'Geopolítica' tem sido usado praticamente como sinônimo de política externa e relações internacionais, mas apesar de envolvê-las, as trascende, tanto aquém quanto além.
Embora já tenha mais de um século, a Mecânica Quântica foi tomada nas últimas décadas pelo mais irritante modismo New Age esquisotérico coach mimimístico existente. De gurus de turbante passando por bruxinhas de shopping center a "otimizadores meta sistêmicos de desempenho global", e curiosos em geral que nunca leram um artigo científico na vida, fala-se adoidado (literalmente) de Física Quântica pra lá e pra cá e de como ela prova a imortalidade da alma, a existência de Deus, a influência da mente sobre a matéria e os poderes dos X-men.
Enquanto isso, todo ano alguma grande instituição acadêmica do mundo promove encontros de cientistas da área, são constantemente publicados artigos e livros sobre o assunto e há cursos acadêmicos perfeitamente acessíveis (Falo dos departamentos de Física! Por favor.) por aí. E não é a toa que não se encontra um único desses entusiastas do cruzamento de ciência com crendice misticóide, pelo simples motivo de que quem realmente trabalha nesta área não dá a mínima para essas bobagens e você poderá ler dezenas de livros especializados e certificados sobre o assunto sem jamais ouvir falar uma única frase sobre a "influência da consciência na matéria."
Física, ou Mecânica, Quântica, ABSOLUTAMENTE NADA tem a ver com essas bobagens que foram criadas em torno dela. Discutí-la em grau sério exigiria domínio de linguagem matemática e toda uma bagagem de estudos para o qual ler o Tao Te Ching ou o Livro dos Espíritos de nada ajuda. Não é a toa que qualquer curioso que se meta a examinar mais o assunto além do que dizem os "iluminados" da Nova Era, como eu próprio o fiz, não demora muito a desistir depois da quarta ou quinta letra grega cuja expressão matemática não é tolerada nem pela calculadora do celular.
Mas vou tentar explicar a confusão.
Física Quântica lida com o mundo exótico das partículas subatômicas, e neste há muitos fenômenos de difícil compreensão mesmo para quem passa 16 horas por dia em laboratórios com um quadro negro repleto de símbolos completamente indecifráveis até para graduados em Matemática, de um lado, e uma horda de equipamentos científicos que a maioria não faz a menor ideia de que poderiam existir, do outro. Dentre os inúmeros problemas espinhosos que ganhadores do prêmio Nobel passam a vida inteira tentando entender, temos a tal Dualidade Onda-Partícula, onde, resumidissimamente, repousa a eterna dúvida de qual a melhor forma de imaginar a energia em sua mais profunda natureza: se como bolinhas infimamente minúsculas rolando para lá e pra cá, ou se como um tecido onde uma sacudida gera um movimento contínuo. Infere-se que os dois fatos podem ocorrer dependendo da ocasião, mas cada um tem consequências muito diferentes.
Na física teórica nenhum cientista gosta de pontos obscuros em seus modelos explicativos, e se houver uma única ambiguidade num carrilhão de expressões matemáticas concisas, esses caras não dormem enquanto não derem um jeito de torná-la inteligível nem que pra isso tenham que inventar dimensões espaciais alternativas, ou universos paralelos teoréticos que, não! Não oferecem a menor possibilidade de serem vistos como mundos para onde você pode viajar e encontrar ninfas, alienígenas ou Hogwarts.
O problema é que não se conhece modo algum de conseguir ter certeza se numa determinada situação a energia* irá se comportar de um modo ou de outro, arruinando a previsibilidade tão cara aos cientistas teóricos, pois ao se tentar verificá-la e medi-la, essa tentativa por si mesma afeta o comportamento do objeto que se quer examinar.
* Obs: Lutando aqui para não comentar sobre o modo ainda mais irritante com que místicos usam o termo 'energia'!
Fazendo uma analogia grosseira, mas muito mais sofisticada do que os leigos costumam fazer, seria como se você tivesse uma fotografia de filme químico ainda não revelada num quarto escuro e quisesse saber o que há nela. Mas a única coisa que você tem é uma lanterna. Só que na hora que você joga luz sobre ela, o filme "queima", literalmente! E você não consegue ver coisa alguma.
