Reflexões sobre ABORTISMO

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16 de Agosto

Um bom argumento para descriminalizar o aborto é que para qualquer efeito prático ele já está descriminalizado desde 2005. Como se vê na legislação, basta que a gestante compareça ao SUS e alegue ser vítima de estupro. Não é preciso B.O., testemunha ou evidência, nem sequer acusar um inocente. Basta preencher documentos e passar por procedimentos que também ocorreriam caso o aborto fosse totalmente liberado.

Segundo o SUS, em 2006-2011, 433 mulheres morreram por abortos provavelmente ilegais. Muitas poderiam ter sido salvas se essa informação (que aposto que você não sabia) fosse amplamente divulgada. Não seria crime fazê-lo!

Então fica a questão: Se o Abortismo realmente está interessado em salvar vidas de mulheres, porque não o fez?

17 de Setembro

Sobre o aborto, a vitória Pró-escolha parece inevitável. Foi assim em todos os países desenvolvidos. A América do Sul ainda é o maior baluarte de resistência mundial à descriminalização, e o motivo óbvio é ser a mais profunda área de influência católica. Exatamente nesse ponto está a fraqueza Pró-vida. Se atrelar à base religiosa de forma tão radical é uma estratégia a longo prazo suicida, pois o aumento do secularismo mina na base seu fundamento. E o abortismo reforça tal associação, frisando que a única forma de se opor ao aborto incondicional é por fé. Assim, invoca a laicidade do estado e, com toda razão, acusa os Pró-Vida de impropriedade.

Ademais, a Planned Parenthood, braço direito das plutocracias que querem impor o abortismo contra a autodeterminação das democracias resistentes, teve a idéia maquiavelicamente genial de criar as Católicas pelo Direito de Decidir, para dar a impressão de que, mesmo dentro da tradição católica, é possível ser a favor do aborto.

Nunca é demais lembrar. As C.D.D. não tem relação alguma com o catolicismo, nem sequer fingem ir a Igreja. Nesse sentido, é tão legítimo quando um bando de bebuns que não sabem nem pra que lado fica Meca se intitular "Muçulmanos pelo Direito de Encher a Cara".

O abortismo nunca irá trazer diretamente ao grande público os argumentos filosóficos, totalmente laicos, que acadêmicos Pró-Vida tem desenvolvido há 4 décadas, embora neles se baseie sua sustentação lógica, porque isso fatalmente traria também os argumentos contrários que são claramente superiores.

É na esfera puramente racional, livre de qualquer influência espiritualista, que pode ser demonstrado de modo avassalador que é impossível sustentar a validade ética do aborto incondicional. E por insistir no contrário, os anti-abortistas apenas adiam o inevitável.

As mensagens 859 e 860 são relacionadas a isso, e são bem interessantes.

9 de Outubro

Há alguns anos, investigando se alguém mais tentava pensar o abortismo como uma luta simbólica, deparei-me com um fórum onde uma moça pedia sugestões para criar uma tatuagem pró-escolha que representasse a sapiência de sua decisão de abortar. Algo positivo, honrando a vida que poderia ter sido, com uma imagem “boa”.

De imediato eu já sabia aquilo que a averiguação posterior só poderia confirmar. A empreitada é impossível! Não há como representar de uma forma boa aquilo que pode até ser em alguns casos um mal menor, mas ainda assim um mal. No máximo, pode-se desviar o assunto, como na sugestão de um anjinho (para expressar o amor da mãe que matou o bebê para salvá-lo da péssima existência que teria), do símbolo genérico do feminismo, a fitinha dizendo “I’m sorry” ou o famigerado cabide.

Por isso há tantas histórias pró-vida belas e com finais felizes, mas não há como haver uma pró-escolha, pois o bem e a felicidade só podem afirmar-se pela vida. Mesmo a mulher vítima de um estupro (embora eu concorde que deva ter o direito ao aborto seguro) ainda pode dar a esse evento trágico um final feliz e amar o ser que nasce em seu corpo. Há muitas formas de felicidade, e muitos caminhos para a vitória, mas todas pressupõem a Vida e o Amor.

Mas a opção pelo aborto, independente de ser legal ou não, justificável ou não, é e sempre será uma tragédia, uma vergonha e uma derrota.

Não há imagem bonita para isso.



19 de Outubro 23:16

Uma "excelente" notícia para os homens razoavelmente abastados que não tiveram a oportunidade de ser pais. Senado aprova projeto que dá às mães o direito de fazer o registro dos filhos e indicar quem é o pai. Esse projeto permite a qualquer mulher colocar o nome de qualquer homem na certidão de nascimento de seu bebê, o que automaticamente o torna pai com todas as obrigações legais, pensão alimentícia inclusa!

