Olá, Marcus, tudo bem? É um prazer estar de volta a estas nossas discussões tão grandiosas! Demorei a retornar, pois, confesso, fiquei muito tempo sem acessar o seu sítio e só agora pude ver as suas réplicas às minhas respostas.
Quero então continuar nosso diálogo, mas não farei uma abordagem sistemática, ponto a ponto, como você fez aos meus textos, pois isto me requereria um tempo
muito maior do que possuo para escrever, e não quero me demorar mais para reatar a nossa conversa. Portanto passo então a um discurso me prendendo,
principalmente, a sua réplica a minha resposta ao “Deus” e a outras questões que ficaram em minha memória em meio ao que tenho lido no seu domínio. No decorrer da dissertação você perceberá varias contestações aos seus comentários. Você também verá que muitos dos seus comentários não foram respondidos diretamente, mas a intenção principal da minha mensagem é abranger o máximo possível a questão do cético, do ateu, em relação a existência de Deus (O Deus Bíblico), do livre arbítrio e do Plano de Deus para o homem que passa obrigatoriamente na questão da suposta desproporcionalidade de uma pena eterna para pecados cometidos pelo homem na sua breve vida material. Passemos então ao texto.
Olá Mario. Seja bem vindo após tanto tempo. Ultimamente, tenho evitado responder mensagens por partes,
como era comum antigamente, mas sim, tentando abordar tudo de uma vez. Porém a dinâmica de nosso diálogo foi construída assim,
e deve demorar um pouco para conseguir adaptá-lo ao novo, e creio mais eficiente, modelo de resposta. Além do mais, respostas
por inteiro só são viáveis com mensagens menores. Ainda assim, espero apenas fazer breves comentários ao longo do texto, e
ao fim dar um trato geral.
Além do livre arbítrio das criaturas (e inclusive dos seres espirituais), existe também as leis do Universo que não podem ser quebradas (o Universo também é livre – dentro das suas limitações naturais). Por exemplo: Deus não vai “necessariamente” intervir em um acidente para salvar uma criança inocente, para não quebrar o curso da casualidade dos eventos; e, antes que possa parecer crueldade esta “omissão de socorro”, devo lembrar que o acidente só matará o seu corpo (o que vai inevitavelmente acontecer de qualquer forma um dia), mas a sua essência (alma, consciência) permanecerá.
Vou tentar esclarecer esta questão do livre arbítrio que você cita na réplica à resposta ao “DEUS”.
Deus criou o Universo (com suas leis), os seres (livres) e “saiu de cena” – deixou por nossa conta. O Universo como habitação e demonstração do seu imenso poder criativo (ou, surpresa, quem sabe, talvez Deus seja o próprio Universo – isto já valeria como uma boa explicação de como Ele pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo e o fato de nós nunca termos o encontrado, ou melhor, o percebido fisicamente); e o homem para relacionar-se com Ele e com os seus semelhantes.
Aconteceram duas coisas: um ser espiritual rebelou-se, comandando um motim, e depois corrompeu os seres humanos; Sim, eles eram livres também para se corromperem e o primeiro para rebelar-se. Mas como resolver isso? Duas soluções possíveis para erradicar o mal definitivamente:
1 - Uma arbitrária (levando em conta o fato dos seres serem livres - totalmente livres!), a saber: exterminar o “rebelde” e fazer uma lavagem cerebral nos homens, eliminado assim a corrupção. Isto sim seria autoritarismo; eliminar um e decepar dos outros algo inalienável, ou seja, a liberdade.
2 – Outra legítima, não coocertiva, não invasiva, a saber: Uma nova chance (não para o “rebelde”, pois pecados frontalmente contra o Espírito de Deus, e, detalhe, no caso dele até hoje sem o devido arrependimento, não tem perdão!) para o homem voltar-se àquele que os criou e que os ama, por que o outro (o corruptor) não tem nada a oferecer, a não ser uma vida pecaminosa (prazeres carnais apenas – tudo pode – como foi bem dito pelo personagem do ator Al Pacino no filme “O Advogado do Diabo”: - “Dou tudo o que o homem quer e deseja”) e uma próxima existência (a espiritual) distante de Deus, mas precisamente no inferno (nome este, inferno, que para os daquela época em que foi escrita a Bíblia Sagrada caracterizava bem esta condição de estar distante de Deus; lugar este, inferno, que Deus reservou ao “insatisfeito” e aos seus, pois o mesmo não aceitou o governo de Deus; não o eliminou, mas apenas preparou um lugar para ele e para aqueles que da mesma forma que ele não aceitam Deus como seu Senhor). E antes que pareça 8 ou 80, peço que entenda que o Universo, quero dizer, o TUDO, é ESSENCIALMENTE duo; o bem (positivo) e o mal (negativo) como contraponto, para ter sentido toda essa odisséia de busca de resultados que existe hoje; sistema binário (ligado ou desligado, aceso ou apagado), morte ou vida, Deus ou o Diabo. Não existe uma terceira hipótese. “És quente ou frio”; “Sim sim ou não não, e o que vai, além disso, procede do maligno”. Deus oferece o céu que é algo plenamente de acordo com os nossos anseios ................. diga ... estou esperando .. diga que nem todos querem o céu! É verdade, concordo, nem todos querem o céu (retificando, retificando: todos querem o céu, sim, arrisco em dizer; numa pesquisa mundial sobre está preferência ao céu o sim seria quase 100%, creio - mas muitos não querem pagar o preço, que afinal não é caro – Jesus Cristo já pagou o preço caro – agora Ele requer de nós a aceitação ao seu sacrifício expiatório e, praticamente, que simplesmente paremos de pecar, e isto se consegue praticando o que Ele disse no belo resumo de todos os mandamentos de Deus: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo). Mas .. e o que resta a Deus se Ele só tem este céu para oferecer? O que fazer se Ele não tem um outro céu “mais legal” (como se o céu que Ele oferece já não fosse tudo de bom – e Ele sabe, melhor que ninguém, o que é realmente bom).
