Que a República Popular Democrática da Coréia (RPDC), vulgo Coréia do Norte, tem sido o país alvo da maior difamação caluniosa de todos os tempos, é algo trivial para qualquer um que estude o assunto. Quem tem como fonte de informações apenas a grande mídia ocidental não tem a menor chance de fazer alguma ideia da realidade do mais misterioso país do mundo.
Difícil imaginar algo que já não tenham dito, de campos de extermínio à obrigatoriedade de cortes de cabelo em poucos estilos determinados por lei, de criação de unicórnios a execuções com mísseis para quem cantar o hino do país errado. A promoção em massa e compulsiva de mentiras deslavadas sobre a RPDC terminou se tornando parte da "formação" básica do imaginário ocidental para pessoas que "sabem tudo" sobre o assunto exceto o que for verdadeiro.
Mas há que se admitir que o tablóide britânico The Daily Star inovou. Segundo reportagem disponível em North Korean scientists attempting to CLONE humans for Kim’s super army , a RPDC estaria agora anos-luz à frente de qualquer um em "Engenharia" Genética aponto de estar produzindo um EXÉRCITO DE CLONES capazes de obedecer quaisquer ordens. Também que Kim Il-sung (o herói da revolução e primeiro grande líder) e Kim Jon-il (seu sucessor) seriam ressuscitados, e que Kim Jon-un, o atual marechal, conseguiria a imortalidade por meio da clonagem.
A reportagem, comentada em português em Mídia comunica sobre criação de 'exército de clones' na Coreia do Norte, impressiona nem tanto pelas suas hipérboles surreais, pois essas são a regra nas "notícias" que nos chegam constantemente sobre o país, mas pelo fato de ser, desta vez, antitética ao tom predominante, destacando um avanço científico e tecnológico seguramente incompatível com as tradicionais, e falsas, alegações de fome e miséria em massa. (Como raios o exército de clones iria comer?)
Só falta agora alguém pegar um daqueles vídeos com treinamentos absurdos dos soldados das forças especiais norte coreanas, acrescentar umas Lightsabers, vermelhas, claro, e falar logo na criação de um exército de Siths. NORTH KOREAN SPECIAL FORCES - THESE ARE NOT PEOPLE, THEY'RE ROBOTS
E se algum dia você avistar um Estrela da Morte no céu, já sabe de onde veio.
Dos motivos para votar em Bolsonaro, já comentei, em 11 de Agosto, que a ilusão de que ele seja patriota ou nacionalista não é mais sustentável sem anular a aptidão racional.
A questão da honestidade, aponto sempre, é irrelevante, pois praticamente todo mundo, em Todo O Mundo, releva corrupção se houver coisa mais importante em jogo. E quase sempre há. Aliás, é a maior das hipocrisias, quase sempre o mesmo que esbraveja a corrupção do candidato adversário não dá a mínima quando é de seu próprio candidato. É o famoso "rouba mas faz", que sintetiza que a maioria do eleitorado está mais preocupado com o desempenho efetivo do governante do que com suas falhas morais. O próprio Sérgio Moro comentou, em seu mais famoso texto, sobre a tendência das pessoas a não se importar com corrupção a não ser quando não há mais outras coisas com as quais se preocupar.
Sobre a oposição de Bolsonaro à neoesquerda, é uma justificativa mais defensável, mas simbólica, pois se ele de fato encarna a rejeição massiva do povo pelas pautas progressistas culturais, isso só lhe era verdadeiramente possível enquanto tinha mais independência como parlamentar apoiado por vasto eleitorado. Mas além de, no Executivo, pouco poder fazer nesse sentido, já expliquei, em 21 de Agosto, porque a tendência infalível é ele enfraquecer essas posições, e observe que ele até mesmo tem tocado menos nesse assunto. Vale lembrar que o Congresso mais conservador em mais de meio século aprovou a "Lei do Feminicídio", para a qual Bolsonaro foi peça crucial ainda que não intencional. Aliás, até hoje me fica a dúvida se ele também não votou a favor dela.
Por fim, a justificativa mais sustentável, deixando de lado mera identificação pessoal, reside em suas posições sobre segurança pública. Essas ele teria, de fato, muito mais facilidade de implementar não apenas por meio de políticas que cabem diretamente ao Executivo, como teria muito mais facilidade de tramitá-las pelo Legislativo, que além de mais alinhado nessa pauta que nas outras, ainda tem a vantagem de serem questões que não desafiam os lobbys econômicos, pelo contrário. A maioria das propostas no sentido de enrijecimento das penas, policiamento mais ostensivo, maior repressão, ou mesmo a "castração química voluntária", são de interesse de grupos econômicos, ou ao menos não lhes afetam.
Mas é justo aí que vem a pior de todas as incoerências!
O que quer que seja feito nessa esperança de reduzir a criminalidade, quer seja bem sucedida ou não, terá como efeito o imediato aumento dos gastos com segurança. Isso significa mais presídios para conter mais apenados por mais tempo, mais recursos para as polícias, mais policiais, mais pesquisas e órgãos de controle para implementar inovações como a "castração" química etc. Ou seja, tudo depende de mais gasto!
MAS COMO RAIOS FAZER ISSO COM A MIL VEZES MALDITA EMENDA CONSTITUCIONAL 95, NA QUAL ELE PRÓPRIO VOTOU A FAVOR?!?!
Lembrando que a tendência da inflação será cair nos próximos anos, devido a escassez de consumo e investimentos. Com isso, não só será impossível qualquer investimento maior em Segurança Pública, até mesmo na construção de presídios públicos para depois serem privatizados (comento brevemente sobre isso em 6 de Janeiro de 2017), como a mera reposição inflacionária periga ser tão pífia que a depender do que exatamente terá índice maior, na prática, a correção terminar sendo inferior à inflação geral medida pelo INPC.
Hoje, o motivo mais racional para votar em Bolsonaro é justo aquele que NUNCA lhe foi tradicionalmente associado, e que seu eleitorado tradicional jamais se interessou, que é sua submissão absoluta ao financismo predatório, ao neoliberalismo e as sandices libertárias e anarcocapitalistas. Ou seja, nada do que o "mito" tradicionalmente encarnou, e em grande parte sua absoluta antítese.
Ciro Gomes é o único que vem batendo repetidamente nessa tecla, embora ela seja uma das questões mais prementes do Brasil atual. O país está caminhando célere para se tornar um Narco-Estado.
São Paulo, que possui a maior população e economia do país, é a sede de um partido político que realizou uma aliança com uma organização criminosa que permitiu à dita cuja se expandir para a maior parte das regiões do país, decretando uma guerra com outras facções para estabelecer o controle de rotas do narcotráfico e a hegemonia em pontos de venda locais.
Existem vários índices de conluios de políticos das mais altas esferas do poder e o narco-tráfico, há presença de representantes do PCC até mesmo no STF.
Se o próximo Presidente da República não criar uma linha clara de combate a esse problema, o Brasil vai mergulhar rapidamente no estado em que o México e a Colômbia se encontram hoje, tornando-se palco, inclusive, de intervenção de potências estrangeiras.
O combate ao narcotráfico deve se tornar uma das principais tarefas do governo federal, não só com mecanismos de inteligência e organizações adequadas, mas também com uma legislação dura que desça o pau no empresariado associado a esses esquemas de lavagem de dinheiro.
É necessário expor não só os candidatos vinculados ao nascimento do Narco-Estado, como Alckmin, mas também aqueles que pensam que vão resolver o problema delegando a tarefa de combate às facções criminosas ao cidadão comum, como o Bolsonaro.
Os únicos candidatos que se mostraram conscientes do problema são Ciro Gomes e Daciolo. O restante não parece entender bulhufas do que está acontecendo no país.
O recém popularizado conceito de Ideologia de Gênero tem incomodado aqueles que rejeitam o rótulo, principalmente por um preconceito sobre a noção de 'ideologia', que não deveria ser vista como necessariamente negativa, pois pode ser entendida como uma proposta prática de transformação do mundo sob uma leitura teórica.
Mas há certa razão na recusa do conceito até pelo fato de ser falso que a 'Ideologia (da Construção Social) dos Gêneros' remeta a algo novo ou distinto no pano de fundo ideológico da neoesquerda, pois 'Estudos de Gênero', 'Teoria de Gênero' ou qualquer termo melhor aceito, nada mais é que Feminismo!
Embora a palavra 'feminismo' exista desde o Século XIX, ela se popularizou a partir da década de 1960, passando a identificar com maior precisão a dita Segunda Onda do movimento, que possui basicamente dois pilares teóricos centrais: o primeiro, a existência de um sistema social que estruturalmente privilegia homens e oprime mulheres, chamado de 'patriarcado', e em segundo, ao distinguir o dado físico natural do 'sexo' do dado psicossocial do 'gênero', que este último não tem fundamentação biológica, mas que é na realidade construído pela cultura.
Portanto, a ideia de que os comportamentos e papéis típicos de gênero sejam imposições sociais arbitrárias que não partem de uma natureza fundamental, já tem mais de meio século, e se é verdade que obteve popularização mais recente, está flagrantemente presente em todas as obras seminais do Feminismo a partir da Segunda Onda inclusive prevendo seus desdobramentos mais radicais.
Feministas podem rejeitar o termo usado pelos conservadores, mas concordarão imediatamente que defendem uma 'teoria de gênero', uma cosmovisão onde os papéis femininos e masculinos típicos foram impostos pelo patriarcado e seu infinitos e onipresentes recursos de doutrinação social. Assim, os oponentes do conceito ganhariam ao parar insistir numa "Ideologia" não reconhecida, e se assumir Anti-feministas, visto que rejeitar a ideia do constructo social do gênero é necessariamente rejeitar o Feminismo inteiro, enquanto movimento social atual.
Pois se não há uma causa natural para comportamentos de gênero bem definidos, então a única forma deles serem tão regulares e universais seria a existência de um patriarcado onipresente que assim os determina, a maior e mais abrangente teoria conspiratória de todos os tempos, onde em todas as culturas, em toda a história, em todos os pontos do globo, haveria esta força dominadora produzindo artificialmente o gênero.
Sem essa ideia de um 'patriarcado' onipotente, seria de se esperar uma variedade de exemplos como culturas onde são as mulheres que caçam, constroem ou guerreiam, e onde homens cuidam das crianças e de atividades domésticas. Sem a teoria da determinação social do gênero, haveria que se reconhecer a naturalidade dominante dos papéis típicos dos sexos, sem a necessidade deste patriarcado ordenador.
Em suma, a teoria da construção cultural do gênero não pode ser dispensada sem neutralizar o Feminismo por completo.
Por fim, muitos argumentarão que a dita Ideologia de Gênero seria típica da chamada Terceira Onda do Feminismo, mas isso apenas mostra desconhecimento sobre a natureza da Segunda Onda, que já continha todos os elementos da Terceira, apenas mais moderados devido à evidente confusão intelectual que levar as teses fundamentais dessa doutrina da artificialidade do gênero às suas últimas consequências inevitavelmente faz.
Isso inclui a contradição entre negar uma essencialidade do Feminino e do Masculino nos comportamentos predominantes de homens e mulheres, e ao mesmo tempo afirmá-la na inversão típica da transexualidade, onde uma miríade dos supostamente pertencentes ao gênero "privilegiado" simplesmente quer mudar para o gênero "oprimido." (Alguém já ouviu falar de Senhores Feudais querendo ser vassalos ou Senhores de Engenho querendo ser escravos?) Bem como declarar a não naturalidade da heterossexualidade, mas ao mesmo tempo afirmar a naturalidade da homossexualidade.
A dita "ideologia de gênero" nada mais é que um rótulo incômodo que feministas não irão aceitar. Não há motivo para insistir nele quando já existe um termo consagrado que é indissociável deste conceito.
Quer combatê-la? Use o termo correto. E tenha ciência de que está a combater o Feminismo!
As pessoas dizem isso porque eventualmente ocorre um fenômeno curioso que é o fato de alguns cubanos pegarem embarcações simples ou improvisadas e se dirigirem aos EUA. Isso é possível porque a distância entre Cuba e Miami é de pouco mais de 100km. Isso ocorreu em diferentes momentos da história e ocasionalmente ainda acontece, gerando esse questionamento: se Cuba é "tão bom", por que o povo foge?
