GENOGÊNESE
Produção de Pessoas
19 de Dezembro de 2012
7.435 caracteres
Pobre Hillary Clinton!
E não o digo pelo
desmaio e concussão sofridos em 15/12/12, nem pela infidelidade do marido (1995),
ocasião na qual, a meu ver, se comportou de forma estrategicamente exemplar devido ao contexto político do momento.
Digo pela frase proferida em março deste ano, onde declarou:
"Porque os extremistas sempre se preocupam com as mulheres permanece um mistério para mim. Mas todos eles parecem fazê-lo. Não importa em qual país estejam ou qual religião proclamem. Eles sempre querem controlar as mulheres."
(Tradução minha. Original AQUI.)
Sendo as duas últimas frases inquestionáveis, o que me surpreende é a primeira, onde a ex primeira dama dos EUA declara não saber por que isso acontece!
Estranho, visto que qualquer dedicação a estudos de gênero deveria elucidar essa questão, e algumas feministas o fizeram de modo cristalino. Mas há outros segmentos do feminismo, tragicamente embriagados pelos Determinismo Cultural, que permanecem perpetuamente cegos para os motivos que levam isso a não poder ser de outra forma. As sociedades mais conservadoras e retrógradas necessariamente tem mesmo que controlar as mulheres o máximo possível.
E a qualquer um que não perca de vista o fato da humanidade ser uma espécie biológica submetida às mesmas pressões naturais que se aplicam as demais espécies, ainda que reaja de modos muitos mais complexos, não terá dificuldade em entender por quê.
Não é preciso ser marxista para concordar que qualquer sociedade que tenha superado o estado selvagem sempre regulou os modos de produção. O plantio, pecuária, caça, construção, etc. jamais foram feitos ao puro e bel prazer de quem o queira, mas sim obedecem a critérios mínimos de organização social.
Ora, se toda e qualquer produção sempre foi regulada, como poderia a mais importante de todas, a Produção de Pessoas, não sê-lo!?
E sendo a mulher encarregada de mais de 99% do trabalho reprodutivo, como não poderia incidir sobre ela a maior parte do peso de tal regulação?
Terra x Grãos
Jamais houve guerras pela mera posse de grãos, jamais um punhado de sementes despertaria a cobiça a alheia. Mas a posse de terras sempre foi o maior de todos os recursos disputados. Matou-se e morreu-se por territórios neste planeta mais do que por qualquer outra coisa, e um dos motivos é o controle das áreas de plantio.
Isso se dá porque centenas de toneladas de grãos são inúteis sem campos onde possam ser plantados, mas bastam uns poucos, até mesmo um único, para dar início a um processo que pode transformar terras virgens em vastas plantações capazes de beneficiar milhões de pessoas.
Com a reprodução humana a relação é análoga, bem como os galinheiros e rebanhos. Um único homem fértil é suficiente para fecundar inúmeras mulheres, por isso, mortes masculinas em massa pouco ou nada fazem contra o potencial reprodutivo de uma população, mas as mulheres são um patrimônio sempre protegido, vigiado e controlado, sob pena de se por em risco a perpetuação.
Sociedades sempre disputaram entre si, e o crescimento populacional é, a longo prazo, o fator mais importante a determinar a dominância territorial. Por mais díspares que sejam os recursos tecnológicos, culturais e estratégicos de distintas sociedades e civilizações, jamais foi possível superar a força bruta do simples número de indivíduos.
As populações mais numerosas simplesmente sobrepujam as demais, mesmo que absorvendo grande parte de suas características.
Amazonas x Guerreiros
Imaginemos que tenha havido em algum lugar uma tribo de mulheres guerreiras onde por algum fator genético elas fossem bem maiores e mais fortes que os homens. É perfeitamente possível em termos biológicos, embora seja difícil que prospere.
E para entender porque, pensemos que tal tribo de 100 pessoas entre em conflito com outra tribo de número equivalente onde são os homens a liderar a capacidade física e a sociedade. Sim, pois o principal motivo da dominância masculina na totalidade das sociedades e civilizações conhecidas é nada menos que a proeminência física.
E ambas as tribos, que tem a mesma proporção numérica entre os sexos, enviam o mesmo números de combatentes, 30 guerreiros contra 30 amazonas.
Supondo que a batalha termine empatada, com 10 mortos de cada lado, qual o impacto no potencial reprodutivo dessa perda na tribo das amazonas?
Bem mais de 20%, considerando a média de um bebê por ano para cada mulher em idade reprodutiva, e considerando que dessas 50 mulheres, muitas ainda serão muito jovens ou muito velhas para se reproduzir.