Não é necessário ter tido qualquer relacionamento com ela, e caberá ao homem, se for o caso, provar que não é o pai da criança pagando de seu próprio bolso o exame de DNA. E mesmo que o faça, o que já tiver pago de pensão (pois se não pagar vai preso) mesmo não sendo o pai NÃO É DEVOLVIDO! (Isso já é lei.) E nem há qualquer punição para a mãe que promover tal falsa acusação.

Essa é nossa Sociedade Patriarcal Opressora!

19 de Outubro 23:44

Vejam só que maravilha. Lei Maria da Penha, violência contra a mulher e feminicídios. Após admitir que a Lei Maria da Penha não teve efeito na redução do "femicídio", que permanece na média de 5.250 brasileiras mortas por ano. A sapientíssima ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para Mulheres, disse que a Lei já salvou 300.000 vidas!!!

Vale lembrar que a ministra Eleonora é aquela que, além de Abortista (defensora do aborto), também já foi Aborteira (aprendeu as técnicas na Colômbia), e também Abortante (que se submete ao aborto), ou seria AbortantA? A única coisa que não foi é Abortada!

12 de Novembro

Neste planeta não deve haver processo corruptor internacional mais bem sucedido do que o que transformou um movimento ideológico que nos deu os direitos trabalhistas que temos hoje em um que só visa a própria auto destruição.

Outrora ser de Esquerda era ser a favor da emancipação de uma Maioria trabalhadora contra uma exploração desmedida que nos piores casos chegava a exigir expedientes de 16 horas por dia 6,5 dias por semana sem direito algum, e que resolvia o problema de um acidente de trabalho mutilatório simplesmente demitindo o acidentado com a generosa promessa de que não iria cobrar dele os custos de limpeza de seu sangue da máquina.

Hoje ser de esquerda virou defender o aborto, as drogas, inventar que o Brasil é o país mais homofóbico e racista do mundo e que as mulheres são escravas oprimidas por uma sociedade de privilégios masculinos!

Esse processo corruptor foi promovido, advinhem, pelas elites bilionárias que financiaram vastamente os mais diversos programas progressistas, em geral partindo de um tema razoável, mas distorcendo-o até o ponto do completo irreconhecimento. Qualquer um que procure examinar as contas de grandes ONGs abortistas, racialistas, feministas, homossexualistas etc, vai ver com clareza o dedo de instituições como Fundação Ford (leia-se CIA), Fundação Rockfeller (que ainda é a família tradicional mais rica do mundo) ou Comissão Trilateral.

Mas as mesmas, evidentemente, jamais dariam um único centavo para uma organização trabalhista. E as mesmas, também evidentemente, são as responsáveis pela onda neoliberal que não tinha outro objetivo a não ser remover os mesmos direitos conquistados pelas lutas sindicais bem como destruir o livre mercado. Da Esquerda para Trás)

Essa inversão inacreditável de valores pode não ser irreversível ou completa, mas causou um estrago espetacular na sanidade da civilização.

Não sei o que é pior. A estupidez dos esquerdistas que caíram nessa armadilha e se desmoralizam dia a dia, ou a idiotice dos direitistas de classe média que sob a bandeira dos bons costumes e tradições colaboram com as forças que querem manda-los de volta à semiescravidão.

26 de Novembro

Assistimos ao documentário Blood Money, no Casa Park. Um filme que está sofrendo nítida censura no Brasil, visto ser um forte libelo Pró-Vida. Mas me decepcionou um pouco. Pareceu-me apelativo demais, e em sua maior parte é uma denúncia contra os desmandos da indústria bilionária das clínicas de aborto nos EUA, que segundo o filme, são praticamente livres de qualquer regulação, sonegam largamente imposto de renda, ocultam as mortes de mulheres e usam de todas as chantagens e golpes baixos para convencerem moças a abortar, inclusive recomendando-as a irem o mais rápido possível para a clínica e ocultar o fato da família, levando dinheiro vivo.

Como a maior parte do Abortismo no Brasil e no mundo está lutando pela descriminalização e estatização do mesmo, 90% das críticas levantadas não se aplicam. Aliás, dá até mais força ao argumento estatizante.

Mas há muitos bons momentos, inclusive alguns esclarecimentos sob os subterrâneos jurídicos que permearam o caso Roe x Wade, e atuação da Planned Parenthood, que praticava esterilização eugênica de populações pobres até 1972, quando foi proibida, e curiosamente o aborto foi liberado em 1973! Mas me preocupa levar a crítica ao abortismo para o lado do racismo, ainda que isso seja um fato difícil de negar, pois só faz aumentar o apoio dos racistas ao aborto incondicional. Pra piorar, pela enésima vez disseram que Margareth Sanger era abortista. Mas isso é na melhor das hipóteses incerto. Ela realmente era eugenista e racista, mas nunca apoiou aborto abertamente por considera-lo muito perigoso.

