mim. Releia o que eu lhe respondi:

"O Júlio em momento algum pretendeu invalidar o aspecto científico do Kardecismo, mas sim criticá-lo! Apontar-lhes os erros, sugerir mudanças e cobrar revisões e correções! Exatamente o que se espera de uma Ciência!
Já eu sim, afirmo um pouco mais duramente que o Kardecismo não pode ser Ciência, por motivos que já expliquei antes e que não foram abordados por você, que posso resumir em: 1- Afirmações sobre a Natureza demais para ser uma Ciência Social, 2 - Ausência de Matemática, o que inviabiliza sua posição como Ciência Natural. Mas isso só abalaria a doutrina se você insistir em sustentar uma concepção de Ciência ultrapassada, e/ou que a parte científica do Kardecismo tenha que se enquadrar em nossos parâmetros de Ciência tradicionais, onde espero ter deixado claro porque não se enquadra."

O Júlio não declarou não aceitar o Kardecismo como ciência, mas sim estar a criticá-lo! Seu comentário não pode estar se referindo à minha resposta e colocação, que foram feitas posteriormente.

7 - Evidências conclusivas apresentadas pelo Espiritismo:

-Fotografias são documentos não sugestionáveis;

???

-Pesos diferentes de um mesmo espírito em uma mesma seção, sem alteração de vestimentas. Impossível de se fazer um grande regime instantâneo.

Pesos de espíritos??? Você quer dizer variações na massa corporal do médium antes e depois de uma incorporação?

-Modelos em gesso de mãos e pés obtidos de parafina fervente (a mais de oitenta graus centígrados _ que provocariam queimaduras em encarnados), os quais só poderiam se manter intactos, após o resfriamento e solidificação, pela desmaterialização do espírito, em razão dos menores diâmetros do tornozelo e do pulso em relação aos pés e mãos, respectivamente.

???

-Assinaturas idênticas de pessoas falecidas desconhecidas do médium, em cartas psicografadas cujos conteúdos, apresentam-se em muitos casos, estritamente particulares e de conhecimento exclusivo do morto e da pessoa a cuja carta foi endereçada.

Que inclusive são citados pelo Júlio. Me parece ser uma evidência forte a favor da psicografia mediúnica.

-Estudos com relatórios detalhados de crianças que apontam seus nomes, parentescos, residência e trabalho de vidas passadas. Estes são confirmados por descrições particulares detalhadas, documentos de cartório, registros necrológicos e fichas policiais. Ressalta-se que por vezes, estes foram encontrados em cidades longínquas, jamais visitadas na atual existência por elas (o próprio Júlio já atestou sua veracidade).

Também são casos importantes, se pudermos confiar nas fontes. O principal problema é que mesmo dentro do âmbito parapsicológico, há outras explicações. Como telepatia, clarividência e similares. Tais fenômenos não necessariamente implicariam em reencarnação. Em meu texto de ficção científica Conversando com o Diabo - Parte 2, mais especificamente a partir do tópico "VIDA PÓS-MORTE"desenvolvi uma hipótese explicativa alternativa para fenômenos similares, que apesar de ainda ousada em extrapolações, me parece mais simples que a hipótese espírita.
Além de tudo isso, esses casos são extremamente particulares e não permitem uma verificação externa segura. Somente os diretamente envolvidos podem ter alguma certeza de que não estão diante de um embuste ou de um mal entendido, mas como um pesquisador externo pode ter certeza da validade dos dados? É por demais subjetivo. Além do que a Psicologia Cognitiva também tem explicações bem interessantes.

-Isso sem falar de filmagens, transcomunicação por aparelhos televisivos, gravadores de fita cassete, etc ...

