Eu poderia resumir minha percepção sobre este filme da seguinte forma: A premissa é 'bright', o roteiro é 'burn'. Ou, os trailers são 'bright', o filme é 'burn'.
Não entenda como depreciação, quero dizer que o que há de genial e original no filme já está dado nos trailers, na premissa auto evidente. O filme apenas o desenvolve, e cumpre exatamente o que promete. Só que, atualmente, a temática de super heróis, ou vilões, tem se esforçado para entregar mais que o prometido, e é apenas nesse sentido que vejo problemas em Brightburn.
- - - - - SPOILERS ! ! ! - - - - -
Somente as interessantes cenas durante os créditos arriscam levar a ideia mais longe, sugerindo um novo universo de super seres. (Já tem gente falando que também teremos as versões malignas da Mulher Maravilha e do Aquaman.) Sugere até mesmo uma inversão temática já vagamente tratada nos quadrinhos da DC, como o de um universo alternativo onde kryptonianos arrasariam a Terra, restando somente uma pequena resistência liderada por Lex Luthor.
Mas a não ser quem tenha acabado de chegar ao nosso planeta em um meteoro, não tem como não saber de imediato que temos aqui uma evidente paródia do Super-Homem. O subtítulo "Filho das Trevas", produto da má e velha "criatividade" das distribuidoras brasileiras, só irá confundir quem não tiver tomado conhecido algum do filme e decidir ir vê-lo totalmente de surpresa, esperando alguma variação temática do Anticristo. E mesmo assim, não é possível que já não se dê conta do óbvio antes da primeira meia hora.
Daí deriva uma dificuldade que, sinceramente, eu não saberia como resolver sem alterar drasticamente a abordagem do filme. Na estética do Terror Sobrenatural, o elemento crucial é a estranheza desconhecida da ameaça. O medo tende a se elevar porque as leis da natureza, sendo violadas, vão tornando a situação incompreensível, e a ameaça assusta na medida de não sabermos do que ela é capaz ou como combatê-la.
Só que já sabemos exatamente do que o Super Homem é capaz! Então, quando os problemas começam, não existe aquele fator surpresa de não sabermos o que pode acontecer. Sabemos! Totalmente! A questão é se ele vai fazer ou não, de que forma, e num certo momento, o que exatamente fez.
Nisto, de um pretenso filme de Terror, acabamos tendo mais um de Suspense. A diferença? Apesar de inúmeros pseudoespecialistas dizendo bobagens por aí, fico com a lição do mestre Hithcock, da qual podemos expressar da seguinte forma: No Terror, os protagonistas sabem tanto ou mais que os espectadores, no Suspense, os espectadores sabem, necessariamente, mais que os protagonistas.
Uma forma de exemplificar isso é que quando, assim como os protagonistas, não sabemos quem é o assassino, então tendemos ao Terror, mas quando nós o sabemos, e os protagonistas não, só nos resta torcer para eles se dêem conta o quanto antes, e aí tendemos ao suspense. Também filmes sem sobrenatural, mesmo quando ancorados na estética assustadora do assassino desfigurado perseguindo a vítima indefesa numa floresta, tendem mais a ser vistos como Suspense, porque, apesar de tudo, estamos lidando com uma ameaça humana, que não viola as leis naturais. Mas quando o assassino é ferido de um modo que deveria ser evidentemente letal e irreversível, e de repente se levanta e volta, entramos no terreno desconhecido do Terror.
Ora, em Brightburn o assassino é claramente "sobrenatural", ou, no terreno da Ficção Científica, é mais adequado dizer "superhumano". Mas como sabemos exatamente do que se trata, resta-nos ver como a situação irá se desenvolver, com o agravante de já estar claro desde o início que as vítimas não tem como vencer a ameaça. Os poderes mais letais do bem conhecido personagem já estão evidenciados: A super força, super velocidade, invulnerabilidade, poder de vôo e visão de calor. O que fica evidentemente de fora são os super sentidos.
Para se reaproximar do gênero Terror, o filme adiciona elementos que muitos, também erroneamente, tenderiam a atribuir como Gore, ou Slasher. Mas não é caso. O que temos é um brutal realismo visual de danos causados ao corpo humano, a maioria mais acidentais que intencionais, mas ainda assim chocantes. A cena da perfuração no olho é de uma literalidade que jamais vi, e de um perfeccionismo espantoso. Ainda que inverossímil porque não haveria motivo para aquela casca de vidro ter feito aquilo num mero estouro da lâmpada. A cena do queixo "caindo" após a colisão do carro é outra que choca pelo exposição literal, tão incômoda que não me lembro de qualquer outro filme a ter explorado de forma tão explícita.
Apesar disso, são poucas. Só testemunhamos mesmo cinco mortes, e duas delas tão rápidas que não se percebe qualquer detalhe. No mais, temos uma crescente tensão que explora um tema praticamente novo: O que um garoto de 12 anos com evidentes problemas psicológicos poderia fazer ao se descobrir detentor de super poderes como aqueles?
Os problemas não vem apenas das questões existenciais comuns, de um quase ausente bullying ou das meras dificuldades típicas da adolescência. Mas primeiro pelo fato de que nesta versão, a nave extraterrestre que o trouxe parece ter o objetivo deliberado de incitá-lo à destruição, agindo telepaticamente sobre o menino. Segundo, o cruzamento de dilemas perfeitamente mundanos com a natureza sobrehumana.
Bem observado, os problemas realmente começam após um conselho absolutamente trivial do pai a respeito da puberdade, mas que dada as capacidades, até então desconhecidas, do garoto, acabam sendo interpretados de um modo implausível para uma pessoa comum. Daí pra frente, um sucessão de equívocos, e infortúnios, terminam "escalando" para a tragédia.
Fica incerto se o menino realmente era um psicopata, se a isso foi induzido pelo dispositivo extraterrestre aparentemente maligno, ou se poderíamos ter um resultado totalmente diferente com atitudes mais sensatas dos demais personagens.