Amigo, este é o tempo da misericórdia de Deus. Ele está aceitando a TODOS que quiserem, agora! Depois virá o julgamento. Legitimamente através de JESUS CRISTO, através da sua prova irrefutável de amor, ao dar sua vida pela humanidade, Deus deu uma chance a TODOS, ou várias chances, levando em conta todo o tempo que você viver. Ele certamente sabe quem o aceitará ou o aceitaria se vivesse o suficiente para conhecê-lo e quem é inocente, para o caso dos que não tiveram tempo e/ou chance de conhecer a Cristo; não se preocupe; Bíblia Sagrada - Tiago 4:17: “Portanto, comete pecado a pessoa que sabe fazer o bem e não faz”.
Na opção 1 não seria preciso fazer uma lavagem cerebral nos humanos, bastaria deter a rebelião no passado,
como se viajasse no tempo, o que certamente é moleza para Deus, e então, por decorrência toda a corrupção estaria automaticamente
eliminada, inclusive da mente das pessoas, sem que houvesse interveção direta nestas. Seria uma opção preventiva, mesmo
porque poderia ser criada antes mesmo do evento, por Onisciência do futuro.
A opção 2 é remediativa, por algum motivo misterioso Deus teria achado que é melhor correr atrás do prejuízo, com bilhões de
vidas, e almas, em jogo, das quais nenhuma jamais deixaria de amar e nem conheceria o inferno se Ele tivesse usado uma
opção similar a 1.
Um copo de água a 50oC está quente, ou frio?
Em tempo I: as aspas em “necessariamente” significam que Deus pode até intervir nos eventos a Seu juízo, sob petição dos que tem compromisso com Ele ou dos que Ele quiser e em nome da Sua Soberania (obviamente nunca desprezando a justiça – o que embora às vezes não entendemos devido a simples fato de que Ele conhece TUDO e nós só o que podemos ver com os nossos limitados sentidos).
Em tempo II: as aspas em “saiu de cena” significam que Deus, embora tenha deixado tudo por nossa conta, não está “dormindo”; Ele está monitorando tudo, claro. E intervindo, como já disse, quando o caso.
Em Tempo III: Aquela minha questão (“Aí, enfim, quando você se convence que existe o livre arbítrio, surgi a pergunta (a tal complicação que lhe falei), inclusive muito procedente: - Mas se está reservada uma pena tão severa para quem não amá-lo, isto não pode ser livre arbítrio! Mas é! Aí é que entra o Mal. Este é um dos argumentos mais fortes que o opositor de DEUS usa. Se você admiti isso, volta à estaca zero. Ora!”) em resposta ao “Deus” realmente foi infeliz, por estar incompleta. Mas como você já leu tudo acima, viu o complemento; agora eu realmente estou, creio, explicando a contento. E acrescento, me permita, com uma parábola: - existem apenas duas casas no Universo: casa “C” e casa “I”. Não gosto quando o dono da casa “C” diz que o amemos e ao nosso semelhante ou teremos quer ir para a outra casa que resta. Não gosto muito também do dono da casa “I”, pois dizem que ele é mau, mas não exige amor ou qualquer outra coisa, e até permite que curtamos a vida à vontade (mas tudo por nossa conta e risco!). É só escolher a casa ... Sou totalmente livre para escolher .. entre as únicas duas casas que existem. Fim da parábola.
Em Tempo III não explicou coisa alguma, apenas atacou o argumento taxando-o de demoníaco. O problema
da Liberdade X Onipotência temperado pela Punição Perpétua não foi nem arranhado. Mas não se sinta menor por isso. Tem
acontecido exatamente assim por 1800 anos envolvendo algumas das mentes humanas mais brilhantes de todos os tempos.
Só pra não esquecermos: Como uma terrível e indefensável ameaça para que se aceite uma opção específica, pode ser
considerada uma escolha livre?
É um livre arbítrio, sim, limitado às únicas duas escolhas que existem e podem existir. Isto de dizer que existe muitos outros números entre 8 e 80 é outra coisa. No aspecto ético (moral) não existe mais ou menos mentiroso (ou foi verdade ou foi mentira), não existe mais ou menos assassino (ou matou ou não), Hááá, mas matou sem querer, ou movido por uma crise nervosa, ou em legítima defesa! Isto é outra coisa e Deus saberá com precisão o que realmente aconteceu. Não existe mais ou menos fiel (ou traiu ou não). Não existe mais ou menos ladrão (ou roubou ou não). Deus é santo (e santidade quer dizer: amor, verdade, paz, tolerância, paciência, em fim, tudo de bom). O inverso, lógico, representa todo o contrário de santidade – não mais ou menos ao contrário. E só há ambos.
Não conheces o conceito de "meia-verdade"? Aquele programa não registrado em seu computador é roubado ou não? Notou que ao
mesmo tempo que você defendeu a idéias de extremos opostos sem meio termo, você mesmo notou que não é possivel classificar
algumas coisas? Teve que apelar para "Deus saberá". Isso é um sinal claro de uma idéia que não funciona.
Quando você se nega admitir a existência do livre arbítrio pelo fato de existir uma pena, ou uma separação, para aquele que não aderir a Deus, você teria razão se existissem vários partidos no Universo (partido de direita, partido de esquerda, de centro direita, de centro esquerda, etc). No entanto só existem dois partidos: governo e oposição; e ninguém vai ser extinto por escolher a oposição (o espírito é eterno, pelo que entendi até aqui na Bíblia); e este é o problema – o que fazer com quem não quer Deus? Simplesmente irá para onde, por eliminação, escolheu, e sabendo exatamente como é lá, até porque sempre soube que só existem estas duas únicas opções. “O caminho estreito e o largo”.
Mas não é possível que não haja outra solução!! É ... não há outra. Exatamente, não há outra. Voltamos ao mesmo ponto: só existem dois lugares no Universo para se ficar após a morte do corpo: com Deus ou longe dEle.
