Compilação de posts sobre

Originalmente publicados no Facebook

Marcus Valerio XR

20 de Maio de 2015

Fãs Ameaçam Abandonar GAME OF THRONES Caso Persistam Cenas de Violência Contra A Mulher

Começo a gostar da piada de que é tudo culpa do movimento anti manicomial, pois a única atitude sensata com relação a esse tipo de gente seria a internação num hospício! Não fosse o fato de estarmos falando de pessoas em cargos políticos e empresariais elevados.

Assassinato em massa, chacina, decapitação, mutilação, tortura, castração e etc contra homens NÃO TEM PROBLEMA ALGUM! Até mesmo crianças jogadas da janela ou queimadas, ou bebês serem abandonados na neve TAMBÉM ESTÁ OK.

Mas estupro de mulheres PRIVILEGIADAS (rainhas e princesas) por seus próprios maridos ou amantes onde sequer houve qualquer tipo de sequela física, ISSO NÃO PODE!!! Mesmo numa série de ficção onde o ato sequer está sendo bem visto, pelo contrário, sobrando críticas aos estupros que são perfeitamente análogos aos que sempre ocorreram na realidade!

Isso é o resultado da psicopatologia social chamada Feminismo, em especial seu subproduto, o Estuprismo.

Mais informações em Desisto de Game of Thrones, diz Senadora dos EUA após Polêmica.

Game of Thrones é uma série cujo alto grau de violência, compatível com a ambientação fantástica estilo "medieval", é muito realista, sendo uma retratação bastante coerente de como seria um mundo como aquele.

Entre cenas horrendas de mutilação, tortura e castração de homens, tivemos uma onde uma mulher grávida foi esfaqueada no ventre, com o objetivo deliberado de abortar o herdeiro do Rei do Norte. Nem isso gerou qualquer comoção notável. (Muito menos de defensores obstinados do aborto).

Diante disso, ver pessoas que se chocam com cenas NÃO EXPLICITAS de estupro, (que na ambientação da série tal como em quase toda a história humana nem sequer eram crimes por serem dentro do matrimônio) a ponto de achar que a série merece um boicote, não pode ter outro nome do que INSANIDADE! E isso sendo benevolente.

Neste texto também vemos a senadora chamar de estúpida a cena de combate entre Jamie Lannister e Broon contra um grupo de garotas que tinham como objetivo assassinar uma jovem inocente. Também achei a cena ruim, visto que moças esmirradinhas lutam de igual pra igual contra guerreiros altamente habilidosos, e sem sofrer sequer um arranhão, algo inédito em qualquer das cenas de combate da série.

Mas pode apostar que não foi isso que incomodou a senadora.

2017

14 de Agosto, 21:24

Game of Thrones teve uma audiência de "apenas" 2,22 milhões de espectadores nos EUA em seu episódio de estréia, mas foi crescendo contínua e progressivamente até atingir 10 milhões nos episódios mais recentes. Mais informações em Game of Thrones - Audiência (Wikipedia).

Só que a mesma série também é A MAIS PIRATEADA de todos os tempos! A conclusão, portanto, é óbvia. NO MÍNIMO, nem esta série nem qualquer outra corre qualquer risco devido a pirataria e É QUASE CERTO que seja o contrário. A melhor forma de explicar um crescimento tão rápido da audiência é justo o fato de que uma vez tendo perdido um episódio, os espectadores recorrem à pirataria e com isso tomam gosto pela série e ficam mais animados para acompanhá-la pelos meios legais.

O que quer que a pirataria tire de audiência e lucro por um lado, devolve por outro com bônus, e ainda forçou as produtoras a desenvolver serviços baratos e eficientes como o NETFLIX. Não é a toa que as produções de cinema e TV são cada vez mais caras e movimentam cada vez mais dinheiro.

Por isso talvez não exista campanha mais pérfida e hipócrita do que a que tenta criminalizar pirataria digital chegando ao ponto de até mesmo querer equivalê-la a tráfico de drogas, visto ser uma conduta absolutamente sem vítimas. Até porque o assalariado que paga R$5,00 num DVD pirata não iria pagar dez vezes mais se a pirataria não existisse. Ou seja, ela muito mais inclui no mercado, do que exclui, espectadores que antes ficavam de fora.

Projetos de lei como SOPA (Stop Piracy Online Act), PIPA (Protect IP Act) e ACTA (Anti-couterfeiting Trade Agreement) propostos pelo lobby empresarial dos EUA, que prevêem bizarrices como por na cadeia quem faz downloads, confiscar dispositivos eletrônicos de suspeitos e até proibir o acesso à internet de quem sofrer condenações, são uma insanidade que só podem existir na cabeça de sociopatas que elevaram seu fetiche doentio de propriedade virtual (que em geral é usurpada dos verdadeiros autores) acima até mesmo da racionalidade simplista do mero lucro direto.

Já elaborei vasta análise sobre esse assunto, acessíveis por REVOLUÇÃO DIGITAL.

E de qualquer modo, inúteis. O POPCORN TIME (o Netflix pirata), está aí pra quem quiser acessar, oferecendo o download 100% gratuito e em alta definição de Game of Thrones poucas horas depois do mesmo ser exibido na HBO, e já com legendas em vários idiomas! (Embora as vezes demorem para acertar na sincronização.)

Uma legislação só é defensável quando é desejável, ou seja, visa implementar um bem ou reprimir um evidente mal, e quando evidentemente é possível. O combate a pirataria não é um nem outro, pelo contrário.

É nessas horas que testamos a verdadeira capacidade do Mercado de se adaptar a desafios, e nesse caso do universo de entretenimento consegue maravilhosamente!