Ou seja, não foi a sua "consciência" que afetou a foto coisíssima nenhuma, mas sim a luz que você jogou! E portanto, dito de forma simplícima, é a energia utilizada no processo de medição que afeta o comportamento partícula-onda que se quer observar.
Mas a estorinha de que a mente afeta a matéria não é totalmente inventada, e sim, resulta de uma extraordinária sequência de mal entendidos sobre o que um certo cientista teorizou certa vez.
Dentre as inúmeras tentativas de evitar a incerteza ou explicar o indeterminismo mecânico dos sistemas subatômicos, imaginou-se de tudo, até experimentos mentais esdrúxulos com gatos zumbis. Um deles foi criado por um físico austríaco que morava em Berlim mas foi para os EUA pouco antes da Segunda Guerra: Eugene Wigner (1902-1995), respeitadíssimo, ganhador de vários prêmios, Nobel incluso, autor de uma enorme lista de contribuições teóricas cujos títulos a maioria das pessoas mal consegue ler, e que trabalhou no Projeto Manhattan que, pra quem não sabe, desenvolveu a (mal) dita Bomba "Atômica".
Esse gênio, em certa feita, elaborou uma explicação "informal" de que a consciência dos observadores poderia ser relevante no colapso de superposição de estados quânticos. Se você quiser tentar entender a ideia (boa sorte) desse "Paradoxo do Amigo de Wigner", leia pelo menos o artigo da Wikipedia em inglês, pois o em português não vale o que o Gato de Schrodinger enterra. (Eu desisti numa fórmula que nem dá pra transcrever aqui porque o Facebook não suporta os caracteres.)
Mas sendo generoso, eu poderia dizer que o que está em jogo é o entendimento desse fenômeno, que só se consumaria quando um observador que realizou uma medição tomasse consciência da medição de outro observador, e então, POR ANALOGIA, concluiria que o problema só faz sentido num nível psicológico equivalente ao Cogito cartesiano.
Por se tratar de experimento mental típico da seara filosófica, não pode sequer ser testado, é facilmente confrontado por explicações alternativas e o próprio Wigner nunca apostou nele. Pelo contrário, achava-o menos provável que outras explicações ainda mais complicadas envolvendo o infame "gato morto vivo" e os "muitos mundos", que no fundo não passam de alegorias para tentar traduzir hordas de símbolos matemáticos que fazem os melhores filósofos se sentirem no nível mental de um funkeiro.
Uma galera das mais diversas especialidades, inclusive filósofos da mente, "brincou" com esse experimento mental ainda na década de 60, mas a grande confusão só veio mesmo depois. Em 1992, já com mais de 90 anos, viúvo e mais preocupado em se reconciliar com a própria existência antes de morrer, Wigner publicou reflexões pessoais sobre o sentido da vida, do universo e tudo mais, e citou seu engimático experimento mental. Coincidência ou não, foi em 1993 que o assunto caiu na boca do público.
Bom lembrar que antes, em 1975, Frijot Capra já tinha feito fama com o inesquecível "O Tao da Física". Ele não chega a dar muita atenção a Física Quântica, mas popularizou a ideia de unir religiões e filosofias orientais milenares com conceitos da fisica moderna. Nessa época, não dava pra sentar numa mesa de bar de uma região universitária sem ouvir dois malucos (literalmente) viajando sobre os conceitos de Capra, que eram assumidamente "baseados" nas "Plantas do Poder" que ele gostava de consumir ao melhor estilo da erva diabólica do Carlos Castañeda. Nessa época, não podia ter um professor de física bonitinho que as moças já vinham com o trocadilho do "Tal da Física."
Esse pano de fundo aberto pelo famoso guru New Age, portanto, já estava dado quando finalmente em 1993 (por acaso o ano em que entrei na universidade), foram simultaneamente publicados A Profecia Celestina, um romance de conspirações governamentais e sociedades secretas de James Redfield, que cita uma versão floreada do "colapso quântico pela consciência", e O Universo Autoconsciente, do guru indiano Amit Goswani, que li avidamente assim que lançado na esperança de achar mais umas pecinhas na minha ambição pessoal de desvendar os mistérios do Cosmos. O livro é ótimo como introdução a religiões orientais e filosofias que tentam sintetizar diversas tradições místicas, e faz sua própria interpretação da influência da consciências sobre fenômenos subatômicos.