Nota-se que os pais adotivos do extraterreno nada tem de 'bright', cometendo erros até compreensíveis perante uma criança normal, mas não perante uma que viram chegar dos céus num meteoro, e que sabem que jamais se arranhou, se machucou e nem sangrou. É bem estranho que sendo os únicos a compartilhar o segredo, não o contando nem mesmo aos familiares e amigos mais íntimos, prefiram não comunicar um ao outro fatos completamente perturbadores que viram isoladamente, ainda mais quando são mostrados como um casal apaixonado, saudável e feliz.
Disso podemos tirar uma lição do filme, a de jamais esconder um do outro fatos preocupantes sobre os filhos. Se ele tivessem se comunicado de imediato em todas as situações, é difícil não crer que a estória poderia ser outra. Mas nota-se uma divergência de percepções à respeito da criança, com a mãe muito mais benevolente e propensa a crer na bondade dele, e o pai mais cético. Mas não fica claro o quanto eles divergiam nisso.
Uma das cenas que mais poderia esclarecer é mostrada em flashback, mas durante um sonho, misturando o acontecido real com distorções oníricas, e nos impedindo de conhecer o que o pai pensou da insólita situação desde o início.
A cena onde ele olha os trabalhos escolares e fotos é comovente, e parece querer nos levar a crer que ele ama tanto o garoto quanto a mãe, mas sua tentativa de "solucionar" a situação, compreensível da perspectiva do personagem, depõe contra isso a não ser se tivessemos um personagem de firmeza ética extrema movido por um imperativo categórico que superasse qualquer sentimento, o que não parece de modo algum ser o caso.
É estranho o modo como se pretendeu trabalhar com temas caros da cultura americana. O irresponsável tio dá de presente para um menino de 12 anos um rifle de caça. O pai o repreende, confiscando o "brinquedo", que por sinal trás na caixa "mantenha longe do alcance de crianças". Mas logo depois está na floresta, caçando com o filho, com um rifle de caça. É inicialmente insinuado um bullying que ele sofreria na escola, até por ser um CDF, mas na realidade nada de efetivo acontece, e ele descarrega sua raiva justo contra a menina com quem começava a ter um flerte. Estranho porque sendo o bullying um elemento OBRIGATÓRIO em todo filme que retrate uma High School, o cineasta não tenha decidido incluir uma cena típica de vingança.
O que me faz sentir que o desenvolvimento da estória termine sendo acidentado. Porque ele nada fez contra a tia? E deixa de aproveitar o elemento crucial da vulnerabilidade. Ora, a luz vermelha da nave e a cena onde ele se fere, além de parecerem querer sugerir o Inferno, me fizeram lembrar da saudosa Kriptonita Vermelha. E tudo levava a crer que a solução viria do uso desse recurso. Mas ao tentar fazê-lo, acabamos ficando sem sequer saber se teria dado certo.
Aí também me vem um dos pontos mais incômodos. Temos a nítida impressão de que se tivessem agido de forma diferente, o pai e a mãe, nos momentos distintos em que tentam "deter" o filho, teríamos outro resultado. Parece que pais sábios poderiam não só evitar a tragédia, mas até mesmo sobrepujar o aparente objetivo sinistro do dispositivo alienígena. Mas acabamos ficando sem saber de onde vem realmente o Mal. E nesse sentido, terminamos tendo um vilão sem conteúdo, sem motivos ou propósitos claros, além de impulsos e ego.
Essa é a maior fraqueza. De forma totalmente distante do ótimo Chronicle (no Brasil "Poder Sem Limites"), onde o trailer dá uma ideia inversa de personagens que terminam surpreendendo, em Brithburn o personagem não vai além do mostrado no trailer. A mensagem que fica é que ele é maligno mesmo, sem um propósito compreensível aparente, apesar de momentos onde parece ser sugerido algo diferente, momentos que foram, sempre que surgiram, imediatamente podados.
A sensação que me restou é que toda a criatividade acabou na premissa. Versão maligna do Superboy. Pronto! E um filme de 90 minutos acaba parecendo longo demais para desenvolver algo tão simples. Um curta metragem bastaria, ou condensar toda essa ideia inicial numa primeira metade, e desenvolver algo diferenciado na segunda.
Agora, se as cenas durante os créditos realmente apontam para uma expansão, aí pode ser que tenhamos algo mais interessante. Do contrário, Brightburn, embora cumpra o que prometa e seja competente em boa parte do que se propõe, fica mais relegado a uma curiosidade, uma "sessão da madrugada" qualquer que foi modesta demais ao abordar uma ideia original tão instigante.
Ocorreu me agora que Brightburn tem características de ter sofrido cortes. Algumas situações que pareciam estar se desenvolvendo mas são abruptamente interrompidas parecem típicas de filmes que levaram tesouradas no objetivo de encurtá-los.
Vamos ver se teremos uma versão extendida, talvez com um final alternativo.
Outra coisa que meio que decepcionou é o símbolo que tanto foi explorado nos trailers. Todo mundo pensou que se tratasse de algo alienígena, um símbolo de significado extraterreno. Mas acaba se revelando algo completamente banal.
As manifestações de hoje determinarão quanto tempo Bolsonaro aguenta até renunciar. Se fossem completamente vazias, ele renunciaria essa semana, se forem cheíssimas, darão-lhe forças para chegar, talvez, até um ano.
De certo, serão um meio termo, mas eu aposto em mais cheias. O grosso do eleitorado de Bolsonaro é completamente alheio à realidade. Não faria sentido algum que deixasse de apoiá-lo devido a... Fatos da realidade. Se o fizer, é mais por outros fatores fortuitos
Os boatos são suas fontes, os memes seu pensamento, os mitos sua "realidade", vivem numa bolha de auto ilusão que só pode ser perfurada por eventos traumáticos diretos, e a situação do país, apesar de estar indo de mal a pior, ainda está longe de chegar a tanto.
O enfraquecimento do bolsonarismo tende a ser lento, embora infalível e irreversível, e por enquanto ele só perdeu mesmo o eleitorado mais moderado, não o fanatizado.
