Essa é para aqueles que pensam que existe conflito entre Liberalismo Econômico e Liberalismo Cultural. O mesmíssimo judiciário que está cooperando com a destruição da soberania nacional, com o ataque aos direitos trabalhistas e com os interesses do capital financeiro é o mesmíssimo que acaba de, na prática, liberar o aborto.
Aborto até o terceiro mês não é crime, decide turma do Supremo
Aproveitando para comunicar minha crescente disposição a não comentar diretamente "assuntos do momento", quero chamar atenção para as previsíveis condutas relativas ao falecimento da notória personalidade a ocorrer na última Black Friday.
Como sempre, a quase totalidade das manifestações a respeito demonstra absoluta incapacidade de emitir um pensamento próprio, sendo apenas retransmissores de dogmas que lhes foram incutidos cabeça à dentro quer de forma direta, pela doutrinação ideológica franca, em geral no caso do viés à esquerda, ou indireta, a manipulação massiva perpetrada principalmente pela grande mídia, que dita a tônica dominante do viés à direita.
Continuam raros, e ainda mais louváveis, abordagens que promovem o básico da análise responsável, fazendo uma leitura geral capaz de detectar pontos positivos e negativos, sabendo defender uns sem abrir mão de criticar outros, ou tendo a dignidade de reconhecer outros ainda que atacando uns. Mesmo que seja para ao final emitir um veredito bastante enfático numa ou noutra direção.
Mas o nível geral que se vê é tão baixo que não tenho como não sentir estar lidando com o jardim de infância intelectual especialmente naqueles que acham que manifestar ódio visceral em favor de opiniões que interessam aos mais poderosos seja sinal de inteligência, ou ao menos da adolescência intelectiva dos que acham que resultados radicalmente diferentes dos objetivos intentados nada tem a dizer sobre a viabilidade de uma proposta ideológica.
Dito isso, só me resta sugerir o conhecimento de alguns fatos básicos sobre a realidade em que vivemos:
1 - TODAS AS COISAS possuem aspectos Negativos e Positivos. NÃO HÁ EXCEÇÕES! E assim, tendem a sempre agradar uns e desagradar outros, sempre possuindo defensores e detratores. No campo ideológico político, isso á mera manifestação analógica de uma realidade, inclusive, material;
2 - A MENTE humana é primordialmente movida por um mecanismo psicológico básico de Impulsos, Desejos e Crenças que invariavelmente funcionam de forma parcial e seletiva, e assim tenderá a apreciar fatos e propostas que lhe pareçam mais úteis do ponto de vista de seu interesse pessoal, quer centrado num egoísmo restrito ou num altruísmo expandido que no fundo reflete também interesses e preferências próprias que apresentam grande diversidade. Por isso SEMPRE quando alguém defende ou ofende diretamente algo, o faz por ver algum benefício ou malefício nisso e quase sempre de forma objetiva;
3 - Mas essa parcialidade e seletividade tornam a mente humana extremamente vulnerável ao engano (especialmente o auto-engano) e à manipulação, de modo que pode ser facilmente levada a defender ou ofender algo que na realidade lhe é muito mais maléfico ou benéfico do que ela realmente acredita. Por isso os grandes e habilidosos enganadores especialmente quando dotados de vastos recursos, conseguem fazer milhões de pessoas agirem diretamente contra seus interesses, ou ao menos defenderem obstinadamente coisas que em nada lhes interessam.
Por isso, diante de um fato complexo como, no caso em questão, uma revolução num país insular envolvendo milhões de pessoas e com um vasto e intrincado retrospecto histórico, deve-se fazer no mínimo alguma consideração por pontos de vista distintos: tanto o dos que foram atingidos diretamente em seus próprios interesses quando dos que tiveram seus interesses atendidos. Tanto dos aspectos positivos quanto dos negativos, o que permite entender outro fato elementar sobre a realidade, que é a divergência de opiniões.
Os que fazem críticas sensatas, de qualquer espectro ideológico, o fazem reconhecendo intuitivamente esses itens acima citados, mesmo que literalmente os formulem de forma diferente. E pouco importa o resultado final da análise no que se refere a um valor de "verdade objetiva". Sua crítica merecerá ser considerada e examinada, aumentando ainda mais o montante de argumentos e evidências que devidamente analisados podem nos levar mais próximos de uma conclusão válida.
Já os que se limitam a emitir atestados de tolice frisando seus estados emocionais em defesa de visões de mundo provenientes de nichos sócios econômicos que lhes são absolutamente inacessíveis, ou de amplas realidades sociais completamente desconhecidas, nada mais fazem do que reforçar o coro irracional de rebanhos sem vontade própria e que aceitaram reduzir sua humanidade ao nível mínimo dos idiotas úteis.
Esse texto faz, definitivamente, o melhor resumo da Quarta Teoria que já li, e só por isso merece meus parabéns. Até mesmo a defesa que fez do Marxismo possui uma lucidez rara de se ver em adeptos do gênero.
Só penso que a questão da Infra Estrutura Econômica exigiria muito mais aprofundamento e que isso talvez mostrasse a nível prático a pouca diferença de conduta trabalhista, sendo que a QTP só é totalmente incompatível com o ideal utópico teleológico do Marxismo, que reflete seus pressupostos materialistas redutivos.
Mas isso abriria outra discussão a qual eu faço mais pela via da biologia que da sociologia.
Em reação à modinha anarcocapitalista, alguns adolescentes resolveram inventar uma modinha "ordoliberal". É a galera do "vamos ser sensatos e moderados". "Veja bem, economia de mercado é bom, mas o Estado tem que botar alguns limites". O exemplão desse pessoal é a Alemanha do pós-SGM. Segundo eles, a Alemanha era e é ordoliberal e...vejam só! A Alemanha é uma maravilha econômica.
Tudo balela. Ordoliberalismo não é nenhum tipo de meio termo. É fundamentalmente liberalismo hayekiano com supervisão estatal. E tampouco foi o ordoliberalismo o responsável pela reconstrução e subsequente prosperidade da Alemanha. A realidade é muito diferente.
Ao fim da segunda guerra mundial a dívida externa da Alemanha era de 40% do PIB e a dívida interna era de 300% do PIB. Sim, o país estava afundado em dívidas, além de devastado. Inicialmente, para os Aliados, isso estava ótimo. O objetivo inicial era o desmonte total da indústria alemã para transformar o país em país exportador de commodities, um país de terceiro mundo, para todos os efeitos.
Só que começou a Guerra Fria. E então começou a disputa entre bloco ocidental e bloco oriental. Parte dessa disputa operava no âmbito da propaganda. Vender o seu modelo para o vizinho como o melhor modelo. E a Alemanha estava ali, no meio do caminho. Até cortado no meio. A Alemanha Oriental era a vitrine do comunismo para o Ocidente. A Alemanha Ocidental era a vitrine do capitalismo para o Oriente.
Assim sendo, era fundamental que a Alemanha Ocidental fosse o país mais estável e próspero possível. Até porque, os EUA estavam apavorados com a possibilidade de revoluções na Europa Ocidental por causa da força dos movimentos sindicais e organizações de esquerda em vários desses países.
Então o que foi feito? Plano Marshall. O equivalente moderno a 14.5 bilhões foi para a Alemanha. Uma quantia boa (à época do Adenauer o o Plano Marshall equivalia a 4% do PIB), mas não foi isso que reconstruiu a Alemanha. O que reconstruiu a Alemanha foram os outros "detalhes" do Plano Marshal.
Fundamentalmente, o "alívio de dívida". Aproximadamente 90% da dívida pública alemã foi descartada. Parte considerável das reparações, ainda, foi adiada sem prazo e nunca foi paga. Enquanto os outros países europeus, em sua maioria, "largaram" afundados em dívidas que somavam até 200% do PIB, a Alemanha tinha só 20% de seu PIB comprometido por conta da dívida.
