A mesmíssima coisa se aplica ao Brasil, que agora, mais do que nunca, caminha para não apenas permitir, mas Sacramentar Constitucionalmente a legalidade da pior forma de corrupção de todas, o Financiamento Privado de campanhas eleitorais.
Sobre a polêmica de que o estupendo filme MAD MAX - ESTRADA DA FÚRIA seria uma apologia feminista, é evidente que eu não poderia deixar de dar minha opinião, visto ser esse tema de meu maior interesse, e a franquia Mad Max uma das franquias que mais marcaram minha adolescência. Portanto lanço
Mad Max - Fury Feminist?, onde denuncio que a boa ficção, tal como a realidade, também é inapreensível pela mentalidade feminista.
O GOLPE articulado pelo CANALHA Gilmar Mendes e o ASQUEROSO Eduardo Cunha pelo jeito funcionou! Deram um jeito de, depois de perder três vezes seguidas, subornar o congresso e aprovar a Constitucionalidade do Financiamento Privado de Campanhas Eleitorais!
Nasci compartilhando com a maioria das pessoas certas vulnerabilidades cognitivas, como propensão a crer na Falácia Naturalista ou presunção de estar certo mesmo não conseguindo justificar racionalmente minhas crenças. Fraquezas que só fui superar na idade adulta.
Mas uma a qual pareço ter nascido imune é a estranha disposição a crer ou descrer na existência de uma divindade suprema com base no bem ou mal encontrado no mundo, inclusive na vida pessoal.
A mim sempre foi óbvio que a existência do algo que chamamos de Deus não poderia ser inferida por uma mera teodicéia sobre o mundo ser justo ou não, pelo simples fato de qualquer concepção teológica plausível só poderia ter sua explicação e justificação além de nossa existência material e psicológica. Além da totalidade do mundo.
O mal e o sofrimento teriam um motivo que nos escapa a compreensão, só sendo justificáveis e inteligíveis numa possível meta existência, onde nos pareceriam tão insignificantes quanto a morte e o sofrimento dentro de um jogo de videogame o são comparado com a existência real do jogador.
Por isso mesmo crer ou descrer em Deus seria por completo irrelevante, pois se tal divindade de fato existisse, dessa única forma minimamente plausível e não evidentemente absurda de um ponto de vista ético, não teria o menor cabimento que a crença, ou a fé, fosse uma virtude necessária ao devido cumprimento da missão existencial terrena.
Quem rejeita a existência divina com base no mal do mundo ignora a única justificação teológica crível, e quem o faz com base apenas no mal que o aflige diretamente é movido por um ego que se crê merecedor máximo das benesses à revelia do restante da humanidade e enorme falta de auto crítica e humildade.
Mas quem crê na existência de Deus com base em seu próprio bem estar pessoal, manifesta um desprezo asqueroso por todo o sofrimento no mundo, como se todo o universo circulasse em torno dele e o próprio divino existisse apenas para a satisfação de seus caprichos egoístas.
Por essas, e outras, quer exista ou não algo que mereça o nome de Deus, a postura mais sensata é um incorrigível Agnosticismo.
Há muito venho dizendo que não é problema haver casais homossexuais ou estes terem tais ou quais direitos. O problema é, por meio da distorção do significado das palavras, querer negar a realidade concreta como se até mesmo a natureza aceitasse ser transformada por meio da simples redefinição semântica.
Mas uma série de evidências tem sido fartas em demonstrar que é exatamente essa a proposta de grande parte, se não a maior, dos movimentos homossexualistas, ao ponto de tal redefinição trabalhar até mesmo contra seus interesses. Vejamos por exemplo o fato relatado na notícia:
CASAL GAY DESCOBRE QUE OS DOIS SÃO FILHOS DO MESMO PAI APÓS TESTE DE DNA EM PROGRAMA (de TV)
E onde também se lê que os rapazes ficaram arrasados com a "terrível" descoberta.