22 de Agosto, 18:35

Fantasia e Tragédia sobre a telessérie

GAME OF THRONES

(Leves spoilers das temporadas anteriores)

Sem dúvida a série já entrou para a história e estará em qualquer Top 10 das maiores de todos os tempos, mas a grande maioria dos espectadores parece não entender o real motivo de seu sucesso. Ainda é comum muitos apontarem o fato de ser uma série imprevisível, que mata impiedosamente personagens amados, até com toques de sadismo sobre os laços afetivos desenvolvidos com o público.

Só que para quem examina a série (e aqui não me refiro aos livros) com experiência em sagas "mitológicas" de fantasia, Game of Thrones tem sido perfeitamente previsível em sua estrutura básica, sendo as "incríveis" surpresas e reviravoltas nada mais que uma sofisticação do papel dos 'Red Shirts'. Vejamos. Em primeiro lugar, apelando sempre a narrativa da Saga do Herói popularizada nos trabalhos de Freud, Jung, Joseph Campbell, Robert A. Jonhson e outros, é evidente que a série tem seus heróis cativos que desde no mínimo a segunda temporada está evidente que não poderiam ser tirados da estória. Demora um pouco para que fique claro quais são porque no começo há aparentemente vários candidatos e uma certa incerteza sobre a relevância da magia.

Os heróis centrais da trama, hoje está claro, são Jon Snow e Daenerys Targaryen. Esta última porém só emergiu como heroína mítica após seu renascimento simbólico na fogueira, como a Mãe dos Dragões. Já Snow é evidente, para o bom entendedor, desde sempre por reunir todos os arquétipos do herói mítico, como origem misteriosa, aceitação de uma missão numa "terra desolada", evidentes virtudes e competências cavalheirescas etc, e a perda da figura paterna, que no caso também satisfaz seus "irmãos" Robb Stark e Arya Stark.

Esta última, também é claramente uma das sub heroínas fixas da trama, em conjunto também com Bran Stark. E por fim duas outras figuras também emergem como mais controversas mas ainda potencialmente heróicas, como os Lannisters Jamie e Tyrion. Sendo o primeiro mais uma saga de redenção.

A questão é, o que diferencia Jon, Daenerys, Bran e Arya, de Jamie, Tyrion e Robb Stark? Ou mesmo de Eddard Stark, que foi basicamente o herói trágico da primeira temporada?

Principalmente A Magia! Jamie, Tyrion, Robb e Eddard tinham ou tem nenhum ou muito pouco envolvimento com os elementos mágicos da saga, sendo basicamente protagonistas políticos, mas não míticos. Já as estórias de Jon, Bran e Daenerys são indissociáveis dos elementos mitológicos primordiais da série, o Gelo e o Fogo, sendo que Bran cumpre um papel mais místico que heróico, se qualificando para ser um tipo de Mago, que dará suporte ao heróis principais, tal como Sam Tarly também. Arya, por sua vez, também está inteiramente envolvida noutra dimensão sobrenatural da trama, embora paralela.

Ademais, Jon e Daenerys tem a grande missão de revolucionar ou restaurar uma grande ordem mundana. Eliminar a grande ameaça Whitewalker para ele, unificar e pacificar os 7 reinos, para ela. Missões que terminam convergindo. Ao passo que a estória de Arya é mais uma espécie de vingança pessoal.

Jon, por fim, ainda viria a apresentar elementos cruciais para o desenvolvimento do grande herói mítico. O contato com mulheres misteriosas e perigosas, no caso ruivas, um período de exílio, de breve desgraça, de sofrer uma traição e por fim morrer e ressuscitar. Sem contar a revelação sobre sua verdadeira origem. Daenerys se por um lado não é tão óbvia, exceto na "ressurreição" simbólica, é desde o começo uma rainha titular ao Trono de Ferro. Mas até ela tem o contato com a "bruxa", ainda na primeira temporada, a perda do amado e o desafio místico ainda na segunda temporada. Sem contar outros que vieram depois.

Por isso, embora trágico, em nada quebra a estrutura da série a triste morte de Robb Stark, até porque ela já havia sido claramente antecipada a nível simbólico. No momento em que ele se recusou ao sacrifício de se casar com uma Frey, rompendo o contrato com o asqueroso senhor Walder Frey, e colocou seu interesse pessoal, sua paixão, acima do cumprimento de seu dever, ele perdeu a prerrogativa heróica que o caracterizava antes.

Note que isso NUNCA acontece com Jon Snow. Ele está totalmente comprometido com o cumprimento de sua missão. Jamais coloca qualquer interesse pessoal à frente da defesa do todos os reinos e está disposto a qualquer sacrifício, não estando sequer interessado nos benefícios políticos ou nas riquezas que poderia obter disso. Tal qual o santo, não vive Para o mundo, mas Por ele. E isso o torna ainda mais mítico que a própria Daenerys, que cumpre papel mais político.

Portanto, do ponto de vista estrutural simbólico, nada há de imprevisível em Game of Thrones. É uma típica série de fantasia, com sagas heróicas clássicas evidentes e intocadas, só tendo fama de algo exótico graças aos recursos que utiliza para desviar o foco da trama principal. Como dar muita ênfase a personagens secundários, mesmo os 'Red Shirts', sobre os quais falarei depois.

22 de Agosto, 22:03

Mais sobre a telessérie

GAME OF THRONES

(Leves spoilers das temporadas anteriores)

Continuando o tema iniciado às 18:35

Outro motivo pela qual muitos percebem Game of Thrones como uma série "imprevisível" é o fato dela desenvolver mais os tradicionais "Red Shirts", isto é, personagens que são colocados na estória já marcados para morrer, e suas tramas secundárias. Em geral estes não são desenvolvidos. Costumam ser apenas rostos as vezes até sem nomes, e na maioria dos filmes é completamente previsível o que ocorrerá com eles.

