E eis que profissionais e Instituições científicas renomadas, públicas e privadas, dos mais avançados países do mundo, promovendo pesquisas médicas complexas na tentativa de conter a catástrofe que assola o globo, são agora avaliadas por formandos em faculdade de WhatsApp com residência em Twitter, que não sabem o significado da palavra 'posologia' e só precisam ler meia matéria em alguma mídia, que consideram lixo, para corrigir as pesquisas publicadas em plataformas acadêmicas das quais não leram nem o Abstract! Por que ninguém avisa a Bélgica, a Itália ou a Espanha que o Brasil está cheio de especialistas capazes de resolver seus problemas em menos de 256 caracteres? Ou mais. Por que não vão agora mesmo para o Albert Einstein ou para o Sírio-Libanês salvar vidas, uma vez que os profissionais de lá parecem estar precisando da estupenda sabedoria dos bolsominions de exatamente quanto de C18H26ClN3 ou C18H26ClN3O deve ser administrada sem sequer levar em consideração o peso do paciente? Afinal, como pelo jeito nunca deram nem Tylenol pra criança na vida, não sabem que dosagens não são fixas, e sim são calculadas à base de mg / kg! Já que temos criacionistas ensinando biologia e terraplanistas ensinando geografia, por que os cloroquinistas não vão lá ensinar médicos e cientistas a como fazer seu trabalho? Talvez seja porque não se decidiram se acreditam que um remédio milagroso revelado pelo seu messias curará um letal vírus "chinês" em nome de Jesus, ou se tudo não passa de uma conspiração envolvendo o mundo inteiro, que com mortes fictícias e enterros com caixões vazios pretende derrubar da presidência um fascínora que não precisa de ajuda de ninguém para derrubar a si próprio. Bolsonarismo é doença mental! Em 13 de Abril falei sobre outros 3 líderes mundiais que compartilham com Bolsonaro a negação ou menosprezo sobre o Coronavírus, deixando bem claro que sob qualquer ponto de vista minimamente bolsominion que se preze, todos eles, Aleksandr Lukashenko, Daniel Ortega, Gurbanguly Berdimuhamedow, são inequivocamente "comunistas". Agora, outro líder, John Magufuli, o presidente da Tanzânia, se junta ao grupo, também tendo protagonizado hilário episódio em termos de subestimação da pandemia, e mais uma vez, qualquer olhada em seu currículo político ideológico levará qualquer liberal que se preze a considerá-lo no mínimo socialista. Pra completar, Nicolas Maduro acaba de se fazer notório por um endosso público à cloroquina. Há certo exagero aí, visto que se resumiu a citá-la num tweet onde elogiava os médicos de seu país. E vale lembrar que sob brutal embargo comercial imposto pelos EUA, e tendo mais dificuldade de obter medicamentos mais sofisticados, se torna mais compreensível que apele ao que tiver em mãos. De qualquer modo, a Venezuela tem apenas 10 mortes confirmadas por COVID-19, sendo um dos países com mais baixo índice de morte por milhão de habitantes, 0.4, o menor da América do Sul, curiosamente, o mesmíssimo índice da Tanzânia com um total de 21 mortes confirmadas num país de quase 60 milhões de habitantes. Situação tranquila também é a da Nicarágua de Ortega, que tem o menor índice da américa central, 1 (8 mortes confirmadas). Um pouco pior está a Bielorússia, com 17 (160 mortes), e do Turcomenistão, o Worldmeters não dá dados, e é de se desconfiar mais, visto fazer fronteira com o Irã. Porém, seus outros países fronteiriços, Afeganistão, Casaquistão e Usbequistão, também não tem apresentado índices preocupantes, bem como as regiões iranianas que lhe são fronteiriças. E para os que desconfiem dos demais países, ocorre o mesmo. Seus vizinhos, muito menos suspeitos de esconder dados, também não tem apresentado quadros alarmantes. E seguramente nenhum orgão mundial jamais diria que possuem situação que nem de longe se assemelhe à do Brasil, com nosso indice de 74 (mais de 15 mil mortes), e é aí que está o ponto. Fica fácil subestimar o problema quando ele de fato não é grave no seu território, e assim, de todos os países citados, O ÚNICO no qual a situação é mundialmente preocupante é o Brasil. SOMOS O ÚNICO PAÍS com um quadro grave de COVID-19 cujo presidente insiste em subestimar a pandemia, contraria todas as recomendações especializadas de saúde, agindo de forma complemente irresponsável e descabida. No meu post anterior, cheguei a dizer que Bolsonaro estaria "bem acompanhado", mas olhando por esse ângulo não. Os outros líderes estão em situação bem mais confortável para fazer pouco caso da ameaça. Bolsonaro está sim, sozinho em seu delírio genocida. É por isso que Bolsonaro quer interferir no PF! Vocês que não entenderam nada! 'Prato feito' brasileiro tem tamanho exagerado e excesso de calorias A novela Brasil 2020 surpreende apenas nos ornamentos, pois a estrutura narrativa básica desta tragédia é perfeitamente previsível, variando só em quanto tempo irá durar e quantas voltar irá dar até seu desfecho melancólico final. Após a demissão de Nelson Teich, seria até possível que fosse colocado outro personagem para continuar fazendo uma abordagem técnica tal qual Mandetta, devido o gosto pela vitimização perpétua do Paciente Zero, visto haver disposição dos roteiristas para encher linguiça esticando a temporada. Mas se decidido passar logo ao próximo capítulo e a Rainha de Copas colocar outro tresloucado para fazer exatamente o que sua insanidade determina, o que teremos é, além de uma demissão de vários quadros ainda técnicos que ainda permanceçam no Ministério da Saúde, um isolamento ainda maior do Governo Federal. As sociopatias genocidas que emanarem deste novo ministério simplesmente serão ignoradas pelos governadores e isoladas pelo Congresso e pelo STF, abrindo espaço até mesmo para o surgimento de um Ministério paralelo, talvez até encabeçado por Mandetta, que possivelmente se organizaria em Goiânia sob os auspícios de Ronaldo Caiado. Mas não haverá real suspensão das políticas de saúde que já estão funcionando à margem da Presidência da República, mas ainda estavam afinadas com um Ministro da Saúde