!?!?!?
Agora vamos fazer o favor de sair do terreno das ficções fantásticas incorretamente políticas e pensar em termos realistas sobre o porquê de haver um tabu e toda uma repressão social contra relacionamentos afetivos entre irmãos.
O motivo, evidentemente, é de ordem fundamentalmente biológica, pois indivíduos com DNA muito parecido tem risco muitíssimo maior de gerar descendentes com problemas genéticos, visto que um mesmo gene defeituoso pode acabar sendo repassado devido ao fato de poder estar presente em ambos os genitores, sem ser depurado pelo processo de recombinação típico entre indivíduos de genética mais distinta.
Essa realidade é percebida pela cultura, de forma semi consciente, que passa então a gerar valores morais no sentido de diminuir essa prática minimizando o número de indivíduos com doenças congênitas.
E é ridículo ter que dizê-lo, mas vivemos num contexto onde é preciso chamar atenção para o fato óbvio de que isso SÓ SE APLICA A UMA UNIDADE REPRODUTIVA! Isto é, um CASAL NORMAL FORMADO ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER!
Sendo um casal homossexual não reprodutivo, então porque raios descobrir que são irmãos (paternais) se tornaria um problema?!
A explicação é evidente. O movimento ideológico em questão não quer simplesmente oferecer uma alternativa válida como meio de vida, mas sim deliberadamente distorcer tanto a realidade e nublar tanto a diferença entre casais héteros reprodutivos e casais homo não reprodutivos que chega ao ponto desses últimos sequer usufruírem das vantagens de não serem unidades geneticamente férteis!
Que casais hétero se preocupem com isso, mesmo num contexto onde os recursos tecnológicos permitiriam minimizar o problema, ainda faz sentido devido ao fato de que seu fundamento conceitual é a reprodução, cujo risco inevitavelmente será elevado.
Mas obviamente nada disso se aplica ao casal homossexual, principalmente o masculino, que está ainda mais distante do sonho de uma reprodução cruzada artificial do que o casal homo feminino.
Daí temos, ainda que de forma também semi consciente, a disputa semântica a qual tanto já me referi em torno do termo 'família', que só é verdadeiramente compreensível do ponto de vista reprodutivo. Com conservadores tentando resguardá-lo somente para as unidades reprodutivas, enquanto, progressistas querem esvaziá-lo por completo estendendo o conceito também para unidades estéreis.
Não pelo termo específico em si. O que realmente importa é que a diferença entre uma unidade reprodutiva e uma estéril tem que ser evidente, de preferência por meio de uma palavra distintiva, para que se possa aplicar de forma minimamente compreensível, e eficiente, abordagens, sociais, jurídicas, médicas etc.
Mas o que temos não é mera luta por direitos perfeitamente compreensíveis e justificáveis, e sim um esforço colossal para dissolver os mais primordiais fundamentos operativos da cognição humana, o que parece ser tão prioritário que até mesmo atropela o mero bem estar dos grupos que deveriam estar sendo beneficiados pelas conquistas progressistas.
Pois foram tão doutrinados numa ideologia cujo fundamento é a negação sistemática da realidade, que passaram realmente a acreditar que são a mesmíssima coisa que um casal hétero reprodutivo, para o qual a descoberta de serem irmãos é sim um relevante problema a ser enfrentado.
Começo a gostar da piada de que é tudo culpa do movimento anti manicomial, pois a única atitude sensata com relação a esse tipo de gente seria a internação num hospício! Não fosse o fato de estarmos falando de pessoas em cargos políticos e empresariais elevados.
Assassinato em massa, chacina, decapitação, mutilação, tortura, castração e etc contra homens NÃO TEM PROBLEMA ALGUM! Até mesmo crianças jogadas da janela ou queimadas, ou bebês serem abandonados na neve TAMBÉM ESTÁ OK.