Quanto a isso, sou extremamente cético. Vejo a idéia de transcomunicação como uma violação direta do isolamento da dualidade espírito matéria, na realidade, é algo que para o Kardecismo, cai num dilema bem estranho, que formulei em meu Glossário de Hipóteses, como BARREIRA DE TRANSCOMUNICAÇÃO.
Nesse caso porém me parece mais grave, pois considerando todos os dados oriundos do próprio Kardecismo sobre a constituição dos espíritos, me parece que dispositivos de telecomunicação eletromagnética jamais deveriam ser capazes de detectá-los! Não faz sentido! Eles deveriam ser detectados somente pelas Mentes, no caso pelos Médiuns, devido ao perispírito.
Caso contrário, para que um sistema eletromagnético pudesse ser sensível a emanações do plano espiritual, reza a simples lógica que essa sensibilidade deveria se dar bi-lateralmente, o que abre uma série de desdobramentos estranhíssimos, como sermos capazes de afetar os espíritos com dispositivos eletromagnéticos ao melhor estilo caça-fantasmas, e numa certa hipótese de que uma explosão nuclear, ao gerar uma violento pulso eletromagnético, deveria além de ser capaz de afetar as mais diversas frequências e comprimentos de ondas, ser também capaz de afetar o plano espiritual, e por aí vai.
Para resumir digo o seguinte. Os planos espiritual e material, em se tratando de dualismo, deveriam ser totalmente isolados um do outro a exceção do "mecanismo" específico que os interage, no caso seria o perispírito. (O que ainda assim não soluciona o problema da interação das duas substâncias). Nesse caso, a transcomunicação seria impossível. No caso contrário, de ambos os planos serem intercambiáveis, então a transcomunicação seria possível, mas não seriam substâncias distintas, indo contra a própria asserção de Kardec de que há um plano Espiritual distinto do físico.
Para concluir observe que a tecnologia de telecomunicações, sem exceções, tem mostrado um avanço colossal em todas as áreas. Transmissão de TV, telefonia, Internet, observação radiônica do espaço profundo, microscopia eletrônica e etc. Por que o mesmo não se dá na transcomunicação?

8 - Evidências da pluralidade dos mundos habitados:

- Relatos dos próprios espíritos;

Isso não me parece relevante.

- Avistamentos coletivos de UFOS (cidades, lugarejos);
- Relatos de pilotos e tripulação de aviões (boengins);
- Relatos de astronautas como John Mitchel (Apolo 13) e russos da estação MIR;
- Documentos e relatórios militares (com publicações em revistas especializadas);
- Círculos Ingleses: desenhos geometricamente perfeitos com mais de duzentos metros de diâmetro feitos anualmente em plantações de fazendas da Inglaterra, desde meados de 1970 até os dias atuais;
- Desenhos de aviões e helicópteros em escritos de civilizações antigas, como a egípcia.

Aqui entramos na Ufologia. É muito perigoso, me parece, recorrer a uma mitologia para corroborar a outra. Tenho um texto rápido sobre o tema em OS ETS VIRARAM DEUSES. Mas recomendo mesmo é o excelente site CETICISMO ABERTO. Lá você encontrará ótimos textos sobre Ufologia e Paranormal em geral.

- Caso Roswell, EUA em 1957;
- Caso Varginha, Brasil em 1996. Incluindo a mobilização do Corpo de Bombeiros, Exército Brasileiro e Hospitais, culminando inclusive com a misteriosa morte de um soldado e a existência de testemunhas militares e civis, inclusive médico e enfermeiros;
- Filmes com comprovada análise de não adulteração.

