O Homem (homo sapiens) surgiu há 3000 séculos, ou seja, trezentos mil anos.
Desses 300.000, demoramos 299.785 pra atingir a população de UM BILHÃO, no planeta todo, em 1804.
De 1804 a 1927, em apenas 123 anos, passamos de um bilhão para dois bilhões.
O que inicialmente demorou quase a história inteira da humanidade, foi repetido em menos de um século e um quarto.
De 1927 até 2050, teríamos outros 123 anos, mas estamos recém indo pra 2020, ou seja, não teria dado tempo o bastante de atingirmos o terceiro bilhão.
Só tem um problema, o terceiro bilhão foi atingido em 1960, apenas 33 anos depois do segundo bilhão e em UM TERÇO do tempo anterior.
O quarto bilhão foi atingido em 1975, só 15 anos depois do terceiro, ou seja, na METADE do tempo anterior.
Eu vou parar por aqui, acho que já deu pra ter uma perspectiva do nosso panorama populacional através dos séculos.
Onde eu quero chegar com isso? Que quando as pessoas dizem que antigamente não se ouvia falar disso e daquilo, que hoje em dia tem mais roubo, mais estupro, mais gente doente, mais maldade, mais perversão, mais abandono, mais issos e mais aquilos, que antigamente a coisa era melhor, o ar era mais puro, que as pessoas eram gentes melhores, e etc, elas estão certas.
Ninguém ficou maluco, não!
Não é uma percepção distorcida, de forma alguma. Tecnologia, medicina, melhores infraestruturas nos trouxeram até aqui, reduzindo a mortalidade e aumentando a longevidade, de forma que mesmo com guerras e conflitos, com a gente se matando aos montes ocasionalmente, continuávamos nascendo mais do que morrendo.
Parabéns, isso não é difícil de auferir, é até bem raso. Pra quê um post desse tamanho só pra dizer o óbvio?
Por que essa perspectiva é importante pra entender o papel do guerreiro e da mãe na formação da sociedade, que é o verdadeiro assunto desse post.
No mundo antigo, o berço da civilização, haviam poucas pessoas, poucas demais pra ter classe média, como disse no outro post em que falei da burguesia e dos grupos sociais convulsivos.
Tudo que se havia por resolver, se resolvia na espada. O perdedor, se sobrevivesse, virava escravo do vencedor, e escravo nunca foi classe social. Escravos eram a classe trabalhadora, a mão-de-obra, quem construiu o mundo herdado pelas classes nobres, os verdadeiros proprietários, os cidadãos, de fato e de direito, ou seja, a espada, a sorte na guerra, era o verdadeiro fiel da balança a decidir se um povo outrora nobre seria escravo, ou se um escravo rebelado, agora passaria a ser senhor.
No filme "Alexandre Magno" de 1956, estrelado por Richard Burton, há uma cena muito especial, quando o jovem rei chega a uma nova terra, e reclama-a para si, num ato cerimonial muito simbólico: ele crava a ponta sua lança na terra e diz que ela agora é sua por direito, por que ele a feriu, e ele agora aceitava a Ásia por presente dos deuses. Quem não assistiu esse filme ainda, assista, só essa cena já vale o filme todo, mas ele todo é maravilhoso. O problema é que essa cena é uma representação de todo um entendimento real de uma época.
Ainda, sobre a história de Alexandre, quando Dario III da Pérsia percebe que os Macedônios estão chegando, manda um emissário ao rei dizendo "Haja paz entre nós, Alexandre, a Ásia é grande e há espaço de sobra, vamos dividí-la" e tem como resposta "Tão certo quanto o dia não tem dois sóis a Ásia não terá dois senhores, prepara teus exércitos à guerra e sobe ao meu encontro", ou seja, TUDO era resolvido com exércitos e guerreiros.
A besta humana do Julius Evola sabia muito bem disso, por isso ele exalta tanto a abordagem desse aspecto bélico do homem, por que mais da metade da história da humanidade não foi escrita com pena e nanquim, mas com espada e sangue, de forma que se ao homem cabia o trabalho de escrever a história, à mulher cabia o trabalho de parir esses escritores de espada e sangue, parir esses exércitos, parir inclusive mais mulheres, pra dar continuidade ao processo posteriormente, então se o papel do homem ideal na sociedade era lutar com uma espada na mão, o papel da mulher ideal na sociedade era lutar pra manter as pernas abertas o máximo possível pra continuar trazendo mais soldados ao mundo.
