MEU LIVRO DE VISITAS

DreamBook

Marcus Valerio XR

Tréplica de
André Maximiano Serpa
andremserpaig.com.br
sobre a
Réplica de “Teoria da Presciência e Relatividade Einsteiniana”.

Meus comentários estarão em CIANO, após o texto.
Citações de meus comentários anteriores estão em VERDE
Citações de comentários anteriores do visitante estão em LARANJA


Olá André. Mais uma vez peço desculpas pela demora em responder. Decidi abordar esta mensagem primeiro por ser a menor e de mais fácil conclusão, as demais ainda terão que esperar. Esclareço também que na realidade não recebi suas mensagens antes, provavelmente por problemas do meu servidor e inclusive enviei um e-mail dizendo isso. Mas também deve ter sido prejudicado por uma mudança na estrutura da rede que ocorreu naquelas semanas, tive vários problemas com várias outras mensagens também, mas tudo indica que agora está normalizado. Portanto, somente quando você as postou no meu Livro de Visitantes é que fui de fato lê-las. Eu até preferiria trabalhar dessa forma não fosse o fato de mensagens muito grandes causarem problemas na operação do Dreambook, razão pela qual deletei a maior delas, e não a outra que é respondida pelo Wagner de Almeida Medina.
Por fim, devo avisar que é muito contra indicado que você se indispor comigo por causa de problemas técnicos que eu frequentemente tenho que enfrentar. Se removi temporariamente sua mensagem foi por um bom motivo, ela já está publicada na íntegra AQUI, e sem resposta. Não tenho nenhum problema quanto a esse respeito, e se demoro para publicar ou responder isso se dá por problemas pessoais meus que não competem a ninguém. Este continua sendo O ÚNICO site que conheço que oferece aos Visitantes esse privilégio, de publicar suas próprias idéias mesmo que totalmente em desacordo com as minhas. Creio que seja uma oportunidade que se deva aproveitar da melhor maneira possível, pois eu a ofereço de livre e espontânea vontade e não tenho obrigação alguma de fazê-lo. Portanto, recomendo paciência e um mínimo de cortesia, pois apesar de poder ter a última palavra, nunca pretendi abusar desta prerrogativa, mas também não estarei disposto a tolerar deselegâncias.

Marcus Valerio XR
21 de Maio de 2005


Tréplica sobre o texto “Teoria da Presciência e Relatividade Einsteiniana”.

" 2. Suponhamos um homem colocado no alto de uma montanha, a observar a vasta extensão de uma planície. Nessa situação, o espaço de uma légua será pouca coisa para ele, e poderá facilmente abarcar em um só golpe de vista todos os acidentes do terreno, desde o começo até o fim da estrada. O viajante que segue esta estrada pela primeira vez sabe que caminhando, chegará ao fim dela; eis aí uma previsão simples da conseqüência de sua marcha; porém os acidentes do terreno, as subidas e as descidas, os rios a vencer, os bosques a atravessar, os precipícios nos quais poderá cair, os salteadores escondidos para lhe saquear as bagagens, as casas hospitalares nas quais poderá repousar, tudo isso é independente de sua pessoa; é para ele o desconhecido, o futuro, pois sua vida não se estende além do pequeno círculo que o rodeia. Quanto à duração, ele a mede pelo tempo que consome a percorrer o caminho; retirai-lhe os pontos de referência, e a duração se apaga.” OU SEJA: O TEMPO DEPENDE DO REFERENCIAL ADOTADO. “Para o homem que está no alto da montanha e que acompanha sua viagem, tudo isso é o presente.” LEIA-SE: O TEMPO É RELATIVO E VARIA DE ACORDO COM O OBSERVADOR.

