Embora seja muito parecido com o que venho desenvolvendo há anos, tem uma abordagem diferente e enriquecedora. Mas há algumas dificuldades como um jargão próprio do autor. Por exemplo, o "Excepcionalistão" é os EUA.
Só há uma distorção grave logo no começo, que é afirmar que as oligarquias bilionárias midiáticas do Brasil são conservadoras. Que só é inequívoco no contexto econômico, pois no cultural são claramente neoesquerdistas, promovendo ativamente a agenda liberal como praticamente toda oligarquia bilionária, embora em geral resguardem um conservadorismo privado genuíno para elas próprias.
Também há a grave omissão do interesse e da ação norte americana. Embora seja perfeitamente compatível com o quadro apresentado.
No mais, o artigo diz aquilo que qualquer observador não imbecil tem obrigação de saber, embora seja bom vê-lo ser afirmado por um portal estrangeiro. Mentir que estamos diante de uma "luta contra a corrupção" é uma patifaria tão grotescamente sórdida que emburrece até mesmo um hipócrita inteligente que o diga.
Mas que fique claro que o The Guardian é outra marionete do Liberalismo, fazendo o jogo pela neoesquerda, no fundo servindo aos mesmos interesses oligárquicos que está denunciando.
Quem ver o filme Gétulio notará muitíssimos paralelos com o ex presidente Lula: Um governante vastamente popular e democraticamente eleito que realizou muitos feitos notáveis, embora muitos também questionáveis, ferozmente atacado, bem como sua família, pela imprensa e pela oposição como se fosse a pior de todas as desgraças, como infindáveis acusações de corrupção e correndo o risco de ir preso.
E no pano de fundo do ataque a mesmíssima coisa, o viés anti nacionalista capacho dos interesses estrangeiros querendo a todo custo revogar direitos trabalhistas, dilapidar o patrimônio público e entregar nossas reservas naturais.
A grande diferença é que Lula não foi um ditador, não mandou matar, prender nem torturar. E talvez só por isso não tenha que suicidar para a alegria das víboras que não suportam ver o Brasil emergir como uma potência no cenário internacional.
Por mais que o NeoEsquerdismo tenha abandonado a racionalidade, a reação NeoDireitista não está muito atrás. Dentre outras, tem sido replicado um bizarro discurso que
visa dicotomizar a realidade num hipotético conflito entre COLETIVISMO X INDIVIDUALISMO, frequentemente traduzido também num conflito Estado x Indivíduo.
Se a maior parte da humanidade jamais sai da infância intelectual, tal discurso parece aprisionar seus seguidores numa eterna adolescência narcisista muito mais deletéria, e em dois relacionados pontos pode-se mostrar o quão egóica e infantil, ou melhor, púbere, é mais essa quimera libertária.
Em PRIMEIRO lugar aponte-se que NÃO É POSSÍVEL um Sistema de Pensamento Individualista em sua estrutura. Existem posturas e atitudes individualistas, bem como estados mentais e disposições comportamentais subjetivas e privadas. Mas uma vez que for articulado de forma sistemática e for transmitido a outrem, automaticamente todo e qualquer sistema de pensamento se torna público e, portanto, muito mais reconhecível como "coletivista", ou seja, conduzido por um coletivo de indivíduos. E isso fica sacramentado além de qualquer dúvida quando se torna um tipo de movimento visando angariar adeptos e se espalhar na sociedade, visando transformá-la. Pelo fato óbvio de que todo e qualquer tipo de movimento ideológico só pode ser, necessariamente, coletivo! Não existe, socialmente falando, "movimento de um indivíduo só"!
Porém, claro que pode-se pensar em termos de um movimento estruturalmente coletivista, o que é inevitável, mas tendo como alvo aumentar a autonomia dos indivíduos, derivando de sua pretensão a dimensão "individualista". Mas é justo nesse SEGUNDO enfoque que pode-se verificar o baixo nível de compreensão dessa proposição. Se a nível coletivo parece dificílimo solucionar o aparente paradoxo da causação circular entre humanidade e cultura, visto que a primeira parece pressupor a segunda e vice versa, no nível individual é completamente óbvia a dependência do indivíduo em relação a cultura em todos os níveis.