que apesar de severos problemas, ao menos ainda tinha a saúde mental em dia. O fato é que o Grande Mentecapto apenas conseguirá ficar ainda mais longe de qualquer influência formal real, passando a "governar" cada vez mais por meio de sua horda de fascínoras e criminosos milicianos, conseguindo a façanha de degradar ainda mais a horrenda imagem do país rumo ao fundo do poço do ato final da tragédia. O artigo de Hamilton Mourão publicado no Estadão, "Limites e Responsabilidades" merece o apelido de LIMITADO E IRRESPONSÁVEL. Sem arbitrariedade! Justifico esses adjetivos. Começa dizendo o óbvio, e merece ter destacado, no incontestável segundo parágrafo, que nenhum país "...vem causando tanto mal a si mesmo como o Brasil. Um estrago institucional que já vinha ocorrendo, mas agora atingiu as raias da insensatez, está levando o País ao caos e pode ser resumido em quatro pontos." No primeiro ponto, POLARIZAÇÃO, peca pela omissão completa da responsabilidade do Presidente da República, que é o principal fomentador da hostilidade contra os adversários políticos e ideológicos. Nenhum outro presidente da era democrática jamais chegou ao poder dizendo que irá "acabar com uma vertente política ou ideológica" que é indelével na sociedade, nem que irá "fuzilar membros do partido adversário", e menos ainda com hostilidade escancarada contra a imprensa. Não que esta não mereça, e nisso aponto uma das limitações do artigo, a falta de uma crítica séria ao 4° Poder que poderia facilmente ser feita de modo justo e objetivo. Mas o vice presidente General, ainda que alguém possa inferir uma discretíssima alfinetada indireta em seu superior Capitão, prefere fingir que seu chefe nada tem a ver com o fato de ter conseguido a façanha de unificar quase todas as frentes minimamente sãs e racionais do país contra si.
No ponto segundo, DEGRADAÇÃO DO CONHECIMENTO POLÍTICO, essa isenção irresponsável já sobe para um nível surpreendente, como se não fosse notório que nunca antes na história deste país tivemos um chefe do estado tão absurdamente ignorante sobre absolutamente tudo o que importa. E ao babar ovo dos EUA, uma de suas especialidades, Mourão mostra mais uma vez sua limitação intelectual, ao ignorar o fato de que os EUA tendem sim mais a uma Confederação do que o Brasil, aliás já o foram de fato, e ao contrário da lendária gafe de José Serra, o modelo "Estados Unidos" se diferencia de "República Federativa" justamente por, no primeiro, haver maior grau de independência dos estados em relação à união. Aliás isso é uma obviedade histórica verificável pelo fato dos EUA terem surgido antes de tudo pela união "espontânea" de 13 colônias com um objetivo em comum, ao passo que o Brasil surgiu, enquanto nação, como um Império! No Brasil, a União tem muito mais força em relação aos estados do que nos EUA, MAS... DESDE QUE ela efetivamente governe! O que pressupõe aquela harmonia entre os 3 poderes que o Disso passamos ao terceiro ponto, da USURPAÇÃO DAS PRERROGATIVAS DO PODER EXECUTIVO. Mais uma vez, aqui o General culpa todo mundo, menos o irresponsável incapaz de governar sequer a si próprio. Se o Presidente da República não tem capacidade nem para se relacionar com o próprio partido pelo qual se elegeu, como o infeliz poderia gerir um país!? Sendo o governante sempre um espelho de seu eleitorado, como raios é possível esperar um mínimo de postura de quem fomenta e endossa manifestações contra os demais poderes da república e contra a própria ordem democrática?! O Congresso, o STF e os executivos e legislativos estaduais e municipais não tem outra escolha se não fazer aquilo que o esquizofrênico no Palácio do Planalto é absolutamente incapaz, e nisso contam com o apoio massivo de suas populações, somente contaminada pela corja bolsonarista hedionda que, mesmo minoritária, é um câncer sempre ameaçando o país. Mas é no quarto, e por sorte último, ponto que Mourão consegue atingir o nível máximo de demência só mesmo comparável ao de seu mandatário. O PREJUÍZO À IMAGEM DO BRASIL NO EXTERIOR é, para este que envergonha as etnias indígenas, culpa não da criatura mais repudiada internacionalmente a já ter assumido o cargo máximo do país! NÃO! Pra ele a culpa é de personalidades que outrora já representaram a política externa brasileira de forma praticamente irrepreensível. Diga-se o que quiser de FHC (até que mereça ser fuzilado), mas tal qual Lula, o mundo inteiro o respeitava ou até admirava. O mesmo pode ser dito de quase todos os assinantes do texto "A Reconstrução da Política Externa Brasileira", que eu próprio comentei no dia 12. Mais uma vez, de modo absurdamente irresponsável e irresponsabilizante, Mourão isenta o sacripanta que ofende esposas de outros chefes de estado, acusa ONGs e atores hollywoodianos por crimes de sua responsabilidade, posta indecências em redes sociais e é universalmente execrado pela totalidade dos demais países, em especial suas imprensas, não bastasse já o ser pela imensa maioria da imprensa nacional. Talvez a maior tragédia do texto do General Mourão é que ele não seja justamente o que estão dizendo, e temendo, que ele seja. Golpista! Quem dera o fosse! O texto na verdade tem um propósito bem claro de jogar um balde de água fria nos entusiastas do impeachment, deixando claro quem eles terão na presidência assim que nos livrarmos do cancro que ameaça necrosar o país inteiro. Eis como funciona um fenômeno psicossocial fantasioso. Ninguém estava preocupado com o assunto, mas foi só a USAF revelar uns vídeos e reconhecer que alguns objetos voadores não foram identificados, que de repente todo mundo começou a ver OVNI pra tudo quanto é lado. Desde patricinhas influencers que notaram pela primeira vez na vida as luzes de uma torre de um prédio que sempre esteve na frente da janela dela, quanto desconhecidos que divulgam vídeos repletos de falas emocionadas e dramáticas onde não se vê porcaria alguma. Dá até pra entender que num momento como este queira-se dar atenção a outras coisas, mas essa onda irá passar tanto quanto os "hits" das semanas anteriores como a pseudo morte de Kim Jong-un ou a pseudo ameaça de Terceira Guerra Mundial da Rússia. Só serve mesmo para nos lembrar de refletir sobre alguns assuntos, por isso subi um vídeo no meu YouTube sobre OVNIS. NOITE ADENTRO, da Netflix, infelizmente não é a adaptação do livro do Gilmar Milezzi, mas é uma série que merece ser vista por ao menos três motivos. 