“ ERRADO! O texto diz NADA disso! Na frase grifada, único momento onde o Tempo é explicitamente mencionado, fala-se sobre os referenciais perceptivos do tempo, os marcos do caminho, tais como as horas e minutos são as nossas unidades de medida. O que diz é que sem esses pontos de referência, seria impossível ter noção do tempo transcorrido, da mesma forma que se não nos expressarmos em anos ou segundos não teremos um noção clara de duração. Você simplesmente confundiu usos distintos do termo REFERÊNCIA, no caso a idéia de um referencial de medidas, que pode afetar a percepção do Tempo, com a idéia de que o decorrimento real do Tempo varia de acordo com o referencial FÍSICO adotado. Em lugar algum está dizendo que o tempo transcorrido para o observador é diferente do tempo transcorrido do viajante.”

Bom. Vou destacar esta última frase: “Em lugar algum está dizendo que o tempo transcorrido para o observador É DIFERENTE DO TEMPO TRANSCORRIDO DO VIAJANTE.” O que você entende por ”tempo diferente”? Em minha humilde opinião, existe um grave erro de interpretação da Teoria da Relatividade Restrita, por parte de muitas pessoas. Vamos ao famoso “Paradoxo dos gêmeos”. Do livro O Universo Numa Casca De Noz, de Stephen Hawking, pág.11 ( o qual eu li todo, embora confesse não ter entendido tudo): “ Na teoria da relatividade, cada observador têm sua própria medida de tempo. Isso pode levar ao denominado paradoxo dos gêmeos. Um dos gêmeos (a) parte em uma viagem, próximo à velocidade da luz (c), enquanto seu irmão (b) permanece na Terra. Por causa do movimento dele, o tempo flui mais devagar na espaçonave, conforme visto pelo irmão na terra. Assim, ao retornar do espaço, o viajante (a 2) descobrirá que seu irmão (b 2) envelheceu mais do que ele. Embora isso pareça contrariar o senso comum, várias experiências indicaram que, nesse cenário, o gêmeo viajante realmente voltaria mais jovem.” Perfeito. Porém, ao contrário do que muitos dizem, não existem dois tempos! Se o gêmeo viajante viajou por 10 anos terrestres na velocidade da luz. O irmão da Terra, desfrutou dos mesmos 10 anos terrestres. O que ocorre, na verdade, é que OS EFEITOS DELETÉRIOS DO TEMPO SÃO DIFERENTES PARA OS DOIS GÊMEOS!

Apesar do observador do alto da montanha poder ver o cenário privilegiadamente, isso não faz com que o tempo dele seja de fato diferente do tempo transcorrido do viajante. Se ele observar este viajante, e este demorar uma hora de um ponto a outro, o observador vai demorar a mesma uma hora para observar esse deslocamento. Não há variação alguma!

OK. Mas é o que também acontece no paradoxo dos gêmeos. Na verdade, há sim, variação do tempo, em sua percepção. Na analogia dada pelos espíritos ( não deve ser tomada ao pé da letra!), a percepção do tempo entre os dois homens é diferente. O homem no alto da montanha é um espírito, portanto ele está fora do espaço-tempo físico, por isso sua visão e análise é diferente do viajante, encarnado. Sua posição é diferente, e por ser esta privilegiada, sua percepção dos acontecimentos também o é. Levando- se em conta o jogo de probabilidades (o futuro não existe com total certeza senão para Deus – que trabalha com infinita margem de erro; caso contrário haveria determinismo), o espírito pode saber (a certeza está em razão direta com o número de variáveis analisadas) o futuro do homem encarnado. Teria ele então viajado no tempo? De certa forma sim! Não há como não fazer uma aproximação das teorias, embora, eu concorde contigo, que a teoria de Einstein tem muitas outras implicações as quais sequer foram citadas pelo Espiritismo.

“Tem toda razão. A refutação de suas conclusões em nada afetam a Doutrina Espírita pelo simples fato de que ela nunca tocou nesse assunto. Foi uma interpretação sua, extremamente forçada e ingênua. E a Teoria da Relatividade também não vem sendo contradita como se tem dito por aí. Ela apenas não se aplica a todas as situações do Universo da mesma forma como a Física Newtoniana não se aplica a questões relativas à Física Einsteiniana. A Física Quântica por exemplo nem sequer chegou a ser devidamente estudada por Einstein”.