E claro, o temível Reductio ad Hitlerum também não me agrada. Também achei estranho não tocarem num dos pontos mais curiosos da liberação do aborto. Este acontecer justo quando sua necessidade declinou devido à advento da Pílula. Tema que comentei brevemente em As Ovelhas e os Memes.

Mas o filme merece ser visto. Ao menos trás algumas questões pouco comentadas. Até mesmo os abortistas deveriam vê-lo, até porque alguns dos argumentos apresentados podem ser revertidos. Mas uma coisa é certa. Ainda que tenha sido exposta de forma frágil e confusa, se não equivocada, é inegável que a maior parte do abortismo se baseia em duas premissas básicas, a negação da humanidade do feto e que o aborto pode ser a melhor opção em vários casos. Neutralize as duas, o que é relativamente fácil, é a situação dos pró-escolha fica bem mais complicada. Embora eu sempre insista que o mais poderoso argumento anti-aborto existente, completamente livre de influência religiosa ou ideológica, continua sendo sumariamente ignorado. Aborto - O Argumento Decisivo.

Curiosamente, é exatamente em cima do termo Pró-Escolha que o filme faz uma das mais intrigantes afirmações. A de que embora visto como um direito de escolha da mulher, a maioria delas declara que praticou o aborto por falta de escolha. E eu sempre vou lembrar do fato de ao passo que o abortismo costuma falar em Autonomia Reprodutiva, que a gravidez indesejada é exatamente o resultado da falha de tal autonomia.

Talvez até em parte por isso que hoje o foco seja as mortas em clínicas clandestinas como argumento principal. Ainda que aumentando algumas milhares de vezes o número aproximado de 50 casos por ano, as vezes, para 200 mil! Bem como dizendo hipocritamente que o Uruguai não registra mortes de mulheres por aborto clandestino pós liberação, em 2012, quando na verdade já não registrava desde 2001!

E para quem insiste em acreditar que o abortismo está preocupado com mortes de mulheres, bem que poderia ler isso aqui Study:One Abortion Increases a Woman’s Death Risk 45%

6 de Dezembro 22:20

Quem serviu o exército sabe que os soldados passam muito mais tempo ensaiando desfiles do que em treinamento de combate. Por sinal, adoro Dobrados. O Hino da Marinha (Cisne Branco) é uma de minhas músicas favoritas. Mas disse isso apenas para lembrar que uma instituição cuja função primordial é a guerra, também é muito boa em apresentar paradas cerimoniais com músicas belíssimas.

Tais funções possuem uma similaridade inicial no quesito preparo, treinamento e ordenação, mas rapidamente divergem no que que tange a execução. Um desfile militar é um rito rigoroso que só tem sucesso se seguido criteriosamente do princípio ao fim, sem desviar-se de seu plano original. Já uma batalha (ou mesmo toda a guerra) pode iniciar-se com o mesmo preparo rigoroso, mas a qualquer momento pode ser tomada por imprevistos e obrigar aos mais extremos improvisos, exigindo de seus integrantes enorme capacidade de adaptação, e por fim, é possível que a vitória seja obtida mediante uma abordagem por completo diferente da esperada.

Agora vamos transpor e ampliar essa imagem para as contendas sociais, intelectuais, culturais etc. Aquele que pretende realmente vencer tem que estar preparado para agir como um exército, não como uma banda, e isso implica ser flexível, saber fazer as alianças estratégicas necessárias e ter a habilidade de improvisar, "tocando uma música" distinta da que planejava. Não pode esperar obter a vitória apenas repetindo incessantemente um plano prévio, insensível as imprevisíveis variações de contexto a não ser, óbvio, quando este plano esteja dando ótimos resultados.

Como exemplo prático, veja a diferença nas trajetórias das lutas feministas pelo direito ao Aborto em contraste com o combate ao Estupro.

A primeira é implacavelmente bem sucedida, tendo conseguido em poucas décadas o seu objetivo pelos meios mais diversos, alterando com frequência seu discurso e se adaptando às condições locais. Foi da autonomia sobre o próprio corpo, redução da criminalidade pela prevenção de bebês indesejados, controle populacional e redução da pobreza, e hoje está centrada em salvar vidas de mulheres. Ora indo por decisões judiciárias tecnocráticas, ora medidas discretas do executivo, ora por iniciativas legislativas.

A segunda repete a mesma ladainha há décadas. Patriarcado Opressor e Cultura do Estupro. Focada principalmente no Legislativo e na batalha cultural. Disparando campanhas e programas de governo custosos que são invariavelmente os mesmos em todos os países, e que igualmente não tem tido qualquer sucesso notável.