O caso, no entanto, é que, primeiro: a vida em Cuba não é "tão boa assim". Eles têm certamente acesso a todos os bens básicos, têm saúde, educação, alimentação e moradia. No entanto, alguns serviços estão em falta devido ao bloqueio imposto pelos EUA. A tecnologia só nos últimos anos tem chegado em Cuba, a internet já é muito usada mas continua sendo cara. Carros são na maioria antigos porque Cuba não pode nem importá-los nem receber montadoras estrangeiras. O bloqueio é, portanto, uma prática criminosa, praticada há décadas, com o intuito de isolar Cuba do cenário internacional. Felizmente, pela sua própria estratégia, Cuba tem conseguido driblar o bloqueio ao se aliar a países como Venezuela, China, Brasil e Rússia. Os EUA, percebendo que sua estratégia de décadas não conseguiu derrubar a revolução (eles esperavam que o povo, ao sofrer contra o bloqueio, se rebelasse contra o governo, o que não ocorreu), agora começa a voltar atrás e se reaproximar de Cuba. Mesmo assim, o bloqueio (que na verdade são um conjunto de várias leis) continua existindo.
Uma dessas leis gera esse fenômeno da "fuga" de cubanos. É a chamada Lei do Ajustamento Cubano. Segundo ela, qualquer cubano que saia de Cuba por mar e chegue ao solo americano, recebe a condição de refugiado, tendo, portanto, direito a moradia e emprego nos EUA. Ora, quem não gostaria de ir pros EUA tendo garantia de moradia e emprego?! A imigração da América Latina pros EUA é um fenômeno histórico, já, independente de sistemas políticos. Muitos hondurenhos, salvadorenhos, mexicanos, guatemaltecas e outros migram todos os anos pros EUA, mas quando chegam lá são tratados como criminosos, perseguidos e deportados. Por que, então, os EUA aceita os imigrantes de Cuba e lhes oferece emprego e moradia com dinheiro do contribuinte americano? Ora, isso ocorre porque o interesse dos EUA é que isso gere uma má repercussão para Cuba, dando a ideia de que em Cuba a vida é tão miserável que o povo prefere fugir. No entanto, isso não ocorre. O povo cubano tem tido muitas melhorias ao longo dos anos e felizmente se livrou dos piores flagelos da humanidade, que são a fome (inexistente), o analfabetismo (inexistente) e a criminalidade (existente, mas em índices baixíssimos). Os que "fogem" pros EUA vão movidos pelo desejo de ter uma vida melhor, mas nem sempre acontece. O que mais tem são cubanos querendo voltar, por perceber que em Miami eles somente são úteis como serviçais, servindo de manobra para o governo americano. Fiquemos na torcida para que o bloqueio caia o quanto antes, e com ele a criminosa Lei do Ajustamento Cubano.
Como não vejo Globo há muito tempo, estou confiando no autor do post sobre o que foi veiculado. Mas a avaliação dele de qualquer modo aponta o previsível.
Eu queria que algum amigo partidário de políticas liberais e de privatizações irrestritas - em geral eleitores de Alckmin, Amoêdo ou Bolsonaro - me explicasse a reportagem veiculada no Fantástico ontem a respeito da situação de nossas estradas.
Primeiro que em pesquisa realizada pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes), a quantidade de estradas em situação ruim ou péssima aumentou em 25% em apenas um ano entre 2016 e 2017. Por qual razão? Efeito nítido da política de limite de gastos imposta ao Brasil por Temer/PSDB.
Mas aí vem o pior. Estradas concedidas à iniciativa privada não são garantia de estradas boas, pelo contrário. Em resumo: a reportagem demonstrou diversos exemplos de descumprimento de contratos por parte destas empresas, que enriquecem com a cobrança excessiva de pedágios. Além do mais, cobram pedágios em trechos simples, que teriam como obrigação duplicar, mas nunca fizeram. Superfaturam os gastos de despesas para justificarem reajustes maiores nas tarifas de pedágios ou pagam propinas a governos para vencerem lotes de concessão, entre diversas outras irregularidades.
Ah, mas não acontece nada? Não! Pois quebrar contratos pode "assustar" e causar desconfiança no mercado. Multar? Para apenas uma única concessionária no PR, a ANTT já aplicou 46 multas por descumprimento de contrato, que nunca serão pagas, claro! Agora imaginemos a saúde, a educação privatizadas como defendem alguns destes candidatos? E pior, defendem que o Estado não deve interferir, pois o mercado se autorregula (risos). Mas tem gente que cai neste discurso barato de que o privado é melhor e apoiam, inclusive, a privatização da Eletrobras, acreditando que teremos melhor oferta de energia elétrica. Pobre alienados...
A melhor maneira de ter essa dimensão é comparando Cuba com seus vizinhos, em especial o Haiti, hoje uma terra arrasada. É aquilo que Cuba seria sem o socialismo. Pegue-se também o caso de Honduras, El Salvador, Guatemala... países destruídos por guerras civis e pela miséria, com dezenas de milhares de pessoas todos os anos migrando pros EUA e vivendo escondidos em subempregos (mas só é notícia se um cubano migrar). Os índices sociais de Cuba são totalmente díspares em relação a seus vizinhos. E mesmo com todo o bloqueio imposto pelos americanos, os índices sociais do país ainda é superior à maioria dos países centroamericanos (sendo superado à distância somente por Panamá e mais um ou outro). Não há termo de comparação. Em tempo: a pobreza extrema não existe em Cuba. Ninguém passa fome, frio ou desabrigo. O país hoje luta para oferecer mais qualidade de vida a seu povo, pois o básico já está garantido.
É praticamente um "despertar da Matrix" saber que o mundo em que vivemos atualmente é inteiramente baseado na veneração de um dos mais tradicional e universalmente repudiados vícios humanos.
"A mais aborrecida de todas as formas de obter dinheiro e com justa razão, é a usura, porque nela, o lucro procede do dinheiro mesmo e não dos objetos naturais. O dinheiro estava destinado ao uso de troca, e não para incrementar a si mesmo por meio dos juros".
O termo juros que significa a criação de dinheiro a partir do dinheiro se aplica também a sua multiplicação. De todos os modos possíveis de obter riquezas este é o mais contrário à natureza [1], segundo Aristóteles (384-322 a.C.).
A Usura através das Épocas
A definição de usura de Aristóteles é, talvez, a mais convincente que jamais se fez. A usura, como se definiu originalmente, é qualquer dinheiro feito de um empréstimo. Originalmente não significava juros excessivos em um empréstimo, mas qualquer juros. As mudanças sutis na definição ajudaram a corromper e subverter o espírito tradicional da usura e, finalmente, tornar a usura vitoriosa. A oposição cristã, e particularmente católica, à usura foi fundada sobre a afirmação de Lucas sobre dar sem esperar nada em troca, e nos preceitos do Antigo Testamento contra a cobrança de juros. A Igreja ortodoxa não foi menos inequívoca. São Basílio escreveu do usurário:
"Se ele te houvesse podido enriquecer para que teria chegado a tuas portas? Chegou a elas buscando socorro, mas encontrou com seu inimigo. Teu fardo era aliviar e socorrer sua miséria, mas tu tornas maior a sua pobreza, tentando apurar as faculdades de um homem infeliz: como aquele médico que ao invés de dar saúde ao enfermo com suas visitas, a retirasse pelo contrário as poucas forças que encontra nele. A este modo tu fazes féria, e te utilizas das calamidades dos miseráveis [...] Ignoras que é maior o aumento de pecados, que é o que espera colher com a usura do dinheiro emprestado?".
"...O que recebes do pobre, excede todos os modos de desumanidade. Tiras utilidade e lucro das calamidades, de lágrimas colhes prata. Afogas e sufocas ao desnudo, e açoitas ao faminto: nunca exercitas a misericórdia, nem mesmo vem à imaginação o parentesco que se tem com o humilhado..." [2].
A Igreja ortodoxa, não obstante, como a católica, se tornou ambígua com o passar dos séculos e isso permitiu a subversão das doutrinas tradicionais. Surgiram questões relativas à natureza da usura como pecado, e outros equívocos que propiciaram a deriva [3].
A oposição à usura foi uma característica perene das culturas tradicionais através do tempo e do espaço, com a intuição de que há algo não natural, parasitário e rotundamente pecaminoso nisso. Quando uma civilização aceita a usura como prática comercial normal, como faz a civilização ocidental, é um sintoma de um ciclo de decadência avançado, como explicaram tanto Brooks Adams como Oswald Spengler.
A sabedoria tradicional proporcionou advertências e proibições desde tempos imemoriais. As escrituras védicas da antiga Índia (2.000-1.400 a.C.) chamam ao usurário de kusidin, um prestamista que cobra juros. Um brahmana (sacerdote) e um kshatriya (guerreiro) tinham como proibida a prática da usura. Vasishtha, A Sagrada Lei dos Aryas, afirma: "Deus pesou na balança o crime de matar a um bramana culto contra o crime de cobrar juros; o assassino do brahmana permaneceu na parte superior, o cobrador de juros afundou para baixo" [4]. Não obstante, assim como nas civilizações ocidentais e clássicas, a definição da usura foi comprometida com o tempo. Pelo segundo século d.C. as Leis de Manu definem a usura como algo acima de uma taxa de juros "legal", depois do que os juros não podem mais ser recuperadas. O fato de que havia agora um tipo de juros legal absoluto, no lugar de estabelecer uma proibição geral, indica um comprometimento do tipo que surgiu na cristandade ocidental e na Grécia e Roma clássicas. Ademais, assim como com a isenção dos judeus das leis sobre a usura sob a Cristandade medieval, se permitia à casta dos comerciantes hindus o comércio da usura. "Para investir dinheiro em juros, para ser joalheiro, para cuidar do gado, do cultivo e do comércio, estas são declaradas como ocupações da casta vaisya" [5].
Siddharta Gautama Buda regressou a uma postura inequívoca: "Discerne-se o sustento incorreto como o sustento incorreto, e o sustento correto como o sustento correto. E qual é o sustento incorreto? A intriga, a persuasão, a insinuação, o menosprezar e cobrar juros. Isto é o sustento incorreto" [6].
Plutarco (46-127 d.C.), em seu ensaio Sobre a inconveniência de contrair dívidas, descreveu os usurários como "horríveis", "como abutres" e "bárbaros". Catão o Velho (234-149 a.C.) comparou a usura ao assassinato. Cícero (106-43 a.C.) afirmou que "estes benefícios são desprezíveis, os que incorrem no ódio dos homens, tais como os dos prestamistas de dinheiro em usura".
O analista financeiro contemporâneo Sidney Homer, que trabalhava para Salomon Bros., e o professor Richard Sylla, em seu estudo histórico das taxas de juros, afirmam que a primeira lei conhecida sobre o tema foi a de Hamurabi, do ano 1.800 a.C., durante a primeira dinastia da Babilônia, que estabelece a taxa máxima de juros de 33 1/3% anual "para os empréstimos de grãos, reembolsáveis em espécie, e no 20% anual para empréstimos de prata em peso". Documentos sumérios, ao redor do ano 3.000 a.C., "mostram o uso sistemático de crédito baseado em empréstimos de grãos em volume e empréstimos de metais, em peso. Usualmente, estes empréstimos levavam juros". "Já no 5.000 a.C. no Oriente Médio, azeitonas, figos, nozes ou sementes de cereal foram provavelmente emprestados aos servos, aos agricultores pobres ou aos dependentes, e se esperava que uma porção incrementada da colheita fosse devolvida em espécie". "As primeiras taxas históricas se registravam no nível de 20-50% anual para empréstimos de grãos e de metal" [7]. Daí que a usura seja tão antiga quanto a cobiça, e também o são os esforços para resistir a ela por parte daqueles que buscam manter uma conexão com a Divindade.
No ano 600 a.C. na Grécia, Sólon estabeleceu leis sobre os juros quando a dívida excessiva causou uma crise econômica. Do mesmo modo, em Roma, as Doze Tábuas do 450 a.C., que estabeleciam as bases do direito romano, depois de que a dívida onipresente já estivesse causando escravidão e crise, fixaram um tipo de juros máximo de 8 1/3% anual. Quando Brutus tentou cobrar da cidade de Salamis 48% para um empréstimo, Cícero o lembrou de que o máximo legal era de 12%. O tipo de juros muitas vezes era de 4%. Alguns gregos "usurários" cobravam 25% anual, e até 25% por dia [8].