Mas Game of Thrones pegou uma boa quantidade desses personagens e não apenas deu nomes e uma breve história. Em alguns casos os desenvolveu extensamente. Dado o fato de que houve demora para que muitos dos protagonistas centrais ficassem evidentes, ao menos nas duas primeiras temporadas ocorreu alguma incerteza sobre a quais recairiam as linhas principais da narrativa. Em especial devido ao fato de que estamos acostumados a achar que estas recairão sempre sobre os interpretados por atores mais famosos, como o Sean Bean.

Só que incertezas iniciais similares ocorrem em praticamente todas as estórias, com a diferença de que costumam durar poucos minutos, e algumas produções recentes até tem se atrevido a violar a expectativa do ator mais famoso, como por exemplo The Cabin in The Woods (2012). Sem contar casos lendários como da série britânica Blake 7 (1978), que pelo jeito sou o único brasileiro a ter assistido, cujo o personagem principal que dá nome ao programa, interpretado pelo na época muito badalado Gareth Thomas, sai de cena na segunda temporada e a série ainda durou mais duas!

Afora esses recursos que realmente impõem algumas surpresas ao espectador, por outro lado, há porém algo de espantosamente previsível em Game of Thrones. Uma regra praticamente inviolável que pode ser resumida no seguinte: "O Que Quer Que Vejamos Ser Planejado, NÃO DARÁ CERTO!"

Simples assim. Os planos traçados sempre furam! Quer sejam detalhados, ou seja uma mera expectativa do que esperamos acontecer. Viserys quis casar sua irmã para ganhar um exército? FAIL! Stannis reúne uma frota para tomar King's Landing? FAIL! Theon promete convencer seu pai a colocar a Casa Greyjoy a favor de Robb Stark? FAIL! Clegane pretende ganhar uma graninha entregando Arya a seus parentes? FAIL! Daenerys e Tyrion esperam ferrar os Lannisters tomando Casterly Rock? FAIL! FAIL! FAIL!!!

Os protagonistas muitas vezes conseguem o que querem, mas sempre com reviravoltas narrativas imprevistas. Por vezes seus planos dão certo? Sim. Mas não os que nós vemos ser apresentados! Foi numa surpresa de última hora que vimos Daenerys conquistar o exército de Imaculados, que vimos Tywin Lannister derrotar Stannis, Littlefinger salvar Snow e seu exército na reconquista de Winterfell ou mesmo os Dothraki e Drogon trucidarem os Lannisters após a tomada de High Garden.

As únicas exceções que me lembro foram: a expedição que Jon Snow comandou além da muralha para eliminar os traidores da Night Watch liderados por Karl Tanner, que tinha inclusive matado Jeor Mormont; e a cura conseguida por Jorah Mormont para e doença Greyscale. Estas apesar de alguns contratempos ocorreram mais ou menos como se esperava.

Mas essa regra tem se mantido mesmo agora quando a narrativa da série claramente está acelerada, correndo em um episódio eventos que antes demorariam vários. Vamos ver que raios vai acontecer no episódio final da temporada.

29 de Agosto

Realidade e Ficção em

GAME OF THRONES

(Sem Spoilers desta vez.)

Prosseguindo o tema continuado em 22 de Agosto.

Concluindo o que eu queria dizer sobre a série há tempos, chamo atenção para o que há de atraente na temática trágica, com morte de personagens para os quais torcemos, causando muitas vezes tristeza, decepção, até revolta contra o autor. Sem entrar no mérito da estética do trágico em si, que abordei em minha tese de mestrado.

A maioria concorda que mergulhar em universos de fantasia é uma espécie de "fuga da realidade", não exatamente no mau sentido, mais um descanso do real. Mas digo que se trata mais da vontade de viver uma outra realidade, da mesma forma como viajar para outros países não é necessariamente uma fuga do nosso, mas apenas a vontade de conhecer um diferente.

É querer, portanto, viver um outro mundo radicalmente distinto. No entanto uma das características mais curiosas do ser humano é confundir o Real com o Ruim. A expressão "bom demais para ser verdade", o problemático discurso do Agente Smith no primeiro The Matrix sobre a rejeição ao paraíso, ou o próprio Mito do Éden sugerem nossa incompatibilidade com a perfeição. O próprio Pessimismo, amplamente abordado por mim na supracitada tese, tem essa característica da preferência do Real em detrimento do Bom, embora digo que seja uma falsa dicotomia.

Assim, obras de conteúdo excessivamente benevolente geram essa sensação de falta se seriedade, de demasiado irrealismo, até infantilidade. Escrever uma obra onde todos são felizes e a justiça funciona com perfeição sem ser enfadonho talvez seja o maior de todos os desafios literários.

Por isso, quando se acrescenta dentro de uma obra ficcional tragédias que desafiam as expectativas previstas da vitória do Bem, o resultado é uma sensação de realismo, pois nosso mundo concreto está cheio de experiências assim. Ele não é verdadeiramente justo, e mesmo quando "fugimos dele" para um mundo de fantasia, uma justiça onipresente na estória termina por ter um efeito alienante, uma dificuldade de realmente mergulhar na estória.

O sofrimento nos aprisiona no real mais do que qualquer outra coisa, e fazer o espectador, ou leitor, sofrer com uma obra é uma forma eficiente de "aprisioná-lo" na narrativa. A diferença em Game of Thrones é que parece fazer isso num grau bem maior que a média de uma saga de fantasia. A tragédia existe em Senhor dos Anéis ou em Harry Potter. A morte de Dumbledore, até por ser inesperada numa obra mais leve e juvenil, foi a que mais me atingiu até hoje num livro, tanto que muitos, inclusive eu, esperavam que tal como Gandalf, ele retornaria, ou não tivesse de fato morrido. Mas pensando pela ótica da Saga do Herói fez perfeito sentido, pois Harry Potter estaria protegido de ter que enfrentar seu destino enquanto ele vivesse.

