DreamBook Marcus Valerio XR Terceira Mensagem de André Maximiano Serpa
sobre o site Recebida em 13/01/05, publicada em 21/01/05
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Resposta às Mensagens I e II de Júlio Siqueira:
1- Conforme disse anteriormente o trecho de Prolegômenos não apresenta relação obrigatória com a questão 196, embora ambos figurem em O Livro Dos Espíritos. Portanto, toda a crítica por ti elaborada nesse aspecto, inclusive a ironia que você diz ter descoberto, caem por terra. Destaco que o Marcus Valério concordou comigo, como você deve ter visto. 2- Concordo com você em sua reflexão a respeito da estagnação da ciência espírita. Realmente estamos comendo moscas e essa também é uma bandeira minha. Mas isso tem uma explicação histórica. O Espiritismo surgiu na França no século XIX e lá encontrou adeptos muito afeitos ao estudo prático e ao questionamento filosófico. Porém, pouco se extraiu de conseqüências morais pelo estudo da revelação. Como a finalidade mestra do Espiritismo é a melhoria do ser humano em todos os aspectos, inclusive em seu caráter e conduta de vida, à luz do ensinamento moral fornecido pela religião, o eixo central dessa doutrina foi transportado pela espiritualidade para o Brasil. Nessa nação de povo acolhedor, solidário, sem tantos preconceitos como em outras localidades do globo e, principalmente, muito receptivo aos valores da fé e esperança, é que foi depositado o cerne desses ideais. Todavia, essa mesma religiosidade característica, muitas vezes carregada de excessos, misticismos e autoritarismos presentes no consciente e no subconsciente dos arcabouços mentais de seu povo, gerou uma valorização excessiva da vertente religiosa em detrimento da filosófica e principalmente da científica. 3- "Deus: A ortodoxia científica não quer se posicionar a respeito. Sendo bastante prudentes, diríamos que é uma questão ainda em aberto (é um dos, senão o maior, questionamento de todo ser dotado de racionalidade!). Em uma última e radical análise, ninguém pode afirmar sua existência ou inexistência".(meu) 4- "(...) e tenho uma minunciosíssima reavaliação de um caso de reencarnação de Ian Stevenson onde demonstro a validade dos métodos de Stevenson e de suas conclusões pró-reencarnação".(Júlio) 5- Quanto à pluralidade dos mundos habitados, você, Júlio, questionou as descrições de vida em outros planetas do Sistema Solar na Revista Espírita e no Livro dos Espíritos. Certamente não as li todas, especialmente as da primeira fonte, contudo, o entendimento do conjunto da obra nos mostra claramente que essas civilizações não se encontram necessariamente no mesmo plano, ou se preferir, no mesmo grau de materialização que nós. Portanto, não quer dizer que se formos até esses locais encontraremos esses seres. A ortodoxia também não nega a possibilidade de ter no passado, ocorrido formas de vida nesses locais. Pelo contrário, muitos estudos têm sido feito nesse sentido. -A ortodoxia do final do século XX fala da teoria das cordas, afirmando que o que fornece as diferentes apresentações da matéria é o nível de vibração de seu elemento primordial, comum a todas as coisas. Os espíritos já diziam isso a mais de cem anos atrás, apenas com outra linguagem, basta observar a descrição do fluido cósmico (universal) em O Livro Dos Espíritos. - Albert Einstein, que, diga-se de passagem, acreditava em Deus e suas falas estão impregnadas de religiosidade, apresentou a Teoria da Relatividade por volta de 1910. Em 1868, os espíritos já traziam um esboço dessa idéia, que mais tarde foi mais minuciosamente descrita e equacionada. Ver Teoria da Presciência em A Gênese (tenho que escrever sobre esse tema!). Concluindo: Os aspectos que você chama de mal resolvidos do Espiritismo, nem mesmo a maravilhosa ciência ortodoxa conseguiu resolver, são eles: Deus e a habitação do Universo. Trata-se, portanto, de uma crítica injusta, pois é uma questão de evolução para todas as ciências. Quanto às conclusões equivocadas dos postulados básicos do Espiritismo, volto a perguntar: onde estão? André Maximiano Serpa Apesar da mensagem ser direcionada ao Júlio, quero tecer alguns comentários.