Se os homens guerreavam por tudo e para tudo, e se eles morriam como moscas, tinha maior exército e ganhava mais guerras aquele lado onde as mulheres parissem mais.
A espada anda a tal ponto entrelaçada com o sexo, que a própria palavra vagina significa "bainha" em latim, por que a ela o pênis pertence, como uma espada pertence a sua própria bainha.
O problema é que não eram só os homens que morriam como moscas, então enquanto um guerreiro podia morrer na sua primeira batalha, uma mulher podia morrer no primeiro parto, e nenhum deles sobreviveria pra lutar ou parir uma segunda vez.
Ah, mas se os dois podiam morrer os dois eram igualmente valiosos.
NUNCA!
Um menino, se já estivesse apto a usar um gládio e com boa forma física aos 15, poderia ter sucesso numa batalha, e por mais homens que ele matasse e mesmo que seu exército vencesse, seria apenas uma batalha, ou uma guerra, e a próxima, sabe-se Deus quando viria.
Nascia uma menina, pelo menos uns 9 a 12 anos pra ela menstruar, ou seja, atingir idade fértil (todo sexo que ela fizesse antes disso seria inútil do ponto de vista reprodutivo), e se na primeira gestação ela já morresse no parto, todo um investimento de mais de uma década é jogado fora, porém se ela sobrevivesse, na primeira gestação poderia ter já gêmeos, dali 9 meses mais outra gestação, sucessivamente, ou seja, enquanto o homem provava seu valor uma batalha por vez, só quando haviam batalhas, a mulher podia provar seu valor com mais de um filho por gestação, cronometrado, a cada 9 meses certinhos, como um relógio, bastava manter as pernas sempre abertas. A mulher era recurso precioso. Era preciso ter muitas, elas precisavam ser preservadas a qualquer custo, por isso o fascínio de civilizações antigas como os Egípcios por ginecologia, por que era preciso conhecer a vagina, era preciso saber como a vida funciona, era preciso entender a "cabala" do ciclo menstrual, a arte do sexo e da reprodução precisava ser dominada com maestria por qualquer um que pretendesse construir um exército, e vemos o desenho disso na nossa cultura desde o Judaísmo no Velho Testamento até o Islã de Maomé.
Justamente aí começa a loucura do feminismo com o tal do "Patriarcado Opressor". Se a mulher não dirigia, não votava, não era nem letrada, era ensinada a ser boa esposa, casada pela família com um bom partido por garantia de boa vida, não por amor, era por essa visão de recurso precioso a ser preservado num mundo que pode entrar em guerra.
Nosso mundo mudou, nossas guerras não se travam mais com exércitos e sim com sanções comerciais e nossas bombas atômicas são agora muito mais destrutivas do que espadas, a tal ponto que ninguém as queira "desembainhar", por que numa guerra assim não há vencedores. Os homens não se matam mais como antes. Os exércitos não são mais necessários como antes. Será que as mães deixaram de ser importantes? Será que agora elas podem finalmente fechar as pernas um pouco?
Não, não de todo.
Ainda existem batalhas onde o homem precisa lutar nos dias atuais. Ainda precisamos de guerreiros da moral, da ética, das boas ações, não apenas dos bons discursos. Precisamos de bons homens na sociedade, na política, na religião, precisamos de bons seres humanos, bons cidadãos. As mães de hoje em dia têm um papel não mais quantitativo, mas QUALITATIVO, dando-à-luz filhos e filhas preparados pra um mundo cada vez mais desafiador e carente de qualidades intelectuais, não apenas físicas como antes, uma formação que exige muito mais psicologicamente e emocionalmente do que foi no passado, por isso, como eu disse no começo do texto, não é mera impressão que as coisas estão piores hoje do que antes, mais difíceis, elas realmente estão, o seu trabalho como mãe hoje é maior que o da sua avó, por que tem mais gente, mais disputa, mais problemas e mais desafios, então mais do que nunca precisamos nos reinventar pra poder suportar as batalhas e os desafios da guerra do nosso tempo, cujo campo de batalha são as mentes e os corações humanos.