Game of Thrones talvez exagere na dose, talvez "enrole" demais o espectador, mas apesar disso não muda a estrutura mítica da saga, como expliquei em 22 de Agosto, com heróis que irão efetivamente triunfar de algum modo, pois a sequência de tragédias só é suportável, o choque de realidade numa obra ficcional como esta só é tolerável, como forma de densificar a experiência de imersão emocional. Se após tudo isso não for entregue o que a estrutura simbólica delineou desde o princípio, isto é, a conclusão catártica da missão heróica, o resultado tende a ser similar ao desastroso final da famosa série LOST.

(É, aliás, por este motivo que até hoje deliberadamente não iniciei a leitura dos livros, pois mesmo sendo leitor ávido temia acompanhar uma saga com um possível final frustrante, sem contar o risco de que o autor morra antes de finalizá-la.)

Por isso não se justifica a reclamação que muitos estão fazendo a respeito dos rumos últimos da série, cuja sétima temporada foi muito mais benevolente com o espectador, entregando generosamente várias expectativas e passando até a ser acusada de "fan service". Todos os revezes ou estão em aberto, ou foram exemplarmente justos, (Cersei e Euron Greyjoy podem ser detestavéis, mas deram àquelas víboras de Dorne exatamente o que mereciam.) diferente de praticamente todas as temporadas anteriores. Mas isso é o que se esperaria de uma saga se aproximando de seu final, ainda que a aceleração da narrativa possa ser questionável.

Resta agora esperar para ver se tudo isso se confirmará, se teremos uma conclusão épica digna de uma obra de fantasia, ou se, quem sabe, não decidirão estragar tudo no final. E nem digo isso de um final apocalíptico, se Jon Snow morresse eu torceria pelo White King sem pestanejar.

O que estragaria a série seria justo a frustração de sua conclusão heróica, mesmo que trágica, que dá um sentido final a tudo o que foi desenvolvido até agora, a fim de transformar profundamente os Sete Reinos, quer seja para uma nova era do Fogo, e da Luz, ou para o fim derradeiro do Gelo e das Trevas.

2019

30 de Abril

Sobre o S8E3 de Game of Thrones COM SPOILERS!!!

Pode até ter sido a "maior batalha da mídia audiovisual de todos os tempos", mas considerando as limitações da visão humana, não deu pra ver muita coisa naquela escuridão toda. Talvez seja por isso que o Ghost sumiu de cena, podendo apreciá-la em toda a sua magnitude e assim...

Chega! Falando sério, eu entendo o apelo de uma sequência tão escura, mas foi muita cara de pau querer antecipá-la com algo longe de ser o que de fato era. Não chegou nem perto do episódio S5E8, quando os Whitewalkers atacam em peso a vila de Hardhome, e nem mesmo o S6E9, conhecida como a "Batalha dos Bastardos" pela posse de Winterfell. Não fosse as cenas dos dragões, teria perdido até para S4E9, quando os selvagens tentam tomar a Muralha. Se estendermos para o cinema então, deveria ser vergonhoso dizer isso depois de Aquaman ou Vingadores Ultimato.

Tudo bem que certa vez eu explanei sobre a "fórmula" de Game of Thrones para parecer "imprevisível" quando na verdade passa longe disso. ( Fantasia e Tragédia em Game of Thrones, Mais sobre Game of Thrones e Realidade e Ficção em Game of Thrones) Inclusive afirmei que chegando a série mais próxima do final, essa "imprevisibilidade" da morte de personagens que costumava ameaçar até mesmo os queridos do público, iria diminuir. Mas juro que nem eu esperava isso, considerando o índice de sobrevivência espantoso de personagens que escaparam miraculosamente, chegando a soar até mesmo como uma daquelas séries mais infanto juvenis que jamais matariam seus personagens principais. Isso meio que quebrou definitivamente a mítica de "realismo", visto que o único personagem relevante que morreu realmente o fez num ato heróico de alto impacto e até mesmo reiteradamente anunciado ao longo da série. E o outro... Bem, já ressuscitou uma penca de vezes.

Muitos personagens ali mais do que cumpriram seu papel. Chega a parecer uma enrolação deixá-los vivos após colocá-los em situações praticamente impossíveis de escapar.

Mas de tudo, o que achei mais questionável foi o velho clichê, que deveria ter um nome, onde uma situação completamente inescapável de repente se resolve num literal passe de mágica, onde matando o líder, toda a ameaça desaparece. É o velho mito da origem de todo o Mal. No qual "destruir o Um Anel" leva todo o infindável e invencível exército de Sauron desabar. O "único tiro" que põe abaixo a Estrela da Morte. A morte do Alfa que faz todo o exército semi humano debandar (O 13° Guerreiro) e etc. Ou, já numa visão mais crítica, a crença da Mulher Maravilha de que matando Ares, todo ímpeto humano para a guerra sumiria.

Dá até pra entender a ligação do White King com os mortos que reanimara, clichê, pois eles bem poderiam continuar ativos após sua morte, mas compreensível. Porém, e os demais White Walkers? Não deveriam ter algum grau de independência? Ficaram o tempo todo só olhando?

Tudo estava tão extremamente dependente do White King que é incrivelmente temerário que ele se expusesse daquela forma. Se de uma só vida dependesse a totalidade de um fabuloso exército, então porque arriscar essa vida em campo? Ainda mais considerando o fato de que claramente o exército pode ser controlado a distância? Eles viram Arya se aproximando do White King, e ficaram só olhando? Mesmo sabendo que a vida deles também acabaria?

