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31 de Julho
O novo 'jinx' da mídia (oposição) do "Apesar da Crise" não é novidade alguma. O saudoso ex-presidente General Emílio Garrastazu Médici, nos tempos da ditadura, certa vez disse:
"O Brasil vai bem, mas o povo vai mal."
O fundamento é o mesmo, só que revertido. O povo vai bem, mas o Brasil vai mal.
30 de Julho
Repórteres da Veja saem do Facebook após serem desmascarados por Romário
E é nesse tablóide criminosamente mentiroso e irresponsável que um exército de imbecis forma suas "opiniões".
Dessa vez deram azar de tentar caluniar um ídolo bem quisto pela população. Mas tem feito a mesmíssima coisa contra pessoas menos populares, e em especial políticos, há décadas. Contra o governo então nem se fala!
Mas na essência é praticamente a mesma coisa, uma central de calúnia e difamação. E quando juntam Veja e Globo o estrago é incomensuravelmente maior.
29 de Julho
Para quem ainda duvida do que o DETERMINISMO CULTURAL é capaz, veja só esse trecho de um brevíssimo artigo de apenas 3 parágrafos, intitulado
Agitação Típica dos Meninos Não é Inata.
"A agitação masculina poderia ser explicada pelos hormônios sexuais – em especial, por uma relativa abundância de testosterona no útero materno. Porém, apesar de a diferença de comportamento entre os sexos continuar aumentando durante a infância, dos 6 meses à puberdade não há nenhuma especificidade hormonal – o que leva a crer que a criação seja O ÚNICO elemento responsável pela disparidade." Notícia da Mente & Cérebro on-line, no UOL, Julho de 2011 (grifado)
?!?!?!
Entendeu? "Nenhuma especificidade hormonal! Que se dane toda a literatura médica endocrinológica!
E ele diz isso logo após citar com referência um estudo que sugere o absoluto contrário, e antes de em seguida falar de "pesquisas" que indicam que tudo é culpa do modo como as crianças são educadas, mas curiosamente sem dar referência alguma!
E isso, supremo horror, associado a uma publicação que deveria refletir a qualidade da Scientific American!!!
28 de Julho
Traduzo aqui trecho do resumo de um estudo científico recente.
A RELIGIOSIDADE É ADAPTATIVA
Observações chave sobre Religiosidade e Fertilidade
Religiosidade (definida como um comportamento direcionado a agentes sobrenaturais) é hoje claramente adaptativa: Membros de comunidades religiosas competitivas estão construindo famílias mais fortes com mais descendentes ao redor do mundo que seus vizinhos seculares de mesmos níveis educacionais e financeiros. Isso é observável em estudos empíricos, em censos globais, bem como em estudos de caso (i.e. Amish, Huteritas, Mormons, Judeus Ortodoxos). Em contraste, populações não religiosas e aquelas comunidades religiosas que não formam e sustentam famílias, inevitavelmente sucumbem à evolução cultural (i.e. politeísmo grego e romano tardios, grupos Gnósticos, Shakers) e são substituídos por competidores demográficos religiosos bem sucedidos. Mas em afiado contraste empírico, NÃO ACHAMOS UMA ÚNICA COMUNIDADE, MOVIMENTO OU POPULAÇÃO NÃO-RELIGIOSA CAPAZ DE OBTER AO MENOS A TAXA MÍNIMA DE MANUTENÇÃO (duas crianças por mulher) por um século!
www.blume-religionswissenschaft.de/english/wrrr.html
27 de Julho
Da série "Privilégios dos Opressores".
Why are our universities blocking men's societies?
25 de Julho
Não é exagero dizer que "Conhecimento É Poder", visto que sem ele não há como sequer elaborar projetos ou administrar recursos. Sem conhecer aquilo sobre o qual se pretende ter alguma influência é como caminhar às cegas em locais desconhecidos, e não é por outro motivo que em qualquer país do mundo já foi claramente compreendido que não há desenvolvimento sem educação e qualificação profissional da população.