Daí pra frente, Física Quântica, que quase ninguém tinha ouvido falar, virou Zorra Total, e não se passou mais um único dia sem que surjam bobagens como "cura quântica", "a tabelinha quântica do amor", "coach quântico sistêmico" e "física quântica no sucesso empresarial". Já observou que nunca usam o equivalente "Mecânica Quântica?" Me ocorreu agora que nunca vi um "mecânico quântico" de automóveis!
Para finalizar, deixo claro que absolutamente nada tenho contra as iniciativas de auto ajuda, coaching, ou quaisquer métodos que ajudem as pessoas a lidar com seus problemas pessoais. Concordo integralmente que a auto determinação e força de vontade fazem "milagres'", no sentido psicológico, e que a ideia de que seus estados mentais determinam sua qualidade de vida é absolutamente correta. Nem sequer nego a possibilidade de um mundo espiritual ou de realidades transcendentes.
Mas pra tudo isso, já existem tradições milenares que fornecem conceitos muito mais adequados para fortalecer os processos psíquicos que trazem equilíbrio emocional, dão sentido existencial e melhoram as relações pessoais e a auto estima. Não há qualquer necessidade de fingir que a "Ciência Prova a sua Crença", porque Ciência NÃO Prova Coisa Alguma! E é impossível que após a expressão "ciência prova" ou "cientistas comprovam que..." não se siga uma asneira, deixando claro que o expressante não tem a menor ideia do que seja o método científico.
Além de um desrespeito à atividade científica, contribuindo para o emburrecimento da sociedade, é também um desrespeito às religiões e tradições místicas, que ficam subordinadas a "aprovação" da "Ciência" para serem validadas.
Mais fácil um monge tibetano atingir a iluminação entoando um Koan do que dando um "salto quântico" de consciência.
O que há de melhor neste genial vídeo é modo como a realidade, quando desvelada, atropela os que ainda tentando entender o sistema, soam como teóricos da conspiração. Já me senti como o primeiro explanador do vídeo, crente que "estava abafando", quando então descobri que mal tinha arranhado a superfície.
Redes sociais virtuais vieram para ficar. São as responsáveis pela maior parte da atividade internética pessoal e seu impacto sócio econômico é extremo e irreversível. Porém, seus benefícios são flagrantemente maculados pelos malefícios resultantes da massificação da desinformação e crimes virtuais.
No entanto, a quase totalidade desses malefícios tem como denominador comum incontornável o uso anônimo das redes, se perfis falsos fossem rigorosamente proibidos e a origem de qualquer informação facilmente rastreável, os malefícios seriam extremamente reduzidos, possivelmente até erradicados em suas piores implicações.
Mas somente um rígido controle legal poderia garantir a inviabilidade do anonimato, e por isso, já passou da hora dos governos fornecerem uma rede social 100% pública, gratuita, de livre uso (ou não uso), que conste como um direito constitucional relativo a identidade virtual, permitindo inclusive certificação digital com fins de estabelecer sistemas de votação on-line legalmente válidos.
A ideia seria que ao completar uma certa idade, todo cidadão tivesse automaticamente criada um conta virtual numa rede social estatal com força de identificação legal. Caberá ao cidadão ativar ou não essa conta, mas só ele poderá fazê-lo, por meio de algum procedimento de verificação em algum órgão de fiscalização. Uma vez ativado e devidamente certificado (certificados digitais já existem há décadas, embora sejam quase desconhecidos do grande público) o usuário poderia usar essa rede da forma que bem entendesse, só vedada a prática de ilícitos
A conta, absolutamente pessoal e intransferível, poderia até ser suspensa a qualquer tempo pelo seu proprietário, mas jamais poderia ser cancelada, constituindo um direito constitucionalmente establecido. Assim, todos os conteúdos publicado pelo usuário teriam permanência vitalícia garantida por lei, conquanto não possuíssem conteúdos ilegais. O governo só poderia remover conteúdo por meio de determinação judicial, e a conta só poderia ser encerrada após o falecimento de seu proprietário.
O anonimato seria impossível, visto que o perfil do cidadão deveria ter sua foto real, mesmo que com liberdade estética muito além da permitida em carteiras de identidade, e seu nome integral, podendo ser usado livremente um apelido, mas que não eliminaria de forma alguma que qualquer outro usuário verificasse qual o nome real por trás daquele apelido.