Isso significa que o Estado alemão dispunha de recursos muito mais amplos para investir, aplicar e criar benefícios. Além desse sumiço na dívida pública, os credores ainda aceitaram receber o dinheiro em marco alemão, que à época não valia quase nada. Foi imposto um TETO (!) para o pagamento da dívida equivalendo a 5% do valor das exportações (!), um limite para a cobrança de juros (!) e os outros países europeus ainda firmaram compromisso de comprar produtos alemães sempre que possível para auxiliar a recuperação de sua indústria e fomentar mercado.
Em outras palavras: a Usurocracia Internacional Capitalista abriu uma brecha, soltou a Alemanha de seus grilhões financeiros porque era fundamental que a Alemanha Ocidental desse certo (do outro lado, a URSS também fez tudo possível pela Alemanha Oriental, de modo que é unânime que esse era o melhor país do Pacto de Varsóvia para se viver).
Tirando isso, a Alemanha Ocidental também investiu na manipulação cambial, mantendo por um bom tempo o marco extremamente desvalorizado, de modo a facilitar exportações e dificultar importações. Mesma tática utilizada pelo Japão até hoje. Só que isso é medida protecionista (extremamente sacana) bruta, totalmente por fora de qualquer "ordoliberalismo".
Um terceiro fator fundamental é também fruto do "totalitarismo" e nada tem a ver com qualquer "ordoliberalismo". Fruto da herança econômica do Terceiro Reich e especialmente dos últimos anos do governo e do ministro Albert Speer, a relação Estado-empresa estava perfeitamente ajustada para a máxima eficiência produtiva. Era uma relação refinada e apurada, imposta pelas necessidades do esforço de guerra, que só é imaginável dentro do totalitarismo e de uma quase-planificação. E a Alemanha Ocidental herdou esse afinamento Estado-empresa, sem os aparatos totalitários anteriores.
Resumão: Cancelamento da dívida, adiamento eterno do pagamento de reparações (menos para Israel, judeus, ciganos, etc., claro), teto para gastos anuais com dívida e juros da dívida, teto para incidência de juros da dívida pública, mercado para bens industriais garantido, manipulação cambial, herança econômica totalitária de sincronia Estado-empresa.
O resto se deve à própria ética de trabalho alemã, sua engenhosidade, QI elevado, bom nível educacional e cultural e outros hallmarks da estirpe germânica.
E o "ordoliberalismo" nisso tudo? Está no cu da mãe. É apenas o que se vê ali com legislação antitruste e amplo Estado de Bem-Estar Social. Só que por trás disso? Tudo o que falamos acima. Depois de um tempo, aliás, o ordoliberalismo passou a perder influência teórica e hoje está centrado mesmo na Universidade de Freiburg.
O que dizer da pretensão de se legalizar todas as práticas criminosas que foram alvo da Operação Lava Jato e motor da derrubada do Governo Dilma?
Ora, grande parte, embora não a maioria, dos brasileiros merece ouvir é: BEM FEITO!!! Somente uma completa estupidez poderia acreditar que a intenção pudesse ser diferente.
A Operação Lava Jato já atingiu a maioria dos objetivos para os quais foi criada, a saber:
1 - Desestabilizar economicamente o país arruinando suas chances de consolidar-se como potencial mundial (90% consumado);
2 - Desestabilizar politicamente o país viabilizando o "golpe" legislativo que levou o PMDB ao poder (100% consumado), para que este...
3 - ...implemente um desmonte completo do Estado enquanto garantidor do desenvolvimento e da rede de proteção social, especialmente dilapidando os direitos trabalhistas e fomentando a privatização em massa, e entrega dos nosso recursos naturais, em especial o Pré-Sal (ao menos 50% consumado).
O único objetivo que ainda não foi atingido, não por falta de empenho de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, foi:
4 - Condenar e prender Lula, inviabilizando-o como opção política ainda com poder de reverter ao menos parte do estrago. Mas esse objetivo é uma espécie de bônus opcional.
Com isso, é absolutamente irrelevante para seus orquestradores que ela vá em frente prendendo toda a classe política do país ou que seja encerrada imediatamente. Que se dane se Cunha, Garotinho ou Cabral serão condenados ou não, ou se tudo acabará no maior rodízio de pizza da história.
A essa altura nem sei mais o que é pior.
Por isso não tenho a menor simpatia pelos "indignados" que acreditaram nas patifarias de Globo, Veja, Isto É e demais organizações criminosas da grande mídia, e ainda tiveram o descaramento de sair às ruas vestindo as cores da nossa bandeira para viabilizar o mais grotesco ataque à soberania nacional, e agora vem se escandalizar com a completamente óbvia e previsível sordidez da mesmíssima classe política à qual se alinharam.
O pior do Anarco Capitalismo é que ele concebe um sistema tão bizarro, distópico e (sempre frisarei) INSANO, que diante dele o Capitalismo real em que vivemos fica parecendo até razoável.
O que há de pior no ancapismo é que ele cria uma versão do capitalismo tão abjeta, distópica e estapafurdia, que as pessoas passam a achar o capitalismo liberal "normal" razoável.
A Europa se encontra em sua maior crise política, econômica e social desde o pós-guerra.
Com o fim da II guerra mundial, a Europa se viu expremida entre as duas forças da guerra fria : os EUA e a URSS.
Antes disso, a disputa se dava entre a Europa continental representada pela França e o poder marítimo representado pelo Império Britânico, hoje Reino Unido.
A integração européia, veio em tése para evitar novos conflitos como as guerras mundiais que varreram o continente e o mundo.
Mais desde o nascedouro, apesar da autonomia, essa integração se dá a margem a influência dos EUA ou da URSS, assim surge a CEE (comunidade econômica européia) e o COMECON (conselho para a assistência econômica mútua).
A queda da URSS dá perspectivas de uma autonomia européia, porém rompido o equilíbrio, o continente e o mundo se veem sob forte tutela e ofensiva de uma hegemonia liberal alicerçada nos EUA.
A marca mais evidente da tutela da Europa aos EUA é a OTAN (organização do tratado do atlântico norte).
A UE (União Européia) surge na perspectiva de integração e autonomia do continente, porém se mostra mesmo uma subordinação das nações menores as potências regionais, em especial a Alemanha, e destas aos grandes bancos globalistas.
Grandes bancos esses, alicerces da hegemonia liberal.
Essa integração já nasce com massacres hediondos como a intervenção da OTAN que fragmentou a Iugoslávia.
A queda da URSS prejudica acima de tudo a Rússia que se vê em grave crise e sob a independência de diversas nações que antes compunham com ela a URSS.
As políticas de desmonte do Estado, arrocho salarial, concentração de renda e subordinação a hegemonia liberal devasta a Rússia nos anos 90.
A Rússia só começa a se reerguer com a chegada de Vladimir Putin ao poder e a revisão das políticas liberais.
Assim gradualmente, vai restaurando sua soberania, poderio e condições de trabalho, renda e desenvolvimento.
Hoje, a Rússia volta a ser um ator relevante no cenário europeu e internacional.
Já a UE segue o caminho oposto, sob tutela dos grandes bancos adota as políticas liberais, ainda mais intensificadas após a grave crise do subprime que explode justo por fraudes do sistema bancário globalista.
As graves contradições a levam ao repúdio dos póvos e nações da Europa.
A Rússia reerguida surge como contraponto a essa tutela liberal a Europa e reúne ainda algumas nações com modelos autônomos de desenvolvimento e suas aliadas históricas, principalmente a Bielo-rússia e a Sérvia.
Rússia essa cercada e agredida pelas forças liberais que comandam a OTAN e a UE, que reage alicerçando as forças na Novorossiya (Donbass), Abkázia e Ossétia do Sul.
A Geórgia a princípio, depois a Ucrânia sob o golpe da Maidan e hoje imersa no caos, são utilizadas como "cabeça de ponte" para agredir e hostilizar a Rússia.
A Bósnia desde a fragmentação da Iugoslávia se vê imersa em caos completo, como hoje ocorre sob a Ucrânia - crises de todas as matizes provocadas pela total desagregação das sociedades.
Desagregação causada também pela adoção de duras políticas liberais que concentram renda, aumentam a miséria e dilapidam o patrimônio nacional.