Mas há níveis e âmbitos de conhecimento, e os que detêm o poder sabem que somente os conhecimentos técnicos são interessantes de serem repassados à totalidade das pessoas. Conhecimentos críticos, especialmente aqueles que permitem vislumbrar exatamente como se conquista, opera, e se detêm o poder, não interessa serem compartilhados, sob o risco de gerar uma multidão de concorrentes que ameacem a posição privilegiada de quem já os detêm.
Se o conhecimento em si é absolutamente vital para que se promova com eficiência qualquer tipo de mudança, quem quer melhorar o mundo, a sociedade, sua comunidade ou ao menos a si próprio, tem que começar por esse primeiro e primordial passo. O conhecimento das coisas, incluindo o de si mesmo e sua relação com o mundo.
Infelizmente a maioria das pessoas jamais dá sequer esse passo inicial. Mesmo na era da informação e tendo a maravilhosa Internet a disposição, a preguiça e o desinteresse por conhecer devidamente o que quer que seja ainda reina suprema, mesmo entre aqueles que pensam que devem lutar por um mundo melhor. Nem mesmo diante de um pedaço de informação instigante que por um simples link permite imediatamente adquirir novos conhecimentos, costuma haver na maioria um autêntico desejo de realmente estudar e compreender os fatos.
Seria pouco problemático se tais pessoas se limitassem a usar a internet para se divertir e trocar trivialidades com os amigos. Mas um número imenso, talvez a maioria, de internautas acreditam que tem um papel relevante na luta para tornar o mundo um lugar melhor, só que não tem a menor disposição em sequer tentar entender aquilo que deveria ser mudado. E ainda por cima se arvoram na prerrogativa de emitir não somente opiniões, mas julgamentos e até mesmo decretos determinatórios da realidade.
A pior forma de ignorância não é aquela que "não sabe que não sabe", como dizia Sócrates, e sim aquele que Sabendo que Não Sabe, NÃO QUER SABER, e mesmo assim age como se soubesse. Difícil é saber se estes que "pensam que pensam" sabem muito bem que no fundo não passam de farsantes empolados.
Sem a mínima disposição de investigar os fatos mais básicos, o destino destes é ser sempre massa de manobra dos poderosos. Facilmente manipulados para defender os interesses daqueles realmente privilegiados na sociedade e que nada farão pelos manipulados que trabalham de graça para eles.
20 de Julho
Desde 2002 venho levantando a hipótese de que a cultura humana sofre de um bloqueio que dificulta, quase impossibilita, seu raciocínio no que se refere a questões populacionais. São poucos os que conseguem lidar com fatos absolutamente evidentes como o crescimento excessivo de uma população anunciando colapsos ambientais que terminam resultando em Guerra, Fome ou Peste, sempre levando à Morte, que termina sendo o mais eficaz contentor populacional.
Elevei tal hipótese a nível de uma tese sustentável quando percebei que ocorre a mesmíssima cegueira diante do movimento contrário, quando a população declina anunciando crises econômicas ou mesmo a extinção da sociedade, com a diferença de que isso é problema quase que exclusivamente contemporâneo sobre o qual não temos experiência praticamente alguma.
Se for desenvolver uma teoria mais elaborada não faltará material fresco, a exemplo da reportagem
Alemanha desbanca Japão e passa a ter menor taxa de natalidade do mundo". (Vide artigo original na BBC).
Logo no começo, lê-se: "Na pesquisa, os autores alertam sobre os efeitos da redução da população em idade ativa" E logo em seguida: "Eles afirmam que a maior participação das mulheres na força de trabalho poderia ser a chave para o futuro econômico do país."
Eu demonstraria minha estupefação com CAIXA ALTA ou emoticons se não já soubesse que a maioria não será capaz de ver imediatamente a absurda estupidez dessa afirmação, graças ao inominado bloqueio cognitivo que ainda preciso investigar melhor, afora falta de informações histórico demográficas.
Explico: O crescimento de uma população se dá na razão da taxa de fertilidade em relação a de mortalidade, afora fenômenos migratórios. O que fez a população historicamente crescer foi a progressiva redução da taxa de mortalidade, até que a contemporaneidade viria a desenvolver sofisticados métodos contraceptivos ou abortivos (que deveriam ser inclusos nas taxas de mortalidade visto que a fertilização ocorreu, mas o nascimento foi impedido pela morte do feto).