Mas além disso, desde o começo, toda a estória sempre foi apresentada como um grande combate entre Fogo e Gelo, e esse confronto final deveria ser o último. Aliás, a própria situação pedia isso. De um ponto de vista estratégico, eles deveriam era ter abandonado Winterfell e marchado em peso contra King's Landing, tomado o controle de Westeros e enfim partir pra batalha final contra os Whitewalkers, ou melhor, contra o White King.

Agora perderam a maioria do exército, os dotraki sacrificados daquela forma foi lastimável, e correm o sério risco de salvar o mundo das mãos da Noite Eterna pra morrer pelas mãos de Cersei! Ou será, que afinal, a ameaça Whitewalker não acabou? Se não, qual a acrobacia para viabilizar isso? E o Bran, que raios fez o tempo todo?

Pra se sincero, eu sempre quis ver os Whitewalkers marchando contra King's Landing, levando consigo o inverno, se a série finalizar mesmo do modo que está parecendo, temo que Game of Thrones perdeu a oportunidade de fechar com chave de ouro uma das maiories séries de todos os tempos pra ficar com final meia boca.

E o Azor Ahai!?

7 de Maio - 01:29

Não acredito que estão
LOSTando Game of Thrones!

Não sei o que foi pior: a Daenerys se expondo com meia dúzia de soldados mais o Drogon debaixo daquela montueira de super bestas e arqueiros, ou a Cersei que só não acabou com ela, todo o seu primeiro escalão e seu último dragão porque não quis.

13 de Maio

Alguém ainda crê que dá pra salvar Game of Thrones no último episódio?

14 de Maio - 17:12

Se bem que após o episódio 3 eu já achasse que fôra feito estrago irreparável em Game of Thrones, que o 4 conseguiu ainda piorar, isso não significa que não restem méritos notáveis. Dos maiores, justo a reação causada pelas atitudes de Daenerys Targaryen, no ep. 5, entre os fãs.

Muitos se viram decepcionados por aquela que consideravam uma heroína se tornar uma vilã, outros em nada se surpreenderam, e surgiu uma estranha rivalidade entre os apoiadores da personagem e seus opositores que remonta nossa lastimável polarização político ideológica real, com alguns apontando os males promovidos pela protagonista desde o começo da série, e outros até mesmo defendendo as atrocidades cometidas no último episódio.

Já faz ao menos três anos que alguns tem levantado a possibilidade dela ser a grande vilã da série, como os textos Esta teoria de "Game Of Thrones" sobre Daenerys é arrebatadora e Daenarys Targaryen é a verdadeira vilã de “Game of Thrones”? mostram.

Eu próprio concordei com eles na época em que os li, mas sempre tive como provável que a personagem atingiria um equilíbrio, e uma redenção, por meio de Jon Snow. O Fogo sendo suavizado pela Neve. "A Song of Ice and Fire", numa analogia mais sutil que o mero confronto entre dragões e zumbis gelados.

Para quem estuda o mundo com alguma seriedade, surpresa nenhuma. Desde, no mínimo, a Segunda Temporada, já era evidente que Daenerys era instável, perigosa e potencialmente brutal. Mas tais atitudes sempre foram contrabalançadas por algumas benevolências e sobretudo por suas relações pessoais. É, de fato, fácil esquecer que ela pode ser terrível. Em parte por sua mera aparência de menina frágil, por vezes doce e meiga. Em parte porque muitos de seus atos se deram num mundo tão brutal quanto eles, podendo ser vistos com males necessários ou, por um Bem maior.

Mas o mais importante é justo a questão pessoal, e aí saímos do terreno ficcional para o mundo real, e notaremos que Game of Thrones tem o mérito de, talvez pela primeira vez na história da cultura pop, ter retratado uma personagem vilanesca em toda sua profundidade humana, mostrando seu processo existencial, seu drama, intimidade, forças e fraquezas, e sobretudo, suas relações interpessoais.

É isso que faz muitas pessoas não verem nela uma vilã, a mesmíssima coisa que faz muitas pessoas não verem o mesmo em vilões reais. Ou melhor dizendo, que até mesmo a conceituação típica de vilania é falha, vista estar temperada por um tacanho maniqueísmo que acha que aqueles capazes de cometer grandes atrocidades são sempre pessoas soturnas, antipáticas, perturbadoras e antissociais, quando a realidade mostra o exato contrário.

OS MAIORES VILÕES DA HISTÓRIA SÃO AQUELES QUE POR POUCO NÃO FORAM OS MAIORES HERÓIS! E a recíproca é verdadeira!

Para ambos os resultados, são necessários pré-requisitos comuns, como a capacidade de liderar, motivar as massas, conquistar aliados, fazer favores magníficos a alguns, oferecer grandes ideais, enfim, mobilizar todo um aparato social capaz de promover grandes feitos. Agora, o que serão esses feitos? É aí que está a diferença. Sem contar o fato de que o mesmíssimo herói para uns pode ser vilão para outros a depender de onde se está na divisão entre beneficiados e prejudicados.

Lamentavelmente, o martelamento maniqueísta incessante das produções infanto juvenis, e algumas produções voltadas a um público supostamente adulto também, cristalizaram em muitos a ilusão de que aquilo que se pode considerar um vilão é sempre alguém sem qualquer virtude, cercado de idiotas e pervertidos. Assim, os incautos acham que o fato de Daenerys sempre ter se associado a pessoas inequivocamente virtuosas como Sir Barristan, Sir Joran, Tyrion, Varys ou mesmo Jon Snow, seja incompatível com a vilania, só ficando mais evidente quando eles mesmos começam a ver que podem ter cometido um erro.

