22 de Novembro

Bem que tenho procurado textos que levem adiante a nova contenda sobre Che Guevara, mas não esperava encontrar tanta coisa interessante. Já falei aqui sobre o ótimo O herói de 'Tropa de Elite' e o Che Guevara da 'Veja' que tem o mérito de juntar os dois assuntos exatamente como eu pretendia fazer outrora. Um outro texto foi ainda mais longe nesse mesmo quesito, contrastando a resportagem da Revista Veja (de 2007), com uma posterior sobre Tropa de Elite, que está em 40 anos da morte Che Guevara e os esperneios da direita enraivecida.
Embora haja um número razoável de textos pretensamente neutros, como este último, frontalmente contrários a Guevara não se acha muitos, Che Guevara - mais mito que realidade faz parte do assombroso Mídia Sem Máscara, para o qual o 'hiperlativo' EXTREMISTISSÍSSIMA DE DIREITISSÍSSIMA não seria um neologismo suficiente. E apesar de ser encabeçada por Olavo de Carvalho, dado a proliferação de diversos outros autores, acaba não tendo a mesma qualidade deste genial conservador para qual insisto em por um link em meu próprio site. Há também, é claro, o texto original da Veja, que deu origem a quase toda essa balbúrdia: Che - Há quarenta anos morria o homem e nascia a farsa.
Em resposta direta e específica a este texto, sem envolver temas paralelos, encontrei o irado CHE - A Farsa de Veja, também presente em Diogo Schelp e Veja – Assassinos do Jornalismo Ético que chegou a me deixar meio angustiado, porque se tudo o que diz for verdade, então de meramente irresponsável e hipócrita, a reportagem de Veja galgaria o grau de criminosa e hedionda. Muito mais me impressionou foi uma outra reportagem de Veja, de 1997, que praticamente contradiz TUDO o que está dito nesta atual de 2007, e está disponível em O TRIUNFO FINAL DE CHE, que destaca o caráter heróico, benevolente e quase santo do mesmíssimo "porco fedorento" que agora decidiram enxovalhar!
Mas no momento mesmo em que eu digitava este post, deparei-me com algo simplesmente ATERRORIZANTE!!! O Jornalista Jon Lee Anderson, que a própria Veja utilizou como base para seu texto e que considerou o autor da mais importante biografia de Che, escreveu para o responsável pela reportagem, esta agora de 2007, reclamando do conteúdo da mesma! E as respostas subsequentes do autor da reportagem, Diogo Schelp, e especialmente de Reinaldo Azevedo, que deveria ser classificada com a recomendação parental mínima de 18 anos, terminam por lançar a reportagem num nível de Perversão e Crueldade capaz de arrancar lágrimas de revolta de qualquer leitor minimamente sensível.
Está tudo disponível nos seguintes passos: A primeira mensagem de Anderson já se espalhou pela web, um bom local para vê-la é Veja, Che Guevara e Jon Lee Anderson, seu biógrafo, que já contextualiza a discussão e dá links para as respostas subsequentes. Mas para que ninguém tenha dúvidas, temos o próprio blog do Reinaldo Azevedo com as primeiras partes da contenda Che Guevara, a Veja e a Anatomia de uma Farsa Esquerdopata, uma verdadeira obra-prima do suicídio moral e intelectual! Eu já tinha meus problemas com esse ferrenho anti-esquerdista, apesar de concordar com muitas das opiniões dele e reconhecer sua qualidade e erudição em diversos aspectos, coisa que aquele xará do autor da reportagem não tem. Mas temo que até isso fique comprometido, pois juro que de todas as declarações que assumem indiretamente "SOU UM PULHA!!!" que já vi, esta deveria ser tornada padrão!
Jon Lee Anderson também rebateu, com elegância e classe que sepultaram de vez qualquer resquício de descência na inenarrável reportagem de Veja, está em Jon Lee Anderson e sua tréplica, que, saiba eu, ainda não foi devidamente abordada pelo 'porco fedorento do REInaldo AZEveDO'.
A essa altura, não estou mais dando a mínima sequer para o conteúdo da reportagem, mas para a inacreditável FARSA jornalística, DEPRAVAÇÃO moral e CORRUPÇÃO cognitiva que resultou desta grotesca situação. Se o fato de Reinaldo Azevedo só se referirr a Guevara como 'Porco Fedorento', e aos esquerdistas como "canalhas" e "petralhas", já tem por si só um incrível potencial revelador de seu conteúdo moral e intelectual, o que ele protagonizou nesse episódio supera em termos de demência até as piores reportagens que a Veja, em seu longo histórico de ódio potencialmente genocida a qualquer tipo de esquerda, destilou ao longo de décadas de 'propaganda' ideológica travestida de jornalismo, inicialmente a serviço direto da ditadura de 64.
O sujeito foi de uma baixeza, covardia e estupidez inacreditáveis! E se não for evidente por si mesmo, destaco os seguintes pontos:
1) O já comentado ódio venal que obriga o sujeito a só se referir a seus adversários intelectuais por meio de pejorativos de baixíssimo gosto, chega ao ponto de sequer distinguir um verdadeiro fanático de extrema esquerda violento de um esquerdista social-democrata moderado, colocando todos os humanos que não digam amém para o que ele diz no mesmo rol intitulado "A Canalha Esquerdopata" que quer implantar uma terrível ditadura comunista e matar milhões de pessoas por puro sadismo.
2)A rídícula contradição de, num momento basear a reportagem sobre a obra de um autor, admitindo ser a mesma a mais completa biografia sobre o assunto, e depois, dado ao protesto deste mesmo autor, desqualificá-lo completamente!
3) A tentativa de transformar a publicação de um e-mail que sequer foi recebido em um ato "anti-ético"! Quando o tema em questão era, afinal, exatamente o conteúdo de uma publicação! E ainda exigir que o autor usasse o telefone como se isso fosse obrigatório para salvaguardar a ética!
4) A inacreditavelmente patética crítica à tradução da "canalha esquerdopata", como se tivesse alguma diferença de conteúdo em trocar 6 por 12/2! E a ainda mais triste insinuação de que aquilo que seria no máximo uma má tradução, tivesse sido uma perversa deturpação de conteúdo com fins inescrupulosos, como se isso sequer fosse necessário!
5) A supressão sistemática de qualquer comentário que lhe seja desfavorável, deixando entretando as respostas raivosas aos mesmos, transformando a página numa tedioso e opressivo hino ao ego do autor.
6) A concentração, numa só página, de uma bizarra coleção de frases de ódio e desprezo pelos ideologicamente diferentes com excesso de trechos que me recuso a transcrever tamanha a esfervescência do frenesi.
Perdoem-me este post visceral. Qualquer um que esteja acostumado a meus sites jamais viu algo assim, e espero que nem volte a ver, mas é difícil tomar contato com tanta perversidade no mundo digital e não ferver com revolta digna de quem certa vez teria dito: "Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros".
Se antes Che Guevara para mim era apenas ambíguo e no máximo romântico, agora virou questão de honra botar uma camisa dele do corpo só pra manifestar minha indignação contra esse episódio monstruoso da mídia brasileira.