Existir duas ou mais escolhas é irrelevante para definir a existência ou não de Liberdade. Uma pobre bruxa que podia escolher
admitir sua culpa e morrer na fogueira, ou negar a culpa e continuar sendo torturada teve uma escolha livre? Bem, ela pelo
menos ainda podia ver na morte uma escapatória. Mas e se você pensar que vai para o inferno?
Mas por que Deus não leva todo mundo para junto dEle, mesmo de qualquer maneira? Não sei ... Mas bem que eu também queria que fosse assim; todo mundo salvo, independente do que fizer por aqui. Mas agora imagine como ficaria este mundo se isso fosse uma verdade, ou seja, todo mundo salvo a despeito das suas atitudes nesta vida terrena ... Você não acha que realmente precisamos de uma Lei divina com uma conseqüente punição para haver um mínimo de ordem neste mundo (Não aceito que me digam que a Lei divina não faz diferença, pois eu duvido que se não existisse na mente das pessoas esta possibilidade de estar sendo vigiado por alguém que tudo pode ver, o mundo poderia ser, digamos, pelo menos habitável). Não são exatamente as regras que evitam o caos em qualquer sistema quando as unidades são autônomas? Logo precisamos de regras. E de que valeriam as regras se não houvesse pena para quem as transgredisse? Seriam quebradas ao bel prazer dos agentes, pois não haveria conseqüências. Mas .. e se Deus estivesse blefando .. quero dizer, no fim Ele absolve todos? Mas quem vai apostar nisso? Eu não apostaria. Mas Ele teria este direito, não diria com segurança do direito ao blefe em si, mas de voltar atrás, pois, pelo menos, segundo os nossos parâmetros, a Lei penal pode ser revogada ou retroagida seus efeitos quando para beneficiar o apenado. No entanto, amigo, quero acrescentar algo muito importante: - quando alguém é alcançado pelo Evangelho e tem sua vida transformada e nasce de novo, passa a cumprir a Lei de Deus não só pelo medo da pena, mas por amor; sim, por amor a Deus e ao seu semelhante; é implantada em nós a consciência divina (o Seu Espírito) ao ponto que mesmo sabendo que não precisamos fazer determinada coisa para ser salvo o fazemos mesmo assim quando é certo, é bom para Deus e para o nosso semelhante. Eu mesmo já fiz uma experiência comigo; imaginei a hipótese do que eu faria se um dia achasse que Deus não existisse: - eu mesmo assim continuaria a praticar os ensinos contidos no Evangelho de Jesus Cristo, sinceramente, eu continuaria .. pois os entendo perfeitos para todos nós; mas porque eu faria isso, se não estaria acreditando em mais nada? Caráter próprio? Será? Eu acredito que existe uma essência divina que pode vir a incrustar-se no homem, o tornar diferente dos outros e a sinto claramente em mim e a percebo também em outras pessoas fieis a Deus, e Jesus Cristo é a chave para isso (estou sendo dogmático?); mas é isso mesmo!
Vou repetí-lo:
"Mas por que Deus não leva todo mundo para junto dEle, mesmo de qualquer maneira? Não sei ..."
Pronto! Devo dizer que isso resume total e completamente todo o seu texto. O resto é digressão. Você não sabe, pura e simplesmente
porque a teologia por você defendida não faz sentido algum! Não há como saber mesmo!
Nosso mundo nada mudaria se todos fossem salvos, porque só o seriam no pós-mundo. E se é verdade que faz sentido haver leis
e punições, bastaria então que cada delito fosse proporcionalmente punido com uma temporada infernal. Por isso a opção do
vivente seria ir para o céu o mais rápido possível, ou passar longos períodos no inferno, mais ou menos como prega o Kardecismo.
“Tudo bem, Mario, desde que você possa provar que realmente existem Deus, o céu, o inferno eu aceitarei que é assim como você descreveu tudo”.
Ok. Faz parte do jogo, dos desígnios de Deus, uma regra básica: seres espirituais (Deus, por exemplo) não terem contato direto, atualmente, com os homens (poderá haver exceções - como para toda regra). Como não há comunicação direta entre as dimensões, espiritual e material, não espere a aparição de Deus para crer nEle. Jesus Cristo foi o último a fazê-lo e disse que após a suas ascensão enviaria o Consolador (O Espírito Santo) para testificar destas coisas. E deixou a palavra de Deus escrita para testemunho a todos.
Então, além dos escritos Bíblicos a outra prova de tudo isso que disse é a manifestação do Espírito Santo na vida das pessoas. E isto ocorre com bilhões de vidas que crêem em Deus e em Jesus Cristo. Claro que se eu contar as minhas experiências com Deus você não tem que acreditar. Se eu te disser que a laranja que eu estou chupando em determinado momento é doce você só saberá ao certo se prová-la também. É assim que funciona: nós pregamos, você se identifica com as coisas que são ensinadas, acha realmente importante para sua vida, vem e prova do Espírito de Deus e depois não quer deixá-lo mais (e se torna mais um pregador ... até você mesmo, amigo! - já imaginou? – não é nada extraordinário – muitos outros incrédulos já se converteram – só serias mais um), e se vem a deixá-lo, depois se recente. (Percebeu o termo: - ‘se identifica com as coisas ensinadas’? Por que alguém não se identificaria com os ensinamentos do evangelho que são perfeitos para uma vida plena e em comunhão de amor com o semelhante? Por existir esta possibilidade de não se gostar, mesmo sendo tudo de bom, é que creio piamente nesta nossa condição de sermos totalmente livres).
Fomos programadas para sermos livres; e isto, para mim, é o dom mais valioso que pode existir num contexto infinito como o Universo: - a vida, e totalmente independente. E por este motivo, por Deus ter nos feito assim, a despeito do perigo que isto representaria para nós e para toda a sua obra, é que Ele veio a se superar (provou não ser egoísta, provou grande audácia, provou altruísmo, desprendimento, amor, paixão pela vida – como se precisasse provar alguma coisa a alguém! Imagine!). Todo Poderoso, capaz de criar tudo, não se limitou a fazer coisas belas, imensas e engenhosas, mas algo inusitado: - reproduziu-se a si mesmo; na dimensão física e no poder numa escala drasticamente menor à Sua, porém numa quantidade de exemplares praticamente infinita: os seres – A Bíblia diz em Gênesis: “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança”; e num capricho muito especial, nos fez com as suas próprias mãos e não com apenas um “haja!”.