Respeito sua argumentação. Só me dou ao direito de pensar, conforme expliquei, que pode haver sim uma semelhança, mesmo que pequena, conforme o mostrado acima. A teoria da Relatividade não levou em consideração a existência de um tipo de matéria ou fluido no preenchimento daquilo que é chamado vácuo. Mas ao contrário do que as pessoas dizem, nem Einstein, nem nenhum cientista provou que o “éter” não existe. “Nunca se pode provar que não há nada em alguma região do espaço, pois ali podem existir entes físicos ainda desconhecidos, que não sabemos detectar. Pelo contrário, é possível provar que existe alguma coisa em certa região do espaço.” (Roberto de Andrade Martins _ físico prof. da Unicamp). Segundo a Teoria da Relatividade Geral, cada ponto do espaço tem certas propriedades (a métrica do espaço-tempo), que variam de um ponto a outro quando existe um campo gravitacional. A velocidade da luz, por exemplo, pode ter valores distintos em regiões do espaço “vazio”, como se o vácuo tivesse um índice de refração variável. Mas como dois “nadas” poderiam ser diferentes? Embora mais por preconceito e vaidade, podemos até não chamar essa “coisa” de “éter” ou “fluido”, mas seria absurdo dizer que não há nada lá. De todo modo, pode-se argumentar que Einstein não negou a existência do “éter”, mas apenas o ignorou, não levando-o em consideração na formulação de suas teorias.

"E concluindo. Não. Einstein não era religioso. Nem mesmo nesse sentido de Religiosidade que você colocou, o qual já discordo largamente, como minha monografia RÉLICA & ETIGIÃO pode esclarecer porquê. O Deus de Einstein era o Deus dos filósofos, não um Deus de religiosos. Se você investigar mais sobre a vida e obra de Einstein, entenderá porquê."

Discordo de você e de todos aqueles que querem fazer de Einstein um cético. Ele claramente acreditava em Deus, Providência Divina ou qualquer outro nome que queira dar. Logicamente, que não era esse deus controverso, antropomórfico e passional de um grande número de religiões. Mas essa não é a minha e nem a concepção de Deus dos espíritas. Acho que suas próprias palavras falam por ele mesmo: “A percepção do desconhecido é a mais fascinante das experiências. O homem que não tem olhos abertos para o misterioso, passará pela vida sem ver nada.”. “Estamos começando a conceber a relação entre a ciência e a religião de um modo totalmente diferente da concepção clássica. Afirmo com todo vigor que a religião cósmica é o móvel mais poderoso e mais generoso da pesquisa científica.” Albert Einstein
Como você interpreta a segunda citação? Por que a religião cósmica é, no entender de Einstein, o mais poderoso instrumento mobilizador da pesquisa científica?
Cordialmente,
André M. Serpa 30/03/05


Bem André. Nos realmente estamos com um pepino nas mãos. Em minha Réplica deixei claro que sua tentativa de relacionar Kardec e Einsten adveio de uma má interpretação baseada numa total falta de conhecimento do que vem a ser a Teoria da Relatividade. Me parece que você admitiu isso indiretamente, e então decidiu abordar o tema sob um outro ponto de vista.
Ocorre que você não apenas deixou de compreender parte do livro de Hawkins, você não o compreendeu por completo. Se antes eu não tinha dúvidas de que você nada entendia de Relatividade, eu sinceramente não achei que chegasse a esse ponto, pois achei que você ao menos entendesse o significado óbvio de "O Tempo é Relativo". Mas agora vejo que nem mesmo isso! E posso depreendê-lo das seguintes afirmações:

Em minha humilde opinião, existe um grave erro de interpretação da Teoria da Relatividade Restrita, por parte de muitas pessoas (...) Se o gêmeo viajante viajou por 10 anos terrestres na velocidade da luz. O irmão da Terra, desfrutou dos mesmos 10 anos terrestres. O que ocorre, na verdade, é que OS EFEITOS DELETÉRIOS DO TEMPO SÃO DIFERENTES PARA OS DOIS GÊMEOS!