Mas estupro de mulheres PRIVILEGIADAS (rainhas e princesas) por seus próprios maridos ou amantes onde sequer houve qualquer tipo de sequela física, ISSO NÃO PODE!!! Mesmo numa série de ficção onde o ato sequer está sendo bem visto, pelo contrário, sobrando críticas aos estupros que são perfeitamente análogos aos que sempre ocorreram na realidade!
Isso é o resultado da psicopatologia social chamada Feminismo, em especial seu subproduto, o Estuprismo.
Game of Thrones é uma série cujo alto grau de violência, compatível com a ambientação fantástica estilo "medieval", é muito realista, sendo uma retratação bastante coerente de como seria um mundo como aquele.
Entre cenas horrendas de mutilação, tortura e castração de homens, tivemos uma onde uma mulher grávida foi esfaqueada no ventre, com o objetivo deliberado de abortar o herdeiro do Rei do Norte. Nem isso gerou qualquer comoção notável. (Muito menos de defensores obstinados do aborto).
Diante disso, ver pessoas que se chocam com cenas NÃO EXPLICITAS de estupro, (que na ambientação da série tal como em quase toda a história humana nem sequer eram crimes por serem dentro do matrimônio) a ponto de achar que a série merece um boicote, não pode ter outro nome do que INSANIDADE! E isso sendo benevolente.
Neste texto também vemos a senadora chamar de estúpida a cena de combate entre Jamie Lannister e Broon contra um grupo de garotas que tinham como objetivo assassinar uma jovem inocente. Também achei a cena ruim, visto que moças esmirradinhas lutam de igual pra igual contra guerreiros altamente habilidosos, e sem sofrer sequer um arranhão, algo inédito em qualquer das cenas de combate da série.
Mas pode apostar que não foi isso que incomodou a senadora.
Neste Dia das Mães, atentemos que: Na Maternidade, reside o fundamento da Ética!
Que soe estranha essa colocação, mas a sustento do mesmo modo como sustentei minha Tese de Mestrado, onde desenvolvi uma Ética essencialmente baseada no sentimento de Empatia. Ideia que tem ganhado crescente atenção devido a descobertas científicas em biologia comportamental.
Chegou-se a batizar a substância Ocitocina como o "hormônio do amor", "da amizade", "altruísmo" etc, pois ela nos predispõe a um sentimento de ligação com os outros, nos levando a compartilhar seus sentimentos e nos colocar no lugar deles.
Quem se harmoniza com o próximo não tem como querer fazer-lhe mal. Nisso reside a Regra de Ouro: "Não fazer a outros o que não gostaria que fizessem a você." Todo sistema ético, não importa se baseado em Utilidade, Dever ou Virtude, de um modo ou de outro pode ser reduzido a essa regra de harmonização interpessoal.
E a produção de ocitocina nos humanos é especialmente notável durante o período final da gravidez e a amamentação. É o hormônio que intensifica o laço sentimental entre mãe e bebê, mas que está presente também em homens, visto que os gêneros compartilham os mesmos hormônios, ainda que em proporções diferentes.
Várias experiências já mostraram que administrar ocitocina torna pessoas mais amigáveis e menos propensas a prejudicar os outros, o que é um maravilhoso efeito decorrente de um hormônio cuja história evolutiva selecionou o amor das mães por seus bebês.
Ou seja, o mecanismo biológico que permitiu o sucesso reprodutivo da espécie humana, por meio do fortalecimento do sentimento maternal, é o mesmo que fundamenta o sentimento de Empatia, base de toda a Ética, que só posteriormente é racionalizado em disciplinas filosóficas e tradições jurídicas.
Nesse ponto reside um dos grande perigos do Abortismo, cuja função é banalizar o aborto e minimizar a propensão feminina à maternidade até o ponto do total desprezo pelo ser que cresce em seu ventre.