Agudizando a crise da UE, ocorre o Brexit, aonde ante a falência completa da organização, o Reino Unido dela se retira para não afundar com as demais.
A histórica competição entre Reino Unido e França reanimada pela crise e intervenções imperialistas mundo a fora e a centralidade do domínio alemão sobre a UE também são fatores importantes da desagregação.
Sintomático que hoje o grande alicerce da UE, a Alemanha de Merkel não é sequer uma nação autônoma, mais ocupada e governada pelos EUA e os grandes bancos globalistas.
Assim a UE se torna uma continuidade da ocupação da Europa, e sua destruição, pelas forças da hegemonia liberal.
Os fócos de insurgência se espalham pela UE, com graves crises sociais, frutos da tutela e das políticas liberais.
Na Grécia, o Syriza chega o poder prometendo mudanças radicais, pouco faz e capitula, porém permanece um governo crítico as orientações de Bruxelas que sobre a Troika (CE, BCE e FMI) levaram a desgraça completa a nação
helênica nos marcos da UE.
A Hungria leva o Jobik de Viktor Orbán ao poder que estreita os laços com a Rússia, abandona as políticas liberais e contesta os pressupostos da UE e da OTAN como um todo.
Uma aliança entre socialistas e comunistas leva Portugal a um governo que revê as orientações da UE ante a total degradação das condições de trabalho e vida que estas impuseram a nação.
Na Suécia, os social-democratas voltam ao poder revendo os mesmos pressupostos da UE.
Ante o levante dos póvos segue um "núcleo duro" erguido por Angela Merkel na Alemanha, François Hollande na França, Mário Monti na Itália e Mariano Rajoy na Espanha impondo em suas nações e sob as demais os pressupostos das políticas liberais que vem destruindo o continente.
França, Itália e Espanha essas que já sofrem fortes crises sociais, similares a que levou o Reino Unido ao Brexit.
A Alemanha se resguarda dilapidando as economias menores da UE.
Assim despontam fortes movimentos de diversas tendências defendendo um retorno as questões nacionais, trabalhistas e populares em oposição as políticas liberais impostas pela troika através da UE.
Movimentos como a Frente Nacional na França, o PODEMOS na Espanha, o KKE e o Aurora Dourada na Grécia, o Partido da Liberdade na Aústria, dentre outros.
A estória de uma "Europa unida" se desfaz ante a realidade de uma plutocracia a serviço dos grandes bancos globalistas que vai levando as nações e os póvos que compõe a UE a mais absoluta ruína e desespero com o desmonte do Estado,
aumento da concentração de renda e das desigualdades, aumento da pobreza e mesmo da miséria, disparada do desemprego, desindustrialização acelerada, movimentos separatistas, arrocho salarial e conflitos generalizados.
O tempo da UE vai terminando e se abrem novas perspectivas, ante essa que se tornou um dos alicerces da hegemonia do rentismo e do liberalismo em escala global.
Hoje foi um dia agitado na república do Paraná papers.
Jornais deram conta de que foi a primeira vez que moro levantou a voz desde que começaram os depoimentos e oitivas de testemunhas.
A verdade é que há algum tempo vem rolando bate bocas entre advogados de defesa, MPF e moro. Porém, as gravações são interrompidas a mando do moro, então fica só o testemunho dos advogados. Na semana passada o quiproquó foi entre os advogados de defesa do lobista Fernando Moraes de um lado e MPF e moro do outro.
Um dos advogados com 40 anos de profissão, enfiou o dedo na ferida do moro de forma tão magistral que o moro não teve outra escolha se não mandar desligar a gravação.
Tem mais motivadores para os bate bocas: Quase 100% dos advogados que iniciaram nos processos foram substituídos. Motivo: os acusados e os próprios advogados, alguns sem muita experiência, perceberam que ser um profundo conhecedor da lei não ajudaria seus clientes, pois o direito positivado estava na lata de lixo sob a mesa do juiz. Perceberam que mais que o códex tupiniquim na ponta da língua era preciso ter em mente que juiz - MPF e defesa estão no mesmo nível hierárquico do processo, ou seja, NÃO TER MEDO DO MORO e usar e abusar das prerrogativas de suas funções. Atitude esta que é difícil para um jovem advogado.
Outro motivo que levou moro a um chilique, além de não ter mais jovens advogados com medo de seu "brilho global", deve-se à sua obsessão inglória por LULA. E hoje não foi um dia feliz para o menino moro. Esperava o jovem mancebo que Delcidio lhe desse, enfim, um motivo para prender LULA amanhã durante seu depoimento. Não rolou.
Claro que moro ficou irritadíssimo, Dallagnol idem e piorou o estado emocional de ambos quando os advogados começaram a usar as prerrogativas de função estabelecidas no CPP. Advogados experientes que são, se lixam para o estrelismo e prêmios recebidos por moro da globo e da fiesp.
Para completar a carga de moro, pior do que ter advogados cientes de que não há hierarquia entre eles, era ter tudo gravado, mostrando para quem quiser ver e ouvir, que se trata de uma peça mal escrita pela direita, onde o papel principal é de um bufão que acha q está acima da lei.
Tenha um pouco de paciência com a primeira parte deste texto e então delicie-se com uma das mais incríveis confissões de insensatez e auto críticas já vistas na esquerda liberal. O texto se mancou em quase tudo, e de quebra, faz a alegria dos adeptos da Quarta Teoria Política com aquela sensação de "Tá vendo? Se tivesse lido o Alexander Dugin não estaria pagando esse mico!"
Talvez seja uma das melhores auto críticas progressistas à própria noção de 'progresso'.
Só não é perfeito porque apesar de ter se dado conta de que o progressismo social se aliou ao liberalismo econômico e ao imperialismo militar, pensa que isso foi contingente e apenas um "ardil Clinton-Fukuyâmico", sem se dar conta de ser o resultado inevitável e necessário de uma bem sucedida orquestragem que data ao menos de 1968.
Acabo de concluir uma dobradinha dos filmes SNOWDEN (2016), a dramatização de Oliver Stone, e CITIZEN FOUR (2014), o documentário de Laura Poitras que narra a história das entrevistas onde Eduard Snowden, ex agente da CIA e da NSA, expôs o massivo esquema de espionagem de empresas e cidadãos comuns de todo o mundo onde fica claro que o objetivo vai muito além, ou aquém, de Segurança Nacional, e sim obedece a interesses econômicos espúrios.
Em ambos os filmes o Brasil é citado, inclusive a espionagem na Petrobras, que evidentemente nada pode ter a ver com segurança nacional dos EUA. Gleen Greenwald, o principal jornalista a trabalhar com Snowden, mora no Rio, fala português fluentemente e inclusive depôs no nosso Congresso. No documentário, por sinal, há muito destaque para nosso país.
O que é curioso, segundo a dramatização, é a parte onde é visto que o Brasil foi muitíssimo mais espionado que França, Alemanha, e mesmo Rússia por ao menos um dos inúmeros sistemas de espionagem utilizados, e o documentário inclusive destaca o cabeamento submarino robusto utilizado para espionar nosso país.
Como todos deveriam saber muito bem, houve um grande escândalo quando tudo isso foi revelado, gerando inclusive grave tensão diplomática entre Brasil e EUA. Tanto a espionagem da população brasileira, largamente facilitada pela privatização da telefonia, quando a espionagem dentro da Petrobrás, foram amplamente noticiadas.
O curioso é quase ninguém ser capaz de ligar fatos da mais elevada relevância, em regular ordem de sucessão e totalmente integrados a uma malha harmônica de interesses evidentes, como a vigilância sobre o Brasil não só devido ao Pré-Sal mas especialmente ao nosso incômodo alinhamento às grandes ameaças aos EUA, como é destacado no filme, que são principalmente Rússia e China.
Então temos a revelação do vasto esquema de espionagem em 2013, a deflagração da Operação Lava Jato em 2014, o Brasil estar subitamente mergulhado numa crise em 2015 e termos um golpe legislativo em 2016 que colocou no poder um governo completamente alinhado e submisso aos EUA ao ponto de termos a desgraça maldita de José Serra no Ministério das Relações Exteriores vendo com "lindos" olhos a perspectiva de entregar não só nosso petróleo para petroleiras americanas, mas até nossa água e território para bases militares dos EUA.