Os judeus do Antigo Testamento tinham proibida a usura entre si: "Não exigirás de teu irmão; usura de dinheiro; usura de comestíveis; usura de qualquer coisa que se empreste sob usura" [9]. De forma decisiva para a história, aos judeus foi dado um código moral dual que lhes permitia, entre outras coisas, cobrar juros aos não-judeus, e isso deu lugar a milhares de anos de tragédia igualmente para judeus e gentios: "A um estranho podes emprestar com usura; mas a teu irmão não exigirás o emprestado com usura, para que o Senhor teu Deus te bendiga em tudo quanto puseres mão na terra, à qual entras para tomar posse dela" [10].
Essas proibições, assim como o caráter ético e moral geral do Novo Testamento, e a herança clássica, inclusive aristotélica, herdada pela Igreja Católica, estabeleceram a base para a Doutrina Social da Igreja, na qual a oposição à usura era um elemento central. No ano 325 d.C., o Concílio de Niceia proibiu a usura entre os clérigos. Sob o imperador Carlos Magno (768-814 d.C.), a proibição se estendeu aos leigos. Aqui a usura significava puramente a obtenção de mais do que o que foi emprestado. Isso está de acordo com o que Lucas (6:35) declarou ao dizer que não se deve esperar mais do que aquilo que se dá. Em 1.139, o Concílio de Latrão, Em Roma, declarou que a usura é um roubo, e que os usurários teriam que dar restituição. Nos séculos XII e XIII, também foram condenadas as estratégias que ocultavam a usura. Em 1.311, o Concílio de Vienne declarou que qualquer um que afirmasse que a usura não era pecado era um herege e devia ser excomungado (Decretos: 29).
Dante (1265-1321) colocou usurários no sétimo nível do Inferno, onde o usurário passaria a eternidade com uma pesada bolsa de dinheiro ao redor de seu pescoço. Dante escreveu: "De cada pescoço caía pendurado uma enorme sacola, cada uma marcada com sua própria besta e suas próprias cores como um escudo de armas. Sobre estes seus olhos cheios de lágrimas apareceram à festa" [11].
Mas a Igreja em geral permitiu aos judeus praticar a usura, e as pessoas de alto e baixo nível se endividavam com os judeus usurários, até que a tensão se tornava intolerável e ocorria um pogrom. Por outra parte, quando as leis contra a usura se afrouxaram, o pretexto foi uma adaptação de Deuteronômio 23:20, permitindo que os emprestadores cristãos cobrassem usura nos empréstimos aos não-cristãos, tal como muçulmanos, que por sua parte tinham proibida mesmo assim a usura, que o Corão chama de o pecado da ribanceira [12]. A escapatória para o prestamista muçulmano foi a de ser capaz de cobrar uma "cota" por um empréstimo, no lugar de juros. A atitude da Igreja desde os tempos medievais se fez inconsistente, enquanto em alguns lugares a usura ficou proibida, em outros lugares se permitiu o que eu seu lugar foi chamado "juros", justificando-se pela recuperação das "perdas" do prestamista, tais como o atraso no pagamento. Daí que os lombardos, como os judeus, também se identificaram com o empréstimo de dinheiro, não cobrando "usura", mas um "juro" tão alto quanto de 100%. Gênova se converteu em um centro da banca de negócios onde se exercia a usura e a Igreja se sentia impotente para atuar.
Na Inglaterra medieval os empréstimos pessoais podiam oscilar entre 52-120% ao ano, dependendo da garantia. Frederico o Belo da Áustria pedia emprestado a 80%, enquanto que os comerciantes na Itália podiam pedir emprestado em 5-10%. A Coroa da Espanha pagava 40% para os empréstimos a curto prazo, enquanto que os comerciantes holandeses podiam pedir emprestado a 1 1/4% [13].
A Usura Triunfante
A Reforma marcou o começo de uma revolta contra a ordem moral tradicional da Europa, e a atitude protestante perante a usura era mais equívoca, Zwinglio, Lutero e Calvino declaram que existem circunstâncias nas quais a usura é aceitável. Com a divisão da Igreja e o Estado, os teóricos da economia começaram a escrever em defesa da usura como uma forma "progressista" do comércio, sentando as bases da amoral perspectiva mercantil que agora se apodera da maior parte do mundo. O empréstimo de dinheiro foi defendido como um "serviço", um conceito que agora se dá por dado em quase todo o mundo, como sustenta o jurista francês Molinaeus em seu Tratado sobre os Contratos e a Usura, do século XVI. A Igreja proibiu o livro de Molinaeus e o obrigou a se exilar, mas suas ideias se espalharam. É significativo que a Inglaterra fosse a primeira a estabelecer um tipo de juros legal, de 10%, em 1545, sob Henrique VIII, considerando a rebelião na Fé que ele introduziu. A usura foi proibida sete anos mais tarde. De acordo com Homer e Sylla: "Durante a Reforma muitos líderes protestantes defenderam o juros e o crédito. Como resultado, a doutrina sobre usura, que havia mantido um firme controle sobre os judeus e os cristãos durante 2.000 anos, se debilitou e finalmente se abandonou" [14].
Um século mais tarde, o foco no pensamento econômico se deslocou à Holanda, onde a usura foi defendida como produtiva e essencial pelos teóricos da economia, tais como Claudio Salmasius (1588-1653). A Holanda se converteu no centro da banca, e o modelo para o Banco da Inglaterra, fundado como uma instituição privada de empréstimos ao Estado em 1694 [15]. Os filósofos utilitaristas ingleses tais como Adam Smith e Jeremy Bentham, que escreveu Uma Defesa da Usura. justificaram a utilidade social da usura. Outros pais da economia inglesa, David Ricardo, Jean Baptiste Say e John Stuart Mill, foram mais longe ao dizer que não deve haver restrições às partes contratantes no empréstimo de dinheiro.
A revolução puritana de Cromwell completou a obra de Henrique VIII e a usura foi legitimada [16].
A Revolução Francesa de 1789 abriu o caminho para novos avanços da usura sobre as ruínas dos vestígios do que restava da ordem social tradicional na Europa. Como Oswald Spengler assinalou em A Decadência do Ocidente, A Hora Decisiva e Prussianismo e Socialismo, indo tão longe quando à Roma clássica, as "revoluções" em nome do "povo", em geral, foram manipuladas pela plutocracia contra a ordem social tradicional que resistiu contra o reino de Mammon. As "revoluções coloridas" de hoje, em nome da "democracia", financiadas por George Soros e outros plutocratas, instalam a plutocracia em Estados que mostram sinais de resistência. A Revolução Francesa, presságio tanto da luta de classes do socialismo quanto do livre-comércio do liberalismo, foi precursora no nome da "Liberdade, Igualdade, Fraternidade". Um dos primeiros atos dos revolucionários foi a legalização da usura, que até então havia estado proibida, até o Decreto de 2 e 3 de outubro de 1789 [17].
A guerra napoleônica afundou a Europa em uma dívida colossal com sua conseguinte devastação social, moral e política posterior. Se estabeleceu o padrão para a "era moderna". Uma era de agitação revolucionária em toda a Europa, que chegou às distantes colônias, e que terminou com a derrota de Napoleão em 1815, as várias décadas de agitação trouxeram os Rothschild e outros prestamistas como verdadeiros amos da Europa, enquanto Metternich da Áustria tratou de restabelecer uma ordem social para a Europa baseada no Trono e no Altar. O historiador Adam Zamoyski escreve:
"Todos os governos na Europa empenharam o que fosse possível para pagar os empréstimos dos tempos de guerra. A Grã Bretanha havia gasto mais em termos reais do que o faria na Primeira Guerra Mundial, e sua dívida nacional era astronômica. A Rússia a havia multiplicado por vinte vezes entre 1801 e 1809, e seria mais que o dobro novamente em 1822. A Áustria esteve tecnicamente falida: nas três décadas seguintes uma média de 30% das rendas do Estado seria desviada para o serviço dessa dívida" [18].
Zamoyski afirma que os cinco irmãos Rothschild, (que haviam sido colocados estrategicamente nas capitais da Europa por seu pai, Mayer Amschel Rothschild), "e em especial James em Paris e Salomon em Viena, haviam emprestado à maior parte dos governos da Europa, e em particular aos da Áustria e França, grandes somas de dinheiro em troca de bônus do governo... Metternich tinha vínculos estreitos com os Rothschild, os quais haviam resolvido para ele muitas dificuldades no passado e que agora havia pedido que a dívida de 400 mil francos de sua sogra fosse amortizada" [19].
Quanto à Igreja Católica, "Os Estados Papais estavam falidos em 1832, e Metternich salva o Papa persuadindo à casa bancária dos Rothschild de Viena que lhe proporcionasse um empréstimo". [20]
Missão da Rússia
Em uma época em que o domínio de Mammon culminou e o dinheiro realmente é, literalmente, a raiz de "muitos males" e a via de perdição de nações inteiras [21], a Rússia é vista cada vez mais em todo o mundo como o Katehon que resiste a um sistema que é, em termos bíblicos, o Anticristo. Sem dúvida, é de importância transcendental que em 2015 a Igreja ortodoxa pedisse um "sistema financeiro ortodoxo" na Rússia, baseado na tradição e, como o Islã, o repúdio da usura [22]. Nenhuma outra questão é mais importante e mais urgente. É de esperar um toque de alarme que verá a Rússia marcar o caminho como o único meio de libertar à humanidade para longe da adoração universal do bezerro de ouro.
[1] Aristóteles, Politics, Libro I: 10: 5).
[2] Homily 12 on the Psalms, San Basilio el Grande.
[3] “Excursus on usury,” http://orthodoxchurchfathers.com/fathe…/npnf214/npnf2121.htm
[4] Part II, Ch. 2: 40-42.
[5] Parasara smrti 1.63.
[6] Siddharta Gautama Budha, Sermon on the Eightfold Path, Majjhima Nikaya Suttra, 117:5.
[7] Sidney Homer and Richard Sylla, A History of Interest Rates, Wiley, 2005, inter alia.
[8] Ibid.
[9] Deut. 23:19.
[10] Deut. 23:20.
[11] Dante, Inferno, Canto XVII.
[12] Al-Baqarah, 2:275.
[13] Homer and Sylla, op. cit.
[14] Ibid., p. 77.
[15] K R Bolton, The Banking Swindle, Black House Publishing, London, 2013, p. 16.
[16] Brooks Adams, The Law of Civilisation & Decay (1896), p. 233, online : http://archive.org/details/lawcivilization00adamgoog).
[17] “Usury”, Catholic Encyclopaedia, 1917, http://www.newadvent.org/cathen/15235c.htm
[18] A. Zamoyski, Phantom Terror, Harper Collins, London 2014, p. 97.
[19] Ibid., pp. 384-385.
[20] Ibid., pp. 473.
[21] I Tim. 6: 10.
[22] Anastasia Bazenkova, “Orthodox Church Calls for Alternative Financial System in Russia,” The Moscow Times, August 11 2015, http://www.themoscowtimes.com/…/orthodox-church…/527781.html
Há 24 anos, nos tempos de uma justiça ainda decente, a Globo era obrigada a dar direito de resposta aos governantes que sua manipulação sórdida atacava.
Em 2005, na iminência do Referendo do Desarmamento publiquei um texto que tratou largamente do assunto, e embora haja pouco efetivamente que eu poderia acrescentar àqueles mais de 46 mil caracteres, algumas questões merecem ser mais detalhadas principalmente por estarem ainda mais em pauta, relativas à violências urbana e segurança pública, que são inclusive os únicos motivos ainda racionais para justificar por exemplo o voto em Jair Bolsonaro.
Em primeiro lugar é preciso ter em mente uma coisa absolutamente clara para qualquer um que estude o assunto com seriedade. De maneira geral NÃO HÁ RELAÇÃO entre o nível de restrição de armamento civil e a criminalidade, havendo ao redor do mundo todas as combinações possíveis. É preciso atentar para o caso específico de cada local. Por exemplo, creio que aumentar ou diminuir a restrição de armas de fogo no Canadá ou na Suíça não faria qualquer diferença, os índices de incidentes com arma de fogo continuariam baixos, que relaxar a restrição no Japão aumentaria sim os índices de incidentes com armas de fogo, e que aumentá-la na maioria dos estados do EUA diminuiria os mesmos incidentes. Tenho razões específicas para acreditar nesses casos que não convém explanar mais aqui.
