Eisheth Zenunim, também chamada Isheth Zenanim, é a mais misteriosa das quatro Rainhas do Inferno, pois diferente de Agrat bat Mahalat, Naamaah e Lilith, possui menor número de referências nas tradições da Cabala, e nenhuma descrição. O Zohar, o cabalístico Livro do Esplendor, escrito há 1.800 anos, muito pouco revela sobre ela, mas a tradição mitológica judaica a descreve como a "devoradora dos condenados", consumindo-lhes as almas. Vale lembrar que tal como na maioria das tradições ancestrais, na kabalah existe ambiguidade no conceito de 'alma', ou 'espírito', hora o termo hebraico ruach assumindo o sentido psíquico, onde estaria a consciência, hora o sentido de 'vitalidade', a força que anima os corpos. Em verdade, em geral ambos são vistos como dois aspectos de uma mesma substância. Eisheth está associada ao Sathariel, o aspecto do Qliphoth, a Árvore da Morte, que se opõe ao Binah, o conceito feminino do entendimento, clareza, intuição, na Sephirot, a Árvore da Vida. O Sathariel é a "ocultação do divino", o oposto da geração da vida. Também está associado ao "olho esquerdo" da cabeça divina, bem como o lado esquerdo do coração, ou do cérebro, e portanto, a dimensão mais racional, sendo justo a racionalização o que mais oculta o divino. Aparentemente, a mais intelectual das consortes de Samael. Por outro lado, diz-se que seu nome se traduz por "mulher da casa de prostituição", num sentido bem mais profundo, porém, do que o usual, associando-se a uma forma de anti vida, da sensualidade não usada para procriar, mas para disseminar luxúria, doenças, morte. Com tamanha confusão é difícil saber a real natureza demoníaca de Eisheth Zenunim. Mas ao menos uma coisa fica clara. Todos os sentidos e interpretações levam a um tipo de consumo de vitalidade. Eisheth Zenunim é a devoradora da vida. |