Com uma medicina avançada, a mortalidade caiu tanto que somente uma redução contraceptiva conseguiria evitar um colapso populacional precoce, e o fez com tanta eficiência que terminou invertendo o crescimento. Assim, a não ser que alguém ache que aumentar a mortalidade é uma boa ideia (abortistas pensam exatamente isso), a ÚNICA forma de fazer a população crescer é aumentando as taxas de fertilidade!
E se o encargo mais imediato disso se dá sobre as mulheres, não há como escapar da conclusão de que AS MULHERES PRECISAM TER MAIS FILHOS!!! (Difícil resistir a tentação de xingar o imbecil que não é capaz de entender isso!) Ao menos Angela Merkel parece ter entendido, visto estar promovendo uma campanha para incentivar a maternidade, apesar dela própria nunca ter tido filhos e não criar nem cachorro.
Só que a história também no mostra claramente que há uma relação inversa entre a taxa de fertilidade e a participação feminina no mercado de trabalho, pelo fato ÓBVIO de que ao menos para mulheres em sociedades mais desenvolvidas, o principal inibidor da fertilidade é estar no mercado de trabalho! A outra é o fato de não ter um casamento estável, principalmente com um parceiro bem estabelecido financeiramente, mas o investimento bilionário de elites financeiras dos EUA em destruir a instituição familiar tradicional ao longo de mais de meio século foi efetivo demais para que reverter tal quadro seja viável em qualquer prazo prático.
Num país onde mais de 70% das mulheres economicamente ativas estão empregadas (praticamente o mesmo que homens)*, não fosse o supracitado bloqueio cognitivo, que tipo de impropério mereceria o cretino que faz uma afirmação daquelas? E não foi um lapso, pois ao final do artigo repete: "E mais mulheres teriam de se juntar à população economicamente ativa para evitar problemas no futuro." O que de fato aliviaria um pouco o problema nas próximas duas ou 3 décadas, agravando-o letalmente nas posteriores. *(Sem contar ser a mesma maior no caso dos "mini-jobs")
A mente sã diria que deveria-se transferir mulheres da produção para a reprodução, e compensar as vagas no mercado de trabalho aumentando a empregabilidade masculina ao máximo possível, pois levar vida doméstica enquanto a esposa trabalha não fará os homens engravidarem!
Mas quem tem estado de olho nas políticas da União Européia sabe que parece ser muito claro o objetivo de substituir a população nativa pela imigrante, em especial islâmica. E considerando que o mesmo autor das citadas afirmações também incentiva a imigração como solução, essa sim eficaz, para o problema, fica difícil fugir da impressão de que não se trata de burrice, e sim malícia mesmo.
Se bem que a Alemanha é o país mais populoso da UE, com mais de 82 milhões de habitantes, o que é um dos fatores determinantes de sua exemplar produção econômica. (É impossível ser uma das maiores economias mundiais sem uma população grande.) Mas está em quarto lugar em densidade demográfica local, e em posição 55 no ranking global, estando isso longe de ser um problema.
E é bom também para nos fazer lembrar que a ideia de que guerra seja um processo realmente eficaz de contenção populacional não merece crédito.
18 de Julho
Lembrando o que postei em 29 de Junho, temos mais um notório exemplo de incompetência analítica no que se refere a questão de gênero na notícia Homem ou mulher? Os dois! Nova condição psicológica de gênero deixa os cientistas perplexos no Jornal Ciência.
Já começa errando pelo fato de não existir gênero 'homem' ou 'mulher', e sim 'Masculino' e 'Feminino', e o fato de uma pessoa de sexo feminino se sentir masculina não a torna um homem, e sim, a faz ter um gênero masculino (um 'transgênero', na terminologia LGBTT). E se o enunciado ao menos pensa na única terceira opção possível, que é ser ambos, logo no primeiro parágrafo diz: "Cientistas afirmam ter descoberto um novo gênero entre os seres humanos, não se encaixando em masculino, tão pouco feminino."