Devido ao grau de exposição envolvido, seria de se esperar que muitos preferissem não utilizá-la, preferindo as tradicionais redes privadas, mas seria claramente preferível para uso profissional, acadêmico e responsável em geral, o que impulsionaria a adesão. A prática de crimes virtuais praticamente se tornaria inviável, e a disseminação de boatos e notícias falsas seria facil e prontamente reprimida.
A rede também permitiria perfis de pessoas jurídicas, bem como transações comerciais ainda mais seguras que as atualmente ocorridas nas redes privadas, e teria que permitir a livre expressão de qualquer opinião conquanto não constituísse crime previsto em lei, ficando o usuário livre das restrições impostas pelas redes privadas com suas políticas particulares.
Por fim, e ainda mais importante, constituiria crime grave violar o perfil de um usuário, comparável a falsificação de identidade, e o sistema de certificação digital permitiria que os perfis fossem efetivamente usados no processo democrático virtual, eliminando a necessidade de comparecer a zonas eleitorais.
Enquanto atualmente nos limitamos a dar "opiniões" em ideias legislativas por meio de "consultas públicas", questionáveis porque uma mesma pessoa pode votar com vários perfis diferentes, em uma rede pública certificada poderíamos efetivamente estabelecer a tão sonhada democracia direta que somente a tecnologia pode viabilizar, não apenas elegendo cargos políticos, como até mesmo votando proposições legislativas, dentro de um prazo previsto num rito devidamente estabelecido. Isso mudaria radicalmente a situação política do país. Sabemos, por exemplo, que praticamente nenhuma das medidas legislativas impostas pelos últimos governos teria sido aprovada sob soberania popular.
E isso nos leva a um outro, muito explicativo, e absolutamente crucial ponto.
A tecnologia para certificação digital já existe há décadas! Já temos meios de estabelecer essa democracia on-line! Ora, nós fazemos transações comerciais pela internet, colocando nossas finanças em risco, por que, então, não exercemos esse processo democrátio?
Simples. PORQUE ISSO FERIRIA DURAMENTE O PODER DAS OLIGARQUIAS! Esfacelaria o poder dos lobbys, das negociatas, das falcatruas, das bancadas, e é exatamente por isso que uma ideia tem sido sistematicamente negligenciada e sabotada, e que será duramente criticada pelos liberais assim que começar a se popularizar.
Alegando o medo do Estado, dizendo qua a rede pública seria usada para controlar os cidadãos e prevendo mil e um horrores que já acontecessem abertamente nas redes privadas que cada vez tem poder mais invasivo sobre os cidadãos, a ladainha liberal seria 100% previsível, apelando ao mau e velho sofisma de combater a "tirania" do Estado em nome da liberdade enquanto faz vista grossa para a escravidão crescente imposta pelas megacorporações transnacionais.
Uma Rede Social Pública dara ao cidadão um meio virtual garantido por lei de exercer sua cidadania e suas atividades, livre do controle das oligarquias financeiras que controlam as redes sociais privadas e ditam regras a seu bel prazer. Por isso, uma vez que essa ideia começar a se popularizar, especialmente devido ao fato de que a possibilidade de exercício democrático numa rede certificada será evidente, já saberemos como certas linhas político ideológicas irão se portar.
Quero parabeninzar o Aldir Gracindo pela excelente apresentação no vídeo do SPOTNIKS onde dialogou com Carolina Oms (da revista Azmina). De certo o programa possui uma ótima metodologia que induz pessoas de posições opostas a dialogar de modo civilizado, mas o mérido de Aldir no modo sereno e objetivo de abordar temas sensíveis foi inquestionável e louvável. Carolina também se portou bem, mas cometeu algumas das mais comuns e previsíveis incompreensões de alguém que não conhece o Movimento pelos Direitos Masculinos e ainda pensa de modo excessivamente determinado por uma ideologia que abraça com todas as forças.
Exemplo: logo após Aldir deixar claríssimo que há tanto elementos biológicos quanto culturais influenciando os comportamentos dos gêneros, Carolina ainda assim o entendeu como se fosse um "mítico" determinista biológico. (Sim. Eles NÃO existem!) Qualquer concessão, ainda que mínima, ao papel da natureza mesmo se vista como inferior ao papel social, costuma ser imediatamente vista por feministas na forma de um determinismo biológico absolutista!