Mas é injusto! E se a pessoa não tiver, quem sabe, a capacidade de entender esta pregação para aceitá-la, ou se seus motivos para não aceitá-la não tem nada a ver com sua maldade ou pouco caso com Deus???
Amigo, eu confio plenamente na justiça e na sabedoria daquele que me criou, tamanha a engenhosidade e singularidade de meu corpo, tamanha a criatividade e diversidade do que vejo ao meu redor, tamanha a magnitude deste Universo Infinito, e que de uma maneira tão legítima, tão doce, tão amorosa em fim, revelou-se para mim, através de um Cristo tão humilde e ao mesmo tempo tão gloriosamente majestoso; e por confiar tanto é que descanso na sua graça salvadora e rigorosamente justa e, que tenho certeza, alcançará a todos aqueles que forem realmente dignos desta salvação; independentemente de quaisquer percalços impeditivos que possa qualquer um apontar. Por que a Bíblia Diz: “NADA PODE NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS” – a não ser, lógico, nós mesmos.
Sabe quantos amariam a Deus se não fosse um mandamento? Ninguém. Sabe quantos amariam a Deus se houvesse uma terceira opção. Ninguém. Todos iriam para esta terceira opção (toda a liberdade que o representante do mal propõe e oferece sem nenhuma punição) A princípio alguém perguntaria: - e por que não existe esta opção? Simples, voltando ao que já disse: é só imaginar este mundo com esta terceira opção ... ele seria bem pior do que já é, concorda? Todo mundo vivendo a vontade, e nem ia ligar se viesse a morrer em meio a curtição louca, pois já tinha garantido a sua outra vida sem nenhum sofrimento. Em fim não tem jeito sem a ameaça da pena pós-vida como um freio para os nossos instintos. Se fossemos irracionais como os animais ... inocência total ... tudo bem, poderia ser; mas somos racionais e duvido que alguém em sã consciência gostaria de ser diferente (a saber, como os animais)! Ou gostaria?! Mas o fato é que não somos, e é exatamente por isso, por sermos racionais, é que temos os nossos horizontes tão quanto o infinito.
Não dá para comparar o amor dos filhos pelos pais terrenos com os da criatura por Deus. O amor de Deus é um mandamento e não é um mero sentimento, não é algo que acontece por acaso, e sim uma ação, ordenada pelo DEUS que inventou o amor; e eu quero amar porque Deus manda e me explica o quão saudável é; o quão bom é para eu ser amado, logo é bom para todos, e, logicamente, para este amor se difundir entre todos, eu preciso começar por mim, tomando a minha atitude de amar o meu semelhante.
Mas se é mandamento não é livre arbítrio! Como ponto de partida para a liberdade há, admito, uma condição arbitrária. Deus exige esta reverência a Ele, pois sabe que merece esta reverência; Imagine um ditador humano, falho, que mesmo se fosse uma magnânima pessoa nunca seria absoluto na perfeição; evidentemente não é o caso do DEUS TODO PODEROSO; Ele sim pode exigir toda glória para si e não nos deixa outra opção por que não existe um ser melhor que Ele para se conviver eternamente – Ele é a absoluta personificação do bem e do conforto. Não esqueça do que venho dizendo, que o livre arbítrio a que nos referimos é sobre a escolha entre só duas opções; e, se definitivamente esta palavra não se aplicar (livre arbítrio) ao que estamos falando, por denotar liberdade total e não a só duas opções, façamos a substituição pelo termo: “liberdade de escolha entre as duas únicas opções que existem” – pronto! Acabou a polêmica! Pois, repito: não existe no Universo Moral (Ético) mais que duas opções. Não tem como as coisas serem diferentes do que são.
Vou repetí-lo de novo:
"O amor de Deus é um mandamento e não é um mero sentimento, não é algo que acontece por acaso, e sim uma ação, ordenada pelo DEUS que inventou o amor; e eu quero amar porque Deus manda e me explica o quão saudável é; "
Bem, pelo menos num nível você já admitiu que não há liberdade nesta teologia. O Amor seria, de fato, OBRIGATÓRIO! Obrigado
por me conceder isso. A única opção então seria passar a eternidade no inferno. Enfim, voltamos ao ponto de partida, do
qual, de fato, jamais saímos: Como um escolha feita sob ameaça pode ser livre?
Sua resposta foi: Não pode!
Até que não seria tão ruim se todos de fato acreditassem nisto, aí, todos iriam necessariamente para o céu, visto que ninguém
é tão idiota de preferir o contrário. Infelizmente, a falta de coerência mal começou.
“Mas, Mario, tudo bem se realmente for como você está dizendo! No entanto você não prova nada com este discurso! Você está dizendo que só existem duas opções ... você está dizendo isso ... eu quero mais de que uma afirmação de alguém, se me permite, suspeito; eu quero uma prova! Uma só prova irrefutável!”.
Já disse que não existe esta prova irrefutável, e você sabe que não tem. A prova que tenho terá que ser experimentada pessoalmente por cada um que ouvir o Evangelho e a seguir abrir o coração (o centro dos sentimentos, a alma) para sentir o Espírito de Deus testificando destas coisas em seu ser – exatamente o que acontece com todos os cristãos (os verdadeiros) – exatamente de acordo com o que Deus diz em Sua palavra para provarmos da sua bondade, para fazermos prova dEle, etc – exatamente como Cristo disse a Tomé sobre o quão feliz seria aquele que não viu e creu – realmente não vemos, apenas sentimos. Todo este meu discurso é por que estou tentando te explicar como eu entendo estas coisas; faço isso para descartar a hipótese de seu ceticismo vir a ser por falta de um esclarecimento preciso advindo de alguém que já provou desta certeza (certeza esta não proveniente de altas investigações filosóficas, até por que as coisas de Deus são simples de entender, não complexas para que só os sábios entendam, mas elementar para todos, até para “qualquer um imbecil” – Ele, O ETERNO, não faz acepção de pessoas – Ele quer a todos para si).
