30 de Julho
DIAS DE INTOLERÂNCIA
IMPORTANTÍSSIMA Pesquisa sobre o fenômeno social dos linchamentos. Possivelmente inédita numa série de pontos, até pela dificuldade em encontrar dados sobre tais crimes nos registros policiais e ainda mais nos jurídicos, uma vez que praticamente ninguém jamais foi condenado por isso, mesmo quando causam a morte de inocentes.
Há um detalhamento especial em 50 casos recentes ocorrido há menos de um ano, com um total de vítimas de 53 homens e Duas mulheres, a maioria inocentes ou de culpabilidade duvidosa.
Vale lembrar que apesar de ter havido algumas repercussões anteriores desde os infelizes comentários de Rachel Sheherazade, parece que a morte da mãe e dona de casa Fabiane Maria de Jesus, única que foi linchada sob suspeita de "bruxaria", teve importância crucial em desencadear algumas mobilizações a respeito do assunto.
25 de Julho
Sobre um post a respeito da não reprodução com propósito de preservação ambiental
No começo achei uma bobagem, por mais que eu seja fã do Bruno Zanelli (Clarion), ele fala besteira de vez em quando, como qualquer ser humano. Mas até que no final o discurso conseguiu uma salvação parcial. O erro não está na ideia em si, que me parece correta, de que a não reprodução preserve o meio ambiente. Claro que preserva! E é perfeitamente coerente que essa abstenção em si inegavelmente representará uma economia de recursos muitíssimo maior do que qualquer outra atitude.
Os problemas são outros.
1 - Atos isolados como evitar consumismo, usar produtos recicláveis e tomar outras atitudes ambientalmente amigáveis (e sempre vou lembrar que uma das mais simples e relevantes é simplesmente parar de gastar papel), são todos atos de sacrifício. Isto é, seria mais cômodo não se importar com isso e usar os recursos de forma indolente. Por outro lado, Não Ter Filhos não é sacrifício algum, pelo contrário. E aí o "heroísmo" da atitude despenca, pois os demais de fato fazem um esforço em prol do que acreditam, enquanto estes apenas unem o "útil" ao "agradável" e ainda posam de conscientes quando na verdade não passam de preguiçosos. E da mais extrema preguiça. Pois ter filhos dá, e tem que dar, trabalho! Muito mais do que fazer economias supostamente ecológicas.
2 - Achar que a preservação ambiental esteja acima da existência humana. É claro que devemos ser cuidadosos com nossos recursos naturais e seria completamente estúpido que não atentássemos para o fato evidente de que um meio ambiente equilibrado é não só verdadeiramente útil quanto agradável a todos nós. Mas ISSO SÓ FAZ SENTIDO se for em nome do Bem Estar Humano, visto que a Humanidade é o Único e Primário Fundamento de qualquer sentido concebível (ou, para teístas, o único caminho para que tal sentido chegue ao mundo). Achar que devemos minimizar a experiência humana em nome do meio ambiente não passa de uma estupidez, porque na natureza nada há que se importe com isso. Animais só não destroem o equilíbrio ecológico por fraqueza, não por virtude. Dê superpoderes a uma espécie qualquer e ela se espalhará por todo o globo consumindo tudo sem nenhum tipo de "consciência ecológica". (Só o Agente Smith acredita nessa baboseira de equilíbrio ecológico instintivo!)
A Vida não é ambientalmente correta! A Consciência Humana que o é!
23 de Julho
Finalmente consegui sintetizar o problema do filme MALÉVOLA, que havia me incomodado mas demorei a decifrar o porquê.
É que tradicionalmente os Contos de Fada trabalham com a oposição entre um Feminino MALIGNO, sempre Ativo, e um BENIGNO, que pode ser Passivo ou Ativo.
Originalmente:
MALÉVOLA é o Feminino Maligno;
AURORA o Benigno Passivo;
e as FADAS o Feminino Benigno Ativo.
