COACH IDEOLÓGICO! - Ajudando você a escolher seu lado!
Cá estamos também em guerra. O clangor da batalha de narrativas tornando o Facebook brasileiro um verdadeiro campo bélico onde pretensos heróis e exércitos se defrontam com suas armas retóricas, dialética ou poéticas. A maior parte, porém, patéticas.
A mim, sempre muito menos importou O Quê se defende, e mais O Como essa defesa é feita. O problema não é defender um lado, é fazê-lo de forma contraditória, contra producente, contra os próprios interesses.
Todos tem o direito de escolher uma ideologia de acordo com suas sensibilidades mais profundas, pois algumas pessoas tem personalidade mais gregária, outros mais independentes, uns mais comedidos, outros mais ousados, uns crendo que o pilar basilar deveria ser a fraternidade, a igualdade ou a liberdade.
Mas essa escolha deve ser consciente e justificada, portanto, é preciso ao menos saber o que se está defendendo. Portanto, aqui vai o mapa ideológico básico do alinhamento aos lados em questão.
Se você é totalmente liberal tanto na economia quanto nos costumes, sendo entusiasta de "Estado Mínimo", "Trickle Down Economics", Privatizações e gostou de todas as últimas "reformas" aplicadas pelos governos Temer e Bolsonaro, e AO MESMO TEMPO, também apoia pautas LGBT, Feminismo, Ambientalismo e todos os politicamente corretos do momento, então, não há o que discutir: SEU LADO É EUA E OTAN!
Por outro lado se você é contra tudo isso, também não há dúvida: SEU LADO É RÚSSIA, pois permitir o avanço da OTAN e da UE necessariamente significa apoiar todo o exposto acima.
Mas, se você apoia apenas um dos lados dessas bandeiras, só a parte econômica ou só a parte cultural, além das implicações políticas e sociais, então assuma uma postura mais neutra, ou ao menos um apoio parcial onerado por críticas pontuais. Em suma, não se empolgue com lado algum e fique de olho em ambos.
Porém, O MAIS IMPORTANTE é ter em mente um fato inequívoco. ISSO NÃO É UMA GUERRA DO BEM CONTRA O MAL, nem mesmo da Liberdade contra a Tirania nem da Democracia contra a Ditadura e etc, até porque tudo isso não passa de formas menos boçais de expressar o mesmíssimo maniqueísmo tentando não parecer infantil.
E também tenha em mente outra coisa. A questão Ucrânia e Rússia é antiga, envolvendo fatores étnicos e históricos mais antigos que a descoberta do Novo Mundo, e é absolutamente óbvio que Putin tem como pretensão fortalecer a Rússia com vistas a recriar o Império Russo.
Mas enquanto ele faz isso no seu território natural, os EUA tem como pretensão dominar o planeta inteiro! E isso não é exagero. Basta ter uma noção mínima dos conceitos de Destino Manifesto, Excepcionalismo e Novo Século Americano. Eles jamais se satisfarão com outra coisa que não a dominação global completa. Embora no momento estejam em decadência.
Você pode até achar que isso seja uma boa ideia, e defendê-la em algum sentido. Só não finja que não seja o caso.
Como alguém que não tem qualquer afetação sobre o assunto, não vejo problema em alguém tentar contextualizar, relativizar ou até justificar a ideologia proscrita, agora, negar que a Ucrânia tenha se destacado mundialmente pelo crescimento e força do neonazismo é atitude absolutamente indigna de respeito.
Esse assunto já é largamente noticiado e debatido há quase uma década, desde documentários sobre movimentos como Batalhão Azov, Pravy Sektor, o partido Svoboda e até um tal de Misantropic Division, até as votações contrárias da Ucrânia nas resoluções de criminalização do Nazismo na ONU, em geral somente acompanhada pelos próprios EUA.
A internet está repleta de material sobre isso, há dezenas de vídeos no YouTube, matérias das mais diversas revistas e jornais da grande mídia, uma infinidade de sites e a própria Wikipedia fornece uma vastidão de links sobre o tema. É só usar qualquer site de busca!
Até a Sara Winter contribuiu com isso na época do "Ucranizar o Brasil", que foi tão badalado para substanciar ainda mais as acusações de nazismo ou fascismo contra Bolsonaro.
Numa época onde até YouTuber ancap foi defenestrado por tocar no assunto, e onde se vê suásticas até em logomarca de supermercado, é INACREDITÁVEL que alguém tenha a suprema desfaçatez de fingir que a Ucrânia não seja hoje o maior celeiro mundial do neonazismo.
Isso não pode ser só ignorância, é canalhice mesmo!
Concordo que a Rússia mereça sofrer algumas sanções econômicas, mas DESDE QUE SEJAM AS MESMÍSSIMAS que os EUA receberam por terem invadido o Iraque contra a resolução da ONU alegando que tinham provas da existência de armas de destruição em massa e ligações com a Al Qaeda, para depois admitir não apenas que não havia, mas QUE SABIAM QUE NÃO HAVIA, deixando um saldo de meio milhão de mortos!
Portanto, essas mesmas sanções estariam de bom tamanho. Alguém lembra quais foram?
Toda a cisão ideológica do Século XX, em especial após a Segunda Grande Guerra, pode ser resumida numa polarização entre a primazia do Poder Político contra a do Poder Econômico.
No Oriente, predomina o tradicional Poder Político, com líderes fortes e plenipotentes que efetivamente estão mesmo na liderança de seus países, exercendo notória autoridade e assumindo a responsabilidade por seus governos.