1 - É uma produção belga falada em francês, embora com a presença ocasional de outros idiomas. É sempre bom fugir da mesmice da séries anglófonas, em especial as hollywoodianas; 2 - Com apenas 6 episódios de menos de 40 minutos cada, a série é perfeita para ser vista de uma tacada só. E o próprio ritmo da estória, que ao todo cobre umas 24 horas, demanda isso, visto que as tramas são contínuas. 3 - Tem uma premissa inédita, razoavelmente bem explicada, ainda que de forma breve, em termos de especulação científica, embora ainda aberta a ser desenvolvida. O que temos é algum fenômeno relacionado a oscilações do campo magnético solar e alta incidência de radiações gama que por algum motivo faz com que o Sol mate instantaneamente tudo o que sua luz toca. Por isso, uns poucos sobreviventes em um boeing se vêem obrigados a voar constantemente rumo ao oeste, fugindo do nascer do Sol, nas partes mais altas da zona temperada, saindo da Bélgica e passando por Islândia, Escócia, Canadá etc. Parando em aeroportos desertos repletos de corpos em busca de combústivel e suprimentos, na esperança de achar algum abrigo subterrâneo suficientemente profundo. A empreitada seria evidentemente impossível próxima da linha equatorial, onde a velocidade linear da rotação terrestre é de mais de 1.600 km/h, muito acima da velocidade máxima de um boeing. Mas perfeitamente possível quanto mais próximo dos pólos. A premissa, improvável mas não absurda, acerta até mesmo nesse fato de radiações gama serem capazes de penetrar por vastas barreiras, e que um abrigo subterrâneo qualquer realmente não seria capaz de detê-las. Há problemas, claro, a começar por uma seleção questionável de personagens, embora perfeitamente plausível, e o modo como alguns acabam sendo abandonados na correria desenfreada frusta expectativas, embora seja perfeitamente compreensívell no contexto. Temos também uma sucessão de atitudes imorais de vários personagens, compreensíveis a julgar pela situação, mas que frequentemente irritam, chegando ao ponto de por um momento não se torcer mais por ninguém, e com aquele clichê já bastante batido de inverter expectativas de modo a fazer você ver com melhores olhos personagens que no começo pareciam piores e vice versa. A maioria delas, repito, é realista, mas algumas não podem ser deixadas em aberto. O modo como, ao final, uma das personagens causa, mesmo sem querer, a morte de outro é imperdoável! Espero que isso seja retomado numa eventual segunda temporada. Também incomoda um pouco a fotografia o tempo todo noturna, por motivos óbvios e excelentes, claro, só aliviada nos flashbacks que exploram, poquíssimo, alguns dos personagens. Por sorte as imagens de interiores iluminados são bem claras, mas penso que os produtores deixaram escapar um fato que só enriqueceria e embelezaria mais a série. Num evento como esse, que pressupõe explosões solares anormalmente intensas, teríamos seguramente as maiores e mais luminosas auroras polares já vistas! Faria todo o sentido que os céus estivessem frequentemente iluminados por impressionantes espetáculos típicos das auroras boreais, indo até mesmo mais longe dos círculos polares onde normalmente se delimitam. Assim poderia ser compensada a monotonia da fotografia e emebelezado cenas de modo não apenas plausível e perfeitamente consistente com a premissa, mas penso que até inevitável. Se há alguma crítica contra a verossimilhança da premissa, seria justamente essa, além do fato de que o tal evento não poderia durar muito tempo. Enfim, INTO THE NIGHT merece ser vista, ser bem avaliada e ter uma segunda temporada. Em 28 de Abril publiquei uma reflexão sobre o real motivo da atitude bizarra de Bolsonaro em esconder seus exames para COVID-19, gerando 3 possibilidades. A terceira está eliminada, pois os exames não permitem inferir outras questões a respeito da saúde do presdente. Restam duas, das quais uma tem que ser atualizada, que é o fato dele estar sim infectado e os exames terem sido fraudados. Afinal, além de constarem nomes falsos, e outro não ter identificação alguma, ainda temos aqueles dois positivos "secretos" no Hospital das Forças Armadas, e certos "atos falhos" cometidos por ele e seus associados que só fazem sentido caso ele estivesse infectado. Mas é justo sobre a outra possibilidade que levantei, e que permanece como única caso aceitemos os resultados como verdadeiros, que devemos nos atentar. PRA QUÊ deixar acontecer essa celeuma toda se os exames resultaram em "Não detectado"? Por que não encerrou o assunto no primeiro dia simplesmente mostrando algo que não implica em qualquer tipo de constrangimento? A pergunta é retórica, pois sabemos que Bolsonaro é um "showman" que subsiste à base de trollagens, mitadas e fanfarronices. É bem a cara dele provocar deliberadamente uma "cena" que se desenrola virando uma novela ocupando tempo da imprensa, preocupando a sociedade e gastando dinheiro público à toa, como se não houvesse mais o que fazer. A irresponsabilidade canalha de quem jamais foi capaz de compreender o que significa ser um líder, aliás, sequer um chefe de quadrilha. Mas isso seria apenas um de seus inúmeros crimes, quer comuns quer de responsabilidade, desde que desgraçadamente passou a ocupar o cargo político máximo. De qualquer modo, a polêmica está longe de se encerrar, pois só mesmo bolsomínion pode achar que dois testes com pseudônimos e um sem identificação alguma, justo o que mais foi escondido, permitiriam liquidar o assunto. Na melhor das hipóteses, temos um falastrão histriônico que "brinca" no cargo enquanto se exime de qualquer função útil no enfrentamento da pior crise de saúde da