O mesmo ocorre na questão da violência doméstica.

Aqueles movimentos sócio culturais que são incapazes de se articular mais diversamente, que não abrem mão de métodos que se mostram ineficazes, que preferem se afastar de seus objetivos para se manterem agarrados a seus princípios mesmo quando estes pretendem o absoluto contrário do que de fato conseguem, podem até ter seus motivos para tal.

Mas ao menos podiam admitir que não estão mesmo tão dispostos a conquistar coisa alguma, mas sim a apenas tocar insistentemente a mesma canção.

15 de Dezembro

Embora alguns conservadores, liberais e eu tenham insistentemente dito que ONGs feministas, racialistas, LGBTT e outras formas de progressismo tem sido financiados por elites bilionárias com objetivos não muito claros, tem muita gente que parece não acreditar. Então aqui vai uma evidência mais direta.

Brazil - Grantmaking

Neste link a Fundação Ford relaciona uma lista de organizações brasileiras que recebem financiamento. Só para organizações feministas fluíram cerca de U$ 1.500.000,00 (Um Milhão e Quinhentos Mil Dólares) só em 2013. (Lembrando que você não verá o termo "Feminism", mas sim "Gender" ou "Women's", com uma especial predominância de Black Women issues.)

Não é o caso de desqualificar tais iniciativas ou a própria Fundação Ford, que movimenta mais de 10 bilhões de dólares anuais, nem outras instituições similares, como a de Bill Gates, Rockfeller, Soros etc, que financiam inclusive organizações abortistas.

Quero apenas apontar que o vitimismo e discurso de oprimido não cai bem a um movimento ideológico que conta com recursos bilionários vindo não só de instituições privadas quanto também de governos, inclusive dos EUA e do próprio Brasil, para entre outra coisas fraudar estatísticas e disseminar agendas estranhas ao conhecimento e interesse da grande maioria da população, passando totalmente ao largo do sistema democrático.

18 de Dezembro 13:08

Feminista Argentinas Atacam Homens Católicos

Aconteceu há menos de um mês, em 24/11/13. Um grupo de manifestantes abortistas promoveu um ataque contra uma igreja.

VEJA O VÍDEO! Você viu isso na mídia? Viu isso no Yahoo? No UOL? Na Globo? Viu algum blog feminista tocar no assunto?

Também tem Católicos defendem catedral de Posadas contra feministas do XXVII Encuentro Nacional de Mujeres.

27 de Dezembro

Para quem ainda acha que tem direito à dúvida... ISLAM WILL DOMINATE THE WORLD

Diante de uma evidência tão clara, de uma matemática tão simples, não há como achar que a União Europeia e suas "brilhantes" políticas de Gênero num esforço desesperado de diminuir ainda mais sua população original já em franca extinção (incluindo a tentativa de tornar aborto um direito humano inegável) seja algo desconectado. É mais que flagrante que estão colaborando ativamente para a islamização da Europa.

A questão é saber se o fazem por uma trágica admissão de derrota, antecipando o inevitável, ou se por perfídia. Curiosamente, a Espanha com sua atroz "Ley Contra la Violencia de Género" é a que tem a taxa reprodutiva mais baixa e todas: 1.1, prá lá de irreversível. Desta vez não tem El Cid que dê jeito.

Mas é de se notar que as taxas reprodutivas europeias já estavam em retração mesmo antes da revolução sexual dos anos 60/70, e além da pílula, ainda inventaram mil e uma formas de desestimular ainda mais a reprodução, E CONTINUAM INVENTANDO!

Quando se vê o quadro geral, chega a ser grotesca a visão de uma civilização marchando às pressas para seu próprio fim, seja por ambientalismo radical que prefere preservar a natureza em detrimento do bem estar humano, por defensores de direitos dos animais que dão mais valor a beagles que a pessoas, por revolucionários novos modelos de famílias não reprodutivas querendo o mesmo status social de famílias reprodutivas, e antinatalistas, childfrees, abortistas e raios que os partam!

Alguns podem considerar isso como uma forma de resistência. Governo de Rajoy aprova nova lei que restringe o aborto em Espanha E penso que atitudes similares deverão se tornar mais comuns. O famoso BACKLASH. Só penso que já é tarde demais.

31 de Dezembro

Inspirado no periódico de 27/12 (acima), publico uma Hipótese Benevolente Sobre A Cruzada Anti-Reprodutiva, finalizando o ao com um viés um pouco mais otimista, embora ainda assim trágico, do tema do suicídio populacional ocidental em frente ao Islã.

Marcus Valerio XR

2015

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