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25 de Abril

Finalmente publico na íntegra a compilação de minhas reflexões sobre o filme ELA (Her), que fiz numa série de postagens no Facebook. Com o título de Pensando nELA, o texto readapta os posts num ensaio único, com os devidos links para cobrir a multiplicidade de assunto que esse fantástico filme levanta.

24 de Abril 11:05

O problema principal do linchamento não é só o fato de violarem os direitos humanos de criminosos, mas sobretudo do RISCO DE LINCHAREM UM INOCENTE! Bem como de uma punição desproporcional ao delito. Pois turbas enfurecidas são a pior instância possível para determinar se alguém é culpado ou não, e que tipo de pena merece.

Numa multidão parva, se alguém está sendo espancado por ter roubado um pacote de biscoitos e alguém aponta-lo e disser "estuprador" ou "assassino", diversos outros se juntam sem pensar para um espancamento muito mais brutal movido por uma lastimável característica psicológica chamada INSTINTO DE HORDA, um impulso primitivo que embota a mente predispondo a, por imitação simiesca, dar continuidade ao ritual de violência. Com o agravante de, após ter suas faculdades mentais humanas parcialmente restauradas passado o frenesi, encontrar um discurso ideológico que os apoie

Cabe lembrar que o nível de inteligência de uma multidão agitada não é uma média das inteligências individuais, mas algo muito abaixo do mais estúpido de todos, pois qualquer chance de comunicação racional intra grupo é cortada, enquanto a transmissão de emoções é instantânea.

Não precisa sequer ter cometido algum delito. Uma agitação mínima pode fazer com que alguém totalmente inocente que estava absolutamente quieto subitamente comece a ser espancado, e os demais vão se juntando motivados por uma pulsão completamente imune a considerações racionais e uma neutralização absoluta de seu senso de empatia.

A maioria dos quais que, se sozinhos, NADA fariam para deter um crime em flagrante andamento!

Quando alguém com poder midiático e capacidade de se fazer ouvir e influenciar a milhões de brasileiros se pronuncia sobre o assunto, que seja para esclarecer e contribuir para diminuir a propensão ao mal. E não para fazer um discurso que tende a ser interpretado como sua justificação, o que foi EXATAMENTE o que a Rachel Sheherazade fez! Mesmo que não intencionalmente, se é que de fato não o fez de propósito.

Custou muito sangue, suor e lágrimas para que nossa civilização evoluísse ao ponto de ter um sistema jurídico que seja menos propenso a punir inocentes com bases em fantasias sobrenaturais ou delírios coletivos, e diante disso, qualquer discurso que minimize esse progresso e desculpe iniciativas na direção contrária deveria ser visto como repúdio por qualquer pessoa minimamente sensível.

24 de Abril 00:26

Alguns problemas sobre a temática do Aborto me levam a reforçar minha ideia de que tenho mesmo que desenvolver mais especificamente o conceito de SINGULARIDADE da gestação. Por ser uma relação simbiótica a de mãe e filho, as possibilidades de analogias úteis ficam reduzidas, sempre correndo o risco de escorregar para derivações irrelevantes ou contraproducentes.

Além da Singularidade, o meu outro foco sobre o tema é o da responsabilidade dos genitores, em especial, claro, da mãe, que está em condições de deter os mais efetivos meios de controle de sua fertilidade. Eu não considero antiético abortar em casos onde a mãe não é responsável pela gravidez. Porque: "Ninguém pode ser responsável por algo sobre o qual não tem controle, a ninguém deveria ser permitido autonomia sobre algo pelo qual não se responsabiliza." O par 'Responsabilidade' e 'Autonomia / Autoridade' é evidentemente crucial em praticamente qualquer situação imaginável. Por isso cabe responsabilizar os pais sobre os atos dos filhos pequenos, vistos que tem, ou deveriam ter, autoridade sobre eles. Por isso não cabe delegar autoridade para irresponsáveis.

Para EXEMPLIFICAR melhor esse conceito, recorri a analogia do acidente de trânsito, visto que por lei somos obrigados a prestar socorro à vítima se formos causadores, Responsáveis, pelo mesmo. O PROBLEMA DESSA ANALOGIA é que a situação dos acidentes também admite uma outra forma de responsabilização, que é a de que mesmo não tendo tido ação causal no mesmo, a lei e a ética comum preveem que, se estamos em condições de fazer algo, temos essa obrigação. Uma pessoa que passou num local e viu uma pessoa agonizando, mesmo que não tenha tido qualquer responsabilidade nisso, pode ser processada por omissão de socorro se nada fizer.

Só que isso é uma carência da situação dos acidentes, que NÃO se transfere para o caso original para o qual a analogia foi desenvolvida, que é a gravidez. Como seria essa transferência? A mulher seria responsável pela gravidez de uma outra?

Prevendo esse problema eu redigi a analogia na forma "De modo similar, só somos obrigados a prestar socorro à uma vítima de acidente quando somos diretamente envolvidos no mesmo, quer por tê-lo causado, ou por estarmos no local onde ocorreu. Ninguém é obrigado a sair de casa para socorrer um acidentado do outro lado da cidade."