Difícil saber até então o quanto de seu eleitorado mais fiel diminuiu, mas espero que as manifestações sirvam como um parâmetro de avaliação.
Este é um daqueles termos que de tão exaustivamente repetidos e ouvidos desde a mais tenra idade, criam a ilusão de alguma legitimidade pela mera familiaridade, mas que ao ser submetido a um mínimo de atenção, se revela um absoluto disparate.
NÃO EXISTE CIVILIZAÇÃO JUDAICO-CRISTÃ ALGUMA! Nossa civilização, se merece ser chamada de cristã, tem absolutamente nada de judaica, e aliás isso deveria ser óbvio a começar pelo fato de que a marca distintiva do judaísmo é justamente a preservação de sua tradição sem se misturar com as culturas à sua volta, cuidado sem o qual seria impossível que se mantivesse coesa até a atualidade.
Esse falseamento da realidade, além da mera e exaustiva repetição, só aparenta um pingo de veracidade justo pelos elementos judaicos absorvidos por meio do cristianismo e passagens bíblicas, porém, todos os de origem judaica que efetivamente se incorporaram a nossas tradições foram resignificados ao ponto de não mais serem reconhecidos pelos judeus, não sendo a toa que são rejeitados por eles.
Uma civilização implica numa cultura, ou num amálgama de tradições que se mistura numa cultura comum. É justo chamar a nossa de cristã, com evidente influência grega, e mesmo árabe, além de outras claras absorções culturais, e diante disso é fácil verificar que a influência judaica beira a inexistência. E os exemplos a seguir, embora estejam focados no nosso Brasil, são análogos ao da maioria das nacionalidades de influência europeia.
Primeiro, o idioma. Somos capazes de elencar uma vastidão de termos oriundos de idiomas diferentes, com especial influência do árabe, de línguas indígenas, termos de origem africana e diversas influências de outras tradições.
Alguém seria capaz de citar um único exemplo de palavra em nosso idioma que seja de origem judaica? Com a exceção de alguns poucos termos que nos foram legados pelo cristianismo, ou daqueles que designam elementos da cultura judaica em si, é uma tarefa praticamente impossível, ao passo que inúmeros outros das mais diversas origens são evidentes.
Segundo, os costumes. Não há qualquer exemplo de festividade, ritual ou feriado judaico que subsista em nossas tradições. Afora a própria Páscoa, que tem significado absolutamente diferente para os judeus que não reconhecem a nossa versão, a maioria de nós não faz a menor ideia de que são um Yom Kippur, um Chanukah ou um Purim. Nossos costumes, e os judaicos, estão literalmente em TEMPOS diferentes. Eles estão no ano 5779, seguindo um outro calendário, e não trabalhando em pleno Sábado!
Quem de nós sabe o que é não trabalhar no Sábado?! E isso não siginifica "não ir pro trabalho", mas realmente não fazer coisa alguma de produtivo, sequer preparar a comida, que é preparada no dia anterior, e não realizar nem mesmo um esforço maior, visto que o Shabat é um dia de contemplação. Mas com exceção parcial dos menos de 0,5% de Adventistas do Sétimo Dia, isso é, para a totalidade dos brasileiros, quase inimaginável.
Lamentavelmente, também não absorvemos em nada os bons hábitos judaicos mais secularizados de educação financeira, poupança e estudo, e nossas maiores festividades, como o Carnaval, as festas juninas ou o Natal, são solenemente ignoradas pelos judeus, ou existem em versões completamente diferentes em épocas distintas do ano.
Terceiro. Hábitos alimentares. Nós adoramos bacon, feijoada, torresminhos, carne de porco em geral. Mas os judeus, assim como os muçulmanos, e mesmo os hindus, repudiam seu consumo. E em nosso dia a dia estamos fartamente acostumados com os mais diversos itens culinários estrangeiros, como sushi, massas italianas, comida árabe ou até indiana. Temos uma infinidade de restaurantes de cada uma dessas tradições.
Mas quem de nós conhece alguma coisa de culinária judaica? Eu conheci, já tive amigos judeus e frequentei suas casas. Mas depois que voltaram a Israel, nunca mais tive a oportunidade. Aqui em Brasília, podemos contar com uma infinidade de restaurantes das mais diversas culinárias internacionais, temos até Fast Food de comida árabe, mas continua quase impossível achar alguma coisa de comida judaica. E o digo lamentando profundamente.
Enfim, retomando. Você consegue citar um único exemplo de culinária Kosher, algum rito ou festividade judaica, ou mesmo uma palavra de origem hebraica, que estejam incorporados ou sejam pelo menos comuns em nossa cultura?
Não! Não há! SOMOS TOTALMENTE SEPARADOS da tradição judaica. NADA HÁ DE JUDAICO EM NOSSA CIVILIZAÇÃO! Ela tem muito mais em comum com a cultura árabe ou com a chinesa do que com a judaica. E assim o é na maioria dos países do mundo, pois, como dito, os judeus sempre tiveram o hábito de se manterem coesos e evitarem se mesclar com as culturas locais. E até um contrasenso à essência do judaísmo crer que ele iria se amalgamar a uma outra cultura qualquer ao ponto de ser possível falar em uma cultura "judaico-alguma outra coisa!"
Não é a toa que eles possuem cinco mil anos de tradição! Nós mal temos 500, e até nossos ancestrais culturais mal remontam ao Ano Domini.
NÃO EXISTE CIVILIZAÇÃO JUDAICO-CRISTÃ!
O pouco de judaico que o Cristianismo absorveu foi rapidamente depurado. Ninguém perseguiu mais judeus que cristãos, e mesmo seus elementos culturais mais secularizados foram, por milênios, reprimidos até sumirem de nossas lembranças.
Nossas línguas, nossos costumes mais tradicionais, hábitos mais cotidianos, nossa ciência, história e tudo o mais que possamos elencar não tem coisíssima alguma de judaico.
Claro que há quem queira mudar isso, mas já estarei satisfeitíssimo se daqui para frente você nunca mais deixar de sentir um arrepio toda vez que ouvir falar desse disparate sem o menor fundamento.