Chega a parecer que tal como todo bom libertariano, os "anti-coletivistas" são tão púberes que sequer tem noção do grau de dependência que a pessoa humana possui em relação ao coletivo em que nasce. Ora, ninguém nasce mulher ou homem, e sim bebê, meninos ou meninas que ao longo da vida se tornarão homens ou mulheres pelas suas intrínsecas forças de desenvolvimento, mas dependendo total e completamente de todo um suporte externo não apenas de sua mãe gestadora e nutridora e em geral de seu pai provedor e protetor, mas de toda uma estrutura social que garante sua sobrevivência, aprendizado e desenvolvimento nos mais diversos graus.
Nesse sentido, todo indivíduo é necessariamente fruto de uma coletividade, e deve sua existência e sua própria essência humana a ela. Já aqui aparece a imaturidade brutal de uma pensamento que pensa poder se articular contra o "coletivismo" como se toda a sociedade não dependesse de uma mentalidade coletiva que é a própria base fundadora da vida social. Toda a estrutura cultural e organizacional de uma comunidade humana é resultante de um esforço comunitário que agrega ações, esforços e talentos individuais, mas sempre em direção ao coletivo. Portanto, a realidade funciona na absoluta contra-mão desse delírio individualista. São os indivíduos que põem sua existência a favor do coletivo para que este possa retribuir não só para eles, mas para os novos indivíduos. E não querendo que um esforço coletivo tenha como objetivo a mera satisfação dos interesses individuais, visto que esses tem que sempre estar subordinados a uma ordem social sem a qual tipo algum de comunidade humana é possível.
O verdadeiro INDIVIDUALISMO é ser capaz de se erguer acima da mediocridade coletiva, o que frequentemente encontra resistência, mas ainda assim se apoiando e dependendo da coletividade, sem a qual nenhuma possibilidade individualista é possível, bem como retribuindo a ela.
Isso deveria ser tão evidente quanto o fato de que pensamentos coletivos com esse teor neo, e pseudo, individualista surgem muito tardiamente na história humana justo nos estágios de maior desenvolvimento coletivo possível, que são os civilizações estatais modernas. Antes disso qualquer pensamento no sentido de um indivíduo "se libertar" das exigências coletivas da comunidade em que vivia, se concebível, seria rapidamente retaliado de alguma forma brutal, se não letal, pois a sobrevivência humana sempre dependeu da coesão social entre os indivíduos, que é o coletivo em si.
Sozinho, o indivíduo é absolutamente NADA perante a natureza. Mesmo o eremita independente capaz de viver bem completamente sozinho deve sua vida a uma séria de habilidades e recursos que aprendeu e herdou de um coletivo, tendo sido protegido e amparado por este até atingir um grau de individualidade independente do qual, se espera, venha alguma retribuição à sociedade. Ao coletivo.
E a pessoa contemporânea é ainda mais devedora de toda essa herança coletiva do que a de qualquer outra época especialmente nas mais desenvolvidas sociedades, visto seu grau ainda maior de dependência de uma vasta estrutura social cuja sofisticação deve sua existência ao aperfeiçoamento da forma mais avançada de organização coletiva, que é o Estado.
Outrora, a interdependência de cada indivíduo com um outro específico era por demais evidente para permitir a ilusão individualista. Ele se relacionava diretamente com um coletivo pequeno, no qual conhecia individualmente cada um, ou ao menos os seus nomes. À medida que as coletividades cresceram em tamanho e complexidade, aumentaram a vastidão da instituições sociais até chegar no Estado impessoal onde a relação direta com outros indivíduos identificados pode ser substituída pelo abstrato coletivo estatal, donde a relação intimidade das relações individuais necessárias e amplitude e poder da sociedade é inversa.
É justo nos poderosos e extremamente complexos Estados burocráticos e tecnocráticos contemporâneos, coletivos de tamanho e complexidade historicamente inéditas, que uma mente imatura pode pensar que é possível uma existência individualista à revelia da sociedade. Se a tribo primitiva punia imediatamente qualquer postura individualista não colaborativa em favor do coletivo, o Estado pode se permitir ser indulgente com quem acha que nada deve à sociedade e pensa que pode viver, e ser, alguma coisa, apenas pelo "seu mero esforço individual"!