Apesar das Fadas terem sido reduzidas a 3 Patetas inúteis, foi interessante a inversão da personagem principal que faz a transição do Feminino Ativo Maligno para Benigno Ativo. Também gostei da noção de que o "Amor Verdadeiro" como sendo profundo e Filial invés de precocemente Romântico.
Mas o problema é que a inversão de gênero não foi completa, pois SÓ EXISTE O MASCULINO MALIGNO!
No original os personagens humanos, em especial o Príncipe, não passam de joguetes passivos numa disputa entre Malévola e as Fadas, mas ao menos ele ainda guarda alguma aparência simbólica em termos de Masculino Benigno Ativo.
Na nova versão nada disso restou, pois os personagens masculinos, o Príncipe e o Corvo, mal tem sequer a aparência de masculinidade. Assim, o Feminino Maligno se redimiu no Benigno, mas o Masculino é MAL Puro!
Coisa cujo reverso equivalente JAMAIS aconteceu nos Contos de Fadas Clássicos.
Se compararmos com 'Branca de Neve e o Caçador', por exemplo, notaremos que as inúmeras alterações não afetam a dinâmica simbólica apesar de haver algumas inversões.
Na versão original temos:
Feminino Benigno Passivo - Branca de Neve
Feminino Maligno Ativo - Rainha Bruxa
Masculino Benigno Ativo - Os Anões
Masculino Benigno Passivo - O Príncipe
Não há Feminino Benigno Ativo e temos o caso do Soldado enviado para matar a Branca de Neve, que seria o Masculino Maligno, mas ele se converte para Benigno e a deixa escapar.
Já na nova versão, ocorreu que o Masculino Benigno Ativo foi deslocado dos Anões para outros homens em especial o Caçador, e surgiu um Masculino Maligno marcante na figura do irmão da rainha.
A "inversão de gênero" no caso é que Branca de Neve ganhou uma dimensão Ativa. Mas apesar de todas essas alterações, a essência arquetípica não foi afetada. Continua havendo a prevalência simbólica do Bem sobre o Mal e os arquétipos Feminino e Masculino foram conservados ainda que com alterações dinâmicas.
O final de Contos de Fadas deste tipo sempre é a união simbólica do Masculino e Feminino Benignos, que na verdade, em seu sentido mais profundo, representa a união interna dos aspectos Masculino e Feminino em cada pessoa.
Malévola, o filme, destrói isso praticamente igualando o Feminino ao Bem e o Masculino ao Mal, eliminando então a única dinâmica realmente real, que é do Masculino e Feminino, uma vez que a dinâmica Bem e Mal é na verdade ilusória, visto que o Mal não tem essência, sendo apenas a carência de Bem, ao passo que Feminino e Masculino são essências primordiais. A verdadeira dualidade harmônica original.
O resultado é espantosamente maniqueísta.
15 de Julho
CHEGA DE ESPERAR! Chega de me dedicar exclusivamente a temas ingratos e desagradáveis. Já passou da hora de retomar a mais grata e bela atividade deste site.
A FICÇÃO CIENTÍFICA! Por isso publico meu novo Livro Virtual de FC.
E isto é só o recomeço. Após quase 2 anos sem nenhuma publicação do gênero, não vou mais me permitir postergar meus inúmeros projetos literários. Nesse exato momento trabalho em outros textos do Universo DAMIATE e alguns Contos diversos. Não tenho previsão de publicá-los mas garanto que não demorarão o mesmo e vergonhoso montante de tempo.
GRIDVENCE vem para inaugurar uma nova fase. Sem querer abandonar os espinhosos e polêmicos temas que até custam admiradores e amizades, preciso minimizá-los e voltar a me concentrar em meus mundos internos, onde o ficcionismo e a especulação filosófica são mais livres, autênticos e enriquecedores. É dessas viagens que retiro a maior parte de minha força, misturando da forma mais harmoniosa possível a Razão, a Emoção e a Intuição, pois nada é mais Real que nossas Fantasias.