No Brasil, minha avaliação é que os índices gerais de criminalidade continuarão crescendo, ficarão estáveis, ou na melhor das hipóteses talvez com pequenas e eventuais reduções imediatamente seguidas de posteriores aumentos, independente de qual política de armamento civil tivermos. No entanto, a revogação do Estatuto do Desarmamento ALTERARIA OS TIPOS CRIMINAIS mais comuns.
Como explanado há 13 anos no supracitado textos, relaxar ou não restrições para armas de fogo no fundo envolve um dilema entre escolher entre crimes passionais e os crimes seriais, em especial os "profissionais", principalmente os 'assaltos', que embora chamados 'roubos' pela nossa legislação, prefiro usar o termo mais comum. Mente quem diz que uma população armada não seja menos vulnerável a assaltantes, por motivos óbvios que explanei no texto, mas ao mesmo tempo essa mesma população terá incremento inevitável nos incidentes com armas de fogo por motivos banais, pelo simples fato do acesso a elas ser mais fácil.
Mas além disso, é preciso acrescentar que a própria dinâmica dentro dos assaltos e outros crimes de uso da ameaça, mudam, pois eles tendem a ficar menos numerosos porém mais letais. Em suma, mesmo sem levar em conta os crimes passionais, a tendência será o aumento no número de homicídios concomitante à diminuição no número de assaltos, sequestros, estupros seriais etc, pois as vítimas antes predominantemente indefesas tenderão a reagir mais, tanto matando os malfeitores quanto morrendo na reação, e é justamente esse evidente aumento do risco na atividade que termina por diminuir a incidência dos crimes em questão, além da simples redução do número de criminosos.
Portanto, o slogan "mais armas menos crimes" popularizado por muitos armamentistas É FALSO! Mas com mais armas, alguns tipos de crimes tendem sim a diminuir, ao mesmo tempo que outros tendem a aumentar.
Intuitivamente a população entende parte desse dilema, e tende a ser favorável a maior acesso às armas justo por saber que isso implica em transferir ao menos parte do ônus da criminalidade para os próprios criminosos comuns (excetuando os passionais). Isto é, se em X% dos assaltos os criminosos se saem bem sucedidos, uma população armada fará com que essa porcentagem necessariamente diminua, sendo mais comum o crime terminar com a repulsão ou mesmo a morte dos assaltantes, mesmo que aumente também o índice de morte das vítimas devido aos inevitáveis tiroteios desencadeados.
O mesmo se dará com outras abordagens de criminosos, como os estupros cometidos nas ruas ou outras formas de agressões ou abusos que somente a vantagem de possuir uma arma de fogo viabilizam.
Pessoalmente, embora eu não esteja militando pelo relaxamento da legislação (há muitas coisas que me preocupam mais), eu preferia que ocorresse até porque gostaria muito de adquirir um 0.38 de 8 tiros que nem esse aí da foto, mesmo morando num local onde isso jamais me fez falta. (Embora tenha havido recorrentes assaltos à residência aqui no Lago Sul, a minha casa tem a vantagem de ficar numa condição excepcionalmente protegida.)
E evidentemente eu me considero uma pessoa perfeitamente capaz de ter uma arma de fogo em casa sem jamais incorrer num uso irresponsável da mesma. O problema, é que muitos desequilibrados, neuróticos descontrolados e psicopatas instáveis pensam a mesma coisa, e por isso eu jamais seria favorável a um relaxamento extremo como o existente em muitos estados dos EUA onde qualquer maluco pode comprar armas a qualquer momento até no supermercado.
Seria necessário, no mínimo, além do devido registro e certificado de nada consta criminal, exigências rigorosas de nada consta psicopatológicos. Uma única ocorrência de embriaguez ou entorpecimento pública já deveria bastar para negar o direito. E deveria ser severa a campanha "Se beber (ou fumar, cheirar, injetar etc) NÃO ANDE ARMADO!" E por fim, um curso obrigatório de uso, manutenção, primeiros socorros e demais treinamento. E ainda colocaria a idade mínima para ao menos 24 anos.
Aliás é no treinamento e cobrança responsável que está o maior diferencial para diminuir a ocorrência dos crimes passionais bem como de acidentes ou uso irresponsável em geral. Em bairros militares por exemplo, a quase totalidade dos moradores tem armas de fogo, e é justo onde há os menores índices de incidentes passionais, bem como de crimes seriais e profissionais.
Ou seja, não basta a simples presença da armas de fogo, mas acima de tudo um treinamento e conduta rigorosa de segurança e responsabilização.
Também vale lembrar que a grande maioria dos homicídios na realidade é passional! Mesmo as ocorridas dentro do universo criminoso das gangues. O uso do homicídio como mero recurso prático para se obter uma vantagem é, na realidade raro. Na maioria das vezes, ocorre por motivo fútil, como disputas de honra, demonstrações de força ou mera perversão. Além das cobranças de dívidas, intimidações e outras forma de conduta comuns no vácuo da presença estatal oficial onde se instituem, por isso mesmo, "estados paralelos".
Mas esse universo de crimes evidentemente não é afetado pela legislação por já ser fora da lei. É diferente do caso onde pessoas sem qualquer envolvimento direto com a criminalidade, num momento de descontrole, usam a arma que adquiriam para se proteger de criminosos para acabarem se tornando um.
Por fim, há que se considerar que toda essa discussão pode até mesmo ser ignorada e alguém possa estabelecer a posse de armas de fogo como um direito inalienável independente de todo o resto, como o faz a Segunda Emenda Constitucional dos EUA.
Levem a sério a mensagem de Daciolo. Ela está permeada por religiosidade e misticismo evangélico e messiânico, o que incomoda muitos de mentalidade laica. Mas ele está fundamentalmente correto.
Quando Caetano Veloso cantava no início dos anos 1990 que ''alguma coisa está fora da Ordem, fora da nova ordem mundial'', vocês, bicho grilos, batiam palma e achavam uma expressão singular da inteligência e perspicácia humana.
Pois a Nova Ordem Mundial, essa mesma de que falava Veloso, avançou forte nos últimos trinta anos.
Daciolo é o único que tem coragem de falar disso diretamente, dando nome aos bois.
Vote em um candidato que esteja pronto e disposto para lutar contra a nova ordem mundial.
Tendo visto, em reprise, os debates com os 8 presidenciáveis, meu voto, como praticamente o de todo mundo, não se alterou. O debate pode até desencadear uma reflexão e uma busca por mais informações que podem vir a resultar numa retomada de posição, mas é muito difícil que esse posicionamento ocorrera apenas com o debate em si. Mas isso não significa que não ocorra alterações significativas na percepção dos candidatos.
Eu jamais mudaria o ponto mais importante de que qualquer candidato que não tenha se posicionado claramente contra a destruição perpetrada pelo Golpe não pode receber outra coisa que desprezo, portanto, OS ÚNICOS candidatos defensáveis, dentre esses 8, são Ciro Gomes, Guilherme Boulos e Cabo Daciolo, e os dois últimos tem graves problemas. Marina Silva acho até que pessoalmente poderia estar nesse grupo se não continuasse com sua tradicional pamonhice de não se posicionar, e de qualquer modo, decidiu fazer coro com patifarias típicas do grupo adversário.
Este, com Alckmin, Bolsonaro, Meireles e Álvaro Dias é inequivocamente o grupo da corja de criminosos que assumiu o poder no país para promover ativamente sua destruição, embora haja nítidas diferenças entre eles. Por isso, comentarei todos, um por um, pela minha ordem descendente de preferência.
1 - Ciro Gomes. PDT. Continua sendo meu candidato favorito, mesmo contra Lula, o único que alia praticamente tudo o que há de desejável num chefe de estado: profundo conhecimento técnico, habilidade política, experiência, capacidade de se relacionar com quase todas as searas, honestidade, sinceridade e "testosterona" (23/10/17), como ele mesmo diz. Ademais, recentemente pareceu superar a influência neoesquerdista que ainda sofreu no PDT e no Governo Lula, claramente demonstrando estar ciente das artimanhas manipulatórias que as pautas impopulares bancadas pelas plutocracias promovem. No debate, porém, decepcionou um pouco, tendo problemas para administrar o tempo de fala, gaguejando e cometendo alguns deslizes que eu jamais havia visto. Entendo sua postura conciliadora, até na deferência excessiva com que trata todos os demais candidatos, bem como sua abordagem de focar em Alckmin que é, de fato, seu principal adversário e o único ali em pé de igualdade em termos de experiência administrativa e carreira governamental. Seu único defeito mais grave é parecer ainda acreditar na farsa da Lava-Jato e, mesmo não caindo na ridícula bajulação sobre a espinha dorsal do Golpe, falhar em apontar a mesma como a principal tragédia em termos de desindustrialização já ocorrida no Brasil, tema que lhe é caro.
2 - Guilherme Boulos. PSOL. Disparado, o melhor no debate. Controlou bem o tempo, foi objetivo e altamente preciso na maior parte de suas abordagens, sendo até melhor que Ciro em denunciar e se posicionar com clareza cristalina contra o flagelo que o títere Temer tem infligido ao país. Mas além de não ter chances de passar ao segundo turno e lhe faltar experiência e articulação política, tem como grave problema o seu partido e a carga pesadíssima da neoesquerda que este, com toda certeza, empurraria no governo para horror da população brasileira. Chega a ser curioso ele falar tanto na excelente proposta da "Democracia 5.0" e a pretensão de ampliar os mecanismo plebiscitários, que somente patifes podem ser contrários. Mas será que ele realmente acredita que isso não aniquilaria de vez todas as esperanças da neoesquerda? Se é preciso falar sobre o aborto, a maioria esmagadora da população já cansou de deixar clara sua rejeição à liberação, mas o PSOL está nesse exato momento tentando passar a perna na soberania popular por meio de um autêntico golpe no STF com toda a calhordice que só o abortismo é capaz de fazer. Gosto muito que ele tenha a hombridade de sair em defesa de Lula, no que até o Ciro recuou, mas não há como esperar que numa hipotética presidência do PSOL o governo meteria duas mãos e dois pés pesadíssimos de toda sorte de fraude e psicose feminista até a população não aguentar mais e preferir ver a antítese simbólica disso tudo, Bolsonaro, no Poder.
3 - Cabo Daciolo. PATRIOTA. Fazendo jus ao nome, foi claríssimo em sua oposição total aos crimes praticados pelo Congresso no condão de Temer, o que, aliado a sua natural rejeição à neoesquerda, lhe torna seguramente o candidato mais sintonizado com o espírito do povo. Seu fanatismo religioso é hiperbólico e incomoda demais, sendo esse o principal defeito, mas é inegável que carrega o coração do país no peito. Mas o anticomunismo tosco ao ponto do ridículo, rivalizando com o de Bolsonaro, e completa falta de experiência e capacidade de mobilização política e sobretudo falta de clareza em suas exposições, que abusam de um otimismo e voluntarismo injustificados, fazem com que fique apenas na boa vontade. É uma excelente oportunidade para quem quiser aprender a real essência do Fascismo, pois definitivamente é ele o mais próximo dessa posição política profundamente popular no Brasil ao ponto de mesmo a massiva propaganda liberal e socialista combinadas há mais de meio século não terem conseguido apagá-la mesmo após a morte de Enéas. Embora quase todos rejeitem o nome, o povo brasileiro é essencialmente compatível com posições similares, como o Integralismo (o real fascismo brasileiro), ou o Trabalhismo varguista, defendendo o trabalhador, a pátria, a cultura, rejeitando a exploração econômica e denunciando os reais inimigos do Brasil. Infelizmente, além de apontar o sistema financeiro, também perde seu tempo apontando inimigos fantasiosos com nome de urso. O excesso de testosterona também atrapalha, ao ponto de fazer bravatas do tipo "vamos pegar um por um dos que estão aqui" (Depois do sucesso de Masha e o Urso, ele soa como Macho e a URSAL.) Se fosse possível fundir Boulos e Daciolo, a neoesquerda de um e a neodireita fundamentalista e anticomunista do outro se aniquilariam deixando apenas o que há de bom nos dois. Só que é praticamente isso que já é Ciro Gomes.