De fato eu pensava isto, como dito na resposta à Mensagem 371 Paulo César.
Desculpem pelo mau entendido.
1- Conforme disse anteriormente o trecho de Prolegômenos não apresenta relação obrigatória com a questão 196, embora ambos figurem em O Livro Dos Espíritos. Portanto, toda a crítica por ti elaborada nesse aspecto, inclusive a ironia que você diz ter descoberto, caem por terra. Destaco que o Marcus Valério concordou comigo, como você deve ter visto. Espere! Eu disse que a crítica de fato cairia por terra "A não ser que haja na tradução de referência usada por ele algo que justifique essa confusão.". E como ele mesmo mostrou em sua Primeira Resposta, acho que o argumento está justificado, visto que no original em francês parece estar do modo como ele se referiu. 2- Concordo com você em sua reflexão a respeito da estagnação da ciência espírita. Realmente estamos comendo moscas e essa também é uma bandeira minha. Mas isso tem uma explicação histórica. O Espiritismo surgiu na França no século XIX e lá encontrou adeptos muito afeitos ao estudo prático e ao questionamento filosófico. Porém, pouco se extraiu de conseqüências morais pelo estudo da revelação. Como a finalidade mestra do Espiritismo é a melhoria do ser humano em todos os aspectos, inclusive em seu caráter e conduta de vida, à luz do ensinamento moral fornecido pela religião, o eixo central dessa doutrina foi transportado pela espiritualidade para o Brasil. Nessa nação de povo acolhedor, solidário, sem tantos preconceitos como em outras localidades do globo e, principalmente, muito receptivo aos valores da fé e esperança, é que foi depositado o cerne desses ideais. Todavia, essa mesma religiosidade característica, muitas vezes carregada de excessos, misticismos e autoritarismos presentes no consciente e no subconsciente dos arcabouços mentais de seu povo, gerou uma valorização excessiva da vertente religiosa em detrimento da filosófica e principalmente da científica. De fato isso é um problema. Não dá pra fazer ciência sem dinheiro, seria mesmo necessário uma
estrutura econômica muito mais ampla para permitir estudos e experiências aprodundadas. Isso poderia mesmo
explicar esse atraso na "Ciência" Espírita.
No entanto ainda há muitos outros problemas que não passam por essa situação. Um deles, como eu já disse, é que
o que consideramos como Ciência propriamente dita tem uma série de características que o Kardecismo simplesmente não
tem. Ele faz uma série de afirmações sobre o mundo natural, e tem uma série de concepções sobre a estrutura da matéria
e do cosmos, tal como a Física, Química e Biologia, mas no entanto ele não tem nenhum método, parâmetro ou instrumento
objetivo, não tem sequer Matemática!
Além do que parece imprescindível o uso de "Médiums", que são apenas pessoas, que eliminariam qualquer possibilidade
de objetivação na pesquisas.
3- "Deus: A ortodoxia científica não quer se posicionar a respeito. Sendo bastante prudentes, diríamos que é uma questão ainda em aberto (é um dos, senão o maior, questionamento de todo ser dotado de racionalidade!). Em uma última e radical análise, ninguém pode afirmar sua existência ou inexistência".(meu) Acho que o maior questionamento humano não é exatamente esse, mas sim o enigma de sua própria existência. A idéia de Deus é apenas uma das tentativas de explicar esse mistério. Além disso creio que a questão mais importante, num sentido prático, é saber se exista alguma Meta-Continuidade Mental. Discordo largamente da afirmação de que a Ciência tem afirmado a inexistência de Deus!