E não vou parar por aí. Esse site, em especial essa página principal, vai mudar radicalmente, como espero já tenha sido notada algumas mudanças. Pretendo promover uma separação maior entre os temas polêmicos e mundanos e a parte sublime da especulação filosófica e da Ficção Científica.
14 de Julho
Quase todos dizem apreciar ver a Lua, especialmente a Lua Cheia, mas poucas pessoas parecem sequer se preocupar em ver aquilo que a Lua nos mostra. Poucos apreciam o Luar.
Não basta olhar para cima e fitar indefinidamente nosso satélite natural refletindo a luz solar, é preciso ver a luz da Lua iluminando as coisas, e isso poucos fazem, e aliás, poucos podem fazer. Não vivendo numa cidade onde a constante iluminação artificial dificulta até mesmo a visualização das estrelas.
Tenho o privilégio de morar num local que é um dos melhores de Brasília para se ver um luar. Ao apagar todas as luzes do terreno, ficamos totalmente isolados de iluminação externa, e é possível observar as coisas banhadas por aquela pacífica e suave luz branca que, nas noites de Lua Cheia mais claras, permite observar detalhes e dispensa por completo o auxílio de qualquer iluminação artificial.
Por isso, quando vejo iniciativas públicas como rituais ou meditações da Lua Cheia sob postes de iluminação elétrica completamente dispensáveis tenho essa sensação de ser literalmente um lunático, por ser dos poucos, se não o único, que parece perceber que uma noite de Lua Cheia nos permitiria economizar uma fortuna de energia elétrica se houvesse o mínimo de sensibilidade para essa realidade natural.
Tudo bem olhar para a Lua, onde podemos ver algumas coisas. (Eu sempre vi um coelho) Mas assim como o Sol nos permite mais ver do que ser visto, a Lua também nos revela um mundo noturno, lunar, sob nossos pés, iluminando uma terra com tons que a luz solar ou a artificial jamais poderia fornecer.
Há algum mistério relevado nisso. Uma sensação de conexão com alguma realidade oculta da natureza que infelizmente não é percebida pela maioria.
Serei o único capaz de percebê-lo?
10 de Julho
Acho que acabo de encontrar o melhor blog de crítica de cinema que existe.
Crítica (non)sense da 7Art
Me impressiona, também, pela enorme quantidade de filmes que nunca nem ouvi falar, e por ser escrito para quem gosta de ler, e de pensar. A autora deixa claro que escreve longamente, pois
"Textos longos são motivados pelo meu gosto pela escrita e como forma de “subverter” as regras sociais – ou seja, de insistir em fazer “do meu jeito” ainda que não seja o que a imprensa em geral faça com textos cada vez mais curtos e sem conteúdo ou o que a internet “tradicional” diga que se deva fazer (igualmente com a desculpa de “escrever menos para facilitar a leitura”). Sempre achei que quem busca informação, conteúdo e qualidade não irá se importar de ler grandes textos."
9 de Julho 21:44
POR UMA VIDA TRAGICÔMICA
Nada parece aproximar mais as pessoas que o sofrimento. Empatizar com a dor de alguém nos faz desejar-lhe o bem genuinamente, sem um interesse em contrapartida. Em um velório, mesmo aqueles parentes que se evitavam há muito tempo costumam ser sinceros ao se abraçar, pois a tragédia, ao despertar a percepção de nossa fraqueza, nos faz ver que a quase totalidade da coisas que nos preocupam diariamente são fúteis.
Mas basta a dor passar para que as mesquinharias voltem a levar a melhor sobre nossos sentimentos, e o amor sincero que uniu pessoas num momento difícil adormece para dar lugar a tolices que se arvoram de grande importância.