Quem ainda tem dificuldade em seguir o fio condutor que conecta tudo isso, além dos meros interesses econômicos, apenas pesquise sobre o conceito de "Guerra de Quarta Geração" e "Revoluções Coloridas".
No mais, eu próprio já explanei em detalhes sobre isso principalmente em meu texto
Do Pré-Sal ao Impeachment, que é generosamente complementado pelo ótimo vídeo Destruição a Jato
Com tudo isso, não tenho mais paciência para a demência e canalhice de quem ainda acredita que estamos assistindo uma bela luta contra a corrupção, que o calhorda do Sério Moro seja um herói e que os ataques maciços contra toda nossa infraestrutura e soberania estejam salvando o Brasil.
E hora de dizer para a patifaria coxinha que eles realmente não irão pagar o pato, ELES SÃO O PATO! Todos nós somos. E já estamos sendo cozidos enquanto os imbecis aplaudem.
Mas foquei exclusivamente na Petrobras e na questão geopolítica petrolífera geral, o que ainda deixou em aberto muitas questões mais específicas que sempre pretendi cobrir mais detalhadamente.
É justo nisto que o vídeo DESTRUIÇÃO A JATO vem a calhar, focando noutra, e mais imediata, dimensão que desmoraliza por completo a Operação Lava Jato, não enquanto investigação de corrupção, mas enquanto uma artíficio cristalinamente demonstrado de destruir a economia e a política do país nos jogando na situação atual.
O vídeo explica com precisão fantástica que não faz o menor sentido punir grandes empresa com centenas de milhares de empregados pelos crimes de seus dirigentes, EXATAMENTE O QUE A LAVAJATO ESTÁ FAZENDO! Se os executivos serão efetivamente responsabilizados em sua plenitude ainda está em aberto, mas o resultado nefasto foi a geração de milhões de desempregados na reação em cadeia após a paralisação de vastos setores industriais que estavam a todo vapor e foram completamente destruídos pela corja psicopata de Sérgio Moro e companhia.
Acrescentando mais uma fabulosa coincidência à lista infindável, como aquela onde o esquema de espionagem montado pela CIA na Petrobras, na cabeça de coxinha, nada tem a ver com o escândalo do Petrolão que estourou menos de um ano depois, temos agora que a crise brasileira COMEÇOU menos de um ano após a Lava Jato, que derrubou, em conluio com a avaliadoras de crédito de Wall Street, o fluxo de investimentos em toda a mais alta cadeia produtiva do país.
Enfim, o vídeo é excelentemente explicativo e argumentativamente devastador.
A LAVA-JATO É O UM ATAQUE CONTRA O BRASIL, uma tática estratégica conhecida como "Guerra de Quarta Geração", para desestabilizar o país e destruí-lo enquanto nação emergente.
Está tudo devidamente demonstrado por esta, e por outras evidências a partir de agora, e a ignorância a respeito não é mais perdoável.
Estou estudando esse assunto desde que começou e já havia chegado a conclusões muito similares, mas esse vídeo adicionou as últimas peças do meu quebra cabeças. DESAFIO os apoiadores da Lava-Jato, fãs do Sérgio Moro e crentes nas maravilhosas coincidências a conseguir contestá-lo!
Juro que não vou deixar em paz ninguém quem não o tenha assistido.
Compartilhando a Super Lua
Hoje teremos a maior e mais brilhante Lua desde 1948.
Esperamos que você possa sair de casa,
olhar pro céu e apreciar esse espetáculo.
Pelo jeito vou ficar só na vontade. Aqui está tudo nublado e com chuvas frequentes. Duvido muito que mude. Provavelmente vou acrescentar mais esta a minha lista de frustrações astrofísicas e meteorológicas que incluem a forte possibilidade de nunca ter a chance de ver um Eclipse Total do Sol ou uma Aurora Austral ou Boreal.
Auroras Boreais (Northern Lights) e Auroras Austrais (Southern Lights) que normalmente ocorrem simultaneamente, são impossíveis de serem previstas com antecedência. As previsões são de no máximo algumas horas a partir da detecção de uma Tempestade Solar. Só são visíveis num pequeno anel dos círculos polares, com várias cidades no hemisfério Norte, mas praticamente nenhuma no hemisfério Sul.
Ushuaia (Argentina), na Terra do Fogo, seria a opção mais próxima, mas a média é de menos de uma ocorrência por ano, restrita ao inverno e somente visível longe da iluminação artificial da cidade e se o céu não estiver nublado.
A opção mais promissora seria Tromso, na Noruega, considerada a Capital Mundial das Auroras Boreais, mas pesquisando já soube de um bocado de "caçadores de auroras" que passa semanas em lugares assim, nas épocas de maior probabilidade, e mesmo assim não conseguem pegar nenhuma.
Por vezes penso em curtir o fim da vida em algum "fim de mundo" gelado onde possa também contemplar aqueles casos de Noite ou de Dia perpétuos que se arrastam por quase um mês.
[Adendo de 14/11/16 19:30]: Sem contar o sonho de ver uma noite clara de Lua Cheia num cenário nevado longe de qualquer luz artificial. — Olhando para o céu.
Ao longo de toda a minha infância e adolescência havia uma distinção muito clara entre 'menina', como criança do sexo feminino, e mulher, adulta (do sexo feminino). O termo 'garota' costumava por vezes equivaler a 'menina', mas por vezes a mulheres jovens, servindo como um intermediário.
Posteriormente comecei a notar que o conceito de 'menina' foi sendo alargado cada vez mais até que hoje parece não mais haver um termo exclusivo feminino que se restrinja a infância. Me gera um enorme incômodo ver concursos de beleza ou revistas eróticas denominando mulheres jovens de meninas.
Porque diabos fazer essa confusão?
O mesmo acontece em grau bem menor no caso masculino, embora ocorra também, e penso que uma possível referência para essas situações seja a música 'Meninos e Meninas', da Legião Urbana, quando Renato Russo decidiu se assumir homossexual e era comum a interpretação de que a frase "e eu gosto de meninos e meninas" não se tratava de uma declaração de apreço por crianças, e sim uma confissão de bissexualidade.
Outrora achei que poderia ser só um deslize, mas ao ver feministas insistirem tanto em também fazer essa confusão, fico cada vez mais inclinado a crer que há algum tipo de impulso de sexualização precoce por trás disso.
Eu estava pesquisando um pouco - pouco mesmo - sobre a Atlas Network. Acho que a esquerda brasileira deveria conhecer melhor esta instituição - algo que se faz ainda mais necessário por conta da conjuntura atual. Sei que para alguns é meio óbvio o que vou falar, mas muitos ainda ignoram a existência de instituições do tipo. Abaixo, apresento uma breve descrição do tamanho, atuação e influência da Atlas Network no Brasil - e no Mundo:
A Atlas Network, segundo o próprio site deles, conecta mais de 400 "think tanks" sobre assuntos estratégicos, com vistas a influenciar transformações sociais, políticas, econômicas ou científicas em mais de 80 países. No Brasil, algumas das organizações ligadas e em parte bancadas pela Atlas Network, são:
- Instituto Mises Brasil (IMB)
- Instituto Millenium (onde participam economistas como Gustavo Franco e Armínio Fraga, além de jornalistas como Carlos Alberto Sardenberg)
- Instituo Liberal
- Estudantes pela Liberdade
- Instituto Liberal de São Paulo (ILSP)
- E muitas outras - só na América Latina são mais de 70 think tanks ligadas à Atlas Network.
