INTRODUÇÃO O IMPULSO INTUITIVO Só recentemente, através de uma análise retrospectiva, pude montar as peças de um quebra-cabeças curioso que compõe meu universo psíquico. Durante a minha infância tudo o que eu queria na vida era ser um cientista, me valendo da visão de que estes viviam a misturar fórmulas, manipular frascos com líquidos coloridos e construir robôs espetaculares. Também sempre estive envolvido com artes marciais tendo ao longo da vida frequentado uma academia de Judô e duas de Karatê. Coisa que sempre levei a sério diferente de muitos de meus colegas. Na
adolescência me contentei com o ramo de programação de computadores, com o
objetivo de trabalhar na criação de videojogos, mas logo em seguida passei
a entrar num universo artístico e estudei música. Tinha um objetivo de criar
uma banda de Rock que trouxesse em suas letras um conteúdo mais enriquecedor
para uma juventude acostumada a protestos inconsequentes, rebeldias sem causa
e alienação sensorial, e em suas melodias e harmonias algo do erudito misturado
a melhor ousadia do heavy metal e Rock Progressivo. A artes visuais me capturaram quando entrei para a Universidade de Brasília, para o curso de Desenho Industrial, e pouco depois passei a caminhar paralelamente numa busca mística que me levou a Gnosticismo, Teosofia e espiritualismos diversos. Assombro-me quando percebo que demorei 26 anos para entender que meu caminho era a Filosofia, pois é o único ramo do conhecimento humano que pode abarcar todos os outros, que no meu caso possuíram cada qual sua fase de apogeu, mas que conjuntamente sempre me influenciaram. Voltando ao período da adolescência lembro-me que percebi já naquela época uma inquietação com a questão feminista e com a própria feminilidade, assim como a oposição ideológica entre Esquerda e Direita, mas nada mais era que a primeira manifestação de uma inquietude fortíssima, que não aceitava perceber a realidade sob um único ponto de vista. Cansei de ser influenciado por opiniões alheias sobre determinadas coisas, que quando as vi por mim mesmo, tive uma opinião totalmente diferente. Não era uma questão simples de achar que um ou outro lado devia estar certo, mas uma intuição que me dizia que havia algo muito errado no modo como a maioria das pessoas tentava "ver" a realidade, por isso percorri tanto caminhos da racionalidade, da emocionalidade e da mística sob o implacável impulso dessa minha Intuição. Só há pouco tempo descobri ter trilhado um processo semelhante ao do Filósofo renascentista René Descartes, quando destruí toda a certeza da realidade a minha volta sob a desconfiança que poderia viver uma ilusão, mesmo um sonho, e concluí que só tinha por garantia a existência de meus Sentimentos, Pensamentos e de uma Vontade. Descobri que nosso mundo atual está tão repleto de fantasmas e monstros quanto os mundos antigos, sendo que hoje além dos velhos, nossos novos mitos têm como suporte a autoridade científica, enquanto no passado tiveram a autoridade religiosa e folclórica. Gravitação Universal, Herança Genética e Fissão Nuclear são alguns deles. Não digo que sejam irreais, aliás não digo isso nem mesmo dos mitos antigos, mas para a maioria das pessoas eles continuam sendo fantasmas. Minha total desconfiança quanto a seguridade de qualquer certeza me trouxe a um momento no qual utilizo todas as ferramentas mentais e físicas que puder para filtrar as informações que me chegam, tentando ao máximo compreender os fenômenos em sua totalidade, sem abandonar a fé e nem o ceticismo, a Razão/Sensação nem a Emoção/Intuição, nem o Yin nem o Yang. O objetivo dessa breve dissertação é mostrar a quem interessar possa, que sou uma pessoa com fortes movimentos emotivos internos embora lute para não externa-los, que usa a faca da razão o mais cirurgicamente possível mas tenta parar de pensar sempre que percebe que é hora de usar a intuição. Que mesmo honesto, saberá jogar maquiavelicamente com todos os recursos disponíveis mas sem jamais abandonar um princípio de não conflito extremo ou de causar sofrimento desnecessário, sempre no caminho da não violência. Calcula, medita, sente, e que como ficou claro nesse último parágrafo, infelizmente, tem um ego do tamanho de um planeta. Tento nesse discurso ser o mais franco possível, arriando logo de início todas as máscaras que puder. Admito ser ambicioso em diversos sentidos, e espero que ao assumir isso ganhe algum crédito ao afirmar que essa Filosofia Exeriana é mais que apenas um passatempo, é o resultado de uma história pessoal, de um processo de vida e descobrimento. Não seria honesto também se não admitisse logo de início ter sofrido certas influências embora não me apegue a nenhuma delas. Citarei apenas alguns contemporâneos como Neale Donald Walsch, Frijot Capra, Riane Eisler, Carl Sagan e clássicos como Sócrates, Aristóteles, Giordano Bruno, Spinoza, Nietsche, Marx, Jung, e naturalmente Descartes.
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