É por isso que deveríamos manter sempre algum grau de sentimento trágico na vida. Ter sempre em mente que a vida é frágil e breve, e que o revés pode nos atingir a qualquer momento. Você daria importância a picuinhas se soubesse que morrerá amanhã? Ou perderia seu tempo com aquelas diferenças insignificantes com uma pessoa próxima se soubesse que ela morrerá em breve?
Mas apenas esse senso trágico nos levaria a um pessimismo, e uma vida deprimida pode ser mais deletéria que uma vida insensível. Então precisamos sempre temperar esse senso trágico por um fascínio complementar que nos faz ver que se nos entristecemos pelas tragédias é porque perdemos, por um momento, coisas que normalmente temos de sobra.
Há muitas coisas belas e totalmente gratuitas na vida que podem ser vividas a qualquer momento e só não são mais evidentes exatamente pela falta de percepção de um senso trágico que, por contraste, as faria mais aparentes. Portanto aproveite tudo o que há de bom, sempre haverá algo. Fascine-se pelas inúmeras maravilhas e tenha curiosidade pelo mistério, sem jamais perder de vista que eles são dádivas por sorte mais frequentes que a tragédia.
E sobretudo, cultive o senso de humor. Não só de beleza, mas de riso, devemos viver. A vida não pode ser só uma comédia, e nem só uma tragédia. Por isso devemos ter sempre em mente que vivemos uma vida tragicômica, que alterna o bom e o ruim, num contraste que nos permite ver aquilo que, sem o oposto, seria invisível.
9 de Julho 16:51
Tendo visto novamente o filme ELA (Her) de Spike Jonze (baixado da web após não suportar a interminável espera de poder comprá-lo em Blu-ray, o que ainda farei), tive ainda mais percepções sobre o filme, e encontrei essa ótima crítica sobre o mesmo.
A autora foi até mais longe do que eu em alguns pontos, e a considero o melhor escrito sobre essa obra prima que já achei até agora. Lembrando que a minha está em Pensando nELA.
É vergonhoso admitir que eu sequer sabia que Alan Watts foi um filósofo real, e não um personagem fictício do filme, como pensei, e o conteúdo da obra dele já está me cativando. Não é pra menos que o filme é tão bom. Soube se inspirar.
Mas entendo porque mesmo sendo um filósofo e tendo passado boa parte da vida estudando filosofia inclusive academicamente, eu nunca tinha ouvido falar deste pensador.
Ele não é canônico por ser desviante do padrão, frequentemente limitado, da academia.
8 de Julho
Questão para reflexão:
Porque num mundo onde existe toda uma vasta rede Governamental, Jurídica, Policial e Militar que condena e combate insistentemente o Crime Organizado, Terrorismo, Tráfico de Drogas, Corrupção, Lavagem de Dinheiro etc...
Existe AO MESMO TEMPO uma vasta rede internacional bancária de Paraísos Fiscais que tem como praticamente única função viabilizar os mesmos Crime Organizado, Terrorismo, Tráfico de Drogas, Corrupção, Lavagem de Dinheiro etc, e sem a qual os mesmos seriam impraticáveis?
Este texto responde. Os Super-Ricos e os Paraísos Fiscais - A Elite não paga imposto e a gente faz que não vê.
Apesar do começo meio confuso, o texto logo flui com clareza, e apesar de ser longo merece ser estudado com atenção. Faz toda diferença para quem se interessa honestamente sobre o assunto.
Mas adiantando a resposta, é óbvio que tais redes bancárias existem para o deleite dos grandes milionários e bilionários, que se safam de pagar impostos e maximizam suas fortunas no maravilhoso mundo do capital global desregulado. O que, convenhamos, é praticamente indistinguível do Crime Organizado e da Lavagem de Dinheiro.
4 de Julho
Após divulgar a petição ONU: Inclua a Família,
seguiu-se uma VASTA DISCUSSÃO que merece ser lida.