história recente brasileira e mundial. Na pior, alguém que serviu deliberadamente de vetor de disseminação da doença para infectar o máximo possível o próprio povo. Jair Bolsonaro TEM QUE SER DEPOSTO! E qualquer tipo de apoio a ele é insanidade pérfida e desprezível. Afinal, invés de "ET de Varginha", é muito melhor ficar conhecido como o "ET de Pau Grande!" no Rio de Janeiro; caso viraliza Problematizações gatais. Excelente texto de José Geraldo Gouvêa, mas creio que posso sintetizar algo que passou ao largo da análise, que é o simples fato de que 99% da humanidade que já existiu neste mundo, estima-se em mais de 100 bilhões, sempre viveu sob regimes não democráticos: clãs, reinados, impérios, ditaduras... E na verdade a anomalia é justo essa "democracia liberal" em que vivemos, que no fundo jamais nos convenceu. Viver numa democracia, ao menos como a temos, é certamente preferível a viver sob a tirania de um inimigo, mas é também totalmente preterível a viver sob a tirania de um ídolo que amamos. Ou seja, se apoiamos totalmente o governante, queremos mais é que ele tenha o máximo de poder, pois afinal fará o que achamos certo e necessário, e não nos interessam obstáculos que o impeçam de implementar esses desejos. Mas se repudiamos o governante, obviamente preferimos vê-lo o máximo possível esvaziado de poder. Veja só, não é simples questão de gostarmos da tirania em si. Não é dela que gostamos, e sim de gostar do herói bom e sábio, cujas qualidades sejam preferencialmente atestadas por instância sobre humana nos isentando de arcarmos com a responsabilidade de construí-las. A ficção mitômana captura esse desejo essencial. Queremos reis! Queremos grandes heróis! Queremos ser guiados por sábios infalíveis e virtuosos tal qual ditosas crianças que possuem pais excelentes gostariam de jamais crescer e ter que sair do paraíso. Pra piorar, nem sequer temos a alternativa de uma democracia no melhor sentido da palavra, sabemos perfeitamente que nossa democracia liberal é uma fraude! Nós a odiamos apesar da hipocrisia de sua bajulação, expressando essa repulsa sob os mais diversos rótulos, quer da corrupção, da desigualdade, da falta de liberdade, da burocracia etc. Intuitivamente, a grande diferença entre ela e a não-democracia, é que na última em geral sabemos exatamente quem é o governante e não precisamos nos dividir numa guerra interna perpétua para decidir quem terá a prerrogativa da próxima fraude eleitoral. Ao passo que na nossa realidade, somos governados por plutocratas invisíveis e não temos disposição para desvendar os infindáveis véus de mentira e manipulação que produzem a ilusão comodista de que podemos escolher o fantoche da vez. E sabemos que somente um herói iluminado poderia nos salvar. Um dia, um candidato a herói surge, e jogaremos alegremente a democracia no lixo pela esperança do bom tirano, por vezes com resultados ótimos mas efêmeros, medíocres ou catastróficos, nos levando a desejar novamente a democracia como um mal menor. Só mesmo o bolsonarismo para conseguir descer a um patamar de desgraça tão abjeta que obriga até ferrenhos adversários a se unirem em prol de um mínimo de sanidade. Até o pulha do Serra é melhor que o energúmeno que Olavo de Carvalho colocou lá. Hoje agradeço não ter passado num concurso de Oficial de Chancelaria que fiz há mais de uma década atrás. Pois se eu estivesse aqui no Brasil correria o risco de ira lá "abater o animal". Aliás, já falo disso há mais de um ano. 100 Dias de Noite
Aí me vem o puto do Mourão e me diz que é esse artigo que está contrangendo o Brasil no exterior!
Ser bolsominion é... ...ser um calhorda desprezivel! Em 19 de Abril publiquei uma lista de países ordenados pelo número de mortes por COVID-19 em relação a população, que mostravam que o Brasil ainda era um caso bem menos grave que a média. Na época, tínhamos 11 mortes por milhão de habitantes, ficando em 34° lugar na lista e abaixo da média mundial, que se não me engano estava por volta de 20. Só considero países com mais de um milhão de habitantes. Dados do Worldmeters.
Hoje, segue a lista atualizada.
Subimos 14 posições no lastimável "ranking", estando agora acima da média mundial que é de 36.1. E se conferirmos o print, que no caso está ordenado PELO NÚMERO ABSOLUTO DE MORTES, notaremos que não há razão para Estamos em 6° lugar e somos, do Top 10, o que menos faz testes, e em casos críticos só perdemos para os EUA. Não há como negar, vamos subir muito na lista de mortes proporcionais à população. Será uma sorte não entrarmos também no Top 10. Não creio que o caso será tão grave quanto o da Bélgica, que tem uma morte para cada cerca de 1.300 habitantes, e de certo ainda aumentará um pouco. É definitivamente a maior causa mortis de todo o país superando também o pior índice de homicídios do mundo. No Brasil, ainda estamos com uma morte para cada cerca de 20 mil habitantes. Mas é certo que nossas fatalidades ainda irão mais que dobrar. Teremos no mínimo, com muito otimismo, 22 mil mortes, resultando em uma para cada 10 mil habitantes. E repito, SENDO MUITO OTIMISTA! Ainda que haja pouca razão para tal. O principal motivo? Falhamos nas medidas de contenção, que deveriam ter sido mais rígidas. E SIM! O PRINCIPAL CULPADO DISSO É O CALHORDA GENOCIDA QUE OCUPA A PRESIDÊNCIA! Tô nem entendendo essa celeuma toda em cima da Regina Duarte. Esperavam o quê? Esqueceram que desde 2001 ela tornou público seu escancarado viés político ideológico? Esqueceram do antológico "TENHO MEDO!" que foi infinitamente zoado pela então blogosfera e correntes de e-mail antes do advento das redes sociais? Regina Duarte, em favor de José Serra, tentou disseminar "pânico na TV" com a má e velha paranóia anticomunista disfarçada, no caso de que Lula destruiria a economia e traria tempos trevosos ao país. A não ser na cabeça de patifes descerebrados que não são bem vindos aqui, ocorreu o exato contrário. Mas a era de ouro política e econômica que foi o Governo Lula jamais motivou em Regina qualquer reconsideração de suas crenças.