Desafio a me mostrar uma única publicação científica, estudo, pesquisa ou teoria que tem qualquer traço de
ateísmo ainda que implícito. O que acontece são alguns cientistas, que nem sequer são os mais expressivos,
que expressam opiniões pessoais atéias.
Confundir opiniões isoladas de alguns cientistas com afirmações "Da Ciência", se é que isso faz sentido.
É simplesmente inaceitável.
4- "(...) e tenho uma minunciosíssima reavaliação de um caso de reencarnação de Ian Stevenson onde demonstro a validade dos métodos de Stevenson e de suas conclusões pró-reencarnação".(Júlio) Esse equívoco é típico de quem não tem conhecimento de metodologia científica. Não basta uma
única experiência e muito menos um ou alguns estudos de caso, por mais bem conduzidos que sejam, para estabelecer
fato científico. É preciso que o resultado possa ser previsto, reproduzido e explicado por uma estrutura teórica convincente,
e nada disso foi feito.
Não fosse assim, você não acreditaria no tanto de coisas bizarras que já teriam sido "cientificamente comprovadas"!
5- Quanto à pluralidade dos mundos habitados, você, Júlio, questionou as descrições de vida em outros planetas do Sistema Solar na Revista Espírita e no Livro dos Espíritos. Certamente não as li todas, especialmente as da primeira fonte, contudo, o entendimento do conjunto da obra nos mostra claramente que essas civilizações não se encontram necessariamente no mesmo plano, ou se preferir, no mesmo grau de materialização que nós. Portanto, não quer dizer que se formos até esses locais encontraremos esses seres. A ortodoxia também não nega a possibilidade de ter no passado, ocorrido formas de vida nesses locais. Pelo contrário, muitos estudos têm sido feito nesse sentido. Espere aí! Quer dizer então que o Espiritismo PODE fazer afirmações baseadas em mera retórica
literária, não confirmadas, e depois dizer que elas estão científicamente comprovadas!?
Vou ter que me repetir:
"Para piorar, você parece não ter prestado atenção na palavra chave que desencadeou a crítica, que foi a expressão
"cientificamente" usada por Emmanuel. Foi exatamente em cima desse "cientificamente" que o Júlio fez a crítica, porque
"cientificamente" nós nunca detectamos vida em outros mundos, como então "podemos notar que a Terra é o local do Universo
onde a vida mais encontra dificuldade de se estabelecer"?! Não conhecemos nenhum outro planeta para comparação!"
A afirmação de Emmanuel neste caso é incabível. Além do que temos que tomar muito cuidado com certas afirmações.
A idéia de que a vida em outros mundos estaria numa "dimensão" diferente só se estabeleceu quanto foi demonstrada
empiricamente a impossibilidade de existência de vida nos planetas próximos. Como sempre, as noções religiosas
estão sempre recuando a cada avanço científico, tentando ocupar uma "Lacuna segura".
-A ortodoxia do final do século XX fala da teoria das cordas, afirmando que o que fornece as diferentes apresentações da matéria é o nível de vibração de seu elemento primordial, comum a todas as coisas. Os espíritos já diziam isso a mais de cem anos atrás, apenas com outra linguagem, basta observar a descrição do fluido cósmico (universal) em O Livro Dos Espíritos. Mais uma vez o que temos aqui é uma idéia vaga, quase poética, que pode ser reinterpretada à vontade
para se encaixar em qualquer contexto. O Mesmo "FCU" (como dizem alguns espíritas), já foi identificado como o "Éter",
um conceito cientificamente superado.
É um conceito filosoficamente trivial que o Universo tenha uma substância primordial, que já recebeu o nome de Átomos
pelos antigos gregos, de Pneuma pelos estóicos, de "Extensão" por Descartes e etc. Daí para adaptá-la para
"campo quântico", quarks ou Supercordas é moleza.