Mas é exatamente isso que os grandes fazem. Se cercam dos melhores, procuram os grandes talentos, o que inclui aqueles também capazes de fazer alianças e conquistar simpatias. Mesmo que seu plano desde o início seja reprovável, obter associados aprazíveis é condição vital para o sucesso. Daenerys, aliás, jamais se associou aos piores como Joffrey, Ramsay ou Eron.

Via de regra, o horror só será percebido tarde demais, sendo iniciado aos poucos, sempre com ótimas justificativas, ou porque são promovidos contra pessoas que realmente realizaram coisas reprováveis, mesmo que a punição seja, por vezes, desproporcional. Até chegar ao ponto de ser evidente que os fins não mais justificam os meios, ou que sequer são assim tão desejáveis quanto pareciam.

O que impediu tantos de verem o quando a Mãe dos Dragões era perigosa é simplesmente o fato de terem acompanhado de perto o ponto de vista dela, sua vida pessoal e compreender suas motivações, ou seja, terem uma retratação humana e profunda que mostra suas virtudes tanto quanto seus vícios. A mesma coisa que impede que, na realidade, as pessoas mais próximas vejam o mesmo naqueles que admiram, ao mesmo tempo que acham que somente pessoas completamente horríveis poderiam fazer coisas ruins.

Daenerys, evidentemente, jamais passou perto de uma vilania abjeta e asquerosa como a de um Joffrey, Ramsay, ou mesmo de Cersei. Mas estes também jamais seriam capazes de fazer o que ela fez, não por virtude, e sim porque nunca conseguiriam reunir os recursos necessários, o que demandaria certas virtudes que não possuem.

Por fim, foi por pouco. Algumas mudanças sutis em sua trajetória poderiam ter alterado por completo o resultado final. A diferença entre o heróismo supremo e a vilania máxima pode ser mais difícil de perceber do que a maioria crê. E sobretudo, mais do que vê-lo numa série de TV, é importante estar atento para a vida real.

16 de Maio

Há mais de quatro anos escrevi isto, aproveitando a coincidência entre manifestações anti-PT e a reestreia de Game of Thrones no mesmo dia.

No dia 12 de Abril milhares de pessoas sairão às ruas comemorando o retorno de Game of Thrones e reivindicando o impeachment de Tommen Lannister, embora muitos não saibam que a linha sucessória não permitirá a posse automática de Stannis Baratheon.

Outros exigirão "Intervenção Targeryan Já!" mesmo sabendo do perigo de colocar dragões nas ruas, pois temem uma suposta revolução Whitewalker. Afinal, "The Winter Is Coming."

Insistindo na paródia da realidade, hoje sabemos no que deu o Impeachment, que a Ameaça Whitewalker era bobagem, visto que virou água congelada com UMA FACADINHA! E também sabemos no que deu a Intervenção Targeryan.

PS: no fim das contas, bom mesmo é o João das Neves. Esse é o cara!

21 de Maio

Como eu já havia dito em 14 de Maio, após o episódio 3 (comentado em 30 de Abril), não tinha mais como salvar a série. E antes dele, qualquer fã capaz de redigir um bom texto seria capaz de fazer uma temporada final melhor. Parece ter sido comum série bastante populares receberem finais decepcionantes, o que deve ter sido inaugurado com a emblemática LOST.

Lost foi uma das primeiras séries de sucesso a promover enorme agitação na internet, com milhões de fãs discutindo-a, e muitos propondo teorias. Creio que o "Lostismo", a tendência a finalizar mal séries boas, ocorra por um afã dos produtores em entregar um final que absolutamente ninguém seja capaz de antever, e como as inúmeras teorias prevendo finais são feitas por pessoas que amam a série, e cobrem praticamente todas as possibilidade concebíveis, os produtores marcados por esse viés de ineditismo só tem como solução frustrar todas as expectativas.

Em suma, a busca por um final inconcebível pelos amantes da série só pode ter como resultado um estrago!

Como explanei em 29 de Agosto de 2017, o que contribuiu para o sucesso de Game of Thrones é que apesar da ambientação fantástica, as constantes frustrações de expectativas dos telespectadores geram uma ilusão de realismo, pois o mundo em que vivemos é, nesse sentido, o oposto de um mundo de fantasia idílico onde tudo ocorre segundo um senso de justiça infalível. Mas esse recurso só é eficaz na medida em que prende o interesse na trama principal, e essa tem que permanecer mítica. Aplicar o princípio da tragédia supostamente imprevisível sobre a trama central terminará por arruinar aquilo pelo qual os entusiastas realmente se mantém fiéis. Eles toleram as perdas colaterais apenas porque crêem que ao final, algo os redimirá. Se o autor não entregar essa redenção, não há como satisfazer um público que a esperava,

No fundo todos ainda querem o mágico, a saga do herói completa, o arco fechado que eleva o real ao divino, ainda que o processo seja marcado por terríveis percalços.

Seria injusto dizer que Game of Thrones arruinou-se ao final. Apesar de tudo, a quase totalidade da série ainda é muito boa e o final ainda entregou alguns fechamentos interessantes. Mas ter frustrado o próprio conceito de Gelo e Fogo antecipando a batalha decisiva e fazendo com que a ameaça Whitewalker fosse reduzida a uma mera ameaça "fastasmagórica" capaz de ser completamente exorcizada num único ato, e ainda por cima continuar a estória depois disso, é algo difícil de perdoar.

Pois a ameaça Whitewalker é justo a mítica que dava sentido maior à saga heróica dos personagens principais, e no momento em que ela foi removida, Game of Thrones simplesmente "perdeu a magia!" Se tornou então, apesar do elemento suprarealista do dragão, basicamente uma saga política não essencialmente diferente da realidade.