4 - Marina Silva. REDE SUSTENTABILIDADE. Continua uma incógnita. Tão obscura que fica difícil de avaliar e é apenas isso que me faz ter dúvidas de que não seja tão alinhada a pauta de destruição do país quanto todos os demais. É difícil não achar que seja uma boa pessoa, mas e impossível levá-la a sério ao tentar conciliar religiosidade e Feminismo do jeito mais bizarro, não conseguindo, no fundo, se aliar nem a um nem a outro. Sua única vantagem é atrair parte do eleitorado feminino, não por ser a única representante do gênero, mas por realmente ter uma conexão com mulheres mais pobres dada sua origem regional e indígena que curiosamente é omitida por ela própria ao se declarar negra. Mas as virtudes não vão muito além disso. Já deixou claro em ocasiões anteriores aceitar as pautas econômicas liberais em perfeita consonância com o teatro ambientalista ao qual aderiu servindo de perfeita marionete das plutocracias estrangeiras. Piora ainda mais ao reproduzir as farsas feministas de um modo tão mecânico que sequer parecer crer nelas, denotando sucumbir à mera pressão do politicamente correto completamente alheio à sua própria experiência.
5 - Henrique Meirelles. PMDB. Outra incógnita. Afinal que raios ele está fazendo ali?! Não cumpre bem sequer o papel de servir ao interesse do PSDB! Algo que seria perfeitamente compreensível. Além de já não ter sequer mais condições de trabalhar (parece querer ser a "prova viva" do futuro do brasileiro após a Reforma da Previdência), seu histórico é inútil para qualquer efeito eleitoral. É evidente que se trata de economista e financista competente, mas como político só pode ser um desastre. Será que tem tanta gente assim que realmente acredita que é possível ser Presidente da República sem ser, antes de tudo, um POLÍTICO!? Dilma que o diga! É preferível ser um político hábil ruim em todo o resto do que bom em todo o resto mas um político ruim, pois o cargo exige exatamente a capacidade de liderança e conciliação que somente uma boa habilidade política é capaz de trazer. De qualquer modo, eleitoralmente é uma irrelevância. Até seu mérito em ter sido ministro de Lula na melhor fase econômica do país em mais de meio século fica abalado por ter participado do estrago causado no Governo Temer.
6 - Geraldo Alckmin. PSDB. A antítese de Ciro Gomes, tem a virtude de deixar claríssimo a quem serve e qual o seu propósito: ferrar o país ao melhor estilo FHC. Nem tenho muito o que falar, a não ser o fato de estar havendo um consenso no meio político dissidente de que ele seja o verdadeiro arquinimigo enquanto Bolsonaro não passa de cortina de fumaça. Mas eu tenho sérias dúvidas disso. Alckimin faz claras ressalvas à privatização e ao desmantelamento do Estado especialmente no que se refere à proteção social ao ponto de irritar o MBL, desmantelação que ocorrerá sem dúvida, mas ao menos com uma ou outra concessão ao bom senso. Bolsonaro não faz concessão alguma, já deixou claro que privatizará tudo totalmente o mais rápido possível sem sequer negociar. Alckmin é um corrupto e um vendilhão, não há dúvida, mas ao menos parece interessado em cobrar um pouco mais caro a venda do país. E bem ou mal, o Brasil sobreviveu a 8 anos de PSDB e São Paulo está lá, há 24 anos, na mão do tucanato, e... Bem. Está lá! O PSDB ao menos provou que consegue manter o povo vivo, com a corda no pescoço, mas vivo. O mais grave é que ele é totalmente liberal, tanto na economia quanto na cultura, representando, assim, a supremacia total do Globalismo, e do Globismo e expressão máxima do parasitismo financista e rentista.
7 - Jair Bolsonaro. PSC. Passei a concordar com os que dizem que ele pode ser a maior ameaça. Não por ele em si, que está longe de ser realmente mal como muitos apontam. A essa altura, ser chamado de homofóbico, racista e machista pela neoesquerda são seus maiores, se não únicos, méritos. O problema é que ele é tão burro, tão inacreditavelmente boçal, que só outros tão boçais quanto podem acreditar que ele de fato governará alguma coisa. Bolsonaro é talvez o pior tipo de marionete, aquele que pode ser manipulado de graça sem sequer desconfiar disso. Já deixou claríssimo que veio basicamente para, tal como Alckimin, dar continuidade à destruição do país ao mesmo tempo que finge ter algum tipo de crítica à mesma. Sua ignorância em qualquer assunto relevante é absoluta e até mesmo onde ele poderia se destacar, no conservadorismo, revela-se desastroso. Poderia ter dado uma sova em Marina Silva quanto, no confronto direto, ela encarnou a fraude feminista dos salários desiguais entre homens e mulheres apenas por serem mulheres
(Atacando uma Ficção)(Invertendo a Igualdade). Mas nem isso ele fez direito, dada sua incompetência mesmo na retórica mais tosca. Bolsonaro é, efetivamente, um "mito"! E é no mito que o eleitorado pretende votar, incapaz de perceber que o homem por trás dele nada tem do que gostariam que tivesse. É uma fraude! Bolsonaro nada irá efetivamente fazer contra a neoesquerda, e isso estou disposto a apostar, pois sua submissão canina ao Liberalismo Econômico já começou a mandá-lo para a inevitável adesão ao Liberalismo Cultrual. Quer ver? O cara defende Israel com unhas e dentes e se posiciona de forma anti palestina. Agora me diga, onde é que tem neoesquerda no Oriente Médio? Quem são os maiores arquitetos do Globalismo que determina todas as pautas que ele finge rejeitar se não os seus adorados banqueiros sionistas? Mas já falei demais sobre ele tanto em vídeo recente quanto em texto um pouco menos recente quando ele decidiu destruir de vez qualquer esperança de ser aquilo que Cabo Daciolo efetivamente é.
8 - Álvaro Dias. PODEMOS. Definitivamente o pior. Tem tudo de ruim que os anteriores e praticamente nada de defensável. Em momentos lembra Meirelles a inspirar até alguma piedade por sua evidente decrepitude, mais um símbolo do estrago da Reforma da Previdência. Diferente deste, no entanto, sua função é clara: fazer o papel sujo que Alckmin é refinado demais para fazer e insistir em grau máximo na mais tonitruante e pérfida de todas as massivas fraudes midiáticas: a de que o problema primordial do Brasil é a corrupção. Chega ao ponto de sofismar descaradamente ao dizer que a mesma afasta investimento, sem sequer se dar conta de que defende ao mesmo tempo que "o governo mais corrupto de todo o ultra mega verso supra dimensional em todas as eternidades perpétuas", do grandessíssimo Satã Goss Mor Cthulhuniano, leia-se "Lula", foi justamente o que mais atraiu investimentos em toda história mesmo já estando envolvido desde 2005 no escândalo do Mensalão trombeteado pelo maior espetáculo midiático da Terra. Nem tem graça lembrar a um mentecapto desses que corrupção é indissociável da própria idéia de investimentos internacionais cujas garantias são invariavelmente obtidas das formas mais torpes por meio de isenções fiscais, desregulações financeiras que deixam dinheiro sujo correr solto e toda a asquerosidade da própria lavagem de dinheiro que funciona, essencialmente, por meio de investimentos que trazem o dinheiro sujo de volta. Não! Seu Imbecil! Quanto mais corrupto! Mais um país atraí investimentos! É justo assim que as grandes empresas conquistam mercados desde que ficou claro que investidas militares que vem desde as Companhias das Índias costumam sair caras demais. Só existe tensão quando estouram escândalos específicos que afastam apenas temporariamente um objeto em especial de especulação, mas que rapidamente voltam assim que os riscos de descoberta são atenuados. Por fim, como não poderia deixar de ser, é o maior propagandista da farsa da Lava Jato e babador de ovo do calhorda do Sérgio Moro. Vá "afundar a República" no inferno seu crápula!
Sobre a curiosa crença à esquerda de que a liberalidade nos costumes, especialmente condutas sexuais e afetivas, possam ser consideradas um tipo de "progresso" num sentido positivo do termo, ao ponto de até correlacioná-lo com avanço econômico, material, científico e tecnológico.
INACREDITÁVEL a boçalidade e hipocrisia do "mito" ao dizer que "temos que fazer comércio com o mundo inteiro independente de viés ideológico!"(Obs: se o vídeo não executar, faça download aqui ou veja no Facebook, clickando na data acima.)
Depois do fracasso da campanha "Do It For Mom" (Faça Isso Pela Mamãe), que uma agência do governo dinamarquês promoveu na tentativa de combater o declínio populacional do país (que publiquei em 08/10/15) tentando apelar à consideração dos dinamarqueses pelas suas próprias mães a fim de lhes darem netos, eis que decidem recorrer ao apelo "patriótico" com o "Faça isso pela Dinamarca", com o mesmo objetivo.
Mas o resultado será o mesmo, como já sinalizado até pelas piadas inclusas no vídeo. Não adianta implorar pelo aumento das taxas reprodutivas quando o próprio governo fomenta a efeminação dos homens e desfeminilização das mulheres por meio do Feminismo. Não se pode cobrar a consciência de reprodutores, ou no caso, meros fornecedores de esperma, quando não há qualquer fomento a construção de famílias tradicionais saudáveis, e sim o absoluto contrário.
Só serve pra rir mesmo, aceitando com bom humor o resultado infalível da cruzada contra o Patriarcado, da desconstrução dos papéis de gênero e do alimentar das ilusões de uma geração corrompida pela falsificação da realidade.
Num Estado de Golpe, nada é o que parece. Nada do que a TV diz, é verdade. Autoridades? Nenhuma. Só trambiqueiros ou porta-vozes do trambique.
Pacaraima foi emancipada em 1995. O Município, fronteiriço com a Venezuela, conta com aproximadamente 12 mil habitantes e é uma invasão de comerciantes, dentro de uma reserva indígena, a reserva de São Marcos. A sede da Prefeitura é um galpão de distribuição de produtos. O único atrativo da cidade é o comércio na sua principal avenida - a Rua do Comércio.
A energia elétrica de Pacaraima vem da Venezuela. O único posto de abastecimento de combustíveis, vem da Venezuela. Os moradores da cidade de Pacaraima dependem da Venezuela para aquecer o comércio do município e para consumo de energia. Sem gasolina, o comércio e o trânsito de Pacaraima param. Sem compradores venezuelanos, o comércio de Pacaraima para.
Para os serviços de transporte entre as duas fronteiras, Pacaraima conta com mais de 90 taxistas que, diariamente, cruzam livres, a fronteira entre os dois países. Brasileiros não-índios e venezuelanos, são parceiros há décadas e esta parceria sustenta Pacaraima.
O ódio surgiu agora?
A política local é comandada por latifundiários, invasores de terras indígenas. Difícil achar um prefeito que não tenha uma ficha criminal extensa, currículo obrigatório para alcançarem as cadeiras do Congresso Nacional, por Roraima.
Conflitos entre estes invasores e índios, são constantes e o extermínio indígena, na região de Pacaraima, é situação alarmante, há alguns anos. O lobby pela extinção da reserva de São Macos, move a política local.
Uma cidade comandada pela política da violência, pistolagem e xenofobia, há tantos anos, era cenário perfeito ao conflito deste final de semana.
O vigilante Wandenberg Ribeiro Costa, orgulhoso organizador do ato fascista de Pacaraima, consta da folha de pagamentos da Prefeitura. O prefeito, Juliano Torquato, que em outubro de 2017, atropelou 2 crianças venezuelanas, coincidentemente estava fora da cidade, durante a vergonhosa atuação do seu empregado.
Em julho deste ano, outro "protesto" foi organizado contra os venezuelanos, formando uma comissão que em reunião com o Ministro da Justiça, pediu reforço ao governo ilegítimo e mais dinheiro pro Município. Os líderes desta comissão foram 3 secretários municipais, 2 vereadores, 1 representante do Comércio e 3 moradores.
As lideranças que provocaram este ataque violento contra os venezuelanos, já comandaram um ataque à sede da Funai, já formaram bandos de pistoleiros para ataque contra os índios e fazem enorme lobby no Congresso Nacional para a extinção da reserva indígena de São Marcos, com a intenção de remarcar o Município, invadindo mais terras indígenas e desmatar a região, para ampliação do cultivo de arroz.
Estes mesmos latifundiários que apoiam o golpe, agora se organizam para provocar, com a barbárie deste último final de semana, um desgaste e uma provocação à Venezuela, dias depois que o Secretário de Defesa dos EUA, o “Cachorro Louco”, discute com o Ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, da Defesa, Joaquim Silva e Luna e com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, "soluções" para a imigração venezuelana, no Brasil.