Em suma, não apenas toda forma de sistema de pensamento é coletivo, como aquele que não tem como alvo, ao menos em parte, a coletividade, é apenas surrealismo, pois mesmo as mais radicais propostas anarquistas são evidentemente voltadas à coletividade. A derrubada total da civilização contemporânea rumo a um modelo primitivo de existência apenas reforçaria ainda mais invasividade da comunidade e interdependência coletiva, visto as relações passarem ser muito mais diretas que o mero uso de recursos impessoais que a civilização nos permite. E mesmo a maior genialidade individual só é perceptível quando se volta em favor da coletividade em si, visando melhorá-la, sendo então coletivista por excelência. Por sinal, foi por meio delas que se deu a maior parte do avanço humano.
Os "individualistas", invariavelmente da Direita Liberal, que acham que descobriram o fogo ao agrupar todos os pensamentos que condenam sob o rótulo espantalho do "Coletivismo" para então demonizá-lo, não passam de fedelhos narcisistas incapazes de uma noção mínima da realidade em que vivem. E cuja pobreza intelectual só não é mais evidente devido ao fato de que a maior parte da humanidade, em termos de intelectualidade, não chega sequer a esse estágio de arrogância que pode ser ao menos promissor, estando perpetuamente na mais genuína infância.
O texto a seguir é um trecho de uma análise sobre vídeos que analisam outros temas, mas isoladamente é, por si só, uma ótima síntese das ondas liberais da política externa norte americana.
O fato de praticamente nenhum deputado ter se referido aos motivos técnicos que justificam o pedido de impeachment era apenas estupidez previsível, e o fato de corruptos da pior estirpe estarem bradando contra a corrupção enquanto abrem espaço para uma linha sucessória imensamente mais corrupta que a Presidente é apenas a também previsível hipocrisia.
Mas a parte da estupidez merece atenção. Por mais tolos que sejam, há uma preocupação genuína na maioria dos discursos que invocaram Deus, a Religião, e Fé e sobretudo a Família, que é na realidade o único elemento concreto em torno do qual os outros elementos abstratos orbitam, e que pode, de fato e de direito, ser concretamente atacado.
Essa disposição peca apenas pela adicional estupidez de achar que noutro eventual governo qualquer a Família tradicional sofreria menor ataque, ou mesmo ataque algum, o que denota desconhecimento completo dos programas de governo de seus partidos favoritos ou de que tais projetos não nasceram na cabeça da militância esquerdista e sim vem das mesmíssimas forças que tem cooperado no atual derrubada do governo petista.
Mas também é fato notório que o governo foi sim particularmente enfático na pauta neoesquerdista que esqueceu por completo os direitos dos trabalhadores (propor o PL 257 foi a coroação final disto) em prol dos direitos de quaisquer outras coisas que sirvam como substituto da questão econômica para questões culturais parcialmente reais ou completamente ilusórias, mandando a "Luta de Classes" para o limbo.
A insistência em empurrar "Ideotologia de Gênero" (Feminismo e Homossexualismo) à força goela abaixo de uma população esmagadoramente refratária à mesma não é algo que poderia passar desapercebido e muito menos perdoável. E o Impeachment passou por pouco, 25 votos a menos e hoje teríamos uma horda de manifestações a respeito de Ditadura Comunista.
Nem é preciso fazer as contas. NO MÍNIMO METADE dos votos invocaram a defesa de coisas que foram realmente atacadas e motivaram uma retaliação que não dá a mínima para a questão técnica das Pedaladas Fiscais ou mesmo da corrupção. Se o governo não estivesse tão identificado em defesa de patifarias farsescas como LGBTTXYZ e Feminismo, bem como Abortismo e outras asneiras como liberação de drogas, O IMPEACHMENT NÃO TERIA PASSADO!
Essas pautas, ainda que tenham seu valor, são desprezíveis comparadas à pauta trabalhista econômica que de fato interessa a quase totalidade da população, e que deveria, esta sim, ser o foco principal da Esquerda. Esses temas polêmicos dividem os mesmos trabalhadores que no entanto estão integralmente interessados em aumentar seu padrão de vida e se elevar financeiramente. Mas pode notar que em todo o mundo o que se vê é o exato contrário, governos de esquerda que ao mesmo tempo que colocam essas excentricidades em primeiro plano, não apenas abandonam mas passam a atacar sistematicamente os trabalhadores.
Essa é a sutil estratégia de subversão da população, que de sua parte CONSERVADORA vota numa Direita que no final das contas está à serviço da agenda LIBERAL Econômica. Bem como da parte TRABALHISTA que vota numa Esquerda que no final das contas está à serviço da agenda LIBERAL Cultural!