Para o Brasil o projeto deles se baseia no seguinte diagnóstico:
"A população do Brasil está com raiva de um sistema que falhou e, portanto, pronta para a mudança. Como prêmio Nobel de Economia, Milton Friedman observou, mudanças reais acontecem apenas depois de uma crise e "as ações que são tomadas dependem das idéias que estão por aí". Parceiros da Atlas Network no Brasil passaram anos estabelecendo as bases para as idéias de liberdade (dos mercados, claro) presentes neste momento, fornecendo um farol de razão e esperança em meio a uma tempestade política e econômica turbulenta." (copiado do próprio site da Atlas Network)
Ou seja, eles concordam plenamente com o argumento chave de Naomi Klein em seu ótimo livro "The Shock Doctrine". Um resumo do que seria a tal doutrina do choque, segundo Luis Nassif, é:
"A doutrina do choque como todas as doutrinas é uma filosofia de poder. É uma filosofia sobre como conseguir seus próprios objetivos políticos e econômicos. É uma filosofia que sustenta que a melhor maneira, a melhor oportunidade para impor as idéias radicais do livre-mercado é no período subseqüente ao de um grande choque. Esse choque poder ser uma catástrofe econômica. Pode ser um desastre natural. Pode ser um ataque terrorista. Pode ser uma guerra. Mas, a idéia é que essas crises, esses desastres, esses choques abrandam a sociedades inteiras. Deslocam-nas. Desorientam as pessoas. E abre-se uma ‘janela’ e a partir dessa janela se pode introduzir o que os economistas chamam de ‘terapia do choque econômico’.
É uma espécie de extrema cirurgia de países inteiros. E tudo de uma vez. Não se trata de um reforma aqui, outra por ali, mas sim uma mudança de caráter radical como o que vimos acontecer na Rússia nos anos noventa, o que Paul Bremer procurou impor no Iraque depois da invasão. De modo que é isso a doutrina do choque. E não significa que apenas os direitistas em determinada época tenham sido os únicos que exploraram essa oportunidade com as crises, porque essa idéia de explorar uma crise não é exclusividade de uma ideologia em particular. Os fascistas também se aproveitaram disso."
Bom, para entender a conjuntura atual me parece essencial dar uma olhada nessas think tanks - que, de alguma forma, são comandadas pela Atlas Network. Olhem as ruas, olhem a qualidade do jornalismo, olhem os estudantes que participam de movimentos como o "desocupa", olhem os economistas que defendem coisas como a PEC 241. Entender a "nova direita" é essencial - sem isso, estaremos fadados ao fracasso.
"Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas." (A arte da guerra)
"O homem de Estado, quando as circunstâncias impõem uma decisão excepcional, de amplas repercussões e profundos efeitos na vida do País, acima das deliberações ordinárias da atividade governamental, não pode fugir ao dever de tomá-la, assumindo, perante a sua consciência e a consciência dos seus concidadãos, as responsabilidades inerentes à alta função que lhe foi delegada pela confiança Nacional." --- Getúlio Vargas.
Faz-se hoje 79 anos da instauração do Estado Novo, por Getúlio Vargas, através da outorga da Constituição de 1937. Tendo participado ativamente da Revolução Tenentista, de 1930, que derrubara a República Velha, Getúlio Vargas posteriormente assume o Governo Provisório no mesmo ano. Defrontado aos graves problemas que o Brasil passava em várias dimensões, Vargas já assumira o Governo Provisório tendo que estancar a sangria econômica provocada pela crise de 1929. Interveio firmemente frente à agricultura cafeeira, estancando a sangria em questão de meses.
Estabilizada a economia, Vargas vê-se perante outros inúmeros problemas: oligarquias regionais fortemente estruturadas, ascensão do Comunismo e do Nacional-Socialismo entre a população, aumento da pobreza, descaso com a questão trabalhista-sindicalista, economia ainda agrária, etc.. Sentindo-se imobilizado politicamente, Vargas aciona os militares e seus aliados regionais, assim iniciando o golpe de Estado que veio a culminar no Estado Novo.
Em 10 de novembro de 1937, Vargas vai em rede nacional de rádio proclamar a Constituição de 1937 e o início da ditadura do Estado Novo. Uma de suas primeiras atitudes foi o fechamento do Congresso, repleto de oposicionistas, e a nomeação de interventores estaduais com ampla autonomia para gerir seus estados.
Estabilizada a situação política institucional, o Presidente Vargas deveria lidar com a tensão entre as diferentes alas radicais emergentes: os Integralistas, os Comunistas e os Nacional-Socialistas. Sagazmente, Vargas põe os integralistas contra os comunistas e os nacional-socialistas(que cresciam perigosamente na região Sul). Passado o perigo vermelho e o perigo pardo, o perigo verde(os integralistas vestiam-se de verde), restante, atenta contra a figura do Presidente em 11 de março de 1938, no Palácio do Catete, sede oficial do Governo. Não satisfeitos com a falha, os integralistas tentaram mais um golpe falho em 11 de maio.
Resolvidos os perigos das alas radicais, Vargas intensifica a segurança pública e a estratégia de defesa, temendo futuros levantes. Indignado com a situação laboral-sindical e econômica, o Presidente inicia as reformas trabalhistas e sindicalistas, e a industrialização econômica. Na reforma trabalhista, é instaurada a CLT, a carga horária semanal fixa, o salário mínimo, a proibição do trabalho infantil, o direito à licença maternidade, etc.. Na reforma econômica, é criada a CSN, a Vale do Rio Doce, valorização da Caixa Econômica Federal, criação de ferrovias e rodovias, liquidação da dívida pública, etc..
Preocupado com o futuro da juventude, o Estado Novo investe na criação e educação da juventude, sob os pilares do civismo e do nacionalismo. Enfim, o legado do Estado Novo é tão grande que não mencionamos tudo... Pode-se dizer que o Brasil antes de Vargas era um e depois, outro. Convém também lembrar que, em seu Governo democrático de 1951, foram criadas a Petrobras e a Eletrobras, dentre outras coisas.
A Legião Nacional Trabalhista orgulha-se em seguir os ideais deste grande homem tão importante para a história nacional e cuja memória sobrevive até hoje. Não podemos esquecer e muito menos permitir o desmantelamento do legado do Estado Novo. O trabalhismo provou e ainda prova que é a solução para o Brasil.
Sabe o que acontece quando você rotula o trabalhador (que naturalmente é conservador, ainda mais num país de raiz católica e lusitana feito o Brasil) como sendo racista, machista, fascista, misógino e homofóbico? Ele vota contra a sua ideologia.
Com a vitória de Trump eu arrisco dizer que o
Doomsday Clock
deve atrasar ao menos uns 5 minutos. (Fãs do Iron Maiden e leitores do Watchmen entenderão).
Esse é, seguramente, o maior de todos os motivos para que o resultado das eleições norte americanas seja um alívio principalmente para as áreas submetidas à política imperialista predatória liderada por Hillary Clinton enquanto Secretária de Estado do Governo Obama.
Também é possível que o assédio norte americano na América Latina seja aliviado devido a política de predominância doméstica prometida por Trump, até porque é claramente contraditório explorar os países alheios prejudicando suas economias e esperar outra coisa que não um aumento do fluxo de imigrantes para os países mais desenvolvidos. Essa possibilidade já estaria, desde o começo, absolutamente vedada com Hillary Clinton, sendo na verdade praticamente certo de que iria piorar.
Apesar disso, eu acho que aqueles que tem uma atenção maior a geopolítica e tem o privilégio pessoalmente conquistado de pensar além da tacanha dicotomia unidimensional Esquerda-Direita, em geral a Terceira-Via e os Ideologicamente Dissidentes, deveriam maneirar um pouco na comemoração.
Trump de certo é uma anomalia no sistema, e o simples fato da totalidade da grande mídia e do sistema financeiro lhe ter feito oposição é uma evidência clara disso. Mas ele não é uma ruptura, e se vier tentar realmente a sê-lo, pode apostar que o mínimo que acontecerá será surgir um repentino escândalo de corrupção trombeteado em peso pela grande mídia, que a essa altura já deve ter desistido de um escândalo sexual.
Repetindo pela enésima vez, sob qualquer ponto de vista trabalhista, meridionalista, socialista, nacionalista e praticamente tudo que não seja liberal, Trump é inequivocamente preferível a Hillary. Mas ainda está longe de ser uma verdadeira chance de derrubar uma das pernas do Globalismo, que pode até ter dado uma escorregada, mas continua andando a passos largos.