Há seis anos atrás, nos tempos do pleno emprego, economia estável, e Brasil internacionalmente respeitado, escrevi
"E eu ainda acrescento o fato elementar de que a Verdade é evidente por si só, precisando no máximo que se remova os véus que a acobertam. É a mentira que, tendo pernas curtas, precisa de inúmeras outras para conseguir chegar a algum lugar. Quando um processo bate todos os recordes concebíveis de complexidade, atingindo um volume simplesmente impossível de ser lido atenciosamente por qualquer humano num prazo minimamente prático, o mais elementar bom senso cartesiano recomenda dividí-lo em partes, exatamente o que foi feito no caso do mensalão mineiro do PSDB, e negado no caso do PT. Na verdade, faz muito sentido, visto que assim fica o dito pelo não dito, e do caos inadministrável de informações desconexas, pode-se interpretar qualquer coisa, a ausência de objetividade abre as portas para o julgamento por afetações estéticas, emotivas e sobretudo midiáticas."
Me referindo ao texto de Ladislaw Dowbor compartilhado por um amigo aqui (só agora vejo que não está público) e que quase ninguém viu.
Reproduzo-o novamente abaixo.
AP 470: A VIRADA E O DESABAFO
12 de setembro de 2013 às 11:39
Ladislaw Dowbor
Este negócio do Supremo Tribunal Federal simplesmente não passa no filtro do bom senso. Se houvesse alguma prova concreta de mensalão, não seriam necessárias milhares de páginas nem tantos anos. Um documento bastaria.
Se fosse justo, não estariam recorrendo a argumentos tão tortos do “deveria saber”, como denuncia Bandeira de Mello. Se fosse honesto, não trataria de maneira tão desigual o processo de Minas Gerais e o atual. Se fosse de bom senso jurídico, seria um julgamento técnico, discreto e direto, e não um teatro nacional, novela de batalha do bem contra o mal.
Se fosse decente, não montariam todo este espetáculo para coincidir com a campanha eleitoral de 2012, culminando numa sexta-feira, véspera da eleição. O que, aliás, pelos resultados, nem deu certo. Se fosse imparcial, como se imagina que a Justiça deveria ser pelo menos um pouco, não seria o processo tão claramente politizado contra o Partido dos Trabalhadores.
Se fossem tão corruptos, um Genoíno ou um José Dirceu, pelo menos teriam enriquecido um pouquinho. SEQUER SÃO ACUSADOS DISSO, não faria sentido[*]. E se o dinheiro foi efetivamente aplicado nas campanhas publicitárias, como está provado com notas fiscais e como todo mundo viu na TV, como pode ter financiado o dito mensalão? Sobraria o “bônus de volume”, uma merreca, que faltou provar que seria dinheiro público.
Na falta de crime, ou de provas, sobrou ódio ideológico. A grande justificativa final de tanta falta de justiça foi repetida por Miguel Reale no Roda Viva: estavam comprando os deputados para votar as leis que queriam, portanto estavam deturpando a política, apropriando-se do poder.
Bem, primeiro, estavam eleitos. Segundo, a própria lógica revela santa simplicidade, ou santa hipocrisia. A moeda de troca com os parlamentares não é nenhum mensalão[**], mas os cerca de 15 bilhões de reais (só em 2007) que são as emendas parlamentares, com as correspondentes “rachadinhas”, legalmente instituídas, generalizadas a partir de 1993 com os “anões do orçamento”. São 25 emendas por parlamentar.
O que fica claro para mim é que o que a direita não conseguiu ganhar no voto, tenta ganhar nesta aliança estranha de uma mídia comercial desqualificada com um segmento do poder judiciário. E esta mídia, agitando para um povo que anseia por ética, de que finalmente “pegamos os corruptos”, é realmente abaixo da crítica, e não quer ver a corrupção real[***].
Quando gritam “pega ladrão”, eu prudentemente, com muita coisa vista, e tendo estudado suficiente direito, começo dando uma boa olhada em quem está gritando. Justiça não é teatro.
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Notas minhas:
[*] teriam que provar um enriquecimento que concretamente não aconteceu (ao contrário de um Carlinhos Cachoeira, de um Marconi Perilo, de um José Serra, um Aécio Neves, não há sinais ostensivos do tal enriquecimento!). seria a desmoralização de todo esforço de demonizar adversários políticos. portanto, não o fizeram.
[**] uma merreca ridícula mal comparada aos bilhões, trilhões negociados diariamente no Congresso, através de lobistas de corporações pesadas do mundo atual, que agem "livremente" transformando a Casa do Povo num balcão de negócios particulares.
[***] corrupções "boas" são a dos amigos (dos escândalos das privatizações à do metrô de SP-DF). essas corrupções escondem sistematicamente.