Isso funciona tanto para Eduardo Cunha (10/02/2015) quanto para Dilma (02/06/2015)
Portanto, que sirva de lição. Ou a Esquerda se livra dessa corrupção ideológica que a nata do Capitalismo Global lhe enfiou cabeça adentro e volta a se dedicar à legítima defesa dos trabalhadores e sua emancipação econômica, ou não haverá mais volta. O futuro ocidental, se houver algum, será o de uma dominação total das elites econômicas sobre toda a sociedade atacando, por meio da esquerda, toda a tradição cultural do povo, que reagirá fortalecendo ainda mais essas mesmas elites econômicas num círculo vicioso e absolutamente destrutivo.
Há 24 anos atrás, em 1992, em frente ao Congresso Nacional, na votação do impeachment de Fernando Collor. Aos 20 anos.
Entre os "Caras-Pintadas", apesar de não ter sujado meu rosto de tinta, entre os vestidos de preto (pois Collor havia pedido a seus apoiadores para saírem as ruas com as cores da bandeira) embora eu estivesse vestido de branco, por não aceitar uniformizações arbitrárias de tipo algum e não suportar me expor ao Sol com roupas escuras. E também entre muitas bandeiras vermelhas. Alexsander Brito estava comigo
Mas eu estava a favor do impeachment, pois já detestava Collor desda as eleições, e para mim o Confisco de Poupança e o Empréstimo Compulsório foram pouco diante do que eu esperava. Só que eu não sabia que estava sendo manipulado, pois Collor não estava sendo punido por isso, e sim por interesses nada populares e democráticos.
Collor foi tirado do poder pelas mesmas forças que o colocaram, incluindo as mesmas Globo e Veja que hoje também lideram o impeachment atual. Pois estas forças apesar de nada se incomodarem com os maus feitos que de fato enervaram o povo, inclusive seus próprios eleitores, e se beneficiarem da maior parte de suas medidas, em especial as privatizações, se sentiram ameaçadas no momento em que ele parece ter tido um delírio heróico e desafiar a, na prática, monopolização midiática, em especial de concessões de TV, que aquela que garantira sua eleição ao editar seu debate contra Lula não tolerou de movo algum.
Tenho certeza de que a pressão do povo do lado de fora do congresso fez diferença para a esmagadora vitória de 441 votos a favor do impeachment (105 além do necessário) e apenas 38 contra, além de 24 votos "inválidos". E o fez porque não havia, como agora, a polarização. Não tínhamos uma Esplanada dividida, e sim bradando contra Collor em uníssono com os sindicatos, organizações sociais e oposição. Os poucos que pensaram em se mobilizar a favor do então presidente rapidamente desistiram ao ver os "mares" de preto desfilando pelas ruas.
E ao final, o que tivemos?
Collor foi julgado e absolvido por falta de provas com o escândalo do "Esquema Paulo César Farias" (o Marcos Valério da época), de Caixa 2 de campanha. Pedro Collor, irmão do presidente e que foi o pivô das denúncias, morreu dois anos após, 1994, depois de um oportuno câncer que atingiu o cérebro e que serviu até de argumento para desqualificar as acusações como resultante de uma mente comprometida pela doença.
E PC Farias foi oportunamente morto a tiros em 1996 num assassinato que foi considerado crime passional, por sua namorada que logo em seguida, também oportunamente, suicidou. A única punição legal de Collor foi ter ficado inelegível até 2002.
O inexpressivo partido de Fernando Collor, PRN, praticamente não reagiu, e ele ficou isolado e sem qualquer apoio de quem quer que seja. E mesmo com toda essa brutal assimetria, ao final, não houve resultado positivo algum. (Mas ao menos eu e o Alex faturamos duas "gatas" que levamos para o apartamento dele. E acho que a essa altura minha então namorada que morava em Goiânia não irá mais se importar com isso.)
Que a história sirva ao menos de alerta, e lição, aos que agora crêem estar fazendo história.
Eu estava lá, e estou aqui agora, tentando compreender o plano geral e as forças reais por trás de todas as ilusões, que continuam sendo as principais condutoras das massas.
Desde os meus tenros 17 anos eu me dei conta que o poder econômico no Brasil podia resumir toda a questão eleitoral direta da Nova República numa única pergunta: COMO IMPEDIR O LULA DE CHEGAR À PRESIDÊNCIA?!