Quando não apenas se remove qualquer ônus moral, jurídico, ético e mesmo econômico contra o ato de abortar, quando ainda por cima se tenta desumanizar o ser ao qual o sentimento de empatia primordial se dirige, e quando se chega ao ponto de associar o aborto a um ato de empoderamento necessário para a realização pessoal de alguém, temos um ataque ao que há de mais precioso na tradição cultural humana, que é o fundamento sentimental sobre o qual a ética se sustenta.
Não se pode lesar isso sem consequências graves, e por isso os países mais abortistas multiplicam seus índices de suicídio e depressão mesmo quando são altamente desenvolvidos, e caminham em marcha lenta para a extinção de sua população, cultura e tradições.
Por isso resistir ao Abortismo não é uma simples defesa da vida intrauterina, é uma defesa da humanidade. Não existe desvalorização maior do ser humano do que atacar na base o sentimento maternal, que precisa ser erradicado para que uma mulher se disponha a abortar e se recuse a experiência sem a qual a própria espécie humana desapareceria.
Se recuse a ser uma Mãe, que é o que homenageamos hoje.
Já discordei um bocado de masculinistas, conservadores e anti-feministas em geral por defender que a distinção clássica do Feminismo entre Sexo e Gênero é válida sim, só que não no mero sentido usual, sendo o Sexo o dado físico e Gênero o psicológico, onde admito a nítida influência cultural, mas insisto que também é fisicamente embasado.
Alguns querem igualar sexo a gênero, o que é tão impróprio quanto querer igualar cérebro e mente. A dimensão psíquica, ainda que não possa se desligar da física, tem notável autonomia, e pela potência mental humana em si, tem a capacidade de produzir um mundo vastíssimo de significados e símbolos que podem bater de frente contra as mais duras realidade físicas. (Para usar uma terminologia do Emergentismo em Filosofia da Mente, essa dimensão psíquica tem poder causal descendente.)
O conceito de Identidade de Gênero é perfeitamente sustentável, tanto quanto o de Orientação Sexual, e por mais minoritário que seja, Sexo, Orientação Sexual e Identidade de Gênero podem se combinar num total de 14 formas diferentes sem contar os casos de bissexualidade, assexualidade, hermafroditismo, ausência e dupla identidade de gênero, o que em tese poderia elevar a quantidade de combinações para até 48 (EXATAMENTE! Qualquer coisa fora disse é bobagem.)
No entanto, a maioria costuma se reunir em grupos praticamente indistinguíveis, e há notórias maiorias dentro dessa minoria que dificilmente chega a 1% da população humana. De modo que é muito difícil, na prática, vislumbrar mais do que uns 8 grupos no máximo onde de fato apenas 4 são numericamente evidentes: Os homossexuais e os transexuais, masculinos e femininos, que por vezes se confundem.
Mas Sim. Existem "Homens Lésbicos" [(homem transexual homossexual (em relação ao seu gênero)], o que tem equivalência prática ao homem heterossexual (em relação ao seu sexo) transexual, mas que tem uma profunda diferença psíquica.
Gera uma confusão enorme, é fato. Mas faz sentido sim.
O que, porém, não tem o menor cabimento é, com base nisso, querer negar a mais evidente e fundamental de todas as realidades em questão, que é a Física. É o sexo, o corpo, que é o dado primordial e fora de dúvida. Pode haver erros de diagnóstico ou mesmo fraudes na identificação do transgênero ou da orientação sexual, mas não tem como alguém forjar um sexo falso e passar como representante do sexo oposto perante uma avaliação médica minimamente cuidadosa. Nem mesmo criteriosas operações cirúrgicas são capazes de eliminar todas as evidências físicas, principalmente a evidência genética contida no DNA. Até mesmo os hermafroditas serão detectados como tal.