Mantendo todo o anteriormente apresentado na série, incluindo o primeiro capítulo da última temporada, a mudança começaria a partir do segundo. Neste, Jon, Daenerys e seus aliados concluiriam, por meio de visões de Bran e de observações aéreas, que é impossível resistir ao ataque iminente, e portanto, decidem abandonar Winterfell, o que, aliás, tanto os povos além da Muralha quanto do norte já vinha fazendo, promovendo um êxodo em massa análogo aos ocorridos em eventos históricos reais perante invasões.
Nessa concepção, seria respeitado o que foi mostrado até então na série, que não sugeria de modo algum que os corpos mortos há muito tempo pudessem ser reanimados (os mortos-vivos em pior estado mostrado seriam aqueles que foram reanimados há muito tempo), e portanto, o único cuidado que os refugiados teriam seria queimar os corpos mortos mais recentemente, o que funcionaria como alegoria da técnica de abandonar terras e queimar plantações e depósitos, tantas vezes ocorridos na história real, a fim de evitar o fortalecimento dos exércitos invasores.
Com isso, as já notórias forças do Norte e da Mãe dos Dragões ganhariam um reforço dos homens nortenhos que ainda pudessem lutar, embora também carregaria o peso das populações fugitivas, o que só aumentaria a pressão sobre King's Landing.
Essa grande batalha ocorreria então no terceiro episódio, onde o ataque em massa enfrentaria as mesmas forças da Companhia Dourada e Euron Greyjoy. Apesar da larga vantagem, Rhaegal, o dragão verde, seria atingido pelas poderosas lanças sendo gravemente ferido, e sua queda, associado à recusa de Cersei em se render, ocasionaria uma acesso de fúria em Daenerys, que iniciaria uma destruição brutal similar, embora menor, à ocorrida no penúltimo episódio.
Drogon, porém, seria detido por Bran, que invés de permanecer inútil como foi no terceiro episódio real, iria controlar o dragão forçando-o a pousar, e então Jon, Mormont, Missandei (que não teria morrido) conseguiriam acalmar Daenerys.
Enquanto isso, Jaime Lannister e o Cão de Caça avançariam para dentro da Fortaleza Vermelha, um querendo convencer a irmã a se render, outro para se vingar do irmão. A luta entre os Clegane poderia ocorrer de forma similar, mas Qyburn teria que ser poupado, e no auge da batalha, Arya conseguiria se infiltrar no castelo e colocar uma faca no pescoço da rainha forçando-a a se render, porém, sob apelos de Jaime, pouparia Cersei, que seria presa.
A batalha termina, e com a rendição, as tropas de King's Landing seriam incorporadas aos vencedores, o que seria facilitado pelos fato de dois Lannisters apoiarem Daenerys e Jon Snow, com a condição de pouparem Cersei, facilitando uma solução diplomática conciliadora. A fúria de Daenerys seria muito menor devido a preservação de seus amigos mais íntimos, e também porque Rhaegal não teria morrido, embora ficasse incapacitado em grave estado, mas Qyburn, com conhecimento similares ao que usara para "ressuscitar" o Montanha, se comprometeria a salvar o dragão, conseguindo transformá-lo numa versão própria de "dragão zumbi", ainda mais forte, com outro diferencial. Ele passaria a cuspir fogo verde! Afinal, como assim ninguém nunca se tocou que Fogo Vivo e Fogo de Dragão estão interligados?
Portanto, teríamos na batalha final, Drogon, o maior e mais forte, cuspindo fogo amarelo tradicional, Viserion, reanimado pelo Night King, cuspindo fogo azul, e Rhaegal, reanimado por Qyburn, cuspindo fogo verde.
Yara Greyjoy teria participando também da batalha, e perderia quase toda sua frota, mas junto com os dragões, teria conseguido destruir também a maior parte da frota de Euron. Este então bate em retirada com o que lhe restou de suas forças, rumando de volta à Ilhas de Ferro no intento de retomá-las e produzir mais embarcações, confiante de serem inalcançados pelos Whitewalkers, e que disporia de homens para repor suas tropas, visto que haveria muitos refugiados nas ilhas de ferro.
Só que no caminho, numa certa noite, um dragão sobrevoaria sua frota e soltaria um Whitewalker em cada navio, cada um deles capaz de matar sem dificuldade a tripulação inteira e assumir seu controle. E aqui entra outra diferença em relação ao final da série que parece ter violado o que foi anteriormente desenvolvido: que os demais Whitewalkers também podem reanimar e controlar mortos. Isso é sugerido claramente ao final da Terceira Temporada, quando o White King sequer havia ainda sido mostrado, sem contar reanimações espontâneas desde a primeira temporada.
A ideia é que, passando a tomar navios, ficasse claro que os Whitewalker não ameaçam apenas Westeros e muito menos só o Norte, mas que na realidade são uma ameaça para o mundo inteiro!
Passariam meses, o segredo de Jon Snow seria revelado, mas ao contrário do que série bizarramente desenvolveu, não haveria problema algum, visto que ele simplesmente se casaria com Daenerys! (PUTZ! Toda a série se desenvolveu deixando claro que seria isso que aconteceria!) Eles se completariam, pois Jon conteria os impulsos mais agressivos de Daenerys, enquanto ela o incentivaria a ser mais atuante. Mas a divisão mais explícita de poder ficaria adiada, pois os Caminhantes Brancos se aproximam, trazendo o inverno sobre King's Landing. Mas até aí, com o poder do Trono de Ferro e as devidas alianças, o casal Targeryan conseguiria reunir todas as forças de Westeros para a batalha final.
A grande batalha chega, e nada de fazer tudo no escuro porcaria nenhuma! Os Whitewalkers, reforçados pelos que vieram matando no caminho, e atacando por terra, mar, e ar, viriam com força total, mas enfrentariam uma Westeros unida, e até mesmo voluntários ou mercenários vindos de Essos. Os meistres da cidadela, e outros magos de Essos, teriam que contribuir com conhecimentos sobre como enfrentar a ameaça e teríamos então o confronto decisivo entre Fogo e Gelo. Qyburn produziria mais Fogo Vivo para uso em batalha.