No Ocidente predomina o "novo" (uns 3 séculos) Poder Econômico, onde os presidentes e 1° ministros não passam de marionetes de oligarquias financeiras que estão perpetuamente no verdadeiro poder, exercendo autoridade real, e velada, enquanto se isentam de qualquer responsabilidade pelos desmandos que praticam.
Para legitimar um sistema de governantes descartados regularmente independente de seu desempenho, de modo a jamais terem seu verdadeiro poder econômico desafiado por qualquer poder político real, a Plutocracia (o governo oculto) inventou a ficção da "democracia liberal".
Nesta, apesar da maioria de nós considerarmos nossas eleições suspeitas, pra dizer o mínimo, nosso judiciário e parlamentos corruptos, nossa burocracia odiosa e nossa grande mídia um antro de fraudes e depravação, basta rotular tudo isso com o nome de "democracia" e voilá! Temos uma vaca sagrada a ser adorada num altar e pela qual estamos dispostos a sacrificar qualquer coisa.
De certa forma, é análogo a termos uma teocracia notoriamente pérfida, autoritária, depravada e injusta, mas, basta dizer que tudo se faz em nome de Deus, e pronto! Está justificado.
Por isso é tão difícil esperar qualquer senso de realidade da imensa maioria da grande mídia e dos que se metem a opinar sobre o assunto do momento pelo prisma liberal, pois estes foram criados num contexto cultural onde é perfeitamente legítimo um país se auto proclamar dono do mundo e promover ataques, invasões e genocídios em todos os cantos do globo, mesmo contra países que seus cidadãos nem sabem onde ficam, e justificar isso em nome da democracia, da liberdade e dos direitos humanos.
E é a essa "autoridade moral" à qual recorrem para julgar qualquer dos ancestrais poderes políticos do mundo que não aceitam se submeter ao poder econômico com sede em um único país, ou nuns poucos países, apesar de por essência serem transnacionais e com pretensões globais.
Mais de 90%, para ser generoso, de tudo o que se diz sobre o assunto é, com o perdão da palavra, lixo! É como dar atenção aos devaneios de quem outrora acreditava piamente que trucidar populações indefesas a suposto mando divino, e infligir torturas hediondas contra suspeitos de bruxaria, é justificável em nome da salvação das almas.
Com a diferença de que estes jogavam qualquer possibilidade de testar definitivamente suas crenças para o além vida, enquanto todos nós podemos, todos os dias, ver com os próprios sentidos o vazio de nossas promessas de liberdade e democracia, tentando empurrar sobre outros povos aquilo que nós mesmos detestamos enquanto fingimos não acreditar que líderes longevos em seus países sejam realmente admirados e apoiados por suas populações. Pois basta aplicar-lhes o rótulo oposto, de ditaduras, para que todo nosso ódio irracional a eles seja justificado.
Portanto, se você é dos poucos a se dar conta do grau de insanidade em que nós metemos, e que não tem como não ver o grau de miséria moral de nosso paradigma ideológico vigente...
Enfim, a Rússia decidiu fazer agora, como sempre na sua vizinhança, mais 1 ou 2% do que os EUA vem fazendo no planeta inteiro há 77 anos pra contar só do pós Segunda Guerra.
Prevejo, porém, que o choque, desespero e choradeira da mídia liberal se dará na proporção inversa.
PS: Bolsonaro parece mesmo um azar ambulante. Onde o cara passa prenuncia alguma desgraça.
Aproveitando a paranoia do momento que vê Nazismo em tudo, por onde anda aquela rapaziada esperta para esnobar conhecimento em cima dos panacas mostrando que a suástica é um símbolo multi milenar presente em diversas tradições espirituais?
Já sabemos o que Bolsonaro ganha pessoalmente com sua viagem à Rússia. Sua militância irá repetir por toda e eternidade que ele salvou o mundo da Terceira Guerra Mundial, o que, convenhamos, cai perfeitamente bem à dimensão mitômana tresloucada do Bolsonarismo.
Também sabemos o que Putin, e a Rússia, ganham com isso, pelo simples fato de ao menos simbolizar, se não um apoio do Brasil, ao menos uma mensagem de normalidade num momento onde os EUA há um mês dizem todo dia "Ucrânia Invadida Amanhã."
E o Brasil, de um modo geral, também ganha pela manutenção do laço com o BRICS e até por passar uma mensagem de firmeza perante uma situação de aparente crise. Ou, na pior das hipóteses, nada muda.
Só quem sai perdendo é a narrativa apocalíptica dos EUA e da OTAN desesperados para arranjar mais um conflito onde justifiquem suas incessantes sanções econômicas e queima de estoque de seus arsenais e contratos militares bilionários, na vã tentativa de minimizar sua decadência em termos de prestígio e hegemonia mundial.
Eu suma, não há do que reclamar. Por mais anti-bolsonarista que eu seja, desta vez Bolsonaro está fazendo o que todo governo minimamente sensato faria: não cancelar uma viagem previamente marcada há meses porque um bando de farsantes insistem em forjar uma guerra fictícia.
Só tem que ficar de olho numa possível False Flag.
É divertido imaginar bolsonaristas assistindo esse depoimento e tentando achar alguma diferença entre seu liberalismo e anticomunismo toscos e as posições do George Soros que eles consideram quase um anticristo.
Nesta LIVE, irei discorrer sobre a famosa Escala Kardashev de desenvolvimento tecnológico (que mede aproveitamento de energia), muito comentada por entusiastas da Ficção Científica, bem como comentar sobre outras escalas como as sugeridas por Carl Sagan (domínio de informação) ou John Barrow (domínio microdimensional).
Por fim, apresentarei minha própria concepção de medir o desenvolvimento científico tecnológico de uma civilização, baseada na capacidade de manipulação da natureza a níveis infraestruturais.