É por isso que em toda história humana o critério de agrupamento fundamental sempre foi o físico, pois é o único flagrante e estável, e o único no qual podemos depositar alguma confiança. É o único no qual se baseiam tradições sociais triviais e perenes como a mera divisão de banheiros públicos, pois é completamente evidente que alguém tem uma genitália específica enquanto até mesmo o mais sincero transgênero pode levantar dúvidas mesmo diante de pessoas perfeitamente habituadas a todas essas categorias.
Por isto, o ESPETACULARMENTE EMBLEMÁTICO caso ocorrido no Encontro de Mulheres Estudantes (EME) em Curitiba
(Veja relatos de um viés Aqui e
Aqui, o da outra parte
AQUI, e um apanhado geral hilariante mas preciso
Aqui.)
com relação a um homem lésbico não é algo que será único ou isolado, mas apenas uma pequena demonstração de como todas essas categorias se abalam diante da pura e simples realidade corpórea.
Um exame do caso só pode levar a dois caminhos.
- Ou o caos de teorias de sexualidade divergentes e posturas políticas dentro de Feminismo corrói o próprio movimento por dentro condenando-o ao perpétuo desentendimento, auto destruição e incapacidade de enxergar um palmo adiante das próprias ilusões;
- Ou o movimento consegue harmonizar suas teorias e se deixa esmagar de uma só vez pela força bruta da realidade.
Claro. A terceira opção seria manter a teorização sem negar a realidade física, o que resolveria o problema a não ser pelo fato de que também destruiria o próprio Feminismo, visto que este existe exatamente para negar tal realidade, negação sem a qual o Determinismo Culturalista que sustenta a Teoria do Patriarcado é insustentável.
Rejeitando os dados científicos, odiando a biologia e fugindo da Psicologia Evolutiva como vampiros forem do Sol, as teorias de sexualidade desligadas de um fundamento físico patinam num vazio de possibilidades caóticas que ou se auto destroem, ou mesmo quando conseguem se harmonizar, são facilmente desmanteladas pelo primeiro contato com realidade que tiverem.
Como neste exemplo, onde bastou a presença de um único corpo masculino em meio a uma centena de feministas lésbicas, queer, bissexuais, transgêneros etc, para que, mesmo sem nada mais fazer além de estar lá, todo o movimento desabe sobre si próprio.
Com relação ao CADERNO DE TESES DO PT lançado há algumas semanas, tenho as seguintes observações.
1 - Não deixa de ser uma auto crítica bem vinda nos mais diversos aspectos. O documento admite os erros e os problemas, faz justas e duras ilações contra os descaminhos do governo, especialmente de Dilma, e enfatiza uma série de princípios abandonados que deveriam ser retomados em prol de uma autêntica emancipação dos trabalhadores.
2 - Havendo várias vozes internas dentro do documento, que dialogam entre si, e se criticam, é forçoso reconhecer que há uma diversidade de opiniões bem como um esforço de pretender um entendimento em prol de um objetivo comum. As mais radicais, como sempre, conclamam a uma brusca, e seguramente suicida, ruptura com o atual sistema, as menos radicais ainda insistem em algum reformismo, e infelizmente ainda há aquelas que persistem no maior erro da Esquerda;