Não é de se estranhar que o exército não tenha interferido no arrastão fascista de Pacaraima.
É importante entender o contexto histórico da região, seus conflitos e sobre que bases são fundados. Importante rever o cronograma de acontecimentos para analisar o que de fato acontece quando uma mobilização daquela esfera, nada espontânea, surge. Não surge assim, do nada. Não é feita apenas para provocar em nós a vergonha, apesar de alcançar, rapidamente esse objetivo. Mas tem sempre uma característica - fazer passar por "popular" o que é criminosamente político.
O ataque de Pacaraima foi organizado por políticos locais, latifundiários genocidas por natureza, mancomunados com esferas do governo ilegítimo e golpista, a mando dos EUA. Cantaram o hino brasileiro porque ainda não aprenderam o hino norte-americano.
NÃO EXISTE "AMEAÇA COMUNISTA"
E NEM "AMEAÇA FASCISTA"
O INIMIGO DA PÁTRIA É O LIBERALISMO
Apesar de tanto a Segunda Guerra Mundial quanto a Guerra Fria não passarem de memórias fugidias nas mentes de idosos e de ambas terem extinguido, respectivamente, o fascismo e o comunismo enquanto forças metapolíticas aptas a disputarem a hegemonia global, os slogans necromânticos das organizações políticas de esquerda e direita seguem tentando amedrontar a população com os fantasmas de uma "ameaça comunista" ou de uma "ameaça fascista".
Todos já nos deparamos com esses discursos esquizofrênicos.
Para boa parte da direita vivemos sob o comunismo. Soros é comunista. Obama era comunista. A América Latina inteira é comunista. A Europa é comunista. Putin é comunista. Tudo e todos são comunistas. E insatisfeitos com já dominarem o mundo, aparentemente os comunistas querem...dominar ainda mais aquilo que já dominam? Vai saber. Não tentem entender a conspirologia direitista. Ela não faz sentido e nem tenta fazer sentido.
Do outro lado, com uma histeria ainda mais esclerosada, uma parte considerável da esquerda insiste que o fascismo (morto há mais de 70 anos) está à espreita, prestes a tomar o poder e impôr a sua "ditadura do capitalismo radicalizado". A preocupação teórico-terminológica é mínima. Fascismo aí vira basicamente sinônimo para qualquer tipo de autoritarismo de direita, e nos âmbitos mais solipsistas, fascismo é basicamente qualquer distanciamento a qualquer uma das pautas morais liberais. Trump é fascista. Putin é fascista. Temer é fascista.
Nos dois casos, parece haver algum tipo de fetiche por pertencer a alguma forma de resistência oprimida e perseguida, sobrevivendo nas "catacumbas", enquanto o inimigo está no poder. Nos dois casos, parece faltar a mais básica percepção de que é o próprio lado que está no poder.
São os liberais de direita e esquerda que estão no poder, disputando de forma sempre "racional", "sensata", "moderada" e "comedida" o poder. Mas preservando o monopólio liberal sobre este poder e, inclusive, se aliando sempre que qualquer força política minimamente exógena ameaça este monopólio.
Retirado o véu das esquizofrenias esclerosadas e fantasmagóricas das teorias políticas defuntas do século passado, a verdade que se revela é a de que o mundo vive hoje sob uma hegemonia liberal. Quase todos os países do mundo são governados por pessoas e/ou organizações políticas liberais, e são os valores liberais que regem a estruturação política, econômica, social e cultural dos povos.
Alguns entre estes liberais possuem como foco a abertura comercial, a liberdade de mercado, as privatizações e outras medidas semelhantes. Alguns outros possuem como foco a ideologia de gênero, as cotas, a adoção gay, o aborto e outras medidas semelhantes. Há ainda aqueles liberais preocupadíssimos com as ameaças religiosos ao sacrossanto "Estado laico". Há liberais de todo tipo e com todos os enfoques possíveis, mas SÓ HÁ liberais. As exceções são mínimas, pontuais.
Não há uma única tragédia política, econômica, moral, cultural, espiritual ou ambiental dos últimos cem anos cuja origem não possa ser atribuída, em alguma medida, ao liberalismo teórico-filosófico e seus derivados.
Nesse sentido, falar em "ameaça comunista" ou "ameaça fascista" nos faz refletir sobre que interesses podem se ocultar por trás dessa propaganda caduca. De fato, parece evidente que a maioria esmagadora das pessoas que manejam esses slogans ou são idosos confusos, ou adolescentes que ingeriram soja em excesso, ou pessoas simplesmente mentalmente desequilibradas em geral.
Mas por trás dessas hordas de zumbis há partidos, think-tanks, intelectuais. É muito improvável que essas figuras não saiba que as propagandas caducas do anticomunismo e do antifascismo servem para distrair as massas em relação ao único inimigo, aquele que está no poder, o liberalismo.
Eles sabem. Longe dos olhos de suas seitas compostas por pequeno-burgueses lobotomizados pela televisão eles abraçam uns aos outros e cultivam laços pessoais e sociais. A elite é uma só. Ela é global, e sabe que as disputas entre seus membros não passam de entretenimento para manter o tédio longe.
Anticomunismo e antifascismo são as ferramentas de uma elite que pretende seguir tratando o povo como gado a ser explorado, manipulado e descartado. Falar em anticomunismo ou antifascismo, em uma era na qual comunismo e fascismo estão MORTOS e NÃO EXISTEM MAIS é assumir o lado do liberalismo.
O inimigo do Brasil é um só.
O inimigo dos povos do mundo é um só.
É a elite global, internacional, apátrida, desenraizada. E essa elite é liberal.
Antes a Internet era livre. Você construía um site, pagava um domínio e uma hospedagem e colocava no ar o que você bem entendesse. E na verdade ainda pode, meu site continua no ar ininterruptamente desde 2000, mas quem navega diretamente na web hoje em dia?
Primeiro vieram os blogs e então qualquer preguiçoso podia publicar em plataformas proprietárias que já podiam deletar qualquer conteúdo sem dar satisfação a ninguém. Mas ao menos o acesso ainda era livre, e a inovação que foi o sistema de comentários não podia ser desprezada.
Aí vieram as redes sociais, o YouTube, e a Internet, que antes era uma imensa biblioteca, ficou cada vez mais parecida com a TV. A população entrou em massa em espaços cada vez mais restritos e monopolizados por empresas cada vez maiores. Até o acesso à própria internet foi cada vez mais monopolizado. Antes eram infinitos provedores! Havia um em cada esquina, qualquer um podia até criar um provedor de acesso! Hoje, são meia dúzia de mega corporações controlando tudo.
O espaço livre da www, como qualquer um que disponibilizou um site e cheque os acessos há mais de 10 anos pode confirmar, foi praticamente abandonado. Criada originalmente por entidades públicas, militares ou universitárias, ou mesmo privadas mas de acesso livre (Sabia que já existiram provedores gratuitos?), a Internet foi cada vez mais privatizada e com acesso cada vez mais controlado. Hoje a maioria tem WhatsApp e Facebook "gratuitos" por conta do plano telefônico, mas paga para navegar na web livre!
E com tudo isso, quando canais e páginas de pensamento não liberal começam a ser sistematicamente tiradas do ar de todos os espaços controlados pelas megacorps, quase ninguém sequer pensa em voltar para o mesmo espaço livre que ainda está lá, tamanho o abandono deliberadamente provocado pela privatização em massa do mundo virtual. O proprietário tem o direito de controlar o conteúdo que quiser em seus espaços particulares, e ninguém precisa de censura quando o pensamento anti hegemônico já está condenado a espaços invisíveis.
E mesmo assim, com a totalidade da grande mídia apoiando suas pautas, feministas ainda se acham oprimidas pelo Patriarcado e pelo Capitalismo, e liberais ainda acham que privatização tem alguma coisa a ver com liberdade.
PELA VALORIZAÇÃO DA WEB LIVRE!
PELA VOLTA DA NAVEGAÇÃO NOS ESPAÇOS NÃO MONOPOLIZADOS!
Alguns que se recusam a ser rotulados de feministas costumam dizer que não precisam do Feminismo para ver que a sociedade é "machista", homofóbica, que homens são "estupradores em potencial" ou que "o gênero é construção social."
Tanto é falso que utilizam a mesma terminologia e chegam as mesmíssimas conclusões que a doutrina à qual apenas simpatizam, com uma ou outra insignificante ressalva para atestar sua "independência" de pensamento,
Esse é o mecanismo básico da manipulação: induzir de forma não explícita o incauto a chegar a conclusões pré concebidas para que ele tenha a impressão de que o fez por si próprio. Esse procedimento, tão velho quanto o mundo, é a espinha dorsal do controle de massas, de desinformação midiática ou de muitos dos meros golpes da praça em seus mais variados níveis.
E é simples diferenciar uma autêntica abordagem pessoal original cujas conclusões possam mesmo convergir para às de uma doutrina específica, da mera ingenuidade de quem segue inconscientemente o passo a passo dado pela técnica manipulatória para crer que redescobriu aquela mesma "roda" que o manipulador já anunciou infinitas vezes.
O pensador independente jamais irá usar as mesmas categorias prontas de pensamento, evitando mesmo terminologias que possam ser confundidas, utilizará fontes alternativas de informação, e nunca aquelas mesmas matérias jornalísticas ou referências bibliográficas muito menos concordando com o viés das mesmas. Temendo ser cooptado por linhas de pensamento às quais não quer exatamente endossar, incorporará em seu discurso não meras ressalvas ou observações cosméticas para simular diferenciação, mas sim elementos definitivamente incompatíveis que serão prontamente rechaçados e que, para os adeptos da doutrina em questão, serão suficientes para, nesse caso, enquadrá-lo na mesma categoria de "machista", homofóbico e opressor.
E o mais relevante. O pensador independente não dará a mínima importância para isso.
São, todavia, raros. Ninguém que jamais tenha produzido uma linha de pensamento original na vida será capaz de realmente desenvolver opiniões próprias autênticas sobre temas que foram completamente sequestrados por linhas de pensamento consolidadas e de ampla repercussão, sobretudo midiática. Se há algo realmente obrigatório nos livres pensadores, no verdadeiro sentido do termo, é a capacidade de redigir raciocínios próprios sobre temas por vezes pouco abordados com método incomuns e por fim chegando a resultados únicos.
Alguém que nunca sequer se atreveu a redigir um ensaio básico onde esboça uma tese própria, só pode se iludir ao achar que lendo reportagens de um órgão de mídia assumidamente feminista, por exemplo, chegará a uma conclusão própria ainda por cima usando as mesmas categorias, às vezes até as mesmas palavras, que estruturam a reportagem em questão.
Antes ser um assumido seguidor fiel de uma doutrina, do que pensar exatamente do modo como ela determina crendo ser alguma outra coisa.
Por fim, isso evidentemente se aplica a qualquer tipo de pensamento, apenas no meu caso esse tipo de atitude parece ocorrer quase exclusivamente com o Feminismo, talvez pela já indelével má fama do movimento onde mesmo membros entusiasmados são por vezes obrigados a reconhecer excessos.
Ao menos, eu nunca vi um alguém dizer que não precisa do Marxismo para admitir que os proletários são explorados pela mais-valia capitalista, ele simplesmente se assume marxista e pronto!
Há alguns meses ainda era perdoável que alguém acreditasse que Bolsonaro representasse uma opção eleitoral vagamente patriótica. Não nacionalista! Mas ao menos patriótica.
A diferença?
NACIONALISMO pressupõe um reconhecimento das virtudes específicas de seu país e um projeto de desenvolvimento que as aperfeiçoe rumo a um nação mais integrada e poderosa, construindo uma identidade mais coesa de modo a se elevar e liderar sobre as demais identidades locais e destacar a própria nação entre as outras. Como Bolsonaro há muito já declarou que nosso destino é sermos subservientes aos EUA, ficarmos encalhados como agroexportadores, apoiou a destruição de nossa indústria, a entrega de nossos recursos naturais, e chega ao ponto de bater continência para a bandeira norte americana, não é possível mais sustentar o delírio de que haja algo que sequer lembre os melhores momentos de Getúlio Vargas ou Ernesto Geisel. Não a toa ele nunca foi bem visto entre os próprios militares.