Aproveitando o assunto 'eleições' lembro o estranho fato de que no NOSSO último pleito eleitoral, apesar da derrota acachapante do partidos de esquerda, ninguém reclamou das confiabilidade das urnas eletrônicas.
Aliás o PSDB ocupa o Palácio dos Bandeirantes há 20 anos e não me lembro de um oposicionista questionando as urnas em São Paulo.
Pelo jeito as a urnas só são suspeitas de um dos lados do espectro ideológico. O mesmo que na impossibilidade de ganhar as eleições federais apoiou um golpe legislativo.
Donald Trump foi eleito presidente nos Estados Unidos e está uma choradeira sem tamanho. Acompanho tantas pessoas inteligentes, de esquerda, mas que não conseguiram sintonizar o momento em que o mundo vive. E, sobretudo, parece não entender o movimento pendular da política. Nesse momento, o pêndulo tende à direita ou extrema direita em praticamente todo o mundo. É Temer (apesar de nesse caso de maneira ilegítima) no Brasil, Macri na Argentina, o Brexit no Reino Unido, amanhã será Marine Le Pen na França, Enrique Capriles na Venezuela, partidos de extrema direita na Alemanha e por aí vai.
Ao invés de chorarmos e ficarmos julgando, deveríamos entender que grande parcela da população mundial está desencantada com os caminhos que a esquerda tomou em seus respectivos países, independentemente de qualquer coisa.
Devemos também parar de associar os milhões de votos que Trump teve nos Estados Unidos a gente "burra". A maior parte dos votos de Trump não vieram dos milionários, nem da classe média (esses defendiam Hillary), vieram dos pobres trabalhadores americanos descontentes com a política de Obama dos últimos oito anos. Nós, que falamos tanto em "trabalhadores", parecemos não estar preocupados com a situação de um trabalhador dos Estados Unidos que não consegue pagar a parcela de sua casa por perder o emprego para um imigrante - se a culpa é justa ou não é outra história, mas enxergaram no Trump uma esperança.
E sobre Hillary? Nós que lamentamos tanto o menino sírio Aylan e tantas outras atrocidades na Síria, nós que sabemos o que estava por trás da tal "primavera árabe", nós que dizemos que os Estados Unidos esteve por trás das manifestações de 2013 no Brasil que culminou em um golpe de Estado, agora defenderemos Hillary? Que incoerência é essa, se ao que tudo indica era justamente Hillary sob o comando de tudo isso quando Secretária de Estado?
O mundo não vai acabar com Trump. Trump não vai construir muro algum nem vai matar gays. Sim, serão tempos difíceis, mas o tempo necessário para a esquerda reaprender a se sintonizar com a sociedade para quando for a vez do pêndulo voltar ao nosso lado. E para o pêndulo voltar, é preciso que o mundo (e principalmente os mais pobres), experimente a dureza de ser governado pela direita. Trump, no fundo, é um mal necessário para o bem da própria esquerda.
Uma análise criteriosa de como a Neoesquerda causou um estrago em toda e qualquer pretensão de obter apoio popular.
E não penso que vai melhorar. Enquanto os trabalhadores estão sendo brutalmente atacados pelo pior assédio liberal de todos os tempos, neoesquerdistas, ao terem tomado quase todo o espaço que a Esquerda antes ocupava perante os trabalhadores, continuam insistindo em pautas esdrúxulas e exóticas financiadas pelas próprias elites econômicas que deveriam combater.
Ou a Esquerda larga essa palhaçada ou será reduzida a um nicho de bizarrices que a grande maioria quer distância. E parece no entanto insistir cada vez mais na segunda opção.
Tendo assistido à ultima adaptação cinematográfica de um livro de Dan Brown, INFERNO, aponto que apesar das inevitáveis omissões e simplificações típicas da linguagem cinematográfica, o filme foi bastante fiel ao livro até a fatídica cena em Veneza, onde as coisas subitamente mudam. Ou seja, ao menos 3/4 do enredo foram praticamente exatos com relação à proposta do livro original,
Então, tudo muda, praticamente invertendo o próprio espírito do livro num nível que surpreende-me como um escritor pode permitir que tal ocorra sem ao menos alguma manifestação clara de discordância.
Explicarei as brutais diferenças, que subvertem por completo a própria intenção do original, em separado, afim de mantê-las escondida para quem não quiser ver o spoiler.
O livro apresenta algumas notáveis rupturas com aquilo que chamei O Código Dan Brown, não na estrutura narrativa, que é como sempre idêntica, mas sobretudo em algumas revelações finais. Fiz um quadro comparativo das obras do autor neste texto onde todas as obras (Inferno adicionada posteriormente) tem sua estrutura básica comparada.
Mas o livro é ainda mais inovador em relação à tradição de desfecho mais comum na cultura pop, especialmente a hollywoodiana, o que gerou-me forte decepção ao ver que sua essência foi completamente alterada na versão cinematográfica para ficar a mesmice previsível de sempre, inclusive sacrificando totalmente até a premissa motivacional básica de personagens marcantes.
'Inferno' lida com um tema que, curiosamente, eu estive pesquisando exaustivamente bem antes de lê-lo: O interesse de bilionários e suas organizações discretas no crescimento da população mundial. O personagen Bertrand Zobrist me parece claramente inspirado em John D. Rockefeller III, o mais dedicado membro da família às questões populacionais, que liderou o Population Concil e dedicou mais afinco a financiar políticas de contenção populacional ao redor do mundo, em especial a liberação do Aborto.
Até mesmo o Council of Foreign Relations é explicitamente citado na estória, uma das principais organizações dos Rockefellers, e outras oligarquias bilionárias, para manipular políticas, ideologias e governos do planeta inteiro.
Os argumentos de contenção populacional vistos no filme são basicamente os mesmos que sempre inspiraram essas iniciativas, e que sempre me preocuparam também. Apenas o personagem no filme tem um plano aparentemente mais mirabolante e... Bem. É justo aí que o filme estragou tudo!
De qualquer modo, eu recomendo muito a leitura não só deste, mas de todos os livros do autor. São extremamente instrutivos, e a maior parte dos conteúdos interessantes fica de fora dos filmes, do qual O 'Código da Vinci' permanece como o mais fiel.
Mas 'Inferno', o livro, é o que mais interessa ao contexto atual, por abordar também a temática do Transhumanismo, com várias referências a fatos reais, impressionantes e totalmente ignorados pela quase totalidade das pessoas.
Portanto, quem gostou ou pretende ver o filme, ainda acho recomendável, mas, como sempre, o livro é muito melhor, e é só nele que você realmente aprende coisas bastante relevantes para nosso contexto atual.
SPOILERS ! ! !
Selecione para ler.
O filme arruinou completamente a ideia original. A personagem Sienna Brooks de fato abandona Langdon em sequência basicamente idêntica à ocorrida no filme, mas desde antes manifestava uma extrema angústia e lamenta muito ter que fazê-lo. Só que o faz não para levar adiante o plano de Zobrist, PELO CONTRÁRIO, ele parte para tentar impedí-lo, tendo se arrependido.
Na realidade ninguém estava realmente tentando liberar o vírus, e sequer tentando matar os protagonistas, apenas Vaeythia decide agir por conta própria por um momento e mesmo assim devido a uma falha de comunicação, e realmente morre na queda dentro do museu em Florença. Também nada havia daquele agente que capturou Langdon e tenta obter a localização do vírus.
Havia na verdade vários níveis de manipulação que geraram um enorme mal entendido. Surpreendentemente, NÃO HÁ VILÕES no filme. Ao menos não no sentido tradiicional, nem mesmo o próprio Zobrist, e é aí que entra a pior subversão do filme.
Ao final, O VÍRUS É LIBERADO! Só que não era um vírus letal, e sim um vírus esterilizante! Que afeta cerca de 2/3 da humanidade. Com isso, os índices de fertilidade despencariam contendo a população e evitando o tão antecipado colapso populacional.