3 - Embora em proporção espantosamente menor do que se esperaria, principalmente se comparados a recentes declarações e políticas do partido, a agenda da Neo Esquerda está toda lá: Aborto, LGBT, Feminismo, Racialismo, e o combate ao "machismo" e a "homofobia", liberação das Drogas. Considerando um documento de mais de 160 páginas, é notável que tais pautas estejam incrivelmente sub representadas, dando a nítida impressão que ao menos em parte os autores parecem ter se dado conta de que em nada ajudarão no único objetivo fundamental e legítimo da Esquerda, que é a defesa inegociável dos trabalhadores. Mas ainda assim, essa presença mesmo pequena, já me é suficiente para ter pouquíssima esperança de que tal auto crítica realmente leve a redirecionamento eficaz, e me faz crer que o colapso do PT parece mesmo inevitável;
4 - Pelo simples fato de que outra impressão notável, e a mais otimista, é que tais pautas foram colocadas lá de modo um tanto postiço e artificial, como que para fazer alguma média com tais movimentos neo esquerdistas. Mas se essa interpretação benevolente estiver correta, então não me parece possível um erro de avaliação maior, visto que o mesmo parece crer que a conservação de pautas estrangeiras enfiadas goela abaixo por oligarquias (as mesmas que o partido diz combater) e sustentadas internamente por uma minoria ínfima da população, ainda que muito bem financiada, é mais desejável do que mandá-las ao buraco de onde jamais deveriam ter saído e procurar atrair uma maioria muitíssimo maior da população que tem ojeriza a tais pautas. O que o PT prefere? O apoio de uma minoria elitizada invés do apoio dos 85% da população que rejeita o aborto? Prefere fazer agrados aos menos de 5% da população LGBTT (simpatizantes inclusos) do país da qual grande parte, talvez a maioria, sequer é mesmo favorável a essas pautas, ou prefere atrair os votos e o apoio dos 25% da população evangélica? Em suma, acredita mesmo que trocar o apoio da grande maioria para fazer pose com uma minoria é uma receita correta de recuperação política, e de votos, num país democrático?
5 - As demais interpretações são muitíssimo piores, significando que ou o partido está mesmo aferrado a estas pautas e não se deu conta do fato óbvio de que elas foram criadas pelas elites financistas com o objetivo, entre outros, de sabotar a luta de classes e substituir o discurso econômico por pautas diversas e esdrúxulas; Ou ainda pior, é hipócrita e está conscientemente cometendo a suprema traição de usar os interesses da imensa maioria trabalhadora da sociedade como massa de manobra para garantir privilégios de militâncias que transformaram a vitimização numa forma de poder e não tem nenhum respeito pela cultura e tradição de seu próprio povo.
6 - Curiosamente, os momentos mais sinceros do radicalismo socialista são bastante honestos e explícitos em admitir suas intenções, o que chega até a assustar pela dureza das propostas, dizendo exatamente o que querem sem qualquer fingimento. Como exemplo a parte da "Chapa Virar a Esquerda - Reatar com o Socialismo", no trecho "O Caminho do governo Dilma rumo ao desastre anunciado" item 7, onde é defendido não apenas o fim, mas a reversão das privatizações, a degola do judiciário anti-PT e até a estatização da Globo (Dá pra imaginar coisa mais maravilhosa?), em meio a propostas que seriam muito bem vindas por qualquer trabalhador, como o fim da jornada de trabalho de 44 horas sem prejuízo de salário, e a gestão empresarial das estatais por meio de representantes eleitos pelos funcionários. E ao lado também de propostas lindas mas suicidas como o calote da Dívida Interna ou o aumento do salário mínimo ao piso constitucional de 2 mil reais. Ora, nesse longo trecho onde se respira o autêntico radicalismo tradicional de esquerda, não há sequer uma única palavra que vagamente remeta às bizarras pautas da neo esquerda.