Bem... Desse jeito fica difícil discutir. Você pode até pessoalmente discordar deste conceito, mas afinal o que você quer dizer com "um grave erro de interpretação da Teoria da Relatividade Restrita, por parte de muitas pessoas"?! Quer dizer que essas muitas pessoas não entenderam o conceito?!
Infelizmente não há como ser menos direto. Você não entendeu o conceito! Simplesmente não tem a menor noção do que significa Teoria da Relatividade! Sinceramente não dá pra levar um diálogo adiante sobre isso. Concluo também que você nem passou perto de entender o que significou as questões que coloquei sobre a velocidade relativa de um míssel e dos aviões, e a do LASER com as naves espaciais.
Na Teoria da Relatividade Einsteniana, tanto geral quanto restrita, o TEMPO varia sim! No caso do paradoxo dos gêmeos, o Tempo para cada um deles É DIFERENTE SIM! FISICAMENTE DIFERENTE! E não somente seus "efeitos deletérios" ou a mera percepção. Se você não aceitar esse fundamento, não há possibilidade de continuar discutindo, não faz sentido eu ficar aqui defendendo um conceito fundamental da Física Contemporânea como se fosse uma má interpretação.
O mesmo digo com relação a existência do Éter, cujo o próprio livro que você leu explica logo nas primeira páginas como ele caiu em descrédito. O fato é que o Éter não é apenas irrelevante para a questão, ele terminou por se tornar uma hipótese infalseável, uma vez que caso existisse, não teria o menor efeito sobre a realidade e seria então indetectável. Não faz sentido continuar a sustentar tal idéia apenas para que ela se adeque a um conceito religioso. E ademais, fico no limiar do desespero ao ver alguém querer "provas de inexistência"! Por favor. Isso não faz o menor sentido.
Você demonstrou total desconhecimento dos conceitos da Relatividade, só isso permitiu a analogia com o texto de Kardec que fala APENAS sobre Presciência, colocando-a num âmbito relativo a não absoluto. Isso nada tem haver com a relatividade temporal. É claro que sempre é possível bolar alguma correlação, mas é ainda mais claro que esse texto nunca teve a menor intenção de antecipar qualquer conceito científico posterior. Sua tese de que Kardec antecipa Einstein é então insustentável.

Por fim, qual será a "Religião Cósmica" de Einstein? Ele sem dúvida não era ateu, bem como não seguia qualquer religião. Essa Religião Cósmica talvez seja o que o próprio nome diz "Re-Ligação com o Cosmos", kósmos é ORDEM em grego. No caso a Ordem do Universo, as Leis Naturais, os fundamentos do existente. Sem dúvida que pode haver conotação religiosa nisso, afinal estamos nos ligando com nossas origens. Se isso pode ser chamado de religiosidade, então sim, Einstein era religioso à sua maneira, da mesma forma como eu sou.
Mas daí para querer reinvindicar qualquer apoio a qualquer sistema religioso específico, passa a ser um abuso.

É basicamente isso que tenho a dizer. Se quiser levar esse assunto adiante, por favor, estude Teoria da Relatividade. Bibliografia você já tem pelo menos uma, basta ler Stephen Hawkins com mais atenção.

Amigavelmente

Marcus Valerio XR
23 de Maio de 2005

Livro de Visitantes
PRIMEIRA MENSAGEM
Mensagens Anteriores de
André Maximiano Serpa
(Sobre "Criticando Kardec")
SEGUNDA MENSAGEM
PRIMEIRA RESPOSTA
Respostas de
Júlio César Siqueira Barros
SEGUNDA RESPOSTA
RESPOSTA À JÚLIO
André Maximiano Serpa
RESPOSTA A WAGNER

Kardecismo, Presciência e Relatividade