A grande diferença, é que a ameaça não desabaria toda de uma só vez com a morte do Night King. Este, ao ser destruído, poderia até desativar os mortos que ele próprio reanimou, mas não os demais Whitewalkers, que afinal são humanos convertidos desde bebês, e portanto deveriam ter alguma independência, bem como poderiam também, a qualquer tempo, reanimar novamente mortos. Euron Greyjoy, por sinal, voltaria zumbificado em grande estilo.
Assim, seria necessário exterminar TODOS os Whitewalkers, dando muito mais espaço para que personagens principais brilhassem em combate. Seria Rhaegal que conseguiria destruir Viseryon, com o seu mais potente fogo verde, porém, sendo ele um morto-vivo, poderia até ser controlado por um dos Whitewalkers, ou o próprio Night King. Entraria em ação então Bran, que travaria uma luta pelo controle "mental" do dragão.
Seria Jon que destruiria o White King, porém, quando este se fizesse em pedaços, restaria o dragonglass que originalmente o transformou, que é recuperado por outro Whitewalker, que consegue fugir.
Por fim, após, com muito custo, a maioria dos Whitewalkers ser destruída, uns poucos que restassem bateriam em retirada num navio, mas antes, após terem invadido boa parte de King's Landing, travando lutas até mesmo no Trono de Ferro, ainda promoveriam uma vingança. Levariam o bebê de Cersei, fechando assim a profecia de que todos os filhos dela morreriam, no caso dele, ele viria a se tornar o próximo Night King.
Sim, a ideia final é que apesar da vitória clara na batalha, a ameaça Whitewalker não seria totalmente erradicada, apenas temporariamente rechaçada, afinal, não se pode vencer a morte, nem mesmo o inverno, definitivamente. Podem apenas ser adiados.
Terminaríamos então com os Caminhante Brancos fugindo de volta ao Norte, mas deixando claro que a um dia voltarão. Com isso, a divisão de poder no reino ficaria mais clara. Daenerys ficaria no Trono de Ferro, como rainha regente, e Jon Snow, ou Melhor, Stark Targeryan, passaria a maior parte do tempo viajando, combatendo contra o resto de ameaças locais, pondo moral no continente, reconstruindo a muralha, passando algum tempo no norte, mas ocasionalmente voltando a King's Landing.
O peso maior do governo recairia a quem estava disposto a assumí-lo, no caso Daenerys, devidamente aconselhada por amigos, Jon retomaria seu lado menos político e mais guerreiro e aventureiro, Arya ficaria ao seu lado, e Sansa teria alguma autonomia, garantida por John, com Bran, no Norte. O casal real teria um filho, claro, e ficaria implícito que seria ele que viria a ser, algum dia, o Azor Ahai. Se um dia Daenerys vier a enlouquecer, fica em aberto.
A Night Watch teria que ser refeita, e Jaime Lannister seria tanto "condenado" a ela quanto se voluntariado, na esperança de encontrar o próprio filho. Cersei passaria o resto de sua vida presa.
Fica em aberto exatamente quem morreria ou deixaria de morrer, ou quem vai se casar com quem. Me preocupei em delinear as diretrizes principais que, isso eu garanto, ficariam bem melhores que a pilantragem que aprontaram.
Como eu já havia dito em 14 de Maio,
após o episódio 3 (comentado em 30 de Abril), não tinha mais como salvar a série. E antes dele, qualquer fã capaz de redigir um bom texto seria capaz de fazer uma temporada final melhor. Parece ter sido comum série bastante populares receberem finais decepcionantes, o que deve ter sido inaugurado com a emblemática LOST.
Lost foi uma das primeiras séries de sucesso a promover enorme agitação na internet, com milhões de fãs discutindo-a, e muitos propondo teorias. Creio que o "Lostismo", a tendência a finalizar mal séries boas, ocorra por um afã dos produtores em entregar um final que absolutamente ninguém seja capaz de antever, e como as inúmeras teorias prevendo finais são feitas por pessoas que amam a série, e cobrem praticamente todas as possibilidade concebíveis, os produtores marcados por esse viés de ineditismo só tem como solução frustrar todas as expectativas.
Em suma, a busca por um final inconcebível pelos amantes da série só pode ter como resultado um estrago!
Como explanei em 29 de Agosto de 2017, o que contribuiu para o sucesso de Game of Thrones é que apesar da ambientação fantástica, as constantes frustrações de expectativas dos telespectadores geram uma ilusão de realismo, pois o mundo em que vivemos é, nesse sentido, o oposto de um mundo de fantasia idílico onde tudo ocorre segundo um senso de justiça infalível. Mas esse recurso só é eficaz na medida em que prende o interesse na trama principal, e essa tem que permanecer mítica. Aplicar o princípio da tragédia supostamente imprevisível sobre a trama central terminará por arruinar aquilo pelo qual os entusiastas realmente se mantém fiéis. Eles toleram as perdas colaterais apenas porque crêem que ao final, algo os redimirá. Se o autor não entregar essa redenção, não há como satisfazer um público que a esperava,
No fundo todos ainda querem o mágico, a saga do herói completa, o arco fechado que eleva o real ao divino, ainda que o processo seja marcado por terríveis percalços.
Seria injusto dizer que Game of Thrones arruinou-se ao final. Apesar de tudo, a quase totalidade da série ainda é muito boa e o final ainda entregou alguns fechamentos interessantes. Mas ter frustrado o próprio conceito de Gelo e Fogo antecipando a batalha decisiva e fazendo com que a ameaça Whitewalker fosse reduzida a uma mera ameaça "fastasmagórica" capaz de ser completamente exorcizada num único ato, e ainda por cima continuar a estória depois disso, é algo difícil de perdoar.
Pois a ameaça Whitewalker é justo a mítica que dava sentido maior à saga heróica dos personagens principais, e no momento em que ela foi removida, Game of Thrones simplesmente "perdeu a magia!" Se tornou então, apesar do elemento suprarealista do dragão, basicamente uma saga política não essencialmente diferente da realidade.