Infelizmente alguém acabou tropeçando no problema interno da analogia usada, tentando transferi-lo para o caso original, e daí derivou que a mãe, por estar obviamente no "local de sua gravidez", teria sim responsabilidade pelo feto em qualquer situação. Seguramente tenho parcela de culpa, visto que é comum as pessoas, mesmo seguindo uma linha de raciocínio, não resistirem a pegar um desvio quando veem um. Melhor seria não deixar esses desvios abertos ou, se abertos, fechá-los o mais rápido possível.

Mas essa analogia aparece dentro do tópico AUTONOMIA E RESPONSABILIDADE e achei que deveria ser óbvio que mesmo que a gravidez esteja ocorrendo nela, a mãe não tem responsabilidade sobre a mesma se sua autonomia foi usurpada por um estupro, bem como nos casos que adicionei sobre comprovada falha do método anticoncepcional ou da incapacidade mental.

Se dissesse RESPONSABILIDADE CAUSAL tornaria mais claro? Ou colocasse um comentário similar ao que fiz aqui? Ou seria melhor simplesmente usar outra analogia? Ou analogia nenhuma?

* * *

Mas estava eu discutindo aborto, o que envolve uma série de temas interligados mais ou menos relevantes. Os abortistas legaram à sociedade os famosos termos "amontoado de células", "pedaço de carne", "parasita" e similares para se referir ao feto, o que evidentemente é uma forma de fugir da própria consciência de que estamos a lidar com vidas humanas.

E 'HUMANO' é um termo que possui 4 sentidos, pela ordem: Biológico, Mental, Social e Ético. Como feto em estágio embrionário ainda não tem atividade mental, seguramente não é humano nos últimos sentidos, mas o é no sentido mais fundamental de todos, que é primeiro, sem o qual os demais são impossíveis. Ele se desenvolverá inexoravelmente rumo à plenitude em todos os sentidos a não ser que seja impedido por força externa à sua natureza intrínseca.

Então, alguém persistindo na depreciação que visa negar essa humanidade fundamental, o compara a uma bactéria ou coisa que o valha. E então quem não quer saber de se deixar enrolar, alega que a comparação é inadmissível. Uma bactéria não é humana no sentido biológico, e jamais o será nos demais.

Então um cidadão me vem com a analogia: "Uma bactéria ao longo de bilhões de anos se tornou um ser humano. Nós descendemos de bactérias." O que está tão brutalmente errado que chega a ser constrangedor se rebaixar a ter que comentar isso. PRIMEIRO, porque UMA bactéria NÃO se tornou humana ao longo de bilhões de anos. SEGUNDO, porque mesmo que sejamos descendentes de bactérias, isso não vem ao caso aqui. Estamos discutindo um tema bioético específico e muitíssimo pragmático, e uma comparação entre filogenia e ontogenia em nada ajuda a esclarecer o caso. Não se trata de discutir Evolução Biológica, pela qual é no mínimo impreciso dizer que evoluímos de bactérias. TERCEIRO pela radical diferença entre um ser unicelular com um único DNA com um ou poucos cromossomos resultante de cópia de outro praticamente idêntico, e um ser pluricelular com um DNA de 46 cromossomos resultante de dois outros DNAs diferentes recombinados.

QUARTO por que as consequências seriam completamente bizarras! Direitos humanos para bactérias? Antibióticos seriam armas de destruição em massa? Vamos esperar os lactobacilos vivos em nossos intestinos nascerem como bebês ou vamos abortá-los com um laxante? Viramos gestantes ao tomar Yakult 40 (que tem 40 bilhões de bebês L. Casei Shirota)? PORRA! PQP! VTNC! VSF!

Noutro exemplo, temos um caso de incapacidade de distinguir potencialidades largamente distintas. "Uma célula imortal tem potencial pode se tornar um zigoto. Basta aplicar uma técnica de clonagem." Mas um zigoto não precisa receber técnica alguma para se tornar humano, só precisa ser deixado em paz. Além do mais, a tal técnica seria uma intervenção em sua natureza intrínseca, ao passo que o zigoto já é intrinsecamente humano no nível biológico.

Curiosamente isso me lembra muito uma discussão que tive com um pró-vida que não admite aborto em circunstância alguma, quando eu defendia o aborto de anencéfalos pelo fato de que eles não são e jamais serão humanos em qualquer dos 4 sentidos. Mas ele ficava se apegando à máxima de "se nasceu de uma humana é humano", e começou a apelar para o argumento de que é possível desenvolver intervenções médicas que façam surgir um cérebro completo funcional no anencéfalo (certamente tal tecnologia não estará ao alcance de um tempo de um vida humano e provavelmente JAMAIS ESTARÁ) e diante disso, teríamos obrigação de proteger os anencéfalos também.

Ou seja, apelando a uma potencialidade descontínua e radicalmente distinta da potencialidade natural do feto saudável.

Fica a pergunta. O que fazer nesses casos? Qual a relevância dessas apelações ridículas e comparação esdrúxulas? Em que elas acrescentam ao assunto?