Mas obviamente o impacto no potencial reprodutivo na tribo dos guerreiros é ZERO! E a continuação desse conflito a médio prazo praticamente eliminaria a tribo da amazonas, não pela simples morte de seus indivíduos, mas por inviabilizar seu potencial reprodutivo.
Portanto, se existiram grupos humanos ginocráticos com tal configuração, eles não duraram muito tempo.
Produção Pública x Reprodução Privada
E não é preciso apelar a tal experiência de pensamento extrema. Basta imaginar sociedades onde as mulheres assumem papéis mais amplos, em contraste com outras onde se concentrem em funções reprodutivas. As últimas fatalmente se reproduzirão mais rápido, uma vez que os homens podem monopolizar toda a demais produção de coisas, deixando às mulheres apenas a de pessoas.
Nada há de errado numa civilização delegar papéis produtivos diversos às mulheres, como a contemporaneidade já demonstrou. Aliás, esse modelo atual é superior em quase todos os aspectos. Mas a nível reprodutivo, em números brutos, é claramente inferior aos modelos patriarcais tradicionais.
Por isso os radicais, como o disse Hillary Clinton, são tão obcecados com as mulheres. Pois vivem mais próximos ao estado natural onde os imperativos biológicos, ainda que travestidos de leis divinas ou construções culturais, gritam com mais intensidade que dimensões intelectuais mais sofisticadas. Intuitivamente eles sabem que o sucesso reprodutivo é absolutamente crucial para a sustentação de uma sociedade pouco desenvolvida, para compensar, entre outras coisas, a deficiência tecnológica e alta mortalidade. Assim, regulam a reprodução com mão de ferro.
Os muçulmanos médio orientais jamais poderiam ser uma ameaça a Israel, que é tecnológica e socialmente muito superior, se sua população não fosse 100 vezes maior, e crescer ao menos 4 vezes mais rápido!
As culturas sacramentaram imperativos biológicos, sendo o "Crescei e Multiplicai" o mais evidente, e com isso apenas dão roupagem mais rebuscada a uma dinâmica natural. Por exemplo, onde há espaço para povoamento, as mulheres, mesmo nas culturas mais patriarcais, tem um alto valor como mercadoria, podendo ser vendidas pelos pais como esposas por quantias elevadas. Mas onde há superpopulação, a situação se inverte, obrigando aos pais pagarem o dote.
Também não é coincidência que a emancipação feminina coincida com o superpovoamento da Europa e com a Revolução Industrial, que ao minimizar a importância da força física, abriu espaço no mercado de trabalho à metade da humanidade que antes ficava relegada ao lar, ao mesmo tempo que, por dobrar a oferta de mão de obra, continha os custos salariais.
Uma série de fatores históricos e sociais possibilitou o mundo igualitário que a civilização ocidental apresenta hoje, mas todos se assentam na questão material da produção, e biológica da reprodução.
A Vitória Reprodutiva
Todos sabem que a vitória na natureza é das espécies cujos indivíduos melhor se adaptam ao ambiente, garantindo sua sobrevivência, mas falta também acrescentar que tudo isso é irrelevante se não levar em conta a eficiência reprodutiva.
Não basta sobreviver, tem que se reproduzir! E por mais que nosso contexto seja diferente daquele que imperou durante centenas de milhares de anos, ainda estamos sob jugo desse simples fato biológico.
E é irônico que mesmo com todo o avanço científico e tecnológico que nos permite dobrar a natureza, ainda sejamos tão vulneráveis à mesma dinâmica que determina o sucesso das demais espécies vivas, pois enquanto as civilizações mais sofisticadas, com seu algo grau de equalidade, vão encolhendo vegetativamente com taxas reprodutivas inferiores a duas crianças por mulher, a civilização islâmica cresça vertiginosamente.
Não nos é opção retroceder a um modelo anterior de sociedade, pois isso aceleraria a destruição do planeta não apenas pelo excesso populacional, mas porque uma civilização plenamente cristã em oposição a uma islâmica não poderia ter outro resultado que uma guerra nuclear global.
A maior esperança parece ser, na falta de devida reprodução genética, amplificar a memética, e se o Relativismo Cultural deixar, transmitir nossos valores aos futuros donos do mundo.
Ao futuro Califado Universal.
Pois o Islã irá conquistar o mundo não pelos braços de seus homens, mas pelo ventre de suas mulheres.
Marcus Valerio XR
19 de Dezembro de 2012
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