Ter escolhido o ultra privatista economista Paulo Guedes para pensar por ele, abraçando em definitivo a causa liberal essencialmente anti nacional, foi o golpe definitivo.
PATRIOTISMO é um sentimento mais modesto de amor incondicional à terra, Pátria, em que se nasceu, que melhor seria chamada Mátria e portanto "Matriotismo". Não demanda um projeto de nação para um futuro maior, mas sim o reconhecimento e amor àquilo que se é.
Mas ao colocar como vice presidente o General Hamilton Mourão, Bolsonaro destruiu qualquer esperança de levar até isso a sério, pois apenas tinha sugerido aquilo que Mourão deixou claríssimo além de qualquer dúvida. Que ambos odeiam o país em que nasceram, pois não é possível o contrário quando se diz explicitamente que temos que deixar de ser brasileiros e renegarmos toda a nossa essência.
Mourão apregoa o infelizmente não raro complexo canino de inferioridade que afirma sermos um povo defeituoso, sem caráter e sem virtudes, resultante de um mistura de portugueses, que ele considera corruptos, índios, que ele chama de preguiçosos, e negros, que aponta como ignorantes supersticiosos. Em suma, a opinião essencialmente liberal de que o brasileiro é, por natureza, um energúmeno mitômano desonesto. (Já viu qualquer discurso depreciativo ao Brasil vir de um não liberal?)
Mas além de deselegante essa crença é objetiva e estupendamente errada em todos os aspectos. Pois Portugal nunca foi um país que se destaque pela corrupção, e mesmo que o fosse, somente um indigente mental não percebe o quão somos diferentes de nossos ancestrais portugueses. Até mesmo estrangeiros minimamente atentos sabem que os brasileiros são, por exemplo, muito mais parecidos com os italianos. Até Sérgio Moro percebeu isso ao aplicar aqui o mesmo método de "combate" a corrupção que se viu na Itália.
A crença de que índios sejam preguiçosos não passa de incompetência em perceber que todo e qualquer desenvolvimento depende da necessidade. Grande parte dos indígenas nativos brasileiros, especialmente os amazônicos, viveram por milhares de anos num ambiente estável que não demandou nenhuma necessidade de readaptação significativa. O que força o desenvolvimento dos povos é o mesmo que força a evolução das espécies, a pressão seletiva do ambiente. Não havendo clima frio que exija abrigos mais sofisticados, distintas estações do anos que exijam soluções diferentes nem escassez de espaço ou recursos que forcem migrações em massa ou aperfeiçoamento de métodos, simplesmente não há motivo para se desenvolver.
Mas note que isso ocorre especialmente na área equatorial e semi tropical, mas não nas temperadas onde as variações climáticas são mais claramente sentidas. Por isso os autóctones que ainda estejam vivendo nas florestas amazônicas mudaram muito pouco. Mas a grande maioria dos descendentes indígenas de outras regiões foram totalmente integrados na civilização brasileira agropecuária, industrial e burocrática sem qualquer dificuldade em se adaptar, pois com a mudança do ambiente cultural promovida pela chegada de colonizadores, houve uma resposta adaptativa diferente rapidamente apreendida. Para cada descendente dos antigos índios que hoje ainda viva quase do mesmo modo que viviam há meio milênio, há centenas que vivem totalmente dentro do modo de vida moderno.
Ademais, a acusação de preguiça, que também recai aos descendentes africanos, chega a soar insana quando se nota que o Brasil foi largamente construído e desenvolvido por meio de mão de obra escrava, tanto indígena quanto africana, se tornando desde o Segundo Império uma das maiores economias do mundo. Além de absolutamente estúpido, é perverso afirmar que a base fundamental do trabalho que sustentou o país até a Velha República e que em grande parte continua sustentando por meio de seus descendentes é "preguiçosa"!
E quanto a tendência africana ao misticismo e superstição, vista pelos racistas anti brasilianos como ignorância, essencialmente nada tem de diferente de qualquer outro povo exceto um modo específico de se expressar. O Japão por exemplo, apesar de seu estupendo desenvolvimento, é um país incrivelmente apegado a crenças tradicionais onde se honra os espíritos das crianças abortadas, se utiliza toda sorte de amuletos e onde se crê que o tipo sanguíneo define a personalidade. Os próprios EUA, país ao qual bajuladores do naipe de Mourão e Bolsonaro se ajoelham, são um festival insuperável de proliferação da mais inacreditáveis crenças que vão deste Triângulo das Bermudas, ETs, bruxas, chupacabras, criacionistas e terraplanistas.
Com isso, a conclusão inexorável dessa espantosa estupidez liberal anglófona é que devemos imitar os EUA, como se lá também não tivesse havido escravidão com importação de crenças africanas que transmutaram em modalidades contemporâneas ainda mais mitômanas, nem tribos indígenas diversas que a despeito da tentativa de extermínio muito mais sistemática ainda deixaram sua marca, mas sobretudo uma imensa variedade de etnias, tendências e correntes de pensamentos divergentes que demandaram uma Guerra Civil para começar a erguer alguma ordem.
Outrora perguntado sobre qual seria o grande trabalho pelo qual gostaria de ser eternizado pela história, Bolsonaro, que diferente de qualquer candidato minimamente versado sequer tinha uma resposta pronta, pensou, e nada falou de fazer do Brasil um país grande, como Donald Trump dizia justamente prometendo medidas anti liberais em favor dos trabalhadores e da indústria nacional, nada falou sobre elevar o país à condição de poder geopolítico que lhe cabe, nem uma palavra sequer sobre o fortalecimento das forças armadas, patrulhamento de fronteiras, proteção das riquezas naturais ou honrar a tradição do povo.
Não. Ele falou em tornar o Brasil um país liberal! Na contra mão absoluta de toda a nossa tradição e de todos os governos que impulsionaram o país a ser mais que uma colônia. Até o Cabo Daciolo, que apesar de quase tão tosco quanto ao ponto de acreditar em URSAL, já mostrou que ao menos no discurso realmente é um patriota.
O que o trio Bolsonaro, Mourão e Guedes planejam para o Brasil é a escravidão ao sistema bancário mais corrupto do mundo (No qual ele não vê nenhum problema!), a subserviência ao império estadunidense onde sequer jamais seremos reconhecidos como iguais, mas sim como apenas lacaios cumpridores de ordens. Não tem sequer a coragem de propor um projeto de país para que o Brasil esteja à altura econômica dos demais gigantes territoriais e populacionais do mundo.
Não. Com um medo palérmico de alguns desse gigantes, seu "projeto" de futuro é que o Brasil se curve ao chão e seja um pedestal onde os EUA possam subir para ficarem ainda mais elevados.
URSAL: mito criado pela NOM (Nova Ordem Mundial), leia-se: "Consenso Neoliberal de Washington", para patriotas boçais, com medo de uma "ameaça" totalmente inexistente, jogarem qualquer chance de Nacionalismo real no lixo acreditando lutar contra uma NOM fictícia e fazendo tudo o que a NOM verdadeira quer.
O STF se deu um presentão: os ministros aprovaram um aumento de 16% no próprio salário. A medida vai ter um efeito em cascata sobre todos os magistrados do país, federais e estaduais.
Com isso, um Ministro do STF vai ganhar R$ 39 mil reais. Pode parecer alto, mas a realidade é ainda mais inquietante, já que pesquisas apontam que 75% dos juízes federais ganham acima do teto por causa dos penduricalhos que acumulam nos vencimentos.
Mas nos debates sobre a Reforma da Previdência vocês vão ler e ouvir uma demonização dos ''servidores públicos'', assim, de maneira genérica, colocando no mesmo balaio esses ínclitos magistrados e a servente de escola que ganha salário mínimo ou professores de ensino médio com base salarial de R$ 1.200 reais -- categorias, acrescento, que estão sem reajuste salarial [na verdade, sem reposição de inflação, já que reajuste mesmo tem muito mais tempo] desde 2014 e, no caso do Rio, com planos de carreira congelados.
A mesma reflexão deve ser usada quando se coloca em discussão alguns dos efeitos da PEC da morte. Como os gastos do governo não podem aumentar por uma geração, começa uma ''pega pra capar'' pra decidir pra que lado vão os recursos cada vez mais exíguos. Eles não vão pro lado mais fraco, tenham certeza.
É desse modo que discussões sobre ''fim dos privilégios'' no Brasil acabam sendo mais um motor de crescimento da desigualdade.
Imperdivel esse texto. Inclusive para os crentes da religião de livre mercado... afinal, que raio de livre mercado é este, onde as principais montadoras - Privadas - de carros de um país continental como o Brasil são propriedade dos mesmos poucos grupos de investidores?
Imperdível...
ASSIM É (SE LHE PARECE)
Por Pedro Augusto Pinho
<< A peça de Luigi Pirandello, escrita em 1917, que dá título a este artigo, pretende mostrar que há muito mais atrás dos fatos do que sua simples descrição.
Inicio transcrevendo do brilhante jornalista e arguto analista Luis Nassif sua análise de 19/09/2014, sob título “Como Dilma conseguiu perder o apoio da indústria”:
“No futuro, a maneira como Dilma Rousseff perdeu o apoio da classe empresarial – especialmente dos industriais paulistas – se constituirá em um caso clássico da ciência política.
Durante seu governo, Dilma ampliou o escopo do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), distribuiu isenções fiscais, implementou a desoneração da folha de salários, definiu políticas industriais, avançou no conceito de conteúdo nacional nas compras públicas, montou parcerias com as Confederações empresariais, especialmente a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a CNA (Confederação Nacional da Agricultura).
Dos três candidatos - ela, Aécio, Marina - é a única que se alinha com uma escola de pensamento econômico que privilegia a indústria como motor do crescimento. Mesmo assim, Dilma conseguiu esse anti-feito extraordinário de ser abominada pelo empresariado paulista”.
Desde o Governo de Juscelino Kubitschek (1956 a 1961), a indústria automobilística vem desempenhando um papel de relevo na industrialização brasileira. Ousaria afirmar que apenas a Petrobrás foi mais importante na formação do parque industrial brasileiro, se excluirmos os bancos e instituições de fomento.
Seria, por conseguinte, bastante óbvio, buscando o crescimento econômico e a geração de empregos, que se desse incentivos à indústria, em geral, e à automobilística e de petróleo, em particular. Mas, sendo a Petrobrás, ainda, uma empresa estatal brasileira – para enorme desgosto do golpista Michel Temer e do seu candidato à sucessão, Geraldo Alckmin – podemos restringir nossas considerações ao setor automobilístico.
Mas quem proveita da isenção tributária na indústria automobilística brasileira?
É fundamental conhecer como está ou, melhor ainda, com quem está o poder econômico neste século XXI.
Uma de minhas constantes reflexões se voltam para o sistema financeiro internacional, que denomino abreviadamente banca. É o capital em seu estado mais puro: apenas o dinheiro, em moeda ou títulos.
AÇÃO DA BANCA
E qual o objetivo da banca?
Assinalo dois: primeiro a transferência de todos os ganhos, de qualquer área da economia, para o sistema financeiro. Assim o lucro industrial deve ser transformado num valor de aplicação pelo sistema financeiro. Um título de dívida, por exemplo, ou um dividendo, se aquele negócio for dominado pela banca. Mas, é conveniente que se esclareça, a banca tem pressa; se puder antecipar este ganho e colocá-lo no mercado da especulação, ela não aguardará a distribuição dos lucros.
O segundo objetivo é autofágico – promover a permanente concentração de renda. Assim, na luta da banca contra a banca, a que atirar primeiro ganha. E o caro leitor pode ver, claramente, que há cada dia maior número de compras, de fusões, de incorporações entre empresas, até que fique só uma: a da banca.
Entramos, assim, num campo mais restrito. A quem pertencem as maiores fabricantes no Brasil, pelo número de veículos vendidos?
As cinco grandes, conforme a revista Exame, são, pela ordem: Fiat, Volkswagen, General Motors (GM), Ford e Renault. Vejamos seus donos.
Há um site, estadunidense, que apresenta diversos dados sobre as empresas e seus mercados. E foi o 4-traders que consultamos para o que lhe informamos a seguir.
A FIAT tem como cinco maiores acionistas:
1 – Exor NV (private equity)
2 – Baillie Gifford & Co.
3 – Harris Associates LP
4 – Blackrock
5 – The Vanguard Group.