O fato de um filme não ser adulterado não é suficiente para sustentar que o que se vê é o que se propõe. Geralmente os filmes de OVNIs não mostram mais que manchas difusas no céu ou efeitos luminosos que podem ter as mais diversas causas.
O caso Roswell, sinceramente, não me parece mais do que uma bela lenda moderna, com direito a todas as mais confusas versões, ausência de evidência e teoria de conspiração. Mas o caso Varginha me parece ainda mais flagrante. Visto do ponto de vista paranóico do mundo maravilhoso das teorias de conspiração, parece fazer um sentido coerente, mas analise de um ponto de vista cético, com bons conhecimentos de psicologia e sociologia, e você verá todos os elementos típicos de um mito moderno.
Não duvido, em nenhum destes casos, que correspondam a algo real, mas não tenho a menor dúvida que ainda assim tal realidade estaria imersa em mais de 95% de distorção. No entanto, cético como sou, diante da total falta de evidência ou ao menos de uma explicação razoável, não tenho outra posição a não ser entender tudo como uma tremenda fantasia.
Mas o que realmente quero dizer, é que não me parece nem um pouco saudável interligar essas crenças, principalmente numa relação de dependência. Pior do que ceticismo seletivo, o mau hábito de ser cético com um categoria de coisas e crédulo com outras, é ser crédulo com tudo.
A ufologia, com raras exceções, tem sido uma verdadeira colcha de retalhes colando alguns poucos casos interessantes com uma vasta gama de bobagens, misturando religiões, cristais, PSI e etc.
Recomendo muitíssimo cuidado com isso.

Evidentemente, tudo isso é (nem sempre!) muito bem acobertado por uma política de menosprezo e ridicularização do fenômeno. Daí, divulga-se uma “Tiazinha” dizendo que um dirigível é um disco voador. Apresentam-se falsificações de filmes com o alarde do sensacionalismo e exploração comercial.
Afinal de contas é muito convincente a primeira versão do Exército (depois obviamente modificada) de que o que aconteceu em Varginha foi uma perseguição a um casal de anões famintos e enfurecidos por uma chuva de granizo (nunca vi nada tão ridículo! Rá rá rá!!!).

Sinceramente nunca ouvi falar de tal versão. Ouvi sim uma a respeito de que até 8 horas após o suposto avistamento, ninguém ter pensado em UFO ou ETs, mas sim numa assombração ou num "diabo", e que somente após a interveção de um ufólogo é que o boato se transformou para o sofisticado linguajar de avistamento de uma "Entidade Biológica Desconhecida", que sabe-se lá porque foi atribuída a um ET, visto que não houve nenhum relato sequer coerente de avistamento de OVNIs.
Isso denuncia uma tendência muito suspeita, o de enviesar qualquer fenômeno inexplicado pelo ponto de vista da moda. Em outros contextos, teríamos o "Diabo de Varginha", o "Chupacabras de Varginha", "O Duende de Varginha" e similares.

Ou a versão apresentada pelos meios de comunicação ingleses de que se tratavam de dois velinhos “sapecas” que estavam fazendo os círculos nas plantações!

Vale lembrar que em mais de um caso os responsáveis apareceram e demonstraram como faziam tais círculos. Há um exemplo em Doug & Dave: Fabricantes de Círculos.

Como explicar a presença de radiação apenas nas áreas afetadas? E como os caules são dobrados em 90 graus sem se quebrarem? Porque as plantas situadas nas imediações dos círculos, e somente elas, possuem alterações gênicas e de crescimento?

Essa da radiação eu não tenho conhecimento, mas seria muito simples, bastaria irradiar os instrumentos usados para fazer os círculos. Qualquer laboratório pode fornecer materiais radioativos de pouca ou nenhuma periculosidade.
Dobrar um caule a 90o sem quebrá-lo é algo muito simples para a maioria dos vegetais flexíveis, e que após isso eles apresentem alterações de crescimento é mais do que óbvio. Alterações gênicas? Não sei. A radioatividade explicaria.
Você pode citar as fontes destas informações.
De qualquer modo, produzir desenhos em plantações é algo muito simples, não digo que seja fácil. De um pulinho em www.circlemakers.org/, um grupo de joven especializado nisso, e pode se preparar para babar!

Ah! Acabo de achar um ótimo link Círculos nas Plantações. Parece ter tudo.