A explicação é simples: elas pensam, de fato, de forma absolutista ao reduzir qualquer influência natural à completa inexistência ou relativa insignificância, e qualquer ressalva a essa percepção frequentemente é vista como um posicionamento absolutamente inverso.
Há 17 anos, publiquei em meu site um conto em duas partes chamado CONVERSANDO COM O DIABO, onde narro um encontro fictício entre um personagem sem nome, narrado em primeira pessoa, e a entidade que se apresenta como uma versao bastante estilizada do próprio Lúcifer.
Pouco adiantou ter colocado imediatamento no início o aviso "Favor não confundir esta obra de Ficção com a realidade deste autor", tão pouco que o conto seja claramente uma mistura de Ficção Científica e Fantástica, falando em outros planetas, em hipótese de campo mentônico e ficções teológicas que reinterpretam o mito da Torre de Babel no sentido de uma neutralização de uma capacidade telepática inata dos humanos primordiais. Tinha até um plano do Diabo para bombardear Jerusalém com um meteoro nuclear!
Foi o meu maior "sucesso" literário até hoje, rendendo uma horda de mensagens, a maioria por e-mail, mas não por ser bem escrito (foi uma das minhas mais primevas experiências), mas porque uma penca de gente o levou a sério e, ATÉ HOJE, me aparece gente me perguntando como invocar o diabo para fazer um pacto.
Boa parte do mal que tem ocorrido nos últimos anos pode ser ilustrado pelo equívoco de que estejam em jogo meros "Pontos de Vista" divergentes.
De fato, perspectivas distintas explicam a maior parte dos desentendimentos. Em minha infância divergi de um coleguinha sobre a grafia da letra 'i', pois ele a desenhava como um '!', e só muito depois eu me dei conta de que estávamos um de frente para o outro desenhando no mesmo papel e, portanto, cada um vendo a escrita do outro invertida!
Mas o que está a ocorrer no cenário político ideológico atual é bem mais grave que isso, pois os pontos de vista divergentes, embora continuem a todo vapor motivando discussões e debates homéricos indo do mais sofisticado ao mais rude, ocupam espaço minoritário.
O que temos agora em sua maioria dominante não são pontos de vista, são PONTO CEGOS! Não são pessoas que estão vendo algo por uma perspectiva em especial, mas que não estão a ver coisa alguma. Pior! Estão alucinando! Não apenas deixando de ver o que existe, mas vendo o que inexiste e cujos delírios se sobrepõem à realidade tornando-a inacessível.
Enquanto liberais e intervencionistas minimamente sensatos podem divergir sobre o quanto de regulação é o ideal num dado contexto econômico, chega um esquizofrênico e diz que quanto menos Estado melhor, ignorando a realidade flagrante das favelas dominadas pelos narcotráfico ou países como Suriname ou Somália, bem como o oposto dos países de maior IDH do mundo e seus ostentosos Estados de Bem Estar Social.
Enquanto o governo destrói qualquer esperança de recuperação econômica submetendo nossa produção à concorrência desonerada de países muito mais fortes em termos industriais e repleto de subsídios sem qualquer contrapartida, bem como arruinando qualque chance de geração de emprego ao aumentar as possibilidades de exploração do segmento ainda empregado (Como se permitir a obrigação a expediente adicional em fins de semana e feriados fosse milagrosamente fazer os empregadores quererem contratar mais!), ou simplesmente gastando bilhões de reais ao mesmo tempo que se perdoa bilhões de dívidas de megaempresários com a justificativa de cobrir um rombo previdenciário que, ainda que existisse, seria muito menor que o montante gasto e perdoado, ainda assim, diante disso, chegam celenterados dizendo que precisamos "livrar o Brasil do comunismo!"
E enquanto investigam as milícias que assassinaram Marielle Franco procurando os motivos específicos e autores do crime, os que poderiam estar se juntando às forças de resistência preferem consumir psicotrópicos ideológicos para dizer que ela foi morta por ser "mulher e negra", e não por ter desafiado o crime organizado. Ou silenciosamente apoiam a ampliação dada pelo governo a legislações misândricas que só fizeram aumentar o índice de crimes que se propuseram a reprimir, sem sequer admitir que apoiam a mesmíssima coisa.