VASCULHE todo o meu site! Os dois! DESAFIO você a achar UM ÚNICO lugar onde eu tenha exigido de
alguém uma 'PROVA IRREFUTÁVEL' do que quer que seja.
Não fique tentando simular minhas palavras, ao menos não assim. Você não passou nem perto do que eu poderia dizer.
Leia bíblia com boa vontade, temor (respeito para com Deus) e honestidade. Leia com o desejo de ser abençoado.
Quanto a questão da linguagem bíblica, ela foi escrita de acordo com os costumes e cultura daquela época (Aquele Deus vingador, poderoso, guerreiro, era a maneira como os homens entendiam uma divindade justa). É por isso que a Bíblia parece apenas como um retrato da cultura da época e não uma revelação de Deus. Como você escreveria a Bíblia hoje? No lugar de cavalos de guerra, tanques blindados? No lugar de flechas, mísseis? No lugar de lanças, fuzis? No lugar de reis e príncipes, presidente, ministros? Ao invés de pão e vinho, pizza, coca-cola, batata frita? Entendeu onde quero chegar? Mas se a Bíblia fosse escrita a 4.000 (quatro mil) anos atrás com a nossa linguagem e com todos os conhecimentos de ciência atuais (e a cada década teria que atualizar – Plutão já não é mais considerado um planeta!) satisfaria todos os filósofos e cientistas de hoje, mas os daquela época ficariam “boiando”, para não dizer que não acreditariam em nada – achariam tudo estranho e não se identificariam com nada daquilo!
Você questionou: - “Como pode ser justo um Deus que lança um ser em um castigo perpétuo, quando este
só viveu algumas décadas e por falhas irrelevantes?”
Eu não creio que Deus fará isso, e qualquer um, em sã consciência, duvido que creia. Não creio que Deus castigará a quem não mereça. Eu confio, como já disse, piamente naquele que me criou, na sua justiça, sabedoria, misericórdia, amor, e tudo o mais de virtude que possa existir, devido aos motivos já expostos, e acrescento que o Ser a quem sirvo, venero e me curvo é O GRANDE ARQUITETO DO TUDO, e sei que me ouve quando oro, e não me criou em vão, apenas para uma curta e sofrida vida terrena (quando me fez com sentimentos), mas para me resgatar no porvir; e JESUS CRISTO é a revelação dEle (de Deus) aos homens (eis a sua prova material, Jesus Cristo).
A Bíblia diz: “Quem não crê já está condenado”. Para se crer é preciso ouvir e ser tocado pelo Espírito Santo. Reunidas estas condições (o ouvir a palavra de Deus e o toque do Espírito de Deus) o homem poderá crer ou não. E Deus saberá quem reuniu todas as condições necessárias para crer e não creu assim mesmo. (e o crer neste dito subentende-se necessariamente em também servir a Deus – pois a Bíblia diz que a fé sem obras é morta, inútil).
Será que você quer dizer que praticamente quase todo o mundo está enganado, quando coloca a religiosidade como coisa insensata, mera fé tola (crendice) sem correspondência com uma realidade? Refiro-me a todos os religiosos do mundo (crentes, católicos, espíritas, umbandistas, budistas, etc, etc) e que só você e os ateus estariam certos? Sim, sim, eu sei que não é bem isso, você apenas se reserva ao direito da dúvida. Mas isso quer dizer a mesma coisa, que todos que se lançam a sua religiosidade seriam, então, uns alienados! Pessoalmente conheço muitos religiosos e apenas dois ateus, você e um antigo colega de trabalho meu; mas com esta argumentação só você. Será você talvez um tipo de profeta do anti-Cristo ou apenas um cego (espiritual) pelo próprio conhecimento secular (desculpe a audácia - no fundo não quero crer que seja isso, mas você realmente se destaca com suas idéias anti-religiosas). Nunca estudei filosofia e nem outra ciência para este meu entendimento das coisas, não consultei nenhum pastor ou bispo ou teólogo para escrever estas minhas respostas – tenho 43 anos e toda a experiência que tenho é advinda, além da própria vida, claro, da minha profissão de contabilista que me obriga a ter habilidade em interpretar legislações tributárias e comerciais e desenvolver pareceres e defesas dos meus clientes perante os órgãos fiscais – afora isso sigo apenas a minha intuição (eu sei que Deus me inspira – mas isso você não acredita).
!?!?!? QUEM DISSE QUE EU SOU ATEU ?!?!?!