Ocorreu um desencanto!

Desencanto esse ainda acentuado com a morte do segundo dragão Rhaegal, e pela morte do "mago" Qyburn e em seguida do último morto vivo, Gregor Clegane. Daí para frente, Drogon cumpre a função de um bombardeiro sob Daenerys, permitindo muitas alusões ao papel dos EUA como "libertador" dos povos por meio de uma violência que eles jamais requisitaram.

Com isso, que nos momentos finais da série tenhámos várias alusões ao progressismo, como eleições para rei, até mesmo a proposta de democracia, além de já ter uma conta de mulheres cujo empoderamento é necessariamente anti reprodutivo, completa o processo de desencanto de um mundo essencialmente mágico. (Com quem Sansa irá se casar? O marido dela não tomaria o lugar de Rei do Norte? Ou não irá se casar e deixar a linhagem dos Stark morrer?) Não a toa, Drogon some de cena e não mais Bran apresenta qualquer de suas habilidades paranormais.

Paradoxalmente, a maior protagonista termina tendo um final melancólico e frustrante. Era certo que Daenerys tinha todo o perfl de quem poderia cometer sim mais atrocidades, mas sempre esperei que ela terminaria por atingir um equilíbrio.

Enfim, Game of Thrones ainda é uma série altamente recomendável. Seguramente a mais impressionante produção televisiva já realizada, e seus 73 episódios totalizando mais de 80 horas ainda merecem ser vistos e revistos. Muitas subtramas empolgantes são sim resolvidas, algumas temporadas fecham primorosamente, e de qualquer modo, há muito o que se aprender com ela.

Mas não se pode negar que os produtores entregaram um fechamento geral muitíssimo abaixo do esperado, e tão fácil de ser superado por qualquer escritor mediano que é irresistível sugerir o meu próprio, algo que farei num próximo post.

22 de Maio

Como antes prometido...

O MEU FINAL DE GAME OF THRONES

Mantendo todo o anteriormente apresentado na série, incluindo o primeiro capítulo da última temporada, a mudança começaria a partir do segundo. Neste, Jon, Daenerys e seus aliados concluiriam, por meio de visões de Bran e de observações aéreas, que é impossível resistir ao ataque iminente, e portanto, decidem abandonar Winterfell, o que, aliás, tanto os povos além da Muralha quanto do norte já vinha fazendo, promovendo um êxodo em massa análogo aos ocorridos em eventos históricos reais perante invasões.

Nessa concepção, seria respeitado o que foi mostrado até então na série, que não sugeria de modo algum que os corpos mortos há muito tempo pudessem ser reanimados (os mortos-vivos em pior estado mostrado seriam aqueles que foram reanimados há muito tempo), e portanto, o único cuidado que os refugiados teriam seria queimar os corpos mortos mais recentemente, o que funcionaria como alegoria da técnica de abandonar terras e queimar plantações e depósitos, tantas vezes ocorridos na história real, a fim de evitar o fortalecimento dos exércitos invasores.

Com isso, as já notórias forças do Norte e da Mãe dos Dragões ganhariam um reforço dos homens nortenhos que ainda pudessem lutar, embora também carregaria o peso das populações fugitivas, o que só aumentaria a pressão sobre King's Landing.

Essa grande batalha ocorreria então no terceiro episódio, onde o ataque em massa enfrentaria as mesmas forças da Companhia Dourada e Euron Greyjoy. Apesar da larga vantagem, Rhaegal, o dragão verde, seria atingido pelas poderosas lanças sendo gravemente ferido, e sua queda, associado à recusa de Cersei em se render, ocasionaria uma acesso de fúria em Daenerys, que iniciaria uma destruição brutal similar, embora menor, à ocorrida no penúltimo episódio.

Drogon, porém, seria detido por Bran, que invés de permanecer inútil como foi no terceiro episódio real, iria controlar o dragão forçando-o a pousar, e então Jon, Mormont, Missandei (que não teria morrido) conseguiriam acalmar Daenerys.

Enquanto isso, Jaime Lannister e o Cão de Caça avançariam para dentro da Fortaleza Vermelha, um querendo convencer a irmã a se render, outro para se vingar do irmão. A luta entre os Clegane poderia ocorrer de forma similar, mas Qyburn teria que ser poupado, e no auge da batalha, Arya conseguiria se infiltrar no castelo e colocar uma faca no pescoço da rainha forçando-a a se render, porém, sob apelos de Jaime, pouparia Cersei, que seria presa.

A batalha termina, e com a rendição, as tropas de King's Landing seriam incorporadas aos vencedores, o que seria facilitado pelos fato de dois Lannisters apoiarem Daenerys e Jon Snow, com a condição de pouparem Cersei, facilitando uma solução diplomática conciliadora. A fúria de Daenerys seria muito menor devido a preservação de seus amigos mais íntimos, e também porque Rhaegal não teria morrido, embora ficasse incapacitado em grave estado, mas Qyburn, com conhecimento similares ao que usara para "ressuscitar" o Montanha, se comprometeria a salvar o dragão, conseguindo transformá-lo numa versão própria de "dragão zumbi", ainda mais forte, com outro diferencial. Ele passaria a cuspir fogo verde! Afinal, como assim ninguém nunca se tocou que Fogo Vivo e Fogo de Dragão estão interligados?

Portanto, teríamos na batalha final, Drogon, o maior e mais forte, cuspindo fogo amarelo tradicional, Viserion, reanimado pelo Night King, cuspindo fogo azul, e Rhaegal, reanimado por Qyburn, cuspindo fogo verde.