Ela participou do esquecido Movimento CANSEI, um vexame tão grande que certamente os integrantes, João Dória incluso, se esforçam para fazer sumir da memória histórica. Até o verbete da wikipedia é modesto a esse respeito, mas EU BACKUPEEI na íntegra no meu site o extinto blog "Tô Cansadinho", que fez a melhor compilação das pataquadas do movimento, e você pode conferir AQUI.
Regina Duarte era uma das "musas" do movimento, ao lado das demais globistas Hebe Camargo e Ana Maria Braga, e também Ivete Sangalo, que também trazia seu irmão, Jesus Sangalo, um empresário, para integrar o movimento, que contava até mesmo com o apoio do hoje regenerado Reinaldo Azevedo. O movimento basicamente explorou duas tragédias aéreas consecutivas tentando politizá-las em desrespeito flagrante às próprias famílias das vítimas, e promoveu paseatas e agitações que tinham a cara de pau de se dizer apartidárias e não ideológicas. Não durou muito. Um dos financiadores principais do movimento, Paulo Zottolo, presidente da Philips do Brasil, cometeu uma das mais históricas gafes ao fazer uma piada de péssimo gosto contra o estado do Piauí que lhe rendeu o título oficial de persona non grata estadual. Isso, somado à gafes e constrangimentos anteriores, terminou sendo a lápide do movimento. Ninguém com um mínimo de conhecimento ficou surpreso que Regina Duarte fosse apoiadora de Bolsonaro. Talvez surpreenda que tenha sido suficientemente estúpida para aceitar se integrar a ele depois que o barco já estar afundado há muito tempo, passando a tentar operar no modo submarino. Não nos esqueçamos, entrou para substituir o fracassado Goebbels wannabe Roberto Alvim, em sua inesquecível atuação teatral que analisei em vídeo. De gente assim, você esperaria sensatez? Decência? Dignidade? Sensibilidade artística? Eu poderia dizer mais... mas, ah... Cansei!
Mas bem antes ainda, 17 de março de 2019, eu já havia aventado isso como possibilidade, ao dizer "E quem tem vazado os dados da COAF justamente após Sérgio Moro ter assumido seu controle? Não se esqueçam que Moro É TUCANO até a medula! Num confronto mais acirrado entre as máfias midiáticas e o clãzinho carioca, não pensará duas vezes e derrubará o governo por dentro em beneficio de seus colegas maçons."
E não só isso, eu discori longamente, em
E não há nada demais nisso. Além de alguma sorte, e de não ser um
Também errei. Disse várias vezes que Mourão era o verdadeiro perigo, e talvez ainda seja, mas Bolsonaro tornou-se tão absolutamente hediondo que devo admitir que é melhor tirá-lo e dar o lugar ao vice. E é claro, jamais poderia prever a situação que vivemos agora.
E não, não vai ter golpe! Não em favor do mentecapto. Antes colocariam um general no lugar dele. E a situação não vai melhorar. O coronavírus deixará no mínimo 1 morto para cada 10 mil habitantes, provavelmente muito mais, e Bolsonaro jamais abrirá mão de sua demência, e tão pouco os seus apoiadores, sem um pingo de vergonha em continuar a falsificar a realidade a sua volta e continuarem errando em absolutamente tudo o que se meterem a falar.
Só pra lembrar porque a cloroquina deixou de ser assunto até na boca do grande mentecapto.
Maior estudo já feito com hidroxicloroquina mostra que a droga não traz benefício no tratamento da Covid-19
(Estudo original em
Observational Study of Hydroxychloroquine in Hospitalized Patients with Covid-19)
(15/05) Corrigindo, TINHA DEIXADO de ser assunto. Foi só sair mais uma pesquisa atestando mais uma vez a falta de evidência da eficiência da cloroquina para o genocida ficar doidinho para enfiá-la goela abaixo do país.
Mas Bolsonaro não está sozinho nessa apesar de Trump ter pulado fora. Ele agora tem a companhia de ninguém menos que Nicolás Maduro. Cloroquina 'une' Bolsonaro e Maduro em meio à pandemia de coronavírus
Ser bolsominion é: crer que generais da ativa dariam um golpe militar para ficar sob o comando de um civil, ex-capitão
Seria a última pessoa a politizar a morte de um ente querido, então o que vou comunicar abaixo não é propagandismo ideológico, a favor ou contra quem quer que seja, mas apenas o relato fiel daquilo que experienciei cuidando dos trâmites da morte por coronavírus da minha avó.
Primeiro, a postura inicial do médico que me recebeu para comunicar a morte era claramente defensiva. Podia ver em seus olhos o desespero de quem está no meio de um turbilhão infernal e que tem diariamente a angústia de comunicar a familiares o óbito de pessoas por uma doença que mal se conhece direito e para cujo tratamento, infelizmente, o poder público não dá o suporte devido.
Conforme foi percebendo que eu não o culpava de modo algum, mas, ao contrário, reconhecia o esforço da equipe médica, que fez o que pôde, o médico foi se abrindo, se desarmando e mandando a real. Dele ouvi a seguinte frase, letra por letra: "Senhor Pedro, de um total de cem por cento de pacientes suspeitos de covid aqui no hospital, eu digo para você que cinco por cento, só cinco por cento faz o exame de comprovação. Não há insumos, não há materiais, não há nada".