Homens erram, os comuns e os cristãos. O fato de muitos crentes serem uns errados a despeito do que recebem de ensinamento não invalida o Evangelho. “Todos Pecaram e destituídos estão da glória de Deus” Davi pecou (adulterou e planejou a morte do marido da mulher a quem desejou ilicitamente), Pedro pecou (negou Jesus três vezes). Deus e sua Lei são perfeitos, nós não. O Evangelho é um grande ideal de vida e não um milagre em si – ele só funciona em quem quer. Boa parte do mundo continua não querendo o Evangelho, mas eu desafio a qualquer antropólogo, psicanalista, psicólogo, em fim, especialistas do comportamento humano, que se o mundo aceitasse o Evangelho nas suas vidas isto aqui se tornaria um paraíso – eu já disse isso antes, em outras palavras. Mas não seria um paraíso se aceitasse uma religião que cultua o demônio; não seria um paraíso se aceitasse uma religião que permite matar em nome de Deus e até promete o céu para um suicida; não seria um paraíso se aceitasse uma religião que não pregasse uma mudança radical de vida, um renascimento, em fim; não seria um paraíso se aceitasse uma religião cujo instituidor fosse um mero mortal que apenas se diz enviado ou profeta, mas que provou da morte como todos os demais mortais (diferente do Cristo Vivo. Ok, parece que a única prova da ressurreição de Jesus Cristo é o mero testemunho daquela dezena de pessoas que o viram após a sua morte; parece, mas além do seu nascimento ter zerado o calendário ocidental, fazendo constar em todos os livros de história as siglas AC e DC, o que para você talvez não signifique nada, Ele mudou a vida de muitos e continua mudando e isso não mostra sinais de que vai parar); não seria um paraíso se aceitasse uma religião que vai de encontro as Leis Mundiais, eu diria, para exemplificar, contrária a Declaração Mundial Dos Direitos Humanos, ou contrária aos bons costumes e até ao bom senso da maioria; não seria um paraíso se aceitasse uma religião que não tivesse em seu bojo a pretensão de mudar e unir absolutamente todas as pessoas do mundo, sem qualquer exceção (bem ilustrado numa fala no filme “O Quarto Sábio” estrelado por Martin Sheen: - “Ele virá para governar o mundo como uma grande família” – É um lindo filme! O recomendo a todos). Com estas declarações ficou explícito que descarto frontalmente outras religiões afora o Cristianismo
É um desafio impossível de ser satisfeito, não? Porém, já tivemos vários contextos tempo locais onde
o Evangelho teria sido ao menos supostamente aceito. Várias cidades em vários locais do mundo já foram totalmente cristãs,
principalmente na Idade Média e Moderna, não só na Europa mas também nas Américas. O que se viu não passou nem perto de um
paraíso.
Ou nenhum destes contextos jamais aceitou o evangelho realmente, o que sugere que tal coisa então é impossível, ou então
o evangelho não conduz ao paraíso. Pessoalmente fico com a primeira opção. O Evangelho é realmente uma grande doutrina,
mas é impossível de ser seguida, e o principal motivo é que é incompreensível.
Um conselho: - leia o Novo testamento – o Velho Testamento, como o nome já indica, fala da velha aliança que serviu, a priori, de base para a nova, a saber, o sacrifício único e definitivo do cordeiro perfeito que é Cristo como prova e exemplo insuperável de amor. Quem não pode aprender com esta lição que Cristo dá aprenderia com qual? Lavagem cerebral, sessões de psicanálise, o envio de um novo profeta – precisa de outro? De tempos em tempos Deus tem que enviar outro mensageiro oriundo do céu? Digo oriundo do céu porque da própria Terra temos milhões, ou porque que não bilhões, de mensageiros do Reino de Deus, o qual sou um dos tais, e devidamente comissionados por Cristo com o Seu “Ide”..
Sua dificuldade com o livre arbítrio é o fato dele só proporcionar duas opções no aspecto moral: ou Deus ou o representante do mal. Neste ponto, realmente a palavra livre arbítrio não se aplica muito bem, como já disse, o ideal seria: “liberdade de escolha entre as duas únicas opções que existem”. Mas porque isso? Para que serve esta possibilidade entre só duas opções? Para explicar, então, este relacionamento com Deus com apenas duas opções, e também entre as pessoas, vejamos as considerações a seguir:
Primeiro imaginemos o Universo só com uma opção, um só partido político (Ditadura? Socialismo?). No início era assim mesmo, apenas o governo de Deus, e Deus poderia manter isso eternamente; entretanto não quis. Mas antes de continuar, vejamos uma analogia com o nosso plano material: - Um governo humano também teria esta possibilidade, de manter toda a população conformada com o seu governo, bastando para isso criar uma droga que poderia se chamar “anti-livre arbítrio” e que seria administrada a toda a população e assim não precisaria mais de democracia, todos obedeceriam aquele governante de “livre e espontânea vontade”e a harmonia seria absoluta (imperativo esclarecer: este efeito só estaria sobre o governado em relação ao governante – entre os governados ainda existiria o livre arbítrio, para ter sentido a interação entre eles, pois caso contrário os gostos e preferências seriam idênticos e essencialmente, então, não existiria uma comunidade de indivíduos independentes mas apenas, digamos, um estoque de exemplares humanos) Fim da analogia.
Neste ponto provamos que esta independência, que esta individualidade, que esta liberdade entre nós, humanos, é o parâmetro fundamental que legitima qualquer relacionamento bem sucedido, ou seja, a despeito das dificuldades inerentes das diferenças de gosto e de nossa liberdade de escolha, quando conseguimos com nosso trabalho, dedicação, abnegação, altruísmo, um relacionamento harmonioso, ele é, então, rigorosamente real e por isso nos sentimos tão felizes e realizados. Ok? O Livre arbítrio entre os seres humanos foi satisfatoriamente explicado? E provado ser benéfico e, mais importante, desejável por todos? E podemos acrescentar também, para fechar a questão, que o respeito, por parte de Deus, a casualidade dos eventos também é crucial e, em fim, acaba então tendo tudo a ver com legitimidade que me referi?.
Voltando a questão do governo de Deus (totalitário) sobre os seres criados por Ele, o que na verdade o foi só até o momento em que um dos seres se rebelou (e o fez, logicamente, porque era livre para fazê-lo – logo, na verdade, nunca existiu o governo totalitário), vamos agora caminhar com muita calma, pois é exatamente aqui que começa o problema, que eu diria, a princípio, ser o não esclarecimento devido da amplitude da condição do termo livre arbítrio.