O pouco que tem havido de divergência de perspectivas perdeu a relevância. Estamos sob direção de mentecaptos que acreditam que Lulinha é o dono da Friboi e não veem problema algum em colocar Dudu como Embaixador dos EUA, energúmenos que crêem combater o Globalismo se submetendo a ninguém menos que os próprios globalistas que controlam a OCDE e se afastado da não-globalista OMC, e sacripantas que falam em combate a criminalidade apoiando milicianos e em combate a corrupção apoiando procuradores e juízes que corromperam a lei em troca de dinheiro e cargos no governo.
Não é mais uma questão de princípios, pois esses já foram sacrificados no altar de falsos ídolos que prometem exorcizar demônios inexistentes, resultado infalível de trocar um ponto de vista da realidade pela vista de um ponto no vazio das ilusões.
Temos agora que lidar em toda parte com vítimas de surtos esquizóides que juram ver melhoria na economia diante do aumento do desemprego, queda de investimentos e entrega de patrimônio nacional ao estrangeiro.
Não é a toa que discussões se tornaram intoleráveis. É impossível fazer alguém num surto esquizofrênico pensar racionalmente. Não há como esperar lucidez de alguém que esteja cego pelo ódio contra seres que, inexistindo, são vistos em qualquer um que não compartilhe da mesma psicopatologia.
E sobretudo, não há como fazer ver a tragédia hecatômbica que é o Governo Bolsonaro para quem está acreditando viver num cenário de armagedon entre demônios e anjos que existe somente em sua própria cabeça. De simulacro de proposição política com fino verniz ideológico, o bolsonarismo hoje só subsiste como doença mental, e não é cabível lidar com ele no plano da racionalidade.
Resta torcer para a insanidade coletiva que tomou nosso país seja temporária.
A Reforma da Previdência foi aprovada pela Câmara dos Deputados. 379 deputados federais se mostraram parasitas e inimigos do povo. Caso a Reforma da Previdência passe também pelo Senado e receba sanção presidencial, a situação dos brasileiros que dependem de aposentadorias e pensões vai piorar muito.
E tudo por causa de uma mentira.
A mentira de que a Previdência brasileira é deficitária. Como já demonstramos diversas vezes, os cálculos que o governo e seus apoiadores usam para justificar a Reforma da Previdência são fictícios e não levam em consideração todas as fontes de custeio e financiamento determinados pela Constituição e pela legislação brasileira em geral.
Os cálculos do governo excluem COFINS, CSLL e concursos de prognósticos. Tudo isso somado não custeia apenas a Previdência, mas TODO o sistema de Seguridade Social, deixando ainda um superávit de 20 bilhões de reais (em 2015)!
Mas esse superávit poderia ser MAIOR. Não é por causa de uma fraude. Essa fraude praticada pelo governo se baseia em um outro CRIME de improbidade cometido por ele: o governo utiliza a receita da Seguridade Social (que a Constituição ordena que seja utilizada apenas para a Seguridade Social) para aplicar em outros gastos orçamentários, especialmente o pagamento de juros (gerados pelo lançamento de títulos para controlar a SELIC).
Isso é feito através do artifício inconstitucional da desvinculação de receitas da União!
Dinheiro das nossas aposentadorias e pensões é utilizado para pagar banqueiros nacionais e internacionais. E quando faltar esse dinheiro, seremos nós que teremos que pagar mais, e por mais tempo, para seguir financiando este sistema de escravidão dos juros, a usurocracia internacional.
O superávit de todo o sistema da Seguridade Social, inclundo aí a Previdência, já foi comprovado por uma CPI dedicada ao tema, e com base nisso o Judiciário brasileiro condenou o governo Temer por propaganda enganosa.
Assim, de início, já podemos ver que a propaganda do déficit previdenciário é desinformação comprovada.
Derrotado judicialmente essa argumentação, a propaganda do governo passou a de ser que o Brasil precisa da Reforma da Previdência para a economia voltar a crescer. Mesmo argumento usado em relação à Reforma Trabalhista.
Bem, já vimos que no caso da Reforma Trabalhista era outra mentira, outra desinformação. A economia não voltou a crescer. Ao contrário, com os trabalhadores precarizados e com renda menor, a economia estagnou ainda mais.
Mesmo que pudéssemos, porém, falar em problemas previdenciários várias outras soluções estavam à disposição do governo. Soluções que não envolvessem sacrificar a vida dos trabalhadores em prol dos rentistas.