Imaginem a cena: G. W. Bush em cadeia nacional e retransmissão para vários países do mundo: “A Força Aérea Norte-americana confirma que na noite passada, o espaço aéreo de nosso país foi invadido por objetos voadores não identificados (ÓVNIs ou UFOs) os quais, apesar de não terem sido captados por nossos radares, foram acompanhados por nossos caças até o seus desaparecimentos. A CIA e o FBI já foram acionados e analisarão o caso”. Ou ainda: “Admitimos que seres extra-terrestres estão presentes em nosso planeta”.
Resultado: quebra das bolsas de valores. Alta de preços. Correria, pânico, desespero! Afinal, se Jesus veio para salvar apenas os homens, então, isso só pode ser coisa do demônio!(levemos em conta a ignorância e a visão restrita de civilização e do Universo que muitos fiéis religiosos ainda possuem). Gritaria, roubos, suicídios.
Para os detentores dos poderes políticos, econômicos e religiosos, seria melhor deixar tudo como está, na manutenção do “status co” de nossas vidinhas materialistas egoístas e medíocres.

Imagine que na virada da Idade Média para a Moderna, uma respeitável instituição religiosa declarasse publicamente que há bruxas que usam gatos pretos para roubar as almas de nossas crianças, que se reunem a noite em orgias com o demônio e que podem desencadear terríveis doenças com seus feitiços, arrasar plantações com suas bruxarias e toda a sorte de coisas terríveis?
Bem, foi exatamente isso que foi feito ao ser publicado o Malleus Maleficarum pela Igreja Católica. O resultado? Uma das mais horríveis paranóias coletivas da história, com resultados tão grotescos que o assunto é tabu até hoje para a Igreja.
E por fim, você acha que tudo isso tinha algum fundamento real?

Enquanto houver um única dúvida, seria uma inenarável irresponsabilidade qualquer governo do mundo fazer uma sandice como essas. Sendo assim, e considerando que não há apenas uma única dúvida, mas na verdade não há certeza nenhuma de teor realmente fantástico, sobrenatural ou alienígena, a atitude cética só ser a mais sensata.

9 - “?!?! Onde alguém acusou os kardecistas de “se apossarem egoisticamente”?!?! Por favor . Deve ter havido algum engano.”

Veja a subseção 3 “Kardecismo ou Espiritismo”. Destaco que modificações podem ter sido feitas pelo autor do site Criticando Kardec. Se acontecerem, serão muito bem vindas.

Consultando este link, essa expressão não está lá. E sinceramente não me recordo de nada parecido desde que tomei conhecimento do site CRITICANDO KARDEC.

10 - Com relação à suposta insinuação da perfeição de Kardec e o desafio pela ausência de qualquer concessão de minha parte nos diálogos, peço que releia minha mensagem de n° 372. Ela fala por mim.

Foi você que pediu. Lá vai:
E aí Marcus,Tudo beleza?!
Fico feliz por ter voltado. Não precisa se desculpar. Até porque, de vez em quando, temos que deixar um pouco de lado "a complexa arte de filosofar" e aproveitarmos a vida naquilo que ela tem de mais belo: a simplicidade e os relacionamentos interpessoais.
Bem, agora, gostaria de saber se recebeu meu e-mail "Espiritismo e Jesus Histórico", que te enviei novamente conforme seu pedido.
Também reintero a mensagem de Paulo César Tenório Cavalcante e sua resposta. Somente gostaria de frisar que embora respeitadíssimas, as afirmações de Emmanuel(Chico) e Joana de Angelis(Divaldo) não deixam de apresentar visões personalistas destes espíritos, diferentemente da Codificação que expressa a idéia de uma coletividade de espíritos, sendo portanto um pensamento mais embebido daquilo que denominamos verdade, sem a ser de uma forma absoluta, conforme comentado pelo`Paulo. A Doutrina Espírita é progressista, não se estagna no tempo e nem se apega a dogmas inquestionáveis.
Destaco também que alguns erros apresentados parecem ter ocorrido na impressão dos livros, os quais requereriam mais cuidado das editoras e daqueles que os revisam ( nós espíritas mesmo!). Algumas posições do autor(Júlio) são interpretações pessoais e às vezes ( não poucas) forçadas e carregadas de má fé, como na questão da cepa fac-símile de Prolegomenos.Escrevi mais a respeito no e-mail supra-citado, que tenho certeza, estará disponivel a todos dentro em breve.Ficou parecendo um soldado que ao invés de selecionar seus alvos em motivos concretos, preferiu atirar para todos os lados com o intuito de mais chamar atenção. Abraço respeitoso e fraterno. André M. Serpa