Prosseguiu o médico: "Para o senhor ter uma noção, há vezes em que o quantitativo de SUAB's [exames comprobatório de coronavírus] que recebemos para uma semana é dez! Isso mesmo... Para um hospital do tamanho desse aqui de Saracuruna [tratava-se do Adão Pereira Nunes, hospital de referência para toda a Baixada Fluminense], com a quantidade de pacientes que tem, os caras às vezes mandam dez exames, quer dizer, para dez pacientes, por uma semana inteira. [...] Na prática, quando a gente identifica o quadro clínico de covid, seja pelos sintomas, seja pela tomografia, já fazemos o isolamento e tomamos as medidas-padrão de cuidado por precaução, mas, prova definitiva mesmo, quase ninguém tem. Daí, se o sujeito morre, o obituário oficial fica como suspeito de covid e não covid, mesmo que a gente tenha certeza pessoal que o caso era do novo vírus"
Perguntei como aquilo ia para as estatísticas. Ele disse que aqui no Rio, pelo menos, a política governamental é notificar como morte por corona esses casos sem exame probatório, mas nos quais a equipe médica tem certeza moral da causa. "Felizmente, ao menos", disse. Mas acrescentou: "Mesmo assim, como a falta de exames é absurda e muita gente, ou se recupera velozmente ou então morre rápido demais, tanto num caso como no outro sem um quadro clínico muito bem definido," certamente o número de subnotificações é gigantesco.
Ou seja, com certeza absoluta, até porque o Rio é, junto a SP, o lugar onde há mais mobilização governamental, a quantidade de mortos e de infectados no país é MUITO maior do que os dados oficiais apresentados no governo e na mídia.
Por fim, o médico, já em desabafo, se mostrou bastante puto com a indiferença das pessoas para com o problema, enquanto ele e seus colegas se expõe, dia a dia, ao Apocalipse. "Ninguém está levando a sério... As pessoas ficam passeando na rua". E derrubou também o médico outro mito: "Senhor Pedro, antes da sua avó entrar em isolamento, quem estava ao lado dela era uma jovem, de 32 anos, saudável, sem comorbidades, que não fumava, etc. Ela também contraiu corona e morreu um dia antes da Dona Jurema"
É isso, amigos. Se cuidem e fiquem em casa o quanto puderem.
Não é alarmismo não. O colapso existe e já chegou.
Hoje, 7 de Maio, é o DIA DO SILÊNCIO. Eu nunca tinha ouvido falar, mas acho a ideia excelente. Com o objetivo de chamar atenção para o problema da poluição sonora, essa data cuja origem ainda nem esclareci deveria mesmo ser amplamente celebrada.
Moro num local onde tenho o privilégio de, regularmente, experimentar silêncios arrebatadores. Em geral, na madrugada, não é raro ficar no quintal, deitado numa cadeira de praia, por vezes sob a Lua Cheia, às duas ou 3 da manhã, e testemunhar algo como se uma divindade baixasse e a tudo calasse.
Nada se houve. Por motivos misteriosos os cães decidem se aquietar, os gatos emudecem, os insetos parecem inexistir. O ar para, tornando ausente até o farfalhar das folhas, e todos os vizinhos parecem tão quietos quanto eu.
É UM SILÊNCIO INACREDITÁVEL! As vezes testemunhado dentro de casa também. Como se de repente você tivesse ficado surdo, ao menos até que comece a ouvir o zumbido do cérebro, caso os movimentos peristálticos colaborem, e até as batidas do coração.
Você já ouviu, sem instrumento algum, a batida do próprio coração?
Após uma delonga, chega a ser até um alívio ouvir um carro ou um avião distante. E não, não moro em área rural, até porque mais próximo da mata, não existe esse tipo de silêncio, pelo contrário. O que ocorre lá em casa é um exótico meio termo entre construções em terrenos grandes, com amplos jardins, suficientes para eliminar a típica bio sinfonia das matas de galeria ou das estepes do cerrado.
Um momento onde até mesmo as animais domésticos parecem obedecer um pacto contemplativo. Curiosamente, experimentei isso justamente nessa madrugada do Dia do Silêncio.
Conjugado ao fato de também ser o melhor local que conheço para contemplar o luar, a oportunidade de experimentar esse silêncio é um dos motivos pelo qual mudar do endereço que conheço há 32 anos é algo que está muito distante em qualquer escala atual de possibilidades.
Se algo cruza os céus e não se sabe se é um pássaro, um avião, ou o super homem, será um Objeto Voador Não Identificado. Podendo também ser balões, meteoros, aviões de espionagem, drones, aeronaves clandestinas transportando drogas, mísseis, projetos secretos ou qualquer coisa cuja comunicação falhe ou que se recuse a se identificar.
De OVNIs para naves extraterrestres existe uma distância... astronômica.
TALES FROM THE LOOP, disponível na Amazon Prime ou num torrent perto de você, pode vagamente lembrar a excelente série alemã Dark*, por envolver uma cidade pequena, e como o nome sugere, distorções temporais, e sobretudo por girar em torno de questões familiares, embora seja focada numa família só, e por ser, por enquanto, bem mais simples, porém, mais misteriosa.
Trata-se de série de Ficção Científica essencialmente dramática. Com a exceção de uma breve perseguição numa floresta insular no sétimo episódio, e de uma também breve luta de robôs no último, não espere ver qualquer ação. No entanto, prende a atenção até mesmo daqueles que prefeririam ver algo mais agitado, mesmo sem nada prometer nesse sentido.
A excelente trilha sonora, que só peca por ser excessivamente parecida com a também excelente trilha de The Trumam Show, especialmente as faixas 4 e 14**, dita o tom da série de forma muito melhor do que Dark, que associada ao título, parece querer o tempo todo enganar o espectador fazendo-o crer que se está diante de clima de terror.
Mas talvez algo que torne Tales From The Loop mais interessante é ser um meio termo entre o modelo de série de episódios isolados ao estilo anos 80, e as séries de amarração novelesca que predominam na atualidade. Pois se as conexões entre os episódios são evidentes, o foco muda grandemente de um para outro. Por exemplo, no primeiro está centrada numa menina que logo no começo perde sua mãe, sendo então ajudada pela família central da série, e no segundo foca num outro membro dessa mesma família que havia aparecido apenas como um figurante. E assim vai, mudando de foco ao ponto de se distanciar totalmente do tema inicial, mas aos poucos conectando-os sutilmente até ficar evidente a consistência estrutural.