Ladislau Dowbor é professor titular no departamento de pós-graduação da PUC/SP e da Universidade Metodista de São Paulo, e consultor para agências das Nações Unidas, governos e municípios.Ladislau Dowbor é professor titular no departamento de pós-graduação da PUC/SP e da Universidade Metodista de São Paulo, e consultor para agências das Nações Unidas, governos e municípios.
Gira o mundo e a esperteza politiqueira continua colocando a maior parte da população "no bolso", inclusive a que se acha esclarecida, precisando apenas de algumas estratégias básicas, velhíssimas, mas infalíveis.
Uma delas, ser sensível à MAIORIA SILENCIOSA, aquela que, apesar de constituir porcentagem dominante do eleitorado, não tem voz nos grandes meios de comunicação monopolizados por uma ínfima elite.
Marcelo Crivella acaba de dar mais uma aula a esse respeito, conseguindo uma das façanhas máximas da demagogia, parecer um idiota quando na verdade acerta em cheio no seu alvo enquanto passa a perna tanto nessa maioria quanto na minoria que pensa ser esperta.
Quem o examinar de perto dificilmente não terá a impressão que ele não dá a mínima para beijo gay ou qualquer coisa que o valha, até por ser da IURD / Record, que como já mostrei na ocasião de sua eleição para a Prefeitura do RJ em 2016, apoia as mesmíssimas causas sociais progressistas que todos as megacorporações de mídia pregam.
(Neopentecostalismo Feminista)
Ao final deste mesmo texto eu já havia falado que provavelmente faria uma resistência "débil e simbólica" contra as pautas que a maioria do seu eleitorado repudia, e a oportunidade veio quando selecionou um alvo insignificante para "mostrar serviço": um quadrinho que apesar do nome, é direcionado para público adulto, lançado há quase uma década, com baixa tirarem, de uma mídia já extremamente restrita em termos de alcance popular. Algo que nem remotamente se compara à influência das TVs abertas, inclusive a do seu patrão.
Aí, a turma da Zona Sul, crente que está abafando com sua "luta pelo progresso" e por um "mundo melhor" que tem a curiosa característica de, sendo anti-reprodutiva, não ter "futuro" algum, faz o maior alarde com direito aos maiores youtubers do Brasil dando massiva cobertura já não bastasse a da grande mídia em si. E tudo isso sabendo muito bem que o gesto era pífio.
E assim, os lacradores "revolucionários" que ou apoiam o poder das grandes corporações, ou pior, acreditam que irão derrubá-las fazendo exatamente o que elas querem, dão início a campanha eleitoral gratuita e antecipada fazendo-lhe o favor de refrescar a memória de um eleitorado que é bombardeado incessantemente com "novos gêneros", "família é qualquer coisa", "transsexual masculino tem que usar banheiro feminino" e "cirurgia de mudança de sexo para criança sem o consentimento dos pais", e não pode abrir a boca publicamente com medo de ser processado por alguma nova legislação usando um termo incompreensível.
Esse eleitorado, que corresponde a imensa maioria silenciada da população, reconhece nele um símbolo de resistência pelas tradições (falso, mas habilidoso em iludir), e fica pronto a reelege-lo, ou a quem ele apoiar, na eleição municipal do ano que vem.
Em suma, com uma manobra ardilosa que sabia ser inócua, conseguiu fazer uma imensa massa de iludidos trabalhar de graça para ele como cabos eleitorais invertidos, alcançando seu "público" eleitor com a generosa campanha que parece ter "humilhado o pobre defensor da família", e ainda consegue fazer bombar o evento literário em sua cidade!
Provavelmente irá aprontar outras futuramene para despontar ainda mais como o guardião de valores que a maioria esmagadora da população tem, mas as megacorporações insistem em atacar. E aposto que será bem sucedido.
Enquanto uma galerinha desempregada, ou sub empregada, morando com os pais, acredita estar abafando em cima de alguém que tem uma renda de fazer inveja a promotor que acha que 24 mil é miséria.
Evolução da sigla, não exatamente pela ordem cronológica.
GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes)
LGB (+Bissexuais. Dispensa dos Simpatizantes)
LGBT (+Transexuais / Transgêneros)
LgBTT(+Travestis, tentativa de diminuir os Gays)
LGBTTI (+Intersexuais)
LGBTTI+
LGBTTQI (+Queer)
LGBTQAI+ (+Assexuais / Agêneros)
LGBBTTQAI +(Bigêneros)
LGBBTTQQAAAI (+"Questionando", +Aliados) LGBTQQICAPF2K+ (+Curioso, Pan/Polisexual, Família e amigos, 2 espíritos, Kink)
O que se não omitirmos letras repetidas, daria LGBBTTTQQICAAAPF2K+
E ainda nem colocaram Demissexuais e nem chegou perto do 40 a 50 "gêneros" citados por aí. Meu conselho é passarem a usar potenciações nas letras repetidas, e assim ficaria:
LGB²T³Q²ICA³PFD2K+
E já que está parecendo fórmula matemática mesmo, e considerando a possível insuficiência do Alfabeto Latino, talvez seja o caso de utilizarem letras gregas. O SIGMA por exemplo poderia ser usado para representar o somátorio de toda a diversidade, o PI para as identidades praticamente indescritíveis que transcendam quaisquer classificações, e o FI para os "filossexuais", aqueles que só se interessam pela intelectualidade (Os Amantes de Sophia), ou na versão minúscula, segundo Lacan, representando as vítimas de castração, que caso seja meramente simbólica poderia ser descrita pelo PSI, resultando em - fi PSI.
O quê?! Você não leva nada disso a sério e acha que é frescura?! Que 'B' é de 'boiolice' e ainda quer acrescentar 'S' de sapatão e 'V' de viadagem?!
Então você é homofóbic@, transfóbic@, Xfóbic@
LGB²T³Q²ICA³PFD2KXYWZ+SpF-f?fóbicxs, migue.
O crescentemente notório economista e financista subversivo, Eduardo Moreira, em vídeo intitulado Saiba qual o plano secreto em curso para o Brasil, pela primeira vez me fez compreender como algo tão aparentemente insano como a EC 95 pode de fato ser parte de uma estratégia consciente.
A princípio, a outrora PEC 241, depois PEC 55 antes de se tornar a infame emenda atual, vulgo "PEC do Fim do Mundo", não parecia explicável sob qualquer ponto de vista que não fosse a pretensão deliberada de destruir o país, pois não fazia sentido nem mesmo para os interesses imorais dos grandes financistas que celebram a crise, o desemprego em massa e a destruição do pouco que se fez de "estado de bem estar social" no Brasil, quando isso lhe multiplica fortunas já maiores do que eles seriam capazes de efetivamente usufruir.
Mas pensando bem, a explicação de Eduardo, praticamente uma aposta, é perfeitamente provável, e tem a vantagem de poder ser verificada em uns poucos anos.
Ora, para não ser um simples suicídio econômico, a EC 95 jamais poderia ser levada ao seu fim previsto. Apenas 10 anos já seriam catastróficos, e 20 seriam, sempre irei insistir, O FIM DO BRASIL! Pois o estrago seria tão grande que se tornaria sensato separar o país em novas repúblicas independentes. Como está bem explicado em
18/09/18 , até mesmo a nata rentista terminaria sendo prejudicada após um poucos anos de benefício ínfimo.
Assim, a única forma de ser um plano racional capaz de aumentar ainda mais as fortunas do 0,001% mais ricos e o abismo que os separa da população trabalhadora, seria revogá-la muito antes do tempo previsto.
É a previsão de Moreira, que é até simples. Como a "PEC dos Gastos" inviabiliza qualquer possibilidade de crescimento econômico, sua função é justamente servir de justificativa para políticas econômicas cada vez mais calhordas como as 'd'eformas da Previdência e trabalhistas, que serão empurradas à força da fraude e manipulação contra a população uma atrás da outra, sempre com a mentira canalha de serem a salvação para um problema que só piora, ou na melhor das hipóteses, se mantém.
Aí, quando todo o desmantelamento das redes de proteção social e garantias trabalhistas estiver concluído sem qualquer resultado positivo, o que pode se dar ainda no primeiro governo Bolsonaro, começará o movimento pela revogação da EC, e assim que o Estado pude voltar a investir, a economia volta a crescer.
Só que aí será impossível haver crescimento com redistribuição de renda ou melhorias de condições de vida da população em geral, que continuará a ser mantida no limite de sua viabilidade. A história já cansou de demonstrar que é possível haver crescimento econômico explosivo com redução ínfima da desigualdade e da pobreza, com a elite financeira embolsando praticamente tudo. Lembre-se que a desigualdade no Brasil é um pilar fundamental do nosso sistema pérfido! Ela tem que ser mantida! E sua redução nos governos petistas atingiu o limite de tolerância.
Ainda tenho dúvidas a respeito dessa tese, mas até agora é a única que dá a essa bizarrice a característica de um plano, sórdido, mas lúcido, e não de uma mera esquizofrenia tanática.