Esse é o ponto. NÃO EXISTE NOVO GÊNERO! Só existem 3 opções. Ou é Masculino, ou Feminino, ou Ambos! Pouco importa se são ambos ao mesmo tempo ou alternados, até porque mesmo pessoas normais podem oscilar entre aspectos psicológicos masculinos ou femininos com frequência. Se existe um gradiente de infinitos graus de mistura entre o Feminino e o Masculino, isso não faz com que existam infinitos gêneros, da mesma forma como existir infinitos graus de mistura entre água é açúcar não faz com que exista aí mais do que duas substâncias.
Sem contar que neste caso a reportagem confunde condição de gênero com alucinação, sem contar flutuações psíquicas perfeitamente triviais a qualquer pessoa normal, como ter reações diferentes ante duas situações totalmente equivalentes dependendo de seu humor. Aliás a notícia é, sem surpresa, de uma incompetência completa, e é exatamente de mão de obra dessa estirpe que a Ideologia de Gênero precisa para empestear mais e mais a sociedade com seus delírios e insanidades.
Por sinal o Resumo do artigo científico em si mostra exatamente que não se trata de adicionar gêneros novos, e sim de uma nova condição de bigênero, no caso, a que alterna os estados. E o melhor de tudo, deixa bem claro que tem base fisiológica.
17 de Julho
A estrutura do caos.
Mais uma aula de Adriano Benayon para quem quer começar a entender alguma coisa sobre a realidade econômica atual.
15 de Julho
Em TELLUS X THALASSA, um desenvolvimento pessoal sobre os conceitos de Telurocracia e Thalassocracia, conforme dicotomia apontada por Alexander Dugin, mas com direcionamento provavelmente diferente.
13 de Julho
Destaque do texto Por que o Papa envelheceu tão bem e FHC tão mal?, por Paulo Nogueira.
"A classe média – composta majoritamente de pessoas pouco politizadas — é facilmente manipulada com o uso de denúncias (tantas vezes falsas) de corrupção.
É uma receita velha: a plutocracia matou Getúlio com isso em 54, derrubou Jango em 64 e vem buscando loucamente liquidar Lula e Dilma, em nossos dias."
12 de Julho
Do blog O CONTRADITÓRIO, de André Levy: Libertarianismo Enlatado.
11 de Julho
Louvemos o Papa Francisco. (
Em discurso anticapitalista, Francisco prega "mudança de estruturas")
Após o estratégico pontificado impopular de Bento XVI, para reformas necessárias mas pouco agradáveis, o atual Papa representa uma "renovação carismática" no melhor sentido da expressão.
Penso que num momento onde avançam tanto um Neopentecostalismo "cristão" essencialmente corrupto e perverso, recheado de ódio contra homossexualidade, laicidade e ciência, quanto ideologias insanas como Feminismo, Abortismo e Homossexualismo (enquanto ideologia, não sexualidade), o resgate um Catolicismo mais esclarecido, inclusivo e tolerante pode mesmo ser a melhor solução.
Ao menos não condena o indivíduo por sua opção religiosa, sexual, ideológica etc. Nem o despreza por sua condição econômica, social ou racial. Com o bônus magnífico de nada ter contra as ciências evolutivas tão odiadas tanto pelo Criacionismo quanto pela Ideologia de Gênero.
Entendam. Eu não sou católico. Sequer sou cristão e nem mesmo teísta. Mas sei respeitar uma instituição que está coesa há quase 1.800 anos, coesão que é o que falta a uma sociedade afundando em redemoinhos delirantes de sociopatia.
9 de Julho
Em 28/11/2004, em resposta a um Criacionista que supôs que por eu me declarar Progressista seria também a favor de Aborto e Casamento "Arco-Íris", respondi:
"Não dou a mínima para a questão da União Civil Homossexual. Na verdade, acho de certa forma até um atraso de mentalidade, uma vez que a tendência futura, creio ser, a cada vez maior dissolução do próprio conceito de União Civil. E acho mesmo que o Casamento, como instituição Civil, deveria ser abolido. (...) Qualquer um pode fazer um testamento declarando como herdeiro quem ele quiser! Não é preciso ser "casado" para isso. O único problema restante é o da moradia. Isso poderia ser resolvido, tanto no caso de casais heteros ou homos, com um simples contrato de propriedade misto, colocando as duas partes com direitos iguais. (...) "estados civis". São, hoje em dia, uma inutilidade que só serve para atrapalhar. E aí, como se não bastasse a dificuldade que vai ser esse processo de eliminação desse dinossauro institucional, ainda me aparece propostas para ampliá-lo ainda mais!"