A parte chata é que eu tinha uma ideia de conto de Ficção Científica exatamente com a mesma premissa básica, mas infelizmente não o redigi. No entanto, eu descrevi a ideia em minha monografia PEQUENO DEMAIS PARA NÓS TODOS, na parte 'PANDEMIA MESSIÂNICA".
Também nada há no livro daquela sequência de ação final, ninguém sai esfaqueando ninguém, pois os adeptos de Zobrist não são assassinos. Por outro lado, o tal vídeo é descrito no livro como muitíssimo mais chocante, e foi completamente negligenciado no filme. Em compensação a sequência final ficou visualmente muito bonita.
Sienna não só sobrevive como pede desculpas a Langdom e chega a rolar um clima final de romance, ainda que não concretizado.
O misterioso diretor da organização que operava num navio também não se envolve em qualquer assassinato ou luta e nem é assassinado.
O filme alterou muitas outras coisas, mas algumas delas para melhor. No original a chefe da WHO Elizabeth Sinskey aparece a maior parte do tempo em péssimo estado devido a um problema de saúde, fazendo tanto Langdom e o leitor pensarem que fora sequestrada e mantida como cativa pelos "homens de preto" que são durante a maior parte do tempo misteriosos. Sinceramente achei essa situação muito forçada e o filme fez bem em mudá-la.
Enfim, o mais grave é que o livro faz reflexões boas sobre a questão populacional e até deixa claro que um vírus que simplesmente matasse bilhões de pessoas apenas adiaria, e não resolveria, o problema.
Só falha num ponto. A ideia de esterilizar aleatoriamente bilhões de pessoas não me parece eficiente. Penso que havendo pessoas que permaneceriam férteis elas acabariam espontaneamente compensando por meio de altos níveis reprodutivos.
Talvez não haja maior evidência da completa desorientação e falta de visão global da Esquerda brasileira do que sua esperança quase integral na vitória de Hillary Clinton nos EUA. É o supra sumo da alienação a respeito da geopolítica que tem consequências diretas sobre tudo o que está acontecendo aqui. A reificação definitiva do teatro de sombras que levou essa Esquerda à tomar as ilusões montadas pelos seus principais arqui inimigos como a mais pura descrição da realidade.
Sob qualquer olhar trabalhista, marxista, internacional socialista, terceiro mundista etc, Donald Trump é um mal muitíssimo menor que Clinton, e para não saber isso é preciso ser completamente ignorante a respeito do básico da situação interna norte americana e sobretudo da política externa de Washington.
As aparências realmente enganam, a mulher, aliada de um presidente negro do partido considerado de "esquerda" dos EUA contra o homem branco empresário bilionário do partido considerado como a "direita". Mas afora esses esteriótipos e superficialidade, no que se refere a questão econômica e sobretudo trabalhista ESTÁ TUDO INVERTIDO! E ver aqueles que se arvoram de defensores do trabalhador ou do anti-imperialismo estadunidense completamente cegos para isso chega a ser comovente.
Hoje, Hillary Clinton é a face do imperialismo predatório norte americano. Como Secretária de Política Externa dos EUA ela está diretamente envolvida em todas as intervenções militares e golpes de estado promovidos pelo país ao redor do mundo, inclusive em Honduras contra Manuel Zelaya e aqui ao lado no Paraguai, com o impeachment do Presidente Lugo, que eram os aliados naturais dos governos latino americanos de esquerda. Ela também é a principal responsável política pela guerra na Síria e na Ucrânia, e pela implementação do Tratado Transpacífico, praticamente um "golpe" econômico discreto com severos prejuízos aos países da América do Sul.
Por outro lado, é Trump que está dialogando com os trabalhadores de base, falando a língua dos sindicatos, ameaçando grandes empresários, falando em por ordem na economia, dizendo que os EUA devem deixar de ser a "polícia do mundo", e batendo na mídia e no sistema financeiro num estilo de fazer inveja a Bernie Sanders, o adversário de Hillary nas primárias do Partido Democrata.
As presidências anteriores também ajudam na confusão. É fato que tanto num sentido de política global quanto num sentido econômico interno Bill Clinton foi muito mais à esquerda do que os dois Bushes, fez um trabalho respeitável de equilíbrio econômico e de emprego nos EUA que George W. Bush destruiu em um ano, inclusive com isenção de impostos aos mais ricos. E havia feito uma contenção de tensões no Oriente Médio que foi respeitável, e que Bush destruiu em uma semana.
Mas de lá para cá. Tudo mudou. Em grande parte porque a Plutocracia norte americana, que é quem realmente manda no pais, se deu conta que após dois mandatos de George W. Bush, ter eleito John McCain para a Casa Branca seria ariscar uma guerra com o mundo islâmico. Obama foi fabricado por essa mesma elite sobretudo como uma astuta defesa simbólica com potencial para ao menos desorientar a percepção anti-americana global com um presidente mulato e com um sobrenome árabe, sem contar a controvérsia de que ele seria nativo do Quênia.
E evidentemente usaram todos os seus recursos para domar o tão emblemático, quase profético, Primeiro Presidente Negro do país, a fim de garantir que ele seria por completo inofensivo e subserviente aos mesmos interesses de sempre. Ao mesmo tempo, já preparam o segundo passo, cooptando os Clinton e elevando-os ao status de uma oligarquia emergente. Foram investidos bilhões de dólares não só na conta bancária de Bill e Hillary bem como no Partido Democrata, o que não é novidade alguma, mas também na fabricação de uma estratégia de manipulação.
Naturalmente, isso tem sido feito há quase um século com ambos os partidos do país, só que desta vez parece haver uma anomalia. Talvez por ser ele próprio um representante da elite bilionária e ter aliados poderosos, Donald Trump pode se dar ao luxo de não ser um "menino obediente" para as elites financeiras. Ele parece ter cacife para peitar o Establishment e impor o seu próprio jogo, e ainda continuar vivo tanto no sentido físico quanto político. Da última vez que um presidente norte americano ousou desafiar as oligarquias financeiras, teve sua cabeça explodida meio ano depois num crime que jamais ficou esclarecido. Trump até nem chega a tanto, mas seu comportamento de certo preocupa essas oligarquias.
Não a toa toda a grande mídia, GLOBO inclusa, está a favor de Hillary, e chega a ser constrangedor ver os Marinho chegando a aparentar um quase desespero com a possibilidade de vitória de Trump.
Não me levem a mal. Pessoalmente acho Trump detestável desde antes de seu Reality Show, e é bem provável que tudo não passe de hipocrisia, mas ao menos nos atos e discursos mais incisivos, é ele que está ostentando a bandeira mais próxima a Esquerda Econômica e aos Direitos Trabalhistas dos americanos, que foi totalmente abandonada pela política do país ao menos desde Reagan, sendo substituída pela Nova Esquerda e suas pautas de gênero e de minorias.
Mas para quem não tem a menor noção disso, resta levar a sério o teatro de fantoches que disfarça a completa subversão dos fatos. Não é por menos que o famoso vídeo TrumpTheEstablishment tem dado um nó no cérebro de muita gente, que não consegue entender como um discurso daqueles pode estar saindo justo do republicano, enquanto Hillary não chega nem perto de dizer o que ele diz.
Ok. Concordo e assino, mas aponto que neste caso é necessário uma reflexão maior. Em suma, a proposta de redefinição implica em fazer com que qualquer pessoa possa ser declarada infértil, e não mais apenas a unidade reprodutiva básica, isto é,
mulher que não consegue engravidar após ao menos um ano de relações sexuais(e aqui tenho sempre que lembrar aos pós-humanos modernetes que isso só se aplica a relações hétero) regulares sem qualquer método anticoncepcional.
Se qualquer pessoa individualmente, inclusive um único homem, puder ser declarado infértil À NÍVEL MÉDICO sem sequer praticar relações heterossexuais e mesmo que sua produção espermática seja 100% normal, isso resultaria que no
contexto da Saúde Pública ele teria direito a tratamento de fertilidade, ou o seu equivalente que muitos podem ter dificuldade em sequer imaginar.