Para a primeira eleição direta em 1989 praticamente "fabricaram" o então amplamente desconhecido Collor, no partido recém compilado PRN, com total apoio da Veja e da Globo, que não hesitou em fraudar uma edição de debate presidencial para garantir sua apertada vitória contra Lula. E também não hesitou, também junto com a Veja, em derrubá-lo no momento em que este decidiu desafiar a máfia das concessões televisivas.
Veio o Impeachment e eu "pensei que eles pensaram": E agora?! Como impedir o Lula de ganhar a próxima?
Tivemos o plebiscito de 1993 que se bem sucedido eliminaria o problema na raiz. Mas foi rejeitado. E então veio a bela solução do Plano Real, usado como plataforma eleitoral de FHC.
Jogada genial. Eu mesmo admiti. Lula dessa vez, mesmo continuando em segundo, ficou bem atrás, perdendo no primeiro turno com larga vantagem, para 1994.
Como apesar dos pesares o alívio em uma população traumatizada com Hiperinflação foi inquestionável, foi perfeitamente compreensível que após comprar a reeleição via mensalão, FHC conseguisse se reeleger, também no primeiro turno, embora com uma vantagem ainda larga, mas menor para 1998.
Mas depois a economia desandou, e não teve jeito. Em 2002 Lula finalmente ganhou a presidência que vinha disputando desde 1989 com vantagem esmagadora nos dois turnos contra José Serra.
Para impedi-lo de se reeleger para 2006, o escândalo do Mensalão que já existia desde antes do governo FHC foi transformado no maior espetáculo da terra, mas não teve jeito. Lula venceu no primeiro turno com vantagem inconteste mas não tão impressionante quanto a anterior, a não ser por Geraldo Alckimin ter conseguido a façanha de ter menos votos no segundo turno do que no primeiro. (Fato que comentei no texto Difícil pra Chuchu.)
Finalmente Lula não podia mais concorrer, mas emplacou em 2009 sua sucessora, e seu maior erro, contra José Serra novamente, vencendo mais uma vez com vantagem relevante. (Falei que era uma burrada do PSDB colocar o Serra de novo.)
Mas com um governo tão lastimável Dilma teve uma reeleição apertadíssima contra Aécio Neves em 2013.
Agora Lula finalmente poderá voltar a concorrer. E volta a pergunta: COMO IMPEDI-LO DE GANHAR? Ou melhor ainda: COMO IMPEDI-LO DE CONCORRER?
Estão trabalhando arduamente nisso nesse exato momento.
Por mais que a Marvel Comics tenha conseguido superar a Detective Comics em várias instâncias, em especial a venda de quadrinhos e o universo cinematográfico, nunca conseguiu criar personagens tão marcantes quanto o Superhomem, Batman e a Mulher Maravilha.
Homem-Aranha, Capitão América e Hulk de certo estão entre seus maiores feitos, mas não só a antiguidade do trio da DC quanto um certo simbolismo de certo contribuem para esse lugar cativo no imaginário popular. O Superhomem é praticamente o arquétipo primordial do super herói "divino", que apenas substituiu a tradicional origem mitológica (como seu equivalente Capitão Marvel / SHAZAM) pela extraterrestre, que é a nova mitologia do século XX.
Já o Batman é praticamente o arquétipo do super herói primordial humano. E quanto a Mulher Maravilha, é forçoso admitir, não há a menor chance de não ser a primeira imagem que aparece na cabeça da quase totalidade das pessoas ao se citar o conceito de super heroína. De base mitológica, por sinal.
Com tudo isso, é óbvio que a DC teria que trabalhar esse personagens primordiais em suas pretensões cinematográficas. O Superhomem (nunca me acostumarei a falar apenas Superman) já é um velho conhecido dos cinemas em adaptações que variaram do magnífico ao patético, Batman também. Christopher Reeve até hoje é lembrado no imaginário popular como a cara do kryptoniano ainda que Henry Cavill certamente já tenha conquistado seu lugar no panteão. E o desfile de atores de Batman tinha encontrado em Cristian Bale sua melhor expressão até o extraordinário Ben Affleck surpreender a todos fazendo muito gente boa (eu incluso) achar que pensando bem o maior mérito de Bale talvez tenha sido nos fazer esquecer os 3 atores anteriores da já longínqua quadrilogia que após Val Kilmer e George Cloney nos fizeram ver que o Michael Keaton nem era tão tuim assim.
Com Henry Cavill e Ben Affleck consolidados (OUVIRAM DC E WARNER BROS?!?!) só restava a atriz que encarnaria a Diana Prince se tornando a Linda Carter da nova geração. E é aí que a coisa complicou...