Com esse mesmo raciocínio posso dizer que a Bíblia previa a "Teoria do Big-Bang" ao dizer o "Faça-se a Luz".
- Albert Einstein, que, diga-se de passagem, acreditava em Deus e suas falas estão impregnadas de religiosidade, apresentou a Teoria da Relatividade por volta de 1910. Em 1868, os espíritos já traziam um esboço dessa idéia, que mais tarde foi mais minuciosamente descrita e equacionada. Ver Teoria da Presciência em A Gênese (tenho que escrever sobre esse tema!). Já comentei sobre isso, em sua mensagem sobreKardecismo & Filosofia EXERIANA.
Tanto este quanto o comentário anterior também são comuns para quem não tem muita intimidade com conceitos científicos
mais avançados. As Supercordas e a Relatividade não são mera "idéias" que alguém teve. Essas concepções populares que
se tem sobre ela são óbvias, e sempre abundaram o pensamento humano. O que as torna científicas é a construção teórico
e matemática, pesadíssima por sinal, e inconcebível há menos de 300 anos atrás. E isso, meu caro, religião nenhuma jamais
passou nem perto de antever.
Além disso, de fato Einstein acreditava em Deus, mas como ele mesmo disse, um Deus ao estilo de Espinosa, um tanto
impessoal. Fora isso, ele não tinha essa "religiosidade" alegada.
Concluindo: Os aspectos que você chama de mal resolvidos do Espiritismo, nem mesmo a maravilhosa ciência ortodoxa conseguiu resolver, são eles: Deus e a habitação do Universo.
Além disso, o perispírito, o FCU, o ectoplasma, a reencarnação e etc, nada disso foi bem resolvido em termos científicos.
Deus também não é preocupação da Ciência, mesmo porque é um conceito usualmente sem sentido.
Habitação do Universo?
Trata-se, portanto, de uma crítica injusta, pois é uma questão de evolução para todas as ciências. Quanto às conclusões equivocadas dos postulados básicos do Espiritismo, volto a perguntar: onde estão? Mas você mesmo admitiu que enquanto as demais ciências avançaram, o Kardecismo ficou comendo poeira. Não é uma admissão tácita de que existem tais questões mal resolvidas? Vamos então recolocar as perguntas:
Devo dizer que as perguntas estão um pouco imprecisas, mas mesmo assim, não vi resposta a nenhuma delas. A não ser a seguinte.
Mas só para acrescentar, descobrir antibióticos, vacinas e medicamentos não é trabalho da ciência espírita. Para isso, tem o homem sua própria inteligência e todos os conhecimentos armazenados pela ciência tradicional. Esta.
É fato de que a "comprovação" ou larga aceitação da Reencarnação poderia causar uma série de mudanças estruturais. Mas
não creio que ela de fato fizesse alterações significativas se não ocorrerem também vários outros avanços.
Lembre-se que vivemos numa sociedade onde a maioria das pessoas acredita que há deuses vendo tudo o que fazemos,
e isso não consegue evitar a criminalidade. Não raro pessoas cometem atrocidades sabendo que serão punidas, as vezes
até diante de câmeras!
André Maximiano Serpa
Por fim eu gostaria de acrescentar que tenho muita simpatia pela doutrina Kardecista. De todas as religiões que conheci, sem
dúvida é a que eu mais gostaria que fosse verdade, por apresentar um modelo de Universo justo, inteligente e fascinante.
No entanto não posso confundir o que eu gostaria que fosse verdade com o que mais provavelmente é verdade, portanto
minha opinião continua sendo cética, não no sentido de recusar a crença, mas de não abraçá-la, promovendo a típica
suspensão de julgamento, e avaliação crítica.
Mais uma vez agradeço sua participação, e já estou pensando em abrir uma lista de discussão para abordar toda esta
temática. Que tal? Eu, você, o Júlio, o Paulo César, Wagner Medina e quem mais quiser participar?
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
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