Yara Greyjoy teria participando também da batalha, e perderia quase toda sua frota, mas junto com os dragões, teria conseguido destruir também a maior parte da frota de Euron. Este então bate em retirada com o que lhe restou de suas forças, rumando de volta à Ilhas de Ferro no intento de retomá-las e produzir mais embarcações, confiante de serem inalcançados pelos Whitewalkers, e que disporia de homens para repor suas tropas, visto que haveria muitos refugiados nas ilhas de ferro.

Só que no caminho, numa certa noite, um dragão sobrevoaria sua frota e soltaria um Whitewalker em cada navio, cada um deles capaz de matar sem dificuldade a tripulação inteira e assumir seu controle. E aqui entra outra diferença em relação ao final da série que parece ter violado o que foi anteriormente desenvolvido: que os demais Whitewalkers também podem reanimar e controlar mortos. Isso é sugerido claramente ao final da Terceira Temporada, quando o White King sequer havia ainda sido mostrado, sem contar reanimações espontâneas desde a primeira temporada.

A ideia é que, passando a tomar navios, ficasse claro que os Whitewalker não ameaçam apenas Westeros e muito menos só o Norte, mas que na realidade são uma ameaça para o mundo inteiro!

Passariam meses, o segredo de Jon Snow seria revelado, mas ao contrário do que série bizarramente desenvolveu, não haveria problema algum, visto que ele simplesmente se casaria com Daenerys! (PUTZ! Toda a série se desenvolveu deixando claro que seria isso que aconteceria!) Eles se completariam, pois Jon conteria os impulsos mais agressivos de Daenerys, enquanto ela o incentivaria a ser mais atuante. Mas a divisão mais explícita de poder ficaria adiada, pois os Caminhantes Brancos se aproximam, trazendo o inverno sobre King's Landing. Mas até aí, com o poder do Trono de Ferro e as devidas alianças, o casal Targeryan conseguiria reunir todas as forças de Westeros para a batalha final.

A grande batalha chega, e nada de fazer tudo no escuro porcaria nenhuma! Os Whitewalkers, reforçados pelos que vieram matando no caminho, e atacando por terra, mar, e ar, viriam com força total, mas enfrentariam uma Westeros unida, e até mesmo voluntários ou mercenários vindos de Essos. Os meistres da cidadela, e outros magos de Essos, teriam que contribuir com conhecimentos sobre como enfrentar a ameaça e teríamos então o confronto decisivo entre Fogo e Gelo. Qyburn produziria mais Fogo Vivo para uso em batalha.

A grande diferença, é que a ameaça não desabaria toda de uma só vez com a morte do Night King. Este, ao ser destruído, poderia até desativar os mortos que ele próprio reanimou, mas não os demais Whitewalkers, que afinal são humanos convertidos desde bebês, e portanto deveriam ter alguma independência, bem como poderiam também, a qualquer tempo, reanimar novamente mortos. Euron Greyjoy, por sinal, voltaria zumbificado em grande estilo.

Assim, seria necessário exterminar TODOS os Whitewalkers, dando muito mais espaço para que personagens principais brilhassem em combate. Seria Rhaegal que conseguiria destruir Viseryon, com o seu mais potente fogo verde, porém, sendo ele um morto-vivo, poderia até ser controlado por um dos Whitewalkers, ou o próprio Night King. Entraria em ação então Bran, que travaria uma luta pelo controle "mental" do dragão.

Seria Jon que destruiria o White King, porém, quando este se fizesse em pedaços, restaria o dragonglass que originalmente o transformou, que é recuperado por outro Whitewalker, que consegue fugir.

Por fim, após, com muito custo, a maioria dos Whitewalkers ser destruída, uns poucos que restassem bateriam em retirada num navio, mas antes, após terem invadido boa parte de King's Landing, travando lutas até mesmo no Trono de Ferro, ainda promoveriam uma vingança. Levariam o bebê de Cersei, fechando assim a profecia de que todos os filhos dela morreriam, no caso dele, ele viria a se tornar o próximo Night King.

Sim, a ideia final é que apesar da vitória clara na batalha, a ameaça Whitewalker não seria totalmente erradicada, apenas temporariamente rechaçada, afinal, não se pode vencer a morte, nem mesmo o inverno, definitivamente. Podem apenas ser adiados.

Terminaríamos então com os Caminhante Brancos fugindo de volta ao Norte, mas deixando claro que a um dia voltarão. Com isso, a divisão de poder no reino ficaria mais clara. Daenerys ficaria no Trono de Ferro, como rainha regente, e Jon Snow, ou Melhor, Stark Targeryan, passaria a maior parte do tempo viajando, combatendo contra o resto de ameaças locais, pondo moral no continente, reconstruindo a muralha, passando algum tempo no norte, mas ocasionalmente voltando a King's Landing.

O peso maior do governo recairia a quem estava disposto a assumí-lo, no caso Daenerys, devidamente aconselhada por amigos, Jon retomaria seu lado menos político e mais guerreiro e aventureiro, Arya ficaria ao seu lado, e Sansa teria alguma autonomia, garantida por John, com Bran, no Norte. O casal real teria um filho, claro, e ficaria implícito que seria ele que viria a ser, algum dia, o Azor Ahai. Se um dia Daenerys vier a enlouquecer, fica em aberto.

A Night Watch teria que ser refeita, e Jaime Lannister seria tanto "condenado" a ela quanto se voluntariado, na esperança de encontrar o próprio filho. Cersei passaria o resto de sua vida presa.

Fica em aberto exatamente quem morreria ou deixaria de morrer, ou quem vai se casar com quem. Me preocupei em delinear as diretrizes principais que, isso eu garanto, ficariam bem melhores que a pilantragem que aprontaram.

Marcus Valerio XR