Ocorreu um desencanto!
Desencanto esse ainda acentuado com a morte do segundo dragão Rhaegal, e pela morte do "mago" Qyburn e em seguida do último morto vivo, Gregor Clegane. Daí para frente, Drogon cumpre a função de um bombardeiro sob Daenerys, permitindo muitas alusões ao papel dos EUA como "libertador" dos povos por meio de uma violência que eles jamais requisitaram.
Com isso, que nos momentos finais da série tenhámos várias alusões ao progressismo, como eleições para rei, até mesmo a proposta de democracia, além de já ter uma conta de mulheres cujo empoderamento é necessariamente anti reprodutivo, completa o processo de desencanto de um mundo essencialmente mágico. (Com quem Sansa irá se casar? O marido dela não tomaria o lugar de Rei do Norte? Ou não irá se casar e deixar a linhagem dos Stark morrer?) Não a toa, Drogon some de cena e não mais Bran apresenta qualquer de suas habilidades paranormais.
Paradoxalmente, a maior protagonista termina tendo um final melancólico e frustrante. Era certo que Daenerys tinha todo o perfl de quem poderia cometer sim mais atrocidades, mas sempre esperei que ela terminaria por atingir um equilíbrio.
Enfim, Game of Thrones ainda é uma série altamente recomendável. Seguramente a mais impressionante produção televisiva já realizada, e seus 73 episódios totalizando mais de 80 horas ainda merecem ser vistos e revistos. Muitas subtramas empolgantes são sim resolvidas, algumas temporadas fecham primorosamente, e de qualquer modo, há muito o que se aprender com ela.
Mas não se pode negar que os produtores entregaram um fechamento geral muitíssimo abaixo do esperado, e tão fácil de ser superado por qualquer escritor mediano que é irresistível sugerir o meu próprio, algo que farei num próximo post.
Mais que uma narrativa do golpe fracassado, onde uma elite parasita orquestrou, em conjunto com os EUA, retomar o poder perdido nas urnas (vício incurável da direita liberal), esse documentário surpreende por mostrar um Raio-X da estrutura social venezuelana que explica muito do que acontece até hoje. Mesmo restrito até 2002, é incrível como fica clara uma série de fatos que até hoje muitos se esforçam para compreender.
Joice Hasselman se cita como exemplo de superação do individuo "apesar do estado". Quando na realidade, ela só se superou por causa do estado.
1-teve que estudar em escola publica, pois os subempregos do pais dela nào dava para pagar escola particular.
2-Os subempregos que ela conseguiu desde jovem também não pagava faculdade particular, teve que tentar universidades publicas até conseguir se formar em jornalismo. Como bônus foi assediada quando era modelo.
3-Mesmo jornalista, sempre ganhou merreca. Agora é deputada. Ou seja os 3 saltos "qualitativos" em termos de renda, na vida dela, se deve ao estado.
4-O pai dela morreu caminhoneiro, e a mãe dela até hoje só faz comida, tem um "pequeno negócio" que é pequeno negócio há uns 30 anos.
5-A biografia dela ilustra a degradação do setor privado no Brasil, ninguém "cresce em subemprego", pequenos negócios, normalmente se passam 50 anos, e continuam os mesmos, os indices de analfabetismo entre empresarios é alto. Setor de showbussness pior ainda, se resume a prostituição e mau pagamento de musicos e artistas. Plano de carreira são raros e se resumem a virar aparentado do chefe. É desse pessoal que vocês querem reduzir impostos e ainda dizem que eles vão botar o país para frente?
Quem ouvir com atenção a palestra de Eduardo Bolsonaro na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, tem razão de ficar alarmado, HÁ INDÍCIOS FORTES DE UM POSSÍVEL CRIME A FIM DE PROVOCAR UMA GUERRA!
O discurso, no qual ele não defendeu que o Brasil tenha armas nucleares coisíssima nenhuma (isso é Click Bait da mídia), teve como objetivo sugerir uma guerra contra a Venezuela! Deixou até mesmo escapar a noção de que os EUA tem capacidade de encarar duas frentes de guerra, e nesse exato momento também há tensões crescentes com o Irã.
E Eduardo Bolsonaro, para quem nossos vizinhos venezuelanos são "escória da humanidade", apesar de logo em seguida ter a cara e pau de dizer que tem um "povo maravilhoso", está em constante e frequentes contatos com os Senhores da Guerra dos EUA, Mike Pompeo e John Bolton, que com Elliott Abrams e Marco Rubio são os principais articuladores da guerra contra a Venezuela.
Alguns articulistas já estão sugerindo um provável atentado contra brasileiros que será falsamente atribuído aos venezuelanos, a fim de escalar as tensões. Há uma série de evidências a esse respeito no impressionante post de Piero Leirner.
Leia com atenção!
Acho improvável que isso consiga de fato nos induzir a uma guerra, mas pode ser usado como forma de pressão dentre o sujo jogo político que tem rachado o governo. Eduardo Bolsonaro, se devidamente lido nas entrelinhas com as informações levantados neste link e outros que ele aponta, bem como os presentes aqui, chega a parecer estar dando spoilers!
Lembrando que, como eu já disse há tempos, nunca mais ninguém falou nas FARCS, apesar delas estarem lá do mesmíssimo jeito, desde que na Colômbia assumiu um governo submisso aos EUA. Agora, ao que tudo indica, voltarão a falar tanto nela quanto no ELN, só que associando-as à Venezuela, já chamando Maduro até de narco traficante! E ainda irão forjar uma ligação com o Hezbollah, outra organização inimiga dos EUA que só é considerada terrorista por eles próprios e seus capangas, e é uma das forças aliadas da Síria e do Irã.
OS EUA PARECEM ESTAR QUERENDO VENDER DUAS GUERRAS em continentes diferentes como se estivessem relacionadas! Como um inimigo único!