Mais de uma década depois após a tardia e recente vitória simbólica do Casamento Homossexual nos EUA, vejo na Carta Capital, após louvá-la, o seguinte:
"O verdadeiro avanço civilizatório, inclusive, não seria o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas a própria extinção do casamento civil. O Estado deveria se limitar a criar regras nas relações patrimoniais entre as pessoas, sem interferir nas opções amorosas ou sexuais de cada um, ou seja, na forma como seres adultos estabelecem suas relações afetivas, que são de domínio eminentemente privado. A extinção da figura do casamento civil é o verdadeiro debate para se atingir uma forma de convivência social mais civilizada e para se preservar a verdadeira liberdade individual de opção afetiva e erótica."
Que é claro, não passa de macacaqueamento de opiniões norte americanas, como as manifestadas em
The Nation - What's Next to LGBT Movement? que propõe basicamente a mesma coisa.
A diferença é que minha antiga ideia era passar direto para o fim da União Civil, enquanto as sapiências aí defenderam primeiro a extensão desta para os homossexuais, para DEPOIS defender sua extinção!
Minha justificativa para o fim da União Civil era que a evolução do divórcio livre (emenda 09/1977, Constituição de 1988, Código Civil de 2002), em especial a equiparação das uniões estáveis ao casamento civil em comunhão parcial de bens, a União Civil teria virado apenas um imbróglio burocrático não fosse o valor cultural que é depositado na mesma pela população. Agora, após o golpe final da emenda 66/2010, dentre os quais temos o fim das mudanças de sobrenome, o último diferencial prático foi extinto.
Mas hoje digo que o apego popular ao casamento civil se explica por ser este a versão secularizada de um ritual religiosamente demarcado, além da necessidade de um rito de passagem endossado não apenas pelo costume, mas por algo mais sério que um mero acerto informal entre as partes. Aquele aval que em sociedades mais primevas é mantido pela força e coesão cultural e simbólica que supera em muito a burocracia estatal das civilizações mais desenvolvidas. Como diz um surpreendentemente bom artigo de Frederick Hertz no Huffington Post "...casais do mesmo sexo estão mais interessados no simbolismo social e aceitação da comunidade concedidos pelo casamento, em oposição aos "frios" benefícios técnicos da parceria estável ou união civil."
Tal simbolismo cultural fez o casamento durar mesmo quando muitos apostavam em sua extinção espontânea, e foi só quando notaram que o mesmo não iria desaparecer tão cedo que a campanha pelo casamento homossexual se articulou de forma política efetiva. Ou seja, enquanto o casamento era complicado e trabalhoso, os movimentos homossexualistas não estavam assim tão interessados. E o conquistaram quando, para praticamente todos os efeitos, ele já não significa mais nada. Há vários recursos civis que permitem dispensá-lo totalmente.
Lembrando que eles já podiam se casar antes. Temos exemplos de casais do mesmo sexo vivendo juntos há décadas, mesmo antes dos movimentos LGBTT, plena e amplamente reconhecidos por várias comunidades, ainda que existam rejeições e preconceitos locais.
Por que tanto barulho, e tantas cores, então?
Porque aquilo que os conservadores vem dizendo há mais de meio século sobre tudo fazer parte de um ataque sistemático à família tradicional é pura e simplesmente verdade! No supra citado link do The Nation isso é admitido abertamente por apoiadores da causa feminista e LGBTT, pelo que se deduz que toda essa luta foi simbólica e cultural, visto que no plano legal formal o casamento já foi desmantelado. Era necessário então invadir o espaço simbólico. A famosa "ocupação de espaços", e isso é Todos os Espaços Concebíveis.