Quando uso o termo livre-arbítrio quero dizer que o homem, os seres espirituais, a natureza, o universo, o TUDO é absolutamente livre. O livre-arbítrio não se prende somente ao aspecto moral, mas a total independência do Universo em todos os setores, inclusive, veja até que ponto vai esta liberdade, também a dos seres que estão (ou estavam) mais próximos de Deus, como o caso do anjo caído e seus chefiados. O termo livre arbítrio utilizado para explicar a existência do Mal, significa que os seres podem mudar de lado, mas que este outro lado, afora Deus, é ruim; paralelamente, na nossa lei, podemos ver isso; sabemos que matar é ruim, que existe uma pena para o assassino, mas mesmo assim matasse – sabemos que o uso do cinto de segurança dos veículos é útil para salvar vidas e minimizar lesões nos acidentes, mas mesmo assim muitos não o usam; Por que? Porque temos esta “liberdade” de não atender ao apelo legal, muito embora exista pena para os transgressores. Chamamos isto de “liberdade” porque o governo tenta nos convencer destas coisas através da ameaça da pena e de campanhas de conscientização, e não através de uma droga inibidora de índole homicida ou de preguiça de atar o cinto. Quero dizer que é possível aos seres fazer uma outra coisa, diferente da desejável, pois somos livres para tanto, muito embora sabemos que iremos ou poderemos ser penalizados. Isto já não explica a existência do Mal? Ainda estou esquecendo de alguma coisa? Quanto ao livre arbítrio no âmbito afora aos seres, a concepção geral do Universo, a razão maior da sua existência é exatamente a sua auto-sustentação, a não interferência sistemática do Criador. O que eu estou falando você mesmo percebe nas suas investigações filosóficas, foi desta maneira que o GRANDE ARQUITETO fez tudo, autônomo. O que você percebe a sua volta, a casualidade dos eventos, o indeterminismo do Universo, que, pelo que entendi, é a condição que mais tem a ver com seus pensamentos, já explica muita coisa; a não interferência direta de Deus, a sua não aparição para provar a sua existência, a não pregação do Evangelho diretamente de um púlpito plantado no céu, etc.
Foi então possível entender que as coisas são como são porque é necessário que sejam assim, ou seja, que essa plena independência dos seres e de todo o Universo sistêmico é para, exatamente, dar sentido a toda esta nossa odisséia? Foi possível entender que o grande diferencial de tudo, o ser humano, por ter, como já disse, uma alma (um sentimento, além de inteligência) precisava de um relacionamento com o seu criador, a sua razão maior de existir, agora e no futuro; além de sua mera vida terrena, material, e partindo de uma regra mãe e embasado na mesma (o amor incondicional a Deus e aos seus semelhantes), e que se não existisse a possibilidade do Mal, não teríamos nada contra ao que lutar, e o porque lutar? Entendeu esta filosofia, que eu estou batizando, agora, de “Filosofia Da Razão Do Tudo”, ou simplesmente de “Filosofia Do Tudo”? Entendeu que a vida é nada mais nada menos que lutar contra algo com a constante esperança de vitória, e que sem pelo menos a possibilidade da existência deste algo, que seria exatamente o Mal, o contraponto de Deus, não haveria vida, ou pelo menos o que entendemos como vida (vida é energia – para que serviria a energia, por exemplo, para um veículo, se não existisse a resistência do ar, ou o atrito da superfície ou o seu próprio peso, o obstáculo, quero dizer?). Entendeu que Deus, embora não presente fisicamente, está inserido nisso, necessariamente, pois, insisto, se temos sentimentos seria a nós altamente frustrante não ter esperança numa vida além morte ao lado do nosso Genitor Maior em compensação por esta vida tão fugaz que vivenciamos nesta dimensão material?
Como já disse, não fui sistemático para as explicações. Será necessário ler tudo com muito cuidado e atenção para perceber tudo o que quero dizer. Aconselho-o a releitura deste conteúdo para o seu melhor aproveitamento. Aconselho-o, finalmente, a orar, conversar sinceramente com o Seu Criador. Caso esteja difícil se conectar com Ele para esta conversa, olhe para dentro de você, busque-o dentro de ti, invada o seu próprio âmago, a sua alma, e encontre-O .. e O encontrará ... você tem tudo a ver com Êle ... você foi feito a Sua imagem e semelhança ... você é uma extensão dÊle, você é algo criado com muito propósito e o resultado desta sua interação com Êle será ao mesmo tempo fascinante e altamente confortável. Se você realmente derramar a sua alma, você O encontrará.
MARIO CAMPOS DE JESUS
Quarta, 25 de Outubro de 2006
Devo parabenizá-lo pela disposição e cuidado com que expôs a justificação do Livre-Arbítrio, à qual nada tenho a objetar
seriamente, sob o ponto de visto teológico. Até aqui tudo bem, eu nunca foi contra a idéia de Liberdade, e sim o contrário,
como minha monografia DEUS DE LIVRE deixa claro.
O problema, é que pela enésima vez neste site, alguém faz uma defesa razoável mas apenas parcial da teologia cristã, abordando
o tema isoladamente, quando o problema é exatamente a relação entre este tema e outros.
A questão é, inicialmente, sobre a tensão entre a LIBERDADE e a ONIPOTÊNCIA! E esta última simplesmente não foi abordada,
exceto por uma de suas derivações, que é a Onisciência. Além disso, há que se justificar a bondade divina frente a questão
da danação perpétua num universo onde Deus é todo-poderoso, podendo fazer qualquer coisa.
Mas no caso mal entramos nesses pontos. Você tentou salvar a liberdade neste universo teológico pura e simplesmente
reduzindo-a à apenas duas escolhas, como se isso já não estivesse colocado desde o princípio, visto que minha analogia
desde o começo foi baseada em duas únicas escolhas.
Além disso, você apenas afirmou que há uma diferença qualitativa entre haver várias, ou apenas duas. Porém, não vejo como
isso pode ter qualquer relevância para julgar o estatuto de legitimidade do Livre-Arbítrio. Na realidade, vejo inclusive
a possibilidade inversa como muito mais promissora, isto é, a liberdade tende a ser muito mais legitima quando existem
várias opções a escolher. Reduzir as opções a duas, se for relevante, só poderia ser no sentido de tornar a liberdade
ainda mais falsa e ilusória, visto que tenderia a forçar a ocorrência frequente de dilemas.
Em minha sincera opinião, sinto dizer que você não conseguiu responder nem mesmo uma das questões levantadas em
Resposta ao DEUS, e a maior evidência disto está em nada menos do que o tamanho do seu
texto.
Ela fala, fala, fala, e diz muito pouco. Você precisa fazer voltas, percorrer longos caminhos, realizar teodicéias para
tentar responder as questões, mas acaba não chegando a lugar algum. É fácil mostrar isso.