7 - Mas esse não é o único problema do documento, dentre muito outros está uma ruptura mal feita como marxismo tradicional, que nem foi devidamente superado, nem é devidamente respeitado. O segundo por insistir em pautas que o marxismo tradicional jamais abarcaria, exceto talvez como um efeito colateral, não um aliado com poder causal, da revolução. Para ficar num único exemplo crucial, o PT continua querendo trazer à luta segmentos sociais marginalizados que não tem como fazer outra coisa que não desmobilizar a coesão dos trabalhadores, sendo minorias deletérias que no máximo devem ser alvo de políticas assistencialistas, e não forças a serem usadas no processo revolucionário. Mas esse é nada menos que o Lumpem-Proletariado que os marxistas originais, principalmente Marx, queriam ver longe da luta de classes;
8 - Ainda assim, apesar dessas incongruências com qualquer forma de marxismo ainda minimamente funcional, o documento insiste num linguajar esteriótipo com categorias como 'burguesia' e 'proletariado', que pura e simplesmente inexistem na atualidade. Temos equivalentes sim, mas focar no conceito de proletariado em pleno século XXI é deixar de fora a maioria dos trabalhadores. Focar no conceito de 'burguesia' e deixar de fora justo as oligarquias mais poderosas que passam longe de serem meros "exploradores do modo de produção", sendo muito mais os criadores de um modelo de geração espontânea de fortunas a revelia do trabalho e da maioria da humanidade que o próprio Marx jamais seria capaz de imaginar. Em muitos momentos, tem-se a impressão que o documento, cujos textos mais antigos não remontam sequer a 2012, parece ter sido escrito ainda antes dos anos 80.
9 - Por fim insiste ainda na relevância de um partido fisiológico, apesar de criticar duramente o fisiologismo, aparentemente sem se dar conta que a estrutura burocrática partidária é um problema por si só, e praticamente impossível de ser mantida sem corrupção. Dá pra entender que o partido se proponha a ser um centro canalizador do muito mais amplo conceito da luta de classes, catalizando toda a força da imensa maioria trabalhadora num direcionamento ordenado, mas daí a achar que um partido centralizado é indispensável a esse processo é, mais uma vez, ignorar não só a tradição marxista como a própria experiência brasileira, que mostra de forma inequívoca que todo e qualquer partido uma vez no poder, se corrompe mesmo que não o queira. O espírito do documento em muitos momentos é belo e bastante sensato quando conclama a união de todos os trabalhadores no combate a qualquer forma de exploração econômica, mas se materializa numa forma decrépita no momento em que é obrigado a encarnar numa estrutura institucional sob controle direto de indivíduos que tem muito a ganhar ao abandonar os interesses originários em prol do fisiologismo partidário.
Ainda tenho muito que ler nesse documento, que também tem outros méritos, como uma análise precisa das condições políticas e econômicas atuais, explicando inclusive o conchavo entre calhordas no sentido de sabotar de forma criminosa o processo judicial no STF que esteve prestes a dar fim ao financiamento privado de campanha, surrupiado pela MeretRíssimo Gilmar Mendes (ESSE PATIFE DESGRAÇADO!!!), enquanto a Vossa Excrescência Eduardo Cunha (CANALHA MISERÁVEL!!!) arma um dos golpes mais grotescos com uma contra reforma política que visa emplacar o financiamento privado, do qual ele é o maior beneficiário, como cláusula constitucional!
E com esse congresso asqueroso e mais corrupto do que nunca, e que decidiu trabalhar furiosamente para garantir seus próprios interesses escusos, é bem capaz que consiga.
Meu post anterior, focado no conceito de Estratocracia, acabou desviando para conspiracionismo anti governista (ponto fraco) e para o tema das Teorias da Conspiração em si (ponto forte) e que me interessa mais discutir, embora possa usar o conspiracionismo do "Golpe Comunista" e Socialismo Fabiano como exemplo. Portanto, chamo para cá todos os interessados em debater esse tema que vai desde fraudes nas urnas eletrônicas, passando pelo novo Caderno de Teses do PT, de preferência sob a luz de uma compreensão do que vem a ser o conceito de conspiração.
Mariana Passaglia , Helder Brito , Álvaro Ribeiro , Felipe Carvalho , Marcelo Germano Alencar e quem mais estiver interessado em participar.
Já tenho um texto referencial sobre o tema, Meta-Teoria da Conspiração, mas também acho interessantíssimo o único outro texto que achei que utiliza a mesma terminologia, Por que as pessoas conspiram?. Recomendo também a palestra do Pirula Negadores da Ciência (a partir de 5:55) que explica bem o conceito de conspiracionismo.