Não fiz insinuações, fiz acusações abertas e declaradas, que estão AQUI. Reitero as afirmação de que você NÃO FEZ CONCESSÃO ALGUMA neste Texto Original e nem mesmo em sua Tréplica, salvo num pequeno adendo bem no finalzinho 9 dias depois.
Reitero também a afirmação de que você não esteve disposto a admitir nenhum erro ou mesmo imprecisão cometida por Kardec, o que me justifica a afirmar que sua posição é a de perfeição de Kardec. E nessa sua mensagem reproduzida logo acima, também não vejo onde você contrabalança essa postura. Há as mesmas acusações de má-fé contra o Júlio, e a admissão de que houve mas falhas nas impressões e personalismos dos espíritos Emmanuel e Joana de Angelis. Mas não há nada que deponha contra uma postura de esperar perfeição de Kardec.

11 - Não me furtarei a escrever sobre a “Perfectibilidade da raça negra” de Kardec, na Revista Espírita de Abril de1962, o que espero fazer em breve.

Este é um tema bomba!

Por fim, agradeço a oportunidade da exposição de idéias e da troca de conhecimentos. Continuarei, contudo, dentro de minhas limitações intelectuais, emocionais e de tempo a defender essa doutrina que me é fonte de alegria, esclarecimento, reforma íntima e ajuda ao próximo. Espero não ter extrapolado em minhas confabulações de cunho pessoal. Se o fiz, e estas vierem a distorcer ou denegrir o conteúdo da Doutrina Espírita, peço de antemão, desculpas aos espíritas e aos espíritos. Como disse Paulo de Tarso: “Analisai a tudo e guardai o que for de bom”. Que Jesus nos abençoe a todos!

Leopoldina, 11 de Janeiro de 2005.
Obs: Modificada em 11 de fevereiro de 2005.

André Maximiano Serpa

Ok André. Mais uma vez agradeço sua participação, e louvo sua moderação ao discurso. Mas mantenho minhas afirmações originais. Você pediu desculpas antecipadas aos Espíritas e aos Espíritos, mas sinceramente, eu acho mesmo que você devia desculpas ao Júlio, o que só veio a fazer em sua Contra Resposta às respostas dele.
Suas críticas são boas, tem uma boa disposição para o diálogo e parece ter abandonado aquele postura agressiva anterior. Dessa forma, noss debate só tem a crescer.
Por fim, insisto em que você deva tomar mais familiaridade com leitura cética e pontos de vista opostos ao seu. Reitero o link Círculos nas Plantações, bem como o próprio site do Projeto Ockham, que eu já conhecia mas não visitava há muito tempo, e pelo que estou vendo agora, está muitíssimo melhor.
Recomendo arduamente o excelentíssimo livro de Carl Sagan, O MUNDO ASSOMBRADO PELOS DEMÕNIOS. Que é sem sombra de dúvida a Bíblia dos Céticos, e na minha opinião um dos poucos livros que eu concordaria que se tornasse leitura obrigatória na educação básica. Ainda que eu discorde de boa parte da opinião que o Júlio tem sobre ele em Origem da Idéia deste Site, foi um livro que o marcou tanto quanto a mim, e que, garanto, não importa seu ponto de vista, só tem a enriquecer.

Logo responderei suas outras mensagens. Até breve.

Amigavelmente

Marcus Valerio XR
23 de Fevereiro de 2005

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