8 de Novembro

Duas mensagens novas de Diego Barros Maia, 630 e 631 merecem destaque, em especial a última, que em resposta a DROGA DE ELITE, funcionou como um DROGA DE ELITE 2!
Irresistível a tentação de comparar com o fenômeno pirata de Tropa de Elite 2, que não é uma continuação autêntica do filme, mas sim um documentário originalmente chamado Notícias de uma Guerra Particular rebatizado indevidamente, com finalidades puramente comerciais. A comparação procede porque embora não seja um novo ensaio, como o foi DROGA DE ELITE, esta Mensagem 631 se estendeu de tal forma que equivale a um novo texto, com argumentos novos e rebatendo algumas críticas que recebi por e-mail.
Em síntese, discute os estranhíssimos pressupostos dos argumentos de apologia a liberação de drogas. O primeiro, a inexplicável suposição de que, uma vez liberadas as drogas, os traficantes alegremente se tornariam comerciantes honestos e regularizados, ou decidiriam gentilmente abandonar o crime. O segundo, a misteriosíssima expectativa de que há empresários ansiosos para entrar num negócio incerto e repudiado pela maior parte da população, quando não há indício algum de que isso aconteceria. Não é estranho que os únicos que venham a público defender a liberação das drogas sejam indivíduos sem qualquer relação com o mundo empresarial? Incluindo intelectuais de esquerda!
Examinando sites que defendem a liberação de drogas, como o PsicoTropicus, fico cada vez mais surpreso ao ler e reler textos, e perceber que esses pressupostos são tidos como certos e não são sequer questionados!
Também comuns são afirmações no mínimo capciosas, como a de que as drogas sempre existiram, precedendo a lei, o que é verdade, só se esqueceram que embora sempre tenha havido folhas de coca e papoulas, não existia Cocaína nem Heróina, muito menos ecstasy e toda uma miríade de drogas sintéticas e muito mais fortes que só foram possíveis graças ao avanço das técnicas químicas, e só podem alcançar o mundo graças aos meios de telecomunicação e transporte. A tecnologia e a globalização fazem com que as drogas deixem de ser um fenômeno local, cultural e tradicional, para se tornar um espantoso entrelaçado de susbtâncias diversas que alcançam todo o mundo sem qualquer condenscendência para com essas peculiaridades.
Reitero que das drogas mais usadas, a única que me parece admitir uma discussão a respeito da legalização é a maconha. Até porque há algo de estranho em tentar proibir uma espécie biológica vegetal de existir. Mas digo isso única e exclusivamente porque ela é menos nociva do que o álcool e o cigarro, e há uma contradição gritante entre proibir certas drogas enquanto outras muito mais letais e devastadoras são não só permitidas, como estimuladas, como digo em A Droga da Incoerência.
Mas afirmar algo em nome da coerência é bem diferente de defendê-la. CONTINUO SENDO CONTRA A LIBERAÇÃO DE QUALQUER DROGA, INCLUINDO A MACONHA! Pra mim, muito melhor seria se iniciássemos um programa maciço de desestímulo ao consumo de álcool, e incentivando ainda mais o desestímulo ao consumo de cigarros. Incluiria não só a proibição TOTAL de toda e qualquer publicidade, o sobretaxamento a fim de aumentar ainda mais os preços das bebidas alcóolicas ao mesmo tempo diminuindo os impostos sobre as não alcóolicas, tornando-as mais baratas.
Mais importante ainda, seria parar com o lugar comum que vemos em filmes e novelas, de ter sempre os personagens bebendo. Não há uma só sequência onde um visitante chegue a uma casa e não lhe seja oferecido um drink! E quão comum é a cena do protagonista chegando ao lar e a primeira coisa que faz? Corre no armário e enche um copo de uísque!
Isso tudo é uma droga! Deveríamos parar com esse estímulo, esse endosso indecente ao consumo de álcool, que está presente em toda a mídia, em camisas estampadas e principalmente, e mais terrivelmente, no próprio ambiente familiar, em especial na forma de pressão sobre os rapazes, que são desafiados a beber como se isso provasse sua masculinidade.
Mas chega. Já disse muito disso com melhor propriedade em A Droga da Incoerência, em DROGA DE ELITE, e agora nesta Mensagem 631 que equivale a um Droga de Elite 2.
E não quero transformar esse post num Droga de Elite 3.
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