Essa série familiar, que nesse sentido só perde para a antológica Once Upon A Time*** (a meu ver, a série mais fortemente pró-família que já vi, embora possa não parecer a princípio), de seus oito episódios só tem dois destoantes do desenvolvimento do tema principal. O terceiro, nem tanto, que foca num romance paralelo isolado de uma das personagens secundárias conectadas ao filho mais velho da família central, e o sexto, esse bem mais dissonante, que apresenta a obrigatória cota "progressista", não tanto por ser culturalmente progressista, mas por ser forçada, onde o roteirista precisou incluir uma breve cena de amizade com a família principal apenas para não deixá-la completamente desconectada.
Aí nota-se que parece haver mesmo uma obrigação contratual, onde os autores vão desenvolvendo espontaneamente a estória até que alguém finalmente os lembre que tem que inserir a cota gay, parecendo fazê-la a contragosto e com certa falta de criatividade. Pois se ela fosse inserida logo num dos personagens centrais, no caso Jakob, já no segundo episódio, não só seria muito mais harmônica como até daria um sentido mais profundo e consistente a toda a trama.
Para piorar, parece até ser por vingança que os autores decidiram cumprir a cota gay e a negra ao mesmo tempo, deixando-as duplamente destoantes, desenvolvendo-as totalmente num único episódio que pode ser sem qualquer prejuízo ignorado, mesmo conectado vagamente ao episódio 3, que também cumpre uma cota de minorias.
Apesar disso, isoladamente os dois episódios funcionam muito bem, e acabam comovendo pelos seus dramas pessoas misturados a possibilidades abertas somente pela Ficção Científica. Apenas destoam da trama principal até mesmo na ousadia das tecnologias apresentadas.
Nesse ponto, a série apresenta aquele tipo de estética essencialmente contraditória, mas fascinante, parecendo ambientada nos anos 70 ou 80, onde fica claro não existir telefonia celular nem telas planas, mas ao mesmo tempo mostrando tecnologias robóticas além da nossa realidade. E a concepção artística e o clima da ambientação transforma essa estranheza num charme, com estruturas misteriosas por toda parte, robôs abandonados, maquinários estranhos e toda uma retratação que se baseia originalmente num mero livro de ilustrações do artista sueco Simon Stålenhag. Nesse sentido, me identifico muito com a ideia principal, que é observar uma bela concepção artística e, somente com base, nela, "viajar" ao ponto de desenvolver uma estória.
A série termina sendo menos ousada que as ilustrações do autor, que demandariam tecnologias e situações muito mais complexas, mas ainda assim sua estética é suficientemente intrigante para capturar tanto quanto os dramas que vão sendo introduzidos.
Ao final do oitavo e último episódio, temos o fechamento de um arco onde embora muitas coisas fiquem explicadas, restam mistérios suficientes para despertar desejo por uma segunda temporada. Porém, o mistério inaugural, desenvolvido logo nos primeiros momentos do primeiro episódio, permanece em aberto. O que ocorreu com a mãe da menina que pareceu voluntariamente se ausentar em prol de um projeto científico pessoal?
Foi deste momento que já me lembrei de Once Upon A Time, que sob várias camadas de contos de fada, basicamente desenvolve contos de redenção e relacionamento familiar, onde até mesmo a rainha má da Branca de Neve termina redimida, junto com Malévola, Capitão Gancho, e vários outros seres fantásticos e mitológicos, e onde o único pecado imperdoável é abandonar os filhos.
Por fim, o "Loop" também ainda permanece um mistério. Sabe-se que foi construído todo um massivo projeto científico em torno dele, e que grande parte da própria economia da cidade gira em torno desse projeto, sendo desde a infância objeto de preocupação dos estudantes se terão notas suficientemente boas para no futuro trabalhar no Loop.
Ainda não se sabe se haverá uma segunda temporada, mas mesmo que se encerre aqui, apesar das pontas soltas, a série termina sendo satisfatória, merecendo ser vista e até revista na íntegra, mesmo que alguns episódios funcionem bem isoladamente.
Apesar de recentemente ter havido notória redução da criminalidade, o caso ocorrido em Ourinhos - SP não parece ter paralelo ao menos na história recente. Uma milícia de dezenas de homens com armamento pesado praticamente sitiar uma cidade de 115 mil habitantes por uma noite inteira, neutralizando por completo qualquer reação policial, roubando dezenas de milhões de vários bancos e escapando completamente ilesa, parece premissa de filme de ação.
Há tempos alguns tem previsto que o Brasil caminhe para se tornar um narco estado, como já tem ocorrido em grande parte do México ou da Colômbia, apesar que neste último caso, após assumir um governo submisso aos EUA, nunca mais se tocou no assunto e até as FARC, que continuam lá, passaram a se ignoradas.
Mas se ter corruptos no governo é, além de tudo mais, um exemplo que inspira a corrupção generalizada, então, havendo milicianos no poder, seria de se esperar o quê?
Passamos a barreira dos 7 mil mortos, e logo ultrapassaremos a Bélgica, passando a liderança inconteste do "terceiro grupo" de infectados, sendo o primeiro, os EUA, e o segundo os 4 países europeus quase empatados. O print do gráfico do Worldmeters está ordenado pelo número de mortes, que acho mais confiável que de casos, considerando menor incidência de subnotificação.
A boa notícia é que sendo o Brasil só não mais populoso que os EUA, nosso índice de mortes por milhão de habitantes é muito abaixo dos demais, 33, sendo que o segundo mais baixo, dos EUA, 207. Mas a má notícia é que nosso índice de crescimento é muito alto, só perdendo pros EUA e hoje pro Reino Unido, pois em dias anteriores, com média de 400 novas mortes, estávamos também acima. Lembrando que estamos no domingo e os índices nos dias úteis são maiores devido a maior rapidez dos registros.
Observe também o índice de casos críticos, e o de testes, tanto relativo quanto absoluto, para notar que nossa situação é extremamente preocupante.