Outrora tanto homens quanto mulheres tinham direito legal intrínseco a se reproduzir uma vez que estivessem casados, podendo, qualquer parte, até mesmo invalidar o casamento devido a infertilidade ou desinteresse da outra parte. Atualmente isso foi abolido, uma vez que não se pode sequer demandar o mero ato sexual da outra parte, e mesmo que a mulher engravide dentro do casamento, pode, em grande parte dos países, simplesmente abortar, sem autorização do marido, legal e gratuitamente.
Com a diferença de que mulheres podem recorrer a bancos de esperma ou mesmo à famosa produção independente, não sendo tão difícil conseguir um incauto disposto a "cooperar" de graça ainda que sob enorme risco de se encrencar posteriormente.
Assim, homens tiveram seus direitos reprodutivos completamente erradicados e ABSOLUTAMENTE NINGUÉM, a começar pelos ativistas de Direitos Humanos Masculinos, se deu conta disso.
Hoje, homens dependem da concessão feminina para se reproduzirem, o que só não é um problema maior devido ao fato da maioria das mulheres ainda quererem ter filhos (embora feministas estejam trabalhando arduamente para reverter isso), e de um grande número de homens não o querer mais.
Assim sendo, como diabos esse direito masculino à se reproduzir funcionaria? As "Barrigas de aluguel" (surrogacy em inglês) são proibidas na maioria dos países mesmo os mais progressistas e mesmo que não o fossem, a não ser que se obrigasse mulheres a engravidar, somente um mercado de engravidadoras profissionais poderia atender essa demanda, não apenas dos homens, mas de casais homossexuais.
Portanto, essa proposta de redefinição, como sempre promovida pela força econômica das elites financeiras, só faz sentido do ponto de vista de um futuro mercado de reprodução artificial que, fatalmente, tenderá a ser controlado por mega corporações, uma vez que a iniciativa feminina privada para prestar esse serviço voluntariamente, como se vê na maioria dos países, é drasticamente sujeita ao risco da mãe de aluguel mudar de ideia a qualquer momento, e somente uma grande empresa poderia fornecer garantias e indenizações para compensar esse, e outros, riscos.
Mas isso é só a ponta do iceberg. É preciso avistar mais longe, pois a cada dia damos mais passos para a Reprodução Artificial Completa, e com as tendências liberais crescentes é óbvio que está será dominada pelo setor privado, ainda que deva sempre haver também um sistema público de reprodução. Já imaginaram um futuro com grandes corporações reprodutoras onde o cliente pode ir encomendar o seu descendente a ser gestado de forma 100% artificial?
Se não, pode apostar que os financiadores da Cruzada Anti-Reprodutiva, Feminismo incluso, já pensaram. Estamos diante de projetos de longo prazo que vislumbram um futuro transhumanista de reprodução artificial controlada.
Não estou aqui sequer me posicionando sobre a ética disso, talvez seja inevitável, talvez seja inviável, talvez seja benéfico, talvez seja um desastre.
Só aponto que jamais em toda a história humana nada no comércio, mercado global, produção em massa, setor financeiro etc, jamais se aproximou disso. Do dia em que a reprodução humana estiver dominada pelo Mercado, ou também pelo Estado, subordinada às mesmas leis comerciais, regulações estatais, concorrência, marketing, promoções, manipulações, maquinações e etc.
Quando o ser humano perder definitivamente o último resquício de dignidade enquanto algo distinto de um mero produto comercial.
Ninguém parece ter se dado conta de que para ao menos uma coisa as ocupações de escolas e universidades estão servindo: revelar a hipocrisia dos liberais que se dizem anti-estatistas. (Obs: se o vídeo não executar, faça download aqui ou veja no Facebook, clickando na data acima.)
Questões que libertarianistas, liberais, neoliberais e anarcaps não me respondem....
Quando você cria um valor ou estabelece subjetivamente o valor de algo que se deseja, de onde vem o recurso para consumir o objeto valorado? Pelo que me consta, vem dos custos/despesas pagos na própria produção do objeto. Mas esses recursos, em forma de salário, não serão suficientes para sua aquisição, pois para haver lucro é necessário pagar menos do que se quer receber.
Como se cobre essa diferença? Como se cria a riqueza que o capitalista quer para justificar seu investimento e os "miseanos" insistem em negar que seja de soma zero?
Riqueza só se concretiza quando se consome aquilo que se produz. Mas só se consome com recursos pagos em forma de salário. Recursos para consumo se geram, portanto, apenas produzindo. A riqueza vem da diferença entre o que se paga produzindo e o que se recebe vendendo. Mas se aquele que compra só tem disponível o recurso que recebe na sua participação na produção, então de onde vem essa diferença que gera riqueza que sustenta o sistema?
Todas as possíveis respostas para essas perguntas envolvem negar o Livre Mercado como os liberais, libertarianistas ou anarcocapitalistas idealizam. Esse Livre Mercado idealizado deles é incompatível com o sistema de produção capitalista, mas eles insistem em defender a concomitância de ambos.
Não existe capitalismo sem um Estado forte que o defenda e o garanta juridicamente e institucionalmente suprindo o "Gap" intrínseco de seu mecanismo de geração de riqueza concentrada.
A ideia de que o Estado de Bem Estar Social é deficitário porque onera a produção para redistribuir renda é uma falácia. Quanto mais margem de lucro o sistema opera, mais o Estado terá de ser responsável por suprir o "Gap" entre consumo necessário para uma determinada produção gerar essa margem, seja através de expansão de crédito, seja através de emissão de papel moeda, seja através da geração de desequilíbrio em outro país através de uma balança comercial superavitária. De todas as formas, o colapso em um futuro próximo e o socorro do Estado é iminente para a continuidade do sistema. Porém, como não existe almoço grátis, em algum momento alguém terá que pagar a conta. No sistema capitalista será sempre a população em forma de estoque de mão de obra cada vez mais precarizada.
Soma-se a essa equação a crescente dispensa de trabalho vivo na produção, o que agrava o "Gap" e exige dos Estados Nacionais crescente endividamento para sustentar o sistema.
Pensem... Não sejam reprodutores da farsa que encobre os verdadeiros problemas que enfrentamos para sustentar a riqueza concentrada de alguns.
Até pouquíssimo tempo atrás, vi gente que se referia às pessoas mais novas como "geração leite-com-pêra", "molecada dos eletrônicos", "analfabetos políticos do miolo-mole" e toda porcariada pejorativa do tipo.
Agora que a juventude está se organizando e pondo seus pleitos à sociedade de forma ativa, aparece um monte de boca-aberta pra dizer que "mamãezinhas e papaizinhos, vamos proteger nossas criancinhas! elas têm que estudar!".
Onde esse povo estava pra pleitear creches públicas para essas mamaezinhas e papaizinhos colocarem seus filhinhos? E pra fiscalizar a aplicação dos orçamentos das escolas? Onde esse povo tá com a cabeça pra achar que se todo mundo ficar quieto vai jorrar dinheiro para financiar a educação e saúde públicos?
Os caras-pintadas revolucionários de repente se converteram em bundas-moles anacrônicos.
Pra quem pensa que eleger Marcelo Crivella (PRB) ou qualquer outro político da IURD seja um golpe na Ideologia de Gênero e LGBTT,
trago o texto Neopentecostalismo Feminista, e entenda que a igreja do bilionário Edir Macedo é tão feminista quanto!
As derrotas das candidaturas da Esquerda mostram algo bem simples: enquanto continuar focando em 45 gêneros e militância para que homens que se veem como mulheres possam usar banheiros femininos, a "Esquerda" brasileira continuará sendo um arremedo que tenta criar uma Suécia (já falida) no Brasil, sem qualquer apelo popular e já desvinculada do povo.
As derrotas não aconteceram porque a população é "alienada", "homofóbica, "transfóbica", "misógina", "machista" e "racista", mas sim pelo fato de que aquilo que se chama Esquerda não fala mais a linguagem do povo e não apresenta respostas aos anseios reais de uma população que não tem tempo pra se importar com questões pequeno-burguesas.