Espero muito estar errado e que nada disso se concretize, pra mim seria uma desgraça até mesmo a nível pessoal. Talvez, quem sabe, apenas começar a divulgar isso já possa frustrar o intento. Mas uma coisa completamente evidente é que se de fato acontecer uma ação dessas, Eduardo Bolsonaro vai ser o primeiro a dizer que anteviu a tragédia que ele mesmo está ajudando a construir, e com isso, pressionar o Brasil para fazer o serviço sujo dos EUA a troco de nada, arruinando ainda mais um país já à beira de um colapso.
Insistindo na paródia da realidade, hoje sabemos no que deu o Impeachment, que a Ameaça Whitewalker era bobagem, visto que virou água congelada com UMA FACADINHA! E também sabemos no que deu a Intervenção Targeryan.
PS: no fim das contas, bom mesmo é o João das Neves. Esse é o cara!
Há tempos venho dizendo que no Brasil só houveram até hoje dois projetos políticos e econômicos, o liberal colonialista e o nacional desenvolvimentista Mas esse texto em questão o mostra com clareza, citando os devidos nomes, desde o Segundo Império.
Surpreende principalmente por deixar claro que desde aquela época as contendas eram praticamente as mesmas: liberais querendo entregar a Amazônia, nos convencendo de que devemos ser um fazendão, que indústria nacional é bobagem e que temos que nos submeter às lideranças boreais, que protecionismo é atraso etc.
E os nacionalistas, evidentemente, rebatendo. E isso porque a maioria deles nutria simpatia pelo paradigma liberal na época, só que queria aplicá-lo da mesma forma que os países que o patrocinavam faziam. Ou seja, queria fazer o que eles fizeram, e não o que eles dizem!
Enquanto isso, o Liberalismo continua se pautando rigidamente ao hipócrita "faça o que eu digo mas não o que eu faço". Trump está aí pra nos lembrar.
Embora seja exagerada, há uma verdade profunda nessa imagem. Enquanto país, nação e povo, os EUA tem sido impiedosamente usados por forças plutocráticas para avançar agendas imperialistas que não são de seu real interesse. Claro que sempre haverá apoiadores entre a população, sempre haverá ganhos econômicos e estratégicos. Mas também há muito prejuízo, provavelmente mais do que ganhos. Não a toa Trump foi eleito em grande parte pelo crescente repúdio do norte americanos pelas aventuras militares irresponsáveis mundo afora.
O que ocorreu é que os EUA foram as primeiras vítimas do globalismo, já tendo sido totalmente dominados em sua esfera política e econômica, só restando a cultural. E justo por ser a vítima mais antiga, e o vetor maior da disseminação, termina por ser visto como o vilão, ocultando as verdeiras forças que o controlam, que até tem sede prioritária lá, mas no fundo, são transnacionais.
Sempre é bom lembrar que grande parte da resistência contra o imperialismo vem dos próprios EUA.
Se bem que após o episódio 3 eu já achasse que fôra feito estrago irreparável em Game of Thrones, que o 4 conseguiu ainda piorar, isso não significa que não restem méritos notáveis. Dos maiores, justo a reação causada pelas atitudes de Daenerys Targaryen, no ep. 5, entre os fãs.
Muitos se viram decepcionados por aquela que consideravam uma heroína se tornar uma vilã, outros em nada se surpreenderam, e surgiu uma estranha rivalidade entre os apoiadores da personagem e seus opositores que remonta nossa lastimável polarização político ideológica real, com alguns apontando os males promovidos pela protagonista desde o começo da série, e outros até mesmo defendendo as atrocidades cometidas no último episódio.
Eu próprio concordei com eles na época em que os li, mas sempre tive como provável que a personagem atingiria um equilíbrio, e uma redenção, por meio de Jon Snow. O Fogo sendo suavizado pela Neve. "A Song of Ice and Fire", numa analogia mais sutil que o mero confronto entre dragões e zumbis gelados.
Para quem estuda o mundo com alguma seriedade, surpresa nenhuma. Desde, no mínimo, a Segunda Temporada, já era evidente que Daenerys era instável, perigosa e potencialmente brutal. Mas tais atitudes sempre foram contrabalançadas por algumas benevolências e sobretudo por suas relações pessoais. É, de fato, fácil esquecer que ela pode ser terrível. Em parte por sua mera aparência de menina frágil, por vezes doce e meiga. Em parte porque muitos de seus atos se deram num mundo tão brutal quanto eles, podendo ser vistos com males necessários ou, por um Bem maior.
Mas o mais importante é justo a questão pessoal, e aí saímos do terreno ficcional para o mundo real, e notaremos que Game of Thrones tem o mérito de, talvez pela primeira vez na história da cultura pop, ter retratado uma personagem vilanesca em toda sua profundidade humana, mostrando seu processo existencial, seu drama, intimidade, forças e fraquezas, e sobretudo, suas relações interpessoais.
É isso que faz muitas pessoas não verem nela uma vilã, a mesmíssima coisa que faz muitas pessoas não verem o mesmo em vilões reais. Ou melhor dizendo, que até mesmo a conceituação típica de vilania é falha, vista estar temperada por um tacanho maniqueísmo que acha que aqueles capazes de cometer grandes atrocidades são sempre pessoas soturnas, antipáticas, perturbadoras e antissociais, quando a realidade mostra o exato contrário.
OS MAIORES VILÕES DA HISTÓRIA SÃO AQUELES QUE POR POUCO NÃO FORAM OS MAIORES HERÓIS! E a recíproca é verdadeira!
Para ambos os resultados, são necessários pré-requisitos comuns, como a capacidade de liderar, motivar as massas, conquistar aliados, fazer favores magníficos a alguns, oferecer grandes ideais, enfim, mobilizar todo um aparato social capaz de promover grandes feitos. Agora, o que serão esses feitos? É aí que está a diferença. Sem contar o fato de que o mesmíssimo herói para uns pode ser vilão para outros a depender de onde se está na divisão entre beneficiados e prejudicados.