Esse tipo de abordagem merece respeito?

Esse é o problema de discutir aborto. De ambos os lados, parece que até pessoas inteligentes e normalmente sensatas se rebaixam a toda sorte de imbecilidade. Isso que me levou a escrever textos como As Ovelhas e Os Memes.

18 de Abril

Originalmente publicado aqui em 23/09/13, o texto EXPRESSAR OU DOUTRINAR? agora também está disponível no AVfM - Brasil.



15 de Abril

Penso que em toda minha vida, "EU NUNCA VI TELEVISÃO"!

Explico. Já vi inúmeros filmes, programas, noticiários ou seriados na TV, mas penso que ao fazê-lo, estou vendo tal coisa da mesma forma que o veria em outra mídia. Ou seja, estou vendo um Filme, um Programa, um Noticiário ou um Desenho animado etc.

Para mim, Ver TV é assistir o que quer quer esteja passando, independente do conteúdo, e existem muitíssimas pessoas que fazem isso! Digo daquelas que se sentam diante da TV e assistem o programa de culinária, depois o noticiário local, depois o esportivo, o nacional, a novela, os desenhos, os filmes, os programas de auditório os comerciais e etc. PASSIVAMENTE!

Daquelas que assistiriam até os antigos Sinais a Cores (colorbar). Estes sim, estão efetivamente Vendo Televisão! E isso definitivamente eu nunca fiz. Ao menos passivamente.

Pois é possível ser este espectador Passivo, cuja ação se limita a ligar a tv e muitas vezes sequer muda de canal (SEMPRE canais abertos mesmo que disponha de canais por assinatura), mas há também um espectador de TV Ativo, que se destaca especialmente após o advento dos controles remotos (os mais novos podem se surpreender, mas sou daqueles que passou a infância inteira sem conhecer essa comodidade).

Esses telespectadores ativos ao menos selecionam o que vêem dentro do seu leque de possibilidades, e se este for grande, podem se transformar nos famosos 'Zappers', aqueles, quase sempre homens, que ficam mudando de canais freneticamente, em busca de algo que lhes prenda a atenção, ou as vezes até mesmo sem essa busca, tentando se distrair numa sucessão infindável de temas ou talvez até mesmo querendo, conscientemente ou não, fazer emergir algum tipo de experiência mental exótica no caos audiovisual.

Mas os passivos, e devo acrescentar que a maioria são mulheres, são aqueles que se sentam ao lado de um Zapper e ficam vendo o que quer que ele esteja vendo, e se eles desistem, saem da frente da TV, e lhes entregam o controle, os passivos simplesmente continuam vendo o que quer que tenha sido deixado, ou no máximo, pulam direto para o canal aberto que regularmente assistem e só tocarão no controle de novo para desligar o televisor.

Sinceramente, digam o que quiser do Facebook, mas até ele é melhor que isso.

5 de Abril

Chamem de intuição, sorte, providência etc... Mas eu pareço ter tido sempre, por talento ou destino, uma capacidade inata de me manter longe de encrencas. Embora eu ainda esteja passando por dificuldades técnicas com meus computadores e com acesso a internet limitado, esse não foi o único motivo pelo qual não me manifestei a respeito dessa patifaria que o IPEA havia praticado.

Tinha achado desde o começo que tinha algo errado além da simples incompetência e má-fé.

Desconfio do seguinte. A pesquisa, tendo sido feita por militantes feministas que tem o respeito à realidade no último lugar possível entre suas preocupações, tinha desde o princípio o mesmíssimo objetivo de sempre de qualquer tipo de feminismo político das últimas décadas: corromper, estuprar a mente, incitar o ódio entre os gêneros e fazer todo o possível para infernizar a vida de homens e mulheres. Só não podendo fazê-lo de forma mais escancarada porque a grande maioria da população ainda é refratária a essas perversidades.

Mas a incompetência foi tamanha que a pesquisa não deu, nem de longe, o resultado misândrico e androfóbico esperado. Assim, o "erro" foi tolerado. (Como diabos podem ter visto isso só UMA SEMANA DEPOIS!?) Pois assim aproximariam mais o resultado de seus pérfidos objetivos iniciais. Mas a reação, inédita diga-se de passagem, foi tão forte que os forçou a reconsiderar e tentar esse ridículo remédio "conciliador".

De qualquer forma, o esforço de novilíngua que tenta tornar 'ataque' e 'estupro' sinônimos permanece. Por isso, em respeito ao IPEA, vamos assumir essa revolucionária semântica e declarar que o IPEA merece ser "estuprado"! Bem como renomear alguns filmes em consideração a essa nova forma de ver as coisas.

Assim, a partir de agora alguns títulos famosos serão renomeados para:

Star Wars Episódio II - O ESTUPRO dos Clones

Star Wars Episódio V - O Império Contra ESTUPRA

A tetralogia, ESTUPRO do Vermes Malditos

ESTUPRO dos Tomates Assassinos

ESTUPRO à Casa Branca

E por aí vai.

E mantenha a calma, para não correr o risco, de tanta raiva, de sofrer um Estupro-Cardíaco.


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