A VOLKSWAGEN tem como cinco maiores acionistas:
1 – Qatar Investment Authority
2 – The Vanguard Group
3 – Causeway Capital Management
4 – Amundi Asset Management
5 – Blackrock
A GM tem como cinco maiores acionistas:
1 – The Vanguard Group
2 – Blackrock
3 – Harris Associates
4 – State Street Corporation
5 – Berkshire Hathaway
A FORD tem como cinco maiores acionistas:
1 – The Vanguard Group
2 – Blackrock
3 – Newport Trust
4 – SsgA Funds Management
5 – Wellington Management
A RENAULT é empresa de economia mista. Aqui diríamos que é uma estatal. Dois acionistas, o Governo da França e a Nissan Motor, tem cada um 15% das ações. O terceiro maior acionista é a própria Renault com o fundo de seus empregados, possuem 4,20% do capital da companhia. Mas é curioso saber que The Vanguard Group e Blackrock também compartilham ações da Renault.
Antes de buscarmos uma resposta para o “case study” proposto por Luis Nassif, vamos desmistificar o “mercado competitivo” da ideologia liberal.
O prezado leitor também se perguntará, diante dos cinco maiores fabricantes no Brasil, que concorrência fazem The Vanguard Group e Blackrock que são proprietários da matriz de todos eles?
FARSA DA COMPETIÇÃO
Se houve, em algum tempo, competição, competitividade nos mercados, certamente não é o que ocorre, ao menos nestes últimos cinquenta/sessenta anos. Temos oligopólios, repartição de mercados por áreas geográficas ou por produtos, quando não monopólios, disfarçado sob nomes de fantasia da Unilever (Omo, Seda, Dove, Hellmann's, Maizena, Knorr, Kibon, AXE, Lux, Rexona etc), da Colgate-Palmolive (Colgate, Palmolive, Protex, Sanex, Softsoap, Hill’s, Gard, Brite, Suavitol, Murphy, Care, Meridol, Irish Spring, Tom’s, Ajax, Pinho Sol, Fleecy, Axion, Cuddly, Elmex, Fluffy etc) ou de outra monopolista nas áreas de alimentos, saúde, roupas, bebidas etc. O que dirá então da produção mineral, de recursos finitos e indispensáveis para a civilização contemporânea.
Fica então mais fácil entender porque as isenções, os incentivos aprovados pela Presidente Dilma Rousseff provocaram reações antagônicas das associações industriais paulistas.
Todo recurso foi levado para a especulação financeira. Para o “mercado” que hoje é tão somente financeiro.
Façamos um pequeno exemplo, retirado da movimentação neste final de julho, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Foi um dia de movimentações pouco expressivas para as ações mais negociadas. A Bovespa vem se recuperando lentamente depois da queda em meado de junho passado. A ação que escolhi é das bem negociadas e considerada pelos analistas “bom investimento”. Assim não se pode dizer que busquei um ponto fora da curva.
Tomemos então a ação ordinária do Bradesco (BBDC3). Sua cotação mínima foi R$ 27,84 e máxima R$ 28,46. Uma variação de 2,22%, em um único dia.
Ora, se você pode, com o recurso disponibilizado pela isenção ou incentivo, ganhar 2,22% ao dia, sem trabalho maior do que teclar seu computador, por que vai contratar mão de obra, encomendar chapas de aço, sofrer eventual encolhimento das vendas?
BANCA É CORRUPÇÃO
Quando escrevo que a banca é o maior fator de corrupção existente no Brasil e no mundo, fica claro ao que me refiro. E ainda há quem fique imaginando sítio em Atibaia ou apartamento no Guarujá (que nem são do Lula), ambos típicos de classe média, nada de avenida Foch, em Paris, ou suntuosos 450 m² no valorizado Higienópolis paulistano (de FHC). E mesmo o apartamento-cofre do aliado de Temer e FHC, o baiano Geddel Vieira Lima, com sacolas e mais sacolas de dinheiro em espécie (coisa de traficante). Tudo isso nada significa diante de um dia da banca com um benefício fiscal.
Quer moralidade? Faça a auditoria da dívida brasileira, promova intervenção nos bancos, financeiras, corretoras de valores ao invés das favelas cariocas.
Como fica diferente o mundo quando o colocamos sob a lente dos fatos, diferentemente das ideologias! E com que sutileza Luis Nassif no-lo apresenta!
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado. >>
Ainda estou examinando essa pesquisa e tenho dúvidas quanto aos dados. Se estiver correta, então seria forçoso admitir algum sucesso nas politicas públicas recentes, sucesso que parece completamente inexistente em pesquisas de viés feminista.
Mas uma coisa posso garantir, se isso for verdade, não haverá repercussão midiática alguma, tais dados só seriam apontados na hora de justificar a existência da Lei Maria da Penha ou a do Feminicídio, e mesmo assim de modo pontual e discreto, pois de forma ampla o discurso continuará sendo o de que a violência doméstica "contra a mulher" (somente contra a mulher) está aumentando, por meio principalmente da ampliação do conceito de violência que passa a abranger até a tal violência simbólica, que pode ser, por exemplo, jogar um videogame com uma personagem sensual.
Com isso qualquer melhora real é invisibilidzada sob uma expansão estatística infinita.
É a conclusão de um estudo dos pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Psicologia Médica da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp)
"O número de mulheres vítimas de violência doméstica reduziu quase 30% desde 2006, passando de 8,8% para 6,3% da população brasileira. Já em relacionamentos onde os homens são as vítimas de violência, houve uma redução menor, de 22%, no percentual de mulheres que atuam como agressoras (7,7% para 6%).
Quanto à autoria, o período revelou uma pequena diferença entre os sexos: o número de mulheres que perpetraram violência em relação ao homem foi de 12%, enquanto que o de homens que praticaram o mesmo foi de 9,2%. Comparadas aos homens, as mulheres também apresentaram taxas mais altas de prática de agressões em relacionamentos marcados pela violência mútua (3,3% entre as mulheres e 2,6% entre os homens)."
As reclamações de meia dúzia sobre a escolha de Kátia Abreu para vice na chapa de Ciro Gomes só podem ser piada. A senadora se posicionou contra as Reformas Trabalhista e Previdenciária e foi expulsa do PMDB por romper com Temer. Enquanto isso, o vice escolhido por Bolsonaro é um general que diz que devemos nos livrar do nosso legado português, que ele identifica com corrupção, do nosso legado africano, que ele identifica com um ''pensamento mágico'', e do nosso legado indígena, que segundo ele é preguiça, e imitar os Estados Unidos, país ''que deu certo''. A vice do Alckmin é uma ruralista que defende um ultra-liberalismo econômico que a tornou ícone de membros do MBL e a permissão para que latifundiários constituam exércitos privados pra matar camponeses, pequenos proprietários e trabalhadores rurais. A vice do Haddad é uma ''lacradora'' tão caricata que chamou de machismo as perguntas que os jornalistas lhe faziam sobre a possibilidade dela desistir da própria candidatura em prol de uma vaga pra vice do PT, o que, vejam só, foi exatamente o que aconteceu. Kátia Abreu dá de mil a zero em todos eles.
Sempre é bom lembrar, esses são os números oficiais do SUS sobre mortes maternas possivelmente decorrentes de abortos ilegais.
O maior número registrado foi de 109 mortes em 1997, o menor foi 41 em 2014, e estes englobam TODAS as mortes por abortos incluindo espontâneos e legais. É impossível saber, destes, quantos são decorrentes de procedimentos de aborto ilegal. Pode, num determinado ano, ATÉ SER ZERO!
É possível haver subnotificação, mas é impossível que isso afete os números ao ponto de multiplicá-los várias vezes, pois isso exigiria que mulheres de classe média à alta, únicas que tem condições de pagar por clínicas de aborto clandestinas, estivessem morrendo e sendo enterradas sem autópsia ou mesmo sem registro, coisa somente passível de ocorrer em populações muito pobres e em áreas sem qualquer infra estrutura, justo onde tradicionalmente não se costuma recorrer a abortos. (E de que adiantaria descriminalizar o aborto nessas áreas? Isso faria o SUS ou clínicas privadas baixarem por lá?)
Portanto, qualquer feminista que venha dizer que morrem mais que umas poucas centenas de mulheres por ano no Brasil decorrente da proibição do aborto (o que já é um chute) está seguramente mentindo ou reproduzindo mentira.
Mas Abortismo é assim mesmo. Fraude sistemática e mentira compulsiva!
Assinei e compartilho, mas tenho pouca esperança de que o judiciário que apoia o Golpe Liberal não irá "liberar" ainda mais e dar a infinitésima prova de que Liberalismo Cultural e Liberalismo Econômico são as duas faces da mesma Plutocracia Metacapitalista, que tem absoluto desprezo pela vida, pela vontade popular e pela própria humanidade. Enquanto imbecis de esquerda acham que estão lutando contra o capitalismo ao apoiar Feminismo, Abortismo e Boyolismo, e imbecis de direita acham que estão lutando contra o comunismo ao apoiar neoliberalismo, Libertarianismo e Anarcocapitalismo.
E o próprio CitizenGO peca nisso, lutando por valores tradicionais ao mesmo tempo que faz petições contra os governos da Venezuela ou Nicarágua, que justo por serem menos liberais são justamente países menos afetados pelo inimigo anti vida que eles combatem, e por isso mesmo os mais vitimados pela violência diabólica das mentiras midiáticas e das perversidade e hipocrisia da política externa do EUA.
E é a primeira vez que escrevo algo assim porque neste caso, a grande força do filme está na reviravolta, apresentando uma premissa de originalidade aparentemente inédita. NÃO DEIXE ninguém estragar sua surpresa. Até mesmo alguns dos cartazes do filme sugerem mais do que deviam. Fica até ruim comentar mais.
Eu próprio, à medida que assistia fui tecendo minhas suposições sobre qual seria o segredo da trama. Me fez lembrar quando, ainda em meados da década de 90, li uma notinha em alguma obscura revista de cinema que Keanu Reeves trabalhava num projeto onde "a terra havia sido invadida por alienígenas que aprisionaram a humanidade num mundo de ilusão", o que, ao final, acabou sendo algo diferente resultando no lendário The Matrix, prestes a fazer 20 anos e cuja mensagem continua sendo sistematicamente ignorada pela quase totalidade dos seus fãs.
Mas Extinção surpreende. Tem seus problemas de produção, principalmente cenários e efeitos especiais limitados pelo orçamento. Mas nada que chegue a comprometer. A única coisa que digo ser injustificável é o título, que pouco tem a ver com a estória, embora sirva para ocultar ainda mais a trama.
Depois do grotesco Cloverfield Paradox, (que comentei em 06/02/2018) é um alívio ver que a Netflix investiu num título realmente bom e que de quebra ainda tem a virtude de fugir da obsessão da empresa com lacrações feministas, apesar de uma cena em especial até parecer ir nesse sentido, mas depois com a reviravolta é resignificada.
Por fim, alguns já estão sugerindo que deveria virar uma série, ou ter uma sequência, mas apesar de ser sim um universo que poderia ser muito mais expandido, Extinção ainda tem o mérito de ser perfeitamente auto suficiente. Algumas coisas ficam pouco explicadas mas sem problemas de incoerências, visto haver inúmeras possibilidades sugeridas.
A mim, a estória fecha perfeitamente, satisfazendo sem deixar aquela ânsia de querer mais. Não que eu seja contra uma expansão, mas será muito difícil elevar o nível.
Ótimo artigo que se tivesse feito a devida conexão no terceiro parágrafo, mesmo que 'en passant', do Neoliberalismo com o Maio de 68, seria perfeito.
A União Europeia não pode ser democratizada
MALDITO SEJA O TEMER, OS TUCANOS E TODOS OS SEUS ALIADOS QUE VOTARAM FAVORÁVEL AO TETO.
A austeridade fiscal acabou de dar mais um tiro na educação e no desenvolvimento da ciência no Brasil.
A CAPES acabou de anunciar que em 2019 todas as bolsas de pós-graduação do país serão cortadas a partir de agosto. Os programas de formação de docentes financiados pela CAPES também serão eliminados.
Nada menos do que 105 mil pesquisadores ficaram desamparados e em situação de extrema vulnerabilidade econômica.
O teto dos gastos esmagou a educação e a ciência. O teto é assassino.
Maldito seja o Temer. Maldito seja o PSDB. Maldito seja o Bolsonaro e toda esta corja que votou nessa praga.