Lamentavelmente, o martelamento maniqueísta incessante das produções infanto juvenis, e algumas produções voltadas a um público supostamente adulto também, cristalizaram em muitos a ilusão de que aquilo que se pode considerar um vilão é sempre alguém sem qualquer virtude, cercado de idiotas e pervertidos. Assim, os incautos acham que o fato de Daenerys sempre ter se associado a pessoas inequivocamente virtuosas como Sir Barristan, Sir Joran, Tyrion, Varys ou mesmo Jon Snow, seja incompatível com a vilania, só ficando mais evidente quando eles mesmos começam a ver que podem ter cometido um erro.
Mas é exatamente isso que os grandes fazem. Se cercam dos melhores, procuram os grandes talentos, o que inclui aqueles também capazes de fazer alianças e conquistar simpatias. Mesmo que seu plano desde o início seja reprovável, obter associados aprazíveis é condição vital para o sucesso. Daenerys, aliás, jamais se associou aos piores como Joffrey, Ramsay ou Eron.
Via de regra, o horror só será percebido tarde demais, sendo iniciado aos poucos, sempre com ótimas justificativas, ou porque são promovidos contra pessoas que realmente realizaram coisas reprováveis, mesmo que a punição seja, por vezes, desproporcional. Até chegar ao ponto de ser evidente que os fins não mais justificam os meios, ou que sequer são assim tão desejáveis quanto pareciam.
O que impediu tantos de verem o quando a Mãe dos Dragões era perigosa é simplesmente o fato de terem acompanhado de perto o ponto de vista dela, sua vida pessoal e compreender suas motivações, ou seja, terem uma retratação humana e profunda que mostra suas virtudes tanto quanto seus vícios. A mesma coisa que impede que, na realidade, as pessoas mais próximas vejam o mesmo naqueles que admiram, ao mesmo tempo que acham que somente pessoas completamente horríveis poderiam fazer coisas ruins.
Daenerys, evidentemente, jamais passou perto de uma vilania abjeta e asquerosa como a de um Joffrey, Ramsay, ou mesmo de Cersei. Mas estes também jamais seriam capazes de fazer o que ela fez, não por virtude, e sim porque nunca conseguiriam reunir os recursos necessários, o que demandaria certas virtudes que não possuem.
Por fim, foi por pouco. Algumas mudanças sutis em sua trajetória poderiam ter alterado por completo o resultado final. A diferença entre o heróismo supremo e a vilania máxima pode ser mais difícil de perceber do que a maioria crê. E sobretudo, mais do que vê-lo numa série de TV, é importante estar atento para a vida real.
Talvez Cuba, respeitando a soberania popular, esteja se dando conta do fato óbvio de que pautas ditadas pela mesma elite do capitalismo globalista que quer destruí-la são contraproducentes para sua independência. Ativistas LGBT desafiam governo em Cuba
Em uma época em que as condições materiais de existência impostas pelo capitalismo forçam jovens a adiar casamento e o constituição de família até meados dos 30 anos ou ainda mais tarde, arriscando até mesmo a saúde da mãe e dos filhos.
Em uma época em que o feto é tratado como um tumor ou um parasita pelo establishment médico e pelos ideólogos por trás desse establishment.
Em uma época em que a maternidade é desnaturalizada pelo discurso ideológico feminista, e desfeminilizada pelo discurso ideológico da ideologia de gênero.
Em uma época em que constituir família para perpetuar o próprio nome, a própria história e o próprio povo é visto como "opção", uma questão de "desejo", ou mera consequência de afecções sentimentais, e não mais como dever.
Em uma época em que tudo contribui para dissuadir a maternidade e absolutamente nada é favorável à constituição de uma família.
Escapa-me o apelo dessa fissura por jogar na Mega Sena preferencialmente quando o prêmio está acumulado. Eu entenderia perfeitamente que se corresse para as lotéricas se, promocionalmente, as apostas de 7 dezenas (normalmente de R$24,00) tivessem o preço da de 6 (R$ 3,5) ou coisa melhor. (A aposta máxima de 15 dezenas, está mais de R$ 17 MIL!) Mas estranhamente, parece-se dar mais valor ao montante que a probabilidade.
Especialmente estranho quando é fácil observar que a grande maioria dos apostadores não é capaz sequer de conceber a diferença prática entre um prêmio de R$ 10 milhões ou um de R$ 200 M. Consegue ver a diferença matemática teórica, ou pode fazer elucubrações inúteis sobre quantos carros poderia comprar.
Mas para alguém cujo salário anual não passe, no caso de 99% da população, de uns R$ 50mil (para quem recebe um salário mínimo não chega a R$ 15mil), 10 milhões é muito mais do que conseguiria ganhar ao longo da vida, solucionaria todos os seus problemas financeiros, e ainda permitira viver de renda com um mínimo de sensatez e investimentos. Só que a maioria das pessoas não faz a menor ideia do que fazer sequer com esse montante, caso contrário não teríamos a trágica realidade que a maioria dos ganhadores acaba perdendo tudo.
Em suma, burrice! Esperar numa fila enorme sem que a probabilidade de ganhar aumente, quando o que aumenta é justo a probabilidade de ganhar um prêmio menor.
Na absoluta ausência de qualquer justificativa racional para as privatizações, os que levarão as empresas públicas aumentarão suas fortunas do mesmo jeito.
Os liberais pobres que fazem questão de serem jogados na privada graças a lavagem cerebral capitaneada pela grande mídia e think thanks bancados por oligarcas, ganham a satisfação instantânea de ver trabalhadores, pais e mães de famílias, serem postos na rua porque foram adestrados a odiar o serviço público ainda que os servidores em nada sejam afetados, pois o privata não diferencia estatutários de celetistas.
Esse ínfimo prazer acaba no momento em que, na privada, lhes dão a descarga, mas a escolha consciente de lamber botas de plutocratas costuma ter como efeito a preferência pela fossa como destino que a coragem de admitir que foi usado, abusado e descartado.
Não sei o que foi pior: a Daenerys se expondo com meia dúzia de soldados mais o Drogon debaixo daquela montueira de super bestas e arqueiros, ou a Cersei que só não acabou com ela, todo o seu primeiro escalão e seu último dragão porque não quis.