Quando temos uma boa resposta para uma boa pergunta, ela SEMPRE pode ser resumida e simplificada, e expressa de uma
forma sintética e direta. Não vejo como você poderia fazer isso com este seu texto. Por isso vou recolocar as questões
de um modo bem simplificado, passo a passo, na forma das afirmações apologéticas, e de contestações lógicas.
Deus é Onipotente, criou o Ser Humano para amá-lo, e lhe deu Livre-Arbítrio.
O Onipotente tem controle total sobre o universo, determina todos os eventos.
Como pode haver Liberdade se tudo está determinado?
Deus é justo, misericordioso, bom.
O Onipotente controla todas as nossas ações, então ao nos punir, perpetuamente, por coisas que
ele mesmo determinou, como pode ser Justo? Como um ser que lança humanos inocentes no sofrimento infernal pode ser
misericordioso?
Mas ele não nos lança no inferno, nós vamos por conta própria.
Só se tivéssemos liberdade, mas esta é inviabilizada pela onipotência. Além disso o Inferno é
criação dele, ele não poderia destruí-lo?
Temos liberdade, porque esta é necessário para que o amemos espontaneamente
Mas e a Onipotência?! Não temos liberdade.
Temos, porque Onipotência é "Poder" fazer qualquer coisa, não necessariamente "Fazer". Somos livres porque apesar
de poder determinar o universo, Deus escolhou não fazê-lo, nos dando liberdade.
Ok. Concordando com esta definição de Onipotência, é possível que sejamos livres, mas
para que o fóssemos, Deus não poderia saber o que faríamos, e logo, embora possa ser, acaba não sendo de fato Onisciente.
É Onisciente. Não determina o que nós faremos, apenas já sabe o que livremente escolheremos.
Se Ele já sabe que um indivíduo irá se desviar mesmo antes de criá-lo.
Por que então o cria? Se é claro que não foram criados todos os seres possíveis, por que escolher criar estes em
especial sabendo que muitos iriam sofrer? Por que criar um ser que após uma breve vida na Terra sofrerá perpetuamente
no inferno? Porque não apenas criar os que escolheriam não se desviar? E, fora isso tudo, se ele escolheu criar cada
ser que existe, podendo ter escolhido outros, então ele determinou a humanidade como é.
Mas Deus pode "Não Saber" o futuro, se quiser, permitindo assim a Liberdade.
Isso substituiria a Liberdade pela Aleatoriedade, e se ele não souber do futuro, querendo ou não,
então é impossível profetizar, e as profecias são partes vitais da teologia em questão, se elas existem, decorre que
Deus de fato saberia o futuro, excercendo sim sua onisciência.
Deus conhece todas as nossas decisões antes de nos criar, e poderia não ter nos criado, mas por misericórdia ele
nos cria, porque é melhor existir a não existir. Ele nos dá espontaneamente a existência mesmo que não a mereçamos.
Esse é o recurso final para defender essa teologia [previsto em Santo Agostinho]
mas é aí que a questão da punição perpétua no inferno virá destruir qualquer esperança desta teologia fazer sentido.
Se for para a criatura ser salva, então é sustentável a afirmação, mas e se for condenada? Não seria melhor ela não
existir do que existir somente para sofrer horrenda e interminavelmente?
Mas ir para o inferno é a escolha da pessoa, e essa liberdade de opção deve ser respeitada.
Jamais é uma escolha, a pessoa só se deixa condenar porque não acredita ou não sabe o que é o inferno,
assim que ela souber, irá querer sair de lá, porque então a liberdade termina aí? Como um ser que teve apenas algumas
décadas de liberdade e metade da eternidade sem direito a escolher sair do inferno, pode ser considerada livre?
|
Como espero ter deixado claro aí em cima há 3 conceitos em conflito, a Onipotência, a Liberdade e a Justiça.
O dois primeiros já se chocam por si só, mas poderiam até ser conciliados com a solução do "não saber" voluntário, o
problema é que isso destrói a possibilidade de profecias ao eliminar a onisciência. Já o problema da justiça é duplo,
ela só faria sentido se existisse liberdade, porém esta não só é inviabilizada pela onipotência, como mesmo que não fosse,
e destruída pela punição perpétua, que seria infinitamente injusta.
E por fim, voltando ao nosso ponto de partida, mesmo sem tudo isso, o problema da escolha forçada corre solto e sem solução.
Tenho duas opções, Obedeço e me deu infinitamente bem, Desobedeço e me dou infinitamente mal, é evidente que qualquer ser
racional só terá por opção obedecer. Esperar que alguém, por puro orgulho, escolha o sofrimento e desgraça infinitas é
uma estupidez.
Mas restou ainda um problema final que é o da hipocrisia. Se tudo isso fosse verdade, essa justiça só faria sentido se
fosse muito clara e explícita. O problema é que ela não se apresenta claramente. A pessoa poderia viver a vida inteira
sem jamais ter tido noção de tal lei divina e depois ser punida por algo que não poderia saber.
Não falo de cometer atos anti-éticos, pois creio que todo o ser humano nasce equipado com discernimento para agir
corretamente. Falo de observer detalhes que o bom senso aponta como irrelevantes. Como ir a igrejas, orar, se humilhar
perante uma divindade hipotética ou aceitar tal ou qual imposição simbólico religiosa.
Mas chega disso. Enfim, quero dizer que essa mensagem, apesar do esforço, pode ser resumida em afirmar que não se tem resposta
para as questões. Caso você discorde ou ache que talvez eu não tenha conseguido visualizar bem os argumentos, o que é possível,
então peço-lhe que os simplifique e os exponha de forma mais sistemática como fiz acima.
Vou ficar por aqui, o que mais tenho a acrescentar está na resposta sua SÉTIMA MENSAGEM [622].
Marcus Valerio XR
1 de Setembro de 2007
MARIO CAMPOS DE JESUS
Quarta, 25 de Outubro de 2006
|
|