Em duas ou 3 décadas, a não ser que ocorra uma contra revolução cultural, nem mesmo esse simbolismo terá mais qualquer valor. A única forma de ainda conferir uma aura de importância ao casamento será nas comunidades mais religiosas, e por isso mesmo várias iniciativas já começam a se mover para obrigar até mesmo pessoas religiosas tradicionais a aceitar o casamento homossexual ou sofrer punições legais. (Ex:
1,
2,
3 e
4, em inglês, e AQUI um artigo em português que comenta estes e vários outros casos.)
O resultado será o fim prático da instituição que perdurou por milhares de anos e que sustentou toda a história da civilização, fragilizada ao ponto da irrelevância. Afinal, como diria o Irmão Carmelo>, para evitar o "casa-separa-casa-separa", melhor não casar!
E a quem isso realmente interessa?
Pergunte a quem detém o poder e que fomenta toda essa cruzada. Praticamente TODAS as Megacorporações internacionais bilionárias que manifestam escancaradamente seu apoio à causa, controladas por Oligarquias riquíssimas que, curiosamente, são a expressão máxima das famílias tradicionais perfeitamente estáveis, nas quais jamais se verá um único casamento homossexual.
As evidências de financiamento de grupos econômicos sempre dão algum trabalho, por serem algo que em geral os financiadores e financiados preferirem manter discreto. Como irão manter a ilusão de que são lutas heróicas de grupos oprimidos contra toda uma sociedade opressora? Ainda mais quando estão associados à Esquerda. Mas temos alguns exemplos claros aqui.
Ford Foundation "Search Site" LGBT Rights Grants
20 Foundations and Trusts that fund LGBT programs
22 LGBT Organizations You Need to Know
Neste último, dirija-se a cada um dos sites e procure a seção de doações (donate / support). Em muitas há opções regulares de doações que podem passar de 25 mil dólares. E muitas vezes há detalhamentos em PDFs um tanto discretos. Nesses detalhamentos pode-se ver o montante movimentado, não raro de milhões de dólares anuais, e em alguns poucos há os parceiros explicitados.
7 de Julho
Em 1897, a "House of Representatives" (equivalente à Câmara dos Vereadores) do estado de Indiana, nos EUA, propôs uma estranha lei baseada numa suposta descoberta matemática que acreditava ter resolvido o clássico problema da Quadratura do Círculo (que partindo de um quadrado de área conhecida, tenta construir um círculo de idêntica área usando recursos e passos simples), o que no entanto é reconhecidamente impossível.
Oferecendo essa novidade como isenta de royalties para o sistema educacional local, ela propunha certas correções matemáticas com consequências bizarras, entre as quais arredondar, por força de lei, o valor de PI para 3,2. Graças a intervenção de matemáticos, em especial Clarence Abiathar Waldo (1852-1926), a lei não foi aprovada, pelo reconhecimento irônico de alguns representantes de que não cabia à Casa decretar verdades matemáticas.
Por sorte eles não tinham em seu meio alguém como Eduardo Cunha, que com sua incrível habilidade e recursos teria sido capaz de reapresentar o projeto com algumas variações até que, pela força do lobby, fosse enfim aprovado, se não para "enquadrar o círculo", ao menos para eliminar a incômoda diferença entre círculos e quadrados, ou para deixar o valor de PI como 3 exato, como é sugerido na Bíblia em I Reis (7:23) e II Crônicas (4:2), mostrando assim que para Deus tudo é possível.
2 de Julho
Costumo com muita frequência ter a sensação de que perder a apreciação de uma bela noite enluarada é, de alguma forma, perder um pedaço importantíssimo da vida. Chego a ter sensações de culpa por não ter podido apreciar a Lua, e o luar, por mais tempo. Como se em breve um cataclismo cósmico viesse arruinar essa nossa bela configuração astrofísica condenando noites como essa a coisa do passado.
As vezes penso em criar um religião só para me obrigar a contemplar o luar, religiosamente, ao menos sempre que for visível.
Essa foi mais uma das minha reflexões lunares, tais como as de 14 de Julho de 2014 e
21 de Abril de 2015.