Houve uma penca de pretendentes, sugestões, boatos e até testes efetivos que ficaram famosos, incluindo Cristina Hendrics (minha favorita), Adrianne Palicki (que chegou de fato a rodar um piloto de seriado) Jamie Alexander (que ficou ótima como a DEUSA SIF que o panaca do Thor trocou por uma lambisgóia nerd terrestre que na proporção asgardiana viveria menos que um gato doméstico para um humano) Malin Akerman (a Silk Spectre de Watchmen) e teve boato até de Beyonce!
De todas essas e inúmeras outras que mal consigo lembrar, NÃO HÁ UMA ÚNICA QUE EU NÃO ACHE incomensuravelmente melhor que Gal Gadot! Estando eu irremediavelmente escaldado desde que esta exibiu seu esqueleto ambulante numa praia brasileira para seduzir um gangster! Fazendo desistir do quinto filme de Velozes e Furiosos até a quem tinha aguentado um trem cruzando um deserto com canyons no Rio de Janeiro.
Não me leve a mal. A nível interpretativo acho que Gal Gadot foi ótima em Batman V Superman, sua pouca participação foi marcante e merecia até mais cenas na eletrizante sequência final. A opção estética de usar espada e escudo (que pode surpreender os que só lembram da Linda Carter) foi também um excelente diferencial.
Dá-lhe referências a "Injustice: Gods Among Us!"
Mas na boa... Por mais brilhante que fosse a interpretação, você aceitaria DJ Qualls no papel de algum super herói?
Ok, exagerei. Mas a personagem tem como pressuposto ser uma guerreira amazona, e ser deslumbrantemente linda. Confesso que não é fácil achar uma atriz com tais características reunidas. Mas de todos esses pré requisitos, Gal Gadot mal tem a estatura! Meros 1,78m!
Infelizmente não creio que seja possível uma mudança a essa altura. Mas pra quem teve que aguentar um desfile de atores diferentes interpretando personagens icônicos, não seria problema aguentar mais mudanças, considerando que ao menos no quesito aparência, dificilmente não seria para melhor.
Quem quer que ache possível compreender nossos acontecimentos sócio políticos atuais sem prestar atenção da Geopolítica, é tão tolo quanto quem acha que o Brasil seja uma ilha isolada do resto do mundo. E embora eu próprio já tenha falado disso várias vezes por minhas próprias análises, o texto
Lavajato quer tirar Brasil do BRICS e CELAC de Beto Almeida, foi em alguns pontos bem além do que eu próprio já havia compilado sobre o assunto.
Infelizmente o texto está num link um tanto irregular, que as vezes fica fora do ar, e ainda tem um deslizes sintáticos, mas é profundamente instigante.
Gostei bastante de BATMAN V SUPERMAN e ainda vou escrever sobre ele, mas para tranquilizar os que pensam que é preciso ter um background para entender o filme, posso dizer que além de não ser um recém chegado no planeta, a única coisa que faz falta é não ter assistido o 'Homem de Aço' (Man of Steel).
Aliás é praticamente um Man of Steel 2! Quase todos os personagens do filme anteriores estão de volta, com os mesmos atores. E o espetacular começo do filme é marcado pelas cenas de destruição de Metropolis, mas pelo ponto de vista dos cidadãos comuns.
Quanto aos filmes do Batman de Christopher Nolan, são completamente dispensáveis, a única referência a eles, logo no começo do filme também, é a mansão destruída e abandonada dos Wayne. De resto, mudaram não só os atores dos únicos dois personagens que aparecem (nem mesmo o comissário Gordon está lá), o absolutamente indispensável Alfred e o próprio Bruce Wayne, bem como todo o design de produção incluindo as armas e equipamentos do Batman, Batcaverna inclusa.
Aliás, no geral o visual, bem como o clima, respira um bocado de Injustice: Gods Among Us.
Ótima explanação. E acrescento que, ainda mais considerando o estrato sócio econômico dos solicitantes de intervenção militar, que isso não passa de mais uma disposição de exigir do homem pobre que se sacrifique para defender posses de senhores abastados e privilégios de madames.
E isso sem contar o fato de que a ditaduras do passado foram erigidas sobre uma realidade geopolítica completamente diferente, que jamais permitiriam a ação de um novo Olímpio Mourão Filho.