A CPMF era, por exemplo, uma das várias fontes de custeio da Seguridade Social. Recolhia uma soma considerável afetando minimamente a renda dos estratos mais abastados da população. A sua revogação foi um ato puramente político.
Se a Previdência enfrenta problemas, por que não restaurar a CPMF?
Ainda mais: Se a Previdência enfrenta problemas, então por que os últimos governos e o atual seguem perdoando dívidas previdenciárias de grandes empresas e bancos. Por que os governos seguem dando isenções multibilionárias capazes de custear a Previdência social por anos?
Mas falando assim estamos tratando ainda apenas de questões políticas e econômicas de larga escala, de interesse do Estado. E como a Reforma da Previdência afetará a vida de cada cidadão?
Bem, agora, para receber o benefício "integral" todo brasileiro terá que contribuir por pelo menos 40 anos. Isso significa simplesmente que, em um ambiente econômico no qual uma parte considerável da população não consegue emprego e, quando trabalha, o faz informalmente, quase ninguém mais conseguirá o benefício integral.
O cálculo do benefício, ademais, agora contabilizará todos os salários, e não apenas os mais altos. De modo que, novamente, o valor das futuras aposentadorias será menor.
Quem depende de pensão por morte verá a sua pensão cortada praticamente pela metade. Se antes você recebia 100%, agora receberá 50% +10% por dependente.
O benefício dado aos idosos em extrema pobreza vai sofrer um corte ainda maior. Se até agora os idosos nessas condições recebiam 1 salário mínimo, a partir de agora receberão apenas R$ 400,00.
Professores e trabalhadores rurais estão entre os mais prejudicados também. Estes últimos correm o risco de nunca mais conseguirem se aposentar. Se a legislação até agora reconhecia o caráter "especial" do trabalhador rural, já que este nem sempre tem renda para contribuir com o INSS, a partir de agora os agricultores familiares terão que contribuir por 20 anos, além de os grupos familiares serem obrigados a recolher pelo menos R$ 600,00 por ano, mesmo em anos de colheita ruim, em que nada puder ser vendido.
Ora, mas a Reforma da Previdência não era para "acabar com privilégios"? Então como que os mais afetados e prejudicados estão sendo os mais pobres?
A Reforma da Previdência é um crime que nunca poderá ser perdoado. É um crime cometido por gente que odeia o povo brasileiro. É um crime cometido por uma casta de parasitas apátridas, por uma casta de nômades cosmopolitas, que preferem Miami e Nova Iorque ao Brasil Profundo.
Uma grande diferença entre a Organização Mundial de Comércio (OMC), da qual o governo está tirando o Brasil, para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), para onde está nos levando, é que a primeira é uma instituição baseada num Liberalismo Clássico, focado no livre comércio, porém, pesando as diferentes condições de seus mais de 150 membros e tratando os desiguais na medida de sua desigualdade, garantindo assim uma competição mais equilibrada. E pouco ou nada interfere nos demais assuntos não econômicos, deixando em paz a soberania das nações.
Já a OCDE é uma organização liberal essencialmente Globalista, com fins de criar uma rede de controle comercial mundial capitaneada por uns poucos países (36 membros), sob controle de menos ainda, para não dizer só um, que impõem não apenas regras econômicas, mas também políticas e ideológicas. Ela possui regras claras quanto a aceitação da agenda progressista neoesquerdista que não possui paralelo na OMC.
Sim, prezáveis neoconservadores que votaram em Bolsonaro em defesa dos valores morais, religiosos e da família tradicional. Com a entrada na OCDE, e agora ainda por cima o acordo com a União Européia, o Brasil estará duplamente pressionado, praticamente obrigado, a aceitar o pouco que ainda não aceitou da agenda progressista cultural.
Contagem regressiva pro STF liberar o aborto, e agora, sinceramente, vou dizer: Bem Feito! Panacas Olavetes!
Não há um único recorte de idade, gênero ou região onde o privatismo ganhe! E isso a despeito do fato de que a maioria sequer está bem informada da realidade mundial da privatização, sendo vítimas do bombardeio midiático incessante com toda a propaganda torpe contra as empresas públicas.
Maioria dos brasileiros não quer privatização dos Correios e da Petrobras, diz pesquisa