Antes, é bom esclarecer que discussões podem ocorrer sobre entes da realidade física, psíquica ou social, ou podem recair sobre adequações terminológicas, e infelizmente a maioria esmagadora das pessoas, a quase totalidade, confunde os dois âmbitos, crendo estar discutindo sobre fatos quando apenas estão debatendo sobre o sentido das palavras em si. Por isso a minha tediosa insistência em prestar atenção aos termos usados, e em tomar cuidado com a notória tendência de, ao querer provar algo sobre o mundo, simplesmente redefinir as palavras em uso sem sequer se dar conta disso.
Se vivemos sob uma "Ditadura Velada", entenda que isso por si só já redefine o próprio conceito de 'ditadura', que pressupõe ser explícita, ou que então tornaria simplesmente todas as formas de governo existentes como ditatoriais, visto que manipulações, conspirações e corrupções do modelo administrativo sempre existiram. Evitem alterar significados até tornar os termos significantes inúteis. Existem palavras melhores para isso. Plutocracia é uma delas.
Enfim, continuemos aqui o que foi discutido em 2 de Maio (abaixo).
Pense em TODAS as terríveis ditaduras do último século, não importa de qual naipe político ideológico. O que todas elas tem em comum?
Entre outras coisas, foram todas Regimes Militares, e isso parece suficiente para explicar muita coisa.
Esclareço. Instituições militares são absolutamente vitais para a sobrevivência de qualquer país, e não apenas pelo clássico motivo da guerra. Toda e qualquer situação de perigo, quer seja ameças de desastres naturais, epidemias, criminalidade excessiva etc, só podem ser enfrentadas por organizações com rígida hierarquia e treinamento miliciano. Somente elas tem o preparo e disciplina necessária para que seus membros arrisquem a vida de forma organizada para enfrentar o perigo.
Mas por isso mesmo tais organizações, e a mentalidade que nelas impera, só se justificam no caso da inequívoca presença de ameaça, e são inadequadas para promover outras atividades, em especial a administração de uma sociedade em todos os seus níveis mais amplos. Em suma, Militares NÃO São Bons Governantes!
Deveria ser óbvio que tratar uma sociedade por meio de uma ordem cuja principal função é enfrentar e eliminar uma ameaça, só pode ter como resultado lidar com ela mais num sentido de enfrentamento e conflito do que num sentido político tradicional que necessariamente envolve a conciliação de interesses diversos, flexibilidade, mudanças de pontos de vista e constante incorporação de inovações. Todas características que não são o forte do militarismo, exceto, claro, no sentido de aperfeiçoar seus recursos de combate.
Ao longo de toda a história é fácil observar que se o militarismo é presença indelével em qualquer civilização, há sempre nítida distinção entre ele os governantes. Há uma classe guerreira que dá suporte ao governo, mas este governo em si exige muito mais líderes com capacidade conciliatória e capazes de uma ampla gama de habilidades do que um mero general.
Quando o governo é diretamente exercido por miliares, ao que se dá o nome de ESTRATOCRACIA, nenhuma sociedade vai muito longe, pois a tendência é que se digira para dentro de uma ordem civil comum aquilo que deveria ser direcionado contra uma ameaça à mesma.
Se de fato existe um inegável perigo, é inevitável que se declare estado de guerra, sítio, exceção, lei marcial etc. Mas a mesma tem que ser aplicada somente na medida exata da presença da ameaça, e ser imediatamente revogada assim que ela não mais for relevante. Arrastar um regime militar anos além do máximo necessário para erradicar um perigo qualquer é receita certa para um desastre, tornando o próprio governo a pior das ameaças em si.
Isso exige principalmente JAMAIS revogar a ordem institucional em si, no máximo suspendê-la brevemente. Caso contrário estará inevitavelmente estabelecida uma Estratocracia, que difere de um simples estado de exceção temporário, com resultados inevitavelmente nefastos.