Isso quer dizer que temos sim potencial para ficar em situação pior que a do segundo grupo, ainda mais quando comparamos as curvas de evolução de mortes. Eu esperava que a situação aqui fosse ser melhor, mas nossas perspectivas não são boas. Átila Marino foi ainda mais certeiro do que eu esperava.
Quando nos comparamos com o restante da América do Sul, (o site permite várias configurações de visualização) a situação fica ainda mais alarmante. O Brasil tem mais ou menos a mesma população do restante do continente sul, mas tem quase o dobro do número de mortes, mesmo sendo um país mais desenvolvido e com um sistema de saúde melhor que a maioria de nossos vizinhos. Quando comparados justo aos outros dois mais populosos, Colômbia e Argentina, a situação se torna vergonhosa.
A maior explicação para isso é auto evidente, e só mesmo bolsominion carece de capacidade mental para vê-la de imediato.
Sendo Sérgio Moro o "Judas Iscariotes", e sendo óbvio que Jair é o próprio "Messias", defendo que devemos conceder-lhe um voto de fé. Infrinjamos-lhe uma via crúxis e o crucifiquemos entre ladrões, que é o que não falta no Centrão, e soltemos Adélio Bispo para que reprise o infame papel do centurião Longino. Esperemos por três dias.
Enquanto rola o depoimento...
Agora que as fontes cabíveis se pronunciaram oficialmente encerrando as especulações sobre a morte de Kim Jong-un, você, que porventura tenha acreditado na hoax e até vibrado de empolgação com possíveis mudança no regime da RPDC, tem as seguintes opções:
a) aceitar que foi a angústia do isolamento social que lhe levou a dar atenção demais a qualquer mudança de assunto;
b) admitir que foi feito de otário mesmo e ter orgulho disto, uma vez que já foi feito de otário pela mídia a vida inteira e continuará sendo sempre que o assunto for RPDC;
c) não acreditar na divulgação oficial não contestada por qualquer governo do mundo e continuar acreditando da fofoca baseada em fontes anônimas, tomando a aparição do líder norte coreano como "fake news" nem que seja na base de um andróide, realidade aumentada, ressurreição, necromancia ou qualquer outra coisa. (Esse opção é obrigatória para bolsonaristas. Ou você não sabia que a RPDC tem exército de clones?
Quando eu era pequeno, ante ao uso do emblemático "E daí?", alguma criança esperta replicava com "Tira as calça e mija aí!" o que era, na cabeça de qualquer guri que se preze, um arraso. Mas eu fui ainda mais longe e criei a matadora contra resposta "E você lambe o xixi!" o que me garantiu grandes vitórias poéticas infantis.
Fico pensando que se estivesse lá na entrada do Palácio do Planalto (não é longe daqui de casa) no tal fatídico momento e tivesse assim replicado ao Presidente, talvez ele até entrasse o jogo. (Há várias outras contra respostas concebíveis mantendo a devida rima.)
Eclodiu entre os bolsonaristas, frenéticos na defesa intransigente de seu mito, acusações da parcialidade da mídia com relação a coisas muito mais simpáticas e razoáveis que ele disse antes ou depois, enquanto a "extrema mídia" focou no "e daí".
É verdade, claro. Sempre foi assim. A mídia seleciona e divulga o que convém, assim como inúmeras pessoas fazem e especialmente os bolsonaristas, que são capazes de ignorar totalmente uma década de perseguição midiática contra o PT, Dilma, Lula e sua família, e ter a desfaçatez de dizer que nunca se perseguiu tanto um presidente! (Chegam ao ponto de inventarem textos falsamente atribuídos a globistas.) Com a diferença que os outros presidentes sequer retaliavam e nunca fizeram declarações de hostilidade aberta à mídia.
Só que tudo o que Bolsonaro costuma dizer de aparentemente sensato soa artificial, ensaiado, escrito por acessores e recomendado por aliados. Quando se joga na frente dele um dado inesperado, aí a espontaneidade aflora, espontaneidade esta que é uma das responsáveis pelo seu sucesso. Esse Bolsonaro que mede palavras é um bolsonaro domado, na coleira, por medo que seus aliados tem de que ele acelere ainda mais sua descida ao próximo recorde de profundidade na infra política.
O "não sou coveiro" ou "é só uma gripezinha" são muito mais autênticos, e em nome dessa autenticidade os bolsonaristas deveriam abraçar e defender o "E daí?", afinal esse é seu modo de operação padrão. Foi essencialmente a mesma coisa após o incêndio da Biblioteca Nacional, com total desconsideração ao patrimônio cultural, bem como com os incêndios na Amazônia, em desprezo pelo patrimônio ambiental e pela imagem do país. Mas quando atearam fogo numa Estátua da Liberdade da Havan, aí sim, tivemos uma pronta solidariedade e nota de condolência ao "coitadinho" do bilionário. (Pra ficar nums pouquíssimos e benevolentes exemplos.)
É incrível estarem até hoje defendendo o elemento, anos-luz além da mais residual e ínfima migalha de bom senso, e mesmo assim não o aceitarem como ele é. Como se ele fosse outra coisa além dessa figura que inspira o desprezo absoluto pela realidade e o afogamento completo no universo das fraudes, hoaxes, fake news e toda sorte de perversão disposta a negar o real e edificar delírios em cima de ilusões sobre miragens fundamentadas em mitos.
A perspectiva MÍNIMA é de 13 mil mortos pelo COVID-19 antes do segundo semestre. Se Nelson Teich estiver certo, pode quintuplicar esse número mesmo que passemos pelo pico antes do meio do ano. Se chegarmos a mil mortes diárias, se tornaria A MAIOR causa de mortes, superando AVCs, infartos, acidentes e assassinatos.
E daí? Como agirão os bolsonaristas? Da mesmíssima forma! Negando todos os fatos e inventando mentiras cada vez mais calhordas, pois tudo não passa de conspiração perpetrada pela totalidade do mundo contra o ungido em sua missão sagrada de libertar o Brasil do "comunismo", o que pressupõe matar o máximo de pessoas possível.
E daí? Tira a faixa e sai, Jair!
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